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URGÊNCIA E 
EMERGÊNCIA 
INSTITUTO UNICLESS EDUCACIONAL 
ANO 2021 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 2 
 
INSTITUTO UNICLESS EDUCACIONAL 
www.unicless.com.br 
www.etuni.com.br 
 
 
 
DIRETOR GERAL Prof. Fabrício Martins Rodrigues 
 
COORDENADORA GERAL Profa. Priscila Alves Rodrigues 
CURSOS TÉCNICOS 
 
CONTEÚDO, REVISÃO E EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 
EDIÇÃO 
 
DIAGRAMAÇÃO E CAPA INSTITUTO UNICLESS EDUCACIONAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revisado 
Abril/2021 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 3 
 
 
PLANO DE ENSINO 
 
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
DISCIPLINA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
CURSO 
Disciplina comum a todos os Cursos 
Técnicos dá área de saúde 
PROFESSORA 
 
2. EMENTA 
1. Atendimento em urgência e emergência. 2. Sistema de atenção às urgências e 
emergências do sistema único de saúde (SUS). 3. Princípios do atendimento de urgência 
e emergência. 4. Atendimento pré-hospitalar. 5. Urgência e emergências clínicas. 6. 
Estado de choque. 7. Emergências traumáticas e não traumáticas. 
 
3. OBJETIVO GERAL 
Promover a aprendizagem da necessidade Urgência e Emergência num ambiente de saúde, 
assim como, demonstrar as diversas técnicas e métodos voltados para Urgência e 
Emergência, os diversos equipamentos e materiais necessários utilizados em pró do 
atendimento de Urgência e Emergência. 
 
4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA 
 Demonstrar a atuação na assistência sistematizada ao cliente em situação de risco, 
urgência e emergência, colaborando nas intervenções de alta complexidade. 
 Diferenciar as condições de saúde e suas alterações relacionadas ao paciente crítico. 
 Aplicar as tecnologias do cuidado na assistência de Enfermagem ao paciente 
gravemente enfermo. 
 Empregar ações pautadas nos preceitos éticos legais e humanísticos no exercício da 
prática do cuidado. 
 
5. COMPETÊNCIAS À ADQUIRIR: 
1. Saber os principais pontos da Política Nacional de Urgências e Emergências. 
2. Conhecer os protocolos internacionais para o atendimento de urgência e emergência. 
3. Relacionar os fatores determinantes e diferenciar urgência e emergência 
4. Identificar corretamente os principais aspectos envolvidos na utilização dos fármacos 
específicos. 
5. Descrever a estrutura organizacional do serviço de urgência e emergência. 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 4 
 
6. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
TEMA DE AULA: Atendimento em urgência e emergência 
Tópico 1: Considerações Gerais em Urgência e Emergência 
Tópico 1.2: Ética e humanização na atenção às Urgências 
 
TEMA DA AULA: Sistema de Atenção às Urgências e Emergências do Sistema Único de Saúde 
(SUS). 
Tópico 2: O SUS e o pacto pela saúde 
Tópico 2.1: Política Nacional de Atenção às Urgências 
Tópico 2.2: Rede de Atenção às Urgências 
Tópico 2.3: Humanização no atendimento. 
 
TEMA DA AULA: Princípios do atendimento de urgência e emergência. 
Tópico 3: Sistematização do atendimento de emergência 
 
TEMA DA AULA: Atendimento pré-hospitalar e hospitalar 
Tópico 4: Conceitos básicos 
Tópico 4.1: Recursos utilizados no atendimento pré-hospitalar (APH) 
Tópico 4.2: Competências do profissional de enfermagem no APH 
Tópico 4.3: O papel do técnico em enfermagem na SAMU 
 
TEMA DA AULA: Urgências e emergências clínicas 
Tópico 5: Conceitos Gerais 
Tópico 5.1: Emergências cardiovasculares 
Tópico 5.2: Parada cardiorrespiratória (PCR) em ambiente hospitalar 
Tópico 5.3: Hipertensão arterial (HAS) 
Tópico 5.4: Edema agudo do pulmão 
Tópico 5.5: Emergências respiratórias 
Tópico 5.6: Outras emergências 
 
TEMA DA AULA: Estado de choque 
Tópico 6: Classificação dos estados de choque 
Tópico 6.1: Ciclo do Estado de Choque 
 
TEMA DA AULA: Emergências traumáticas e não traumáticas 
Tópico 7.1: Classificação e sistematização no atendimento ao trauma – emergência traumática 
Tópico 7.2: Classificação e sistematização no atendimento ao trauma – emergência não 
traumática 
 
7. BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 2048, de 05 de novembro de 2002. Aprovar, na 
forma do Anexo desta Portaria, o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e 
Emergência. Brasília, DF, Comissão Intergestores Tripartite. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt2048_05_11_2002. html. Acesso em: 
02 jun. 2020. 
TOBASE, Lucia; TOMAZINI, Edenir Aparecida Sartorelli. Urgências e emergências em 
enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/9788527731454. Acesso em: 26 mar. 20. 
SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Enfermagem em pronto atendimento: urgência e 
emergência. São Paulo: Erica, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788536520865. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/9788536520865 Acesso em: 02 abr. 2020. 
 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 5 
 
 
ROTEIRO DE APRENDIZAGEM 
 
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
DISCIPLINA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
CURSO 
Disciplina comum a todos os Cursos 
Técnicos dá área de saúde 
PROFESSORA 
 
AULA 01 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
 TEMA DA AULA: Atendimento em urgência e emergência 
 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
BALDESSIN et. al. Ética e humanização na atenção às Urgências. In: TOBASE, 
Lucia; TOMAZINI, Edenir Aparecida Sartorelli. Urgências e emergências em 
enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Cap. 1. p. 2-44. 
Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527731454/cfi/6/2
6!/4@0:0. Acesso em: 02 jun. 2020. 
COFEN. Resolução nº 564/2017, de 06 de novembro de 2017. Aprova o Novo 
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. . Brasília, DF, Disponível em: 
http://www.cofen.gov.br/wp-
content/uploads/2017/12/RESOLU%C3%87%C3%83O-COFEN-N%C2%BA-
564-2017.pdf. Acesso em: 21 maio 2020. 
TOBASE, Lucia et al. Considerações Gerais em Urgência e Emergência. In: 
TOBASE, Lucia; TOMAZINI, Edenir Aparecida Sartorelli. Urgências e 
emergências em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Cap. 
1. p. 2-44. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527731454/cfi/6/2
6!/4@0:0. Acesso em: 02 jun. 2020. 
Tópico 1: Considerações Gerais em Urgência e Emergência 
 
Com o objetivo de definir critérios e diretrizes para estruturação e 
funcionamento de sistemas loco regionais de atenção às urgências, regulação 
médica, atendimento pré-hospitalar (APH) fixo, APH móvel e atendimento 
hospitalar, o Ministério da Saúde implantou o Regulamento Técnico dos Sistemas 
Estaduais de Urgência e Emergência, por meio da Portaria n. 2.048/2002 (LEITE 
et. al., 2017, p.3). 
Face à realidade, é fundamental que os envolvidos na atenção em urgência e 
emergência conheçam as políticas públicas relacionadas ao tema e se articulem na 
proposição das mudanças necessárias, considerando, obviamente, as diversidades 
loco regionais do panorama brasileiro (LEITE et. al., 2017, p.3). 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 6 
Segundo a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) n. 1.451/95, 
entende-se por urgência a condição “imprevista de agravo da saúde com ou sem 
risco potencial de vida”, com necessidade de assistência de saúde imediata ou em 
até 24 h, e emergência como a condição imprevista de agravo da saúde, com “risco 
iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico 
imediato” (LEITE et. al., 2017, p.3). 
No entanto, para a população em geral, esses conceitos têm diferentes 
interpretações, como algo que não existia ou não era percebido e que passa a 
existir ou se manifestar (LEITE et. al., 2017, p.3). 
Na perspectiva do paciente ou de seus familiares, os acontecimentos 
imprevistos que alteram o curso de sua vida se configuram como motivos 
emergenciais nas suas necessidades de atendimento (LEITE et. al., 2017, p.3). 
O indivíduo, então, tende a buscar assistência em lugares de fácil acessoe 
rápida resolução, como o pronto-socorro, de maneira orientada ou não, segundo 
conhecimento prévio sobre os recursos disponíveis na comunidade para atenção 
nas urgências” (LEITE et. al., 2017, p.3). 
Essa demanda, por vezes alocada inadequadamente, revela fragilidades no 
sistema de saúde, sobrecarregando ainda mais os serviços de urgência e 
emergência. Responsáveis pelo atendimento de indivíduos em real condição de 
emergência acabam recebendo também aqueles em situações de menor gravidade 
– não caracterizadas como urgência ou emergência –, o que ocasiona aumento 
significativo da demanda de serviço, tempo de espera para atendimento e risco de 
agravamento da condição do paciente, comprometendo a qualidade e a eficácia da 
assistência (LEITE et. al., 2017, p.3). 
Urge a necessidade de reordenar o atendimento em saúde. Quando iniciado 
na atenção primária, com eficiência e qualidade, na promoção da saúde e 
prevenção de agravos, reflete diretamente na redução da demanda do serviço de 
emergência e nas internações hospitalares (LEITE et. al., 2017, p.3). 
Por outro lado, essas práticas requerem dimensionamento adequado da 
complexa estrutura física, disponibilidade de insumos, aporte tecnológico e 
profissionais especializados para intervir em situações de emergência e na gestão 
do trabalho (LEITE et. al., 2017, p.3). 
O perfil do profissional e da equipe multiprofissional que atuam na atenção 
às urgências está relacionado à característica de cada unidade. No entanto, são 
requisitos gerais indispensáveis: liderança, agilidade, observação, competência, 
embasamento científico e habilidade técnica, além do comprometimento com 
o trabalho e a equipe (LEITE et. al., 2017, p.3).2 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 7 
A estrutura para atendimento em situações de urgência e emergência, 
fundamentada em políticas de saúde e linhas estratégicas interligadas, também se 
relaciona à (re)organização das redes assistenciais, humanização no atendimento e 
operacionalização da central de regulação médica de urgências (LEITE et. al., 2017, 
p.3). 
Envolve, ainda, a formação continuada dos profissionais, a fim de contribuir 
para o acompanhamento do desempenho, aprimoramento das competências, 
fortalecimento da tomada de decisão e habilidade para trabalhar em equipe, na 
assistência segura amparada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(Anvisa), por meio da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n. 36/2013 e pelo 
Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Segurança do Paciente, 
instituído pela Portaria n. 529/2013 (LEITE et. al., 2017, p.3). 
Tópico 1.2: Ética e humanização na atenção às Urgências 
 
Na atenção às urgências, é inevitável deparar-se com realidades paradoxais: 
vida e morte, tristeza e alegria, esperança e desespero, sorriso e lágrima, cuidado e 
descaso, perdão e culpa. No serviço de emergência, o atendimento prestado, quase 
sempre em intervalo de tempo muito curto, remete à reflexão sobre a relação entre 
paciente, família, equipe multiprofissional e instituição (BALDESSIN et. al., 2017, p. 
13). 
Por vezes, nessa realidade, não é possível informar previamente ao 
paciente, familiares ou acompanhantes sobre as intervenções, em geral invasivas, a 
serem realizadas e, nesses casos, sem o devido consentimento, uma vez que o 
profissional precisa tomar decisões rápidas em prol da vida do paciente 
(BALDESSIN et. al., 2017, p. 13). 
Esse contexto envolve diferentes tipos de responsabilização e ética – 
administrativa, civil e penal –, influenciando as relações entre as pessoas. Mas, nem 
por isso, a conduta ética pode ser relegada a segundo plano, pois norteia as ações e 
está atrelada às nossas atitudes (BALDESSIN et. al., 2017, p. 13). 
A ética é requisito essencial para a convivência, sendo fundamento básico 
para a humanização da assistência na saúde e a atenção às urgências. Enquanto 
ciência da moral, norteia a vida em sociedade e acompanha o juízo de valor, desde 
o início da civilização (BALDESSIN et. al., 2017, p. 13). 
A ética profissional, por sua vez, além de regras de convivência social, 
abrange o conjunto de princípios e normas que regem o exercício da profissão. É 
definida por Boff (2006 apud BALDESSIN et. al., 2017, p. 13) como uma reflexão 
crítica das atividades profissionais e da ação pautada nos valores da categoria 
profissional. 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 8 
Na área da saúde, os códigos de ética remetem ao conjunto de normas, 
direitos, deveres e responsabilidades direcionados a assistência livre de riscos e 
danos relacionados a negligência, imperícia e imprudência. Configura não somente 
o direito ético, mas também o direito legal dos profissionais de saúde em participar 
da prática multiprofissional e interdisciplinar com responsabilidade, autonomia e 
liberdade (BALDESSIN et. al., 2017, p. 13). 
Tomar uma decisão ética depende de fatores como conhecimento técnico-
científico, sensibilidade e raciocínio moral, considerados a partir de princípios 
como autonomia, beneficência, não maleficência, fidelidade, justiça, veracidade e 
confidencialidade. Desse modo, os conselhos de classe profissional atuam como 
fiscalizadores, a fim de atender aos interesses e necessidades dos respectivos 
profissionais e também da sociedade (BALDESSIN et. al., 2017, p. 13). 
CONCEITOS IMPORTANTES 
 
Imperícia: incapacidade, falta de conhecimento para o exercício de determinada 
função ou atividade; falta de prática ou conhecimento técnico da profissão 
 
Imprudência: agir precipitadamente, com insensatez, sem a devida cautela, sem 
atender às circunstâncias ou à razão. 
 
Negligência: ato omissivo, não fazer. Quando pode ou deve agir de determinado 
modo e, por indolência, descuido, desleixo, menosprezo ou preguiça mental, não 
age. 
Fonte: Baldessin et. al., (2017, p. 15). 
Os códigos de ética dos profissionais de saúde e demais legislações 
consideram a necessidade e o direito de assistência à saúde da população, os 
interesses dos profissionais e da organização. Em síntese, tratam dos direitos dos 
profissionais de saúde, das responsabilidades e deveres e das proibições, nas 
seguintes relações: 
i) com os profissionais da categoria e as demais, com a pessoa, família e 
coletividade; 
ii) com as organizações de sua categoria (conselhos de classe, sindicatos), 
com as organizações empregadoras (públicas ou privadas); 
iii) e também quanto ao sigilo profissional, ao ensino, à pesquisa e à 
produção técnico-científica, à publicidade, às infrações e penalidades e 
às aplicações das penalidades éticas (BALDESSIN et. al., 2017, p. 13). 
 
O profissional da equipe de enfermagem deve conhecer a legislação que 
regulamenta o exercício de sua profissão, as normas da instituição em que 
trabalha. De acordo com a resolução COFEN Nº 564/2017, o código de ética dos 
profissionais de Enfermagem traz aspectos que direcionam a atuação frente à 
atendimentos de urgência e emergência: 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 9 
CAPÍTULO I – DOS DIREITOS 
Art. 13 Suspender as atividades, individuais ou coletivas, quando o local de 
trabalho não oferecer condições seguras para o exercício profissional e/ou 
desrespeitar a legislação vigente, ressalvadas as situações de urgência e 
emergência, devendo formalizar imediatamente sua decisão por escrito e/ou por 
meio de correio eletrônico à instituição e ao Conselho Regional de Enfermagem. 
CAPÍTULO II – DOS DEVERES 
Art. 46 Recusar-se a executar prescrição de Enfermagem e Médica na qual não 
constem assinatura e número de registro do profissional prescritor, exceto em 
situação de urgência e emergência. 
(...) 
§ 2º É vedado ao profissional de Enfermagem o cumprimento de prescrição à 
distância, exceto em casos de urgência e emergência e regulação, conforme 
Resolução vigente. 
CAPÍTULO III – DAS PROIBIÇÕES 
Art. 76 Negar assistência de enfermagem em situações de urgência, emergência, 
epidemia,desastre e catástrofe, desde que não ofereça risco a integridade física do 
profissional. 
No cotidiano dos profissionais de saúde, principalmente no atendimento às 
urgências, é comum ocorrerem conflitos relacionados à assistência e ao trabalho 
em equipe, envolvendo a instituição, pacientes e seus familiares e a equipe 
multiprofissional (BALDESSIN et. al., 2017, p. 13). 
Nos serviços de urgência e de emergência, a grande demanda de clientes 
provoca um dilema para o profissional responsável pela classificação do grau de 
risco segundo a complexidade do estado de cada paciente (BALDESSIN et. al., 2017, 
p. 13). 
Em geral, as pessoas que procuram o serviço tendem a acreditar que seu 
problema é mais importante que o das demais e, consequentemente, o mais 
urgente, o que pode gerar tensão e atitudes impacientes e intempestivas por parte 
dos envolvidos – a exemplo dos crescentes casos de agressões de toda ordem 
contra os profissionais de saúde, amplamente divulgados pela mídia (BALDESSIN 
et. al., 2017, p. 13). 
Entretanto, o paciente não escolhe “estar doente”, qual profissional irá 
atendê-lo, nem o horário para “ficar doente”. Os integrantes da equipe 
multiprofissional de saúde devem compreender que o paciente tende a fragilizar-
se, tanto em seu estado físico quanto em sua dimensão psíquica (BALDESSIN et. al., 
2017, p. 13). 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 10 
Mesmo nas situações de urgência e emergência, os profissionais de saúde 
executam ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação, com 
autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais de sua profissão. A 
atitude inadequada e não fundamentada do profissional pode acarretar sua 
responsabilização, com eventuais penalidades, nos âmbitos ético-disciplinar, 
funcional, cível e penal, além do envolvimento da equipe e da instituição 
(BALDESSIN et. al., 2017, p. 14). 
Percebe-se que a ética não é uma simples questão de certo ou errado e o 
grande desafio enfrentado no atendimento, principalmente nas situações de 
emergência, reside em como atender o paciente de maneira competente, 
considerando, sem exceção, os aspectos humanos, éticos e legais (BALDESSIN et. 
al., 2017, p. 18). 
A assistência dentro dos princípios éticos e humanos na área da saúde e 
principalmente no atendimento de emergência remete a reflexões importantes, 
como ser flexível, porque convivemos com pessoas muito diferentes umas das 
outras. Portanto, faz-se necessário aprender a conviver e a trabalhar em grupo, 
porque a diversidade de especialidades e a atuação das equipes multiprofissionais 
exigem uma atuação conjunta (BALDESSIN et. al., 2017, p. 18). 
TEMA DA AULA: Sistema de Atenção às Urgências e Emergências do Sistema Único de Saúde 
(SUS). 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Enfermagem em pronto atendimento: 
urgência e emergência. São Paulo: Erica, 2014. 1 recurso online. ISBN 
9788536520865. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520865/cfi/1
5!/4/4@0.00:16.9. Acesso em: 30 Mar.. 2020. 
 
TOBASE, Lucia; TOMAZINI, Edenir Aparecida Sartorelli. Urgências e 
emergências em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 1 
recurso online. ISBN 9788527731454. Disponível em: 
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527731454>. 
Acesso em: 27 set. 2017. 
Tópico 2: O SUS e o pacto pela saúde 
Com o objetivo de definir critérios e diretrizes para estruturação e 
funcionamento de sistemas locorregionais de atenção às urgências, regulação 
médica, atendimento pré-hospitalar (APH) fixo, APH móvel e atendimento 
hospitalar, o Ministério da Saúde implantou o Regulamento Técnico dos Sistemas 
Estaduais de Urgência e Emergência, por meio da Portaria n. 2.048/2002 (LEITE 
et. al., 2017). 
Para suprir as necessidades na atenção à saúde que não pudessem ser 
resolvidas pelas secretarias de saúde dos municípios, o Ministério da Saúde editou, 
em 2006, o Pacto pela Saúde (SANTOS, 2014, p.14). 
O Pacto pela Saúde é definido pelo Ministério da Saúde como um conjunto 
de reformas institucionais pactuado entre municípios, estados e a União para 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 11 
realizar a gestão do Sistema Único de Saúde. Tem como objetivo promover novas 
formas de gestão do SUS, por meio da adesão ao Termo de Compromisso de Gestão 
(TCG), que é renovado anualmente e estabelece metas e compromissos para cada 
município, para os estados e para o Governo Federal (SANTOS, 2014, p.15). 
Com a assinatura do Termo de Compromisso de Gestão, distribuíram as 
responsabilidades da seguinte forma: aos municípios, coube a responsabilidade 
pela totalidade de ações envolvidas na atenção básica; às regiões de saúde, a 
definição das redes de atenção e o desenvolvimento de ações para assistência de 
média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar; ao Estado, a realização das 
ações de atenção de alta complexidade que não pudessem ser cobertas pela região 
de saúde (SANTOS, 2014, p.16). 
O atendimento de urgência e emergência também é coordenado por uma 
unidade chamada de Regulação - responsável pela organização do atendimento 
pré-hospitalar (APH) e pelo fluxo de acesso de atendimento em prontos-socorros e 
hospitais (SANTOS, 2014, p.16). 
Tópico 2.1: Política Nacional de Atenção às Urgências 
 
Do ponto de vista histórico, o pronto atendimento era realizado pelos 
municípios, porém, em 2003, foi instituída a Política de Atenção às Urgências no 
âmbito nacional, pela Portaria no 1.863/ GM, que rege a implantação dos serviços 
de atendimento móvel de urgências nos municípios, ainda que alguns municípios já 
tivessem seus próprios serviços de urgência e emergência estruturados tenham se 
visto na obrigação de se adaptar às novas regras. Em 2008, a Portaria no 2.975/GM 
orientou a continuidade do Programa de Qualificação da Atenção Hospitalar de 
Urgência e Emergência na rede SUS (SANTOS, 2014, p.16). 
De acordo com Leite et. al. (2017) considerando que o sistema de atenção 
ao paciente crítico/potencialmente crítico exige a conformação de uma rede 
assistencial hospitalar e extra-hospitalar que atue de maneira organizada, por 
meio da Portaria n. 1.863/2003, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional 
de Atendimento às Urgências, especificando quatro componentes: 
 Pré-hospitalar fixo: Unidades Básicas de Saúde (UBS), Estratégia de Saúde da 
Família (ESF), ambulatórios especializados, Unidade de Pronto Atendimento 
(UPA), serviços de apoio, diagnóstico e tratamento. 
 Pré-hospitalar móvel: rede SAMU 192, sistema de resgate e ambulâncias da 
iniciativa privada, entre outros. 
 Rede hospitalar: média e alta complexidade. 
 Pós-hospitalar: reabilitação e serviço de atenção domiciliar. (SANTOS, 2014, 
p.16). 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 12 
Figura 01 – Informações importantes 
 
Fonte: Santos (2014, p. 16) 
 
Em 2011, a Portaria no 1.863/ GM foi reformulada com a instituição da 
Portaria n. 1.600, apresentando o conceito de Rede de Atenção às Urgências, com 
a finalidade de articular e integrar os serviços de saúde disponíveis para ampliar o 
atendimento em situações de urgência e emergência, principalmente as 
relacionadas aos cuidados cardiovasculares, cerebrovasculares e traumas. De 
maneira abrangente, estabelece que a Rede de Atenção às Urgências seja 
constituída por oito componentes: 
1. Promoção, prevenção e vigilância à saúde 
2. Atenção básica em saúde 
3. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e suas centrais de 
regulação médica das urgências 
4. Sala de estabilização. 
5. Força Nacional de Saúde do Sitema Único de Saúde (SUS) 
6. Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e o conjunto de serviços de 
urgência 24 horas 
7. Hospitalar. 
8. Atenção domiciliar. (LEITE et. al., 2017). 
 
Tópico 2.2: Rede de Atenção às Urgências 
 
Nessa concepção derede, depreende-se a tentativa de desvincular o modelo 
hospitalocêntrico de atenção à saúde, não mais utilizando o hospital como 
referência central no atendimento – nos anteriormente denominados pré e pós-
hospitalar –, mas agora assumindo especificamente o papel de componente que lhe 
é peculiar, ou seja, como parte da rede de atenção às urgências (LEITE et. al., 
2017). 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 13 
PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA À SAÚDE 
São áreas com ações de maior abrangência e, na perspectiva de atenção a 
urgências, têm por objetivo estimular e fomentar o desenvolvimento de ações de 
saúde e educação permanente, relacionadas à vigilância e prevenção das violências 
e acidentes, das lesões e mortes no trânsito e das doenças crônicas não 
transmissíveis, por intermédio de ações intersetoriais, de participação e 
mobilização da sociedade, visando à promoção da saúde, prevenção de agravos e 
vigilância à saúde (LEITE et. al., 2017). 
ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE 
Visando a contribuir para a diminuição da demanda de clientes nos prontos-
socorros, garantir equidade, universalidade e integralidade no atendimento a todas 
as urgências, essas unidades: •Realizam atendimentos médicos •Possibilitam a 
identificação da situação real do usuário por meio da Avaliação de Risco, prestando 
assistência imediata nos agravos de baixa e média complexidade, compatível com o 
suporte da Atenção Básica, garantindo continuidade no tratamento das doenças – 
conforme o agendamento em UBS •Favorecem o reconhecimento precoce das 
emergências, priorizando o atendimento e encaminhamento às unidades 
hospitalares para intervenções de maior complexidade (LEITE et. al., 2017). 
Figura 02 – Acolhimento e encaminhamento do usuário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Leite et.al. (2017) 
 
SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA (SAMU) E CENTRAIS DE 
REGULAÇÃO MÉDICA DAS URGÊNCIAS 
O objetivo do SAMU é chegar precocemente à vítima de agravo à saúde – 
seja de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, 
entre outras – que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, o que 
exige a garantia de atendimento e/ou transporte adequado para o serviço de 
saúde. 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 14 
Conforte Leite et. al. (2017) a assistência iniciada no local da ocorrência é de 
caráter temporário, realizada por equipes de profissionais oriundos e não oriundos 
da área de saúde, bombeiro militar, nas modalidades de: 
•Suporte Básico de Vida (SBV): constituída por auxiliar ou técnico de 
enfermagem e condutor de veículos de emergência 
•Suporte Avançado de Vida (SAV): constituída por enfermeiro, médico e 
condutor de veículos de emergência. As equipes multiprofissionais tripulam 
diferentes tipos de veículos, equipados também de modos distintos, conforme a 
modalidade de atendimento e intervenções permitidas, segundo as respectivas 
atribuições profissionais, asseguradas por órgãos competentes e respaldadas por 
protocolo institucional. 
Nesses atendimentos, a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem 
(Cofen) n. 375/2011 dispõe sobre a presença do enfermeiro no atendimento pré-
hospitalar e inter-hospitalar, em situações de risco conhecido ou desconhecido, nas 
quais “a prestação da assistência por auxiliar ou técnico de enfermagem somente 
poderá ser realizada sob supervisão direta do enfermeiro” (LEITE et. al., 2017). A 
Resolução Cofen n. 379/2011 apenas modifica o prazo disposto na resolução 
anterior, tendo passado a vigorar a partir de 01/01/2012 (LEITE et. al., 2017). 
Conhecer o fluxo das informações (Figura 3) contribui para o acesso e a 
utilização correta do serviço, bem como para as ações educativas à comunidade. Os 
dados mínimos a serem informados para a solicitação do serviço são: nome do 
paciente, sexo, idade aproximada, descrição do que aconteceu, endereço do local, 
ponto de referência e telefone para contato. 
Figura 03 – Fluxo de informações atendimentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Leite et. al. (2017). 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 15 
FORÇA NACIONAL DE SAÚDE DO SUS 
Criada pelo Decreto Presidencial n. 7.616/2011, foi regulamentada pela 
Portaria Ministerial n. 2.952/2011, que dispõe sobre a declaração de Emergência 
em Saúde Pública de Importância Nacional, quanto às demandas urgentes de 
medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde 
(LEITE et. al., 2017). 
É acionada em situações de catástrofe, em eventos de grandes proporções, 
nacionais ou internacionais, para envio de ajuda profissional e humanitária, e em 
situações de outra natureza que envolva aglomerações de pessoas, como 
celebrações internacionais e Olimpíadas, cuja dimensão necessita da estruturação 
de um plano preventivo de danos e orientador da organização, para eventual 
atendimento emergencial (LEITE et. al., 2017). 
UPA E O CONJUNTO DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA 24 HORAS 
As UPA são estruturas que funcionam 24h, definidas como estabelecimentos 
de saúde de complexidade intermediária entre as UBS, Unidades de Saúde da 
Família e a Rede Hospitalar, devendo com estas compor uma rede organizada de 
atenção às urgências (LEITE et. al., 2017). 
COMPONENTE HOSPITALAR 
Na Rede de Atenção às Urgências, o componente hospitalar é constituído 
pelas Portas Hospitalares de Urgência, pelas enfermarias de retaguarda, pelos 
leitos de cuidados intensivos, pelos serviços de diagnóstico por imagem, 
laboratório e pelas linhas de cuidados prioritárias (LEITE et. al., 2017). 
Quanto à estrutura e ao funcionamento, o serviço de emergência do pronto-
socorro deve respeitar os critérios e normas estabelecidas pela legislação em vigor 
e estar permanentemente preparado para receber e atender adequadamente o 
cliente, em razão da demanda espontânea, sem agendamento prévio (LEITE et. al., 
2017). 
ATENÇÃO DOMICILIAR 
Esse componente consiste no conjunto de ações integradas e articuladas de 
promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação, que ocorrem 
no domicílio e na atenção à saúde que acontece no território; além de reorganizar 
o processo de trabalho das equipes que realizam o cuidado domiciliar na atenção 
primária, ambulatorial e hospitalar.
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 16 
 
Tópico 2.3: Humanização no atendimento 
 
A Política Nacional de Humanização (PNH) foi criada para toda a rede 
SUS buscando a qualidade do atendimento. Segundo o Ministério da Saúde, alguns 
aspectos da humanização foram relevantes, entre os quais destacamos: 
- valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de 
saúde - usuários, trabalhadores e gestores; 
- aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde e de 
sujeitos; 
- estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no 
processo de gestão; 
- identificação das necessidades sociais de saúde; 
- mudança nos modelos de atenção e gestão dos processos de trabalho, 
tendo como foco as necessidades dos cidadãos e a produção de saúde; 
compromisso com a ambiência, melhoria das condições de trabalho e de 
atendimento (SANTOS, 2014, p.16). 
Nos serviços pré-hospitalares e hospitalares de urgência, as diretrizes para 
a implantação da PNH apontam para: 
- organização do atendimento com acolhimento: não se refere a espaço ou 
local, mas a uma postura ética de abrigar e dar resolutividade ao caso; 
- classificação de risco: permite identificar os pacientes que necessitam de 
tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, os agravos à saúde 
ou o grau de sofrimento; 
- acesso referenciado aos demais níveis de assistência; 
- implantação de protocolos clínicos para eliminar intervenções 
desnecessárias, respeitando-se a individualidade do sujeito (SANTOS, 2014, 
p.16). 
Segundo o Ministério da Saúde, o sistema de classificação de prioridade é 
umaestratégia que contribui para reduzir o tempo de espera e melhorar a 
qualidade da assistência (LEITE et. al., 2017). 
No contexto da Política Nacional de Humanização, o termo triagem foi 
substituído por classificação de risco, realizada por meio de instrumentos e escalas 
de seleção – como a canadense, a australiana, a americana e o sistema de 
classificação de Manchester – para destinar a cada cliente os recursos e tempo 
necessários ao atendimento, de acordo com cada grau de gravidade (LEITE et. al., 
2017). 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 17 
Ainda que a classificação de risco, por si só, não garanta a efetividade do 
serviço de urgência, a ausência de critérios para o atendimento pode implicar 
prejuízos e piora do paciente. No Sistema Manchester, a classificação é 
estabelecida segundo a prioridade, identificada por número, nome, cor e tempo 
para atendimento (LEITE et. al., 2017). 
Figura 04 - Sistema Manchester de classificação de risco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ilhabela 
TEMA DA AULA: Princípios do atendimento de urgência e emergência. 
 
FONTE 
BIBLIOGRÁFI
CA 
 
TOBASE, Lucia; TOMAZINI, Edenir Aparecida Sartorelli. Sistematização do 
atendimento em urgências. In: TOBASE, Lucia; TOMAZINI, Edenir Aparecida 
Sartorelli. Urgências e emergências em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2017. 1 recurso online. ISBN 9788527731454. Disponível em: 
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527731454>. Acesso em: 27 
set. 2017. 
ZAVAGLIA, Gabriela Oliveira. Cuidado de enfermagem em emergência e traumas 
[recurso eletrônico] / Gabriela Oliveira Zavaglia... [et al.] ; [revisão técnica: Maria 
Augusta Moraes Soares]. – Porto Alegre: SAGAH, 2019. 1 recurso online. ISBN 978-
85-9502-987-3 
Disponível em: em: 
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029873/cfi/1!/4/4@0
.00:58.7>. Acesso em: 13 mai. 21. 
 
Tópico 3: Sistematização do atendimento em urgências 
O planejamento e a organização do trabalho coletivo são essenciais para um 
atendimento de qualidade, ao cliente e à família. Para tanto, requer equipe 
multiprofissional permanentemente capacitada para o desenvolvimento de suas 
competências, respeitando as atribuições de cada membro, no âmbito da gestão de 
serviços e recursos, melhoria dos processos e métodos de trabalho e provisão de 
condições e tecnologia – inclusive da informação (TOBASE; TOMAZINI, 2017). 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 18 
Envolve também as habilidades de relacionamento interpessoal e 
comunicacional, uma vez que, durante o atendimento, as informações essenciais 
comunicadas sobre a natureza da ocorrência ou situação do paciente permitem 
que o profissional desenvolva raciocínio clínico assertivo e construa as possíveis 
condições e os agravos relacionados, associando os recursos necessários para a 
assistência qualificada (TOBASE; TOMAZINI, 2017). 
Previamente ao início da assistência, é necessário priorizar a segurança, ao 
avaliar a: 
• Segurança da cena: verificar o ambiente e os fatores de riscos no local, 
relacionados à contaminação, acidentes, queda e lesão corporal. 
No ambiente: 
• Extra-hospitalar: fluxo de veículos em via pública, colisão, 
atropelamento, proximidade de fios elétricos, desabamento, explosão e 
presença de animais 
• Hospitalar: piso escorregadio, mobiliário mal posicionado, iluminação 
e ventilação inadequada, manutenção precária de equipamentos e 
heteroagressão 
• Segurança do profissional: certificar-se de que o local é seguro para o 
profissional e a equipe, para não se tornar outra vítima, ao iniciar a 
assistência. Respeitar as normas de legislação, biossegurança e de 
precauções padrão, mantendo a atenção ao realizar os procedimentos. 
• Segurança do paciente: certificar-se da ausência de risco para o 
indivíduo, inclusive das pessoas que estão próximas. Se estiver em 
situação perigosa, deverá ser colocado em segurança antes do início dos 
primeiros atendimentos. Os princípios da prática e assistência segura 
ao paciente devem nortear as ações da equipe multiprofissional. 
(TOBASE; TOMAZINI, 2017) 
Confirmada a segurança em todos os aspectos, na abordagem direta, é 
realizado o exame inicial para estabelecer as prioridades no atendimento, a partir 
das avaliações primária e secundária (TOBASE; TOMAZINI, 2017). 
Nesse contexto, a relevância do acolhimento se dá em relação ao paciente, 
ao familiar e aos envolvidos no atendimento, seja pré-hospitalar ou hospitalar. 
Nesse sentido, destacamos nesta obra o acolhimento do ser (TOBASE; TOMAZINI, 
2017). 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 19 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
Consiste na avaliação inicial, que fornece a impressão geral do estado do 
indivíduo quanto aos riscos potenciais e necessidades imediatas para estabilização 
do quadro, visando identificar e resolver os fatores de risco iminente à vida do 
paciente. A avaliação primária deve ser rápida, eficiente, ter uma sequência lógica e 
organizada das ações, na identificação e correção imediata das alterações 
(TOBASE; TOMAZINI, 2017). 
A rapidez e eficácia do atendimento inicial é crucial, devendo abranger 
todas as etapas, esse momento é chamado do período de ouro. No período de ouro 
deve ser reconhecida a urgência, manejo e o transporte da vítima até o hospital 
mais adequado (ZAVAGLIA, et al., 2019). 
A avaliação primária do paciente vítima de trauma abrange todos os 
públicos, sendo padronizada e a mesma é utilizada para, crianças, adultos, 
gestantes, idosos (ZAVAGLIA, et al., 2019). 
É precedida pela verificação da responsividade e associada às iniciais A, B, C 
– em alusão à avaliação de aspectos vitais, como condições da via respiratória, 
respiração e circulação (TOBASE; TOMAZINI, 2017). 
 
Nas literaturas mais recentes do PHTLS (Prehospital Trauma Life Support 
ou Suporte Pré-Hospitalar de Vida no Trauma), indica-se como fluxo de 
procedimento através do mnemónico XABCDE. Onde o X é utilizado para as 
hemorragias externas graves. Assim o atendimento inicia-se com a contenção da 
hemorragia externa grave, baseando-se no fato de que a maior causa de mortes no 
trauma são as hemorragias graves mesmo que a obstrução das vias aéreas ser 
responsável pelos óbitos mais rápidos (ZAVAGLIA, et al., 2019). 
Deve-se examinar o indivíduo no sentido cefalopodal para identificar 
hemorragia externa. Se presente, efetuar compressão manual firme no local, exceto 
na cabeça, onde deve ser mais suave, em razão do risco de agravamento de 
eventual fratura ou lesão não identificada (TOBASE; TOMAZINI, 2017). 
O método ABCDE apesar de ter a indicação de ser utilizado de forma 
sequencial, pode ocorrer simultaneamente para otimizar o tempo de avaliação e 
atendimento (ZAVAGLIA, et al., 2019). 
Os componentes estão organizados em ordem de prioridade para o 
atendimento ideal, sendo: 
 X referente à identificação de hemorragias graves; 
 A referente às vias aéreas com estabilização da coluna cervical; 
 B à respiração e à ventilação; 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 20 
 C à circulação com controle da hemorragia; 
 D ao estado neurológico, e; 
 E à exposição e ao controle da temperatura. 
 
Quadro 01 – Verificação da responsividade 
 
Etapa Seqüência da Avaliação O que avaliar? 
 
X 
 
X| Hemorragia Grave, 
Exsanguinante 
 
Contenção da hemorragia externa grave 
A 
A | Airway (vias 
respiratórias) 
Acordado? Se inconsciente proceder a 
Abertura de Vias Aéreas 
(com controle da coluna 
cervical, em caso de trauma) 
B 
B | Breathing 
(respiração) 
Avalie se há respiração. 
Ver, ouvir, sentir por 10 segundos. 
C 
C | Circulation 
(circulação) 
Verifique se há pulso por 10 segundos. 
Avaliação da frequência cardíaca e do 
enchimento capilar 
Em caso de sangramento, controlar 
hemorragia. 
D 
D | Disability 
(Disfunção neurológica) 
Analisar o nível de consciência,tamanho e a 
reatividade das pupilas e identificar uma 
possível lesão medular. 
E 
E | Exposure 
(exposição e controle da 
temperatura) 
 Análise da extensão das lesões e do controle 
do ambiente na prevenção do quadro de 
hipotermia; e exposição da vítima em busca 
de possíveis fraturas ou 
Fonte: elaboração própria a partir de Tobase e Tomazini (2017) e Zavaglia, et al., (2019) 
 
POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO 
O indivíduo responsivo ou não responsivo com respiração presente pode 
ser colocado em decúbito lateral esquerdo para evitar obstrução da via 
respiratória pela língua, por vômito, refluxo de secreções e para minimizar o risco 
de broncoaspiração (Figura 5). Essa posição é indicada em casos de desmaio, mal-
estar e pós-convulsão, mas contraindicada em situações de trauma e suspeita de 
lesão na coluna (TOBASE; TOMAZINI, 2017). 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 21 
 
Figura 05 - Indivíduo em decúbito lateral esquerdo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Tobase e Tomazini (2017) 
 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
 
Consiste no processo organizado e sistematizado para identificar outras 
lesões que não foram visualizadas na avaliação primária e tratar as condições que 
não ameaçam a vida (TOBASE; TOMAZINI, 2017). 
É realizado o exame físico minucioso, no sentido cefalopodal, e a aferição 
dos sinais vitais, além de outros parâmetros obtidos por monitoramento. O tempo 
de realização da avaliação secundária varia conforme a situação (TOBASE; 
TOMAZINI, 2017). 
Em APH, pacientes graves devem ser transportados rapidamente para o 
hospital e, nessas situações, para não retardar a saída do local da ocorrência, a 
avaliação secundária poderá ser realizada na ambulância ou no hospital (TOBASE; 
TOMAZINI, 2017). 
HISTÓRICO 
 
São informações obtidas rapidamente com a vítima, familiares e/ou 
testemunhas por meio do método mnemônico SAMPLA: 
 
• S – sintomas: “O que está sentindo?” ou “Como se sente?” 
• A – alergias: “Tem alergia a algum medicamento ou substância?” 
• M – medicamentos: “Faz uso de algum medicamento?” 
• P – passado médico: “Tem alguma doença? Cirurgias pregressas? Gravidez?” 
• L – líquidos e alimentos ingeridos: “Em qual horário se alimentou pela última 
vez?” 
• A – ambiente e acontecimentos do evento: “Lembra-se do que aconteceu?” 
(TOBASE; TOMAZINI, 2017). 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 22 
 
Os procedimentos previstos nessa etapa incluem: 
 
EXAME FÍSICO 
 
Proceder à exposição parcial de cada segmento corporal para identificar 
lesões, prevenindo a hipotermia e preservando a privacidade do paciente. 
 
AFERIÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA DOS SINAIS VITAIS 
 
Quadro 02 – Aferição quantitativa e qualitativa dos sinais vitais 
 
SINAIS VITAIS 
• Pulso:  verificar frequência, ritmo e amplitude; 
• Respiração: 
 verificar frequência, ritmo, amplitude, simetria e ruídos, por meio da 
ausculta pulmonar. A oximetria ≥ 94% é importante indicador da 
patência das vias respiratórias, da boa respiração e circulação; 
• Pressão arterial: 
 utilizar aparelhos com manguito adequado para faixa etária e 
circunferência do braço. 
 
 Para aferição em posição sentada: o paciente deve recostar-se na 
cadeira, com as pernas descruzadas, os pés apoiados no chão, o braço 
desnudo e apoiado na altura do coração (ponto médio do esterno ou 
4o espaço intercostal), com a palma da mão para cima e cotovelo 
ligeiramente fletido; 
• Pele: 
 verificar temperatura, cor, perfusão e umidade. 
 
 No APH é possível verificar rapidamente e estimar a temperatura 
relativa somente ao tocar a pele do paciente, sem utilizar o 
termômetro para precisar o valor, em caso de normotermia. 
 
 Quanto à coloração e umidade, a pele é considerada normal se rosada e 
seca; palidez, cianose e umidade podem indicar má 
circulação/oxigenação. Considera-se boa perfusão se o tempo de 
reenchimento capilar for < 2 s e hipoperfusão, se > 2 s; 
• Dor: 
 aplicar a escala adequada à condição da pessoa, para orientar 
indicação de analgesia e sedação, quando possível, conforme protocolo 
institucional. 
Fonte: elaboração própria a partir de Tobase e Tomazini (2017) 
 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 23 
EXAME NEUROLÓGICO 
 
A escala de coma de Glasgow é utilizada frequentemente para avaliação do 
estado neurológico. A Escala de Coma de Glasgow (ECG) foi publicada pela 
primeira vez na revista Lancet em 1974 por Graham Teasdale e Bryan J. Jennett, 
ambos do Instituto de Ciências Neurológicas de Glasgow, na Escócia. A escala tem 
como objetivo traçar uma estratégia que combina os principais indicadores-chave 
de gravidade no traumatismo crânioencefálico (TCE) em uma escala simples (UFJF, 
2018). 
 
Graham Teasdale conduziu uma pesquisa junto a outros dois pesquisadores 
(Paul Brennan e Gordon Murray), quarenta anos após o lançamento da ECG 
original, adicionando a reatividade pupilar à avaliação. Tal x tem como objetivo 
obter melhores informações sobre o prognóstico no TCE, uma vez que tais estudos 
comprovaram que há uma maior precisão da análise da escala se conjugada à 
reatividade pupilar (UFJF, 2018). 
 
Já quanto à 10ª edição do ATLS (Advanced Life Trauma Support), de 2018, a 
nomenclatura ‘’ao estímulo de dor’’ foi substituída por ‘’ao estímulo de pressão’’, 
tal mudança foi feita não só pela dificuldade da definição de dor, mas também pelo 
questionamento da necessidade de submeter o paciente a essa sensação (UFJF, 
2018). 
 
Figura 06 – escala de coma de Glasgow com resposta pupilar (ECG-P) 
 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 24 
Fonte: GCS (2018) 
 
 
TEMA DA AULA: Atendimento pré-hospitalar e hospitalar. 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Enfermagem em pronto atendimento: 
urgência e emergência. São Paulo: Erica, 2014. 1 recurso online. ISBN 
9788536520865. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520865/cfi/15!
/4/4@0.00:16.9. Acesso em: 30 Mar.2020. 
Tópico 4: Conceitos Básicos 
 
Atendimento Pré-Hospitalar (APH) é o atendimento emergencial em 
ambiente extra-hospitalar, ou seja, fora do ambiente hospitalar, às vítimas de 
traumas por acidentes de trânsito, industriais, aéreos ou outros, violência nas 
cidades (p. ex.: ferimentos por arma de fogo - FAF - ou por arma branca - FAB), mal 
súbito (cardiológico, neurológico e outros) ou distúrbios psiquiátricos, objetivando 
sua estabilização clínica no local do acidente e, em seguida, sua remoção para uma 
unidade hospitalar compatível, adequada ao quadro apresentado pela vítima 
(SANTOS, 2014, p.25). 
O objetivo principal do APH é identificar rapidamente as situações em que se 
envolvem as vítimas. Deve ser rápido, organizado e eficiente, de forma que permita 
tomada de decisões quanto ao atendimento e à remoção das vítimas (SANTOS, 
2014, p.25). 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520865/cfi/15!/4/4@0.00:16.9
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520865/cfi/15!/4/4@0.00:16.9
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 25 
O APH é realizado por profissionais especialmente treinados, como técnicos 
de enfermagem, enfermeiros, médicos e militares do Corpo de Bombeiros, que 
estão subdivididos em equipes de salvamento de Suporte Básico de Vida (SBV) e de 
Suporte Avançado (SAV). Observe as características básicas de cada grupo no 
Quadro 03 (SANTOS, 2014, p.25-26). 
Quadro 03 - Características das equipes que formam o atendimento pré-hospitalar 
Equipe de salvamento 
As manobras que realiza visam retirar as vítimas de uma situação 
hostil, como incêndio, ferragens, ambiente confinado, altura e outras. 
Sua característica principal é retirar a vítima para uma área adequada, 
possibilitando o trabalho da equipe, o Suporte Básico de Vida (SBV). 
Equipe de SBV 
Sua característica principal é atender a vítima sem interferência de 
procedimentos médicosinvasivos. 
Equipe de SAV 
Sua função principal é atender a vítima, qualquer que seja seu 
prognóstico. No Brasil, as manobras de SAV só podem ser realizadas 
por médicos e enfermeiros qualificados para isso. 
Fonte: (SANTOS, 2014, p.26). 
Existem diversos protocolos e modelos de APH, destacando-se o protocolo 
norte-americano e o francês. No norte-americano, aplica-se o conceito de chegar à 
vítima no menor tempo possível, realizar manobras essenciais para estabilizá-la e 
removê-la o mais rápido possível a um hospital adequado - princípio conhecido 
como hora de ouro (SANTOS, 2014, p.26). 
No protocolo francês, adota-se o princípio de ofertar o atendimento médico 
no local até a estabilização da vítima, conhecido como stay and play. Qualquer que 
seja o título dado ao atendimento, sua principal característica é praticar os 
primeiros socorros ou o resgate às vítimas (SANTOS, 2014, p.26). 
TEMA DA AULA: Atendimento pré-hospitalar e hospitalar. 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
 
SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Enfermagem em pronto atendimento: 
urgência e emergência. São Paulo: Erica, 2014. 1 recurso online. ISBN 
9788536520865. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520865/cfi/15!
/4/4@0.00:16.9. Acesso em: 30 Mar.. 2020. 
Tópico 4.1: Recursos utilizados no atendimento pré-hospitalar (APH) 
 
RECURSO MATERIAL 
 Ambulância equipada para atender todo e qualquer tipo de ocorrência. 
 Equipamentos de primeiros socorros. 
CLASSIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E MATERIAIS 
 Equipamentos de comunicação móvel e portátil: são os rádios de 
comunicação das viaturas (Figura 7a), que se destacam no Corpo de 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520865/cfi/15!/4/4@0.00:16.9
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520865/cfi/15!/4/4@0.00:16.9
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 26 
Bombeiros e em viaturas da polícia, assim como nas ambulâncias (SANTOS, 
2014, p.29). 
 Equipamentos para segurança no local do acidente: existem dois tipos: 
os equipamentos de proteção individual de cada socorrista, que têm a 
finalidade de evitar a transmissão de doenças e proteger a equipe de 
atendimento (p. ex.: luvas descartáveis, óculos de proteção, máscaras e até 
mesmo capacetes e roupas próprias, dependendo do tipo de acidente); e os 
equipamentos que garantem a segurança da equipe e dos envolvidos, como 
cones de sinalização, lanternas e fitas para isolar a área do acidente (Figura 
7b) (SANTOS, 2014, p.30). 
Figura 07 – Equipamentos e materiais para atendimento pré-hospitalar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Santos (2014, p. 30) 
 
 Equipamentos de reanimação e administração de oxigênio: destinados 
a garantir a permeabilidade das vias aéreas superiores. São as cânulas de 
Guedel ou orofaríngeas e o ventilador manual (Ambu) - composto de bolsa, 
válvula e máscara, garantindo uma concentração maior de oxigênio (Figura 
8), bem como os torpedos de oxigênio portáteis com capacidade de 300 L de 
oxigênio, equipados com fluxômetro, que permite uma vazão de até 12 L 
por minuto de oxigênio (SANTOS, 2014, p.30). 
Figura 08 – Ambu – máscara e cânula de Guedel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Santos, 2014, p.30. 
 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 27 
 Materiais para curativo: gaze, ataduras de crepom, fita crepe, algodão, 
soro fisiológico (figura 9) (SANTOS, 2014, p.31). 
Figura 09 – Colar cervical e bandagens materiais para fixação da coluna cervical e 
curativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Santos, 2014, p.32. 
 
 Materiais de uso obstétrico: “pacote de parto normal” - material estéril, 
fechado hermeticamente, contendo campos estéreis, clamps para 
laqueadura umbilical, lençóis e tesouras (SANTOS, 2014, p.31). 
 Materiais para verificar sinais vitais: esfigmomanômetro, estetoscópio, 
oxímetro de pulso. Acessórios: maca, cobertor, manta aluminizada e lençóis 
(SANTOS, 2014, p.31). 
TEMA DA AULA: Atendimento pré-hospitalar e hospitalar. 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
 
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 2048, de 05 de novembro de 
2002. Aprovar, na forma do Anexo desta Portaria, o Regulamento Técnico dos 
Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência. Brasília, DF, Comissão 
Intergestores Tripartite. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt2048_05_11_2002.
html. Acesso em: 02 jun. 2020. 
 
SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Enfermagem em pronto atendimento: 
urgência e emergência. São Paulo: Erica, 2014. 1 recurso online. ISBN 
9788536520865. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520865/cfi/15!
/4/4@0.00:16.9. Acesso em: 30 Mar. 2020. 
Tópico 4.2: Competências do profissional de enfermagem no APH 
 
Descrita no referencial curricular, a competência geral do técnico 
especialista nessa área é “prestar assistência de enfermagem de média 
complexidade ao cliente no sistema de atenção às urgências e emergências, 
interagindo com a equipe multiprofissional em saúde, em todo o ciclo vital, nos 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520865/cfi/15!/4/4@0.00:16.9
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Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 28 
agravos clínicos, cirúrgicos e traumáticos, seguindo os preceitos éticos e 
humanísticos da profissão, sob a orientação e supervisão do enfermeiro” (SANTOS, 
2014, p.33). 
Constituem as habilidades a serem desenvolvidas nessa área: 
 preparar e organizar o ambiente para o atendimento de urgência e 
emergência; 
 reconhecer situações de urgência e emergência, aplicando suporte básico 
e/ou avançado de vida, utilizando medidas de prevenção aos riscos 
ocupacionais; 
 prestar cuidados de enfermagem ao cliente submetido à terapia 
intravenosa, aplicando medidas de segurança; 
 prestar cuidados de enfermagem ao cliente em situação de dor na urgência 
e emergência; 
 prestar cuidados de enfermagem de urgência e emergência, com a equipe 
multiprofissional em saúde, a clientes com agravos clínicos, em todo o ciclo 
vital, aplicando medidas de prevenção de riscos ocupacionais e de 
segurança; 
 prestar cuidados de enfermagem a vítimas de mordeduras de animais, 
adotando medidas de prevenção aos riscos ocupacionais e ambientais; 
 realizar aplicação, acondicionamento, conservação e orientações relativas 
aos imunobiológicos específicos para o atendimento de urgências e 
emergências, considerando os protocolos técnicos e os princípios de 
segurança do paciente. 
 prestar cuidados de enfermagem em urgência e emergência, com a equipe 
multiprofissional em saúde, a clientes em situações de emergências 
obstétricas; 
 identificar situações de urgência e emergência em saúde mental e prestar 
cuidados específicos; 
 prestar cuidados específicos relativos a transporte e remoção de pacientes 
em situações de urgência e emergência; 
 preparar e orientar o paciente para a realização de procedimentos e exames 
em urgência e emergência, garantindo segurança, conforto e privacidade; 
 prestar cuidados ao paciente em eventos com múltiplas vítimas, desastres e 
catástrofes (SANTOS, 2014, p.33). 
 
Conforme Portaria 2048/2002, que aprovou o Regulamento Técnico dos 
Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, aponta que, 
1.1.1.3 - Técnico de Enfermagem: Profissional com Ensino Médio 
completo e curso regular de Técnico de Enfermagem, titular do 
certificado ou diploma de Técnico de Enfermagem, devidamente 
registrado no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição. 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 29 
Exerce atividades auxiliares, de nível técnico, sendo habilitado para o 
atendimento Pré-Hospitalar Móvel, integrando sua equipe, conforme os 
termos deste Regulamento. Além da intervenção conservadora no 
atendimento do paciente, é habilitadoa realizar procedimentos a ele 
delegados, sob supervisão do profissional Enfermeiro, dentro do âmbito 
de sua qualificação profissional 
[...] 
Competências/Atribuições: assistir ao enfermeiro no planejamento, 
programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de 
enfermagem; prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes em 
estado grave, sob supervisão direta ou à distância do profissional 
enfermeiro; participar de programas de treinamento e aprimoramento 
profissional especialmente em urgências/emergências; realizar 
manobras de extração manual de vítimas (BRASIL, 2002)(grifo nosso) 
Tópico 4.3: O papel do técnico em enfermagem na SAMU 
 
 Conhecer integralmente todos os equipamentos, materiais e medicamentos 
disponíveis na ambulância e realizar manutenção básica dos mesmos; 
 Executar prescrições médicas por telemedicina; 
 Realizar check-list, diário, dos materiais, equipamentos e medicamentos da 
unidade móvel, seguindo os padrões estabelecidos e mantendo a unidade e 
Mochilas de Atendimento em perfeito estado de conservação e assepsia; 
 Estabelecer contato radiofônico (ou telefônico) com a central de regulação 
médica e seguir suas orientações; 
 Conhecer a estrutura de saúde local; 
 Conhecer a localização de todos os estabelecimentos de saúde integrados ao 
sistema assistencial local; 
 Auxiliar a equipe de saúde nos gestos básicos de suporte à vida; 
 Auxiliar a equipe nas imobilizações e transporte de vítimas; 
 Realizar medidas de reanimação cardiorrespiratória básica; 
 Identificar todos os tipos de materiais existentes nos veículos de socorro e 
sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de saúde (SANTOS, 2017). 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 30 
 
TEMA DA AULA: Urgências e emergências clínicas 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
 
SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Enfermagem em pronto atendimento: 
urgência e emergência. São Paulo: Erica, 2014. 1 recurso online. ISBN 
9788536520865. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520865/cfi/15!
/4/4@0.00:16.9. Acesso em: 30 Mar.. 2020. 
 
 
Tópico 5: Conceitos Gerais 
A organização do atendimento por meio de protocolos específicos facilita o 
trabalho da equipe assistencial (SANTOS, 2014, p.46). 
Os métodos de atendimento aceitos internacionalmente estão de acordo 
com as diretrizes da American Heart Association (AHA), cuja última atualização foi 
publicada em outubro de 2010, que estabelecem protocolos para o Suporte Básico 
de Vida (BLS), o Suporte Avançado de Vida em Cardiologia, o Suporte Avançado de 
Vida em Pediatria (SANTOS, 2014, p.46). 
A atenção à vítima de trauma é delineada pelas orientações do Advanced 
Trauma Life Support (ATLS) da National Association of Emergency Medical 
Technicians (NAEMT) em cooperação com o Comitê de Trauma do Colégio 
Americano de Cirurgiões (SANTOS, 2014, p.46). 
Esses protocolos nos auxiliam a organizar as etapas do atendimento, 
evitando desperdício de tempo, material e energia da equipe assistencial (SANTOS, 
2014, p.46). 
Tópico 5.1: Emergências cardiovasculares 
 
Existem várias situações clínicas/patológicas do sistema cardiovascular 
que, mesmo sob trata- mento, podem gerar uma urgência ou emergência. Em 
muitas dessas situações, não podemos fazer nada, mas precisamos identificá-las e 
aguardar socorro médico para que a vítima sinta-se mais tranquila. É de extrema 
importância que o socorrista saiba identificar os sinais e sintomas dessas 
urgências e definir o atendimento inicial (SANTOS, 2014, p.46). 
ANGINA E INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) 
Angina de peito: dor precordial, ou retroesternal, decorrente da deficiência de 
oxigenação para o miocárdio (músculo cardíaco). Também chamada de angina 
estável, não causa a morte das células do miocárdio (SANTOS, 2014, p.46). 
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Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 31 
Angina instável: dor precordial, ou retroesternal, que pode ser irradiada para 
membros superiores e provocar palidez, sudorese, dispneia e extremidades frias. É 
uma forma de dor que dura entre 20 e 30 minutos, também não causa a morte das 
células do miocárdio, porém seu quadro clínico é mais intenso, podendo responder 
ao uso de nitrato sublingual (SANTOS, 2014, p.46). 
Infarto: dor precordial retroesternal, de forte intensidade, com duração acima de 
30 minutos, podendo irradiar para membros superiores ou braço esquerdo. Dor 
em forma de aperto ou queimação. Pode ter inićio como dor epigástrica, irradiando 
em seguida para o peito e braço. Apresenta também como sintomas náuseas, 
vômito, sudorese fria, ansiedade e taquicardia. Como a deficiência de oxigenação é 
muito elevada, ocorre morte das células do miocárdio, provocando necrose do 
músculo cardíaco (SANTOS, 2014, p.46). 
Figura 10 – Sintomas IAM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Centerlab (2018)1 
 
O QUE FAZER FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR (SANTOS, 2014, p.47). 
 Manter a vítima deitada e tentar tranquilizá-la, orientando-a sobre o que 
pode estar acontecendo. 
 Se já faz uso de nitrato, administrar um comprimido sublingual. 
 Chamar socorro médico. 
 Verificar o pulso. 
 Manter a cabeceira elevada, facilitando a oxigenação. 
 Manter suas roupas afrouxadas, principalmente cintos, botões e gravatas. 
 Aguardar socorro junto à vítima 
 
 
1 CENTERLAB. Infarto Agudo do Miocárdio. 2018. Disponível em: 
https://www.centerlab.com/blog/Centernews_104/. Acesso em: 02 jun. 2020. 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 32 
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (principais funções) 
 Observe que a diferença entre angina e infarto 
 Colher as informações de quem socorreu primeiro a vítima e fazer uma 
rápida avaliação do caso. 
 Manter a vítima em repouso com a cabeceira elevada. 
 Identificar-se (bem como a sua equipe de atendimento) e conversar com a 
vítima 
 Se já faz uso de nitrato e este ainda não foi utilizado, administrar um 
comprimido sublingual e anotar. 
 Verificar os sinais vitais. 
 Na ambulância, administrar oxigênio (O2), monitorando-o, e instalar 
oxímetro de pulso (SANTOS, 2014, p.47). 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA HOSPITALIZAÇÃO (SANTOS, 2014, p.48). 
 Manter o paciente deitado, em decúbito dorsal, com a cabeceira 
ligeiramente elevada. 
 Administrar O2 conforme conduta médica, geralmente por cateter nasal 
com até 4 L/m. 
 Providenciar um eletrocardiograma (ECG). 
 Instalar o monitor cardíaco e o oxímetro de pulso. 
 Verificar e anotar pulso e pressão arterial (PA). 
 Seguir as orientações médicas quanto à infusão de medicamentos. 
 Puncionar veia para acesso venoso, de “calibre grosso”. 
 Já na punção, colher amostra de sangue para dosagem de enzimas e 
eletrólitos. 
 Ocorrendo sedação por parte médica, atenção especial aos sinais vitais e 
monitorização, pois o paciente permanecerá mais relaxado. 
 Deixar o desfibrilador montado para uma possível cardioversão elétrica. 
 Após estabilização do quadro, manter vigilância constante desse paciente, 
tranquilizando-o. 
 Orientá-lo quanto a tudo o que aconteceu e como está no momento. Isso 
deve ser feito com acompanhamento médico. 
 Comunicar aos familiares. 
 Dar continuidade ao plano de cuidados elaborado pelas equipes de 
enfermagem e médica. 
 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 33 
Tópico 5.2: Parada cardiorrespiratória (PCR) em ambiente hospitalar 
 
Consiste na ausência de batimentos cardíacos e respiratórios de um 
indivíduo, não diferente da situação de uma vítima de algum trauma visto 
anteriormente. O fator que diferencia nesse caso é que o indivíduo já se encontra 
no ambiente hospitalar, oque pode “facilitar” seu atendimento emergencial 
(SANTOS, 2014, p.50). 
O atendimento à PCR deve ser rápido e eficiente e o objetivo principal da 
reanimação cardiopulmonar (RCP) é manter uma circulação artificial, promovendo 
oxigênio cerebral (SANTOS, 2014, p.50). 
CAUSAS 
Diversas causas estão ligadas à PCR, porém indivíduos portadores de 
cardiopatias, hipertensão, diabetes, antecedentes familiares de morte súbita, 
pneumotórax, broncoespasmo e em uso de anestésicos podem ter maior 
predisposição (SANTOS, 2014, p.50). 
SINAIS E SINTOMAS 
Sudorese, dor torácica, taquicardia, tontura, escurecimento ou 
embaçamento da visão, alteração do nível de consciência e alterações da pressão 
arterial (SANTOS, 2014, p.50). 
COMO DIAGNOSTICAR A PCR 
Para definirmos a PCR, devemos observar três sinais clínicos, as fases que 
caracterizam a PCR (SANTOS, 2014, p.50): 
Fase elétrica: observar nível de consciência - se inconsciente, chamar pelo 
indivíduo. Trata-se do período que se estende do momento da parada cardíaca até 
os 5 minutos subsequentes. A desfibrilação imediata, quando possível, é o 
tratamento ideal (SANTOS, 2014, p.50). 
Fase circulatória ou hemodinâmica: observar respiração - se ausente, verificar a 
expansão torácica, ouvir sons expiratórios e sentir o ar expirado. Seu tempo de 
duração é de 5 a aproximadamente 15 minutos pós-parada cardíaca (SANTOS, 
2014, p.50). 
Fase metabólica: observar pulso - se ausente, verificar o pulso carotídeo ou 
femoral, por serem mais precisos que o pulso periférico, que pode ser variável e 
instável. Estende-se de 10 a 15 minutos após a PCR. Nessa fase, a eficácia da 
desfibrilação imediata e da RCP diminui drasticamente (SANTOS, 2014, p.51). 
ATUAÇÃO DO TÉCNICO EM ENFERMAGEM 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 34 
Não só o enfermeiro precisa estar apto para o atendimento a um paciente 
em PCR, mas a equipe de enfermagem, como um todo preciso estar treinada para a 
constatação de uma PCR e conhecer as manobras de suporte básico de vida. 
Técnicos e auxiliares de enfermagem poderão assessorar o enfermeiro nesse 
atendimento inicial e ficar à sua disposição para as todas as tarefas que envolvem 
as necessidades de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) (ROCHA et. al., 2012, 
p.144). 
O técnico em enfermagem, após diagnosticar a PCR, deve colocar o paciente 
deitado em uma superfície, mantendo a cabeça e o corpo no mesmo plano. 
Também deve deixar o desfibrilador próximo do paciente e preparado para uso, 
além de fazer uma avaliação do caso (ROCHA et. al., 2012, p.144). 
O desfibrilador é um aparelho utilizado nos casos de parada 
cardiorrespiratória, pois emite uma carga elétrica para restabelecer o batimento 
cardíaco do paciente. Por isso, deve ser utilizado pelo profissional de enfermagem 
(ROCHA et. al., 2012, p.144). 
Deve-se notar que essa é uma mudança significativa, pois a tradicional 
sequência A-B-C foi modificada para C-A-B (compressões, vias aéreas e 
respiração). Isso se deveu à necessidade de priorizar o efetivo suporte circulatório 
(ROCHA et. al., 2012, p.144). 
Tópico 5.3: Hipertensão arterial (HAS) 
 
Quando a pressão exercida sobre as artérias é maior do que a esperada, dá-se 
a hipertensão arterial. A pressão considerada normal é variável entre 120 × 90 
mmHg e 120 × 80 mmHg5 (SANTOS, 2014, p.54). 
 
SINAIS E SINTOMAS 
 
Cefaleia, sudorese fria, dor em região da “nuca” (mas sem rigidez), mal-estar 
geral e ansiedade (SANTOS, 2014, p.54). 
 
O QUE FAZER FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR 
 
 Perguntar à vítima se é hipertensa e se faz algum controle ou uso de 
medicamento próprio. 
 Mantê-la em repouso e tranquilizá-la, orientando-a sobre o que está 
ocorrendo. 
 Encaminhá-la para atendimento médico em posto de saúde, ambulatório ou 
hospital (SANTOS, 2014, p.54). 
 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 35 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA HOSPITALIZAÇÃO. 
 
 Verificar e anotar os sinais vitais com atenção especial à PA. 
 Verificar PA a cada 2 horas e anotar em impresso próprio. 
 Manter o paciente em local tranquilo, evitando visitas que possam ser 
desagradáveis e interferam no controle da pressão. 
 Verificar se a dieta está de acordo, ou seja, hipossódica, atentando-se ao que 
se consome entre uma refeição e outra, muitas vezes por conta própria ou 
trazido por familiares. 
 Orientar quanto ao repouso relativo no leito. 
 Administrar medicamentos nos horários corretos, evitando atraso no seu 
ciclo de ação. 
 Seguir o plano de cuidados elaborado pela(o) enfermeira(o) durante o 
período da hospitalização (SANTOS, 2014, p.54). 
 
Tópico 5.4: Edema agudo do pulmão 
 
Síndrome clínica de causas diversas, sendo a mais comum a insuficiência 
cardíaca brusca, ocorrendo acúmulo de líquidos nos espaços alveolares e 
intersticiais dos pulmões (SANTOS, 2014, p.56). 
QUADRO CLÍNICO 
Ansiedade, agitação, dispneia, batimento da asa do nariz, cianose, sudorese 
fria e viscosa, palidez cutânea. O indivíduo apresenta dificuldade respiratória 
progressiva, ruidosa, podendo ser ouvida a distância, o que chamamos também de 
“sororoca”. A tosse passa de seca a produtiva, com expectoração espumosa e 
branca. Evolui rapidamente para exaustão respiratória, hipoventilação, confusão 
mental, torpor e morte, por hipoxemia (SANTOS, 2014, p.56). 
O QUE FAZER FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR 
 
 Manter a vítima sentada com as pernas pendentes. Dessa forma, os pulmões 
ficam livres e reduz-se o retorno venoso. 
 Chamar socorro médico. 
 Manter as vias respiratórias livres. Afrouxar cintos, roupas íntimas e outros 
elementos que possam atrapalhar. 
 Procurar tranquilizar a vítima, mantendo-se calmo e orientando-a sobre o 
que está ocorrendo. 
 Manter o ambiente ventilado e com poucas pessoas nas proximidades. 
 Não dar nenhum medicamento sem conhecimento legal para essa 
finalidade. 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 36 
 Marcar o garroteamento e o rodízio para ser passado à equipe de 
atendimento (SANTOS, 2014, p.57). 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA HOSPITALIZAÇÃO 
 
 Manter o paciente sentado com as pernas fletidas. 
 Iniciar o garroteamento dos membros com garrotes próprios. 
 Administrar oxigênio, com fluxo de 5 a 10 L/minuto com cateter nasal ou 
máscara. 
 Verificar acesso venoso e, se preferir, puncionar uma veia de calibre mais 
grosso. 
 Administrar medicamentos conforme prescrição médica. 
 Deixar material de entubação arrumado e em local de fácil acesso. 
 Verificar sinais vitais. 
 Instalar monitor cardíaco e, posteriormente, realizar ECG. 
 Após acalmar a crise, manter o paciente em posição de Fowler ligeiramente 
lateralizado. 
 Fazer controle hídrico de acordo com orientação médica e restrição da 
dieta. 
 Dar segmento ao plano de cuidados elaborado pela(o) enfermeira(o) 
(SANTOS, 2014, p.57). 
 
Tópico 5.5: Emergências respiratórias 
 
Bronquite: inflamação aguda ou crônica dos brônquios com produção excessiva 
de muco. Apresenta como sintomas mal-estar geral, rouquidão, febre, tosse de 
início seca e depois produtiva (SANTOS, 2014, p.58). 
Enfisema pulmonar: acúmulo de ar entre as camadas que revestem os pulmões, 
podendo ocorrer dilatação dos pulmões. Apresenta como sintomas dificuldade 
respiratória, rui- dosa, cianose de extremidades, cefaleia, fraqueza e até confusão 
mental. É a doença respiratória mais grave, pois pode levar a alguma complicação 
cardíaca (SANTOS, 2014, p.58). 
Asma brônquica: doença que se caracteriza pela dificuldade respiratória e 
obstrução dos bronquíolos (vias aéreas inferiores). Apresenta como sintomas 
sensação de peso no peito, tosse seca, ansiedade, dificuldade respiratória, 
sudorese, palidez e “chiados” no peito (SANTOS, 2014, p.58). 
Dispneia: dificuldade para respirar, em consequência decondições ambientais, 
traumas ou determinadas doenças clínicas. Obstrução das vias aéreas por algum 
corpo estranho ou por uma das doenças clínicas mencionadas anteriormente, 
como bronquite, enfisema pulmonar ou asma (SANTOS, 2014, p.58). 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 37 
Síndrome da Insuficiência Respiratória Aguda: pode ser causada por qualquer 
doença que afete diretamente os pulmões, diminuindo a concentração de O2 
(SANTOS, 2014, p.58). 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA HOSPITALIZAÇÃO 
 
 Manter o paciente em posição de Fowler. 
 Administrar medicamentos e inalações, conforme prescrição médica. 
 Observar os horários de administração de medicamentos, para que seu ciclo 
de ação não seja prejudicado. 
 Verificar e anotar sinais vitais com atenção especial à respiração. 
 Oferecer dieta leve e anotar a aceitação. 
 Orientar quanto ao repouso nas primeiras horas, até que a crise se 
estabilize. 
 O acesso venoso fica comprometido durante o pico da crise. Manter o acesso 
“sorolizado” e o material arrumado para novas punções, se for necessário. 
 Dar segmento ao plano de cuidados elaborado pela(o) enfermeira(o) 
(SANTOS, 2014, p.59). 
 
Tópico 5.6: Outras emergências 
 
EPISTAXE OU HEMORRAGIA NASAL 
Caracterizada pela saída de sangue abruptamente pelas narinas, sem causa 
aparente, mais comum em crianças. Já no adulto pode estar associada ao quadro de 
hipertensão (SANTOS, 2014, p.59). 
O QUE FAZER FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR 
 
 Colocar a vítima sentada. 
 Orientá-la para permanecer com a cabeça fletida para baixo, para a frente. 
 Retirar os coágulos do nariz com auxílio de cotonetes ou pedir para que a 
vítima assoe o nariz, sem esforço, uma narina de cada vez. 
 Comprimir a ponta do nariz com os dedos por 5 minutos. 
 Orientar para que a vítima respire pela boca (SANTOS, 2014, p.60). 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA HOSPITALIZAÇÃO 
 
 Manter o paciente sentado com a cabeça fletida para baixo. 
 Fazer compressa fria com soro fisiológico a 0,9% nas narinas. 
 Verificar e anotar sinais vitais. 
 Observar e anotar aspecto de sangramento e sua duração. 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 38 
 Administrar medicação conforme prescrição médica. 
 Dar continuidade ao plano de cuidados traçado pela(o) enfermeira(o) 
responsável (SANTOS, 2014, p.60). 
 
EDEMA DE GLOTE 
 Em consequência de algum processo em que ocorre reação alérgica e 
dilatação dos vasos sanguíneos, há o edema da membrana (glote), 
obstruindo a passagem do ar e, consequentemente, a respiração (SANTOS, 
2014, p.60). 
 
O QUE FAZER FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR 
 
 Procurar socorro médico imediato, pois essa situação pode levar à morte. 
 Os medicamentos necessários somente podem ser administrados no 
hospital. 
 Manter a vítima em decúbito elevado (SANTOS, 2014, p.61). 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA HOSPITALIZAÇÃO 
 
 Manter material de traqueostomia arrumado e em local de fácil acesso. 
 Providenciar acesso venoso rápido e de “grosso calibre”. 
 Administrar medicamentos de urgência e com precisão, conforme 
orientação e prescrição médica. 
 Administrar O2 sob cateter nasal após desobstrução da via. 
 Prosseguir com os planos de cuidados elaborados pela(o) enfermeira(o) 
(SANTOS, 2014, p.61). 
 
EMERGÊNCIAS DIABÉTICAS 
 
Cetoacidose diabética: caracterizada pelo quadro clínico de hiperglicemia, 
desidratação e cetose, decorrente da deficiência de insulina (tipo 1). Também 
apresenta prostração, cansaço, náuseas e poliúria. Em virtude da acidose 
metabólica, a respiração passa a ser hiperventilada (respiração de Kussmaul) 
(SANTOS, 2014, p.63). 
Coma hiperosmolar não cetótico: caracterizado pela complicação aguda do 
diabetes insulinodependente (tipo 2) com intensa hiperglicemia, desidratação, 
ausência de cetoacidose e alteração de consciência. Pode estar associado a outra 
patologia de base que diminui a produção de insulina (SANTOS, 2014, p.63). 
Coma hipoglicêmico: estado em que o índice de glicose está abaixo de 40 mg/dL, 
em que se apresentam ansiedade, tremor, sudorese, palpitação, palidez, torpor, 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 39 
náuseas, cansaço, confusão mental, alterações de comportamento, convulsão e até 
coma (SANTOS, 2014, p.63). 
O QUE FAZER FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR 
 
 Em qualquer uma das situações, manter o paciente deitado. 
 Verificar seu nível de consciência, fazendo perguntas e observando suas 
respostas. 
 Verificar se é insulinodependente, se tem história anterior de diabetes e se 
fez uso da insulina no dia do atendimento. 
 Procurar socorro médico, em um posto de saúde ou hospital, o mais rápido 
possível. 
 Se o paciente não for diabético, não teve história semelhante anteriormente 
e estiver consciente, oferecer um copo de água com açúcar, ou uma bala, e 
procurar atendimento médico. 
 Se o paciente estiver inconsciente, não dar nada para ele ingerir. Procurar 
socorro médico imediatamente (SANTOS, 2014, p.64). 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA HOSPITALIZAÇÃO 
 
 Manter o paciente em posição semi-Fowler. 
 Realizar teste de glicemia capilar a cada 3 horas ou segundo orientação 
médica. 
 Puncionar acesso venoso de grosso calibre. 
 Fazer quadro do controle do teste de glicemia capilar e anotar os resultados 
adequadamente. 
 Observar a aceitação da dieta, respeitando e orientando quanto aos 
intervalos das refeições. 
 Aplicar o esquema de insulina conforme orientação e prescrição médicas, 
também anotando a quantidade e a região aplicada; 
 Fazer rodízio da aplicação. 
 Atentar-se às queixas do paciente, principalmente com relação a cãibras, 
pois o potássio pode estar diminuindo, o que pode levar à hipoglicemia 
rapidamente. 
 Realizar balanço hídrico diário de acordo com a orientação médica. 
 Avaliar constantemente o nível de consciência (SANTOS, 2014, p.64). 
 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 40 
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) 
 
Urgência clínica bastante comum no meio de atuação do médico e do 
enfermeiro, é um distúrbio do sistema cardiovascular causado por oclusão parcial 
ou total dos vasos que suprem o cérebro. Ocorre mais em idosos (SANTOS, 2014, 
p.65). 
TIPOS DE AVC 
Isquêmico: ocorre pelo entupimento do vaso por um trombo ou êmbolo ou até 
mesmo por um tumor ou trauma. Como consequência, a oxigenação do cérebro é 
prejudicada parcialmente. A causa mais frequente desse tipo de AVC é a 
aterosclerose cerebral (SANTOS, 2014, p.65). 
Hemorrágico: acontece pela ruptura de um vaso sanguíneo, provocando a 
hemorragia cerebral. O cérebro fica comprometido pela falta de oxigênio circulante 
e a pressão intracraniana aumenta. É mais grave do que o AVC isquêmico (SANTOS, 
2014, p.65). 
Figura 11 – Diferenças entre AVC isquêmico e Hemorrágico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Hospital Encore (2019) 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 41 
Figura 12 – Sinais e Sintomas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Rede Brasil AVC (2017). 
 
Figura 13 – Publicidade Rede Brasil AVC (2015) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Rede Brasil AVC (2015). 
 
Disciplina de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Página 42 
O QUE FAZER FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR 
 
 Manter vias aéreas livres. 
 Chamar por socorro médico. 
 Manter a vítima em repouso (SANTOS, 2014, p.65). 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
 Preparar o cliente para cirurgia se houver indicação; 
 Ensinar o cliente a realizar exercícios ativos nos membros não afetados, no 
mínimo quatro vezes por semana (na reabilitação); 
 Encorajar a deambulação por períodos curtos e freqüentes (na 
reabilitação); 
 Apoiar as extremidades com travesseiros, para evitar ou reduzir o edema 
(no caso de avc hemorrágico);

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