Buscar

PROJECTO DE MONOGRAFIA(Helena)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Helena Neca Luis 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação dos Parâmetros Físico-químico e Organoléticos das Águas Subterrâneas de 
Bairro de Namacata, Cidade de Quelimane, Província da Zambézia 
 (Licenciatura em Geologia) 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Rovuma 
Nampula 
2022 
 
 
 
Helena Neca Luis 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação dos Parâmetros Físico-químico e Organoléticos das Águas Subterrâneas de 
Bairro de Namacata, Cidade de Quelimane, Província da Zambézia 
 
Projecto de Pesquisa para elaboração de Monografia 
Científica, que será entregue ao Departamento de 
Ciências da Terra, Faculdade de Geociências da 
Universidade Rovuma, para obtenção do grau de 
Licenciatura em Geologia com Habilitação em 
Mineração. 
Supervisor: dr. Reinaldo António Domingos 
 
 
 
Universidade Rovuma 
Nampula 
2022 
 
 
ÍNDICE 
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 3 
2. OBJECTIVOS ........................................................................................................................... 4 
2.1. Geral ....................................................................................................................................... 4 
2.2. Específicos ............................................................................................................................. 4 
3. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................................... 5 
4. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................................ 5 
5. HIPÓTESE ................................................................................................................................ 6 
6. METODOLOGIA CIENTÍFICA ............................................................................................. 7 
6.1. Trabalho de Gabinete ............................................................................................................ 7 
6.2. Trabalho de Campo ............................................................................................................... 7 
6.3. Processamento dos dados, análise e interpretação dos resultados ...................................... 7 
6.3.1. Análise e Interpretação ...................................................................................................... 7 
6.3.2. Compilação de dados......................................................................................................... 7 
6.3.3.CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ..................................................................... 8 
6.3.3.1Enquadramento geográfico ................................................................................................... 8 
6.3.3.2.Localização Geográfica do distrito de Quelimane ............................................................. 8 
6.3.3.3 Clima e Hidrologia, Fisiografia e Solos .............................................................................. 8 
6.3.3.4.ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO e HIDROLOGICO ................................................. 10 
6.3.3.4.1.Geologia Regional ........................................................................................................... 10 
6.3.3.4.2.Geologia da cidade de Quelimane.................................................................................. 11 
6.3.3.4.3.Unidades Lito – estratigráficas ....................................................................................... 11 
6.3.3.4.4.Hidrogeologia Regional .................................................................................................. 11 
7.FUNDAMENTACAO TEÓRICA ................................................................................................. 13 
 
 
7.1. Conceitos básicos .................................................................................................................... 13 
7.1.1. Avaliação da qualidade de água subterrânea ...................................................................... 13 
7.1.2. Hidrogeologia ....................................................................................................................... 13 
7.1.3. Águas subterrâneas ............................................................................................................... 13 
7.1.4. Ambientes de ocorrência das águas subterrâneas ............................................................... 13 
7.1.5. Armazenamento das águas em rochas................................................................................. 15 
7.1.6. Classificação das formações geológicas armazenadoras das águas subterrâneas ............ 15 
7.1.7. Os aquíferos .......................................................................................................................... 16 
7.1.8. Classificação dos aquíferos .................................................................................................. 16 
7.1.8.1. Classificação dos aquíferos segundo a camada confinante ............................................ 16 
7.1.8.2. Classificação dos aquíferos em função da composição dos materiais geológicos e a 
forma como a água é armazenada .................................................................................................. 17 
7.1.8.3. Classificação hidrogeológica das formações rochosas ................................................... 18 
7.1.8.4. Permeabilidade e Porosidade ............................................................................................ 18 
7.1.8.7. Hidrogeoquímica Natural das Águas Subterrâneas......................................................... 19 
7.1.8.6. Parâmetro em análise para controlo de qualidade das águas subterrâneas .................... 19 
7.1.8.7.Parâmetros físicos............................................................................................................... 20 
7.1.8.8. Parâmetros químicos ......................................................................................................... 20 
7.1.8.9. Contaminação das águas subterrâneas ............................................................................. 23 
7.2. Valores recomendáveis de parâmetros referentes á qualidade de água para fins de 
consumo humano. ........................................................................................................................... 24 
Fonte: MISAU................................................................................................................................. 25 
7.2.1. Métodos de análise ............................................................................................................... 25 
7.2.2. Volumetria ............................................................................................................................ 25 
7.2.3. Turbidimetria ........................................................................................................................ 25 
 
 
7.2.4. Condutimetria ....................................................................................................................... 26 
7.2.5. Fotometria de chama ............................................................................................................ 26 
7.2.6.Espectrofotometria UV-Visível ............................................................................................ 26 
7.2.7. Parâmetros de qualidade de água destinada ao consumo Humano ................................... 26 
7.2.8. Parâmetros microbiológicos ................................................................................................ 27 
7.2.9. Valores de Parâmetros microbiológicos referentes à qualidade da água para o consumo 
humano. ...........................................................................................................................................27 
8.CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES ......................................................................................... 28 
9.TABELA DE ORÇAMENTO ........................................................................................................ 28 
10.REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 29 
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
A geoquímica ambiental ocupa-se do estudo das fontes, distribuição e as interações dos 
elementos químicos no sistema rocha-solo-água-ar-plantas-humanos (Bowie & Thornton, 1985). 
Envolve, portanto, o estudo da circulação de todos os elementos na natureza e não apenas de 
determinados grupos tais como os elementos nutrientes e outros sem atribuição de toxicidade 
(Fortescue, 1980). 
Um dos campos de acção desta área científica das geociências está relacionado com o impacto da 
actividade humana nos recursos naturais, particularmente no que se refere ao incremento dos 
teores de elementos químicos potencialmente tóxicos nas águas e nos sedimentos, o qual é um 
factor crítico para a qualidade de vida das populações. Bowie & Thornton (1985) consideram 
uma divisão dos elementos em três grupos: o grupo dos elementos maiores (Ca, Fe, K, Mg, Na e 
P), que são elementos fundamentais na saúde das plantas, animais e homem, sendo também 
importantes no controlo da distribuição primária e na dispersão secundária dos elementos 
vestigiais; o grupo dos elementos vestigiais (Co, Cr, Cu, F, (Fe), I, Mn, Mo, Ni, V, Se e Sn), 
também essenciais para a biota, e os primeiros elementos da linha de transição; e o grupo 
formado pelo As, Cd, Hg e Pb, representativo dos elementos capazes de provocarem efeitos 
fisiológicos adversos, mesmo em quantidades reduzidas. De acordo com os mesmos autores, 
existem evidências suportadas, quer pela informação de estudos de geoquímica ambiental, quer 
pelos resultados de análises clínicas, que o atraso no crescimento ou a suscetibilidade à certas 
doenças estão associados a desequilíbrios por excesso ou deficiência de determinados elementos. 
A contaminação mais comum das águas subterrâneas está associada com o saneamento de áreas 
que não contam com esgoto, a disposição final de efluentes líquidos industriais e as atuais 
práticas de cultivo agrícola. O crescente aumento das concentrações de nitratos em águas 
subterrâneas e os frequentes episódios de penetração na subsuperfície de hidrocarbonetos 
halogenados voláteis colocam em sério perigo a qualidade da água potável em relação aos atuais 
parâmetros de potabilidade das águas estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 
O monitoramento das cargas de poluição e da qualidade da água subterrânea é o principal 
instrumento utilizado no controle dessas águas. Através desse sistema é possível verificar a 
qualidade e avaliar a eficácia dos controles e com isto alertar antecipadamente casos ou 
tendências de deterioração crítica da qualidade da água em locais específicos. 
4 
 
2. OBJECTIVOS 
2.1.Geral 
 Avaliar a qualidade da água de fontes subterrâneas consumida pelas comunidades rurais 
do Bairro de Namacata, Cidade de Quelimane, através da interpretação de dados 
hidrogeoquímicos, tendo em conta os elementos químicos medidos, em associação com 
as águas subterrâneas desta região, condicionadas pela geologia local. 
2.2.Específicos 
 Determinar os parâmetros físico-químicos e organoléticos presentes nas águas 
subterrâneas; 
 Avaliar a potabilidade da água, com base nas concentrações dos parâmetros físico-
químicos e organoléticos encontrados, segundo as diretrizes do MISAU e OMS; 
 Inferir as possíveis fontes, vetores de migração e factores de concentração na água 
subterrânea; e 
 Identificar áreas de risco de contaminação e propor possíveis medidas de mitigação. 
. 
 
5 
 
3. JUSTIFICATIVA 
A presente pesquisa justifica-se pelo facto da autora acompanhar o sofrimento da População do 
Bairro de Namacata, Cidade de quelimane tendo como causa principal a problemática do 
abastecimento de água potável que afeta principalmente as populações das zonas rurais e 
suburbanas, obrigando estas a percorrer longas distâncias e suportar longas filas em busca do 
precioso líquido ou a recorrer a medidas alternativas, como a utilização da água dos rios sem 
análise química e microbiológica prévias para o consumo e realização de suas actividades 
diárias, colocando as suas vidas em risco. Sendo o mesma estudante de geociências e, adquirido 
conhecimentos de Geoquímica e Hidrogeologia, viu-se motivada a trazer um contributo 
científico na área de Avaliação hidrogeoquímica das águas subterrâneas para o consumo 
Humano. 
4. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 
O acesso à água potável e ao saneamento seguro continua a ser um dos maiores desafios em 
África e em Moçambique, em particular, apesar dos esforços para que mais pessoas tenham 
acesso á água potável. Embora seja encorajador, o seu progresso contínuo ainda lento, 
principalmente nas zonas rurais (COSTA, 1987). 
Desta maneira, a qualidade da água destinada ao consumo humano é uma questão de grande 
importância e tem ocasionado preocupação no âmbito da saúde pública. O consumo de água 
contaminada ou fora dos padrões mínimos de qualidade torna-se factor de risco e agravos à 
saúde, devido à presença de seres patogénicos e ou elementos e substâncias químicas prejudiciais 
(CAPUCCI et al, 2001). A maior parte da reserva de água doce em nosso planeta não é 
encontrada em forma potável. As águas subterrâneas, na maioria das vezes provenientes de furos 
profundos, geralmente são menos contaminadas por factores biológicos e químicos do que os 
mananciais superficiais, pois não ficam expostas aos diversos agentes poluentes (ECKHARDT 
et. al., 2008). Entretanto, o lençol freático em Topuito é quase superficial, ocorrendo em 
aquíferos granulares contínuos, com captações materializadas por poços e furos pouco 
profundos, tornando-os propensos à contaminação microbiológica. 
Portanto, para que a água subterrânea seja considerada potável, é necessária a realização de 
análises microbiológicas e físico-químicas, a fim de verificar se ela está dentro dos padrões de 
6 
 
potabilidade para consumo humano estabelecidos nas normas vigentes no País (CELLIGOI, 
1999). 
A água subterrânea, além de ser um bem económico é considerada mundialmente uma fonte 
imprescindível de abastecimento para o consumo humano, para populações que não tem acesso a 
rede pública de abastecimento ou para aqueles que, mesmo tendo acesso a uma rede de 
abastecimento, têm fornecimento com frequência irregular. 
Em dezembro de 2021, a STV na sua rede Televisiva noticiou uma reportagem que ilustrava o 
consumo de água impropria pelas populações do Bairro de Namacata, devido a degradação da 
qualidade da água induzida pelo excesso de coliformes fecais, nitratos, pH e óxidos de ferro. Dai 
surge a questão: 
Quais são as prováveis causas de excesso de pH, nitratos, de coliformes fecais e óxidos de ferro 
nas águas subterrâneas do Bairro de Namacata 
5. HIPÓTESE 
 Acredita-se que a concentração dos nitratos de coliformes fecais e de óxidos de ferro 
pode vir estar relacionada com as deficientes práticas de higiene e saneamento do meio; 
 Acredita-se que a concentração dos nitratos de coliformes fecais e de óxidos de ferro 
pode vir estar relacionada com a geologia local e regional. 
 
 
 
 
 
7 
 
6. METODOLOGIA CIENTÍFICA 
A metodologia do presente trabalho, estará dividida nas seguintes etapas: 
6.1.Trabalho de Gabinete 
Esta etapa consistira basicamente na análise de documentos que abordavam sobre o tema 
proposto tais como: trabalhos anteriores, teses de mestrado e doutoramento, revistas, artigos 
publicados, livros, cartas geológicas, mapas topográficos, entre outros documentos que de algum 
modo forneceram informações sobre a Geologia, Hidrogeologia, Geografia da área de estudo, e 
os Métodos geoquímicos,elaboração de mapas usando os programas ArcMap e GoogleEarth. 
6.2.Trabalho de Campo 
Esta etapa consistira na deslocação para área de estudo com vista a fazer uma colecta das 
amostras nos furos, pocos e rios existentes nas áreas em estudo onde se concentra uma maior 
densidade populacional, formando uma malha irregular de amostragem para analises 
laboratorias. 
6.3.Processamento dos dados, análise e interpretação dos resultados 
6.3.1. Análise e Interpretação 
Esta etapa irá consistir na análise e interpretação dos dados colhidos no campo, onde a analise e 
interpretação destes será feita No Laboratório de Higiene, Água e Alimentos (LHAA) da 
Direcção Provincial de Saúde (DPS) utilizando Espectrofotometria de absorção molecular 
BIOCHROM modelo S22; Fotómetro de chama CORNING, modelo 400; Condutimetro, WTW 
modelo LF91; pH metro, WtW modelo LF91; pH metro portátil INNA modelo HI 83141 
Turbidimetro portátil e BUTECH modelo TN-100. 
6.3.2. Compilação de dados 
Consistirá na organização, formalização e documentação de toda informação colhida, analisada e 
interpretada. 
 
8 
 
6.3.3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 
6.3.3.1. Enquadramento geográfico 
6.3.3.2. Localização Geográfica do distrito de Quelimane 
Segundo o MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL, A cidade de Quelimane localiza-
se próximo à costa leste do centro de Moçambique entre os paralelos de 17° 52› 42” de latitude S 
e 36° 53’ 17” de longitude. Limita-se a norte com as localidades de Namacata e Maquival 
pertencentes aos distritos de Nicoadala e Quelimane, respetivamente, a sul pelo Rio Cuácua 
(Bons Sinais) que o separa do distrito de Inhassunge, a este limita-se com alocalidade da Madal e 
a oeste com a localidade de M’purune, como ilustra a Figura 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 01: localização geográfica de cidade de Quelimane 
Fonte: CMCQ, 2012. 
6.3.3.4.Clima e Hidrologia, Fisiografia e Solos 
Segundo o MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL, Climaticamente a região é 
dominada por climas do tipo semi-árido e sub-húmido seco. A precipitação média anual vária de 
800 a 1200 mm, enquanto a evapotranspiração potencial de referência (ETo) está entre os 1300 e 
1500 mm. A precipitação média anual pode contudo, mais perto do litoral, por vezes exceder os 
 
9 
 
1500 mm, tornando-se o clima do tipo sub-húmido chuvoso. Em termos da temperatura média 
durante o período de crescimento das culturas, há regiões cujas temperaturas excedem os 25ºC, 
embora em geral a temperatura média anual varie entre os 20 e 25ºC. 
O Distrito é atravessado por importantes rios não permanentes ao longo de todo o ano, 
exceptuando o rio Lugenda que serve de limite com o Distrito de Mecula da vizinha Província do 
Niassa. Os rios não são navegáveis devido ao seu curso acidentado, mas contribuem para a 
prática de actividades agrícolas e de pesca artesanal, gerando rendimentos à população e 
tornando-se uma fonte importante da economia do Distrito. 
Uma parte considerável do interior é de altitudes compreendidas entre os 200 e 500 metros, de 
relevo ondulado, interrompido de quando em quando pelas formações rochosas dos “inselbergs”. 
Segundo o MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL, Fisiograficamente a área é 
constituída por uma zona planáltica baixa que, gradualmente passa para um relevo mais 
dissecado com encostas mais declivosas intermédias, da zona subplanáltica de transição para a 
zona litoral. Os dambos (ndabo nas línguas locais) são formas especiais dos vales, não sendo 
exclusivos de uma zona agro-ecológica está presente de uma forma considerável na zona R7. São 
depressões hidromórficas suaves ou vales extensos, não profundos, sem escoamento de água na 
forma de uma linha de drenagem ou mesmo leito de rio. 
O escoamento superficial é lento e difuso para além de poder ainda beneficiar da contribuição do 
fluxo de água subterrânea, principalmente nas zonas cujos depósitos apresentam texturas 
grosseiras e arenosa. Estas unidades de terreno são ainda características das áreas mais planas ao 
longo dos divisores de água dos rios. 
A fisiografia é dominada pela alternância de interflúvios e os vales dos rios que, devido á sua 
largura, profundidade e posição (em relação aos rios), poderão alternar com dambos. Os vales 
dos rios são dominados por solos aluvionares (Fluvisols), escuros, profundos, de textura pesada a 
média, moderadamente a mal drenados, sujeitos a inundação regular. Nos dambos encontram-se 
solos hidromórficos de textura variada, desde arenosos de cores cinzentas, arenosos sobre argila 
a solos argilosos estratificados, de cor escura (Mollic, Gleyic e Dystric Gleysols, e Haplic e 
Luvic Phaeozems). Os topos e encostas superiores dos interflúvios são dominados por 
complexos de solos vermelhos e alaranjados (Rhodic Ferralsols, Chromic Luvisols), e amarelos 
(Haplic Lixisols e Haplic Ferralsols). A maioria dos solos apresenta texturas médias a pesada, 
10 
 
sendo profundos, bem a moderadamente bem drenados. Nas encostas intermédias dos 
interflúvios os solos variam de cor, desde solos com cores pardo-acastanhada a castanho-
amareladas, moderadamente bem drenados, com textura argilosa. 
6.3.3.5. ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO e HIDROLOGICO 
6.3.3.5.1. Geologia Regional 
Na Província Pegmatítica da Zambézia (região Centro-Norte de Moçambique) as diferentes 
classes genéticas e geológicas de pegmatitos graníticos estão bem representadas. Apesar dessa 
diversidade que também é geoquímica, a mineralização em bismuto é ubíqua e independente das 
composições principais ou enquadramentos geológicos. Assim, conteúdos em Bi altamente 
anómalos podem ser considerados uma assinatura comum na Província Pegmatítica da 
Zambézia. Possivelmente é herdada de horizontes protolíticos geoquimicamente enriquecidos, 
anteriores à anatexia e à geração dos magmas graníticos, ou pode resultar de uma transferência 
local para o magma pegmatítico a partir de algumas rochas encaixantes assimiladas, ricas em Bi. 
Para uma herança comum, os estilos contrastantes das associações mineralógicas, podem ser 
atribuídos à variação de condições termodinâmicas locais ou podem resultar de evoluções 
magmáticas individualizadas. Uma vez que tanto os pegmatitos LCT como os NYF comportam 
minerais de bismuto, foram seleccionados pelo contraste geoquímico, alguns pegmatitos do tipo 
LCT do Alto Ligonha – grupos de Naípa e Namacotche – e do tipo NYF de Mocuba – grupo de 
Melatube. Estes podem revelar as maiores tendências de mobilização e aprisionamento do Bi. A 
discriminação de fases e análise microtextura dos minerais e seus intercrescimentos teve como 
ponto de partida a observação de superfícies polidas em microscópio óptico de luz reflectida 
(MOLR), acompanhada por contraste de fase em microscópio electrónico de varrimento – 
electrões retrodifundidos (MEV-ER) e identificação por difractometria de Raios X (Rx). As 
análises efectuadas em microssonda electrónica permitiram a determinação precisa das 
composições dos minerais e eventualmente a descrição da sua variabilidade durante estádios 
sucessivos de equilíbrio e evolução. 
Os terrenos do NE de Moçambique encontram-se estruturados por dois principais eventos 
orogénicos megascalares, nomeadamente, Cinturão Orogénico Moçambicano (COM) e Ciclo 
Orogénico Pan-Africano (COP). Na bibliografia de língua inglesa, o COM é mais conhecido por 
Mozambique Belt. 
11 
 
6.3.3.5.2.Geologia da cidade de Quelimane 
Geologicamente a cidade de Quelimane é caracterizada pela ocorrência de paragneísseis de grau 
elevado de metamorfismo, anfibolítos, gneísseis anfíbolicos, quartzitos, gneísseis granulíticos, 
mangeritos gneissícos, migmatitos e rochas plutónicas. 
6.3.3.5.3. Unidades Lito – estratigráficas 
 Grupo de Molócuè 
 Suíte de Mocuba 
 Gnaisses de Mamala e Rapale 
 Suite Culicui 
 Grupos de Mecuburi e Alto Benfica 
 Suíte Serra Morrumbala 
6.3.3.5.4. Hidrogeologia Regional 
Sob ponto de vista Hidrogeológico,os aquíferos de Moçambique encontram-se divididos em 3 
domínios (A, B, C), esta divisão baseia-se no tipo dominante da porosidade, na extensão dos 
aquíferos e na produtividade das formações (D.N.A, 1987). O Domínio A corresponde aos 
aquíferos em que a água circula predominantemente através de espaços intergranulares, os poros; 
O domínio B corresponde aos aquíferos em que a água circula predominantemente através de 
fracturas e de fissuras e o Domínio C abrange áreas em que a ocorrência de águas subterrâneas é 
limitada ou local e áreas desprovidas de recursos de águas subterrâneas. A porosidade dos 
aquíferos neste domínio pode ser do tipo intergranulares ou de fissuras. Com base nos caudais 
previstos nos furos, estes domínios por sua vez são subdivididos em três diferentes grupos: A1-
A3, B1-B3 e C1-C3 (sendo 1 mais produtivo que 3, e 2 intermédio). 
Ainda segundo a AFRICA GROUNDWATER ATLAS, (2015): 
A produtividade dos aquíferos das áreas de complexo de base, 
depende principalmente da espessura e textura do manto de alteração 
e da presença de fracturas características. Devido à natureza 
localizada das fracturas e às condições atmosféricas, os aquíferos são 
tipicamente de forma limitada e descontínua. As excepções 
correspondem a zonas de falhas e fracturas, vales cheios de aluvião 
12 
 
não consolidado, ou onde o manto de alteração é particularmente 
espesso (20 a 50 m), em que são possíveis rendimentos de até 5m3/h. 
 
Figura 2. Enquadramento Hidrogeológico, Extraído da Carta hidrogeológica de Moçambique de Escala 
1:1000000 (D.N.A, 1987). 
A cidade de Quelimane pertence a Província hidrogeológica do Complexo de Base e é dominado 
pelo Domínio C2 (Figura 4), que abrange áreas de permeabilidade baixa em que a ocorrência da 
água subterrânea é limitada (produtividade menor que 3m3/h), ou local, a porosidade dos 
aquíferos pode ser do tipo intergranular ou fissural. Em seu estado inalterado, não fracturado, as 
rochas duras (resistentes ao intemperismo) do Complexo de Base não tem praticamente nenhuma 
permeabilidade. 
A água subterrânea é armazenada e flui através de fracturas, quando existem, e um manto de 
alteração que se desenvolve na parte superior da rocha, menos desenvolvido, cuja espessura 
raramente atinge os 20m limitando a ocorrência de água subterrânea (AFRICA 
GROUNDWATER ATLAS, 2015). 
 
13 
 
7.FUNDAMENTACAO TEÓRICA 
7.1. Conceitos básicos 
7.1.1. Avaliação da qualidade de água subterrânea 
Avaliação da qualidade de água subterrânea pode ser realizada por meio da análise de diferentes 
parâmetros físico-quimicos e bacterioriologicos, bem como aplicação de diferentes índices. 
Como essa avaliação envolve a análise de muitos dados e variáveis. Uma solução pode ser dada, 
pelo tratamento multivariado dos dados (FRANCA et al,2018). 
7.1.2. Hidrogeologia 
7.1.3. Águas subterrâneas 
Em geologia considera-se água subterrânea toda aquela água que ocupa todos os espaços vazios 
de uma formação geológica, os chamados aquíferos. Estão disponíveis em todas as regiões da 
Terra, constituindo importante recurso natural. Essas são utilizadas frequentemente para 
abastecimento doméstico, irrigações em áreas rurais e fins industriais (TUNDISI, 2003). Em 
geral, as águas subterrâneas apresentam características físicas perfeitamente compatíveis com os 
padrões de água potável, sendo uma fonte rica para o abastecimento hídrico das cidades, diante 
do aumento populacional (VELOSO, 2006). 
7.1.4. Ambientes de ocorrência das águas subterrâneas 
As águas subterrâneas ocorrem em dois tipos principais de ambientes geológicos (LUIZ, s/d): 
 Nas bacias sedimentares, que abrigam grandes espessuras de sedimentos e de rochas 
sedimentares; 
 Nas áreas de embasamento, onde rochas ígneas e metamórficas afloram ou são recobertas 
por uma pequena espessura de sedimentos. 
Nas bacias sedimentares a água subterrânea pode encontrar-se em aquíferos constituídos de 
sedimentos inconsolidados (areias, cascalhos) ou de rochas sedimentares (arenitos, calcários, 
dolomitos), que ocorrem na forma de camadas extensas ou de lentes ou, ainda, na forma de 
paleocanais(GONÇALVES,2001). 
 
14 
 
 
Figura 3: Ocorrência de águas subterrâneas nas bacias sedimentares. 
Fonte: LUIZ, s/d. 
Nas áreas de embasamento a maior quantidade de água encontra-se normalmente nas fracturas 
que cortam rochas intrusivas, derrames basálticos ou rochas metamórficas. A água pode também 
ser retirada das zonas de alteração dessas rochas ou de paleovales nelas encaixados (LUIZ, s/d). 
 
Figura 4: Ocorrência de águas subterrâneas nas áreas de embasamento. 
Fonte: LUIZ, s/d. 
Segundo BRAGA (2007), nas regiões em que existe pequena espessura de material sedimentar, a 
quantidade de água subterrânea que pode ser retirada do subsolo é geralmente muito pouca. 
Quantidades apreciáveis de água subterrânea podem, entretanto, ser retiradas de fracturas das 
rochas do basamento que repousam logo abaixo do material sedimentar. 
15 
 
7.1.5. Armazenamento das águas em rochas 
As águas subterrâneas armazenam-se em espaços vazios nos materiais geológicos (solos e 
rochas), caracterizados por espaços intergranulares ou por espaços abertos pelo fracturamento ou 
fissuramento das rochas e por espaços gerados pela dissolução de minerais (ALMEIDA et al., 
2006). Os materiais geológicos que apresentam porosidade intercomunicável compõem os 
aquíferos. 
7.1.6. Classificação das formações geológicas armazenadoras das águas subterrâneas 
As formações geológicas armazenadoras das águas subterrâneas possuem duas características 
fundamentais: a primeira é a aptidão de armazenar água e a segunda corresponde com a 
capacidade de escoar a água subterrânea (FOSTER et al, 2003). Segundo BRAGA (s/d), as 
formações geológicas são classificadas em quatro grupos de acordo com a menor ou maior 
facilidade de armazenar e transmitir águas subterrâneas: 
 Aquífugo: Formações geológicas impermeáveis e sem vazios que não armazenam nem 
transmitem água (ex: os maciços graníticos sãos e não fracturados, formações metamórficas não 
alteradas e sem fendas e fracturas); 
Aquitardo: Formações geológicas que podem armazenar água, mas que a transmitem lentamente 
não sendo rentável o seu aproveitamento a partir de captações (ex: formações constituídas de 
argilas siltosas ou silto-arenosas); 
 Aquiclude: Formações geológicas que podem armazenar água, mas não a transmitem (a agua 
não circula), por possuírem características de retenção muito fortes (praticamente são 
impermeáveis), não possibilitando assim a sua extracção (ex: formações elevadas teor em argila); 
 Aquíferos: formações geológicas ou rochas que armazenam água e permitem sua circulação, 
são verdadeiros reservatórios de águas subterrâneas. 
Deste modo, para ser classificada como aquífero, uma formação geológica deve conter poros ou 
espaços abertos repletos de água; além disso, esses poros devem ser suficientemente grandes em 
ordem a permitirem à água mover-se através deles, em direcção aos poros e nascentes, com uma 
vazão apreciável (MONTEIRO, 1999). 
16 
 
 7.1.7. Os aquíferos 
TEIXEIRA et al, (2008) denomina aquíferos como sendo unidades rochosas ou de sedimentos, 
porosos e permeáveis, que armazenam e transmitem volumes significativos de água subterrânea 
passíveis de ser explorados pela sociedade. ALMEIDA et al, (2006) consideram que aquífero é 
um reservatório de água subterrânea, que se forma naturalmente em formações geológicas 
contendo poros ligados entre si, podendo armazenar a água em grandes quantidades e transmiti-
la com relativa rapidez. Podem ter extensões em área que variam de dezenas de m² a milhares de 
km² e espessuras que variam de poucos metros a centenas de metros. 
Segundo TEIXEIRA et al, (2008) muito embora os aquíferos formem o maior reservatório de 
água líquida do mundo, sua distribuição não é igual no planeta. Algumas áreas possuem uma 
abundância desterecurso enquanto em outras é quase inexistente. 
7.1.8. Classificação dos aquíferos 
Segundo PINTO-COELHO e HAVENS (2015) os reservatórios subterrâneos naturais onde a 
água se armazena (aquíferos) podem ser classificados de duas formas: segundo a camada 
confinante e segundo a composição dos materiais geológicos e a forma como a água é 
armazenada. 
7.1.8.1. Classificação dos aquíferos segundo a camada confinante 
De acordo com BRAGA (s/d), segundo a camada confinante, os aquíferos podem ser: 
Aquíferos Livres ou Freáticos: é um extratos permeável, parcialmente saturado de água, cuja 
base é uma camada impermeável ou semipermeável. O topo é limitado pela própria superfície 
livre da água também chamado de superfície freática, sobre pressão atmosférica; 
 Aquíferos Confinados ou Artesianos: é um aquífero completamente saturado de água, cujo 
limite superior (teto) e inferior (piso) são extractos impermeáveis. A água desse aquífero chama-
se artesiana ou confinada e sua pressão é, geralmente, mais alta que a pressão atmosférica. Por 
isso quando se perfura o aquífero, a água sobe para um nível bem superior, podendo até jorrar. 
17 
 
7.1.8.2. Classificação dos aquíferos em função da composição dos materiais geológicos e a 
forma como a água é armazenada 
Segundo COSTA (2008), em função da composição dos materiais geológicos e a forma como as 
águas são armazenadas, os aquíferos podem ser classificados em Granulares, Cársticos e 
Fracturados. 
 
Figura 5: Aquíferos: (A) Granular; (B) Cársico; e (C) Fraturados. 
Fonte: VALLEJO et al, 2002 apud COSTA, 2008. 
Aquífero granular – formado por rochas sedimentares não consolidadas, onde a circulação da 
água se faz nos poros formados entre os grãos de areia, silte e argila. Constituem os mais 
importantes aquíferos, pelo grande volume de água que armazenam, e pela ocorrência em 
grandes áreas. Estes aquíferos ocorrem nas bacias sedimentares e zonas de planícies onde se 
acumularam sedimentos arenosos; 
Aquífero cárstico – formado em rochas calcárias ou carbonatadas, onde a circulação da água se 
faz nas fracturas e por outras descontinuidades (diáclases) que resultaram da dissolução do 
carbonato pela água, podendo atingir aberturas muito grandes, criando verdadeiros rios 
subterrâneos. 
Aquífero fracturados – formado por rochas ígneas e metamórficas, por exemplo: basalto, 
granitos, gabros, xistos, etc. A circulação da água faz-se nas fracturas, fendas e falhas, abertas 
devido as tensões tectónicas. A capacidade dessas rochas de acumularem água está relacionada à 
quantidade de fracturas, á abertura e intercomunicação, permitindo a infiltração e fluxo da água. 
Os aquíferos fracturados caracterizam-se por ser um meio hidraulicamente descontínuo, 
heterogéneo e anisotrópico. Não apresentam parâmetros hidrodinâmicos constantes, pois a 
porosidade é meramente função das fracturas, que não se distribuem homogeneamente por todo 
aquífero (COSTA, 2008). A área de recarga dos aquíferos fracturados relaciona-se à infiltração 
que ocorre a partir dos cursos de água que estão encaixados em um sistema integrado de 
18 
 
fracturas. O reabastecimento é realizado, também, a partir da infiltração directa das águas das 
chuvas, através dos solos residuais (BRAGA, 2000). 
7.1.8.3. Classificação hidrogeológica das formações rochosas 
 A capacidade de armazenar a água e permitir a sua circulação, permitem agrupar as formações e 
estruturas geológicas em quatro grandes tipos segundo SINGHAL e GUPTA (1999): o grupo das 
rochas cristalinas, grupo das rochas vulcânicas, grupo das rochas carbonatadas e das rochas 
clásticas. 
Tabela 1: Classificação hidrogeológica das rochas. Fonte: Adaptado de SINGHAL e GUPTA (1999). 
Grupo de rochas Tipos de rochas e exemplos 
Principais meios de ocorrência 
de água 
Cristalinas Rochas Ígneas intrusivas: granito etc.; 
Metamórficas: xistos, gnaisses, etc. 
Zonas de alteração física e química 
(diáclases, falhas, planos de 
foliação). 
 Vulcânicas 
 
Rochas Vulcânicas: basaltos, andesitos, 
riólitos, etc. 
Zona de alteração física e química. 
Diáclases falhas, vesículas e 
descontinuidades entre camadas 
Carbonatadas 
 
Rochas Carbonatadas: calcário e 
dolomite 
Descontinuidades: falhas, 
diáclases; cavidades de dissolução. 
Clásticas Rochas sedimentares consolidadas: 
siltitos, arenitos, conglomerados, etc. 
Rochas Sedimentares não consolidadas: 
Cascalho, areia, silte, etc. 
Espaços intergranulares (Poros); 
diáclases, falhas. 
 7.1.8.4. Permeabilidade e Porosidade 
Porosidade é a capacidade que o solo ou rocha tem de armazenar água. É medida pelo 
percentual de volume ocupado pelos vazios ou poros no volume do corpo rochoso. 
Permeabilidade é a capacidade que tem a rocha ou solo para armazenar e transmitir a água. Ela 
depende do tamanho dos poros e da intercomunicação entre eles (CAPUCCI et al, 2001). As 
rochas sedimentares (rochas moles) têm alta porosidade ao contrário das rochas cristalinas 
(rochas duras), mas nem todas possuem alta permeabilidade. As argilas têm poros tão pequenos 
que não deixam passar água, sendo por isso consideradas praticamente impermeáveis. Outras 
rochas sedimentares como os arenitos e areias inconsolidadas possuem tanto porosidade quanto 
permeabilidade elevadas. Já nas rochas cristalinas, a permeabilidade será proporcional ao 
número de fracturas e interconexão entre elas (CAPUCCI et al, 2001). 
19 
 
Para existir água subterrânea, a água meteórica terá de conseguir atravessar e circular através das 
formações geológicas que têm de ser porosas e permeáveis. As rochas ígneas e metamórficas não 
alteradas são fracos aquíferos, em virtude de apresentarem baixa permeabilidade e porosidade 
(ABOO, 2013). 
 7.1.8.7. Hidrogeoquímica Natural das Águas Subterrâneas 
A hidrogeoquímica é uma ciência multidisciplinar, com enfoque voltado para a compreensão da 
origem dos constituintes presentes na água subterrânea e da evolução química que ocorre nos 
sistemas de fluxos subterrâneos. 
7.1.8.6. Parâmetro em análise para controlo de qualidade das águas subterrâneas 
Segundo Freitas (2013), a qualidade da água é definida por sua composição e pelo conhecimento 
dos efeitos que podem causar seus constituintes. O conjunto destes constituintes permite que se 
estabeleçam padrões de qualidade, classificando-os, de acordo com seus usos (consumo humano, 
dessedentação animal, irrigação, industrial, piscicultura, aquicultura, recreação e urbano). A 
disponibilidade dos recursos subterrâneos para determinado tipo de uso depende, 
fundamentalmente, da qualidade físico-química e bacteriológica da água. 
Físico-química: analisa o grau de presença de substâncias químicas na água bem como suas 
características organoléticas. 
Microbiológica: detecta a presença de microrganismos. As análises bacteriológicas têm como 
foco principal a identificação de Escherichia coli, principal indicador de contaminação e de 
bactérias que fazem parte do grupo de coliformes totais. 
Em Moçambique é a Lei no16/91 de 3 de agosto estabelece os padrões de qualidade da água 
destinada ao consumo humano é definido pelo Decreto do Ministério da Saúde 
(MOÇAMBIQUE). Esta Portaria visa à proteção da saúde pública e o controle de substâncias 
potencialmente prejudiciais à saúde, como microrganismos patogénicos, substâncias tóxicas ou 
venenosas e elementos radioativos, aplica à água destinada ao consumo humano proveniente de 
sistema e solução alternativa, coletiva ou individual de abastecimento de água. Os parâmetros 
são dispostos com seus respectivos valores máximos permitidos (VMP). 
20 
 
 7.1.8.7.Parâmetros físicos 
Cor - responsável pela coloração da água, é constituída por material sólido dissolvido. Ela pode 
ser de origem natural (decomposição da matéria orgânica gerando ácido húmico ou pela presença 
de 𝐹𝑒 ou 𝑀𝑛) ou de origem antropogénica (resíduos industriais como corantes ou esgotos 
domésticos).Turbidez - representa o grau de interferência com a passagem da luz através da água, 
conferindo uma aparência turva à mesma. A fonte é sólida em suspensão que pode ser de origem 
natural (partículas de rocha, areia e silte, além de algas e outros minerais) ou antropogénica 
(despejos domésticos, industriais, microorganismos e erosão). 
 Sólidos dissolvidos: material que passa através do filtro. Representam a matéria em solução ou 
em estado coloidal presente na amostra do efluente. 
Temperatura: é a medida de aquecimento ou arrefecimento do corpo, sendo originada de forma 
natural. A sua importância consiste no facto de que ela afecta a taxa das reacções químicas e 
biológicas assim como a solubilidade dos gases (𝑂2 e 𝐻2𝑆), Este parâmetro é utilizado na 
caracterização de corpos de água e da água bruta. 
pH é um parâmetro que indica a concentração de iões H+ em uma amostra, ou seja, é indicador 
da acidez ou basicidade da água. A água de qualidade para fins do consumo deve apresentar-se 
na faixa de pH (6.5-8.5); acima desta, pode causar desequilíbrio nutricional ou pode conter um 
ião tóxico que pode causar irritação da pele e abaixo da faixa pode causar corrosão nas 
tubulações (CHIBANTÃO, 2012). 
Para a sua medição utiliza-se um condutivímetro, que é dotado de eléctrodo de vidro em 
associação com soluções indicadoras ou papel indicador. 
Condutividade: é a capacidade da água transmitir a corrente eléctrica pela presença de iões 
(catiões e aniões). A sua origem é da dissociação de substâncias que se encontram dissolvidas na 
água. Para a sua medida é utilizado um condutivímetro que fornece o resultado em microsiemens 
por centímetro (μS/cm) ou em milisiemens por centímetro (mS/cm) (SOUZA, 2006). 
7.1.8.8. Parâmetros químicos 
Alcalinidade: causada por sais alcalinos, principalmente de sódio e cálcio; mede a capacidade da 
água de neutralizar os ácidos fortes até um determinado 𝑃𝐻; em teores elevados, pode 
21 
 
proporcionar sabor desagradável à água, tem influência nos processos de tratamento da água. 
Para medir alcalinidade em laboratório, utiliza-se o ácido sulfúrico. 
A alcalinidade é devida principalmente à presença de bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos. Os 
compostos mais comuns são os seguintes: 
 Hidróxidos de cálcio ou de magnésio; 
 Carbonatos de cálcio ou de magnésio; 
 Bicarbonatos de cálcio ou de magnésio; 
 Bicarbonatos de sódio ou de potássio. 
A presença demasiada dos iões HCO3- e CO3+3 pode provocar a precipitação do cálcio nas 
tubulações, diminuindo a eficiência de aplicação da água e elevando o risco de maior quantidade 
de sódio (BOANA, 2011). 
Dureza é a soma de cálcio (Ca+) e magnésio Mg+ e é tida como uma medida da capacidade da 
água de precipitar sabão. O sabão é precipitado principalmente pela presença de iões cálcio e 
magnésio. Outros catiões, como por exemplo, ferro, manganês e zinco, podem precipitar o sabão; 
porém, geralmente estão presentes na água na forma de complexos, frequentemente com 
constituintes orgânicos, e na sua participação na dureza da água é mínima. O cálcio e magnésio 
estão presentes na água, principalmente nas seguintes formas: - Bicarbonato de cálcio e de 
magnésio designa-se por dureza temporária; - Sulfato de cálcio e de magnésio designa-se por 
dureza permanente (BOANA, 2011). 
 Em concentrações elevadas consomem muito sabão na limpeza em geral, deixam resíduos 
insolúveis e causam corrosão e incrustações nas tubulações, tradicionalmente, a dureza exprime a 
capacidade de a água reagir com sabões. Actualmente, utiliza-se o método de titulação com 
EDTA (ácido etileno diaminotetracético), para analisar dureza. Classificação das águas, em 
termos de dureza em 𝐶𝑎𝐶𝑂3: 
 Menor que 50mg/L CaCO3- água mole; 
 Entre 50 e 150mg/L CaCO3- água com dureza moderada; 
 Entre 150 e 300mg/L CaCO3- água dura; 
 Maior que 300mg/L CaCO3- água muito dura (CHIBANTÃO, 2012). 
22 
 
Cloreto: é um dos aniões presentes em grande quantidade na água, e pode dar uma ideia do seu 
grau de salinidade. A sua presença na água é devida à contaminação por águas de esgotos, 
dissolução de minerais ou da intrusão de águas do mar. O cloreto provoca sabor salgado na água, 
sendo o cloreto de sódio o mais restritivo por provocar sabor em concentrações da ordem de 
250mg/L,valor este que é tomado como padrão de potabilidade (BOANA, 2011). 
Nitrogénio: pode estar presente na água sob várias formas: molecular ou iónica (amónia, nitrito, 
nitrato), é um elemento indispensável ao crescimento de algas, mas, em excesso, pode ocasionar 
um exagerado desenvolvimento desses organismos, fenómeno chamado de eutrofização. A 
presença do ião nitrato, na água, pode causar a metemoglobinemia. As causas do aumento do 
nitrogénio na água são devido aos esgotos domésticos e industriais, fertilizantes, excrementos de 
animais (BOANA, 2011). 
O nitrogénio é encontrado essencialmente na atmosfera na forma molecular (N2), porém de 
pouca reactividade. O ciclo deste elemento permite a existência de várias espécies, sendo 
amónia, nitrato e nitrito as principais, ocorrendo em trocas constantes nas geosferas (rocha, água, 
ar, solo e organismos). São as seguintes as fontes de nitrato que podem interagir com as águas 
subterrâneas: jazidas minerais, adubos químicos, águas pluviais, algas azuis e verdes, plantas 
leguminosas e efluentes domésticos e industriais, (MATHESS,1980). 
Sódio Na+: o sódio é um elemento químico quase sempre esta presente nas águas subterrâneas. 
A sua principal fonte mineral (feldspatos plagioclásios) é pouco resistente aos processos 
intempéricos, principalmente a química. Os sais formados nestes processos são muito solúveis. 
Nas águas subterrâneas o teor de sódio varia entre 0,1 e 100mg/L. A quantidade de sódio 
presente na água é um elemento limitante de seu uso na agricultura. Em aquíferos, a presença de 
sódio na água poderá estar relacionada a intrusão da água do mar (SOUZA, 2006). 
Ferro aparece principalmente em águas subterrâneas devido à dissolução do minério pelo gás 
carbónico da água. Apesar de não se constituir em um tóxico, o ferro traz diversos problemas 
para o abastecimento público de água. Confere cor e sabor à água, provocando manchas em 
roupas e utensílios sanitários. Também traz o problema do desenvolvimento de depósitos em 
canalizações e de ferro-bactérias, provocando a contaminação biológica da água na própria rede 
de distribuição. Por estes motivos, o ferro constitui-se em padrão de potabilidade (Cetesb 2001). 
23 
 
O ferro é encontrado praticamente em todas as águas, porém, quando encontrado em teores 
superiores a 0,2 mg/L, a água tem sua cor, odor e sabor alterados. Teores de ferro dessa ordem 
tendem a reduzir a aceitação da água pela população, pelo fato de causarem manchas em roupas 
e pisos, entre outros inconvenientes. Nesses casos, a população busca outras fontes de 
abastecimento, em geral poços escavados rasos, cuja água pode apresentar teores elevados de 
substâncias tóxicas a exemplo do nitrato (NO3-) e do amônia (NH4+). Assim sendo, é 
importante que a água fornecida à população apresente baixos teores de ferro dissolvido, de 
forma a garantir a sua aceitação pelos consumidores. Além da rejeição da água pelos 
consumidores, a presença de ferro na água pode implicar na sua precipitação nos filtros ou no 
pré-filtro de poços, reduzindo a eficiência destes. A precipitação de ferro nos sistemas de 
distribuição de água também é outro problema frequente. 
7.1.8.9. Contaminação das águas subterrâneas 
A contaminação é a presença de concentrações elevadas de substâncias na água, isto é, 
concentrações que estão acima do nível base estabelecido. Por sua vez, a poluição é a introdução 
pelo Homem, directa ou indiretamente, de substâncias no meio aquático, resultando em efeitos 
nocivos que prejudiquem os seres vivos e representam um perigo para a saúde humana. A 
poluição das águas subterrâneas égeralmente difícil de detectar. Na maioria das vezes, a 
contaminação só é descoberta no momento em que substâncias nocivas aparecem nos 
reservatórios de água potável, quando a poluição já se espalhou sobre uma grande área 
(CAPUCCI et al, 2001). 
 A água subterrânea poluída só pode ser descontaminada por intermédio de processos caros e 
demorados através de sofisticadas tecnologias. Nos piores casos, o abandono completo da sua 
utilização durante muito tempo é a melhor solução. Estes factos são cada vez mais reconhecidos 
pela comunidade internacional, pelo que a ciência e a tecnologia se encontram cada vez mais 
empenhadas em ajudar, de forma a evitar os efeitos mais nocivos. Os preciosos recursos de água 
subterrânea precisam, cada vez mais, de ser protegidos e bem geridos, de forma a permitir a sua 
utilização sustentável a longo prazo. 
Da mais variadas fontes de contaminação das águas subterrâneas destacam-se as operações 
mineiras, fossas mal construídas, a sobreexploração dos aquíferos costeiros, as lixeiras a céu 
aberto, os aterros sanitários de construção defeituosa, os esgotos subterrâneos, a injecção e 
24 
 
armazenamento de resíduos perigosos no subsolo, efluentes urbanos e industriais, os adubos, 
fertilizantes e pesticidas usados intensivamente nas actividades agrícolas, a deposição de dejectos 
animais resultantes das actividades agro-pecuárias. 
Em Moçambique existem cerca de 20 mil fontes de água subterrânea (poços e furos), inclusive 
algumas capitais provinciais como Pemba, Quelimane, Tete e Xai-Xai, dependem quase 
exclusivamente das águas subterrâneas. O abastecimento a partir destas fontes é feito por 
pequenos operadores privados, cujo número tende a crescer e registam-se casos de poluição dos 
aquíferos, resultante da ocupação desordenada do solo, fossas sépticas mal construídas, a sobre 
exploração dos aquíferos costeiros e lixeiras a céu aberto nas principais capitais provinciais. É de 
salientar que em Moçambique desde a independência em 1975 até ao ano 2011, não existia 
nenhuma lei que regulasse as actividades de pesquisa e captação de águas subterrâneas, este 
facto também contribuiu para a gestão inadequada dos recursos subterrâneos por parte das 
populações locais. Mesmo com a regulamentação das águas subterrâneas, o país ainda tem pela 
frente muito trabalho, desde a inventariação dos poços e furos e a sensibilização da população 
(ABOO, 2013). 
7.2. Valores recomendáveis de parâmetros referentes á qualidade de água para fins de 
consumo humano. 
Tabela 2: Valores limites recomendáveis de parâmetros físico-químicos referentes à qualidade da água para o 
consumo. 
Característica 
Limite Admissível Unidades 
Mínimo Máximo 
PH 6,5 8,5 ------ 
Condutividade eléctrica 50 2000 μS/cm 
Turvação 
 
0,5 5 NTU 
Deposito --- Ausente ---- 
Cor --- 15 TCU 
Nitratos --- 50 𝑚𝑔/𝑙𝑁𝑂3
− 
Nitritos --- 3 𝑚𝑔/𝑙𝑁𝑂2
− 
Cloretos ---- 250 𝑚𝑔𝑙𝐶𝑙− 
Amoníaco como 𝑁𝐻4
+ --- 1,5 𝑚𝑔/𝑙𝑁𝐻4
+ 
25 
 
Dureza Total --- 500 𝑚𝑔/𝑙𝐶𝑎𝐶𝑂3 
Sulfatos --- 400 𝑚𝑔/𝑙𝑆𝑂4 
Sólidos Totais dissolvidos 
 
---- 1000 𝑚𝑔/𝑙 
Matéria Orgânica --- 3 𝑚𝑔/𝑙𝑂2 
Sódio -- 200 𝑚𝑔/𝑙 𝑁𝑎+ 
Potássio -- 50 𝑚𝑔/𝑙𝐾+ 
Cálcio --- 50 𝑚𝑔/𝑙𝐶𝑎 
Magnésio --- 50 𝑚𝑔/𝑙𝑀𝑔 
Manganês --- 0,4 𝑚𝑔/𝑙𝑀𝑛 
Ferro Total ---- 0,2 𝑚𝑔/𝑙𝐹𝑒 
Fonte: MISAU 
7.2.1. Métodos de análise 
Para a análise das amostras da água foram usados métodos clássicos como a volumetria para a 
determinação de Cl-, dureza total. Também foram usados métodos instrumentais como 
fotometria de chama (FC) para análise CE por condutimetria; turvação por turbidimetria portátil 
e NO3- por Espectrofotometria UV-Visível. 
7.2.2. Volumetria 
A volumetria é efectuada fazendo-se reagir uma solução de concentração rigorosamente 
conhecida (solução - padrão) geralmente contida numa bureta com a solução de concentração 
desconhecida (VOGEL, 1992). 
7.2.3. Turbidimetria 
A turbidimetria baseia-se no fenómeno do espalhamento da radiação electromagnética por 
partículas em suspensão com dimensões de 1 ηm a 1μm (GONÇALVES, 2001). Quando se faz 
passar um feixe de radiação através de uma suspensão não absorvente, uma parte deste feixe de 
radiação é espalhada e isto faz com que ocorra uma atenuação na potência do feixe incidente. A 
turbidimetria utiliza a medida da atenuação na potência do feixe incidente, relacionando com a 
concentração da espécie química em suspensão (SILVA, 2008). 
 
26 
 
7.2.4. Condutimetria 
A condutimetria baseia-se em medidas da condutividade ou condutância eléctrica das soluções 
iónicas. A condução da electricidade está relacionada com a migração de iões negativos e 
positivos, quando se aplica uma diferença de potencial entre dois eléctrodos mergulhados na 
solução electrolítica. Os iões negativos migram para o eléctrodo positivo e os iões positivos para 
o eléctrodo negativo. A condutância de uma solução iónica depende da natureza dos iões, ou 
seja, da carga, da mobilidade dos iões e do número de iões presentes (COSTA, 1987). 
7.2.5. Fotometria de chama 
A fotometria de chama é a mais simples das técnicas analíticas baseadas em espectroscopia 
atómica. Nesse caso, a amostra contendo catiões metálicos é inserida em uma chama e analisada 
pela quantidade de radiação emitida pelas espécies atómicas ou iónicas excitadas. Os elementos 
ao receberem energia de uma chama geram espécies excitadas que, ao retornarem para o estado 
fundamental, libertam parte da energia recebida na forma de radiação, em comprimentos de onda 
característicos para cada elemento químico (OKUMURA et al, 2004). Este método é aplicado 
normalmente na determinação de metais alcalinos, especificamente Na, K e Li podendo também 
ser usado para determinação de metais alcalino-terrosos. Estes elementos são distinguíveis pela 
coloração característica que emitem quando são submetidos ao aquecimento numa chama. A 
fotometria de chama apresenta interferência, sendo a mais importante a de ionização 
(GONÇALVES, 2001). 
7.2.6.Espectrofotometria UV-Visível 
Nesta técnica um feixe de luz dos comprimentos de onda da região do ultravioleta e visível 
atravessa pelo espécimen e a sua intensidade antes e depois da interacção com a amostra é 
medida de modo a determinar a luz transmitida ou absorvida pela amostra (OKUMURA et al, 
2004). 
7.2.7. Parâmetros de qualidade de água destinada ao consumo Humano 
Segundo Freitas (2013), a qualidade da água é definida por sua composição e pelo conhecimento 
dos efeitos que podem causar seus constituintes. O conjunto destes constituintes permite que se 
estabeleçam padrões de qualidade, classificando-os, de acordo com seus usos (consumo humano, 
dessedentação animal, irrigação, industrial, piscicultura, agricultura, recreação e urbano). 
27 
 
A disponibilidade dos recursos subterrâneos para determinado tipo de uso depende, 
fundamentalmente, da qualidade físico-química e bacteriológica da água. 
Físico-química: analisa o grau de presença de substâncias químicas na água bem como suas 
características organoléticas. 
Microbiológica: detecta a presença de microrganismos. As análises bacteriológicas têm como 
foco principal a identificação de Escherichia coli, principal indicador de contaminação e de 
bactérias que fazem parte do grupo de coliformes totais. 
7.2.8. Parâmetros microbiológicos 
Coliformes são indicadores da presença de micro-organismos patogénicos na água os coliformes 
fecais existentes em grande quantidade nas fezes humanas quando encontrados na água significa 
que a mesma recebeu esgotos domésticos, podendo conter micro-organismos causadores de 
doenças. 
O grupo de bactérias denominado coliforme comporta todos os bacilos aeróbicos e é composto 
por Escherichia, Citrobacter, Klesbiella e Enterobacter. Nem todos esses organismos são 
patôgenos, ou só habitam o trato gastrointestinal. Podem ser encontrados em pastagens, solos, 
plantas submersas e mesmo em outroslugares do organismo, sendo por isso, denominados 
“coliformes totais”. Há também os Coliformes Fecais, também chamados de Coliformes 
Termotolerantes, pois toleram temperaturas acima de 40ºC e reproduzem-se nessa temperatura 
em menos de 24 horas. Este grupo é associado às fezes de animais de sangue quente. 
7.2.9. Valores de Parâmetros microbiológicos referentes à qualidade da água para o 
consumo humano. 
Tabela 3: valores de Parâmetros microbiológicos referentes à qualidade da água para o consumo 
humano. 
 
Parâmetro Limite máximo 
admissível 
Unidade Riscos para a 
Saúde publica 
Coliformes totais Ausente NPM/100ml No de 
colonias/100ml 
Doenças 
gastrointestinais 
Coliformes fecais Ausente NPM/100ml No de 
colonias/100ml 
Doenças 
gastrointestinais 
Vibrião cholerae Ausente 1000ml Doenças 
gastrointestinais 
Fonte: MISAU 
28 
 
8.CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES 
Etap
a 
Act\Per 
(mês) 
Abril 
2022 
Maio 
2022 
Junho 
2022 
Julho 
2022 
Agosto 
2022 
Setembro 
2022 
 
1a 
Pesquisa 
bibliográfica 
 
 
2a 
Esboço do 
projecto 
 
 
3a 
Trabalho de 
Campo 
 
 
4a 
Análise e 
compilação 
de dados 
 
 
5a 
Elaboração do 
trabalho final 
 
 
6a 
Defesa do 
trabalho final 
 
9.TABELA DE ORÇAMENTO 
Material Quantidade Preços 
Bloco de notas 1 15.00mt 
Canetas 2 20.00mt 
Lápis 1 35.00mt 
Transporte 2200.00mt 
Alojamento e 
alimentação 
 3500.00mt/4 dias 
Total 5770.00mt 
 
 
 
29 
 
10 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
AFONSO, R. S. A. Geologia de Moçambique. Nota explicativa de carta geológica de 
Moçambique 1: 2000 000. Imprensa Nacional de Moçambique. Maputo, 1976, 175 p. 
ALMEIDA, L. et al. Hidrogeologia do Estado de Goiás e Distrito Federal. Estado de Goiás, 
Secretaria de Industria e Comercio, Superintendência de Geologia e Comercio, 2006. 
BERTONCINI, E.I, Tratamento de efluentes e reuso da agua no meio agrícola, revista 
tecnológica e inovação Agro-pecuária 2008 p 152-169. 
BOWIE, S.H.U. & THORNTON, I. Environmental Geochemistry and Health Report to the 
Royal Society′s Britsh National Committee for problems of the Envinronment. 1998. 
BRAGA, A. C. O. Curso Básico de Geofísica Aplicada Módulo 1: Métodos Geoeléctricos 
Aplicados à Hidrogeologia. Rio Claro: Instituto de Geociências e Ciências exactas/UNESP, 
2001. 
 
BALTAR, C. A. M., SAMPAIO, J. A., ANDRADE, M. C., (2005). Minerais de Titânio, Rio de 
Janeiro, pp.655-662. 
CADOPPI, P., COSTA, M. & SACCHI, R. A cross section of the Namama Thrust belt 
(Mozambique). Journal of African Earth Sciences, 1987, 6: 493-504. 
CASARINI, D.C. P. et al. Relatório de estabelecimento de valores orientadores para solos e 
águas Subterrâneas do Estado de São Paulo. São Paulo: CETESB, 2001. 245p. 
CAPUCCI et al (2001). Poços Tubulares e outras Captações de Aguas Subterrâneas. Projeto 
planágua semads de cooperação técnica brasil – Alemanha. Departamento de recursos minerais -
DRM. p 9-10 COSTA, M. (1987). Métodos de Análise de Água. Editor Ministério da Saúde, 
LNHAA. p A01. 
COUNCIL FOR GEOSCIENCE. Notícia explicativa/map explanation: folhas/sheets1537 Alto 
Molócuè, 1538 Murrupula, 1539 Nampula, 1540 Mogincual, 1637 Errego, 1638 Gilé e 1639–40 
Angoche. Maputo, Ministério dos Recursos Minerais e Energia, Direcção Nacional de Geologia, 
2007, 392 p. 
CRUZ, W, B.; MELO, F. A. M. Estudo Geoquímico Preliminar da Águas Subterrâneas do 
Nordeste do Brasil. Recife: SUDENE, 1968. 125 p. (Série Brasil Sudene, Hidrologia, 19). 
30 
 
DIAS, C. L.; CASARINI, D. C. P. Gerenciamento da qualidade de solos e águas subterrâneas. 
Relatório Técnico de viagem à Holanda. São Paulo : CETESB, 1996. 50p. 
DIRECÇÃO NACIONAL DE ÁGUAS, Notícia Explicativa da Carta Hidrogeológica de 
Moçambique Escala 1:1.000.000, 1987. 
FOSTER, S.; GARDUÑO, H. et al. Groundwater Quality Protection: defining strategy and 
setting priorities GW-MATE Briefing Note n.8. 2003. 
GONÇALVES, J. A. C. Contribuição à hidrogeologia e à hidroquímica do leste da Zona da 
Mata de Minas Gerais e do estremo noroeste do Estado do Rio de Janeiro . Dissertação de 
Mestrado, UFOP. Ouro Preto. 2001, p.101

Continue navegando