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UNIDADE I Política Setorial - Educação Prof. Dr. Vanderlei da Silva Objetivos da disciplina Conhecer o Serviço Social e a política de educação com aproximações e fundamentos teórico-metodológicos. Entender a função social da escola e a construção profissional do Assistente Social na educação. Verificar o perfil profissional necessário para a atuação nessa política social e as dimensões pedagógica e socioeducativa do Assistente Social, realizando um debate contemporâneo da inserção do assistente social como profissional na escola. Entender a natureza das políticas sociais de educação no Brasil. Desenvolver conhecimentos e habilidades que possibilitem o bom exercício profissional e a devida informação ao cidadão usuário dos serviços sociais. Introdução à disciplina O Brasil apresenta uma série de problemas de ordem política, econômica e social, sendo que para a superação dessas questões sociais, tanto a Educação como o Serviço Social possuem um papel muito importante. Porém, é preciso superar o modelo educacional que tem por finalidade principal a inclusão do indivíduo no mercado de trabalho, pois o emprego está diminuindo cada vez mais e os que restam exigem um tipo de educação qualificada e abrangente. Assim, torna-se primordial pensar numa educação que forme cidadãos políticos, preparados para uma nova sociedade que emerge do processo de globalização, em que novas habilidades e exigências são apresentadas ao público escolar. Dessa forma, é preciso compreender que a Educação ainda é um processo em construção no qual vamos encontrar as marcas profundas da exclusão social, econômica e cultural das classes menos favorecidas. O Serviço Social e a Política de Educação A Constituição Federal e as legislações vigentes têm como fundamento a defesa de uma educação que permita o acesso a todo cidadão, com qualidade e como propósito de inserção do cidadão no mercado profissional e no mundo do trabalho. Porém, é preciso reconhecer a necessidade de se pensar em novas formas de relação entre escola, alunos e sociedade, uma relação mais integradora, em que o público interessado tenha espaço para uma maior participação nas decisões tomadas e que impactam todo o processo educacional. Nesse sentido, a participação do Serviço Social se coloca como um importante fator de colaboração na implementação das mudanças que são necessárias para transformar o ambiente escolar. E assim, a escola consiga dar respostas mais significativas ao seu público, tornando-se um espaço de interlocução no qual os problemas são debatidos e as respostas são encontradas de forma conjunta entre todos os atores envolvidos no processo de educar. A política de educação como direito A Constituição Federal enuncia o direito à educação como um Direito Social no artigo 6º e especifica a competência legislativa nos artigos 22, XXIV e 24, IX. Além disso, dedica toda uma parte do título da Ordem Social para responsabilizar o Estado e a família, tratar do acesso e da qualidade, organizar o sistema educacional, vincular o financiamento e distribuir encargos e competências para os entes da federação. Porém, para que a política de educação seja garantida como um direito de todos, não basta apenas a sua inserção no texto constitucional, pois é preciso tratar das relações entre os problemas de acesso, permanência e qualidade da educação. Também é de fundamental importância entender as profundas desigualdades sociais e regionais e o correlato processo excludente quanto ao direito à educação no Brasil. Princípios reguladores do ensino no Brasil Dignidade da pessoa humana: um dos princípios que é considerado basilar do Estado democrático de direito. O Brasil assumiu o dever de garantir o mínimo indispensável à subsistência humana. Nesse sentido, o direito à educação integra essa parcela mínima indispensável à sobrevivência do homem. Igualdade de condições para o acesso e permanência escolar: a educação como dever do Estado deve ser fornecida a todos, e não a uma parcela da sociedade. Dessa forma, o texto constitucional determina que as condições de acesso à escola, bem como a permanência, devem ser igualitárias, sem qualquer descriminalização. Liberdades de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar pensamentos, a arte e o saber: Na Constituição ficou estabelecido o direito à inviolabilidade, à livre manifestação de pensamento, à liberdade de consciência, à vedação ao anonimato e à liberdade de expressão intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino: o que a escola deve ensinar deve estar alicerçado na diversidade. Tal princípio também é um dos fundamentos do estado democrático de direito, pois significa que não cabe ao Estado impor um único modelo a ser aplicado no processo de ensino. Principalmente no Brasil, com suas proporções continentais, não é possível a existência de uma única forma, preestabelecida, do processo de aprendizagem. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais: Essa determinação legal trata da inclusão do princípio da gratuidade da educação no rol dos princípios constitucionais, vedando qualquer possibilidade de que um projeto de lei venha a estipular que o ensino público deva ser pago. Valorização dos profissionais de educação escolar: Visa dar condições para que a educação conte com a participação de profissionais motivados com a sua carreira pedagógica, por isso a valorização do professor foi definida como princípio constitucional. Gestão democrática do ensino público: Como a educação é um dever constitucional do Estado brasileiro, deve estar centrada na democracia, ou seja, deve ser uma gestão escolar que envolva a comunidade escolar, não somente no processo de escolha dos seus dirigentes através de eleição, mas em toda administração, financeira e pedagógica. Garantia de padrão de qualidade: Em todos os aspectos das políticas educacionais, será sempre a qualidade que garantirá que os objetivos da educação serão alcançados, possibilitando o pleno desenvolvimento da pessoa humana e viabilizado a sua inserção no mercado de trabalho e, acima de tudo, o pleno exercício da cidadania. Piso salarial para os profissionais da educação escolar pública: A Lei prescreve o piso inicial para o profissional federal, com carga horária de 40h mensais com formação em nível médio. Trata-se de um importante avanço no que se refere à valorização dos profissionais da educação e consequentemente na melhor qualidade de ensino, constituindo este o objetivo do princípio. Educação e as transformações da sociedade Num mundo tecnológico e conectado, a escola vem sendo cada vez mais questionada a respeito do seu papel numa sociedade que exige um novo tipo de trabalhador, mais flexível e polivalente, capaz de pensar e aprender constantemente e que atenda às demandas dinâmicas que se diversificam em quantidade e qualidade. Além disso, cobra-se da escola a capacidade de conseguir também desenvolver nos alunos conhecimentos, capacidades e qualidades para o exercício autônomo, consciente e crítico da cidadania. Assim, a escola deve articular o saber para o mundo do trabalho e o saber para o mundo das relações sociais. Porém, a escola encontra dificuldades em acompanhar todas as mudanças que estão ocorrendo no mundo. Principalmente nas escolas públicas, onde a burocracia do Estado dificulta a implementação de mudanças para mudar os paradigmas existentes. Os quatro pilares da educação do século XXI A síntese dessa nova proposta de educação foi desenvolvida por Jacques Lucien Jean Delors, economista e político francês, que de 1992 a 1996 presidiu a Comissão Internacionalsobre Educação para o século XXI, da Unesco. Durante o período em que esteve à frente da Unesco, Delors (2010) foi o autor do relatório "Educação, um Tesouro a descobrir", em que se exploram os quatro pilares da educação. Esse relatório apontou como principal consequência da sociedade do conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente, do conhecimento e da formação continuada. Como afirma Delors (2010), “À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permite navegar através dele”. 1. Aprender a conhecer: É quando tornamos prazeroso o ato de compreender, descobrir ou construir o conhecimento. Com a velocidade em que o conhecimento humano se multiplica, muitas vezes deixamos de lado essa necessidade de nos aprimorar, se desinteressando pelo outro, pelo novo. 2. Aprender a fazer: É ir além do conhecimento teórico e entrar no setor prático. Aprender a fazer faz com que o ser humano passe a saber lidar com situações de emprego, trabalho em equipe, desenvolvimento coorporativo e valores necessários para cada trabalho. 3. Aprender a viver com os outros: Aprender a compreender o próximo, desenvolver uma percepção, estar pronto para gerenciar crises e participar de projetos comuns. 4. Aprender a ser: Desenvolver o pensamento crítico, autônomo, incitar a criatividade e elevar o crescimento de conhecimentos, além de ter em mente um sentido ético e estético perante a sociedade. Interatividade Relacionado com os “quatro pilares da educação”, assinale a alternativa que corresponde a ir além do conhecimento teórico e entrar no setor prático. a) Aprender a conhecer. b) Aprender a viver com os outros. c) Aprender a ser. ) Aprender a pensar. e) Aprender a fazer Aula 02 Políticas educacionais Para que possamos entender os aspectos mais relevantes das nossas políticas educacionais, precisamos primeiro compreender o processo de construção histórica da educação no Brasil. Podemos classificar a História da Educação no Brasil em três períodos, fazendo uma interface dos modelos educacionais aos ciclos econômicos vivenciados no país: o ciclo da agro exportação, o de substituição das importações e, finalmente, o de internacionalização do mercado interno. Para compreender essa classificação, podemos utilizar a seguinte divisão cronológica: 1º período: de 1500 a 1930, abrangendo a Colônia, o Império e a Primeira República; 2º período: de 1930 a 1960, aproximadamente; 3º período: de 1960 em diante. Processos da educação escolar no Brasil. Período Colonial A História da Educação no Brasil inicia com a chegada dos Padres Jesuítas, responsáveis pelas bases de um vasto sistema educacional que seria o marco da educação brasileira. O que tínhamos nesse período era um sistema educacional de elite, e não havia interesse em ampliar a escolarização para atingir a classe subalterna. O que nos leva a perceber que, desde a sua colonização, o país sempre valorizou um sistema educacional organizado e estruturado de forma excludente e seletiva. Com a vinda da Corte Portuguesa para a Colônia, em 1808, foram introduzidas modificações no plano econômico, político e social. Tais mudanças também tiveram influências no âmbito da educação, adotada pelo governo português para o Brasil. Nesse sentido, foram inauguradas diversas instituições educativas e culturais e surgiram os primeiros cursos superiores de Direito, Medicina e Engenharia, mas não universidades. Processos da educação escolar no Brasil. Período Imperial Novas mudanças educacionais serão promovidas no país a partir de 1822, com a proclamação da Independência do Brasil. Os novos ideais foram discutidos pela Assembleia Constituinte, que defendia a importância da educação popular. Nesse sentido, em 1827, foi determinada na legislação que deveriam ser criadas escolas primárias sem todas as cidades e vilas mais populosas. E em 1834 a responsabilidade pela educação primária foi transferida para o âmbito das províncias. É importante destacar que uma legislação de 1827 vigorou até 1946 como a única lei geral para o ensino elementar, ou seja, não houve nenhum interesse político em modificar a situação que estava posta para a educação. Processos da educação escolar no Brasil. Período Republicano A expansão do ensino foi lenta e irregular, por falta de uma formulação da política educacional e mesmo com a proclamação da República, em 1889, quase não alterou esse cenário, mas houve somente investimento e expansão no ensino superior. No ano de 1890, foi criado o Ministério de Educação, Correios e Telégrafos, o qual teve curta duração, sendo passados os assuntos educacionais para o Ministério da Justiça. Um significativo avanço no âmbito educacional brasileiro foi registrado entre os anos de 1889 a 1930, quando foram fundadas algumas escolas superiores e construídas muitas escolas primárias e secundárias, mas substancialmente pouco se alterou no quadro do sistema educacional. Nesse período, o Estado apenas procurou garantir a manutenção dos estabelecimentos considerados como padrão para as demais escolas secundárias do país, mas não conseguiu atender aos anseios republicanos de ampliação das oportunidades educacionais, permanecendo ainda um sistema elitista, excludente e seletivo. Associação Brasileira de Educação (ABE) Com a criação, em 1924, da ABE pelos educadores, intelectuais, políticos e figuras de expressão da sociedade brasileira, foi possível impulsionar as discussões em torno dos problemas educacionais, por meio desta organização, sendo promovidos cursos, palestras, semanas da educação e conferências, principalmente as Conferências Nacionais de Educação. Foi por meio das Conferências Nacionais de Educação que surgiu em 1932 o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, contendo uma nova proposta pedagógica e trazendo em seu bojo uma proposta de reconstrução do sistema educacional brasileiro, visando a uma política educacional do Estado. Todos esses movimentos promoveram grandes mudanças no campo educacional brasileiro, pois aí se desenhou uma certa democratização no ensino, principalmente, em virtude de alguns fatores, entre eles, a discussão em torno da “escola ativa” de Dewey, tendo como seguidores, no Brasil, Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e Francisco Campos. Reforma Francisco Campos A criação do Ministério da Educação e Saúde em 1930 foi a medida educacional mais importante surgida nesse período, pois tinha como papel fundamental orientar e coordenar, como órgão central, as reformas educacionais que seriam incluídas na Constituição de 1934, tendo como seu titular Francisco Campos. Essas reformas, de fato, contaram com elementos importantes, como a integração entre as escolas primária, secundária e superior e, ainda, a elaboração do estatuto da universidade brasileira. Nesse período, também foram introduzidos o ensino primário gratuito e obrigatório e o ensino religioso facultativo. Como o foco educacional nesse período era a profissionalização, foram criados o Senai em 1942 e em 1946 o Senac. Assim, o ensino industrial passou a assumir um papel relevante na formação da mão de obra brasileira, principalmente no contexto da industrialização do país. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei n. 4.024/61 A LDB estabeleceu que o ensino no Brasil de nível primário poderia ser ministrado pelo setor público e privado, extinguindo a obrigatoriedade do ensino gratuito nesses anos escolares. Permitiu também ao Estado subvencionar os estabelecimentos de ensino particulares, por meio de bolsas de estudo e empréstimos, e a construção,as reformas e a infraestrutura da escola. Nesse sentido, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional passou a ser compreendida como a medida mais importante assumida pelo Estado em relação à política educacional. E, apesar de todas as questões políticas e sociais que envolviam as relações do Regime Militar com a Sociedade Civil, a legislação brasileira evoluiu na direção da garantia do direito à educação, até sua consagração como direito público subjetivo, na Constituição Federal de 1988. A educação após a Constituição de 1988 A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, as propostas educacionais no âmbito do Estado e da sociedade civil passam a fazer parte dos direitos constitucionais. Inicialmente garantida apenas para o Ensino Fundamental, a universalização do atendimento e gratuidade foi sendo aos poucos expandida para as outras etapas do ensino básico. Exemplo dessa expansão foi a Emenda Constitucional n. 59, de 2009, que determinou a universalização dos Ensinos Infantil e Médio, garantindo acesso à escola para todos os jovens, dos quatro aos dezessete anos de idade. Também é importante destacar que a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Brasileira, de 1996, foi a primeira lei geral da educação promulgada desde 1961, tendo uma ampla repercussão sobre o sistema escolar. A descentralização da educação Após a CF/88, a União assume a definição da política educacional como tarefa de sua competência, descentralizando sua execução para Estado e Municípios. E, visando melhorar a qualidade do ensino, o controle do sistema escolar passa a ser exercido por meio de uma política de avaliação para todos os níveis de ensino. Essas avaliações têm por objetivo dar condições para que os governantes consigam ter um panorama de quanto as crianças e jovens espalhados pelas escolas de todo o território nacional estão de fato aprendendo. A partir dos diagnósticos produzidos por essas provas, é possível aos técnicos da educação traçarem estratégias para melhorar a qualidade da Educação do país inteiro, de uma região, ou de uma escola específica. Tipos de avaliações aplicadas na Educação Básica do Brasil Educação Infantil: Em 2019, foi implantada uma avaliação dos insumos ofertados nas escolas de Educação Infantil: o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) de Educação Infantil. Tal iniciativa já estava prevista desde 2010 nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. A avaliação também está prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), e deveria ter sido implantada em 2016. Anos iniciais do Ensino Fundamental: Durante os anos de 2013, 2014 e 2016 o Governo Federal utilizou a “Avaliação Nacional da Alfabetização” (ANA) como uma forma de verificação externa dos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas. Porém, em 2019 foi informado que os testes do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de ciências da natureza e ciências humanas para estudantes do 9º ano e a avaliação da alfabetização do 2º ano do ensino fundamental serão feitos por amostragem, e não de forma universal como ocorria até 2016. Interatividade Qual o nome do documento que surgiu em 1932, a partir das Conferências Nacionais de Educação, contendo uma nova proposta pedagógica e trazendo em seu bojo uma proposta de reconstrução do sistema educacional brasileiro, visando a uma política educacional do Estado? a) Manifesto da escola ativa de Dewey. b) Manifesto da Reforma Francisco Campos. c) Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova. d) Reforma Capanema. e) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Aula 03 Tipos de avaliações aplicadas na Educação Básica do Brasil Anos finais do Ensino Fundamental: Em 2019 também foram apresentadas novas diretrizes para a realização da avaliação por meio do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A aplicação será censitária em todas as escolas públicas localizadas em zonas urbanas e rurais que tenham dez ou mais estudantes matriculados no 5º e no 9º ano do ensino fundamental, e na 3ª e 4ª série do ensino médio. Ensino Médio: Assim como os alunos de 5º e 9º anos do Fundamental, os estudantes do 3º ano do Ensino Médio da rede pública também prestam o Saeb, respondendo a itens de português e matemática e também um questionário socioeconômico. É importante destacar que essa etapa de ensino tem outra avaliação, que é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O Enem foi criado em 1998 com o objetivo de avaliar os sistemas de ensino, mas se tornou peça- chave nos vestibulares, a partir de sua incorporação aos programas de seleção para a universidade do Governo Federal. Ensino Superior: O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) analisa as instituições, os cursos e o desempenho dos estudantes. O processo de avaliação leva em consideração aspectos como ensino, pesquisa, extensão, responsabilidade social, gestão da instituição e corpo docente. O Sinaes reúne informações do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e das avaliações institucionais e dos cursos. O Enade avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação, em relação aos conteúdos programáticos, habilidades e competências adquiridas em sua formação. O exame é obrigatório e a situação de regularidade do estudante no exame deve constar em seu histórico escolar. As informações obtidas são utilizadas para orientação institucional de estabelecimentos de ensino superior e para embasar políticas públicas. As reformas educacionais e os Planos de Educação O cumprimento enfocado pela Constituição Federal deu-se principalmente a partir da LDB, criada em 1996, que foi influenciada por várias lutas sindicais, políticas, sociais e econômicas. Dessa forma, a LDB apresenta uma importante proposta para a educação brasileira. Por esse motivo é que, com embasamento na LDB, se definiu o Plano Nacional da Educação, com o objetivo de se fazer uma regulamentação global de como deve ser estruturada a educação básica no Brasil. A partir do Plano Nacional da Educação o governo elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Os PCN servem para orientar o ensino brasileiro de acordo com a realidade de cada região das escolas brasileiras. E, segundo o Ministério da Educação, o Parâmetro Curricular Nacional é considerado pelo governo como referencial de qualidade para a educação básica. O Fundeb e o PPA Também em cumprimento ao que determinava a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), criou-se o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que envia recursos financeiros para valorizar o salário dos professores, assim como para serem utilizados na educação básica. O Plano Plurianual, definido pelo artigo 165 da Constituição Federal, com uma duração de quatro anos, é formado por um conjunto de programas do Governo Federal com o objetivo de abranger diversas áreas sociais para promover o acesso à educação em qualquer nível. É papel do PPA, além de declarar as escolhas do governo e da sociedade, indicar os meios para a implementação das políticas públicas, bem como orientar taticamente a ação do Estado para a consecução dos objetivos pretendidos. As dimensões do PPA Dimensão estratégica: precede e orienta a elaboração dos programas temáticos. É composta por uma visão de futuro, eixos e diretrizes estratégicas. Dimensão tática: define caminhos exequíveis para as transformações da realidade que estão anunciadas nas diretrizes estratégicas, considerando as variáveis inerentes à política pública e reforçando a apropriação, pelo PPA, das principais agendas de governo e dos planos setoriais para os próximos quatro anos. Dimensão operacional: relaciona-secom a otimização na aplicação dos recursos disponíveis e a qualidade dos produtos entregues, sendo especialmente tratada no orçamento. No ano de 2007, o Brasil também implantou o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que apresenta formas de enfrentar os problemas de rendimento, frequência e permanência do aluno na escola. A Política Nacional de Educação no Brasil A política educacional pertence ao grupo de políticas públicas sociais do país, ou seja, tratasse de uma política que é de responsabilidade do Estado. A educação, junto com saúde e segurança pública, é um dos deveres mais importantes de todas as esferas governamentais e, por isso, possui uma ampla legislação que visa garantir não somente que os governos cumpram suas obrigações, mas também que a educação cumpra sua função social. Nesse sentido, foi criado o Conselho Nacional de Educação (CNE), que tem por missão a busca democrática de alternativas e mecanismos institucionais que possibilitem, no âmbito de sua esfera de competência, assegurar a participação da sociedade no desenvolvimento, aprimoramento e consolidação da educação nacional de qualidade. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – Lei n. 9.394/1996 A LDB é a principal legislação educacional brasileira, considerada a Carta Magna da educação. Ela organiza e regulamenta a estrutura e o funcionamento do sistema educacional público e privado em todo o Brasil com base nos princípios e direitos presentes na Constituição Federal de 1988. Na LDB encontramos as diretrizes que regem a educação nacional em todas suas modalidades, do ensino básico ao superior. Por isso, é fundamental que todos que atuam na área da educação tenham conhecimento da LDB, já que nela podemos encontrar tanto os direitos quanto os deveres dos profissionais da educação e também de seus governantes. Lei n. 13.632/2018 e Lei n. 13.796/2019 A lei n. 13.632/2018 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, incluindo o direito à educação e aprendizagem ao longo da vida como um dos princípios norteadores do ensino brasileiro e estabeleceu que a educação de jovens e adultos (EJA) constituirá instrumento para a educação ao longo da vida. Essa lei também determina que o dever do Estado é o de garantir que a educação especial se estenda ao longo da vida para as pessoas com deficiência, conforme o que já estava assegurado no Art. 24 da Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. Em 2019 também foi sancionada a Lei n. 13.796 que assegura aos alunos o direito de faltar a aulas e a provas por motivos religiosos e de consciência. A norma altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) para garantir a alunos direitos que estejam alinhados a sua religião. Reforma da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Lei n. 13.415/2017 Os principais temas inseridos na LDB a partir de 2017: carga horária mínima anual; temas transversais; linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas; padrões de desempenho esperados para o Ensino Médio; construção de projeto de vida e formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais; projetos e atividades on-line; domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna; conhecimento das formas contemporâneas de linguagem; itinerários formativos; formação técnica e profissional; ênfase técnica e profissional; concessão de certificados intermediários de qualificação para o trabalho; cursos realizados por meio de educação a distância ou educação presencial mediada por tecnologias; garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida; medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência; ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas; educação alimentar e nutricional incluída entre os temas transversais; exercício da liberdade de consciência e de crença; notificação ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de 30%. Interatividade Assinale a alternativa que corresponde a um tipo de avaliação da educação, criado em 1998 com o objetivo de avaliar os sistemas de ensino, mas que se tornou peça-chave nos vestibulares, a partir de sua incorporação aos programas de seleção para a universidade do Governo Federal. a) Enade. b) Enem. c) Saeb. d) Sinaes. e) Fundeb. Aula 04 Estrutura e organização do ensino brasileiro No Brasil, o sistema escolar é formado por uma rede de escolas e estrutura de sustentação. A rede de escolas está classificada pelos graus de ensino e pelas modalidades de ensino. Os graus de ensino foram estruturados para atender ao crescimento biológico e psicológico dos alunos. É o que, pela legislação atual, foi denominado como Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior. Já as modalidades de ensino visam atender a aspectos psicológicos e sociais, tais como o ensino técnico e profissionalizante. E a estrutura de sustentação para o sistema escolar é formada pela parte administrativa. Da mesma forma, a política de educação é composta por níveis e modalidades de ensino, sendo que cada um deles possui particularidades no tocante à dinâmica dos espaços ocupacionais, legislações e prerrogativa dos entes governamentais, profissionais e públicos. Organização administrativa, pedagógica e curricular do sistema de ensino A educação escolar no Brasil está organizada em três esferas administrativas: União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cada um abrigando um sistema de ensino, conforme segue: A União abriga o sistema federal de ensino, com as instituições de Ensino Médio técnico e de nível superior (públicas e privadas); Os Estados e o Distrito Federal abrigam o sistema estadual de ensino, com as instituições de todos os níveis (públicas e privadas); Os Municípios abrigam o sistema municipal de ensino, com instituições de educação infantil, incluindo creches, e de Educação Fundamental. O modelo de organização da educação escolar nacional distribui responsabilidades para União, Estados, Distrito Federal e Municípios, seguindo a previsão legal existente nos artigos da LDB. Níveis e modalidades de educação e de ensino O sistema educacional brasileiro apresenta uma divisão em níveis, etapas, fases, cursos e modalidades. Inicialmente, a educação escolar é dividida em dois níveis, segundo a LDB, em seu artigo 21: Educação Básica e Educação Superior. A Educação Básica apresenta três etapas: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, e ainda temos as fases da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica (DCN). A Educação Infantil compreende a creche e a pré-escola. Já o Ensino Fundamental, os anos iniciais e os anos finais. Por sua vez, o Ensino Superior se dividiu em cursos e programas: cursos sequenciais, graduação, pós-graduação e de extensão Educação Infantil e Educação Fundamental A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. É a única que está vinculada a uma idade própria: atende crianças de zero a três anos na creche e de quatro e cinco anos na pré-escola. Tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. O Ensino Fundamental com 9 anos de duração, de matrícula obrigatória para as crianças a partir dos 6 anos de idade, tem duas fases sequentes com características próprias, chamadas de anos iniciais, com 5 anos de duração, em regra para estudantes de 6 a 10 anos deidade, e anos finais, com 4 anos de duração, para os de 11 a 14 anos. Os objetivos deste nível de ensino intensificam-se, gradativamente, no processo educativo, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, e a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da economia, da tecnologia, das artes, da cultura e dos valores em que se fundamenta a sociedade, entre outros. Ensino Médio Ensino Médio: O Ensino Médio é etapa final do processo formativo da Educação Básica, sendo orientado por princípios e finalidades que preveem: a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; a preparação básica para a cidadania e o trabalho, tomando este como princípio educativo, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de enfrentar novas condições de ocupação e aperfeiçoamento posteriores; o desenvolvimento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e estética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos presentes na sociedade contemporânea, relacionando a teoria com a prática. Ensino Superior O Ministério de Educação do Brasil define, para efeito de registros estatísticos, que as instituições de Ensino Superior estão classificadas da seguinte maneira: públicas (federais, estaduais e municipais) e privadas (comunitárias, confessionais, filantrópicas e particulares). Basicamente, o sistema de Ensino Superior público é mantido pelo Poder Público, em nível federal, estadual ou municipal. Em se tratando do sistema de Ensino Superior privado, as fontes de financiamento provêm do pagamento das mensalidades por parte dos próprios alunos, tanto para os cursos de graduação como para os cursos de pós-graduação. Mesmo sendo todas consideradas de caráter privado, as instituições dessa categoria se subdividem em comunitárias, confessionais, filantrópicas e particulares. Educação a distância É a modalidade educacional na qual alunos e professores estão separados física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação. Essa modalidade é regulada por uma legislação específica e pode ser implantada na educação básica (educação de jovens e adultos, educação profissional técnica de nível médio) e na educação superior. A modalidade educação a distância caracteriza-se pela mediação didático- pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem que ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Educação Especial Seu conceito está disposto no artigo 58 da LDB, sendo uma modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino. Sua caracterização é encontrada nos artigos 59 e 60 da LDB, bem como nas inúmeras legislações que foram necessárias para que o processo de inclusão pudesse acontecer. Em síntese, os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementar à escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. Educação Profissional e Tecnológica e Educação de Jovens e Adultos (EJA) A Educação Profissional e Tecnológica trata-se de um ensino que, no cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia, e articula-se com o ensino regular e com outras modalidades educacionais: Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial e Educação a Distância. Como modalidade da Educação Básica, a Educação Profissional e Tecnológica ocorre na oferta de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional e de Educação Profissional Técnica de nível médio. A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida. Programas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) Caminho da Escola: O programa Caminho da Escola objetiva renovar, padronizar e ampliar a frota de veículos escolares das redes municipal, do DF e estadual de educação básica pública. Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE): Trata-se de um programa que oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública. Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Pro infância): visa garantir o acesso de crianças a creches e escolas, bem como a melhoria da infraestrutura física da rede de Educação Infantil. Programa Brasil Alfabetizado: Colabora para universalizar o Ensino Fundamental, promovendo o apoio à alfabetização de jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos. Programa Nacional do Livro Didático (PNLD): O seu objetivo é proporcionar um material didático de qualidade gratuitamente às escolas públicas. Interatividade Em qual modalidade de ensino faz-se necessária a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, sendo regulada por uma legislação específica e pode ser implantada na educação básica (educação de jovens e adultos, educação profissional técnica de nível médio) e na educação superior? a) Educação a distância. b) Educação especial. c) Educação alternativa. d) Educação informal. e) Educação confessional. Questionário da unidade I PERGUNTA 1 (UFRN - Comperve - 2019 - UFRN - assistente social) A política de educação é constituída por níveis e modalidades de ensino que possuem muitas particularidades. O Serviço Social se insere na educação compreendendo-a como um complexo constitutivo da vida social que tem uma função social importante na dinâmica da reprodução social. Essa concepção, sintonizada com os princípios do projeto ético-político, aponta para uma atuação profissional que assume determinadas características. Em relação ao trabalho desenvolvido pelo assistente social na política de educação, analise as afirmativas: I- Desenvolvimento de ações voltadas para garantia do acesso e permanência, de investigação, de articulação e atuação na gestão democrática. II- Desenvolvimento de ações junto ao segmento estudantil, sobretudo na política de assistência estudantil, considerando que é esse o público-alvo do seu trabalho. III- Seu trabalho vai além das abordagens individuais e grupais, não se restringe ao segmento estudantil e envolve ações junto a famílias, professores e trabalhadores. IV- Seu trabalho está voltado à atuação junto às famílias e aos professores no sentido de corrigir as dificuldades que prejudicam o bom desempenho dos alunos. Sobre a atuação do assistente social na área de educação, estão corretas as afirmativas: a- I e IV. b- II e III. c- I e III. d- II e IV. e- I e II. Resposta: C Comentário: I – Correta: desenvolvimento de ações voltadas à garantia de acesso e permanência, de investigação, articulação e atuação na gestão democrática. II – Incorreta: desenvolvimento de ações junto ao segmento estudantil, sobretudo na política de assistência estudantil, considerando que é esse o público-alvo do seu trabalho (a política de assistência estudantil não é o objetivo da atuação profissional).III – Correta: seu trabalho vai além das abordagens individuais e grupais, não se restringe ao segmento estudantil e envolve ações junto a famílias, professores e trabalhadores. IV – Incorreta: seu trabalho está voltado à atuação junto às famílias e aos professores no sentido de corrigir as dificuldades que prejudicam o bom desempenho dos alunos (corrigir as dificuldades que prejudicam o bom desempenho dos alunos não é o objetivo da atuação profissional). A atuação dos assistentes sociais possui uma dimensão estratégica no processo de luta pela qualidade da educação, visto que na condição de sujeito coletivo já vem atuando nos processos de luta pelo reconhecimento dessa política como integrante da seguridade social, ampliando o alcance do campo da proteção social no país. Nesse sentido, a atuação profissional deve buscar ampliar o horizonte político-pedagógico das abordagens individuais e grupais voltadas para discussões temáticas, muitas vezes limitadas aos processos de valorização e reconhecimento do protagonismo dos sujeitos sociais que atuam na educação escolarizada, mas sem o estabelecimento de vínculos mais orgânicos com os conhecimentos e as ações coletivas produzidas nas instâncias de controle social, nos fóruns vinculados às demais políticas públicas e na consolidação da esfera pública. PERGUNTA 2 Consideram-se as dimensões que particularizam a inserção dos assistentes sociais na Política de Educação, em consonância com os subsídios para a atuação de assistentes sociais na Política de Educação, do Conselho Federal de Serviço Social (Cfess, 2010). Frente à forma de atuação do assistente social na educação, analise as assertivas quanto à sua veracidade. I. Na perspectiva de fortalecimento do projeto ético-político, o trabalho do assistente social na Política de Educação pressupõe a referência a uma concepção de educação emancipadora, que possibilite aos indivíduos sociais o desenvolvimento de suas potencialidades e suas capacidades como gênero humano. II. A compreensão do trabalho do assistente social, no campo da educação, restringe-se ao segmento estudantil e às abordagens individuais. III. A atuação direcionada para a garantia da gestão democrática e da qualidade da educação indica outras dimensões que também se inscrevem no conjunto das lutas sociais pelo reconhecimento e pela ampliação da educação pública como um direito social, evidenciando sua sintonia com os princípios ético- políticos que norteiam a atuação profissional. IV. A inserção de assistentes sociais na Política de Educação, ao longo das últimas duas décadas, responde sobretudo às requisições socioinstitucionais de ampliação das condições de acesso e de permanência da população nos diferentes níveis e modalidades de educação, a partir da mediação de programas governamentais instituídos mediante as pressões de sujeitos políticos que atuam no âmbito da sociedade civil. V. A atuação profissional de assistentes sociais na defesa dos processos de gestão democrática da escola e da própria Política de Educação não pode estar dissociada dos processos de luta pela democracia em uma sociedade profundamente desigual e na qual parte das pautas e das preocupações, que historicamente constituem a agenda de luta de classe trabalhadora, vem sendo paulatinamente ressignificada no âmbito de uma pedagogia que assegure a hegemonia do capital financeiro. Está correto o que se afirma apenas em: a- I, III, IV e V. b- II, III, IV e V. c- I, II, III e V. d- II, III e IV. e- I, II, IV e V. Resposta: A Comentário: II – Incorreta: a compreensão é de que o trabalho do assistente social, no campo da educação, não se restringe ao segmento estudantil e nem às abordagens individuais. Envolve também ações junto às famílias, aos professores e às professoras, aos demais trabalhadores e trabalhadoras da educação, aos gestores e às gestoras dos estabelecimentos públicos e privados, aos profissionais e às redes que compõem as demais políticas sociais, às instâncias de controle social e aos movimentos sociais, ou seja, ações não só de caráter individual, mas também coletivo, administrativo-organizacional, de investigação, articulação, formação e capacitação profissional. As demais alternativas estão todas corretas. PERGUNTA 3 A reflexão sobre a relação estabelecida entre o Serviço Social e a educação tem sido mote de discussão por parte de significativa parcela de assistentes sociais com diferentes inserções no campo das políticas sociais e, sobretudo, aqueles que constroem essa relação em função de sua atividade laboral inserida nos estabelecimentos que implementam a Política de Educação ou que requer uma articulação com eles. No que tange à relação entre o Serviço Social e a educação é sabido que: I. Embora muitos tendam a afirmar que se trata de um debate ou de um campo novo, tal vinculação foi sendo estabelecida desde os primórdios da profissão como parte de um processo de requisições postas pelas classes dominantes quanto às formações técnica, intelectual e moral da classe trabalhadora. II. As demandas apresentadas aos assistentes sociais em relação à educação sempre estiveram limitadas a uma inserção restrita aos estabelecimentos educacionais tradicionais. III. Envolve, exclusivamente, as práticas no âmbito da educação formal, desconsiderando as práticas no campo da educação popular. IV. Restringe-se às ações voltadas ao segmento estudantil, com ênfase em abordagens individuais. V. Deve-se desvincular da dimensão política, sendo enfatizada a dimensão técnico-operativa da profissão – expressa na realização dos estudos socioeconômicos vinculados às políticas de assistência estudantil, concessão de bolsas e definição das condições de acesso a determinados estabelecimentos educacionais. Está correto o que se afirma apenas em: a- V, apenas. b- IV, apenas. c- III, apenas d- II, apenas e- I, apenas. Resposta: E Comentário: I – Correta: embora muitos tendam a afirmar que se trata de um debate ou de um campo novo, tal vinculação foi sendo estabelecida desde os primórdios da profissão como parte de um processo de requisições postas pelas classes dominantes quanto às formações técnica, intelectual e moral da classe trabalhadora. II – Incorreta: as demandas apresentadas aos assistentes sociais em relação à educação nunca estiveram limitadas a uma inserção restrita aos estabelecimentos educacionais tradicionais. III – Incorreta: o assistente social na educação envolve as práticas no âmbito da educação formal e também no campo da educação popular. IV – Incorreta: não se restringem às ações voltadas ao segmento estudantil com ênfase em abordagens individuais. V – Incorreta: não deve se desvincular da dimensão política. PERGUNTA 4 A ação docente encontra grandes desafios em relação ao processo ensino e aprendizagem e à construção de uma escola comprometida com a transformação social. Analise as proposições a seguir, considerando a forma como se caracterizam as tarefas de uma escola pública, democrática e de qualidade, segundo Libâneo (1994). I - Proporcionar às crianças e aos jovens a escolarização básica e gratuita, assegurando a todos as condições de assimilação dos conhecimentos sistematizados e a cada um o desenvolvimento de suas capacidades físicas e intelectuais. II - Entender que o processo de assimilação de conhecimentos é resultado da reflexão proporcionada pela percepção prático-sensorial e pelas ações mentais que caracterizam o pensamento. III - Assegurar o desenvolvimento das capacidades e das habilidades intelectuais sobre a base dos conhecimentos científicos, de forma que estimule o pensamento crítico e independente, permita o domínio de métodos e técnicas do trabalho intelectual, bem como a aplicação prática dos conhecimentos na vida escolar e na prática social. IV- Assegurar uma organização interna da escola em que os processos de gestão e administração e os de participação democrática de todos os elementos envolvidos na vida escolar estejam voltados para o atendimento da função básica da escola, o processo de ensino e aprendizagem. Assinale a alternativa correta: a- I, III e IV estão corretas. b- III e IV estão corretas. c- II e III estão corretas d- I, II, III e IV estão corretas. e- II e IV estão corretas. Resposta: D Comentário: “As tarefas da Escola Pública Democrática são as seguintes: 1. proporcionar a todas crianças e jovens a escolarização básica e gratuita de pelo menos oito anos, assegurando a todos as condições de assimilação de conhecimentos sistematizados e a cada um o desenvolvimento de suas capacidades físicas e intelectuais. 2. Assegurar a transmissão e assimilação dos conhecimentos e habilidades que constituem as matérias de ensino. 3. Assegurar o desenvolvimento das capacidades e habilidade intelectuais, sobre a base dos conhecimentos científicos, que formem o pensamento crítico e independente, permitam o domínio de métodos e técnicas de trabalho intelecutal, bem como a aplicação prática dos conhecimentos da vida escolar e na prática social. 4. Assegurar uma organização interna da escola em que os processos de gestão e administração e os princípios de participação democrática de todos os elementos envolvidos na vida escolar estejam voltados para o atendimento da função básica da escola, o ensino” (LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994). PERGUNTA 5 (Prefeitura de Turmalina - MG - Cotec - 2019 - Prefeitura de Turmalina - MG - Docente II - Ensino Infantil e 1º ao 5º ano) São princípios da LDB (Lei n. 9.394/1996): I - Igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola. II - Respeito à liberdade e apreço à intolerância. III - Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas. IV - Existência de instituições públicas sobrepondo a existência de instituições privadas de ensino. A partir dos princípios anteriores, assinale a alternativa correta. a- Estão corretos I e II. b- Estão corretos I e III. c- Estão corretos II e III. d- Estão corretos I, II e IV. e- Estão corretos I, III e IV. Resposta: B Comentário: LDB/96 “Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extraescolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. XII - consideração com a diversidade étnico-racial. XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.” PERGUNTA 6 (FCC - 2018 - SEC-BA - Professor Padrão P - Língua Portuguesa) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n. 9.394/1996 (art. 3º), em consonância com o estabelecido na Constituição Federal, estabelece que o ensino será ministrado com base, dentre outros, nos seguintes princípios: I. A educação básica é obrigatória e gratuita do zero aos dezessete anos de idade. II. Ao educando cabe atendimento por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte e alimentação, nas escolas de áreas de vulnerabilidade social. III. É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos três anos de idade. IV. A liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber. V. O pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas. VI. O respeito à liberdade e o apreço à tolerância. Está correto o que se afirma apenas em: a- I, II e III. b- II, III e IV. c- I e IV. d- IV, V e VI. e- II e V. Resposta: D Comentário: LDB (9394/96): “Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extraescolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais; XII - consideração com a diversidade étnico-racial (Incluído pela Lei n. 12.796, de 2013); XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida (Incluído pela Lei n. 13.632, de 2018).” Outros itens da questão: I. A educação básica é obrigatória e gratuita do zero aos dezessete anos de idade → refere-se a um dever do Estado: “Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade [...]” (Redação dada pela Lei n. 12.796, de 2013). II. Ao educando cabe atendimento por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte e alimentação, nas escolas de áreas de vulnerabilidade social → refere-se a um dever do Estado: “Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde” (Redação dada pela Lei n. 12.796, de 2013). III. É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 3 anos de idade → refere-se a um dever dos pais e responsáveis, estando em um artigo isolado: “Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 (quatro) anos de idade” (Redação dada pela Lei n. 12.796, de 2013). PERGUNTA 7 (Ibade - 2019 - Prefeitura de Porto Velho - RO - Professor Nível II - Letras Português) A educação inclusiva é um caminho para encarar o desafio de valorizar a diversidade que chega à escola sem ignorar o que há de comum entre os seres humanos. Considere as afirmações sobre uma escola que trabalha na perspectiva da educação inclusiva. I- Estimula parcerias entre estudantes com e sem deficiência e impede que ocorram interações entre a escola, as famílias e os profissionais de saúde. II- Evita debates sobre situações cotidianas que envolvem intimidação vexatória direcionada aos que correm risco de exclusão. III- Investe na organização de sala de recursos multifuncionais, oferece Atendimento Educacional Especializado (AEE) e serviços de educação especial. IV- Matricula estudantes com necessidades educacionais especiais e considera que o trabalho a ser realizado é de responsabilidade exclusiva do professor. V- Organiza espaços em que professores e gestores elaboram estratégias que atendam ao grupo e às necessidades especiais. Está correto o que se afirma apenas em: a- I e IV. b- I e V. c- II e III. d- II e IV. e- III e V. Resposta: E Comentário: I- Incorreta: a educação inclusiva deve estimular parcerias entre estudantes com e sem deficiênciae fomentar interações entre a escola, as famílias e os profissionais de saúde. II- Incorreta: a educação inclusiva deve fomentar debates sobre situações cotidianas que envolvem intimidação vexatória direcionada aos que correm risco de exclusão. III- Correta: a educação inclusiva investe na organização de sala de recursos multifuncionais, oferece Atendimento Educacional Especializado (AEE) e serviços de educação especial. IV- Incorreta: a educação inclusiva matricula estudantes com necessidades educacionais especiais e considera que o trabalho a ser realizado é de responsabilidade de todos. V- Correta: a educação inclusiva organiza espaços em que professores e gestores elaboram estratégias que atendam ao grupo e às necessidades especiais. PERGUNTA 8 (Fundatec - 2019 - Prefeitura de Sapucaia do Sul - RS - Secretário de Escola) Segundo a LDBEN, a educação tem como finalidade: I. O pleno desenvolvimento do aluno. II. O preparo do aluno para o exercício da cidadania. III. Qualificação para o exercício da vida acadêmica do Ensino Superior. Qual(ais) está(ão) correta(s)? a- Apenas I. b- Apenas II. c- Apenas III. d- I e II. e- I, II e III. Resposta: D Comentário: de acordo com a LDB (9394/96): “Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. I. O pleno desenvolvimento do aluno. II. O preparo do aluno para o exercício da cidadania. III. Qualificação para o exercício da vida acadêmica do ensino superior” → qualificação para o trabalho. PERGUNTA 9 (UFRR - 2019 - Técnico em Assuntos Educacionais) Em relação ao Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, analise as seguintes afirmativas: I. O Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE apresenta a educação com base em princípios gerencialistas e fiscalistas, observando a importância do controle dos gastos em educação, considerando o contexto de restrição fiscal em que nos encontramos, que exige extremo cuidado com o equilíbrio financeiro e buscando estabelecer meios de otimização no uso desses recursos. II. O PDE procura observar uma visão sistêmica da educação, observada como processo de socialização e individuação voltado para a autonomia, não pode ser artificialmente segmentada de acordo com a conveniência administrativa ou fiscal. Ao contrário, tem de ser tratada com unidade, da creche à pós-graduação, ampliando o horizonte educacional de todos e de cada um, independentemente do estágio em que se encontre no ciclo educacional. III. A formação inicial e continuada do professor exige que o parque de universidades públicas se volte para a educação básica. Assim, a melhoria da qualidade da educação básica depende da formação de seus professores, o que decorre diretamente das oportunidades oferecidas aos docentes. O aprimoramento do nível superior, por sua vez, está associado à capacidade de receber egressos do nível básico mais bem preparados, fechando um ciclo de dependência mútua, evidente e positiva entre níveis educacionais. IV. O PDE apresenta a defasagem existente entre os financiamentos da educação básica e da educação superior e, observando a necessidade de que tenhamos a ampliação da qualidade da educação básica, determina que todos os investimentos públicos sejam direcionados em caráter prioritário para as escolas de educação básica, oportunizando assim que, em médio prazo, os estudantes que cheguem ao Ensino Superior venham com maior qualidade de formação, estando, portanto, mais aptos a contribuir para o desenvolvimento da nação. Das alternativas, a que expressa opções corretas é: a- I e IV. b- II, III e IV. c- II e III. d- III e IV. e- I e III. Resposta: C Comentário: I. Errada: diferentemente da visão sistêmica que pauta o PDE, predominou no Brasil, até muito recentemente, uma visão fragmentada da educação, como se níveis, etapas e modalidades não fossem momentos de um processo, cada qual com objetivo particular, integrados em uma unidade geral; como se não fossem elos de uma cadeia que deveriam se reforçar mutuamente. Tal visão fragmentada partiu de princípios gerencialistas e fiscalistas, que tomaram os investimentos em educação como gastos, em um suposto contexto de restrição fiscal. II. Certa: o PDE procura observar uma visão sistêmica da educação, observada como processo de socialização e individuação voltado para a autonomia, não pode ser artificialmente segmentada, de acordo com a conveniência administrativa ou fiscal. Ao contrário, tem de ser tratada com unidade, da creche à pós-graduação, ampliando o horizonte educacional de todos e de cada um, independentemente do estágio em que se encontre no ciclo educacional. III. Certa: a formação inicial e continuada do professor exige que o parque de universidades públicas se volte para a educação básica. Assim, a melhoria da qualidade da educação básica depende da formação de seus professores, o que decorre diretamente das oportunidades oferecidas aos docentes. O aprimoramento do nível superior, por sua vez, está associado à capacidade de receber egressos do nível básico mais bem preparados, fechando um ciclo de dependência mútua, evidente e positiva entre níveis educacionais. IV. Errada: criaram-se falsas oposições. A mais indesejável foi a oposição entre educação básica e educação superior. Diante da falta de recursos, alegava-se que caberia ao gestor público optar pela primeira. Sem que a União aumentasse o investimento na educação básica, o argumento serviu de pretexto para asfixiar a rede federal de educação superior, cujo custeio foi reduzido em 50% em dez anos, e inviabilizar uma expansão significativa da rede. Nesse particular, é forçoso lembrar a revogação, em 1996, do parágrafo único, do artigo 60, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que estabelecia: “Nos dez primeiros anos da promulgação da Constituição, as universidades públicas descentralizarão suas atividades, de modo a estender suas unidades de ensino superior às cidades de maior densidade populacional”. O resultado para a educação básica: falta de professores com licenciatura para exercer o magistério e alunos do Ensino Médio desmotivados pela insuficiência de oferta de ensino gratuito nas universidades públicas. Era uma oposição, além de tudo, irracional. Como se pode pensar em reforçar a educação básica se a educação superior, debilitada, não lhe oferecer suporte mediante formação de bons professores em número suficiente? PERGUNTA 10 (Ibade - 2017 - SEE - PB - Professor de Educação Básica 3 - Física) Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem, como procedimento de avaliação do desempenho do aluno, devem possibilitar: I. A constituição de parâmetros para a autoavaliação do participante, com vistas à continuidade de sua formação e a sua inserção no mercado de trabalho. II. A criação de referência nacional para o aperfeiçoamento dos currículos do Ensino Médio. III. A utilização do exame como mecanismo único, alternativo ou complementar para acesso à educação superior, especialmente a ofertada pelas instituições federais de educação superior. IV. O acesso a programas governamentais de financiamento ou apoio ao estudante da Educação Básica. Estão corretos apenas os itens: a- II e III. b- I e IV. c- I, III e IV. d- II, III e IV. e- I, II e III. Resposta: E Comentário: deverão possibilitar: I. A constituição de parâmetros para a autoavaliação do participante, com vistas à continuidade de sua formação e à sua inserção no mercado de trabalho. II. A criação de referência nacional para o aperfeiçoamento dos currículos do Ensino Médio. III. A utilização do exame como mecanismo único, alternativo ou complementarpara acesso à educação superior, especialmente a ofertada pelas instituições federais de educação superior. IV. Incorreta: o acesso a programas governamentais de financiamento ou apoio ao estudante da Educação Superior. Unidade II Política Setorial – Educação A questão social e a educação O novo papel do assistente social na escola deve ser o de elucidar e desvelar a realidade social em todos os seus meandros. Deve ser o de socializar informações que possibilitem à população ter uma visão crítica que contribua com sua mobilização social visando à conquista de seus direitos. Nesse sentido, a relação da política da educação com a política de assistência social pode ser um importante fator para enfrentar a questão da inclusão e da permanência dos alunos das classes menos favorecidas na escola. Assim, é preciso pensar, cada vez mais, em formas que permitam realizar a articulação das políticas sociais. Sendo que, com a inserção da assistência social no ambiente escolar, ampliam-se as possibilidades do enfrentamento das desigualdades sociais. A função social da escola A escola precisa ser capaz de promover novas estratégias que efetivem a formação do cidadão, para que ele tenha condições de exercer a prática da cidadania. Pois ela é uma das poucas instituições que possui condições de formar sujeitos que irão ocupar espaços na sociedade. E, para que isso ocorra, é necessário que o ambiente escolar e o meio social mantenham uma relação de reciprocidade. Nesse sentido, se torna importante a adoção de um processo de gestão democrática da escola. Pois a gestão democrática implica o diálogo entre diversos atores/intervenientes, como os governantes, as empresas, as organizações civis e os cidadãos. Porém, o processo requer uma aprendizagem conjunta e contínua para os grupos sociais, criando condições para que possam pronunciar-se sobre a concepção das políticas públicas. Características da gestão democrática No processo de gestão democrática, as pessoas passam a ser reconhecidas por suas capacidades de coordenação e de negociação, tanto dentro da sua própria organização como fora dela. Uma das principais características da gestão democrática está relacionada com as preocupações e os princípios relativos à postura ética da conduta, à valorização da transparência na gestão dos recursos e à ênfase sobre a democratização das decisões e das relações na organização. Um fator bastante positivo existente no processo de gestão democrática é o surgimento da cidadania deliberativa, ou seja, a legitimidade das decisões passa a ter origem nos processos de discussão. Tais processos são orientados pelos princípios da inclusão, do pluralismo, da igualdade participativa, da autonomia e do bem comum. A descentralização do ensino A descentralização do ensino constitui um dos fatores essenciais para o movimento de democratização das escolas brasileiras e da construção de autonomia da gestão escolar. Porém, para que essa participação se torne realidade, são necessários meios e condições favoráveis, ou seja, é preciso repensar a cultura escolar e os processos, normalmente autoritários, de distribuição do poder no seu interior. Dessa forma, para a escola cumprir a sua função social é necessário que tenha uma visão do que está ocorrendo na sociedade, conseguindo, assim, estabelecer uma conexão do que é ensinado com a prática cotidiana do aluno, preparando-o para o exercício profissional. E isso somente será possível se a sociedade for chamada para participar das decisões que irão ditar os rumos a serem seguidos pela escola. Desigualdade social e políticas de inclusão O enfrentamento das desigualdades sociais e educacionais e a pobreza são temas inseridos nos Planos Nacionais de Educação (PNEs), de 2014 a 2024, apresentando as formas que deverão ser utilizados para o enfrentamento do problema, visando reduzir o seu impacto social. Nesse sentido, o Plano de Desenvolvimento da Educação tem sido colocado como elemento essencial para o desenvolvimento do país, principalmente no sentido da qualificação da educação. Outra questão que tem sido levantada nos planos é sobre a importância da educação como fator para a superação das condições de pobreza. Porém, é necessária a atuação de forma articulada com as demais políticas sociais, como saúde, assistência social, moradia, trabalho e emprego. Os objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais Esses parâmetros indicam como objetivos do Ensino Fundamental que os alunos sejam capazes de: Compreender a cidadania como participação social e política, assim como o exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais; Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais; Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais; Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como os aspectos socioculturais de outros povos e nações; Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles; Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social; Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida; Utilizar as diferentes linguagens como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais; Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos; Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê- los, utilizando, para isso, o pensamento lógico, a criatividade, a intuição e a capacidade de análise crítica. A educação inclusiva O momento mais importante da discussão sobre o processo de inclusão escolar foi na década de 1990, com o discurso em defesa da escola para todos, surgido na Conferência de Jomtien, na Tailândia. No Brasil, tais princípios balizaram as políticas que passaram a ser implementadas nas escolas como princípios condutores da inclusão escolar. O principal objetivo dessas políticas é o de assegurar o direito de todas as crianças, jovens e adultos à educação, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e outras. Dessa forma, todos os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo que tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e necessidades. A escola inclusiva na atualidade Com o compromisso assumido pelos governos de implementar a educação inclusiva, os sistemas de ensino passaram a organizar seus atos normativos e orientadores, com vistas à oferta de uma educação voltada para o enfrentamento à exclusão dos diferentes grupos. Todo esse movimento também tem por fundamento a questão de que a inclusão deve estar apoiada no princípio de que a escola inclusiva deve assegurar a igualdade entre os alunos diferentes, e esse posicionamento lhes garante o direito à diferença na igualdade de direito à educação. Dessa forma, o movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva e a redução das desigualdades educacionais Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las, a educação inclusiva assume um papel centralno debate acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão. Por esse motivo, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional destinou um dos seus capítulos para tratar, exclusivamente, da Educação Especial voltada para as pessoas com deficiência. Todas essas ações são vistas como fundamentais para a redução das desigualdades étnico-raciais, bem como para ampliar o acesso e a permanência, nas universidades, dos estudantes pobres oriundos das escolas públicas, afrodescendentes, indígenas, com deficiência, entre outros. Interatividade Qual é o tipo de gestão que está relacionada com as preocupações e os princípios relativos à postura ética da conduta, à valorização da transparência na gestão dos recursos e à ênfase sobre a democratização das decisões e das relações na organização? a) Gestão escolar. b) Gestão democrática. c) Gestão pública. d) Gestão social. e) Gestão privada. Aula 02 A cidadania e a emancipação das pessoas Cidadania é o conjunto de direitos e deveres que são exercidos por uma determinada pessoa que vive em uma sociedade. Também diz respeito ao poder e grau de intervenção que o indivíduo dispõe no usufruto dos espaços que ocupa e, principalmente, na sua posição e no poder que possui de interferir e transformar esses locais. Emancipação está relacionado com o ato de tornar livre ou independente. Porém, o mesmo termo também pode ser aplicado para exemplificar a luta das minorias pelos seus direitos de igualdade ou pelos seus direitos políticos enquanto cidadãos. O processo de cidadania e emancipação na escola pública Escola pública nos remete ao conceito de serviço público que precisa ser oferecido pelo Estado aos cidadãos. Devendo, assim, possuir um caráter universal, ou seja, para todas as crianças em idade escolar, pois oferecer a oportunidade para que todas as crianças tenham acesso à escola pública representa a igualdade de oportunidades. Por esse motivo, é importante a compreensão do processo que a escola pública deve desempenhar como garantidora do processo de construção da cidadania do sujeito e, consequentemente, do seu processo de emancipação. Nesse sentido, é sempre importante encontrar formas para que a educação possa articular-se e consiga, de fato, contribuir para a construção do desenvolvimento de um projeto que seja, ao mesmo tempo, educativo e emancipador. Considerando que o processo de emancipação social deve ser o objetivo de todas as políticas públicas e não somente da escola pública. Assistência social e educação como políticas sociais É importante destacar que os direitos sociais dizem respeito, inicialmente, à consagração jurídica de reivindicações dos trabalhadores. Pois somente a partir da luta dos trabalhadores por mais direitos é que o Estado assumiu algumas das reivindicações populares ao longo de sua existência histórica. Os direitos sociais são os chamados direitos de segunda geração. Ao contrário dos direitos de primeira geração, em que o Estado não deve intervir, nos direitos de segunda geração o Estado passa a ter responsabilidade para a concretização de um ideal de vida digna na sociedade. Relacionados ao valor de igualdade, os direitos fundamentais de segunda geração são, por excelência, os direitos sociais, econômicos e culturais. Direitos que, para serem garantidos, necessitam, além da intervenção do Estado, que este disponha de poder pecuniário, seja para criá-los ou executá-los. As políticas sociais de assistência social e educação As políticas sociais estão relacionadas com as ações voltadas para a formação de um sistema de proteção social que deve ser implantado pelo Estado, com o objetivo de diminuir a desigualdade socioeconômica, através da redistribuição dos benefícios sociais. A assistência social é uma das políticas sociais, sendo considerada um direito do cidadão e dever do Estado, instituída pela Constituição Federal de 1988 e regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), em 1993. A assistência social é, também, uma política de seguridade social, formando o chamado tripé da seguridade social, juntamente com a saúde e a previdência social. As políticas educacionais também pertencem ao grupo de políticas públicas sociais do Brasil, constituindo-se num dos elementos de normatização do Estado, visando garantir o direito universal à educação de qualidade e o pleno desenvolvimento do educando. Os direitos sociais previstos na CF/1988 Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição (BRASIL, 1988). Os direitos sociais foram alcançados ou construídos por meio das relações estabelecidas entre os deveres do Estado e as relações deste com a sociedade civil, sendo que a CF/1988 colocou esses direitos como um assunto prioritário para a gestão pública. Dessa forma, as políticas educacionais tiveram a sua efetivação com o propósito de alcançar a maior parte da população, buscando, por meio do acesso à educação, oferecer oportunidades que possam promover a igualdade social. Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988). A gestão social Para que se forme uma interface entre os direitos sociais e as políticas sociais é que existe a gestão social, que deve ser constituída no foco do social em complementariedade ao econômico. A gestão social funda-se na concepção de um Estado Social de Direito e ancora-se em princípios constitucionais que dão forma e conteúdo às políticas, aos programas e aos serviços públicos, reconhecendo o Estado como autoridade reguladora das ações públicas. Assim, no desenho e no conteúdo da política social, voltam-se as maiores expectativas por redução de desigualdades, enfrentamento da pobreza e oportunidade efetiva de inclusão social de grande parcela da população brasileira. Sendo que o trabalho social continua sendo a mediação necessária a toda política pública que se comprometa com a busca da equidade e do enfrentamento das desigualdades sociais. A necessidade de políticas públicas integradas As políticas públicas são concebidas como um conjunto de iniciativas articuladas, focando o acesso ao mercado de trabalho, a segmentação urbana, as desigualdades de gênero, os desequilíbrios regionais e outras demandas proeminentes. Porém, as demandas dos cidadãos e territórios estão postas de forma interconectada; quem as separa são as políticas setoriais, ao ofertar, de forma fragmentada e desconexa, os seus serviços, programas e benefícios. Assim, as políticas integradas precisam se materializar em iniciativas articuladas e diferenciadas em territórios concretos. Diante dessa realidade, o trabalho social torna-se essencial para o próprio sucesso das políticas públicas, ao gerar melhor capacidade local de absorvê-las de maneira interativa. A qualidade dos serviços ofertados pelas políticas públicas A garantia do usufruto e a permanência dos adolescentes e jovens nas escolas também dependem da qualidade da relação que os serviços e operadores das políticas estabelecem com eles. Assim, a mera existência de equipamentos e serviços não garante a apropriação e o usufruto efetivo da população. Por esses motivos, o trabalho social tornou-se estratégico para promover a efetivação da ação política pública, sua articulação e o protagonismo do cidadão. Nesse sentido, o trabalho social deve incorporar uma
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