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Trabalho de Julio

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FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL
Tema:
Autor: Julio Cumaio
Supervisor: Prof. Eng.o 
 
Maputo, Novembro de 2020
2
Índice
1.	Introdução	3
1.1.	Objectivos	4
1.1.1.	Geral	4
1.1.2.	Específicos	4
2.	Tipos de aquiferos	5
3.	Caracterização da área de estudo	14
3.1.	Localização, Superfície e População	14
3.2.	Geologia	15
3.3.	Clima e Hidrografia	15
4.	Interpretação dos Mapas com o Diagrama de Piper	18
4.2.	Interpretação dos Mapas com o Diagrama de Stiff	19
5.	Conclusões e recomendações	24
6.	Bibliografia	25
Lista de tabelas 
Lista de figuras
Figura 1.1: Localização do distrito de Mocuba	6
6
Introdução 
A água subterrânea é um componente do ciclo hidrológico que infiltra nos solos através do excesso de precipitação pluviométrica, formando os aquíferos que são formações geológicas com capacidade de acumular e transmitir água através de seus poros, fissuras ou espaços resultantes da dissolução e carreamento de materiais rochosos. 
Estas correspondem a aproximadamente 97% da água doce disponível no planeta e ao longo dos anos têm ganhado projecção como alternativa atraente de abastecimento para empreendimentos públicos e privados, pois apresentam baixo custo de tratamento e distribuição sendo naturalmente protegidas de variações sazonais bruscas. Essas águas vêm sendo utilizadas para abastecimento para um número crescente de população do planeta e para irrigação (Ramos e Paixão, 2006).
Em Moçambique existem cerca de 20 mil fontes de água subterrânea (poços e furos), alimentando até mesmo algumas capitais provinciais como Pemba, Quelimane, Tete e Xai-Xai. O abastecimento a partir destas fontes é feito por pequenos operadores privados, cujo número tende a crescer.
Infelizmente, registam-se casos de poluição dos aquíferos, resultante da ocupação desordenada do solo, fossas sépticas mal construídas, a sobre exploração dos aquíferos costeiros e lixeiras a céu aberto nas principais capitais provinciais. Neste trabalho caracteriza-se o sistema de abastecimento de água de Mocuba indicando possibilidades de sua respectiva exploração.
Objectivos 
Geral
Caracterizar o Sistema de abastecimento de água de Mocuba com base em escoamentos subterrâneos
1.1.2. Específicos 
· Fazer uma caracterização hidrogeológica de Mocuba
· Caracterizar e descrever o sistema de abastecimento de água da vila de Marracuene
· Estudar a ocorrência de águas subterrâneas, as suas recargas bem como o sentindo de escoamento.
1.2. Metodologia 
Tipos de aquíferos
Para ser identificado como um aquífero, é preciso que a formação geológica em questão contenha espaços abertos ou poros repletos de água. Isso fará com que a água se desloque por entre eles, sendo esta uma de suas características.
Tipos de aquíferos quanto à porosidade 
1-Aquífero poroso ou sedimentar ocorre nas chamadas rochas sedimentares e constitui o mais importante aquífero pelo grande volume de água que armazena e por sua ocorrência em grandes áreas. A sua porosidade é quase sempre homogeneamente distribuída, permitindo que a água flua para qualquer direcção. 
2-Aquífero fracturado ou fissurado são identificados pelas rachaduras que acumulam água. Elas são originárias de alguma deformação causada quando a rocha enfrenta esforços tensionais de natureza variada. Esse grupo está ligado às rochas do tipo ígneas e metamórficas.
2-Aquífero cárstico são compostas por rochas carbonáticas. Essas, podem gerar grandes rios subterrâneos devido a fissuras localizadas nesse tipo de aquífero. O que, por sua vez, pode alcançar maiores dimensões.
Tipos de aquíferos quanto à pressão 
Aquífero livre ou freático esse tipo está localizado em profundidades curtas. Normalmente, ele se encontra limitado pela própria superfície ou pela capacitação máxima do acúmulo de água. Sua base é composta por uma camada impermeável (de argila, por exemplo), bem como pode ser semipermeável. Nesse tipo de aquífero, temos uma superfície ausente de água, que está sob pressão atmosférica. São aquíferos os que apresentam maiores problemas de contaminação. 
Aquífero confinado também chamados de aquífero sob pressão esta sob uma pressão maior que a atmosférica. Esses tipos de aquíferos tendem a jorrar água em uma velocidade considerável quando têm seus poços perfurados.
Contaminação das águas subterrâneas 
A contaminação é a presença de concentrações elevadas de substâncias na água, isto é, concentrações que estão acima do nível base estabelecido. Por sua vez, a poluição é a introdução pelo Homem, directa ou indirectamente, de substâncias no meio aquático, resultando em efeitos nocivos que prejudiquem os seres vivos e representam um perigo para a saúde humana. 
A poluição das águas subterrâneas é geralmente difícil de detectar. Na maioria das vezes, a contaminação só é descoberta no momento em que substâncias nocivas aparecem nos reservatórios de água potável, quando a poluição já se espalhou sobre uma grande área (CAPUCCI et al, 2001). 
A água subterrânea poluída só pode ser descontaminada por intermédio de processos caros e demorados através de sofisticadas tecnologias. Nos piores casos, o abandono completo da sua utilização durante muito tempo é a melhor solução. Estes factos são cada vez mais reconhecidos pela comunidade internacional, pelo que a ciência e a tecnologia se encontram cada vez mais empenhadas em ajudar, de forma a evitar os efeitos mais nocivos. Os preciosos recursos de água subterrânea precisam, cada vez mais, de ser protegidos e bem geridos, de forma a permitir a sua utilização sustentável a longo prazo.
Da mais variadas fontes de contaminação das águas subterrâneas destacam-se as operações mineiras, fossas mal construídas, a sobre-exploração dos aquíferos costeiros, as lixeiras a céu aberto, os aterros sanitários de construção defeituosa, os esgotos subterrâneos, a injecção e armazenamento de resíduos perigosos no subsolo, efluentes urbanos e industriais, os adubos, fertilizantes e pesticidas usados intensivamente nas actividades agrícolas, a deposição de dejectos animais resultantes das actividades agropecuárias. 
Parâmetros em análise para controlo de qualidade das águas subterrâneas 
A qualidade das águas subterrâneas é dada, a princípio, pela dissolução dos minerais presentes nas rochas que constituem os aquíferos. Mas, ela pode sofrer a influência de outros factores como composição da água de recarga, tempo de contacto água ou meio físico, clima e até mesmo a poluição causada pelas actividades humanas (CAPUCCI et al, 2001).
 Tendo em conta as características organolépticas e composição, a água pode ser classificada em potável, quando pode ser consumida pela população humana sem pôr em perigo a sua saúde, ou seja, deve ser incolor, inodora, e de bom sabor, livre de impurezas que provocam as doenças e não ter propriedades nocivas para a saúde (INGRH, 1997).
 Os parâmetros químicos são os mais importantes para se caracterizar a qualidade da água, pois permitem classificar seu conteúdo mineral, determinar o grau de contaminação, caracterizar picos de concentração de poluentes tóxicos e avaliar o equilíbrio bioquímico que é necessário para a manutenção da vida aquática (MACÊDO, 2001). 
 Parâmetros físicos 
a) Cor - responsável pela coloração da água, é constituída por material sólido dissolvido. Ela pode ser de origem natural (decomposição da matéria orgânica gerando ácido húmico e fúlvico ou pela presença de Fe ou Mn) ou de origem antropogénica (resíduos industriais como corantes ou esgotos domésticos). 
b) Turbidez - representa o grau de interferência com a passagem da luz através da água, conferindo uma aparência turva à mesma. A fonte são sólidos em suspensão que podem ser de origem natural (partículas de rocha, areia e silte, além de algas e outros minerais) ou antropogénica (despejos domésticos, industriais, microorganismos e erosão). 
c) Sólidos dissolvidos: material que passa através do filtro. Representam a matéria em solução ou em estado coloidal presente na amostra do efluente. 
d) Temperatura: é a medida de aquecimentoou arrefecimento do corpo, sendo originada de forma natural. 
A sua importância consiste no facto de que ela afecta a taxa das reacções químicas e biológicas assim como a solubilidade dos gases (O2 e H2S), Este parâmetro é utilizado na caracterização de corpos de água e da água bruta. 
e) Condutividade: é a capacidade da água transmitir a corrente eléctrica pela presença de iões (catiões e aniões). A sua origem é da dissociação de substâncias que se encontram dissolvidas na água. Para a sua medida é utilizado um condutivímetro que fornece o resultado em microsiemens por centímetro (μS/cm) ou em milisiemens por centímetro (mS/cm) (SOUZA, 2006). 
3.10.2. Parâmetros químicos 
a) O pH é um parâmetro que indica a concentração de iões H+ em uma amostra, ou seja, é indicador da acidez ou basicidade da água. A água de qualidade para fins do consumo deve apresentar-se na faixa de pH (6.5-8.5); acima desta, pode causar desequilíbrio nutricional ou pode conter um ião tóxico que pode causar irritação da pele e abaixo da faixa pode causar corrosão nas tubulações (CHIBANTÃO, 2012). 
Para a sua medição utiliza-se um condutivímetro, que é dotado de eléctrodo de vidro em associação com soluções indicadoras ou papel indicador. 
B) Alcalinidade: causada por sais alcalinos, principalmente de sódio e cálcio; mede a capacidade da água de neutralizar os ácidos fortes até um determinado pH; em teores elevados, pode proporcionar sabor desagradável à água, tem influência nos processos de tratamento da água. Para medir alcalinidade em laboratório, utiliza-se o ácido sulfúrico. 
A alcalinidade é devida principalmente à presença de bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos. Os compostos mais comuns são os seguintes: 
1. Hidróxidos de cálcio ou de magnésio; 
1. Carbonatos de cálcio ou de magnésio; 
1. Bicarbonatos de cálcio ou de magnésio; 
1. Bicarbonatos de sódio ou de potássio. 
A presença demasiada dos iões HCO3- e CO32- pode provocar a precipitação do cálcio nas tubulações, diminuindo a eficiência de aplicação da água e elevando o risco de maior quantidade de sódio (BOANA, 2011). 
c) Dureza: é a soma de cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+) e é tida como uma medida da capacidade da água de precipitar sabão. 
O sabão é precipitado principalmente pela presença de iões cálcio e magnésio. Outros catiões, como por exemplo, ferro, manganês e zinco, podem precipitar o sabão; porém, geralmente estão presentes na água na forma de complexos, frequentemente com constituintes orgânicos, e na sua participação na dureza da água é mínima. O cálcio e magnésio estão presentes na água, principalmente nas seguintes formas: - Bicarbonatos de cálcio e de magnésio designa-se por dureza temporária; - Sulfatos de cálcio e de magnésio designa-se por dureza permanente (BOANA, 2011). Em concentrações elevadas consomem muito sabão na limpeza em geral, deixam resíduos insolúveis e causam corrosão e incrustações nas tubulações, tradicionalmente, a dureza exprime a capacidade de a água reagir com sabões. Actualmente, utiliza-se o método de titulação com EDTA (ácido etileno diaminotetracético), para analisar dureza. Classificação das águas, em termos de dureza (em CaCO3): 
1. Menor que 50 mg/L CaCO3 - água mole; 
1. Entre 50 e 150 mg/L CaCO3 - água com dureza moderada; 
1. Entre 150 e 300 mg/L CaCO3 - água dura; 
1. Maior que 300 mg/L CaCO3 - água muito dura (CHIBANTÃO, 2012). 
d) Cloreto: é um dos aniões presentes em grande quantidade na água, e pode dar uma ideia do seu grau de salinidade. A sua presença na água é devida à contaminação por águas de esgotos, dissolução de minerais ou da intrusão de águas do mar. O cloreto provoca sabor salgado na água, sendo o cloreto de sódio o mais restritivo por provocar sabor em 
concentrações da ordem de 250mg/L, valor este que é tomado como padrão de potabilidade (BOANA, 2011). 
e) Nitrogénio: pode estar presente na água sob várias formas: molecular ou iónica (amónia, nitrito, nitrato), é um elemento indispensável ao crescimento de algas, mas, em excesso, pode ocasionar um exagerado desenvolvimento desses organismos, fenómeno chamado de eutrofização. A presença do ião nitrato, na água, pode causar a metemoglobinemia. As causas do aumento do nitrogénio na água são devido aos esgotos domésticos e industriais, fertilizantes, excrementos de animais (BOANA, 2011). 
f) Sódio (Na+): o sódio é um elemento químico quase sempre esta presente nas águas subterrâneas. A sua principal fonte mineral (feldspatos plagioclásios) é pouco resistente aos processos intempéricos, principalmente a química. Os sais formados nestes processos são muito solúveis. Nas águas subterrâneas o teor de sódio varia entre 0,1 e 100mg/L. A quantidade de sódio presente na água é um elemento limitante de seu uso na agricultura. Em aquíferos, a presença de sódio na água poderá estar relacionada a intrusão da água do mar (SOUZA, 2006). 
Controlo da qualidade da água
Faz-se o controlo da qualidade da sua água através da medição in situ dos seguintes parâmetros físico-químicos:
· Condutividade elétrica e/ou sólidos totais dissolvidos;
· pH;
· Temperatura;
· Nitratos e fosfatos (indicadores de contaminação antropogénica).
Caracterização da área de estudo 
1.3. Localização, Superfície e População 
Mocuba é uma cidade e um município da província da Zambézia em Moçambique situada nas margens do rio Licungo. Foi elevada a cidade em Fevereiro de 1971. O distrito tem uma superfície de 9 062 km2 representando cerca de 8% do território da província da Zambézia e fica na parte central da Província entre os paralelos 16º 17¹ e 17º 32’ Sul e entre os meridianos de 35º 12¹ e 37º 35¹ Este.
Figura 1.1: Localização do distrito de Mocuba
Segundo projecções do INE, Mocuba é o terceiro Distrito mais populoso da Província com 433.549 dos quais 209.073 são homens e 224.476 são mulheres habitantes no ano de 2019. A densidade populacional, em 2019, foi estimada em 48 hab/km2. distribuição territorial da população é irregular verificando-se maior concentração na Localidade de Mocuba Sede onde concentra cerca de 49.12% do total do Distrito.
O Mapa topográfico da cidade de Mocuba indica que Mocuba está a uma altitude média de 130 m, variando entre a máxima e mínima altitude de 79 e 214 m, respectivamente. O relevo do distrito de Mocuba segue a forma de escadaria sendo que a planície se localiza na parte Este do distrito que constitui a continuação da planície litoral. A região oeste é constituída essencialmente de montanhas cujas altitudes atingem cerca de 900 m.
1.4. Geologia 
A base geológica do Distrito de Mocuba assenta nos estratos sedimentares do Karoo e rochas metamórficas do sistema Fingoé com afloramentos graníticos, abrangendo toda a zona Norte e Centro. 
O metamorfismo do Karoo foi responsável pelo surgimento de ocorrências minerais, algumas das quais preciosas e semipreciosas com elevado valor comercial, de entre eles se destacam: o berilo, tantalite, pedras marinhas e esmeraldas, pegmatites, amazonites, microlite, lepidolite
A taxa de cobertura da água rural era 48,06% beneficiando um total de 144.500 habitantes em 2011 e prevê-se um aumento na ordem de 18.0% ate 2020. 
Existe um Sistema de Abastecimento de água à cidade de Mocuba com uma capacidade de fornecimento de 1.100 m3 por dia, cobrindo actualmente cerca de 627 ligações. Pequenos Sistemas da Abastecimento de Água (PSAA), localizados nas sedes dos Postos Administrativos de Mugeba e Namanjavira para beneficiar a 
população daquelas vilas em crescimento, conta com uma taxa de cobertura de cerca de 6.0%, facto este devido a obsolescência do sistema e o crescimento demográfico da população.
Neste trabalho, a utiliza-se da perfilagem de poços, Hidroquímica e Geologia para avaliar a qualidade da água subterrânea de Mocuba e a possibilidade de exploração do mesmo.
1.5. Clima e Hidrografia 
De um modo geral o clima do distrito é influenciado pelo vale depressionário equatorial e do Canal de Moçambique que confere temperaturas altas e húmidas no litoral, contribuindo assim para a frequência de chuvas abundantes. De igual modosofre influências dos efeitos da zona de convergência intertropical, arrastando consigo os ventos alísios, carregados de humidade dos anticiclones subtropicais do Hemisfério Sul, provenientes das zonas de altas pressões, associadas das massas quentes de ar. O interior está sob influência de altitudes, conferindo temperaturas moderadas. 
Estes factores conferem ao distrito de Mocuba dois tipos de climas: 
O tropical húmido, na faixa da planície e do planalto central, enquanto nas terras altas como Mugeba e Alto Benfica prevalece o clima tropical de altitude. 
A humidade relativa varia na época das chuvas, de 90 - 100% no clima Tropical Húmido e 75-90% no Clima Tropical de Altitude. As temperaturas médias anuais variam conforme as regiões topográficas, entre 26ºc na planície e planalto e cerca de 20ºc nas terras altas das montanhas. De igual modo as amplitudes térmicas são elevadas. 
A estação quente e de chuvas vai de Outubro a Abril, período em que os ventos sopram do Índico para a faixa do litoral com ventos alísios, carregados de humidade. A estação seca e fresca vai de Maio a Setembro. A pluviosidade varia entre 1000 e 1300 milímetros, e as chuvas ocorrem de Novembro a Março e o período seco nos restantes meses do ano.
O Distrito de Mocuba possui um conjunto de rios que alimentam as suas terras com a influência da bacia do rio Zambeze. A rede hidrográfica do Distrito é constituída por dez rios com os seus afluentes e subafluentes. Entre os recursos hídricos do distrito, se destacam: 
1. Licungo, Raraga, e Namacurra – de regime permanente e que desaguam no Oceano Índico; 
2. Mudhi;Lugela, Maratha, Mutuludhi, Laze, Munhiba, Makuwani e Dagaragane, seus afluentes – de regime periódico. 
3. Licuari é afluente do rio Cuácua 
Para além dos rios acima mencionados, refere-se ainda que o distrito possui 2 nascentes de águas térmicas sendo Maviha em Mugeba e Mucharo no povoado de Magogondho, sem nenhuma exploração. 
O rio Licungo, nasce nos montes Namúli, passa por: Namarroi, Ile, Lugela, Mocuba e Maganja da Costa e desagua no Índico por meio de um estuário, sendo navegável na maioria do seu troço (Bacia de 336 Km2 e 27,726 Km de extensão), e irriga os verdes campos chazeiros de Gurué e arrozeiro de Nante
Abastecimento de água 
A taxa de cobertura da água rural era 48,06% em 2013 e previa-se um aumento na ordem de 18.0% ate 2020. Em 2015, no entanto, uma inundação destruiu os componentes centrais do abastecimento de água municipal. A torre de captação de água no Rio Lugela foi muito danificada e, no processo, a tubagem de água não tratada sofreu um ruptura. Após a inundação, o fluxo tomou um novo curso, pelo que deixou de ser possível garantir uma captação de água segura. Além disso, a rede de abastecimento da cidade estava 
A conclusão dos trabalhos de construção da fase 1 está planeada atualmente para setembro de 2020.
Representações gráficas
O estudo das análises hidroquímicas pode ser simplifcado através da utilização de gráficos e diagramas, em especial quando se deseja fazer comparações entre diferentes análises de água, em diferentes lugares. Estes gráficos e diagramas ressaltam as relações entre os iões que compõem os vários tipos de águas, tornando-se um factor importante no conhecimento dos aquíferos e sua potencialidade de produção de águas próprias para o consumo humano.
Entre várias representações gráficas para a classificação hidroquímica, neste trabalho, a adoptou-se o Diagrama de Piper e o Diagrama de Stiff. 
	Amostra
	Na
	K
	Ca
	Mg
	Cl
	HCo
	SO4
	CE
	pH
	T
	Turbidez
	F1
	218.8
	5.43
	76.8
	33.67
	200.3
	434.4
	120.3
	1455
	8.25
	27.83
	7.65
	F2
	276.9
	4.31
	86.65
	45.42
	249.3
	629.3
	142.7
	1823
	8.28
	26.72
	2.98
	F3
	107.9
	2.77
	51.97
	27.27
	108.3
	307.1
	94.86
	856
	8.71
	23.33
	5.44
	F4
	25.55
	2.07
	25.01
	8.64
	22.54
	133.6
	15.12
	256
	8.52
	31.09
	0.88
	F5
	10.98
	1.83
	24.76
	6.66
	6.95
	138.8
	7.46
	212
	8.58
	27.42
	0.88
	F6
	108.3
	4.79
	64.08
	28.06
	117.4
	312.2
	50.94
	936
	8.23
	27.2
	5.59
	F7
	128
	9.55
	52.65
	34.38
	153
	296.4
	39.57
	1009
	8.75
	27.23
	2.99
	F8
	192.1
	3.68
	75.26
	39.01
	199.3
	364.1
	111.3
	1350
	8.68
	27.2
	4.56
	F9
	219.1
	5.54
	69.74
	40.41
	216
	421.7
	111.9
	1409
	8.7
	26.76
	4.16
	F10
	152.2
	1.63
	47.86
	35.02
	195
	176.2
	171.6
	500
	8.41
	27.92
	1.48
	F11
	62.58
	1.26
	26.29
	15.3
	66.27
	145.2
	53.52
	480
	8.78
	27.24
	0.69
	F12
	11.04
	1.47
	24.28
	8.6
	5.48
	141.3
	3.48
	212
	8.57
	29.41
	0.62
	F13
	27.88
	1.22
	22.67
	12.21
	27.85
	100.8
	21
	300
	8.47
	26.96
	0.19
	F14
	4.98
	1.66
	12.88
	3.95
	1.59
	25.42
	3.3
	106
	8.68
	29.32
	2.94
	F15
	1048
	2.43
	70.16
	110.9
	2512
	959.8
	5554
	8985
	7.68
	30.24
	1.55
	F16
	10.92
	1.43
	16.06
	5.63
	4.59
	70.17
	2.3
	150
	8.97
	28.54
	4.4
	F17
	9.02
	1.13
	15.89
	5.65
	3.98
	37.41
	1.34
	143
	9.11
	23.44
	4.59
	F18
	8.77
	1.08
	14.61
	5.38
	3.48
	51.09
	1.06
	138
	8.85
	23.84
	4.79
	F19
	5.05
	1.78
	13.23
	3.89
	1.78
	12.1
	3.68
	111
	8.88
	22.77
	3.58
	F20
	5.35
	1.98
	15.08
	3.94
	1.82
	17.09
	3.54
	113
	8.74
	22.65
	4.17
	F21
	41.4
	2.93
	32.61
	33.03
	29.09
	233.1
	13.83
	518
	8.69
	27.63
	1.26
	F22
	14.11
	1.6
	24.47
	9
	6.1
	135.6
	4.08
	228
	8.24
	25.7
	0.54
Interpretação dos Mapas com o Diagrama de Piper
O Diagrama de Piper é frequentemente utilizado para a classificação e comparação de distintos grupos de águas quanto aos cátions e ânions dominantes. O programa online (Webapp), Hatarichem, disponível em https://hatarichem.hatarilabs.com, gera o diagrama de Piper e mostra a classificação das amostras segundo esse critério. A representação gráfica pode evidenciar possíveis relações entre os iões de uma mesma amostra. Dentre as opções gráficas, tem-se a de desenhar linhas de grade, manter visível as classificações e a distribuição percentual das amostras nos diversos campos. 
A figura 3.5 representa o Diagrama de Piper relativo aos poços das amostras extraídas de Mocuba, mostrando as classificações dos tipos de água encontradas naquele lugar pela combinação dos cátions e ânions. Os dados que geraram o gráfico são apresentados na tabela 343.
O mapa de distribuições das concentrações iónicas, seguindo o Diagrama de Piper apresentado acima, mostra que os aniões presentes é o cloro em quantidades não superiores a 45%, consideráveis quantidades de bicarbonatos e de sulfatos os catiões são o magnésio, cálcio e sódio em quantidades aproximadas. Assim sendo, as águas são maioritariamente bicarbonatadas cálcicas ou magnesianas. Sabem há furos cujas características são de águas sulfatadas ou cloretadas sódicas.
1. Interpretação dos Mapas com o Diagrama de Stiff
O diagrama de Stiff baseia-se na representação por linhas horizontais dispostas à esquerda e à direita de uma linha vertical, que representa o valor zero. O polígono formado terá, então quatro eixos horizontais, cortados por um eixo vertical, plotados em miliequivalentes por litro. Sendo assim, o Diagrama de Stiff é muito utilizada para fazer o zoneamento hidroquímico, isto é, para estudar a qualidade da água de um local específico.
Nas figuras abaixo estão representados todos os Diagramas de Piper relativo as amostras dos 22 poços relativas a cidade de Mocuba, mostrando as classificações dos tipos de água.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dos gráficos acima, chega-se a conclusões semelhantes de que, as águas são maioritariamente bicarbonatadas cálcicas ou magnesianas e algumas são sulfatadas ou cloretadas sódicas.
As águas bicarbonatadas cálcicas são típicas das águas subterrâneas naturais. Em 15 das 22 amostras, verifica-se pouca predominância de iões de cloro na água, o que nos permite afirmar que estas não estão sujeitas a contaminações extremas por esgotos sanitários, por exemplo Assim sendo, existe na região um grande potencial para exploração das águas subterrâneas.
Da literatura, é possível fazer-se uma relação dos diagramas acima com as rochas por que as águas subterrâneas circulam. Assim, pode-se dizer que:
· As águas bicarbonatadas sódicas circulam em granitos;
· As águas bicarbonatadas cálcicas circulamem rochas carbonatadas (calcários);
· As águas que circulam por rochas máficas, no litoral (depósitos de cloreto de sódio), a água pode-se apresentar cloretada magnesiana;
Conclusões e recomendações 
Bibliografia
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Cumbe, Â. N. (2007). O Património Geológico de Moçambique: Proposta de Metodologia de Inventariação, Caracterização e Avaliação. Tese de Mestrado, DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA TERRA, Braga.
Governo da Província da Zambézia. (24 de Novembro de 2017). Obtido em 2 de Novembro de 2020, de https://www.zambezia.gov.mz/por/Ver-Meu-Distrito/Distrito-de-Mocuba/Perfil-do-Distrito/Contexto-Socio-economico-e-Demografico
Ramos, M. L., & Paixão, M. M. (2006). DISPONIBILIDADE HÍDRICA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS – PRODUTIVIDADE DE POÇOS E RESERVAS EXPLOTÁVEIS DOS PRINCIPAIS SISTEMAS AQÜÍFEROS. 
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