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StuDocu is not sponsored or endorsed by any college or university Fisiologia - Contração Muscular e Junção Neuromuscular Módulo Morfofuncional II (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) StuDocu is not sponsored or endorsed by any college or university Fisiologia - Contração Muscular e Junção Neuromuscular Módulo Morfofuncional II (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-do-estado-do-rio-grande-do-norte/modulo-morfofuncional-ii/fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular/15694286?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-do-estado-do-rio-grande-do-norte/modulo-morfofuncional-ii/4141630?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-do-estado-do-rio-grande-do-norte/modulo-morfofuncional-ii/fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular/15694286?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-do-estado-do-rio-grande-do-norte/modulo-morfofuncional-ii/4141630?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II Contração muscular e junção neuromuscular CONTRAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO ✦Esses músculos são formados por inúmeras fibras que, por sua vez, são formadas por subunidades menores e, ainda, a maioria das fibras é inervada por apenas uma terminação nervosa. ✦A membrana fina que reveste a fibra muscular esquelética é nomeada sarcolema. É, de maneira mais simples, uma membrana plasmática, revestida por material polissacarídeo contendo fibrilas colágenas. Nas extremidades, essa parte superficial do sarcolema se funde com fibras do tendão, que, depois, se agrupam em feixes para a fim de formar os tendões, que ligarão os músculos aos ossos. ✦Miofibrilas = filamentos de miosina + filamentos de actina (1:2). As miofibrilas agrupadas compõem as fibras musculares. Dentro delas, actina e miosina estão parcialmente interdigitadas, de forma que há alternância de faixas claras e escuras. ✦Filamentos de miosina são mais espessos e os filamentos de actina são mais finos. ✦Faixas I = faixas claras (contém somente filamentos de actina) = são isotrópicas à luz polarizada. ✦Faixas A = faixas escuras (contém filamentos de miosina) = são anisotrópicas à luz polarizada. ✦Pontes cruzadas = pequenas projeções laterais das fibras de miosina. ✦ Interações entre filamentos de actina e miosina e pontes cruzadas causam as contrações. ✦Discos Z = dão o aspecto “estriado” desse tipo de fibra muscular, por, justamente, permitir a alternância de faixas claras e escuras. Mas como ele faz isso? Os discos Z cruzam toda a miofibrila transversalmente, ligando-as umas as outras. ✦Sarcômero = corresponde ao segmento de miofibrila (ou de toda a fibra muscular) localizado entre dois discos Z sucessivos. Durante a contração, seu comprimento é de 2 micrômetros e os filamentos de actina se sobrepõem completamente aos de miosina. ✦Proteínas titina = são moléculas filamentares cuja função, grosseiramente, é manter o posicionamento dos filamentos de actina e miosina. Como? Ela realiza uma espécie de ancoragem para os filamentos de actina e miosina. Quais informações pode-se ter sobre elas? Seu peso molecular está por volta de 3 milhões e ela é a maior proteína do corpo. Além disso, por ser filamentar, é muito flexível, o que garante a manutenção dos filamentos em seus devidos lugares durante movimentos de contração e relaxamento. Como ela atua? Seu funcionamento pode ser comparado ao de uma “mola”, já que seu comprimento varia com a contração e relaxamento musculares. ✦Sarcoplasma = nome dado ao líquido que se encontra nos espaços entre as miofibrilas. Do que ele é formado? No sarcoplasma, são encontrados potássio, magnésio e fosfato, além de enzimas. Além disso, ele também contém muitas mitocôndrias, que formam e fornecem muita energia para as miofibrilas - na forma de ATP. ✦Retículo sarcoplasmático = é um retículo endoplasmático especializado para o músculo esquelético. Qual sua função ali? Ele faz a regulação da liberação, captação e armazenamento de cálcio, sendo, portanto, imprescíndivel para a contração muscular. As fibras musculares de contração rápida apresentam retículos sarcoplasmáticos de extensões maiores. Mecanismo geral da contração muscular 1. Potenciais de ação vão do nervo motor para as terminações nervosas musculares. UERN - TURMA XXII 1 Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II 2. Em cada terminação, é secretada, pelo nervo, pequena quantidade de acetilcolina. 3. A acetilcolina atua localmente abrindo múltiplos canais de cátion - por ela regulados - por meio de proteínas que flutuam na membrana. 4. Grande quantidade de íons sódio se difunde para o lado interno da membrana, causando uma despolarização local. Isso provoca a abertura de canais de sódio voltagem-dependentes e, assim, o potencial de ação da membrana é desencadeado. 5. Esse potencial de ação é propagado por toda a membrana. 6. O potencial, então, despolariza a membrana muscular e grande parte de sua eletricidade flui para o centro da fibra muscular. Lá, ela estimula o retículo sarcoplasmático a liberar íons cálcio armazenados. 7. Os íons cálcio ativam forças atrativas entre actina e miosina, fazendo com que esses filamentos realizem o processo contrátil, pelo deslizamento provocado um ao lado do outro. 8. Depois disso, os íons cálcio são bombeados de volta para o retículo por uma bomba específica, e ficam armazenados até que se inicie um novo potencial de ação. A contração, dessa forma, cessa. Mecanismo molecular da contração muscular O mecanismo É denominado mecanismo de deslizamento de filamentos, de maneira que, quando o músculo está relaxado, os filamentos (de um disco Z para outro) mal se sobrepõem e, quando contraído, as extremidades dos filamentos se sobrepõe umas às outras, até a extensão máxima. Por que ele ocorre? Ele é decorrente de forças de atração entre os filamentos de actina e miosina que, em repouso, são inexistentes. Com o potencial de ação, os retículos sarcoplasmáticos são estimulados a liberar íons cálcio, que provocam essas atrações, iniciando a contração. Informações sobre o filamento de miosina Do que são formados? Os filamentos de miosina são compostos pela união de moléculas de mesmo nome (cerca de 200 ou mais). As moléculas de miosina, por sua vez, tem peso molecular em torno de 480.000 e é formada por seis cadeias polipeptídicas (duas pesadas - PM= 200.000 - e quatro leves - PM= 20.00). As cadeias pesadas formam a cauda/haste da molécula, em dupla-hélice. A extremidade de cada uma das cadeias pesadas, ainda, se dobra para um lado, e forma a cabeça da miosina (estrutura polipeptídica globular). Alémdisso, as quatro cadeias leves também participam da formação da cabeça, sendo duas para cada uma, e ajudam a regular seu funcionamento na contração. Como ele é estruturado? O corpo do filamento é formado pelas caudas das moléculas de miosina , enquanto as cabeças se projetam para fora nos lados. Ademais, existem partes do corpo que formam o braço do filamento, que estende a cabeça para fora do corpo. As projeções dos braços junto com a das cabeças formam as pontes cruzadas. Essas estruturas apresentam regiões flexíveis, denominadas dobradiças - uma na junção entre o braço e o corpo e outra no ponto de ligação da cabeça ao braço. Além disso, seu comprimento total é dito uniforme e gira em torno de 1,6 micrômetro. Por fim, o filamento é retorcido, de modo que cada par sucessivo de pontes cruzadas é axialmente deslocado do par anterior por 120 graus, o que assegura a extensão das pontes em todas as direções em torno de um filamento. Qual a importância da enzima adenosina trifosfatase para o mecanismo de contração? Essa enzima é característica da cabeça da molécula de miosina e permite que haja clivagem, ali, do ATP, e posterior uso da energia oriunda das ligações altamente energéticas do fosfato do ATP na contração. UERN - TURMA XXII 2 Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II Informações sobre o filamento de actina Do que é formada a actina? Além de moléculas de actina, o filamento possui tropomiosina e troponina. Como ele é estruturado? O filamento é estruturado em dupla-hélice pela interação de duas moléculas de proteína F actina, representadas pelos dois filamentos mais claros do filamento actina. Cada um desses filamentos, por sua vez, é composto por moléculas de proteína G polimerizadas (PM= 42.000 - cada uma). Ademais, a cada molécula de proteína G, liga-se uma molécula de ADP (é um possível local ativo que interagem com as pontes cruzadas do filamento de miosina) que, ao longo da dupla-hélice, se dispõem alternadamente (distância de 2,7 nanômetros). Além disso, o filamento de actina tem comprimento em torno de 1 micrômetro. Como são as moléculas de tropomiosina? As moléculas de tropomiosina tem peso molecular de 70.000 e comprimento de 40 nanômetros. Elas são espiraladas na dupla hélice de actina F. Outrossim, atuam de maneira que, no repouso, recobrem os locais ativos do filamento de actina, impedindo a conexão com os filamento de miosina visando a contração. E as moléculas de troponina? Qual sua relação com a contração? Localizadas ao lado das moléculas de tropomiosina são, na verdade, complexos de três subunidades proteicas fracamente ligadas , cada uma par ticipando especificamente da contração. Dessa forma, a troponina I tem alta afinidade com a actina, a troponina T com a tropomiosina e a troponina C com os íons cálcio. Assim, infere-se que a afinidade da troponina C desencadeie o processo de contração, enquanto as outras subunidades garantem as ligações. A interação miosina-actina-íons cálcio na contração Primeiramente, é importante salientar que, para as condições de repouso, existe um mecanismo de inibição da ligação entre os filamentos de actina e miosina. Esse impedimento é realizado pelo complexo troponina-tropomiosina que faz isso por inibição ou bloqueio físico dos sítios ativos dos filamentos de actina. Como ocorre, então, a ativação dos filamentos de actina? Como já se sabe, o estado de potencial de ação causa a liberação de íons cálcio. Com isso, esses íons se ligam à troponina C, que muda de conformação e traciona a molécula de tropomiosina intensamente e a desloca para o fundo do sulco entre o dois filamentos de actina. Desse modo, os locais ativos ficam livres e as pontes cruzadas são atraídas e a contração prossegue. Importante destacar que cada molécula de troponina C pode se ligar com até quatro íons cálcio. Como se dá a interação entre o sítio ativo da actina e as pontes cruzadas da miosina? Essa interação ainda é pouco conhecida atualmente, mas existem teorias a respeito dela. Uma hipótese considerável é a teoria do “ir para adiante” (walk- along) (ou ainda teoria da”catraca”[rachet]). De acordo com ela, basicamente, quando a cabeça se conecta ao local ativo ocorrem alterações nas forças intramoleculares entre a cabeça e o braço das pontes cruzadas. Essa alteração proporciona uma inclinação da cabeça em direção ao braço, puxando, junto, o filamento de actina. A inclinação em questão é denominada força de deslocamento ou movimento de força (power stroke). Depois disso, a cabeça automaticamente se separa do sítio ativo e retorna à posição original, repetindo esse processo nos outros sítios. Fala-se se sobre, também, as pontes cruzadas atuarem cada uma de maneira independente - quanto maior o número de pontes cruzadas ligadas ao filamento de actina, maior será, em teoria, a força da contração. Como acontece a utilização do ATP para obtenção de energia? A contração muscular é um processo que demanda energia, de forma que, para que ela ocorra, precisa-se de ATP. Assim, grandes quantidades de ATP são degradadas, originando ADP, de modo que, quanto mais intenso o trabalho realizado, maior a quantidade de ATP degradada - efeito Fenn. Qual o funcionamento desse efeito? Antes da contração, as pontes cruzadas das cabeças se ligam ao ATP. É sabido que, nas cabeças, existem enzimas conhecidas como ATPases, que degradam a molécula energética. Assim, o ATP será clivado e deixará ADP e íon fosfato como produtos, ainda ligados à cabeça. No momento em que o complexo troponina- tropomiosina se ligar aos íons cálcio, as cabeças de miosina se ligarão aos locais ativos da actina. Essa ligação alterará a conformação da cabeça, que se inclinará na direção do braço da ponte cruzada, gerando o movimento de força. Desse modo, a energia que ativa o movimento de força já se encontrava armazenada desde a clivagem do ATP ocorrida anteriormente na cabeça. Com a cabeça ainda inclinada, há liberação de ADP e do íon fosfato que estavam ligados à cabeça. De onde o ADP foi liberado, uma nova molécula de ATP se liga, causando desligamento da cabeça pela actina. O processo se reinicia e continua até que os filamentos de actina puxem a membrana Z, ou até que a carga sobre os músculos fique forte demais para que exista mais tração. UERN - TURMA XXII 3 Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II Qual relação existe entre a tensão do músculo em contração e o grau de superposição dos filamentos? Pode ser dito que, a princípio, os filamentos de actina são puxados por toda sua extensão, sem que haja, entretanto, sobreposição de actina-miosina - a tensão desenvolvida pelo músculo, então é 0. Dando prosseguimento à contração, o sarcômero começará a encurtar e os filamentos de actina começam a se sobrepor aos de miosina - a tensão, aqui, aumentará progressivamente até que o comprimento do sarcômero atinja 2,2 micrômetros. Quando o comprimento de 2,2 micrômetros for atingido pelos sarcômeros, os filamentos de actina estarão sobrepostos a todas as pontes cruzadas da miosina. Com a continuação do processo contrátil, o sarcômero, ainda, se encurtará até 2 micrômetros, até quando manterá sua tensão máxima - aqui, os filamentos de actina começam a se sobrepor além da sobreposição dos filamentos de miosina. A partir daí, o encurtamento do sarcômero para 1,65 micrômetro fará com que a força de contração seja rapidamente reduzida. Assim, o dois discos Z sarcoméricos estarão em contato com as extremidades dos filamentos de miosina, que já estarão enrugadas, e a força da contração seaproximará de 0. Existe relação entre o comprimento do músculo e a força de contração? Se sim, explique. Os músculos têm, além dos sarcômeros, grandes quantidades de tecido conjuntivo. Dessa maneira, partes diferentes de um mesmo músculo nem sempre se contraem igualmente. Assim, quando o músculo está em seu comprimento normal (cerca de 2 micrômetros) pode ser ativado com sua força máxima de contração. Com isso, o aumento de tensão ocorrido pela contração - a tensão ativa - diminui conforme o músculo é estirado além de seu comprimento normal (maiores que 2,2 micrômetros). Além disso, no que diz respeito à velocidade da contração, quanto mais carga for aplicada, menor a velocidade. Ou seja, quando a carga for aumentada até o valor correspondente à força máxima que o músculo consegue exercer, a velocidade de contração será zero, ainda que a fibra esteja ativada. Energética da contração muscular O rendimento na contração A contração do músculo em resposta à aplicação de uma carga faz com que ele realize trabalho. Isso significa que a energia (derivada de reações químicas nas células musculares durante a contração) é transferida do músculo para a carga externa. Quais as fontes energéticas? Grande parte da energia necessária é usada no mecanismo de ir para adiante. Contudo, pequenas parcelas são destinadas para o retorno dos íons cálcio no fim da contração (seu bombeamento de volta para o retículo sarcoplasmático) e para a manutenção do equilíbrio de íons sódio e potássio na propagação do potencial de ação das fibras musculares (polarização/ despolarização). Como já se sabe, o ATP a ser utilizado é clivado em ADP que, posteriormente, é refosforilado a fim de que a contração continue. Para que a refosforilação aconteça, são necessárias fontes de energia. Uma das possíveis fontes de ATP é a fosfocreatina, substância que transporta uma ligação fosfato de alta energia - similar às ligações do ATP - que, por ter um teor de energia livre maior do que cada ligação do ATP, é clivada instantaneamente, liberando energia para a ligação de um novo íon fosfato ao ADP, reconstituindo ATP. Outra fonte de energia é o glicogênio armazenado nas células musculares, que sofre glicólise e, assim, libera energia que é utilizada para converter ADP em ATP. Esse mecanismo pode - pela possibilidade de ocorrência na ausência de oxigênio - sustentar a contração por até um minuto. O metabolismo oxidativo também pode ser uma fonte energética, pela combinação do oxigênio com produtos finais da glicólise outros nutrientes celulares. Dessa forma, mais de 95% da energia total usada pelos músculos para a contração mantida por um período longo é oriunda dessa fonte. Para isso, os nutrientes alimentares consumidos são carboidratos, gorduras e proteínas - sendo que, para uma atividade que se estende por horas, a maior proporção de energia vem da gordura. O que é eficiência da contração muscular? É um cálculo que faz referência ao percentual de energia que é convertido em trabalho. No caso dos músculos, o rendimento é inferior a 25%, tendo em vista que metade da energia dos nutrientes é perdida na formação de ATP e somente cerca de 40% a 45% da energia do ATP conseguem ser posteriormente convertidos em trabalho. Além disso, a eficiência máxima só é obtida quando a contração acontece em velocidade moderada (se for muito lenta, pequenas quantidades de calor serão liberadas mas, em contrapartida, pouco trabalho será realizado e a eficiência se aproximará de zero; se for muito rápida, muita energia será gasta e a eficiência também será reduzida). Características gerais da contração muscular O que são contrações isométricas e isotônicas? As contrações são isométricas quando os músculos não encurtam no processo e são isotônicas quando eles encurtam, com a tensão continuando constante. No primeiro caso, as variações de força são registradas de modo independente da inércia da carga. No segundo caso, as características da contração dependem da carga e sua inércia. A título de comparação das características funcionais dos tipos de músculo, o sistema isométrico é, portanto, mais usado. As contrações musculares são iguais em todos os músculos? Não. O corpo é formado por diferentes tipos de músculo, cada um adaptado de acordo com suas variadas funções. Dessa maneira, a o processo contrátil se difere nos músculos, variando fatores como a velocidade e dimensão, conforme a necessidade e a função. Por exemplo, o músculo ocular (mantém a fixação dos olhos nos objetos) tem contração isométrica UERN - TURMA XXII 4 Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II de menos que 1/50 segundo, enquanto o músculo gastrocnêmio (da perna, muito útil em corridas e saltos) tem contração de 1/15 segundo e o músculo sóleo (suporte contínuo e por longo período ao corpo contra a gravidade) se contrai em 1/5 segundo. O que são fibras musculares rápidas e lentas? São fibras musculares que formam, em mistura, as músculos corporais. As fibras conhecidas como lentas têm tamanho menor e, também, são inervadas por fibras nervosas menores. Somado a isso, seus sistemas de vascularização são maiores - suprimento de quantias extras de oxigênio. São, portanto, numerosas em mitocôndrias e contêm grande quantidade de mioglobina - proteína que armazena ferro -, que dá a essas fibras uma coloração avermelhada: fibras vermelhas. As fibras ditas rápidas, por sua vez, são grandes, pois precisam de uma grande força de contração. Além disso, seus retículos sarcoplasmáticos são mais extensos, com o fito de liberar íons cálcio rapidamente e desencadear a contração, e apresentam elevadas quantidades de enzimas glicolíticas, que promovem uma rápida liberação de energia por glicólise. Seu suprimento sanguíneo é menos extenso, já que o metabolismo oxidativo tem, nelas, importância secundária. Por conta do déficit de mioglobina, é chamado músculo branco. A mecânica da contração do músculo esquelético O que é unidade motora? A nomenclatura abarca um conjunto de fibras musculares que é inervado por uma só fibra nervosa. A título de esclarecimento, cada motoneurônio que sai da medula espinal inerva várias fibras musculares, número que depende do tipo de músculo. Dessa forma, pequenos músculos, que precisam ter atuação rápida e de controle fino têm, normalmente, mais fibras nervosas e menos fibras musculares (exemplo: apenas duas/três fibras musculares por unidade motora em músculos da laringe) em uma unidade motora. Em contrapartida, músculos maiores, que não precisam de controle fino, podem ter muitas fibras musculares em cada unidade motora. Além disso, embora não estejam agrupadas nos músculos, as unidades se misturam entre si, atuando como suporte e não como segmentos individuais. O que “somação de forças” quer dizer? “Somação” significa soma de “abalos individuais”, que aumentam a intensidade da contração total, que pode acontecer de duas formas: somação de fibras múltiplas ou somação por frequência. Sobre somação por fibras múltiplas Acontece, de forma grosseira, pelo aumento de unidades motoras que se contraem ao mesmo tempo. De modo mais aprofundado, o SNC, ao enviar um sinal fraco para que um músculo se contraia, faz com que as menores unidades motoras do músculo tenham preferência na contração em detrimento às maiores. Assim, na medida em que a força do sinal aumenta, unidades cada vez maiores passam a ser estimuladas e isso configura o princípio do tamanho, importante, visto que permite a gradação da força muscular e válido, sabendo que pequenas unidades motoras são inervadas por pequenas fibras nervosas que, por sua vez, são mais excitáveis na medula espinal (motoneurônios menores são naturalmente excitados primeiro). Sobre somação por frequência e tetanização Grosseiramente, se refere ao aumento da frequência de contração,que pode levar à tetanização. Normalmente, as contrações musculares individuais se sucedem uma após a outra, com baixa frequência. Na medida que a frequência aumenta, o ponto em que cada nova contração ocorre antes que a anterior acabe é alcançado. Em consequência disso, a segunda contração é parcialmente somada a anterior, o que faz com que a força total de contração aumente progressivamente. Dessa maneira, quando é atingido o nível crítico da frequência, as contrações sucessivas, de tão rápidas, acabam se fundindo e a contração total aparenta ser uniforme e contínua - tetanização. A partir daí, um leve aumento da frequência faz com que a força de contração atinja sua capacidade máxima, de modo que, a partir daí qualquer aumento adicional da frequência não exerce mais efeitos na força. A tetania é possível pois quantidades suficientes de cálcio são mantidas no sarcoplasma, mantendo o estado contrátil e não permitindo nenhum grau de relaxamento entre os potenciais de ação. Sobre a força máxima de contração UERN - TURMA XXII 5 Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II Para o músculo em seu comprimento normal, é em torno de 3 a 4kg por centímetro quadrado de músculo. O que seria o Efeito da Escada (Treppe)? Esse efeito diz respeito ao aumento da força de contração até que se atinja um platô. Em outras palavras, isso significa que, se o músculo passar um longo período em repouso, ao se contrair, sua força contrátil inicial pode ser significativamente pequena. A hipótese mais relevante para sua causa aborda a “falha”do sarcoplasma em recaptar imediatamente os íons cálcio, de forma que o aumento da força ocorra pela liberação contínua desses íons a cada potencial de ação. O que é tônus muscular? Ele é mantido mesmo em repouso? Tônus muscular se refere à tensão apresentada pelos músculos e é mantido, sim, durante o período de repouso. Ele se deve a impulsos nervosos de baixa frequência emitidos pela medula espinal que são controlados, em parte, por sinais emitidos do cérebro para o motoneurônio motor da medula espinal ou, então por sinais oriundos dos fusos musculares. O que é fadiga muscular? Corresponde, de modo grosseiro, a contrações musculares fortes por períodos prolongados. Sabe-se, também, que os efeitos da fadiga decorrem , principalmente, da incapacidade contrátil e do processo metabólico de sustentarem o trabalho. Além disso, a transmissão de sinais nervosos pela junção neuromuscular também pode diminuir, um pouco, a atividade muscular, quando intensa e prolongada. Além disso, durante a contração do músculo, a interrupção sanguínea leva à fadiga muscular em cerca de 1 a 2 minutos, por perda de suprimento nutricional e energético. O que são músculos antagonistas e agonistas e como se dá seu funcionamento? São chamados agonistas os músculos que realizam um movimento específico do corpo, se contraindo ativamente (exemplo: realizar uma flexão do cotovelo). Já os antagonistas, em contrapartida, são músculos que realizam o oposto dos agonistas. A atuação deles, por contrações simultâneas, é denominada coativação dos músculos agonistas e antagonistas. Sabendo que o músculo estirado se contrai com mais força do que o músculo não estirado, um músculo estirado de um lado da articulação pode se contrair com muito mais força do que o músculo não estirado do lado oposto. Assim, quando o braço/perna se move para a posição média, a força nos músculos mais curtos (estirados) diminui, enquanto a força dos músculos mais longos (não estirados) aumenta, até que, na posição média, elas se igualam. Nesse momento, a movimentação cessa. Dessa forma, ainda, pela variação da relação entre os diferentes graus de ativação de músculos agonistas e antagonistas, o sistema nervoso determina o posicionamento do braço ou da perna. Como os músculos se ajustam de acordo com suas funções? Esse processo se dá pelo que se chama de remodelação muscular. Isso acontece pela possibilidade de mudança dos diâmetros, dos comprimentos, das forças, dos suprimentos vasculares e até mesmo das fibras musculares, mesmo que discretamente. Além disso, a remodelação é consideravelmente rápida. Qual a definição de hipertrofia e atrofia musculares? Hipertrofia muscular é a nomenclatura usada para definir o aumento da massa total de um músculo. De maneira contrária, atrofia muscular caracteriza a diminuição da massa muscular total. Na maioria da vezes, a hipertrofia muscular é causada pelo aumento da quantidade de filamentos de actina e miosina em cada fibra muscular, provocando seu aumento - fibra hipertrofiada. O músculo, ao trabalhar contra uma carga no processo contrátil, pode desenvolver hipertrofia em um grau maior. Apesar de não se ter conhecimento de como ela se desenvolve ao certo, é sabido que a síntese de proteínas contráteis é maior quando a hipertrofia está se desenvolvendo, o que aumenta, também, os filamentos de miosina e actina nas miofibrilas (alguns estudos demonstraram, ainda, que as miofibrilas podem se dividir para formar outras novas, independentemente, mas pouco se sabe ainda a respeito dessa informação). Com o aumento gradativo do tamanho das miofibrilas, o sistema enzimático fornecedor de energia também eleva - a fim de suprir energeticamente esses músculos. No que diz respeito à atrofia muscular, por sua vez, as causas giram em torno da ausência de uso dos músculos por muitas semanas, o que faz com que a velocidade de degradação de proteínas contráteis seja maior do que a velocidade de sua reposição. A via que, aparentemente, é responsável por essa degradação é chamada via ubiquitina-proteaossomo (dependente de ATP). O que é a via ubiquitina-proteassomo dependente de ATP? UERN - TURMA XXII 6 Fusos musculares São receptores sensoriais proprioceptivos (do próprio corpo) em forma de fuso, composto por feixes de fibras musculares modificadas. A principal função é a sinalização de mudanças de comprimento do músculo no qual se encontra Como funciona o sistema de alavancas muscular corporal? A atuação muscular se dá, basicamente, pela aplicação de tensão nos pontos de inserção nos ossos que, por sua vez, formam sistemas de alavancas. Para a análise dos sistemas de alavancas, alguns fatores devem conhecidos, como: qual o ponto de inserção muscular, qual a distância do fulcro da alavanca, qual é o comprimento do braço da alavanca e qual a posição dela. Além de ossos e músculos, as Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II É uma via proteolítica específica. Os proteassomos são complexos de proteínas grandes que degradam outras proteínas - danificadas ou desnecessárias - por proteólise (reação que desfaz ligações peptídicas). Ubiquitina , por outro lado, é uma proteína respiratória que marca as células que serão destinadas à destruição por proteassomos. Como funciona essa via? Além de ser considerada o principal mecanismo de proteólise intracelular em eucariontes (degradação de cerca de 80 a 90% das proteínas celulares e citoplasmáticas), é possível dizer que compreende duas funções biológicas. A primeira seria a ubiquitinação - marcação - dos substratos proteicos para degradação e a proteólise, de fato. Primeiramente acreditado ser destinado à degradação exclusiva de proteínas inativa por alterações estruturais, hoje, o conhecimento existente já prova a seletividade da via por atuação na “quebra”de proteínas altamente específicas, previamente marcadas. É, portanto, um importante para a regulação negativa da disponibilidade de proteínas. A ubiquitinação consiste na interação covalente entrea proteína que será degradada e a ubiquitina (peptídeo de 76 aminoácidos que apresenta, em sua estrutura, 7 resíduos do aminoácido lisina, sendo todos eles capazes de formar cadeias de Ub). As cadeias de poliubiquitina podem ser, então, diversas e o padrão de ubiquitinação (ou seja, o resíduo que interagirá com a Ub e a cadeia de poliubiquitina) poderá ser interpretado d i f e r e n t e m e n t e p e l a s c é l u l a s . A s s i m , a monoubiquitinação (acoplamento de uma Ub ao substrato proteico) está mais atrelada à regulação das histonas, enquanto multiubiquitinação se relaciona m a i s c o m m e c a n i s m o s d e e n d o c i t o s e ( a poliubiquitinação de Lys63 se relaciona com mecanismos de reparo do DNA e a poliubiquitinação de Lys48 com a degradação mediada pelo proteassoma 265). Para haver ubiquitinação, e necessário que três enzimas (Ativadora de Ubiquitina (1), Conjugadora de Ubiquitina (2) e Ubiquitina-Ligase (3)), por funcionamento coordenado, provoquem reações químicas em série. Dessa forma, uma reação dependente de energia mediada pela enzima ativadora (1) ativa a Ub. A enzima conjugadora, por sua vez, ao reagir com a Ubiquitina-Ligase, promove a transferência da Ub às proteínas específicas destinadas à degradação. Após isso, o substrato proteico, agora marcado com a molécula de ubiquitina, é destinado à degradação pelo PT265 (proteassomo). O PT265 tem sua estrutura formada por dois subcomplexos: o centro catalítico (proteassomo 20S) e a partícula reguladora 19S. Essa partícula é primordial na regulação por apresentar subunidades capazes de reconhecer proteínas poliubiquitinadas e, por mudanças conformacionais, permitir a entrada do substrato proteico no centro catalítico. Ela apresenta, em sua estrutura molecular, 17 subunidades regulatórias , dependentes e independentes de ATP, Rpt e Rpn, respectivamente. A estrutura do centro catalítico é, em contrapartida, comparada a um “barril”, e contém 4 anéis, cada um com sete subunidades de proteases (28 subunidades totais) - os mais externos com subunidades tipo alfa e os mais internos com subunidades tipo beta. No complexo central de proteassomos existem subunidades com sítios ativos para degradação, de forma que ela é realizada com determinada especificidade (caspase - degradação de aminoácidos ácidos, tripsina - degradação de aminoácidos básicos - e quimiotripsina - deg radação de aminoácidos hidrofóbicos), podendo haver, com isso, variação t e c i d u a l . E m v i r t u d e d i s s o , s ã o o r i g i n a d o s proteassomos heterogêneos, com diferentes eficiências proteolíticas. Ademais, o PT265 é responsável por regular a proteólise de muitas proteínas intracelulares, inclusive a sua própria. Além disso, a depender de fatores como necessidades e condições de estresse, a localização e o conteúdo relativo do proteassomo pode se diferenciar. Fonte: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/ 4 2 / 4 2 13 1 / t d e - 13 0 3 2 014 - 16 2 7 5 2 / p u b l i c o / CarolineAntunesLino_Mestrado_P.pdf Como se dá o ajuste de comprimento muscular? Para que haja uma contração muscular adequada, o tamanho dos músculos precisa ser apropriado. Assim, como uma rápida remodelação, músculos que permanecem continuamente mais curtos que seu tamanho normal podem ter seus sarcômeros desaparecidos, enquanto músculos que são estirados além de seu comprimento natural têm sarcômeros novos adicionados às extremidades das fibras musculares, por onde tendões são ligados. O que “hiperplasia de fibras musculares” quer dizer? Significa, independente de hipertrofia, que a divisão linear de fibras está aumentada. Foi observado sob circunstâncias raras de geração de força muscular extrema. Qual a relação entre desnervação muscular e atrofia? Com o processo de desnervação celular, ou seja, perda de suprimento nervoso, os músculos deixam de receber sinais contráteis que são necessários para a manutenção do músculo em dimensões normais. Dessa maneira, depois de 2 meses, mudanças degenerativas começam a surgir nas fibras musculares, que se reestabelecem, caso haja retorno da inervação, em torno de 3 meses. Caso a inervação seja permanentemente perdida, as fibras musculares são totalmente destruídas e substituídas por tecido fibroso e gorduroso. Esses tecidos, por sua vez, também tendem a continuar a se encurtar - contratura. Assim, a fisioterapia é imprescindível no sentido de evitar que os músculos em atrofia desenvolvam contraturas debilitantes e/ou deformantes. Junção Neuromuscular Dos neurônios motores dos cornos anteriores da medula espinal são originadas grandes fibras nervosas mielinizadas, que inervam as fibras musculares UERN - TURMA XXII 7 Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II esqueléticas. A comunicação da terminação nervosa com a fibra muscular se dá pela junção neuromuscular. Com exceção de 2% das fibras musculares, há apenas uma junção dessas por fibra. Como é a anatomia fisiológica dessas junções? A fibra nervosa forma um complexo de terminais nervosos ramificados que invaginam na superfície extracelular da fibra muscular - toda essa estrutura se chama placa motora. A placa motora é recoberta por uma ou mais células de Schwann, que a isola dos líquidos circundantes. A membrana muscular invaginada é chamada goteira/ canaleta sináptica e o espaço entre o terminal e a membrana é chamado espaço/fenda sináptica. No fundo da goteira se encontram pequenas dobras da membrana muscular - fendas subneurais -, que aumentam a superfície na qual o transmissor sináptico pode agir. Além disso, o terminal axonal apresenta grande quantidade de mitocôndrias, organelas que fornecem ATP, que é utilizada como fonte energética para a síntese do neurotransmissor acetilcolina, responsável por excitar a membrana da fibra muscular. Ela é sintetizada no citoplasma do terminal e rapidamente absorvida por vesículas sinápticas nos terminais das placas motoras. Ademais, no espaço sináptico, existe a enzima acetilcolinesterase, que destrói a acetilcolina. De que maneira a acetilcolina é secretada? A fim de se entender o processo, é importante caracterizar o ambiente no qual ele ocorre. Dessa maneira, no interior da membrana neural, próximas à superfície, estão localizadas as barras densas lineares. Em ambos os lados dessas barras, além disso, estão situados os canais de cálcio controlados por voltagem, que se abrem quando um potencial de ação é propagado. Com isso, os íons cálcio saem do espaço sináptico e se difundem para o interior do terminal nervoso. A UERN - TURMA XXII 8 Condições clínicas relacionadas ✦Em casos de poliomielite, algumas fibras nervosas musculares são destruídas e, dessa maneira, as fibras remanescentes tendem a se ramificar a fim de inervas muitas das fibras musculares paralisadas. Por conta disso, as u n i d a d e s m o t o r a s e t o r n a m g r a n d e s ( u n i d a d e s macromotoras) e, embora exista retorno da possibilidade da variação da força muscular, há perda de eficiência e finura do controle muscular. ✦Os músculos corporais tendem a entrar em estado de contratura algumas horas após a morte, o que é conhecido como rigidez cadavérica (Rigor Mortis). Isso acontece porque ocorre a perda de todo o ATP, necessário para promover a separação das pontes cruzadas dos filamentos de actina durante o relaxamento muscular. Essa condição perpetua até que as proteínas musculares degenerem (15-25 horas) por autólise causada por enzimas que são liberadas por lisossomos. ✦Situações de fraqueza e degeneração progressiva das fibras musculares, além de sua substituição por tecido graxo e colágeno, são comuns em casos de distrofiasmusculares. Uma das mais comuns é a distrofia muscular de Duchenne que, por ser transmitida como traço recessivo ligado cromossomo X, se restringe a homens. Ela é causada pela mutação do gene responsável por codificar a proteína distrofina (une as actinas às proteínas das células musculares). Consequentemente, uma interface (“elemento que faz ligação física ou lógica entre dois sistemas/partes) é formada entre o aparelho contrátil muscular e a matriz conjuntiva extracelular. A falta ou mutação da distrofina provoca desestabilização da membrana das células musculares e ativação de múltiplos processos fisiopatológicos, como a manipulação alterada do cálcio intracelular e reparação alterada das membranas após um dano. Em relação ao cálcio, a distrofina anômala aumenta a permeabilidade da membrana a esse íon, o que faz com que ele entre na fibra muscular e propicie alterações em enzimas intracelulares, o que conduz à proteólise e rupturas das fibras musculares. Dentre os sintomas, se destaca a fraqueza muscular, de avanço progressivo. Há, também, a distrofia muscular de Becker (DMB), que também é causada por uma mutação do gene codificador da distrofina, mas que, ao contrário da DMD, apresenta um início mais tardio e maiores taxas de sobrevivência. Hoje, não existem tratamentos eficazes contra essas doenças e a terapia gênica se mostra como possível alternativa futura (patologias de base genética). Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II partir disso, eles ativam a proteína cinase dependente de calmodulina-Ca2+, encarregada de fosforilar proteínas sinapsina que, por sua vez, ancoram vesículas de acetilcolina ao citoesqueleto do terminal pré-sináptico. Depois disso, as vesículas são liberadas do citoesqueleto e movidas para a zona ativa da m e m b r a n a n e u r a l p r é - s i n á p t i c a s e g u i n t e . Posteriormente, as vesículas são acopladas nos pontos de liberação e fundidas com a membrana neural, de onde, por exocitose, lançam acetilcolina no espaço sináptico. De modo sintético, o que causa a liberação de acetilcolina? A entrada de íons cálcio é responsável pela liberação de acetilcolina das vesículas. De que maneira, então, a acetilcolina abre os canais iônicos? A acetilcolina é capaz de abrir canais iônicos, basicamente, pela presença de receptores de acetilcolina (canais iônicos controlados por acetilcolina) na membrana da fibra muscular. Do que são formados esses receptores e qual o mecanismo que permite a entrada de íons? Os receptores são complexos proteicos de peso molecular estimado em 275.000. Os complexos receptores de acetilcolina fetais são formados por cinco subunidades proteicas - duas alfa, uma beta, uma delta e uma gama. Nos adultos, a subunidade gama é substituída por uma épsilon (“troca” possibilitada por modulação neuronal e genética). Essas moléculas, então, estão dispostas pela membrana de maneira que formam um canal tubular, que é mantido fechado. Quando duas moléculas de acetilcolina se ligam às s u b u n i d a d e s a l f a , a c o n t e c e u m a m u d a n ç a conformacional responsável por abrir o canal. Para permitir a passagem de íons, o canal tem diâmetro aproximado de 0,65 nanômetro e os principais íons que ali circulam são os íons sódio (Na+), potássio (K+) e c á l c i o ( K + ) . N o c a s o , í o n s n e g a t i v o s s ã o impossibilitados de passar por eles pois existem fortes cargas negativas em sua abertura, que os repelem. Somado a isso, é notável que a maioria dos íons que usam esses canais são os íons sódio, haja vista o potencial altamente negativo no interior da membrana muscular, que os puxa para dentro e, obviamente, se opõe ao efluxo de íons potássio. É possível concluir, assim, que a abertura dos canais controlados por acetilcolina tem como objetivo principal possibilitar a entrada de íons sódio na fibra, provocando, assim, uma alteração de potencial. O potencial no lado interno da membrana, então, torna-se altamente positivo: potencial da placa motora. Esse potencial, dessa forma, inicia um potencial de ação, que é propagado ao longo da membrana muscular, provocando a contração muscular. Como a acetilcolina é destruída depois de atuar? Grande parte desse neurotransmissor é removida pela enzima aceticolinesterase (ligada principalmente à camada esponjosa de tecido conjuntivo que preenche o espaço sináptico). Outra parcela - menor - é difundida para fora do espaço sináptico. É relevante salientar que, embora fique pouco tempo no espaço sináptico (milissegundos), o período é suficiente para que a acetilcolina excite a fibra muscular. Outrossim, a rápida remoção desse neurotransmissor impede a reexcitação continuada do músculo - depois que a fibra muscular se recuperou de seu potencial de ação inicial. Como a fibra muscular esquelética é excitada? Para que o potencial de ação seja formado, a fibra muscular precisa ser previamente excitada, de maneira que um potencial local da placa motora seja gerado antes. Esse potencial é nomeado potencial da placa motora. Entretanto, como já se sabe, o aumento súbito do potencial da membrana nervosa de mais de 20 a 30 milivolts é suficiente, normalmente, para abrir muitos UERN - TURMA XXII 9 Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II canais de sódio, iniciando um potencial de ação na membrana. Pela figura, os potenciais em A e em C são fracos para que seja desencadeado um potencial de ação. No caso de A, trata-se de um envenenamento por curare (fármaco que bloqueia, por competição por receptores de acetilcolina, o efeito controlador do neurotransmissor sobre os canais colinérgicos). Já em C, a baixa amplitude de potencial é devido à toxina botulínica, substância bacteriana que diminui a quantidade de acetilcolina liberada pelo terminais nervosos. Por fim, em B, a amplitude maior faz com que haja a abertura de canais de sódio em quantia suficiente para gerar um potencial de ação. O que seria o “fator de segurança para a transmissão” na junção muscular? De modo geral, significa dizer que o potencial que chega nas junções, em adultos normais, é muito maior (cerca de 3x) do que o necessário para a geração de um potencial de ação na célula muscular. Como ocorre fadiga da junção? Se deve a exaustão por atividade muscular, pois, em estímulos de fibra com frequências superiores a 100x por segundo em vários minutos, o número de vesículas de acetilcolina pode reduzir tanto que os impulsos deixam de ser transmitidos para a fibra muscular. O potencial de ação muscular Em relação aos potenciais de ação em fibras nervosas, existem algumas particularidades das fibras musculares que devem ser salientadas a fim de qualificar o estudo. • Potencial de repouso da membrana: cerca de -80/-90 mV em fibras musculares esqueléticas. UERN - TURMA XXII 10 Biologia molecular da formação e liberação da acetilcolina • As vesículas, formadas no complexo de Golgi do corpo celular do neurônio motor (na medula espinal), são transportadas pelo axoplasma (no interior do axônio) até a junção neuromuscular. • A acetilcolina é, por sua vez, produzida no citosol do terminal da fibra nervosa, sendo transportada, logo em seguida, para o interior das vesículas (através de suas membranas). Lá, a substância é armazenada de modo altamente concentrado. • Com a chegada de um potencial de ação ao terminal nervoso, ocorre a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem. A concentração desse íon dentro do terminal aumenta, então, cerca de 100x, o que aumenta, também, a velocidade de fusão das vesículas de acetilcol ina com a membrana do terminal . A intensificação das fusões pode, dessa forma, causar o rompimento de muitas vesículas, levando à exocitose de acetilcolina. Milissegundos depois disso, a acetilcolina é clivada pela acetilcolinesterase em íon acetato e colina, sendo essa última reabsorvida pelo terminal neural e utilizada para formar nova acetilcolina. • Para que a função das junções neuromusculares seja contínua, novas vesículas precisam ser rapidamente reformadas. Segundos após o fim do potencial de ação, então, surgem pequenas invaginações na membrana do terminal nervoso - causadas principalmente pela proteína clatrina (tipo de proteína contrátil). Pela contração dessas proteínas ocorre a formação de invaginações que, ao se separarem nos lados, se transformam em novas vesículas. Fármacos na junção neuromuscular Podem ser fármacos que estimulam a fibra muscular por ação semelhante à da acetilcolina, incluindo substâncias como a metacolina, o carbacol e a nicotina. A diferença para a acetilcolina se dá por não ocorrer a destruição pela acetilcolinesterase. Assim, eles atuam onde os receptores de acetilcolina estão provocando zonas de despolarização e, a cada vez que a fibra muscular se recupera de uma contração, essas áreas, por vazamento iônico, iniciam um novo potencial de ação, o que causa o estado de espasmo muscular. Existem, também, fármacos que estimulam a junção neuromuscular por inativação da acetilcolinesterase, como a neoestigmina, fisioestigmina e fluorofosfato de di- isopropil. Com isso, a acetilcolina não será mais hidrolisada por essa enzima, de maneira que passará a se acumular repetidamente a cada impulso nervoso. Essa condição provoca espasmos musculares e pode, também, sufocar o indivíduo até a morte, por espasmo da laringe. Isso ocorre pois a neoestigmina e e a fisioestigmina se combinam com a acetilcolinesterase para inativá-la por até muitas horas e, por causa do fluorofosfato de di-isopropil que, diferentemente, atua como um gás venenoso, inativando a acetilcolinesterase por semanas - o que o torna letal Por fim, há fármacos que bloqueiam a transmissão na junção neuromuscular (curarifor mes) . A D- tubocurarina, por exemplo, bloqueia a ação do neurotransmissor acetilcolina nos receptores, e v i t a n d o , c o n s e qu e n t e m e n t e , o a u m e n t o d a permeabilidade dos canais de membrana muscular. Miastenia grave Patologia que provoca fraqueza muscular por incapacidade das junções neuromusculares de transmitir sinais das fibras nervosas para as musculares de forma suficiente. No sangue de pacientes acometidos com a doença foram encontrados anticorpos que atacam a acetilcolina. Entende-se, assim, esse distúrbio como sendo autoimune e caracterizado pelo desenvolvimento de anticorpos que bloqueiam/destroem os próprios receptores de acetilcolina na membrana pós-sináptica da junção neuromuscular. Ademais, caso a doença se manifeste de modo mais grave, o indivíduo morre por insuficiência respiratória em decorrência da debilidade acentuada dos músculos que fazem parte desse sistema. Os efeitos da doença podem ser amenizados com o uso de neostigmina ou outro anticolinesterásico. Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II • Duração do potencial de ação: 1 a 5 milissegundos nos músculos esqueléticos (cerca de 5x mais longo do que em grandes nervos mielinizados) • Velocidade de condução: de 3 a 5m/s (aprox. 1/13 da velocidade de condução nas grandes fibras nervosas mielinizadas que excitam o músculo esquelético). De que modo os potenciais de ação se distribuem para dentro da fibra muscular? A presença de túbulos transversos (de um lado a outro da fibra muscular) possibilita a propagação dos potenciais de ação de maneira profunda, até as proximidades das miofibrilas, tendo em vista que a extensão da fibra muscular esquelética faz com que o potencial de ação na superfície, por si só, não consiga provocar fluxo de corrente no interior da fibra. O que significa processo acoplamento excitação- contração? Simplificadamente, esse processo é definido pela sequência: potencial de ação em túbulos T - liberação de íons cálcio no interior da fibra muscular - vizinhança imediata das miofibrilas também recebendo esse potencial = contração muscular. Q u a l a r e l e v â n c i a d o s i s t e m a r e t í c u l o sarcoplasmático para o processo excitação- contração? O sistema retículo sarcoplasmático (essa união também é conhecida como tríade) define a associação dessa organela com os túbulos transversos (túbulos T). Primeiramente, é importante salientar que os túbulos T apresentam tamanho pequeno e se dispõem transversalmente nas miofibrilas, começando na membrana celular e percorrendo toda a fibra. Além disso, é indispensável destacar que esses túbulos se ramificam, formando planos que se entrelaçam entre as miofibrilas. Ainda sobre eles, é notável que, em seu ponto de origem, são abertos ao exterior, de maneira que estabelecem comunicação com o líquido extracelular circundante. Finalmente, o sistema túbulos T + retículos sarcoplasmáticos provoca, de fato, a contração muscular - o potencial de ação que é propagado pela membrana da fibra muscular também é transmitido para os túbulos transversos que “passam”, pelas cisternas terminais dos retículos sarcoplasmáticos (grandes câmaras - uma das partes que formam o retículo), o potencial para longos túbulos longitudinais (a outra parte dos retículos), que, por fim, circundam as superfícies das miofibrilas que realmente se contraem. Como os íons cálcio são liberados pelos retículos sarcoplasmáticos? UERN - TURMA XXII 11 Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II A existência do potencial de ação gera um fluxo de corrente que chega nas cisternas do retículo sarcoplasmático (tríade) pela conexão que ele faz com o túbulo T. Essa variação de voltagem é, então, percebida por receptores de dihidropiridina (proteínas DHP - integrais), que ficam ligados aos canais de liberação de cálcio ou canais de rianodina. A dihidropiridina é uma substância inibidora da abertura de canais cálcio intrínsecos. Isso acontece pois a despolarização do túbulo T induz uma alteração de conformação das proteínas DHP. Essa mudança é transmitida aos podócitos (projeções citoplasmáticas de proteínas receptoras de rianodina - proteínas integrais da membrana do retículo -, que se encontram na face da cisterna em contato com os túbulos transversos e contêm canais intrínsecos de cálcio), o que causa a abertura dos canais e efusão de cálcio dos retículos para o citoplasma da fibra muscular. A modificação dos podócitos é, sequencialmente, transmitida à proteína Triadina, que também está ligada aos receptores. Com isso, há a mobilização de cálcio, ligado à Parvalbumina, Calsequestrina e Reticulina (em contato, promovem a liberação de mais cálcio). Com a abertura dos canais de liberação de cálcio das cisternas, que dura poucos milissegundos, nas miofibrilas, há a promoção da contração muscular. No fim da contração muscular, como os íons cálcio são removidos das miofibrilas? A fim de possibilitar a retirada dos íons cálcio após a contração muscular, existem, nas paredes do retículo sarcoplasmático, bombas de cálcio continuamente ativadas. Elas são responsáveis por bombear esses íons de volta para os túbulos sarcoplasmáticos. Em adição a isso, existe a proteína calsequestrina, também dentro dos retículos, que realiza a quelação do cálcio, permitindo seu armazenamento em quantidade até 40x maior do que a quantidade correspondente ao cálcio livre. O que“pulso” excitatório de íons cálcio quer dizer? O complexo troponina-tropomiosina mantém os filamentos actínicos inibidos e, consequentemente, as concentrações de íons cálcio são normais, estando o músculo relaxado. Com a excitação do túbulo T e do sistema retículo sarcoplasmático, há liberação de uma quantia de íons cálcio suficiente para aumentar a concentração de íons cálcio em cerca de 500x (!0x o nível necessário para que haja contração muscular máxima). Logo em seguida, a bomba de cálcio reduz esses níveis novamente. Essa sequência é chamada de pulso e, nas fibras musculares esqueléticas dura, em média, 1/20 segundo (no músculo cardíaco: 1/3 de segundo). Durante esse pulso, acontece a contração muscular. Por fim, para que a contração persista sem interrupções e por longos intervalos, uma série de pulsos de cálcio deve acontecer por séries contínuas de potenciais de ação repetitivos. Excitação e contração do músculo liso Sobre o músculo liso Esse tipo muscular é formado por fibras de tamanho menor (diâmetros entre 1 a 5 micrômetros e comprimentos entre 20 a 500 micrômetros). Mas, em contrapartida, muitos princípios de contração se aplicam tanto ao músculo liso quanto ao esquelético, sendo, por exemplo, as mesmas forças de atração entre os filamentos de miosina e actina. Contudo, o arranjo físico interno das fibras musculares é distinto. Os músculos lisos são todos iguais? Não. Os músculos lisos se diferenciam uns dos outros em aspectos como dimensão física, organização em feixes ou folhetos, resposta a diferentes estímulos, características da inervação e função. Quais são os tipos de músculo liso existentes? A título de estudo, os músculos lisos podem ser divididos em dois grandes tipos: multiunitário e unitário. Diferencie os dois tipos de músculo liso. O músculo liso multiunitário é constituído por fibras musculares separadas e discretas, de maneira que cada uma opera independentemente das outras. Grande parte das fibras é, sobretudo, inervada por uma única terminação nervosa, de forma similar ao músculo esquelético. Analogamente às fibras musculares esqueléticas, as superfícies externas das fibras lisas multiunitárias são revestidas por uma camada composta pela mistura de colágeno e glicoproteínas, o que isola as fibras umas das outras. Nele, ainda, cada fibra se contrai de modo independente e tem controle mediado por sinais nervosos - a maioria do controle sobre o músculo unitário é, em contrapartida, realizada por estímulos não nervosos. São exemplos de músculo liso multiunitário os músculos da íris e ciliar do olho e os músculos piloeretores. O músculo liso unitário (também chamado músculo liso sincicial ou visceral) corresponde a uma massa de muitas fibras lisas que se contraem simultaneamente, como uma “unidade”. A maioria dessas fibras se dispõem em folhetos ou feixes e as membranas UERN - TURMA XXII 12 Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II celulares são aderidas entre si (a força gerada em uma fibra pode ser transmitida para a seguinte). Apresenta, ainda, junções comunicantes, através das quais os íons fluem livremente (em situações de potencial de ação ou não), podendo passar de fibra em fibra e fazer com que elas se contraiam em conjunto. Pode ser denominado músculo sincicial, nomenclatura que faz referência às interconexões entre as fibras, ou visceral, nome que é dado por esses músculos estarem presentes nas paredes da maioria das vísceras corporais. Como se dão os mecanismos físicos para a contração dos músculos lisos? Os músculos lisos não tem os filamentos de actina e miosina na mesma posição estriada que os músculos esqueléticos. Uma das primeiras diferenças percebidas é a presença dos corpos densos que desempenham, neles, papel similar ao que é desempenhado pelos discos Z nos músculos esqueléticos. A eles se aderem os filamentos de actina e pode, ainda, haver aderência entre eles mesmos - principal maneira pela qual a força da contração é transmitida. Alguns desses corpos estão ligados à membrana celular, outros dispersos no interior da célula. Ademais, entre os filamentos de actina se encontram os filamentos de miosina, que, por sua vez, apresentam pontes cruzadas com “polarização lateral”, o que quer dizer que as pontes se curvam em direções opostas nos dois lados, disposição que possibilita que a miosina puxe os filamentos de actina em uma direção de um lado e, simultaneamente, na direção oposta do outro lado. Além disso, permite que as células do músculo se contraiam por até 80% de seu comprimento (músculo esquelético = - 30%). Realize uma comparação entre a contração muscular de músculos lisos e a de músculos esqueléticos. A maioria dos músculos esqueléticos contrai e relaxa rapidamente, ao passo que a contração dos músculos lisos é uma tônica prolongada (horas/dias). Essa informação implica em diferenças físicas e químicas entre esses músculos. - A frequência de ciclos de pontes cruzadas de miosina é, em músculos lisos, muito mais baixa (cerca de 1/10 a 1/300 da do músculo esquelético do que nos esqueléticos (menos atividade ATPásica - menor energização e menos movimento das cabeças das pontes cruzadas) - de todo modo, a fração de tempo em que as pontes cruzadas se mantêm ligadas aos filamentos de actina é consideravelmente maior nos músculos lisos. - Músculos lisos precisam de uma quantidade de energia significativamente menor para manter a mesma tensão que músculos esqueléticos. Por se tratar de um ciclo de conexão relativamente longo e de ser usada apenas uma molécula de ATP em cada ciclo. Essa diferença é importante, no caso dos músculos lisos, pois órgãos como intestinos, bexiga urinária, vesícula biliar e outras vísceras costumam manter uma contração muscular tônica por períodos indefinidos. - O início da contração e do relaxamento muscular é, nos músculos lisos, muito mais lento do que nos músculos esqueléticos. Isso ocorre pois a conexão e a desconexão das pontes cruzadas com filamentos de actina são processos mais demorados nos músculos lisos. - A força máxima de contração nos músculos lisos é maior do que a força máxima de contração em músculos esqueléticos, já que eles tem menos filamentos de miosina e seu ciclo de tempo das pontes cruzadas é mais longo. Como as contrações do músculo liso são mantidas por períodos prolongados? Pelo mecanismo de “trava” (cremalheira), que permite que, mesmo que a quantidade de excitação continuada seja reduzida, haja manutenção da contração. Essa manutenção pode se dar por horas e usa pouca energia. No que consistem os fenômenos de estresse- relaxamento e estresse-relaxamento reverso? Como se dá o funcionamento deles? São importantes por, exceto curtos períodos, permitirem que um órgão oco mantenha quase a mesma pressão no interior de seu lúmen, mesmo que UERN - TURMA XXII 13 Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II ocorram grandes e prolongadas alterações de volume. Um exemplo de estresse-relaxamento é o aumento súbito do volume de líquido na bexiga urinária, que distende o músculo liso da parede desse órgão e provoca a elevação imediata de pressão nele. Pelo fenômeno de estresse-relaxamento, em cerca de 15 segundos a 1 minuto a pressão retorna, praticamente, ao nível original. Um exemplo de estresse-relaxamento reverso, por sua vez, pode ser dado pelo efeito contrário: uma súbita diminuição do volume do líquido na bexiga gera uma queda de pressão que, em alguns segundos ou minutos, retorna ao valor normal. A contração muscular nos músculos lisos é igual a contraçãonos músculos esqueléticos? Não. O músculo liso não contém troponina, proteína que, no músculo esquelético, é ativada por íons cálcio a fim de provocar a contração. Além disso, nos músculos lisos, o aumento da concentração intracelular de íons cálcio pode ocorrer por outros fatores que não a estimulação nervosa, como estimulação hormonal, estiramento da fibra ou alteração química no ambiente da fibra. O que substitui, então, a função da troponina nos músculos lisos? As células musculares lisas apresentam outra proteína reguladora, a calmodulina e, apesar da função similar, ela inicia a contração de maneira diferente: pela ativação das pontes cruzadas da miosina. Assim, o aumento da concentração de íons cálcio no lado citosólico do músculo liso permite a ligação reversível deles com a calmodulina. Dessa forma, o complexo calmodulina-cálcio se une à miosina e ativa a miosina-quinase (enzima fosforilativa), já que, quando a cadeia reguladora (uma cadeia leve da cabeça de miosina) não está fosforilada, o ciclo de conexão- reconexão da cabeça de miosina com o filamento de actina não ocorre e, consequentemente, não há contração muscular. Quais são as fontes de íons cálcio para o processo contrátil? Ainda que ambos os processos contráteis de músculos esqueléticos e lisos tenham ativação por íons cálcio, esses últimos têm origens diferentes nos dois casos. Na contração musculoesquelética, a maioria dos íons cálcio é fornecida pelo retículos sarcoplasmáticos, que, nos músculos lisos, são bem menos desenvolvidos. Desse modo, os íons cálcio, que provocam a contração, entram nas células musculares pelo líquido extracelular quando há estímulos tais qual o potencial de ação - a concentração de cálcio extracelular é em cerca de 10.000x maior do que a intracelular, de forma que a difusão para dentro da célula é rápida. Qual é, então, o papel do retículo sarcoplasmático em células musculares lisas? Os retículos sarcoplasmáticos das células musculares lisas atuam em conjunto com pequenas invaginações da membrana celular, as cavéolas. Os retículos estão localizados mais próximos às membranas e as cavéolas dão ideia de um sistema análogo ao de túbulos transversos dos músculos esqueléticos, ainda que bem mais simples. Dessa forma, quando o potencial de ação é transmitido para dentro das cavéolas, um estímulo é gerado para que íons cálcio sejam liberados a partir de túbulos sarcoplasmáticos contíguos. UERN - TURMA XXII 14 Variações pequenas da concentração de cálcio em músculos lisos Ao contrário da musculatura esquelética, pequenas variações de concentração de íons cálcio (1/3 a 1/10 do normal) são capazes de cessar a contração. A força de contração desses músculos é, então, muito dependente da concentração desses íons no líquido extracelular. Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II Como se dá a remoção dos íons cálcio para fora da fibra após a contração? Há, também, nos músculos lisos, uma bomba de cálcio com a finalidade de retirar os íons de dentro da fibra muscular, retornando-os para o líquido extracelular ou para os retículos (se presentes). Essa bomba faz uso de ATP e, ao contrário das bombas de cálcio da musculatura esquelética, tem ação lenta, de modo que a contração dura, geralmente, segundos e não centésimos ou décimos de segundo. Qual a relevância da miosina fosfatase para a contração muscular lisa? Pode-se dizer, basicamente, que essa enzima tem função inversa da apresentada pela miosina quinase. De qualquer forma, é encontrada nos líquidos da célula muscular lisa e é responsável por clivar o fosfato da cadeia leve reguladora. O tempo necessário para que ocorra o relaxamento muscular é, portanto, altamente dependente da quantidade de miosina fosfatase ativa na célula. Sobres os controles nervoso e hormonal da contração de músculos lisos Diferentemente do tecido muscular esquelético, além do sistema nervoso, o estímulo contrátil pode acontecer por ação hormonal e estiramento muscular, além de outras maneiras. Isso é possível pela presença de uma maior variedade de receptores proteicos que podem iniciar a contração na membrana do músculo liso. Além disso, esse tipo de músculo contém, também, receptores proteicos que inibem a contração muscular. Descreva a anatomia fisiológica da junções neuromusculares em músculos lisos. A inervação dos músculos lisos se dá por fibras nervosas autônomas que, normalmente, se ramificam difusamente na extremidade superior do folheto de fibras musculares. Na maioria das vezes, essas fibras não realizam contato direto com a membrana das fibras musculares lisas, mas formam as junções difusas, que secretam uma substância transmissora (na matriz que recobre o músculo liso) que, por sua vez, se difunde para as células. Quando existem muitas camadas de células musculares, as fibras nervosas inervam somente a camada externa, sendo os estímulos propagados às camadas mais internas por condução do potencial de ação ou por difusão da substância transmissora. Os axônios que inervam as fibras musculares lisas não têm ramificação típica e terminações como as de placas motoras nas fibras musculares esqueléticas. Neles, nas porções terminais, são encontradas as varicosidades, locais nos quais as células de Schwann, que envelopam o axônios, são interrompidas, a fim de que a substância transmissora possa ser secretada pelas paredes das varicosidades. Nelas, ainda, existem vesículas parecidas com às da placa motora do músculo esquelético - diferindo no fato de que as vesículas de junções esqueléticas apresentam sempre acetilcolina e as vesículas das terminações nervosas autônomas contêm por vezes acetilcolina, UERN - TURMA XXII 15 Possível explicação para a regulação do mecanismo de “trava" Quando as enzimas miosina-quinase e miosina fosfatase estão ambas ativadas, a frequência dos ciclos das cabeças de miosina e a velocidade de contração ficam aumentadas. Na medida em que essas enzimas são desativadas, a frequência dos ciclos diminui. Entretanto, ao mesmo tempo em que ocorre essa diminuição, a desativação enzimática permite que as cabeças de miosina fiquem ligadas ao filamento de actina por tempo cada vez maior da proporção do ciclo. Assim, o número de cabeças que se liga ao filamento de actina é grande em qualquer momento do ciclo. Como é o número de cabeça que determina a força estática da contração, a tensão é mantida, “travada”, pouca energia é usada pelo músculo (pois o ATP não é degradado à ADP - exceto quando raramente se desconecta). Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II por outras a noriepinefrina (além de outras ocasionalmente). No caso do músculo liso multiunitário, particularmente, as varicosidades estão separadas da membrana da célula muscular por 20 a 30 nanômetros (mesma largura da fenda sináptica na junção muscular esquelética) - junções de contato, com funcionamento parecido à da junção neuromuscular no músculo esquelético (a rapidez da contração dessas fibras musculares lisas é consideravelmente maior que a das fibras estimuladas por junções difusas). Os potenciais de membrana e de ação no músculo liso ‣ Potencial de membrana: depende do momento em que o músculo se encontra (em estado normal de repouso, gira em torno de -50 e -60 mV). ‣ Potencial de ação no músculo liso unitário: ocorre da mesma maneira que nos músculos esqueléticos e são de duas formas: potenciais em ponta e potenciais de ação com platôs. 1. Potenciais em ponta: frequentemente ocorrem em grande parte dos músculos lisos unitários. Podem ser desencadeados por estimulaçãoelétrica, pela ação hormonal ou de substâncias transmissoras, além do estiramento e da geração espontânea, na própria fibra. 2. Potenciais de ação com platôs: embora inicie de modo similar ao potencial em ponta, sua repolarização é retardada. Dessa maneira, se associa com contrações prolongadas, como ocorre no ureter, útero e em certos tipos de músculo vascular - além de fibras musculares cardíacas que apresentam período prolongado de contração. Por que os canais de cálcio têm uma importância maior na geração do potencial de ação em músculos lisos? Em músculos esqueléticos e fibras nervosas, a quantidade de canais de cálcio é expressivamente menor do que é encontrado na musculatura lisa. Em contrapartida, músculos esqueléticos contêm uma quantia maior de canais de sódio do que músculos lisos. Por conta disso, o fluxo de íons cálcio é, em fibras musculares lisas, o principal responsável pela geração do potencial de ação, o que explica, também, o fato de o platô de algumas fibras lisas ser mais prolongado, haja vista que os canais de cálcio se abrem mais lentamente que os de sódio, ficando abertos por tempo muito maior também. Além disso, os íons cálcio atuam diretamente sobre o mecanismo contrátil, realizando duas tarefas de uma vez. Como pode ocorrer a geração espontânea dos potenciais de ação? Normalmente, a capacidade autoexcitatória dos músculos lisos está atrelada aos ritmos em onda lenta do potencial de membrana. A onda lenta não é, entretanto, o potencial de ação, mas uma propriedade local das fibras musculares lisas. Dessa maneira, suas causas são desconhecidas, mas se acredita que o processo esteja relacionado com o aumento e a diminuição do bombeamento de íons positivos (provavelmente os íons sódio), de modo que o potencial de membrana fica mais negativo quando o sódio é bombeado para fora mais rapidamente e mais positivo quando essa bomba é menos ativa. Além disso, pode ser que a condutância iônica nos canais aumente e diminua ritmicamente. Assim, as ondas lentas podem ter amplitude suficiente para gerar um potencial de ação e isso acontece quando o potencial de onda negativo no lado interno da membrana vai de -60 para -35mV. Essas sequências ocorrem repetidamente, desencadeando a contração rítmica da massa muscular e, por isso, as ondas lenas são chamadas de ondas marca-passo (controle das contrações rítmicas do intestino, por exemplo). UERN - TURMA XXII 16 Substâncias excitatórias e inibitórias na junção neuromuscular As substâncias mais relevantes secretadas pelos nervos autônomos que inervam o músculo liso são a acetilcolina e a norepinefrina - embora nunca secretadas pela mesma fibra nervosa. Em fibras musculares lisas de alguns órgãos, a acetilcolina é uma substância transmissora excitatória e um transmissor inibitório para o músculo liso de outros. Além disso, quando a acetilcolina é excitatória em uma fibra, a norepinefrina consequentemente a inibirá e vice-versa. Essa condição se deve à variação dos receptores, de modo que uns são excitatórios e outros são inibitórios - o tipo de receptor determina se o músculo será inibido ou excitado e qual dos transmissores causará cada situação. Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 Disc.: Maria Eduarda Martins Chaves Fisiologia II Como o músculo liso visceral pode ser excitado por estiramento? Quando o músculo é estirado suficientemente, são gerados potenciais espontâneos, resultantes da combinação de potenciais de onda lenta normais e da diminuição da negatividade do potencial de membrana (pelo estiramento). A título de exemplo, quando o intestino está muito distendido devido ao conteúdo intestinal, as contrações automáticas locais formam ondas peristálticas que movem o conteúdo para fora da região distendida (usualmente em direção ao ânus). Como se dá a despolarização do músculo liso sem potenciais de ação? A despolarização do músculo liso sem potenciais de ação se dá, principalmente, em resposta a estímulos nervosos - terminações nervosas secretam acetilcolina e norepinefrina. Esse processo ocorre assim devido ao fato de potenciais de ação normalmente não ocorrerem, tendo em vista que essas fibras são muito pequenas para gerar um potencial de ação. O que são os fatores teciduais locais e como eles atuam na contração muscular? Fatores químicos teciduais locais são um tipo de fator estimulador para contração que não prescinde de potenciais de ação. Esse fator exerce um sistema local de controle por feedback, controlando o fluxo sanguíneo para a área tecidual e pode ser dado por: 1. Falta de oxigênio nos tecidos locais = relaxamento do músculo liso + vasodilatação. 2. Excesso de dióxido de carbono = vasodilatação. 3. Aumento de [H+] = vasodilatação 4. Adenosina, ácido lático, aumento da [K+], diminuição da [Ca++] e elevação da temperatura corporal = vasodilatação. 5. Diminuição da pressão arterial = menor distensão do músculo liso vascular = dilatação de pequenos vasos sanguíneos. Qual a relevância hormonal para a contração no músculo liso? Existe vários hormônios que atuam na estimulação da contração de maneira independente aos potenciais de ação. Os mais importantes são a norepinefrina, a epinefrina, a angiotensina II, a endotelina, a vasopressina, a oxitocina, a serotonina e a histamina. Eles promoverão contração caso a membrana da célula muscular contenha receptores excitatórios controlados por hormônio. De modo contrário, acontecerá inibição se existirem receptores inibitórios para o hormônio na membrana. De que forma ocorre inibição ou excitação muscular por fatores independentes de potenciais de ação? A inibição ocorre quando hormônios ou outros fatores químicos teciduais fecham os canais de sódio/cálcio, evitando o influxo de íons positivos ou, ainda, pela abertura de canais de potássio (normalmente fechados), permitindo que íons potássio saiam da célula. Com isso, o grau de negatividade dentro da célula é aumentado, causando uma hiperpolarização, o que inibe fortemente a contração. Outras vezes, os hormônios podem iniciar a contração/ inibição do músculo liso sem que existam alterações diretas no potencial de membrana. Isso é possível pela ativação de um receptor de membrana que não abre canais iônicos, mas que causa alteração interna na fibra muscular (a liberação de íons cálcio do retículo sarcoplasmático intracelular, por exemplo, de forma que o cálcio induzirá a contração). No caso da inibição da contração, ela ocorrerá pela ativação das enzimas adenilato ciclase ou guanilato ciclase na membrana celular (porções de receptores que fazem protusão para o interior da célula que se encontram acopladas a essas enzimas), para que exista formação de monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) ou monofosfato de guanosina cíclico (GMPc) - segundos mensageiros. Dentre os efeitos desses produtos está a alteração do grau de fosforilação de muitas enzimas que inibem, indiretamente, a contração. A bomba que move os íons cálcio para os retículos sarcoplasmáticos e a que move os íons cálcio para fora da célula são ativadas, r e d u z i n d o a c o n c e n t r a ç ã o d e s s e í o n e , consequentemente, inibindo a contração muscular. Podem existir, ainda, situações em que a mesma substância pode incorrer em relaxamento e contração de músculos l isos de diferentes localizações. Por exemplo, a norepinefrina inibe a contração do músculo liso do intestino e estimula a contração de músculos lisos nos vasos sanguíneos. O músculo cardíaco e suas particularidades O coração é dotado de mecanismos especiais capazes de promover uma sucessão contínua de contrações cardíacas que formam os batimentos rítmicos do coração - ritmo cardíaco. Descreva a anatomia fisiológica do músculo cardíaco. UERN - TURMA XXII 17 Downloaded by Noelma Oliveira de Sousa (noelma10sousa@gmail.com) lOMoARcPSD|13805610 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=fisiologia-contracao-muscular-e-juncao-neuromuscular
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