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1 
Este material é parte integrante do curso online "Urgência e Emergência" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei 
nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor 
(Artigo 29). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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autor (Artigo 29). 
Com certificado 
online 
80 horas Atualização em Urgência e 
Emergência 
Nice Dias Gonçalves 
 
 
 
1 
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(Artigo 29). 
 
 
 
 
 
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total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do 
autor (Artigo 29). 
Atualização em Urgência e 
Emergência 
Nice Dias Gonçalves 
80 horas 
Com certificado 
online 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 3 
DEFINIÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ........................................................ 5 
2.1 DIFERENÇA ENTRE UBS E UPA .......................................................................... 10 
SITUAÇÕES QUE MOTIVAM À PROCURA DO SERVIÇO DE URGÊNCIA E 
EMERGÊNCIA ................................................................................................................. 11 
ACESSO E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA .. 13 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ........................................................................................ 20 
AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES QUE ENVOLVEM URGÊNCIA E 
EMERGÊNCIA ................................................................................................................. 23 
ASSISTÊNCIA AS SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ...................... 25 
7.1 SIGNIFICADO DAS LETRAS ABCDE .................................................................. 26 
7.1.1 (X) – Exsanguinação .......................................................................................... 26 
7.2 CHOQUE E SUAS CONSEQUENCIAS NO ORGANOSMO ................................ 28 
7.3 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA ................................................................... 30 
7.4 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) ....................................................... 31 
7.5 TRAUMA CRANIO ENCEFALICO (TCE) ............................................................ 32 
O TRABALHO DA ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA .............. 36 
CONCLUSÃO .................................................................................................................... 39 
AVALIAÇÃO..................................................................................................................... 40 
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 44 
 
 
Unidade 1 - Introdução 
 
 
3 
Este material é parte integrante do curso online "Urgência e Emergência" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei 
nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor 
(Artigo 29). 
01 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
Os serviços de emergência / urgência prestam cuidados a milhões de pessoas por ano. As 
constantes mutações no atendimento são inúmeras e dependem da natureza de cuidados que 
os mesmos implicam e de muitas outras condições inerentes à condição humana. 
A utilização do Serviço Hospitalar de Urgência (SHU) no Brasil tem sido motivo de 
inquietação para gestores dos sistemas de saúde, profissionais e a sociedade em geral, pois 
o seu uso tem se tornado crescente. A maioria desses serviços funciona acima de sua 
capacidade instalada, com profissionais sem capacitação, gerenciamento inefetivo, ausência 
de planejamento, excesso de demanda e demanda inadequada (O’DWYER; OLIVEIRA; 
SETA, 2009). 
De acordo com Garlet et al. (2009), ressaltam-se ainda o crescente aumento do 
atendimento no SHU relacionado ao aumento dos acidentes e da violência urbana, às 
questões socioeconômicas, à falta de leitos para internação na rede pública, ao aumento da 
longevidade da população, assim como à falta de agilidade e de resolutividade dos serviços 
de saúde (VALENTIM; SANTOS, 2009). A crise no SHU é agravada, também, pela procura 
por pessoas em situação de urgência, juntamente com aquelas em condições de saúde não 
graves, dificultando o estabelecimento de prioridades (MARQUES; LIMA, 2008). 
As principais situações que envolve as urgências e emergências são as situações de 
traumas, se configurando estatisticamente como a principal causa de morte em pessoas entra 
1 a 44 anos de idade, sendo responsável por mais de 70% das mortes entre as idades de 18 e 
24 anos, e mais de 40% entre as idades de 1 a 14 anos. 
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os acidentes de trânsito são um 
enorme problema de saúde pública, ocasionando essas situações de traumas, e levando a 
1,24 milhão de óbitos por ano em todo o mundo. 
Sendo assim, é importante ajustar os serviços de urgência e emergência, com equipe 
multidisciplinar e tecnologias, associado a estratégias de gestão para intervir nessa situação 
exposta. 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
4 
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lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do 
autor (Artigo 29). 
Para Bellucci Júnior e Matsuda (2012), quando se pensa em qualidade nos serviços 
hospitalares, surge a necessidade de discutir formas de gestão que deem suporte às 
instituições para que possam atender às necessidades e exigências do usuário em todas as 
suas dimensões. Nesse contexto é que o governo federal propõe a reorganização e a 
normatização do atendimento no SHU em todo território nacional, por meio da Política 
Nacional de Atenção às Urgências e da Política Nacional de Humanização, contemplando 
estratégias para o Acolhimento com Classificação de Risco (BRASIL, 2009). 
Essas políticas visam ampliar o acesso, reduzir as filas e o tempo de espera para o 
atendimento, diminuir o risco de mortes evitáveis, a extinção das triagens por profissional 
não qualificado e a priorização de acordo com critérios clínicos em vez da ordem de chegada 
(BRASIL, 2009). Configura-se como ação potencialmente decisiva na reorganização dos 
serviços de saúde em rede por propiciar assistência resolutiva e humanizada àqueles em 
situações de risco (SOUZA ET AL., 2011). 
No Brasil, o Ministério da Saúde propõe a implantação de um sistema com 
denominação de Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) em vez de triagem, por 
pressupor que o verbo triar exprime exclusão (DURO; LIMA, 2010). 
A identificação da demanda de acesso dos usuários aos serviços de saúde é 
fundamental no gerenciamento da capacidade de utilização dos recursos disponíveis, assim 
como a superlotação nos serviços de emergência com problemas de saúde não urgentes tem 
atraído atenção mundial e motivado vários estudos nesta área (VAN UDEN et al., 2005). 
Assim, ainda na década de 1960, nos Estados Unidos da América, iniciou-se a 
implantação de sistemas de triagens em serviços de atendimento às urgências. Paralelamente, 
no Canadá foi desenvolvido um sistemaque somente em 1995 tornou-se realidade. Na 
Austrália, uma escala de classificação das urgências foi adotada em 2000, porém foi no 
Reino Unido que, em 1997, iniciou-se a triagem de Manchester, reconhecida 
internacionalmente e mais utilizada nos dias atuais, pois apresenta os critérios de gravidade, 
do tempo alvo de atendimento e de reavaliação do paciente. A partir de 2001, na Espanha, 
também foi introduzido um sistema classificatório de urgências hospitalares (DURO; LIMA, 
2010). 
As ações de acolhimento podem ser realizadas por qualquer profissional de saúde, 
desde que capacitado. Entretanto, cabe ao enfermeiro reunir as condições necessárias, as 
quais incluem linguagem clínica orientada para os sinais e sintomas, para a realização das 
escalas de avaliação e classificação de risco do usuário de acordo com o grau de urgência de 
seu agravo, com base em um sistema predefinido: emergência, urgência, menor urgência e 
baixa complexidade (BRASIL, 2009). 
Unidade 2 – Definições de Urgência e Emergência 
 
 
5 
Este material é parte integrante do curso online "Urgência e Emergência" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei 
nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor 
(Artigo 29). 
02 
DEFINIÇÕES DE URGÊNCIA E 
EMERGÊNCIA 
 
 
 
 
A definição de urgência, segundo a Resolução 1451/95 do Conselho Federal de Medicina, 
é "a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo 
portador necessita de assistência médica imediata", e emergência como "a constatação 
médica de condições de agravo à saúde que impliquem risco iminente de vida ou 
sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato" (CONSELHO, 
2014). 
A área de Urgência e Emergência, segundo o Ministério da Saúde (2002), 
constitui-se em um importante componente da assistência à saúde, assim, é necessário 
definir esses termos utilizados cotidianamente. As definições são as mais diversas 
possíveis de vários autores, todavia todas concluem os mesmos significados. 
 
URGÊNCIA EMERGÊNCIA 
Dicionário 
Aurélio 
Do latim urgentia, que significa 
qualidade de urgente; caso ou 
situação de emergência, de 
urgência. 
Do latim emergentia, que 
significa ação de emergir; 
situação crítica, incidente; caso 
de urgência. 
Ministério da 
Saúde 
Quando há ocorrência 
imprevista de agravo à saúde, 
com ou sem risco potencial de 
morte, cujo portador necessite 
de assistência imediata. 
Constatação médica de 
condições de agravo à saúde que 
impliquem em risco iminente de 
morte ou sofrimento intenso, 
exigindo, portanto, tratamento 
médico imediato. 
Fonte: Dicionário Aurélio (2010) e Ministério da Saúde (2010). 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
6 
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autor (Artigo 29). 
De acordo com Ferreira (1988) Urgência e Emergência se configuram da seguinte 
maneira: ‘urgência’ faz referência a ‘urgente’ e ‘urgir’ que significa urgência. (do lat. 
urgentia) = Qualidade de urgente; Caso ou situação de emergência, de urgência; Urgência 
urgentíssima. Ao passo que ‘emergência’ é vista por essa ótica como sinônimo, se 
configurando com emergência (do lat. emergentia) = Ação de emergir; Nascimento (do 
Sol); Situação crítica; acontecimento perigoso ou fortuito; incidente; caso de urgência, de 
emergência: emergências médicas; emergências cardíacas. 
A literatura biomédica já traz um esclarecimento maior sobre essa discussão, a 
definição de urgência, segundo a Resolução 1451/95 do Conselho Federal de Medicina, 
é "a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou se risco potencial de vida, cujo 
portador necessita de assistência médica imediata", e emergência como "a constatação 
médica de condições de agravo à saúde que impliquem risco iminente de vida ou 
sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato" (CONSELHO, 
2014). 
Os termos urgência e emergência geram muitas dúvidas no meio da saúde, por 
esta razão passou-se a utilizar somente o termo “urgência”, para os casos que necessitem 
de cuidados imediatos. Classificam-se os vários graus de urgência da seguinte forma: 
nível 1, emergência ou urgência de prioridade absoluta, casos em que há risco imediato 
de morte ou perda funcional grave; nível 2, urgência de prioridade moderada, casos de 
necessidade de atendimento médico não imediato, porém dentro de poucas horas; nível 
3, urgência de prioridade baixa, com necessidade de avaliação médica, podendo aguardar 
várias horas; nível 4, urgência de prioridade mínima, situações em que o médico pode 
fornecer orientações por telefone (MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009). 
A Portaria Nº 354, de 10 de Março de 2014, que relata sobre boas práticas para 
organização e funcionamento de serviços de urgência e emergência, traz como 
significado: 
Emergência: constatação médica de condições de agravo à 
saúde que impliquem sofrimento intenso ou risco iminente de 
morte, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. 
Urgência: Ocorrência imprevista de agravo à saúde como ou 
sem risco potencial a vida, cujo portador necessita de 
assistência médica imediata. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2014). 
Unidade 2 – Definições de Urgência e Emergência 
 
 
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(Artigo 29). 
 
Assim, entende-se por emergência entidades patológicas que acarretam risco de 
morte imediato ou debilitação relevante e devem ser tratadas em poucos minutos, 
enquanto que as urgências são aquelas que necessitam de tratamento em um tempo menor 
que 12 horas. 
Os serviços de urgência e emergência são caracterizados pelo atendimento a 
pacientes em situações agudas com risco de morte e/ou sofrimento intenso, porém a 
maioria dos usuários que procuram estes serviços poderiam ter seus problemas resolvidos 
na atenção primária “Unidade Básica de Saúde” – UBS (LOPES JB, 2011). 
O atendimento de urgência/emergência, na maior parte dos hospitais públicos do 
Brasil, é ineficaz, resultando num atendimento de pouca qualidade, demora na espera e 
acumulo de pacientes nos corredores das unidades de pronto atendimento. Esses fatos são 
concedidos pelas insuficiências do andamento da atenção básica e refletem na grande 
demanda das unidades de pronto atendimento (OLIVEIRA, 2013). 
O Enfermeiro destaca-se pelas suas características generalistas, que lhe permitem 
na realização de triagem no setor de emergência assumir a responsabilidade pela 
avaliação inicial do paciente, iniciar a obtenção do diagnóstico, encaminhar paciente para 
a área clínica adequada, supervisionar o fluxo de atendimento, ter autonomia e dirigir os 
demais membros da equipe. Sendo ainda prioritário um conjunto de conhecimentos, 
atitudes, capacidades e aptidões que habilitam o profissional a um atendimento 
humanizado (CORENDF, 2010). 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
8 
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autor (Artigo 29). 
Urgência e emergência são termos usados na área da medicina, que muitas vezes 
são confundidos por usuários e também pelos profissionais de saúde. Urgência é uma 
situação que requer assistência rápida, no menor tempo possível que não ultrapasse a duas 
horas, a fim de evitar complicações e sofrimento emergênciaé toda situação em que há 
ameaça eminente à vida, sofrimento intenso ou risco de lesão permanente, havendo 
necessidade de atendimento imediato (OLIVEIRA GN et al., 2011). 
Os serviços de emergência hospitalares no Brasil são um fenômeno mundial 
caracterizado por todos os leitos da unidade de emergência ocupados, pacientes acamados 
nos corredores, tempo de espera para o atendimento acime de uma hora, alta tensão na 
equipe assistencial, grandes pressões na demanda do atendimento o que pode resultar em 
baixo desempenho do sistema de saúde (BITTENCOURT; HORTALE, 2009). 
O atendimento de urgência e emergência é essencial para manutenção da vida. Por 
tanto se torna necessário a capacitação das equipes de saúde em todos os âmbitos da 
assistência, a partir de um enfoque estratégico promocional, abarcando toda a gestão e 
atenção extra hospitalar fixa e móvel, hospitalar e pós-hospitalar, envolvendo 
profissionais de nível superior e de nível técnico, em comum acordo com as diretrizes do 
SUS e alicerçada nos polos de educação onde deve estar estruturado o atendimento de 
urgência e emergência normatizado pelas leis vigentes do Ministério da SAÚDE 
(SOUSA; DIAS; OLIVEIRA, 2011). 
Nos últimos anos tem se estudado amplamente os Serviços de Urgência e 
Emergência o mundo, devido ao aumento exagerado na utilização deste serviço pelos 
usuários. Conforme Marques et.al. (2007): 
A falta de definições políticas, a baixa resolutividade e a 
qualidade oferecida nos serviços, aliada à dificuldade de 
mudança nos hábitos culturais e crenças da população tem 
levado o usuário a buscar a assistência médica onde exista a 
porta aberta. Algumas situações podem ser identificadas na 
maioria das unidades públicas de urgência do Brasil, 
interferindo consideravelmente o processo de trabalho e a 
qualidade do cuidado prestado à população, pois os serviços 
hospitalares de atendimento ficam abertos 24 horas e assim, 
apresentam situações que vão desde aquelas de sua estrita 
responsabilidade, até atendimentos com um volume 
considerável de ocorrências não urgentes que poderiam ser 
atendidos em estruturas de menor complexidade (GARLET et. 
al., 2009). 
Um estudo realizado por Furtado et. al. (2004), em um hospital geral de 
Pernambuco, constatou que 74,5% dos atendimentos poderiam ser realizados na atenção 
básica, por não se caracterizar como urgências, pois eram queixas típicas. Com esta 
demanda os casos graves e agudos acabam prejudicados, acarretando no acúmulo de 
tarefas e ainda no aumento de custos de atendimento e a sobrecarga da equipe dos 
profissionais de saúde. 
E ainda existem situações extremas que dificultam a capacidade de resolutividade 
dos serviços, com o encaminhamento dos pacientes para outros hospitais, tornando as 
Unidade 2 – Definições de Urgência e Emergência 
 
 
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(Artigo 29). 
salas de observação, que deveriam ser de permanência temporária dos pacientes, em alas 
de internação, sem as devidas condições de estrutura e equipe para cuidados contínuos, 
expondo os pacientes a riscos (GIGLIO-JACQUEMOT 2005). 
Com base neste contexto, os usuários utilizam os serviços hospitalares de urgência 
e emergência por entenderem que esta alternativa é mais resolutiva, pois recebem um 
somatório e recursos, como: consultas, remédios, exames, procedimentos de enfermagem 
e internações (MARQUES et. al. 2007). 
Os serviços de atendimento as urgências e emergências seguem instituídos pela 
Política Nacional de Atenção as Urgências (PNAU), tendo como finalidade atender 
usuários em estado grave, como também casos não urgentes que deverão após ser 
encaminhados aos serviços ambulatoriais ou especializados da rede de atenção à saúde. 
O Ministério de Saúde (2002) define: 
Pronto atendimento: Unidade prestadora de atendimento dentro do horário de 
funcionamento do estabelecimento de saúde. 
Unidade de Atendimento de Emergência: Unidade prestadora de atendimento 
24 horas por dia, realizando o primeiro atendimento, e, após, encaminhados para os 
centros de especialidades. 
Pronto Socorro: Deverá prestar atendimento 24 horas do dia e dispõe apenas de 
leitos de observação. 
 
A rede de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) é estruturada de forma que 
cada tipo de atendimento tem um destino certo. A rede é dividida em atenção básica – 
UBS e equipes de Saúde da Família; nível intermediário feito pelo Serviço de 
Atendimento Móvel as Urgência (Samu) e UPAs; e o atendimento de média e alta 
complexidade é feito nos hospitais. 
As UBS são locais onde os usuários do SUS podem receber atendimento médico 
para diagnóstico e tratamento de cerca de 80% dos problemas de saúde dos usuários. É 
nessas unidades que a população tem acesso a medicamentos gratuitos e vacinas, faz 
atendimento pré-natal, acompanhamento de hipertensos e diabéticos e de outras doenças 
como tuberculose e hanseníase. As UBS são a porta de entrada do SUS, e contribuem 
para o aumento da qualidade de vida e para a redução dos encaminhamentos aos hospitais. 
Já as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) funcionam 24 horas por dia, sete 
dias por semana e podem resolver grande parte das urgências e emergências, como 
pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame. A estrutura simplificada, com 
Raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação, 
colabora para a diminuição das filas nos prontos-socorros. Quando o paciente chega às 
unidades, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. 
Nas localidades em que estão em pleno atendimento, as unidades têm capacidade para 
atender sem necessidade de encaminhamento ao pronto-socorro hospitalar mais de 90% 
dos pacientes. 
 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
10 
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autor (Artigo 29). 
 
2.1 DIFERENÇA ENTRE UBS E UPA 
 
 
Segundo o Ministério da Saúde, os serviços de urgência e emergência têm como 
objetivo diminuir a morbi-mortalidade e as sequelas incapacitantes. Para tanto, é preciso 
garantir os elementos necessários para um sistema de atenção de emergência, 
considerando recursos humanos, infraestrutura, equipamentos e materiais, de modo a 
assegurar uma assistência integral, com qualidade adequada e contínua (BRASIL, 2009). 
NASCIMENTO et al(2011), complementa informando que a grande procura por 
atendimento nos serviços de urgência hospitalar tem inúmeras causas que podem estar 
associadas ao aumento de acidentes e da violência urbana, as questões socioeconômicas, 
a falta de leitos para internação na rede pública, o aumento da longevidade da população. 
 
Unidade 3 – Situações que Motivam à Procura do Serviço de Urgência e Emergência 
 
 
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(Artigo 29). 
03 
SITUAÇÕES QUE MOTIVAM À PROCURA 
DO SERVIÇO DE URGÊNCIA E 
EMERGÊNCIA 
 
 
 
 
No Brasil as Unidades de Urgência e Emergência, contrariando o que para elas havia sido 
planejado tornaram-se, principalmente a partir da última década do século passado, as 
principais portas de entrada no sistema de atenção à saúde, eleitas pela população como 
o melhor local para a obtenção de diagnóstico e tratamento dos problemas de saúde, 
independentemente do nível de urgência e da gravidade destasocorrências (GALLO, 
MELLO, 2009). 
Assim um grande número de pacientes prefere abrir mão do atendimento 
oferecido nos postos de saúde, apesar de sua maior acessibilidade, para se dirigir às 
Unidades de Urgências e Emergências que oferecem, em geral, atendimento de 24 horas, 
maior oferta de clínicas especializadas, exames de maior complexidade e, caso 
necessário, a possibilidade de internação (PAIVA et al., 2010). 
Segundo Giglio-Jacquemot (2005), as percepções de profissionais e usuários do 
Sistema de Saúde sobre urgências são distintas. Para os profissionais, situações de 
urgências são aquelas em que há o risco de vida a partir de definições biomédicas. Em 
contrapartida, os usuários julgam como urgências problemas que atrapalham gravemente 
sua vida cotidiana. 
A mesma autora cita que os Serviços de Urgência e Emergência, quando 
observados, podem ser um panorama do funcionamento do Sistema de Saúde da região 
onde estão inseridos. A irritação frequente de usuários pode ser resultado de obstáculos 
na utilização da rede de serviços, tais como a dificuldade no acesso e/ou pouca 
resolutividade nos Serviços da Rede Básica. 
A procura frequente por parte de alguns usuários pode estar relacionado à 
condição crônica de saúde. E essa condição necessita de um gerenciamento contínuo por 
anos, exigindo esforço do Sistema de Saúde, pois requer ações tanto de caráter continuado 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
12 
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autor (Artigo 29). 
quanto de pronto atendimento, no qual o uso de Serviços de Emergência se torna 
imprescindível (MATTOS, 2008). 
No entanto, as exacerbações e agudizações de condições crônicas, poderiam ser 
evitadas com um bom manejo e assistência da Rede Básica (SCHULL, 2005), retomando 
a hipótese de que os Serviços de Urgência estão atendendo pacientes com problemas que 
seriam resolvidos na Atenção Primária. 
De acordo com Dallari et al(2009), a atenção em urgência, o crescimento do 
número de acidentes, a violência urbana e a insuficiente estruturação da rede de serviços 
de saúde são fatores que têm contribuído decisivamente para a sobrecarga dos serviços 
hospitalares. O conhecimento desta realidade em nosso meio é de importância 
fundamental, no sentido de evidenciar a necessidade de reestruturação do atual sistema 
de saúde, na perspectiva de consolidação dos princípios do Sistema Único de Saúde 
(SUS). 
A Portaria GM 2048/2012 alerta para uma preocupante realidade, na necessidade 
de escoar a demanda não absorvida pela atenção básica, com um crescente número de 
Pronto Atendimento (PA), com atendimento médico, mas sem estrutura e apoio de 
diagnósticos, sem elucidação diagnóstica, sem equipamento, sem estrutura e fora da rede 
de assistência, colaborando para um atendimento de baixa qualidade sem resolutividade, 
oportunizando um retorno para estas unidades de saúde. 
 
Unidade 4 – Acesso e Utilização dos Serviços de Urgência e Emergência 
 
 
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(Artigo 29). 
04 
ACESSO E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS 
DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
 
 
 
 
Superlotação, demora no atendimento e custos cada vez mais altos são apenas algumas 
das consequências causadas pelo uso inadequado do serviço dos prontos atendimentos. 
A área de urgência e emergência sempre foi considerada uma área crítica na 
implementação do SUS, tendo em vista que a falta ou mesmo a desorganização da atenção 
nesta área provoca crises envolvendo gestores, prestadores de serviços e os usuários, estes 
os mais prejudicados. (SILVA, 2011). 
De acordo com Marques (2010) e Pasarín (2006), a utilização do Serviço de 
Urgência e Emergência se inicia pela percepção que o usuário tem quanto aos Sinais e 
Sintomas que são valorizados por eles, como perda ou comprometimento da saúde. A 
partir disso, as pessoas utilizam mecanismos simbólicos que os levam à decisão do que 
poderá ser feito para investigar o problema ou para recuperar a normalidade perdida. 
De um modo geral, a utilização é descrita pela soma dos fatores relacionados à 
necessidade de saúde, ao usuário, ao prestador de serviços, à organização e a política. A 
necessidade de saúde diz respeito à morbidade, gravidade e urgência da doença de quem 
procura o Serviço. A escolha quanto ao serviço que deverá ser procurado, é, também, 
fortemente influenciada pela busca por profissionais competentes para o atendimento e 
pela confiança na experiência e capacidade dos membros da equipe de saúde. A satisfação 
do usuário com o serviço é determinante para a sua reutilização. 
No entanto, conforme descrito por Batistela et. al. (2008), o conhecimento da 
população sobre a qualidade da assistência, pode ser confundida pela crença de que em 
hospitais serão mais bem atendidos do que em outros Serviços de Saúde. Essa crença é 
voltada para o modelo assistencial biomédico, em que os hospitais são a peça central do 
sistema de saúde e a rede básica é considerada desqualificada. 
Atualmente em nosso país, o acesso aos serviços de saúde é articulado e 
complementado pelo Acolhimento, que foi implantado em 2003 pela Política Nacional 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
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autor (Artigo 29). 
de Humanização (PNH), que trata de uma proposta de reorganização da lógica e 
funcionamento dos serviços de saúde, em que o serviço garante o acesso assumindo a 
função de acolher, escutar e pactuar respostas mais adequadas aos usuários. E dentre as 
propostas de acolhimento, está a avaliação e classificação de risco para os Serviços de 
Urgência e Emergência (BRASIL, 2004). 
Porém, esse modelo de atendimento, requer uma melhora em nossa Atenção 
Básica de Saúde, pois prepara o usuário que não tem necessidade de estar utilizando os 
serviços de Pronto Atendimento, para que procure a rede básica de saúde. Mas, de nada 
vai adiantar se o usuário procurar esse serviço primário e este não funcionar de acordo 
com a sua necessidade, que com certeza da próxima vez procurará o Pronto Atendimento, 
pois a seu ver “resolve o seu problema”. 
Considerando a importância da área de Urgência e Emergência enquanto 
componente da assistência à saúde, o crescimento da demanda por serviços nesta área e a 
insuficiente estruturação da rede assistencial o Ministério da Saúde em parceria com as 
Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, em novembro de 
2002, editou a Portaria 2048/GM que dispõe sobre o regulamento técnico dos sistemas 
estaduais de urgências e emergências, estabelecendo normas e critérios de funcionamento 
para o atendimento pré-hospitalar, atendimento pré-hospitalar móvel, atendimento 
hospitalar, transporte inter-hospitalar, prevê a criação de Núcleos de Educação em 
Urgências e a proposição de grades curriculares para capacitação de recursos humanos 
nesta área (BRASIL, 2006). 
A Política Nacional de Atenção às Urgências foi instituída pela Portaria 1863/GM, 
de setembro de 2003, para garantir a organização dos sistemas regionalizados, a 
universalidade, equidade e integralidade no atendimento às urgências clínicas, cirúrgicas, 
gineco obstétricas, psiquiátricas, pediátricas e as relacionadas às causas externas 
(BRASIL, 2006). 
A necessidade de reordenar os fluxos de referência e contrareferência de pacientes 
no SUS, de integrar os serviços de urgência hospitalar aos demais níveis de atenção, seja 
por meio da regulação médica das urgências ou de outras centrais do complexo regulador 
da atenção no SUS, justificou em setembro de 2004, a publicação da Portaria 1828/GM, 
que estabeleceu as atribuições gerais e específicas das Centrais de Regulação Médica de 
Urgências e o respectivo dimensionamento técnico para estruturação e operacionalização 
destas centrais (BRASIL, 2006). 
Não é possível organizar hospitais terciários de urgência e emergência sem retirar 
deles o grande número de pessoas portadoras de urgências menores. Por outro lado, para 
que as pessoas com situações de urgências que requerem menor densidade tecnológica 
possam ser atendidas na atenção primária à saúde, faz-se necessário implantar um modelo 
de atenção adequado às demandas das condições crônicas para que assim possa atender 
às urgências menores e, no médio e longo prazos, diminuir a demanda às unidades de 
urgência e emergência maiores (MENDES, 2009). 
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais problemas da assistência às 
urgências e emergências no Brasil são: estrutura física e tecnológica inadequada, 
insuficiência de equipamentos, recursos humanos limitados e com capacitação 
insuficiente para trabalhar em emergências, baixa cobertura do atendimento pré-
Unidade 4 – Acesso e Utilização dos Serviços de Urgência e Emergência 
 
 
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(Artigo 29). 
hospitalar móvel, número insuficiente de unidades de pronto atendimento não-
hospitalares e que têm baixa resolutividade, insuficiente retaguarda para transferência de 
doentes, entre outros (BRASIL, 2005). 
A assistência às urgências e emergências há muitas décadas é um dilema para o 
sistema público de saúde. Considerando as mudanças do perfil demográfico e de 
morbimortalidade ocorridas no país nos últimos anos, tendo como um dos principais 
destaques o aumento dos casos de acidentes e violência, podemos afirmar que hoje os 
serviços de UE exercem um papel muito relevante dentro da assistência à saúde no Brasil. 
O aumento desse tipo de demanda assistencial começou a pautar fortemente o Sistema 
Único de Saúde e cada vez mais tornou-se latente a necessidade de se pensar políticas que 
possibilitassem a organização, qualificação e consolidação da atenção às urgências e 
emergências. Embora continuasse a priorizar a Estratégia da Saúde da Família enquanto 
proposta de reorientação do modelo assistencial, o Ministério da Saúde, a partir da década 
de 2000, começa a se dedicar a organizar a atenção às urgências e emergências no país 
(MACHADO; BAPTISTA; NOGUEIRA, 2011). 
Segundo Machado et al. 2001 o processo de construção da política federal de 
atenção às urgências pode ser dividido em três momentos. Um primeiro período envolveu 
as primeiras iniciativas de regulamentação, localizado entre 1998 e 2002. No período 
seguinte, entre 2003 e 2008, identifica-se a formulação e implantação da Política Nacional 
de Atenção às Urgências, com priorização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 
(SAMU) e, por fim, desde 2008 temos como foco a continuidade do SAMU e a 
implantação das Unidades de Pronto Atendimento. Essas iniciativas visaram organizar e 
direcionar a atenção às urgências e emergências no país e, apesar das dificuldades, 
alcançaram alguns avanços no que tange à definição de conceitos, organização do sistema 
em rede, incorporação de novas tecnologias e financiamento dos serviços. Através delas 
foi possível reorganizar os serviços e a assistência de forma a envolver todos os níveis de 
atenção à saúde, desde a atenção básica até os hospitais de grande porte, definindo assim 
a competência de cada um dos serviços pertencentes à rede assistencial do SUS, não 
ficando mais restrito somente às unidades de pronto socorro e hospitalares. 
Além disso, foi instituído que as unidades de UE também funcionassem como 
uma das portas de entrada do SUS, com possibilidade de reordenamento do fluxo de 
referência e contrarreferência e de integrá-las através da regulação médica (ODWYER, 
2009). 
A Política Nacional de Atenção às Urgências está estruturada em: componente 
Pré-Hospitalar Fixo, componente Pré-Hospitalar Móvel, componente Hospitalar e 
componente pós-hospitalar (BRASIL, 2003). 
O componente Pré-Hospitalar Fixo é composto por unidades básicas de saúde e 
unidades de saúde da família, equipes de agentes comunitários de saúde, ambulatórios 
especializados, serviços de diagnóstico e terapias, e unidades não-hospitalares de 
atendimento às urgências, como as UPA’s (Unidades de Pronto Atendimento), por 
exemplo. O componente Pré-Hospitalar Móvel é composto pelo SAMU (Serviço de 
Atendimento Móvel de Urgências) e os serviços associados de salvamento e resgate. O 
componente Hospitalar são os hospitais gerais de pequeno, médio e grande porte, bem 
como todos os leitos de internação, passando pelos leitos gerais e especializados de 
retaguarda, de longa permanência e os de terapia semi-intensiva e intensiva, mesmo que 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
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autor (Artigo 29). 
esses leitos estejam situados em unidades hospitalares que atuem sem porta aberta às 
urgências. O componente Pós-Hospitalar é composto pela atenção domiciliar, hospitais-
dia e projetos de reabilitação integral com componente de reabilitação de base 
comunitária. A atual Política Nacional de Atenção às Urgências (PNAU) tem como 
principais focos o SAMU e as UPA’s. 
O SAMU é um componente fundamental dentro da PNAU, pois tem como 
objetivo chegar precocemente à vítima de um agravo à saúde (de natureza clínica, 
cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica e entre outras) e possa prestar os 
primeiros atendimentos o mais rápido possível. O SAMU tem unidades de suporte básico 
de vida (equipe composta por técnicas de enfermagem) e unidades de suporte avançado 
de vida (equipe composta por médico e enfermeira), sendo ambas coordenadas por uma 
central de regulação. O atendimento deste serviço pode ser tanto primário, quando o 
pedido de socorro for oriundo de um cidadão, quanto secundário, quando a solicitação 
parte de um serviço de saúde no qual o paciente já tenha recebido o primeiro atendimento 
(BRASIL, 2011). 
No início da implantação da PNAU esse componente foi eleito como prioridade. 
Isso foi justificado pelo Ministério da Saúde devido aos índices de morbimortalidade 
relativa ao trauma e a violência no país e também pela insuficiência na oferta de serviços 
de atendimento pré-hospitalar móvel22. Com a consolidação do SAMU o próximo passo 
foi a implantação/adequação das UPA’s e Salas de Estabilização (BRASIL, 2008). 
O projeto das UPA’s 24h integra a Política Nacional de Urgência e Emergência, 
lançada pelo Ministério da Saúde em 2003, e baseou-se em experiências de cidades como 
Campinas (SP), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG). Mesmo sendo criado em 2003, a 
denominação UPA 24 h só começa a se tornar usual a partir de 2008 e, quando há um 
maior esforço por parte do Governo Federal em normatizar esse tipo de serviço de saúde. 
Nos anos subsequentes foram publicadas mais sete portarias sobre o tema estabelecendo 
uma nova prioridade para o Governo Federal, que disponibilizou recursos financeiros 
para sua implementação (BRASIL, 2011). 
A implantação da UPA é feita de acordo com a população da região a ser coberta, 
o que irá condicionar acapacidade instalada (área física, número de leitos disponíveis, 
recursos humanos e capacidade diária de atendimentos médicos). A partir desses critérios, 
as UPA’s são classificadas em três diferentes portes (BRASIL, 2009). 
 UPA Porte I: tem de 5 a 8 leitos de observação. No mínimo 2 médicos por plantão 
(um pediatra e um clínico geral). Capacidade de atender até 150 pacientes por dia. 
População na área de abrangência de 50 mil a 100 mil habitantes. 
 UPA Porte II: 9 a 12 leitos de observação. No mínimo 4 médicos por plantão 
(distribuídos entre pediatras e clínicos gerais). Capacidade de atender até 300 
pacientes por dia. População na área de abrangência de 100 mil a 200 mil 
habitantes. 
 UPA Porte III: 13 a 20 leitos de observação. No mínimo 6 médicos por plantão 
(distribuídos entre pediatras e clínicos gerais). Capacidade de atender até 450 
pacientes por dia. População na área de abrangência de 200 mil a 300 mil 
habitantes. 
Unidade 4 – Acesso e Utilização dos Serviços de Urgência e Emergência 
 
 
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(Artigo 29). 
As UPA’s são unidades não-hospitalares de atendimento às urgências. Elas 
podem ser compreendidas como estabelecimentos de saúde de complexidade 
intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde/Saúde da Família e a Rede Hospitalar. 
As principais competências das UPA’s são (BRASIL, 2011): 
 Funcionar de modo ininterrupto nas 24 horas, em todos os dias da semana, 
incluídos feriados e pontos facultativos; 
 Acolher todos os pacientes e seus familiares sempre que buscarem atendimento; 
 Implantar processo de Acolhimento com Classificação de Risco, em ambiente 
específico; 
 Prestar atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes acometidos por 
quadros agudos ou agudizados de natureza clínica, e prestar primeiro atendimento 
aos casos de natureza cirúrgica e de trauma, estabilizando os pacientes e 
realizando a investigação diagnóstica inicial, de modo a definir, em todos os casos, 
a necessidade ou não de encaminhamento a serviços hospitalares de maior 
complexidade; 
 Fornecer retaguarda às urgências atendidas pela Rede de Atenção Básica; 
 Funcionar como local de estabilização de pacientes atendidos pelo SAMU 192; 
 Realizar consulta médica em regime de pronto atendimento aos casos de menor 
gravidade; 
 Manter pacientes em observação, por período de até 24 horas, para elucidação 
diagnóstica e/ou estabilização clínica; 
 Encaminhar para internação em serviços hospitalares os pacientes que não tiverem 
suas queixas resolvidas nas 24 horas de observação, por meio das centrais 
reguladoras; 
Essas competências atribuídas às UPA’s demonstram o seu caráter assistencial, 
sobretudo sua natureza de pronto atendimento, ao definir o acolhimento de todos os 
pacientes que buscarem atendimento, mesmo os casos de menor gravidade. Desse modo, 
temos uma lógica de trabalho mais permeável às demandas consideradas não urgentes, 
operando assim como um contraponto às expectativas dos profissionais que esperam 
atender somente casos urgentes na unidade (KONDER, 2013). 
A atuação das UPA’s em rede se expressa na obrigatoriedade dessas unidades se 
articularem com outros componentes da rede, sendo retaguarda para SAMU e atenção 
básica e recorrendo aos hospitais e centrais de regulação, através da pactuação de grades 
de referência e contrarreferência. Essa articulação entre os níveis de atenção é 
fundamental, pois como se sabe, não cabe a essas unidades, considerando tanto seus 
objetivos, quanto sua estrutura física, permanecer com pacientes por mais de 24 horas 
(BRASIL, 2011). Também destacamos entre as competências atribuídas as UPA’s a 
implantação do acolhimento com Classificação de Risco. Em consideração a Política 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
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autor (Artigo 29). 
Nacional de Humanização (PNH), editada em 2004, essa estratégia deve fazer parte do 
funcionamento de todas as UPA’s. 
O acolhimento com classificação de risco baseia-se em um processo dinâmico que 
visa identificar os usuários que necessitam de tratamento imediato de acordo com o 
potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento, proporcionando atenção 
centrada na complexidade da demanda e não na ordem de chegada. Para tanto, preconiza 
a agilidade no atendimento com base em uma análise sob a ótica de protocolos clínicos 
pré-estabelecidos e do grau da necessidade de acesso ao serviço de saúde do usuário 
(BRASIL, 2004). 
A terminologia Acolhimento com Avaliação e Classificação de Risco foi proposta 
em substituição ao termo triagem, empregado no Brasil, historicamente, com o objetivo 
de classificar as necessidades de cuidados dos usuários visando à exclusão, ou seja, 
decidir quem será ou não atendido. Essa nova nomenclatura remete à ideia de 
estratificação dos pacientes entre aqueles que necessitam ser atendidos primeiro, aqueles 
que podem aguardar, e até mesmo os que podem ser encaminhado a outros serviços, sendo 
necessário realizar efetivamente o encaminhamento, de modo a garantir o atendimento ao 
usuário (SANTOS, 2010). 
Quando falamos de acolhimento não estamos falando de um espaço ou de um 
local, mas de uma postura ética, que não pressupõe hora ou profissional específico. Todos 
os profissionais de saúde devem fazer o acolhimento, tomando para si a responsabilidade 
de “abrigar e agasalhar” as demandas dos outros com a resolutividade necessária para 
cada caso em questão. Todavia, nas “portas de entrada”, os serviços de saúde podem 
demandar a necessidade de um grupo de profissionais de saúde preparado para promover 
o primeiro contato com o usuário, identificando sua demanda, orientando-o quanto aos 
fluxos internos do serviço e quanto ao funcionamento da rede de saúde local. Esse 
processo denominado classificação de risco é uma ferramenta que ajuda a organizar a fila 
de espera e propor outra ordem de atendimento que não a ordem de chegada. Além disso, 
tem outros objetivos importantes como, por exemplo, garantir o atendimento imediato do 
usuário com grau de risco elevado e informar o paciente que não corre risco imediato, 
assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera (BRASIL, 2009). 
Geralmente, os serviços de saúde dispõem de uma técnica de enfermagem já na 
porta de entrada para realizar um primeiro contato com o usuário, que a depender da 
unidade pode consistir em atividades variáveis, como uma orientação, uma avaliação de 
sinais vitais, entre outras. Após isso, esses usuários são identificados e passam pela 
classificação de risco, executada por enfermeiras, sendo que algumas unidades funcionam 
com uma enfermeira e outras com duas (KONDER, 2013). 
A classificação de risco ocorre de acordo com um protocolo elaborado pelo 
Ministério da Saúde, oriundo da modificação de um protocolo internacionalmente 
conhecido, denominado Manchester. Esse protocolo é composto de quatro estratos de 
gravidade, identificados por cores: azul, verde, amarelo e vermelho, representando 
gravidade progressivamente maior (KONDER, 2013). 
Considerando a lógica do acolhimento com classificação de risco, o próprio 
espaço físico das unidades deve ser pensado tendo como base a diversidade e os níveis de 
complexidade da assistência prestada nos serviços de UE. 
Unidade 4 – Acesso e Utilização dos Serviços de Urgência e Emergência 
 
 
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(Artigo 29). 
A construção do acolhimento com classificação de risco significou um avanço no 
sentido de humanizar a assistência e priorizar os casos mais graves. Também serviu para 
normatizar e orientar as unidades em relação às adequações necessárias dos espaços 
físicos quanto ao atendimento das demandas assistenciais das urgências e emergências.
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
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autor (Artigo 29). 
05 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 
 
 
 
 
Diante das peculiaridades da população que busca assistência e, também, dos problemas 
vivenciados nas UPAs, a priorização dos atendimentos, de acordo com a ordem de 
chegada, não é efetiva, tornando-se premente estabelecer critérios clínicos de 
classificação e avaliação dos usuários a serem atendidos. Destarte, no ano de 2004, o 
Ministério da Saúde estabeleceu a Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS), a 
qual, dentre as suas diretrizes, propõe a reestruturação dos Serviços de 
Urgência/Emergência, com a implantação do Acolhimento com Classificação e 
Avaliação de Risco (ACCR). 
A classificação de risco é uma ferramenta que, além de organizar a fila de espera 
e propor outra ordem de atendimento que não a ordem de chegada, tem também como 
objetivo garantir o atendimento imediato do usuário com grau de risco elevado; informar 
o paciente que não corre risco imediato, sobre o tempo provável de espera; promover o 
trabalho em equipe; dar melhores condições de trabalho para os profissionais; aumentar 
a satisfação dos usuários e principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a 
construção de redes internas e externas de atendimento (BRASIL, 2010). 
O protocolo de Manchester como guia orientador na gestão do atendimento 
favorece um fluxo adequado no processo de trabalho, na organização e uso do espaço e 
clareza no atendimento. Este protocolo é composto por dois extremos e áreas que 
evidenciam os níveis de risco dos pacientes. Sendo um denominado vermelho que 
identifica o paciente grave com risco de morte e o outro denominado azul que identifica 
o paciente aparentemente não grave, mas que necessita ou procura o atendimento de 
urgência (BRASIL, 2010). 
Cada uma destas áreas possui atuações diferente, de acordo com a clínica do 
paciente e os processos de trabalho que nele se estabelecem, sendo que essa identificação 
também define a composição espacial por dois acessos diferentes (BRASIL, 2010). 
A área vermelha está relacionada a clínica do paciente grave com risco de morte 
e é composta pelo o seguinte agrupamento: vermelha, laranja, amarela e verde de acordo 
com a gravidade, sendo a vermelha a mais grave e necessita de intervenção imediata e a 
Unidade 5 – Classificação de Risco 
 
 
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(Artigo 29). 
verde a menos grave, mas não necessariamente sem importância. E a área azul que 
representa os pacientes não graves, mas que necessitam de acolhimento e classificação 
do grau de risco para facilitar o fluxo de atendimento (BRASIL, 2010). 
O Sistema de Triagem por Prioridades foi implantado na cidade de Manchester na 
Inglaterra em 1997. Esse método consiste em promover um atendimento de acordo com 
o critério clinico definindo qual o tempo recomendado para o atendimento médico. O 
protocolo de Manchester norteia uma triagem baseada nos sintomas do doente e o 
classifica por cores, que representa o grau de gravidade e o tempo de espera recomendado 
para o atendimento (MADEIRA; LOUREIRO; NORA, 2010). 
O acolhimento com classificação de risco pelo sistema de triagem é apresentado 
na figura 1 encontramos o sistema de cores cuja classificação corresponde à priorização 
no atendimento ao paciente, lembrando que para cada uma delas será delimitado o tempo 
de espera no atendimento (COREN-SP, 2012, 2012). 
O protocolo de Manchester só pode ser realizado por enfermeiros ou médicos e 
tem como finalidade garantir critérios uniformes com as diferentes equipes, acabar com 
a triagem sem fundamentação científica, garantir a segurança do paciente e profissional 
de saúde, aumentar o nível de prioridades dos pacientes, oferecer maior segurança e 
neutralidade nos processos de classificação feita pelo enfermeiro (LOPES, 2011). 
É importante ressaltar que para utilização de protocolos de avaliação com 
classificação de risco enfermeiros e médicos devem ser certificados por meio de 
capacitação proporcionada pelo Grupo Brasileiro de Classificação de Risco 
(GONÇALVES, 2011). 
Figura 1. Classificação de Risco – Protocolo de Manchester 
 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
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autor (Artigo 29). 
Assim o acolhimento com avaliação e classificação de risco pode resultar em um 
processo dinâmico de identificação das condições dos usuários que necessitam de 
tratamento imediato, de acordo com o seu potencial de risco, agravos à saúde ou grau de 
sofrimento; o profissional de saúde deverá ser capacitado para ouvir as queixas, medos e 
expectativas do usuário, humanizando o atendimento e oferecendo resolutividade para o 
problema apresentado. 
A triagem de Manchester também prevê a re-triagem do doente quando o seu 
estado clínico se agrava durante o tempo de espera para o atendimento médico devendo 
nestas situações ser re-triado para prioridade superior à anterior. Contudo, a re-triagem 
também poderá ser efetuada quando um doente refere melhoria da dor após analgesia, 
implementada segundo protocolo na triagem, mas ainda aguarda pela observação clínica. 
Neste caso específico visto existir melhoria da dor o mesmo poderá ser re-triado para 
prioridade inferior à atribuída anteriormente. 
A escala de Manchester prevê uma prática fiável, uniforme e objectiva ao longo 
do tempo sendo passível de ser auditada quer interna ou externamente. Todos os termos 
encontram-se definidos de uma forma precisa a fim de garantir a uniformidade do 
entendimento e aplicação dos conceitos. 
 
Unidade 6 – Avaliação das Situações que Envolvem Urgência e Emergência 
 
 
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06 
AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES QUE 
ENVOLVEM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
 
 
 
 
Os sinais vitais (SSVV) são os principais indicadores do estado de saúde e da garantia 
das funções circulatórias, respiratória, neural e endócrina do corpo. Podem servir como 
mecanismos de comunicação universal sobre o estado do paciente e da gravidade da 
doença. Esses parâmetros, medidos de forma seriada, contribuem para que o profissional 
identifique a gravidade da situação, avalie as intervenções implementadas e tome decisões 
sobre a resposta do paciente à terapêutica e classifique a necessidade de assistência desse 
paciente. 
As medições estão ancoradas na verificação da temperatura, do pulso, da pressão 
arterial, da frequência respiratória, seguida da avaliação da dor, se configurando como o 
5º sinal vital. 
TEMPERATURA:A temperatura reflete o balanceamento entre o calor 
produzido e o calor perdido pelo corpo. 
RESPIRAÇÃO: A finalidade é a troca gasosa entre o sangue e o ar dos pulmões. 
A avaliação da respiração como sinal vital inclui: a frequência (movimentos respiratórios 
por minuto), caráter (superficial e profunda) e ritmo (regular e irregular). Método de 
verificação: ver, ouvir e sentir. 
PULSO: O pulso é causado pela pressão do sangue contra a parede arterial em 
cada batimento cardíaco. O pulso é tomado onde uma artéria possa ser comprimida contra 
um osso. Verifica-se a: Frequência, ritmo e volume. 
PRESSÃO ARTERIAL: é a força exercida sobre a parede de uma artéria pelo 
sangue pulsante sob a pressão do coração. O pico máximo da pressão no momento em 
que a ejeção ocorre é a pressão sistólica. Quando os ventrículos relaxam, o sangue que 
permanece nas artérias exerce uma pressão mínima ou pressão diastólica, ela é a pressão 
mínima exercida contra as paredes arteriais. A pressão arterial reflete as inter-relações do 
débito cardíaco, resistência vascular periférica, volume do sangue, viscosidade do sangue 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
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e elasticidade da artéria. A unidade padrão para medir a pressão arterial é dada em 
milímetros de mercúrio (mmHg). 
 
Unidade 7 – Assistência as Situações de Urgência e Emergência 
 
 
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07 
ASSISTÊNCIA AS SITUAÇÕES DE 
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
 
 
 
 
Todos esses fatores que compõe os sinais vitais são considerados essências e base na 
assistências as urgências e emergências. 
Contudo algumas analises ainda são fundamentais para determinar a criticidade 
do paciente. Em pacientes traumáticos o atendimento deve ser de imediato, realizado por 
meio de uma sequência denominada A, B, C, D, E do trauma, onde o controle da cervical 
faz-se de grande importância nessa assistência, prevenindo possíveis agravamentos e 
lesões de coluna cervical, contudo, também seguindo um padrão de prioridades vitais na 
avalição do ser humano. 
Esse famoso mnemônico do trauma "abcde" guia o socorrista que padroniza o 
atendimento inicial ao paciente politraumatizado e define prioridades na abordagem ao 
trauma, no sentido de agilizar o atendimento. Ou seja, é uma forma rápida e fácil de 
memorizar todos os passos que devem ser seguidos com o paciente em politrauma. 
Ele foi pensado para identificar lesões potencialmente fatais ao indivíduo, e é 
aplicável a todos as vítimas com quadro crítico, independentemente da idade. O protocolo 
tem como principal objetivo reduzir índices de mortalidade e morbidade em vítimas de 
qualquer tipo de trauma. 
Antes de iniciar a abordagem ABCDE, é relevante ressaltar que a última 
atualização do PHTLS, na sua na 9ª edição trouxe uma nova letrinha para esse mnemônico 
do trauma. O "x' de hemorragia exsanguinante ou seja hemorragia externa grave. Ainda 
não publicado oficialmente e não traduzido, mas já fica aqui registrado essa alteração, a 
qual vai dá ênfase às grandes hemorragias externas, antes mesmo do controle cervical ou 
da abertura das vias aéreas. 
 
 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
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7.1 SIGNIFICADO DAS LETRAS ABCDE 
 
7.1.1 (X) – Exsanguinação 
Contenção de hemorragia externa grave, a abordagem a esta, deve ser antes mesmo do 
manejo das vias aérea uma vez que, epidemiologicamente, apesar da obstrução de vias 
aéreas ser responsável pelos óbitos em um curto período de tempo, o que mais mata no 
trauma são as hemorragias graves. 
A. Vias aéreas e proteção da coluna vertebral 
No A, deve-se realizar a avaliação das vias aéreas. No atendimento pré-hospitalar, 66-
85% das mortes evitáveis ocorrem por obstrução de vias aéreas. Para manutenção das 
vias aéreas utiliza-se das técnicas “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula. 
 
Fig. Manobra de chin Lift Fig. Manobra de Jaw Thrust 
A manobra de “chin Lift” também é uma técnica muito utilizada para a abertura 
de vias aéreas, contudo nos pacientes vítimas de trauma é contra indicada por 
hiperextender o pescoço, e gerar maior dano na cervical. 
No A também, realiza-se a proteção da coluna cervical. Em vítimas conscientes, 
a equipe de socorro deve se aproximar da vítima pela frente, para evitar que mova a 
cabeça para os lados durante o olhar, podendo causar lesões medulares. 
A imobilização deve ser de toda a coluna, não se limitando a coluna cervical. Para 
isso, uma prancha rígida deve ser utilizada. 
Considere uma lesão da coluna cervical em todo doente com traumatismos 
multissistêmicos. 
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B. Boa Ventilação e Respiração 
No B, o socorrista deve analisar se a respiração está adequada. A frequência respiratória, 
inspeção dos movimentos torácicos, cianose, desvio de traqueia e observação da 
musculatura acessória são parâmetros analisados nessa fase. 
Para tal, é necessário expor o tórax do paciente, realizar inspeção, palpação, 
ausculta e percussão. Verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado. 
C. Circulação com Controle de Hemorragias 
No C, a circulação e a pesquisa por hemorragia são os principais parâmetros de análise. 
A maioria das hemorragias é estancada pela compressão direta do foco. A Hemorragia é 
a principal causa de morte no trauma. 
Essa parte refere-se a hemorragias internas, onde deve-se investigar perdas de 
volume sanguíneo não visível, analisando os principais pontos de hemorragia interna no 
trauma (pelve, abdomem e membros inferiores), avaliando sinais clínicos de hemorragia 
como tempo de enchimento capilar lentificado, pele fria e pegajosa e comprometimento 
do nível e qualidade de consciência. 
D. Disfunção Neurológica 
No D, a análise do nível de consciência, tamanho e reatividade das pupilas, presença de 
hérnia cerebral, sinais de lateralização e o nível de lesão medular são medidas realizadas. 
Nessa fase, o objetivo principal é minimizar as chances de lesão secundária pela 
manutenção da perfusão adequada do tecido cerebral. Importante aplicar a escala de goma 
de Glasgow atualizada. 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
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Fig. Escala de Coma de Glasgow 
E. Exposição Total do Paciente 
No E, a análise da extensão das lesões e o controle do ambiente com prevenção da 
hipotermia são as principais medidas realizadas. O socorrista deve analisar sinais de 
trauma, sangramento, manchas na pele etc. 
A parte do corpo que não está exposta pode esconder a lesão mais grave que 
acomete o paciente. 
 
 
7.2 CHOQUE E SUAS CONSEQUENCIAS NO ORGANOSMONas situações de intensa gravidade do paciente politraumatizado, apesar da execução de 
todas as manobras para minimizar os danos gerados pelo trauma, é imprescindível ficar 
atento a situações que podem ocorrer, as quais exigem condutas emergências para 
salvaguardar a vida. 
Nesse atendimento é essencial a identificação de risco iminente de morte, causado, 
principalmente por fatores externos e imediatos, mas quando exercidas as devidas atitudes 
pode não só evitar graves danos a vida como também evitar fatalidades. 
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Um fator muito constante encontrado em muitas emergências é a presença do 
choque. Sendo este uma manifestação clínica de profunda desorganização celular, que 
por sua vez pode ser causado por inúmeros fatores subjacentes que acarreta um distúrbio 
funcional e se não tratado de imediato pode acarretar a morte. 
O choque também pode ser definido como uma síndrome que gera anormalidades 
no sistema circulatório, resultando em inadequada perfusão orgânica e oxigenação 
tecidual. Outras definições abordam também a síndrome do choque como uma sequência 
de eventos iniciada por um fator agressor, seguida de respostas endócrino-metabólicas e 
falência na manutenção dos mecanismos de homeostasia, com decréscimo da perfusão 
tecidual. 
Esta síndrome atinge todos os sistemas corporais, podendo desenvolver-se de 
forma acelerada ou muito lenta, dependendo da causa subjacente. Durante o processo de 
choque, o organismo esforça-se para sobreviver, exigindo que todos os mecanismos 
homeostáticos restaurem o fluxo sanguíneo e a perfusão tecidual. 
A problemática do choque está na hipoperfusão dos tecidos vitais. Após a 
diminuição da perfusão, o oxigênio (O²) torna-se insuficiente para o metabolismo aeróbio, 
as células mudam para o metabolismo anaeróbio com aumento do dióxido de carbono 
(CO²) e acúmulo de ácido lático. Com a diminuição da função celular e persistência do 
choque, podem ocorrer danos irreversíveis e morte celular. A isquemia em qualquer 
região do organismo irá disparar uma resposta inflamatória que terá um impacto sobre 
órgãos não-isquêmicos, mesmo após ter sido restaurada a adequada perfusão sistêmica. 
Comumente a causa do choque é mal definida num primeiro momento. O 
diagnóstico do choque é eminentemente clinico, sendo assim, a história clinica deve ser 
evidenciada para que seja direcionada à procura da etiologia, fornecendo assim subsídios 
para a terapêutica mais adequada e eficaz dessa síndrome clínica. 
As manifestações clínicas resultam, por um lado, da resposta neuroendócrina à 
hipoperfusão, e, por outro, da disfunção orgânica induzida pela lesão celular. Deste modo, 
o choque caracteriza-se clinicamente pela combinação de hipotensão (PAM<60 mmHg), 
podendo a pressão arterial estar normal ou mesmo aumentada na fase inicial do choque, 
taquicardia, taquipneia, hipersudorese e sinais de hipoperfusão periférica caracterizando-
se por palidez, cianose, extremidades frias e húmidas, oligúria, acidose metabólica, 
alterações sensoriais e do estado de consciência. 
Quando o choque é persistente ou muito grave, o transporte inadequado de O² 
causa lesão irreversível; assim a rápida restauração do transporte de O² pode reverter a 
progressão do estado de choque. Por isso, a abordagem terapêutica fundamental é 
reconhecer o choque e intervir de forma emergencial para restaurar a perfusão, o que 
frequentemente requer a expansão ou reexpansão do volume sanguíneo intravascular. 
Simultaneamente, deve ocorrer o controle de qualquer processo patológico que 
desencadeou essa ação. 
Atualmente a compreensão da fisiopatologia do choque em que a falência 
circulatória promove resposta sistêmica compensatória que gera metabolismo anaeróbio, 
aumento do consumo de oxigênio, liberação de substâncias de efeito deletério para o 
organismo e risco de colapso de múltiplos órgãos e sistemas, tem sido primordial para o 
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fornecimento da assistência adequada e manejo destes pacientes, usando de intervenções 
rápidas para reverter essa situação de tanto risco ao organismo. 
Então, se houver um diagnóstico precoce acompanhada a uma boa assistência, 
onde haja os subsídios necessários para cessar o mecanismo que gera toda essa disfunção 
orgânica, estabilizando-se hemodinamicamente e combatendo o fator que gera esse 
estresse celular, seja ele uma bactéria, como acontece no choque séptico ou perda de 
líquido por hemorragia, como no hipovolêmico, é totalmente viável a recuperação do 
indivíduo. 
 
 
7.3 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA 
Uma das principais consequências do choque é a parada cardiorrespiratória (PCR), sendo 
assim, está também se configura como uma relevante emergência. 
O Sistema Cardiovascular é responsável por fornecer e manter o fluxo sanguíneo 
adequado aos diversos tecidos do organismo. E o coração se configura como protagonista 
desse sistema, ficando apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da cavidade 
torácica, no mediastino, entre os pulmões, sendo a força motriz para que a circulação 
ocorra e leve nutrientes para toda a parte do corpo. 
Na ocorrência de um distúrbio nesse sistema ocorre essa parada cardíaca, se 
configurando como ausência de bombeamento cardíaco para garantir a circulação 
sanguínea do indivíduo e de respiração adequada para promover a oxigenação. Tendo 
como característica a irresponsividade, ausência de respiração e de pulso. 
Assim, faz-se uso da corrente da sobrevivência, isto é, reconhecimento imediato 
da PCR e acionamento do serviço especializado de emergência, ressuscitação 
cardiopulmonar (RCP) precoce com ênfase nas compressões torácicas, rápida 
desfibrilação, suporte avançado de vida eficaz e cuidados pós PCR integrados. 
O objetivo da RCP é dar suporte ou restabelecer a circulação e a boa oxigenação 
e ventilação até que se possa restabelecer a circulação espontânea ou iniciar as 
intervenções de suporte avançado. 
A Ressuscitação Cardiorrespiratória se dá: 
 Avaliar responsividade e presença de respiração 
 Na vítima irresponsiva com respiração ausente, lenta ou agônica: Suspeitar de 
PCR 
 Solicitar DEA 
 Verificar a presença de pulso central 
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(Artigo 29). 
 Se pulso central ausente, caracteriza-se a PCR. Iniciar 30 compressões torácicas. 
 Abrir vias aéreas e realizar 2 ventilações 
 Manter 30:2 por 2 minutos. Reavaliar responsividade, respiração e pulso. 
 Se ausentes, reiniciar 30:2 por 2 minutos 
OBS: Em crianças usa-se somente uma das mãos na massagem cardíaca, 
mantendo-se 15:2 por 2 minutos, se houver dois socorristas. 
 
 
7.4 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) 
São sinais súbitos e rapidamente evolutivos de déficit neurológico focal ou global com 
duração maior que 24 horas ou levando à morte, sem outra causa aparente que não a de 
origem vascular. Se caracteriza uma situação de urgência e emergência, sendo um grave 
problema de saúde pública. 
É de imensa relevância por estar entre as principais causas de morte no país,a 
maior em idosos. Daqueles que conseguem sair da emergência 8% dos permanecem 
inválidos. 
O AVC pode ser causado por uma trombose aterosclerótica, um ataque isquêmico 
transitório, embolias cerebrais, arterites, tromboflebite cerebral, distúrbios 
hematológicos, traumas, hipotensão associada a estenose arterial, enxaqueca com déficit 
persistente além de causas indeterminadas. 
O AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico, o primeiro se caracteriza pela 
obstrução de um vaso no cérebro, impossibilitando a passagem de sangue para a região 
subsequente. No hemorrágico há um rompimento do vaso, gerando uma grave hemorragia 
no cérebro. 
Os sinais de alerta para a suspeita de AVC incluem quaisquer déficits neurológicos 
de início súbito, especialmente os localizados, destacando a fraqueza muscular súbita ou 
alteração sensitiva súbita unilaterais; dificuldade repentina para falar ou compreender; 
perda visual súbita, especialmente se unilateral; perda súbita do equilíbrio ou 
incoordenação motora repentina, rebaixamento súbito do nível de consciência e cefaleia 
súbita. 
Sendo assim, no AVC isquêmico vai ocorrer diminuição do fluxo sanguíneo 
cerebral, diminuição da oferta de oxigênio, de glicose e do pH intracelular, podendo haver 
edema cerebral. 
A apresentação clássica dos AVC hemorrágico é um déficit neurológico focal 
súbito que progride em minutos ou horas, com rebaixamento do nível de consciência, 
acompanhado por cefaleia, náusea, vômitos e elevação da pressão arterial. As principais 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
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alterações fisiopatológicas para a gênese do AVCH ocorrem nas pequenas artérias e 
arteríolas por efeito da hipertensão arterial. No entanto, outras causas podem ser 
encontradas em AVCs hemorrágicos. 
Medidas terapêuticas gerais visam favorecer a viabilidade do tecido cerebral, 
através da adequação e estabilização de certos parâmetros fisiológicos. Como realizar 
monitoramento multiparamétrico contínuo pelo menos durante as primeiras 24 horas de 
evolução do AVC; manter o paciente em decúbito elevado a 30 graus; manter a saturação 
de oxigênio 95% da maneira menos invasiva possível (cateter nasal, máscara, CPAP ou 
BIPAP); considerar intubação orotraqueal (IOT) para proteção de vias aéreas em 
pacientes com rebaixamento do nível de consciência ou disfunção bulbar que traga risco 
de broncoaspiração; manter a temperatura corpórea; corrigir hipotensão e hipovolemia 
para manter os níveis sistêmicos de perfusão necessários para suportar a função orgânica, 
utilizando solução salina isotônica e, se necessário, infusão de aminas vasoativas 
(dopamina 2 – 20 µg/kg/min ou noradrenalina 0,05 – 0,2 µg/kg/min). Evitar o uso das 
soluções glicosadas conhecidas como soro de manutenção, reduzindo assim o risco de 
hiperglicemia e distúrbios do sódio. 
Dessa forma, as melhores evidências clínicas disponíveis no momento 
demonstram que o atendimento adequado, rápido e bem estruturado aos pacientes com 
AVC reduz a mortalidade e a morbidade dos mesmos. 
 
 
7.5 TRAUMA CRANIO ENCEFALICO (TCE) 
O TCE é uma das causas mais frequentes de morbidade e mortalidade em todo o mundo, 
com impacto importante na qualidade de vida. Embora ocorra em questão de segundos, 
seus efeitos perduram por longos períodos sobre a pessoa, seus familiares e a sociedade. 
Esse trauma se configura como qualquer lesão decorrente de um trauma externo, 
que tenha como consequência alterações anatômicas do crânio, como fratura ou laceração 
do couro cabeludo, bem como o comprometimento funcional das meninges, encéfalo ou 
seus vasos, resultando em alterações cerebrais, momentâneas ou permanentes, de 
natureza cognitiva ou funcional. 
Múltiplos são os fatores que determinam as lesões causadas pelo TCE. Há 
mecanismos que começam a agir tão logo o TCE ocorre, bem como outros que vão se 
estender por dias, semanas ou meses após o evento. Há ainda fatores sistêmicos que 
podem agravar o quadro neurológico, levando a um pior prognóstico. Assim, pode-se 
dividir as lesões cerebrais em primárias e secundárias. 
As lesões primárias são aquelas que ocorrem como resultado imediato e direto do 
trauma. Exemplo: em um ferimento por arma branca que penetra o crânio, a lesão 
primária é aquela que vem em decorrência do trauma direto ao parênquima cerebral. 
As lesões secundárias são aquelas que se iniciam após o momento da agressão. 
Podem decorrer da interação de fatores intra e extracerebrais, levando à morte de células 
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que não foram afetadas no momento exato do acidente, mas que sofrem consequências 
posteriores. 
O atendimento aos pacientes vítimas de TCE grave deve ter enfoque na prevenção 
das lesões secundárias, uma vez que as lesões primárias, causadas pelo choque mecânico 
direto, não sofrem influência da terapêutica. As lesões secundárias, entretanto, podem ser 
prevenidas, se o atendimento for conduzido corretamente, proporcionando oxigenação 
adequada, equilíbrio hemodinâmico e tratamento da hipertensão intracraniana, 
permitindo perfusão cerebral adequada. O cuidado deve ser contínuo, pois a 
desestabilização de quaisquer destes parâmetros pode causar ou aumentar, em qualquer 
momento, a lesão secundária. 
A prevenção do agravamento da lesão cerebral inicial requer atendimento 
imediato e a rápida estabilização cardiopulmonar. A parada respiratória transitória e a 
hipóxia são comuns e podem causar lesão cerebral secundária. A intubação endotraqueal 
precoce, portanto, deve ser feita em doentes comatosos. 
A hipotensão arterial sistêmica precisa ser evitada, uma vez que pode causar 
redução no fluxo sanguíneo cerebral. De maneira geral, ela não representa consequência 
isolada da lesão cerebral, desde que a hemorragia intracraniana não determine choque 
hemorrágico. A reposição volêmica deve ser feita enquanto se tenta determinar a causa 
da hipotensão. 
O exame neurológico necessita ser feito de forma rápida e objetiva, após a 
estabilização do estado cardiopulmonar do doente. É fundamental a avaliação do valor da 
Escala de Coma de Glasgow e a resposta pupilar ao estímulo luminoso. Exames 
neurológicos seriados devem ser realizados para detectar piora neurológica, logo que 
possível. 
Para a classificação de gravidade do TCE utiliza-se a Escala de Coma de Glasgow 
– ECG. Esta é uma escala mundialmente aceita, já que constitui um método fácil para 
avaliar não só a gravidade do TCE, mas também da deterioração do quadro neurológico 
à medida que se deve repetir a aplicação da escala ao longo do atendimento clínico. 
Permite, portanto, a construção de um parâmetro mensurável sobre a evolução do quadro 
clínico do paciente. Além disso, esta escala uniformiza o atendimento, dando aos 
profissionais uma maneira simples e rápida de comunicação ao citar a “nota” dada ao 
paciente após cada avaliação. 
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Fig. Escala de Coma de Glasgow 
Seguindo esta escala, o TCE pode ser classificado como leve (13 a 15 pontos), 
moderado (9 a12 pontos) ou grave (3 a 8 pontos). Pela gradação obtida

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