Buscar

Delegado PF

Prévia do material em texto

RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES 
JURÍDICAS 
 
 
CONCURSO CEBRASPE 2018 
 
DELEGADO DE POLÍCIA 
FEDERAL 
ME SIGA NO INSTAGRAM 
@CASTROTHOMAZINI 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
1 
 
Considerando que determinado 
órgão público, visando aumentar sua 
eficiência na prestação de serviços, 
pretenda contratar empresa 
particular especializada para 
capacitar seus servidores, julgue os 
itens a seguir, com base nas 
disposições da legislação que regula 
a contratação de serviços na 
administração pública. 
 
(1) Se o serviço for de natureza 
singular e a empresa possuir notória 
especialização, a contratação 
poderá ocorrer por inexigibilidade de 
licitação. 
 
(2) Havendo os pressupostos fáticos 
e jurídicos para a realização de uma 
licitação, a administração pública 
poderá selecionar a empresa a ser 
contratada por meio de pregão 
eletrônico, desde que o serviço seja 
qualificado como comum, isto é, seja 
um serviço cujo padrão de 
desempenho e qualidade possa ser 
objetivamente definido pelo edital. 
 
(3) A empresa poderá ser contratada 
por dispensa de licitação se a 
capacitação custar entre R$ 18.000 
e R$ 25.000. 
 
Julgue os seguintes itens, relativos 
ao controle da administração 
pública. 
 
(4) O exercício do controle judicial 
sobre os atos da administração 
pública abrange os exames de 
legalidade e de mérito desses atos, 
cabendo ao juiz anulá-los ou revogá-
los. 
 
(5) A fiscalização contábil, 
orçamentária, operacional e 
patrimonial da administração pública 
federal sob os aspectos de 
legalidade, legitimidade e 
economicidade integra o controle 
externo exercido pelo Poder 
Legislativo Federal com o auxílio do 
TCU. 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
2 
 
 
Em relação aos poderes 
administrativos, julgue os itens 
seguintes. 
 
(6) A demissão de servidor público 
configura sanção aplicada em 
decorrência do poder de polícia 
administrativa, uma vez que se 
caracteriza como atividade de 
controle repressiva e concreta com 
fundamento na supremacia do 
interesse público. 
 
(7) Embora possam exercer o poder 
de polícia fiscalizatório, as 
sociedades de economia mista não 
podem aplicar sanções pecuniárias. 
 
João, servidor público responsável 
pelo setor financeiro de uma 
autarquia federal, sem observar as 
formalidades legais necessárias, 
facilitou a incorporação, ao 
patrimônio particular de entidade 
privada sem fins lucrativos, de 
valores a ela repassados mediante a 
celebração de parceria. 
 
Nessa situação hipotética, conforme 
a legislação e a doutrina a respeito 
de improbidade administrativa e 
regime disciplinar do servidor público 
federal, 
 
(8) João poderá ser responsabilizado 
pela prática de ato de improbidade 
administrativa causador de prejuízo 
ao erário. 
 
(9) a pena disciplinar máxima a que 
João estará sujeito é a suspensão 
por noventa dias. 
 
(10) João poderá ser condenado, no 
âmbito judicial, ao ressarcimento 
integral do dano, à suspensão dos 
seus direitos políticos e ao 
pagamento de multa. 
 
(11) a responsabilidade de João é 
objetiva, independentemente da 
demonstração de culpa ou dolo. 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
3 
 
 
No que se refere aos servidores 
públicos e aos atos administrativos, 
julgue os itens que se seguem. 
 
(12) Havendo compatibilidade de 
horários, é possível a acumulação 
remunerada do cargo de delegado 
de polícia federal com um cargo 
público de professor. 
 
(13) Situação hipotética: Um 
servidor público efetivo em exercício 
de cargo em comissão foi exonerado 
ad nutum em razão de supostamente 
ter cometido crime de peculato. 
Posteriormente, a administração 
reconheceu a inexistência da prática 
do ilícito, mas manteve a exoneração 
do servidor, por se tratar de ato 
administrativo discricionário. 
Assertiva: Nessa situação, o ato de 
exoneração é válido, pois a teoria 
dos motivos determinantes não se 
aplica a situações que configurem 
crime. 
 
Acerca da responsabilidade civil do 
Estado, julgue os itens a seguir. 
 
(14) A responsabilidade civil do 
Estado pela morte de detento sob 
sua custódia é objetiva, conforme a 
teoria do risco administrativo, em 
caso de inobservância do seu dever 
constitucional específico de 
proteção. 
 
(15) O Estado não será civilmente 
responsável pelos danos causados 
por seus agentes sempre que estes 
estiverem amparados por causa 
excludente de ilicitude penal. 
 
A possibilidade de um direito positivo 
supraestatal limitar o Poder 
Legislativo foi uma invenção do 
constitucionalismo do século XVIII, 
inspirado pela tese de Montesquieu 
de que apenas poderes moderados 
eram compatíveis com a liberdade. 
Mas como seria possível restringir o 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
4 
 
poder soberano, tendo a sua 
autoridade sido entendida ao longo 
da modernidade justamente como 
um poder que não encontrava limites 
no direito positivo? Uma soberania 
limitada parecia uma contradição e, 
de fato, a exigência de poderes 
políticos limitados implicou redefinir 
o próprio conceito de soberania, que 
sofreu uma deflação. 
 
Alexandre Costa. O poder constituinte e o 
paradoxo da soberania limitada. In: Teoria 
& Sociedade. n.º 19, 2011, p. 201 (com 
adaptações). 
 
Considerando o texto precedente, 
julgue os itens a seguir, a respeito de 
Constituição, classificações das 
Constituições e poder constituinte. 
 
(16) A concepção de “soberania 
limitada”, citada no texto, implica a 
divisão da titularidade do poder 
constituinte entre o povo e a 
assembleia constituinte que o 
representa. 
 
(17) A ideia apresentada no texto 
reflete a Constituição como decisão 
política fundamental do soberano, o 
que configura o sentido sociológico 
de Constituição. 
 
(18) Do caráter supraestatal do 
constitucionalismo, referido no texto, 
extraem-se a formalidade e a rigidez 
das Constituições modernas. 
 
(19) A exigência de poderes 
políticos limitados após a 
manifestação do poder constituinte 
originário fundamenta tanto o sentido 
lógico-jurídico quanto o sentido 
jurídico-positivo da Constituição. 
 
(20) Entende-se como limitação 
material implícita aos poderes 
instituídos pelo poder constituinte 
originário o agravamento dos 
processos de reforma da 
Constituição. 
 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
5 
 
A respeito dos direitos fundamentais 
e do controle de constitucionalidade, 
julgue os itens que se seguem. 
 
(21) Segundo o STF, é 
inconstitucional a definição de 
critérios, além da autodeclaração, 
como forma de identificação dos 
beneficiários da política de cotas nos 
concursos públicos. 
 
(22) Em relação aos estrangeiros, a 
norma constitucional que garante o 
acesso a cargos, empregos e 
funções públicas é de eficácia 
contida. 
 
(23) De acordo com o STF, é 
inconstitucional proibir que 
emissoras de rádio e TV difundam 
áudios ou vídeos que ridicularizem 
candidato ou partido político durante 
o período eleitoral. 
 
(24) Regulamento que disponha 
sobre o licenciamento ambiental de 
cemitérios tem caráter autônomo e 
abstrato, razão por que o STF admite 
ação direta de inconstitucionalidade 
contra esse tipo de norma. 
 
(25) Dada a concretude 
regulamentar de decreto do Poder 
Executivo que verse sobre a 
liberdade de reunião em 
manifestação pública, sua 
suspensão não pode ser pleiteada 
mediante ação direta de 
inconstitucionalidade. 
 
Acerca da disciplina constitucional 
da segurança pública, do Poder 
Judiciário, do MP e das atribuições 
da PF, julgue os seguintes itens. 
 
(26) Compete à justiça estadual o 
julgamento de crimes relativos à 
difusão ou aquisição, em 
determinado estado da Federação, 
de material pornográfico envolvendo 
crianças e adolescentes por meio da 
rede mundial de computadores.Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
6 
 
(27) Segundo o STF, o MP não 
possui legitimidade para propor ação 
civil pública em matéria tributária em 
defesa de contribuintes. 
 
(28) É concorrente a competência da 
União e dos estados para legislar 
sobre a organização, os direitos e os 
deveres das polícias civis dos 
estados. 
 
(29) A vedação absoluta ao direito de 
greve dos integrantes das carreiras 
da segurança pública é compatível 
com o princípio da isonomia, 
segundo o STF. 
 
(30) A PF tem competência para 
apurar infrações penais que causem 
prejuízos aos interesses da União, 
ressalvadas aquelas que atinjam 
órgãos da administração pública 
indireta no âmbito federal. 
 
Diante da existência de normas 
gerais sobre determinado assunto, 
publicou-se oficialmente nova lei que 
estabelece disposições especiais 
acerca desse assunto. Nada ficou 
estabelecido acerca da data em que 
essa nova lei entraria em vigor nem 
do prazo de sua vigência. Seis 
meses depois da publicação oficial 
da nova lei, um juiz recebeu um 
processo em que as partes discutiam 
um contrato firmado anos antes. 
 
A partir dessa situação hipotética, 
julgue os itens a seguir, 
considerando o disposto na Lei de 
Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro. 
 
(31) A nova lei começou a vigorar no 
país quarenta e cinco dias depois de 
oficialmente publicada e 
permanecerá em vigor até que outra 
lei a modifique ou a revogue. 
 
(32) O contrato é regido pelas 
normas em vigor à data de sua 
celebração, observados os efeitos 
futuros ocorridos após a vacatio legis 
da nova lei. 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
7 
 
 
(33) O caso hipotético configura 
repristinação, devendo o julgador, 
por isso, diante de eventual conflito 
de normas, aplicar a lei mais nova e 
específica. 
 
Com base nas disposições da Lei de 
Improbidade Administrativa e na 
jurisprudência do STJ acerca dos 
aspectos processuais da ação civil 
pública de responsabilização por 
atos de improbidade, julgue os itens 
a seguir. 
 
(34) Constatado indício de ato 
ímprobo, fica autorizado o 
recebimento fundamentado da 
petição inicial, devendo prevalecer, 
no juízo preliminar, o princípio do in 
dubio pro societate e cabendo, 
contra a decisão que receber a 
petição inicial, o agravo de 
instrumento. 
 
(35) Embora não haja litisconsórcio 
passivo necessário entre o agente 
público e os terceiros beneficiados 
com o ato ímprobo, é inviável que a 
ação civil por improbidade seja 
proposta exclusivamente contra os 
particulares, sem concomitante 
presença do agente público no polo 
passivo da demanda. 
 
(36) Situação hipotética: Em uma 
ação de improbidade administrativa 
com pedido cumulado de 
ressarcimento ao erário, foi 
decretada a indisponibilidade de 
bens. Por ocasião da sentença, o juiz 
reconheceu a prescrição da 
pretensão de impor sanções 
decorrentes dos atos de 
improbidade. Assertiva: Nessa 
situação, a medida de 
indisponibilidade de bens deverá ser 
revogada. 
 
Julgue os itens seguintes, relativos a 
institutos complementares do direito 
empresarial, teoria geral dos títulos 
de crédito, responsabilidade dos 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
8 
 
sócios, falência e recuperação 
empresarial. 
 
(37) Os livros comerciais, os títulos 
ao portador e os transmissíveis por 
endosso equiparam-se, para fins 
penais, a documento público, sendo 
a sua falsificação tipificada como 
crime. 
 
(38) O condenado por crime 
falimentar fica impedido de atuar 
como empresário individual ou 
mesmo de ser sócio em sociedade 
limitada, ainda que não exerça 
função de gerência ou de 
administração. 
 
(39) A sentença que decreta a 
falência ou concede a recuperação 
judicial é condição objetiva de 
punibilidade das infrações penais 
previstas na Lei de Recuperação de 
Empresas. 
 
Julgue os itens a seguir, relativos a 
atos internacionais, personalidade 
internacional, cortes internacionais e 
domínio público internacional. 
 
(40) A Convenção de Palermo, um 
instrumento internacional multilateral 
e solene, foi promulgada pelo 
Congresso Nacional brasileiro e 
ratificada, no âmbito interno, por 
decreto. 
 
(41) Os atos internacionais 
específicos que complementam a 
Convenção de Palermo incluem o 
Protocolo Adicional, relativo à 
prevenção, repressão e punição ao 
tráfico de pessoas, já incorporado ao 
direito brasileiro com eficácia de lei 
complementar, por tratar de direitos 
fundamentais. 
 
(42) Asilo político, cuja concessão 
independe de reciprocidade, é o 
acolhimento, pelo Estado, de 
estrangeiro perseguido em outros 
lugares — não necessariamente em 
seu próprio país — por dissidência 
política, entre outros motivos. 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
9 
 
 
(43) Por não admitir extradição de 
brasileiros para que sejam julgados 
em corte internacional que admita 
pena de caráter perpétuo, o Brasil 
não manifestou adesão ao Tratado 
de Roma, que criou o Tribunal Penal 
Internacional. 
 
(44) A soberania de Estado costeiro 
sobre o seu mar territorial abrange 
não apenas as águas, mas também 
o leito do mar, seu subsolo e o 
espaço aéreo correspondente, 
devendo tal Estado, contudo, admitir 
o direito de passagem inocente de 
navios mercantes ou de guerra de 
qualquer outro Estado. 
 
(45) A ONU é um sujeito secundário 
de direito internacional interestatal 
criado exclusivamente por Estados 
mediante tratado internacional 
multilateral, excluída a sua 
participação como membro de 
qualquer organização de natureza 
privada. 
 
(46) O visto concedido por 
autoridade diplomática constitui 
mera expectativa de direito do 
estrangeiro, que pode, ainda assim, 
ser inadmitido no país. Por outro 
lado, se admitido o estrangeiro em 
seu território, o país passa a ter 
deveres em relação a ele, em maior 
ou menor grau, conforme a natureza 
do ingresso. 
 
Em cada um dos itens que se 
seguem, é apresentada uma 
situação hipotética seguida de uma 
assertiva a ser julgada com base na 
legislação de regência e na 
jurisprudência dos tribunais 
superiores a respeito de aplicação 
de pena, cominação de penas, 
regime de penas, medidas de 
segurança e livramento condicional. 
 
(52) Ronaldo, maior e capaz, e 
outras três pessoas, também 
maiores e capazes, furtaram um 
veículo que estava parado em um 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
10 
 
estacionamento público. Depois de 
terem retirado pertences do veículo, 
o abandonaram perto do local do 
assalto. O grupo foi preso. 
Constatou-se que Ronaldo era réu 
primário, tinha bons antecedentes e 
que agira por coação dos outros 
elementos do grupo. Nessa situação, 
se a coação foi resistível, se houver 
confissão do crime e se as 
circunstâncias atenuantes 
preponderarem sobre as 
agravantes, a pena de Ronaldo 
poderá ser reduzida para abaixo do 
mínimo legal. 
 
(53) Valter, maior e capaz, foi preso 
preventivamente em uma das fases 
de uma operação policial. Ele já era 
réu em outras três ações penais e 
estava indiciado em mais dois outros 
IPs. Nessa situação, as ações 
penais em curso podem ser 
consideradas para eventual 
agravamento da pena-base 
referente ao crime que resultou na 
prisão preventiva de Valter, mas os 
IPs não podem ser considerados 
para essa mesma finalidade. 
 
(54) Flávio, maior e capaz, 
condenado a pena de doze anos 
pela prática de homicídio doloso 
qualificado, iniciou o cumprimento da 
pena em regime fechado. Durante a 
execução da pena, ele apresentou 
comportamento excelente e 
colaborativo, por isso, após o 
período mínimo para a progressão 
de regime, seu advogado requereu 
ao juiz a passagem de Flávio para o 
regime aberto. Nessa situação, o 
pedido não poderá ser atendido: a 
progressão do regime prisional de 
Fláviodeverá ser para o regime 
semiaberto. 
 
(55) Bruna, de vinte e quatro anos de 
idade, processada e julgada pela 
prática do crime de latrocínio, foi 
absolvida ao final do julgamento, por 
ter sido considerada inimputável, 
apesar de sua periculosidade. Nessa 
situação, mesmo tendo Bruna sido 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
11 
 
absolvida, o juiz pode impor-lhe 
medida de segurança. 
 
(56) Caio, condenado a nove anos 
de prisão, cumpria a pena no regime 
fechado. Passado um ano do 
cumprimento da pena, ele cometeu 
falta grave. Nessa situação, serão 
interrompidas as contagens dos 
prazos tanto para a obtenção do 
livramento condicional quanto para a 
progressão de regime de 
cumprimento de pena, devendo 
ambas ser reiniciadas a partir da 
data do cometimento da falta grave. 
 
Em cada um dos itens seguintes, é 
apresentada uma situação hipotética 
seguida de uma assertiva a ser 
julgada com base na legislação de 
regência e na jurisprudência dos 
tribunais superiores a respeito de 
exclusão da culpabilidade, concurso 
de agentes, prescrição e crime 
contra o patrimônio. 
 
(57) Arnaldo, gerente de banco, 
estava dentro de seu veículo 
juntamente com familiares quando 
foi abordado por dois indivíduos 
fortemente armados, que 
ameaçaram os ocupantes do veículo 
e exigiram de Arnaldo o 
fornecimento de determinada senha 
para a realização de uma operação 
bancária, o que foi por ele 
prontamente atendido. Nessa 
situação, o uso da senha pelos 
indivíduos para eventual prática 
criminosa excluirá a culpabilidade de 
Arnaldo. 
 
(58) Clara, tendo descoberto uma 
traição amorosa de seu namorado, 
comentou com sua amiga Aline que 
tinha a intenção de matá-lo. Aline, 
então, começou a instigar Clara a 
consumar o pretendido. Nessa 
situação, se Clara cometer o crime, 
Aline poderá responder como 
partícipe do crime. 
 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
12 
 
(59) Júnior, maior e capaz, foi 
processado e julgado pelo crime de 
estelionato. Tendo verificado que 
Júnior tinha sido condenado pelo 
mesmo crime havia dois anos, o juiz 
aumentou a pena em um terço. 
Nessa situação, o aumento da pena 
não influirá no prazo da prescrição 
da pretensão punitiva. 
 
(60) Severino, maior e capaz, 
subtraiu, mediante o emprego de 
arma de fogo, elevada quantia de 
dinheiro de uma senhora, quando ela 
saía de uma agência bancária. Um 
policial que presenciou o ocorrido 
deu voz de prisão a Severino, que, 
embora tenha tentado fugir, foi preso 
pelo policial após breve perseguição. 
Nessa situação, Severino 
responderá por tentativa de roubo, 
pois não teve a posse mansa e 
pacífica do valor roubado. 
 
Julgue os itens que se seguem, 
relativos a execução penal, 
desarmamento, abuso de autoridade 
e evasão de dívidas. 
 
(61) Preso provisório não pode ser 
submetido ao regime disciplinar 
diferenciado. 
 
(62) Eventual ato de delegado da PF 
de impedir advogado de assistir seu 
cliente em interrogatório configuraria 
crime de abuso de autoridade. 
 
(63) O registro de arma de fogo na 
PF, mesmo após prévia autorização 
do SINARM, não assegura ao seu 
proprietário o direito de portá-la. 
 
(64) Segundo entendimento do STF, 
a configuração do crime de evasão 
de divisas pressupõe a saída física 
de moeda nacional ou estrangeira do 
território nacional sem o 
conhecimento da Receita Federal do 
Brasil e do Banco Central do Brasil. 
 
Acerca de tráfico ilícito de 
entorpecentes, crimes contra o meio 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
13 
 
ambiente, crime de discriminação e 
preconceito e crime contra o 
consumidor, julgue os próximos 
itens. 
 
(65) Aquele que adquirir, transportar 
e guardar cocaína para consumo 
próprio ficará sujeito às mesmas 
penas imputadas àquele que 
adquirir, transportar e guardar 
cocaína para fornecer a parentes e 
amigos, ainda que gratuitamente. 
 
(66) Pessoa jurídica que praticar 
crime contra o meio ambiente por 
decisão do seu órgão colegiado e no 
interesse da entidade poderá ser 
responsabilizada penalmente, 
embora não fique necessariamente 
sujeita às mesmas sanções 
aplicadas às pessoas físicas. 
 
(67) Constitui crime de preconceito 
racial a discriminação de alguém em 
decorrência de sua orientação 
sexual. 
 
(68) Importador ou prestador de 
serviço que promover propaganda 
com o objetivo de obter vantagem 
indevida com o produto fornecido ou 
o serviço prestado cometerá crime 
contra o consumidor. 
 
Em cada um dos itens que se 
seguem, é apresentada uma 
situação hipotética seguida de uma 
assertiva a ser julgada com relação 
a crime de tortura, crime hediondo, 
crime previdenciário e crime contra o 
idoso. 
 
(69) Cinco guardas municipais em 
serviço foram desacatados por dois 
menores. Após breve perseguição, 
um dos menores evadiu-se, mas o 
outro foi apreendido. Dois dos 
guardas conduziram o menor 
apreendido para um local isolado, 
imobilizaram-no, espancaram-no e 
ameaçaram-no, além de submetê-lo 
a choques elétricos. Os outros três 
guardas deram cobertura. Nessa 
situação, os cinco guardas 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
14 
 
municipais responderão pelo crime 
de tortura, incorrendo todos nas 
mesmas penas. 
 
(70) Paula, proprietária de uma casa 
de prostituição, induziu e passou a 
explorar sexualmente duas garotas 
de quinze anos de idade. Nessa 
situação, o crime praticado por Paula 
é hediondo e, por isso, insuscetível 
de anistia, graça e indulto. 
 
(71) Atuando como procurador de 
sua tia Bernardete — senhora 
aposentada de sessenta e três anos 
de idade, que se encontrava em 
pleno gozo de suas faculdades 
mentais —, Arquimedes, para 
satisfazer suas necessidades 
pessoais, passou a se apropriar dos 
valores da aposentadoria da tia. 
Nessa situação, o ato praticado por 
Arquimedes não caracteriza crime 
de apropriação indébita 
previdenciária, tipificado pelo Código 
Penal, mas sim crime contra o idoso, 
tipificado pelo Estatuto do Idoso. 
 
Em cada um dos itens seguintes, é 
apresentada uma situação hipotética 
seguida de uma assertiva a ser 
julgada, a respeito de crime de 
tráfico ilícito de entorpecentes, crime 
contra a criança e adolescente e 
crimes licitatórios. 
 
(72) Em viagem pela Europa, 
Ronaldo, primário, de bons 
antecedentes e não integrante de 
organização criminosa, adquiriu 
quinze cápsulas do entorpecente 
LSD com o objetivo de obter lucro 
capaz de custear as despesas com a 
viagem. De volta ao Brasil, Ronaldo 
foi preso em flagrante quando 
tentava vender a droga. Nessa 
situação, caso seja condenado pelo 
crime tráfico de entorpecentes, 
Ronaldo poderá obter a redução da 
pena de um sexto a dois terços. 
 
(73) Valdo recebeu por email um 
vídeo gravado por seu amigo Lucas 
com pornografia envolvendo uma 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
15 
 
adolescente e uma outra pessoa, 
maior de idade. Após assistir ao 
vídeo, Valdo arquivou as imagens no 
HD do seu computador. Nessa 
situação, a conduta de Lucas 
configurou crime de divulgação de 
vídeos com pornografia envolvendo 
adolescente, e a de Valdo foi atípica. 
 
(74) Alfredo foi acusado pelo MPF de 
cometer crime de fraude em licitação 
realizada por órgão federal. Após 
regular processamento da ação 
penal, o juiz reconheceu Alfredo 
como autor material da conduta. 
Nessa situação, além da pena 
privativa de liberdade, Alfredo estará 
sujeito, cumulativamente, à pena de 
multa, à proibição de contratar com o 
poder público, à suspensão 
temporária dos direitos políticos e à 
obrigação de ressarcir o erário pelos 
danos causados. 
 
Em cada um dos seguintes itens, é 
apresentada uma situação hipotética 
seguida de uma assertiva a ser 
julgada de acordo com o 
entendimento dos tribunais 
superiores acerca dasatribuições da 
PF na persecução criminal e da 
competência para o processamento 
e o julgamento de ação penal. 
 
(78) Uma investigação iniciada no 
âmbito da polícia judiciária de 
determinado estado da Federação 
buscava apurar crime de tortura 
praticado no interior de uma 
penitenciária estadual, com violação 
a direitos humanos. O crime ganhou 
repercussão internacional e, em 
razão disso, o IP foi encaminhado à 
apuração da PF. Nessa situação, a 
competência para processar e julgar 
o crime será deslocada para a justiça 
federal, já que, de regra, a atuação 
da PF produz tal efeito processual. 
 
(79) O prefeito de determinado 
município desviou, em proveito 
próprio, verba federal transferida e 
incorporada ao patrimônio municipal. 
Instaurado o competente IP, os 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
16 
 
autos foram relatados e 
encaminhados, pela autoridade 
policial, à justiça estadual. Nessa 
situação, agiu corretamente a 
autoridade policial ao encaminhar os 
autos à justiça comum estadual, a 
quem compete o processamento e o 
julgamento de casos como o 
relatado. 
 
(80) Em fiscalização aeroportuária, 
apreendeu-se grande quantidade de 
produtos oriundos de país 
estrangeiro, cuja comercialização é 
proibida no território nacional. 
Apurou-se que a entrada, no Brasil, 
dos produtos contrabandeados 
ocorreu em local diverso do de sua 
apreensão. Nessa situação, a 
competência para o processamento 
e o julgamento da ação, definida 
territorialmente, será a do local de 
entrada dos produtos ilegais no país. 
 
Em cada um dos seguintes itens, é 
apresentada uma situação hipotética 
seguida de uma assertiva a ser 
julgada com relação à competência 
para requerer o arquivamento de 
autos de IP e às consequências da 
promoção desse tipo de 
arquivamento. 
 
(81) Relatado o IP, sob a tese de 
atipicidade penal do fato, o MP 
requereu o arquivamento dos autos, 
o que foi determinado pelo 
competente juízo, em acolhimento à 
tese do MP. Nessa situação, o 
arquivamento dos autos nos termos 
do requerimento do MP impede a 
reabertura das investigações pela 
autoridade policial. 
 
(82) Requerido pelo procurador-
geral da República o arquivamento 
de IP, os autos foram encaminhados 
ao STF, órgão com competência 
originária para o processamento e o 
julgamento da matéria sob 
investigação, para as providências 
cabíveis. Nessa situação, o pedido 
do procurador-geral da República 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
17 
 
não estará sujeito a controle 
jurisdicional, devendo ser atendido. 
 
Julgue os seguintes itens, a respeito 
de suspeição e impedimento no 
âmbito do processo penal. 
 
(83) As hipóteses que impedem o 
juiz de exercer a sua jurisdição em 
determinado processo estão 
vinculadas a fatos e circunstâncias 
objetivas e subjetivas ligados, em 
regra, ao próprio processo. 
 
(84) As hipóteses de suspeição do 
juiz se referem a fatos e 
circunstâncias de origem externa ao 
processo e que poderão influenciar 
na decisão do órgão julgador. 
 
(85) O fato de não ser cabível a 
oposição de exceção de suspeição à 
autoridade policial na presidência do 
IP faz, por consequência, que não 
sejam cabíveis as hipóteses de 
suspeição em investigação criminal. 
 
Acerca de prisão, de liberdade 
provisória e de fiança, julgue os 
próximos itens de acordo com o 
entendimento do STF e a atual 
sistemática do Código de Processo 
Penal. 
 
(86) Situação hipotética: Um 
cidadão foi preso em flagrante pela 
prática do crime de corrupção ativa. 
A autoridade policial, no prazo legal 
do IP, remeteu os autos ao 
competente juízo, quando foi 
decretada a prisão preventiva do 
indiciado. Assertiva: Nessa 
situação, estão preenchidos os 
requisitos legais para a concessão 
da fiança, razão por que ela poderá 
ser concedida como contracautela 
da prisão anteriormente decretada. 
 
(87) Situação hipotética: A polícia 
foi informada da possível ocorrência 
de crime em determinado local. Por 
determinação da autoridade policial, 
agentes se dirigiram ao local e 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
18 
 
aguardaram o desenrolar da ação 
criminosa, a qual ensejou a prisão 
em flagrante dos autores do crime 
quando praticavam um roubo, que 
não chegou a ser consumado. Foi 
apurado, ainda, que se tratava de 
conduta oriunda de grupo 
organizado para a prática de crimes 
contra o patrimônio. Assertiva: 
Nessa situação, o flagrante foi lícito 
e configurou hipótese legal de ação 
controlada. 
 
(88) A inafiançabilidade nos casos 
de crimes hediondos não impede a 
concessão judicial de liberdade 
provisória, impedindo apenas a 
concessão de fiança como 
instrumento de obtenção dessa 
liberdade. 
 
Acerca de execução penal, de 
crimes de abuso de autoridade, de 
crimes contra a criança e o 
adolescente e de crimes contra o 
Sistema Financeiro Nacional, julgue 
os itens que se seguem. 
 
(89) O crime de estupro praticado 
contra criança ou adolescente é 
insuscetível de fiança. 
 
(90) Caberá recurso de apelação 
contra decisão do juízo da execução 
penal que indeferir pedido de 
livramento condicional ao apenado. 
 
(91) Delegado da PF não poderá 
instaurar, de ofício, IP para apurar 
crime de abuso de autoridade 
supostamente praticado por gestor 
público federal que age no exercício 
da função. 
 
(92) Em se tratando de crimes 
praticados por administrador ou 
gestor de pessoa jurídica de direito 
privado contra o Sistema Financeiro 
Nacional, a ação penal se processa 
mediante queixa oferecida pelo 
Banco Central do Brasil ou pela 
Comissão de Valores Mobiliários. 
 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
19 
 
Com referência à interceptação de 
comunicação telefônica, ao crime de 
tráfico ilícito de entorpecentes, ao 
crime de lavagem de capitais e a 
crimes cibernéticos, julgue os 
seguintes itens. 
 
(93) A interceptação da 
comunicação telefônica poderá ser 
realizada de ofício pela autoridade 
policial desde que o IP tenha como 
objetivo investigar crime hediondo, 
organização criminosa ou tráfico 
ilícito de entorpecentes. 
 
(94) Segundo entendimento do STJ, 
o adolescente apreendido em 
flagrante de ato infracional análogo 
ao tráfico de entorpecentes não 
ficará necessariamente sujeito à 
imposição de medida socioeducativa 
de internação. 
 
(95) Situação hipotética: Álvaro, 
servidor público federal, foi, por cinco 
anos, presidente da comissão de 
licitações de determinado órgão 
público federal. Em diversas 
ocasiões, Álvaro recebeu valores e 
bens para favorecer empresas nos 
certames licitatórios, e os transferiu 
para o patrimônio de Flávio, seu 
irmão, que os utilizava nos negócios 
da empresa da família, com vistas a 
ocultar o ingresso desses recursos e 
a sua origem ilícita. Assertiva: 
Nessa situação, Álvaro e Flávio 
responderão pelo crime de lavagem 
de capitais, e será da justiça federal 
a competência para processar e 
julgar a ação penal. 
 
(96) Situação hipotética: Um 
hacker invadiu os computadores do 
SERPRO e transferiu valores do 
Ministério do Planejamento para o 
seu próprio nome. Assertiva: Nessa 
situação, o IP para apurar a autoria e 
a materialidade do crime de invasão 
de dispositivo informático só poderá 
ser instaurado após representação 
formalizada pelo Ministério do 
Planejamento ou pelo SERPRO. 
 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
20 
 
Em cada um dos itens a seguir, é 
apresentada uma situação hipotética 
seguida de uma assertiva a ser 
julgada acerca de procedimentos 
dos juizados especiais criminais e de 
apuração de ato infracional. 
 
(97) Em fiscalização de rotina, 
policiais militares constataram que 
Rebeca conduzia em seu veículo 
dois papagaios capturados em 
floresta próxima, sem licença ou 
autorização de autoridadecompetente. Rebeca e os animais 
foram conduzidos à delegacia de 
polícia mais próxima. Nessa 
situação, o delegado deverá 
apreender os animais e, caso 
Rebeca se comprometa a 
comparecer, em dia e horário 
marcados, perante o juizado 
especial criminal, ele deverá lavrar 
termo circunstanciado da ocorrência 
e conceder liberdade a Rebeca, 
independentemente de fiança. 
 
(98) Um adolescente apreendido em 
flagrante de ato infracional análogo 
ao crime de roubo foi imediatamente 
conduzido a uma delegacia 
especializada. Nessa situação, a 
autoridade policial deverá lavrar o 
boletim de ocorrência 
circunstanciado, e, na presença dos 
pais ou do responsável, o 
adolescente, após assinar termo de 
compromisso e de responsabilidade, 
deverá ser imediatamente posto em 
liberdade. 
 
Em diligência com o objetivo de 
combater o tráfico internacional de 
entorpecentes, policiais federais 
localizaram uma plantação de 
maconha, onde encontraram 
equipamentos utilizados para 
embalar a droga. No local, foram 
apreendidos dinheiro e veículos e 
foram presas cinco pessoas que se 
encontravam na posse dos bens e 
cuidavam da plantação. 
 
Nessa situação hipotética, 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
21 
 
 
(99) independentemente de 
autorização judicial, a autoridade 
policial deverá proceder de forma a 
garantir a imediata destruição da 
plantação — que poderá ser 
queimada —, devendo preservar 
apenas quantidade suficiente da 
droga para a realização de perícia. 
 
(100) havendo indícios suficientes da 
existência de outros bens adquiridos 
pelos indivíduos presos com os 
proventos decorrentes da 
comercialização da maconha, a 
autoridade policial deverá 
imediatamente apreender esses 
bens, ainda que eles estejam na 
posse de terceiros, devendo, ainda, 
determinar às autoridades 
supervisoras do Banco Central do 
Brasil o bloqueio de valores 
existentes em movimentações 
bancárias em nome desses 
indivíduos presos. 
 
Delegado da PF instaurou IP para 
apurar crime cometido contra órgão 
público federal. Diligências 
constataram sofisticado esquema de 
organização criminosa criada com a 
intenção de fraudar programa de 
responsabilidade desse ente 
público. 
 
Com base nessas informações e 
com relação à prática de crime por 
organização criminosa, julgue os 
itens seguintes. 
 
(101) Se algum dos indiciados no 
âmbito desse IP apresentar 
elementos que justifiquem a 
celebração de acordo de 
colaboração premiada, e se a 
situação permitir a concessão do 
benefício a esse indiciado, o próprio 
delegado que estiver à frente da 
investigação poderá celebrar 
diretamente o acordo, devendo 
submetê-lo à homologação judicial. 
 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
22 
 
(102) A fim de dar celeridade às 
investigações e em face da 
gravidade da situação investigada, é 
possível a infiltração de agentes de 
polícia em tarefas da investigação, 
independentemente de prévia 
autorização judicial. 
 
Julgue os itens a seguir, relativos a 
modelos teóricos da criminologia. 
 
(103) Conforme a teoria ecológica, 
crime é um fenômeno natural e o 
criminoso é um delinquente nato 
possuidor de uma série de estigmas 
comportamentais potencializados 
pela desorganização social. 
 
(104) De acordo com a teoria da 
anomia, o crime se origina da 
impossibilidade social do indivíduo 
de atingir suas metas pessoais, o 
que o faz negar a norma imposta e 
criar suas próprias regras, conforme 
o seu próprio interesse. 
 
(105) Para a teoria da reação social, 
o delinquente é fruto de uma 
construção social, e a causa dos 
delitos é a própria lei; segundo essa 
teoria, o próprio sistema e sua 
reação às condutas desviantes, por 
meio do exercício de controle social, 
definem o que se entende por 
criminalidade. 
 
Roberto é empregado da empresa 
XYZ ME há trinta anos e pretende 
requerer ao INSS, em 1.º/10/2018, a 
concessão de aposentadoria por 
tempo de contribuição. 
 
Com referência a essa situação 
hipotética, julgue os itens a seguir. 
 
(106) Na situação descrita, o 
recolhimento mensal à seguridade 
social relativo ao empregado 
Roberto é composto pela parte 
arcada pelo empregado e pela parte 
arcada pelo empregador, sendo esta 
última correspondente a 20% do total 
das remunerações pagas, devidas 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
23 
 
ou creditadas a Roberto durante o 
mês. 
 
(107) As informações fornecidas são 
suficientes para se concluir que 
Roberto tem direito ao percebimento 
de aposentadoria por tempo de 
contribuição, por haver cumprido 
integralmente os requisitos para o 
gozo do benefício. 
 
(108) O salário de contribuição de 
Roberto corresponde ao valor de sua 
remuneração, respeitados os limites 
mínimo e máximo desse salário. 
 
Um segurado da previdência social, 
filiado em 1.º/3/2010, sofreu acidente 
de trabalho em 1.º/4/2010. Em 
1.º/5/2010, lhe foi concedido, pelo 
INSS, auxílio-doença, contabilizado 
desde a data do seu acidente até o 
dia 1.º/4/2011. Em 1.º/8/2018, o 
INSS revisou o ato administrativo de 
concessão desse benefício. 
 
Considerando essa situação 
hipotética, julgue os itens 
subsequentes. 
 
(109) Na revisão, o INSS não 
poderia anular o referido ato 
administrativo, salvo se tivesse 
comprovado má-fé, dada a 
ocorrência da decadência, uma vez 
que havia transcorrido mais de cinco 
anos desde a concessão do 
benefício. 
 
(110) Considere que o INSS, após a 
revisão do ato administrativo, tenha 
decidido pela sua anulação, sob o 
fundamento de que o segurado não 
haveria cumprido carência. Nessa 
situação, o fundamento utilizado pelo 
INSS não é procedente, pois o 
auxílio-doença independe de 
carência. 
 
Pedro é o responsável pelo 
adimplemento das contribuições 
previdenciárias de uma empresa de 
médio porte. Nos meses de janeiro a 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
24 
 
junho de 2018, a empresa entregou 
a Pedro o numerário correspondente 
ao valor das contribuições 
previdenciárias de seus 
empregados, mas Pedro, com dolo, 
deixou de repassá-lo à previdência 
social. Pedro é primário e de bons 
antecedentes. 
 
Nessa situação hipotética, 
 
(111) Pedro praticou o crime de 
sonegação de contribuição 
previdenciária. 
 
(112) a punibilidade de Pedro será 
extinta se, antes do início da ação 
fiscal, ele declarar, confessar e 
efetuar o recolhimento das 
prestações previdenciárias, 
espontaneamente e na forma do 
regulamento do INSS. 
 
(113) caso o repasse das 
contribuições previdenciárias ocorra 
após o início da ação fiscal e antes 
do oferecimento da denúncia, o juiz 
poderá deixar de aplicar a pena ou 
aplicar apenas a multa. 
 
Acerca de crédito tributário, 
competência tributária e Sistema 
Tributário Nacional, julgue os 
próximos itens. 
 
(114) Depósito judicial do montante 
integral do crédito tributário é causa 
suspensiva de exigibilidade. 
 
(115) As isenções tributárias 
onerosas e concedidas por prazo 
certo geram direito adquirido à sua 
fruição pelo beneficiário, no prazo 
em que for estipulado, desde que ele 
cumpra as condições previstas na 
lei. 
 
(116) Os estados e os municípios 
estão imunes à instituição de 
contribuições sociais, pela União, 
sobre os seus serviços. 
 
 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
25 
 
receitas arrecadadas R$ mil 
IPTU 14.000 
cota-parte no fundo de 
participação dos 
municípios 
5.000 
taxas 2.000 
aluguéis 2.000 
tarifas e preços públicos 1.000 
vendas de bens imóveis 1.000 
 
despesas 
empenhadas 
R$ mil 
pessoal 15.000 
despesas de custeio 3.000 
juros e encargos da 
dívida 
1.000 
obras públicas 3.000 
amortização da dívida 3.000 
 
Considere que, ao final de 2017, um 
município brasileiro tenha 
apresentado as informações 
precedentes,relativas à execução 
orçamentária e financeira naquele 
exercício financeiro. Com referência 
a essas informações, julgue os itens 
que se seguem. 
 
(117) O total de despesas de capital 
foi de R$ 6.000.000. 
 
(118) O total de receitas originárias 
foi de R$ 8.000.000. 
 
A empresa XZY Ltda., contribuinte 
do ICMS, pagava mensalmente esse 
tributo a determinado estado da 
Federação, no dia 15 de cada mês. 
No dia 30/6/2017, esse estado editou 
ato normativo que alterava a data do 
pagamento do referido tributo para 
o dia 10 de cada mês, entrando tal 
ato em vigor no dia 1.º/7/2017. Sem 
saber da alteração, a empresa XZY 
Ltda. pagou o tributo no dia 
15/7/2017, o que acarretou multa e 
juros de mora pelo pagamento com 
atraso. 
 
Nessa situação hipotética, 
 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
26 
 
(119) a antecipação do prazo para o 
pagamento do ICMS só poderia ter 
sido feita por lei e somente poderia 
ter entrado em vigor no exercício 
financeiro seguinte. 
 
(120) a penalidade pecuniária 
aplicada à empresa XZY Ltda. Pelo 
pagamento do ICMS com atraso 
constitui uma obrigação acessória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
27 
 
GABARITO 
(1) C (26) E 
(2) C (27) C 
(3) E (28) C 
(4) E (29) C 
(5) C (30) E 
(6) E (31) C 
(7) C (32) X 
(8) C (33) E 
(9) E (34) C 
(10) C (35) C 
(11) E (36) E 
(12) C (37) C 
(13) E (38) E 
(14) C (39) C 
(15) E (40) E 
(16) E (41) E 
(17) E (42) C 
(18) C (43) E 
(19) C (44) C 
(20) X (45) X 
(21) E (46) C 
(22) E (47) E 
(23) C (48) C 
(24) E (49) C 
(25) E (50) E 
(51) C (77) E 
(52) E (78) E 
(53) E (79) C 
(54) C (80) E 
(55) C (81) C 
(56) E (82) C 
(57) C (83) E 
(58) C (84) C 
(59) E (85) E 
(60) E (86) E 
(61) E (87) E 
(62) C (88) C 
(63) C (89) C 
(64) E (90) E 
(65) E (91) C 
(66) C (92) E 
(67) E (93) E 
(68) C (94) C 
(69) C (95) C 
(70) C (96) E 
(71) C (97) C 
(72) C (98) E 
(73) E (99) C 
(74) E (100) E 
(75) E (101) C 
(76) X (102) E 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
28 
 
(103) E (112) C 
(104) C (113) C 
(105) C (114) C 
(106) C (115) C 
(107) E (116) E 
(108) C (117) C 
(109) E (118) E 
(110) C (119) E 
(111) E (120) E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
29 
 
JUSTIFICATIVA 
RESUMIDA 
 
(1) C – Art. 13, VI, §3º, e art. 25, II, 
ambos da Lei nº 8.666/93. 
 
(2) C – Art. 1º e parágrafo único, e 
art. 2º, §1º, ambos da Lei nº 
10.520/2002. 
 
(3) E – O art. 24 da Lei nº 8.666/93 
trata de rol taxativo de dispensa de 
licitação. Nos termos do art. 13, §1º, 
da Lei nº 8.666/93: “Ressalvados os 
casos de inexigibilidade de licitação, 
os contratos para a prestação de 
serviços técnicos profissionais 
especializados deverão, 
preferencialmente, ser celebrados 
mediante a realização de concurso, 
com estipulação prévia de prêmio ou 
remuneração.”. O art. 23, II, da lei de 
licitações não trata da modalidade 
concurso. Ainda que utilizado os 
valores mencionados no art. 24, II, 
da lei de licitações, a questão 
continuaria errada pelo valor de R$ 
18.000,00 ser acima do permitido. 
 
(4) E – O Poder Judiciário não pode 
analisar o mérito administrativo dos 
atos discricionários (não pode 
realizar controle de mérito). Lembre-
se dos requisitos do ato 
administrativo: COM-FI-FOR-M-Ob 
COMpetência, FInalidade, FORma = 
podem ser analisados pelo Poder 
Judiciário em qualquer ato 
administrativo; Motivo e Objeto = é o 
mérito administrativo (oportunidade 
e conveniência) e não pode ser 
analisado pelo Poder Judiciário. 
Contudo, o Poder Judiciário pode 
analisar a legalidade, legitimidade, 
proporcionalidade e razoabilidade do 
ato discricionário, MAS isso não se 
confunde com controle de mérito. 
Outra diferença é que no controle de 
mérito administrativo acontece a 
revogação do ato e o Poder 
Judiciário não pode revogar o ato 
administrativo, mas sim anular. 
 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
30 
 
(5) C – Art. 70, caput, CF: “A 
fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e 
patrimonial da União e das entidades 
da administração direta e indireta, 
quanto à legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicação das 
subvenções e renúncia de receitas, 
será exercida pelo Congresso 
Nacional, mediante controle externo, 
e pelo sistema de controle interno de 
cada Poder”. Art. 71, caput, CF: 
“Art. 71. O controle externo, a cargo 
do Congresso Nacional, será 
exercido com o auxílio do Tribunal de 
Contas da União, ao qual compete:”. 
 
(6) E – A demissão de servidor 
público é fundamentada no poder 
hierárquico e no poder disciplinar 
(nessa situação, o poder disciplinar 
decorre do poder hierárquico). É 
característica do poder hierárquico 
fiscalizar e aplicar sanções. Também 
incide o poder disciplinar quando a 
administração pune o servidor, em 
razão da existência de vínculo 
jurídico específico entre eles. 
 
(7) C – O examinador pretende saber 
se o poder de polícia, na fase de 
fiscalização, pode ser outorgado à 
uma entidade da administração 
pública indireta com personalidade 
jurídica de direito privado. O STJ 
entende possível que empresa 
pública e sociedade de economia 
mista (entidades da administração 
pública indireta com personalidade 
jurídica de direito privado) possam 
exercer, mediante outorga legal, 
poder de polícia referente aos atos 
de consentimento e fiscalização. Já 
os atos de legislação e de sanção 
não podem ser exercidos por essas 
entidades, visto que decorem do 
poder de império do Estado. 
Registra-se que o TJSP entendeu 
que a TRANSERP (sociedade de 
economia mista do Município de 
Ribeirão Preto/SP) tem autonomia 
para aplicar multa à motoristas 
infratores. 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
31 
 
 
(8) C – Art. 10, I, da Lei nº 8429/92, 
na modalidade culposa. 
 
(9) E – O agente está sujeito ao 
regramento da Lei nº 8112/90, que 
prevê no art. 127 as modalidades de 
penalidade disciplinar. No inciso III 
do referido artigo é prevista a 
penalidade de demissão. Já o art. 
132, IV e X, da Lei nº 8112/90, 
determina ser aplicável a penalidade 
de demissão a improbidade 
administrativa e a lesão aos cofres 
públicos. 
 
(10) C – Art. 12, II, da Lei nº 8429/92. 
Art. 37, §4º, CF. 
 
(11) E – Não há responsabilidade 
objetiva na lei de improbidade 
administrativa. Art. 5º e art. 10, 
caput, ambos da Lei nº 8429/92. É 
necessária a comprovação do 
elemento subjetivo dolo ou culpa. 
 
(12) C – Art. 37, XVI, CF, trata da 
possibilidade de acumulação de 
cargo público. Veja-se, ainda, trecho 
da ementa do julgado pelo STF (ARE 
1016102): “5. A Constituição Federal 
declara expressamente a 
possibilidade de acumulação de 
um cargo técnico ou científico com 
um de professor. O cargo de 
Delegado da Polícia Federal é de 
natureza técnica, considerando que 
exige a formação em Direito. De fato, 
não havendo incompatibilidade de 
horários, nada impede que 
um Delegado da Polícia Federal 
possa lecionar, sendo 
inconstitucional qualquer restrição 
imposta nesse sentido.” 
 
(13) E – O art. 37, II, CF, trata dos 
servidores com “nomeações para 
cargo em comissão declarado em lei 
de livre nomeação e exoneração” – 
ad nutum. Acontece que pela teoria 
dos motivos determinantes, a 
validade do ato administrativo (ainda 
que se trata de ato administrativo 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
32 
 
discricionário) está vinculada ao 
motivo declarado para a prática de 
tal ato. No caso de exoneração ad 
nutum, o administradornão precisa 
motivar o ato, MAS se ainda assim 
esse administrador motivar o ato, a 
validade da exoneração está 
vinculada ao motivo declarado. Se o 
motivo declarado é inexistente ou 
inválido, o ato de exoneração ad 
nutum se torna inválido. 
 
(14) C – Sobre esse tema, ver 
postagem no meu Instagram 
@castrothomazini, na área de 
feeds, com o título: Para não errar 
mais na prova – Responsabilidade 
Civil do Estado. O Estado tem 
responsabilidade civil objetiva 
quando está na guarda de algo ou 
alguém. No caso de detento ou 
crianças de uma escola pública, o 
Estado tem responsabilidade civil 
objetiva. A modalidade da 
responsabilidade civil objetiva é a 
teoria do risco administrativo, sendo 
apenas necessário demonstrar fato 
ou ato administrativo, nexo causal e 
dano. Ou seja, não é preciso 
demonstrar o dolo ou a culpa. 
 
(15) E – Novamente, recomendo 
sobre esse tema ver postagem no 
meu Instagram @castrothomazini, 
na área de feeds, com o título: 
Para não errar mais na prova – 
Responsabilidade Civil do Estado. 
Art. 37, §6º, CF. As causas que 
rompem o nexo de causalidade da 
responsabilidade civil do Estado são 
1) culpa exclusiva da vítima; 2) culpa 
exclusiva de terceiro; 3) caso fortuito 
ou força maior. Quando o agente 
público pratica o ato com causa 
excludente de antijuridicidade, em 
regra, o Estado não estará 
responsável civilmente. Acontece 
que em legitima defesa putativa ou 
estado de necessidade agressivo, 
a responsabilidade civil do Estado 
permanece. 
 
(16) E – Essa concepção de 
soberania limitada vem em 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
33 
 
contraposição à ideia clássica de 
que o Poder Constituinte Originário é 
ilimitado (e ressalto, juridicamente 
ilimitado). Por essa concepção, a 
limitação da soberania não advém 
de uma – inexistente – divisão da 
titularidade do Poder Constituinte 
Originário (esse sempre foi e sempre 
será do povo), mas sim dos demais 
Estados e povos da comunidade 
internacional – fundando um 
constitucionalismo globalizado. Ou 
seja, não pode o Poder Constituinte 
Originário, sob o argumento de 
soberania, descumprir 
compromissos internacionais 
fundamentais (como a proteção dos 
direitos humanos) e violar a legítima 
expectativa da comunidade 
internacional (por exemplo, não 
financiar o terrorismo). 
 
(17) E – É a Constituição em 
sentido político, de Carl Schmitt, 
que afirma que a Constituição é uma 
decisão política fundamental 
tomada pelo titular do Poder 
Constituinte Originário. Lembro que, 
por essa concepção, o titular do 
poder constituinte, por uma vontade 
política fundamental, toma a 
decisão de produzir um documento 
(a Constituição) que disciplina a 
existência política de um Estado. 
Essa concepção admite, ainda, a 
distinção entre Constituição (são os 
dispositivos constantes no texto da 
Constituição e que tratam da 
organização do Estado, limitação 
dos poderes, a previsão de direitos e 
garantias – são as normas 
materialmente constitucionais) e leis 
constitucionais (são as normas 
formalmente constitucionais, são os 
dispositivos presentes no texto da 
Constituição, mas que não têm a 
mesma dignidade e relevância das 
normas materialmente 
constitucionais). Para finalizar a 
questão, a Constituição em 
sentido sociológico, de Ferdinand 
Lassalle, afirma que a Constituição é 
um fato social determinado pela 
soma dos fatores reais de poder 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
34 
 
(as forças sociais que governam 
uma determinada sociedade). Pela 
concepção sociológica, a 
Constituição só seria realmente 
observada (só seria uma 
Constituição real) se os 
dispositivos do texto constitucional 
corresponder com a vontade da 
soma dos fatores reais de poder, 
caso contrário a Constituição seria 
uma mera folha de papel. 
 
(18) C – Efetivamente, para um texto 
de lei ser considerado uma 
Constituição é preciso prever 
normas que tratem da organização 
do Estado, da limitação dos Poderes, 
da definição de direitos e garantias 
fundamentais do indivíduo, do 
exercício e da transmissão do poder 
e, também, prever um rito formal e 
mais rigoroso para possibilitar sua 
legítima alteração. Sem essa rigidez 
constitucional, inexiste a ideia de 
hierarquia de normas (pirâmide de 
Kelsen) e controle de 
constitucionalidade. 
 
(19) C – Essa concepção de sentido 
lógico-jurídico e jurídico positivo 
advém da Constituição em sentido 
jurídico, de Hans Kelsen. Por essa 
concepção, a Constituição tem dois 
sentidos: o primeiro (lógico-jurídico), 
a Constituição é a norma 
fundamental hipotética – que é o 
Poder Constituinte Originário e que 
dá existência e validade à 
Constituição; o segundo (jurídico-
positivo), a Constituição é texto das 
normas constitucionais (não 
importando se esses dispositivos 
são normas materialmente ou 
formalmente constitucionais) e que 
tem superioridade hierárquica às 
demais leis do ordenamento jurídico. 
 
(20) X – A questão foi anulada, mas 
vamos à análise. Veja o seguinte 
precedente: AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIADE – 
PROCESSO DE REFORMA DA 
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL – 
NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
35 
 
DOS REQUISITOS 
ESTABELECIDOS NA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ART. 
60, §§ 1º A 5º) – IMPOSSIBILIDADE 
CONSTITUCIONAL DE O ESTADO-
MEMBRO, EM DIVERGÊNCIA COM 
O MODELO INSCRITO NA LEI 
FUNDAMENTAL DA REPÚBLICA, 
CONDICIONAR A REFORMA DA 
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL À 
APROVAÇÃO DA RESPECTIVA 
PROPOSTA POR 4/5 (QUATRO 
QUINTOS) DA TOTALIDADE DOS 
MEMBROS INTEGRANTES DA 
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA – 
EXIGÊNCIA QUE VIRTUALMENTE 
ESTERILIZA O EXERCÍCIO DA 
FUNÇÃO REFORMADORA PELO 
PODER LEGISLATIVO LOCAL – A 
QUESTÃO DA AUTONOMIA DOS 
ESTADOS-MEMBROS (CF, ART. 
25) – SUBORDINAÇÃO JURÍDICA 
DO PODER CONSTITUINTE 
DECORRENTE ÁS LIMITAÇÕES 
QUE O ÓRGÃO INVESTIDO DE 
FUNÇÕES CONSTITUCIONAIS 
PRIMÁRIAS OU ORIGINÁRIAS 
ESTABELECEU NO TEXTO DA 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA: 
“É NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
QUE SE LOCALIZA A FONTE 
JURÍDICA DO PODER 
CONSTITUINTE DO ESTADO-
MEMBRO” (RAUL MACHADO 
ORTA) – O SIGNIFICADO DA 
CONSTITUIÇÃO E OS ASPECTOS 
DE MULTIFUNCIONALIDADE QUE 
LHE SÃO INERENTES – PADRÃO 
NORMATIVOS QUE SE IMPÕEM À 
OBSERVÂNCIA DOS ESTADOS-
MEMBROS EM TEMA DE 
REFORMA DE SUA PRÓPRIA 
CONSTITUIÇÃO – 
INCONSTITUCIONALIDADE 
CARACTERIZADA – AÇÃO DIRETA 
PROCEDENTE. (ADI 4867). Dessa 
decisão surgem duas importantes 
conclusões: 1) Pelo princípio da 
simetria, as Constituições Estaduais 
devem observar as normas de 
processo legislativo da Constituição 
Federal (é norma de reprodução 
obrigatória); 2) Fixar o quórum de 
aprovação de proposta de emenda à 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
36 
 
Constituição em 4/5 é 
inconstitucional por “virtualmente 
esterilizar o exercício da função 
reformadora”. 
 
(21) E – Trecho da ementa da ADC 
41 julgada pelo STF: “2. Ademais, a 
fim de garantir a efetividade da 
política em questão, também é 
constitucional a instituição de 
mecanismos para evitar fraudes 
pelos candidatos. É legítima a 
utilização, além da autodeclaração, 
de critérios subsidiários de 
heteroidentificação (e.g., a exigência 
de autodeclaração presencial 
perante a comissão do concurso), 
desde que respeitada a dignidade da 
pessoa humana e garantidos o 
contraditório e a ampla defesa”. Ou 
seja, o STF admite a definição de 
outros critérios (subsidiários), desde 
que respeitada a dignidade da 
pessoa humana e garantidos o 
contraditório e a ampla defesa. 
 
(22) E – O art. 37, I, CF (“os cargos, 
empregos e funções públicas são 
acessíveis aos brasileiros que 
preencham os requisitos 
estabelecidos em lei, assim como 
aos estrangeiros, na forma da lei”). 
Na parte referente aos estrangeiros, 
é norma constitucional de eficácia 
limitadae aplicabilidade indireta, 
mediata e reduzida. Ou seja, a 
norma constitucional de eficácia 
limitada depende de uma futura 
norma infraconstitucional que 
complementa as formas de 
incidência da norma constitucional. 
Assim, o estrangeiro – por exemplo 
– tem direito à concorrer em cargos 
públicos (a CF conferiu esse direito), 
mas o exercício desse direito 
somente poderá ser efetivamente 
praticado quando uma lei futura 
definir quais requisitos e em que 
condições o estrangeiro pode 
assumir o cargo público. Enquanto 
não existir essa lei futura, a norma 
constitucional permanece com sua 
eficácia limitada. 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
37 
 
 
(23) C – Trecho da ementa da ADI 
4451 julgada pelo STF: “5. O direito 
fundamental à liberdade de 
expressão não se direciona somente 
a proteger as opiniões supostamente 
verdadeiras, admiráveis ou 
convencionais, mas também 
aquelas que são duvidosas, 
exageradas, condenáveis, satíricas, 
humorísticas, bem como as não 
compartilhadas pelas maiorias. 
Ressalte-se que, mesmo as 
declarações errôneas, estão sob a 
guarda dessa garantia 
constitucional”. Lembro que essa 
liberdade de manifestação não 
significa autorização para cometer 
crimes. Ou seja, é inconstitucional a 
censura prévia. Mas, se da liberdade 
de manifestação acontecer 
excessos, a pessoa ou veículo de 
imprensa serão responsabilizados. 
 
(24) E – ADI 3074, julgada pelo STF: 
“CONSTITUCIONAL. NATUREZA 
SECUNDÁRIA DE ATO 
NORMATIVO REGULAMENTAR. 
RESOLUÇÃO DO CONAMA. 
INADEQUAÇÃO DO CONTROLE 
DE CONSTITUCIONALIDADE. 
PRECEDENTES. AGRAVO 
DESPROVIDO. 1. Não se admite a 
propositura de ação direta de 
inconstitucionalidade para impugnar 
Resolução do CONAMA, ato 
normativo regulamentar e não 
autônomo, de natureza secundária. 
O parâmetro de análise dessa 
espécie de ato é a lei regulamentada 
e não a Constituição”. O objeto de 
uma ADI é lei ou ato normativo 
federal ou estadual. Tanto a lei 
quanto o ato normativo necessitam 
de ter generalidade e abstração. Um 
regulamento que não decorra 
diretamente da Constituição é ato 
normativo secundário (ausência de 
caráter autônomo). O caso abordado 
pela questão trata de regulamento 
que não possui caráter autônomo 
(não é ato normativo primário), é ato 
meramente regulamentar, sendo 
que eventual ofensa à Constituição é 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
38 
 
indireta ou reflexa. O caso se resolve 
pelo conflito de legalidade e não pelo 
controle de constitucionalidade. 
 
(25) E – ADI 1969, julgada pelo STF: 
“AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. 
DECRETO 20.098/99, DO 
DISTRITO FEDERAL. LIBERDADE 
DE REUNIÃO E DE 
MANIFESTAÇÃO PÚBLICA. 
LIMITAÇÕES. OFENSA AO ART. 5º, 
XVI, DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. I. A liberdade de reunião 
e de associação para fins lícitos 
constitui uma das mais importantes 
conquistas da civilização, enquanto 
fundamento das modernas 
democracias políticas. II. A restrição 
ao direito de reunião estabelecida 
pelo Decreto distrital 20.098/99, a 
toda evidência, mostra-se 
inadequada, desnecessária e 
desproporcional quando confrontada 
com a vontade da Constituição (Wille 
zur Verfassung). III. Ação direta 
julgada procedente para declarar a 
inconstitucionalidade do Decreto 
distrital 20.098/99”. CUIDADO: A 
adequada resolução da questão 
exige, ainda, o conhecimento da 
Súmula/STF nº 642: “Não cabe 
ação direta de inconstitucionalidade 
de lei do Distrito Federal derivada da 
sua competência legislativa 
municipal”. Para facilitar a 
compreensão: O Distrito Federal 
soma as atribuições estaduais e 
municipais (lembro que existem 
exceções, por exemplo o Poder 
Judiciário e o MP no DF são órgãos 
da União. Já a Defensoria Pública é 
órgão distrital não vinculada ao 
Poder Executivo distrital). Ou seja, 
lei ou ato normativo distrital fundada 
em sua competência estadual pode 
ser objeto de controle de 
constitucionalidade no STF. Já a lei 
ou ato normativo distrital fundada em 
sua competência municipal NÃO 
pode ser objeto de controle de 
constitucionalidade no STF (seria 
ofensa à Súmula/STF nº 642). Na 
questão, o Governador do Distrito 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
39 
 
Federal (Chefe do Poder Executivo 
distrital) utilizou de uma atribuição 
conferida pela Lei Orgânica Distrital 
(fundada na competência estadual) e 
pela Constituição Federal para editar 
um ato normativo. Referido ato 
normativo é considerado primário 
porque é fundamentado em 
atribuição dada pela Constituição 
Federal e pela Lei Orgânica Distrital 
(na parte de atribuições de uma 
constituição estadual) e não por lei 
ordinária ou complementar (aí seria 
ato normativo secundário – conflito 
de legalidade). Por isso que o 
referido Decreto Distrital possui 
generalidade, abstração e é 
autônomo (não mero ato 
regulamentar), podendo ser objeto 
de controle de constitucionalidade no 
STF. 
 
(26) E – A competência para 
processar e julgar o crime é da 
Justiça Federal. Art. 109, V, CF. Os 
crimes de difusão ou aquisição de 
material pornográfico envolvendo 
criança ou adolescente são previstos 
no art. 241, no art. 241-A e no art. 
241-B, todos do ECA. O STF, no 
julgamento do RE 628624, fixou a 
tese de que (Informativo 805): 
“Compete à Justiça Federal 
processar e julgar os crimes 
consistentes em disponibilizar ou 
adquirir material pornográfico 
envolvendo criança ou adolescente 
[artigos 241, 241-A e 241-B da Lei 
8.069/1990] quando praticados por 
meio da rede mundial de 
computadores”. 
 
(27) C – Trecho da ementa do ARE 
694.294 RG, julgado pelo STF com 
repercussão geral: “ILEGITIMIDADE 
ATIVA "AD CAUSAM" DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO PARA, EM 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA, DEDUZIR 
PRETENSÃO RELATIVA À 
MATÉRIA TRIBUTÁRIA. 
REAFIRMAÇÃO DA 
JURISPRUDÊNCIA DA CORTE. 
REPERCUSSÃO GERAL 
RECONHECIDA”. 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
40 
 
 
(28) C – Art. 24, XVI, CF. 
 
(29) C – Trecho da ementa do ARE 
654.432, julgado pelo STF: “1. A 
atividade policial é carreira de 
Estado imprescindível à manutenção 
da normalidade democrática, sendo 
impossível sua complementação ou 
substituição pela atividade privada. A 
carreira policial é o braço armado do 
Estado, responsável pela garantia da 
segurança interna, ordem pública e 
paz social. E o Estado não faz greve. 
O Estado em greve é anárquico. A 
Constituição Federal não permite. 2. 
Aparente colisão de direitos. 
Prevalência do interesse público e 
social na manutenção da segurança 
interna, da ordem pública e da paz 
social sobre o interesse individual de 
determinada categoria de servidores 
públicos. Impossibilidade absoluta 
do exercício do direito de greve às 
carreiras policiais”. Destaco, ainda, 
trecho da tese firmada em 
repercussão geral: “O exercício do 
direito de greve, sob qualquer forma 
ou modalidade, é vedado aos 
policiais civis e a todos os servidores 
públicos que atuem diretamente na 
área de segurança pública”. Por 
essa tese firmada em repercussão 
geral, todas as carreiras da 
segurança pública (polícia civil, 
polícia federal, polícia rodoviária 
federal, polícia militar, polícias 
penais, corpo de bombeiros militar, 
polícia ferroviária federal e as 
guardas municipais) estão 
constitucionalmente impedidas de 
realizar greve. 
 
(30) E – Art. 109, IV, CF. 
 
(31) C – Art. 1º, caput, e art. 2, caput, 
ambos da Lei de Introdução às 
Normas de Direito Brasileiro. Lembro 
que o mencionado art. 1º, caput, 
trata da chamada vacatio legis. 
 
(32) X – A questão foi anulada, mas 
vamos tentar analisar alguma coisa. 
Art. 2º, §§ 1º e 2º, e art. 6º, caput, e 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
41 
 
§1º, todos da Lei de Introdução às 
Normas de Direito Brasileiro: 
Art. 2o Não se destinando à 
vigência temporária, alei terá vigor 
até que outra a modifique ou 
revogue. § 1o A lei posterior revoga 
a anterior quando expressamente o 
declare, quando seja com ela 
incompatível ou quando regule 
inteiramente a matéria de que 
tratava a lei anterior. § 2o A lei nova, 
que estabeleça disposições gerais 
ou especiais a par das já existentes, 
não revoga nem modifica a lei 
anterior. Art. 6º A Lei em vigor terá 
efeito imediato e geral, respeitados o 
ato jurídico perfeito, o direito 
adquirido e a coisa julgada. § 1º 
Reputa-se ato jurídico perfeito o já 
consumado segundo a lei vigente ao 
tempo em que se efetuou. O 
comando da questão não menciona 
se as partes estão discutindo 
judicialmente os efeitos de um 
contrato que foi (ou não) 
integralmente cumprido 
anteriormente à vigência da nova lei 
(se houve ato jurídico perfeito). A 
ausência dessa informação 
prejudica o prosseguimento da 
análise da questão. 
 
(33) E – Art. 2º, §§ 2º e 3º, da Lei de 
Introdução às Normas de Direito 
Brasileiro: § 2o A lei nova, que 
estabeleça disposições gerais ou 
especiais a par das já existentes, 
não revoga nem modifica a lei 
anterior. § 3o Salvo disposição em 
contrário, a lei revogada não se 
restaura por ter a lei revogadora 
perdido a vigência. A questão 
mistura os institutos da derrogação 
com o da repristinação. No primeiro 
instituto, a lei especial não revoga a 
lei geral, mas sim derroga – ou seja, 
a lei geral continua tendo 
aplicabilidade para todas as 
situações gerais, salvo a situação 
específica prevista na lei especial. 
No segundo instituto, a nova lei 
revoga (retira do mundo jurídico) a lei 
antiga – caso a lei nova perca a 
vigência, a lei antiga não volta a valer 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
42 
 
e ter aplicabilidade. CUIDADO, no 
caso de declaração de 
inconstitucionalidade da lei nova, a 
lei antiga volta a valer (já que a lei 
inconstitucional é nula e não produz 
efeitos no mundo jurídico, inclusive o 
de revogar a lei antiga). 
 
(34) C – Art. 17, §§ 7º, 8º, 10, todos 
da Lei nº 8429/92. Quanto ao 
princípio do in dubio pro societate no 
processamento do ato de 
improbidade administrativa, veja-se 
trecho da ementa do REsp nº 
1192758, julgado pelo STJ: “2. A 
jurisprudência desta Corte tem 
asseverado que "é suficiente a 
demonstração de indícios razoáveis 
de prática de atos de improbidade e 
autoria, para que se determine o 
processamento da ação, em 
obediência ao princípio do in dubio 
pro societate, a fim de possibilitar o 
maior resguardo do interesse 
público" (REsp 1.197.406/MS, Rel. 
Ministra Eliana Calmon, Segunda 
Turma, DJe 22/8/2013).” 
 
(35) C – Veja-se trecho da ementa 
do REsp nº 896.044, julgado pelo 
STJ: “5. Nas Ações de Improbidade, 
inexiste litisconsórcio necessário 
entre o agente público e os terceiros 
beneficiados com o ato ímprobo, por 
não estarem presentes nenhuma 
das hipóteses previstas no art. 47 do 
CPC (disposição legal ou relação 
jurídica unitária). Precedentes do 
STJ. (...) 8. Convém registrar que a 
recíproca não é verdadeira, tendo 
em vista que os particulares não 
podem ser responsabilizados com 
base na LIA sem que figure no polo 
passivo um agente público 
responsável pelo ato questionado, o 
que não impede, contudo, o eventual 
ajuizamento de Ação Civil Pública 
comum para obter o ressarcimento 
do Erário. Precedente do STJ.” 
 
(36) E – É pacífica a jurisprudência 
de que o ato de improbidade 
administrativa está sujeito à 
prescrição. Contudo, a condenação 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
43 
 
de ressarcimento ao erário é 
imprescritível. Art. 37, §5º, CF. 
 
(37) C – Art. 297, §2º, CP. 
 
(38) E – Art. 181, inc. I, da Lei nº 
11.101/05. Não há o impedimento 
para ser sócio, só não pode exercer 
a função de gerência. 
 
(39) C – Art. 180 da Lei nº 11.101/05. 
 
(40) E – A Convenção de Palermo 
trata da Convenção das Nações 
Unidas contra o Crime Organizado 
Transnacional. Referido documento 
internacional, após subscrito pelo 
Presidente da República (Chefe de 
Estado – responsável por 
representar internacionalmente o 
Brasil), deve ser aprovado pelo 
Congresso Nacional mediante um 
decreto legislativo. Após, o 
Presidente do Senado Federal faz a 
promulgação do texto e, ao final, 
encaminha para o Presidente da 
República que faz ratificação e 
expede um decreto de execução. 
Somente com o decreto de execução 
é que o documento internacional 
passa a ter sua observância interna 
(no país). 
 
(41) E – A internalização de um 
tratado ou convenção internacional 
não atribui o status de lei 
complementar. E outra o Protocolo 
Adicional à Convenção de Palermo 
que tratou do Tráfico Internacional 
de Pessoas tem cunho de direitos 
humanos, visto que trata de um tipo 
de escravidão. Nesse sentido, os 
tratados e convenções 
internacionais sobre direitos 
humanos internalizados pelo 
regramento do art. 5º, §3º, CF, terão 
status de norma constitucional. 
Agora, se esses tratados e 
convenções internacionais de 
direitos humanos forem 
internalizados sem o regramento do 
art. 5º, §3º, CF, terão status de 
norma supralegal (acima das leis 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
44 
 
infraconstitucionais e abaixo das 
normas constitucionais). 
 
(42) C – O asilo político é 
mencionado no art. 27 da Lei nº 
13.445/17. O Tratado de Direito 
Penal Internacional de Montevidéu 
declara que o asilo político é uma 
instituição humanitária e não está 
sujeita a reciprocidade. Pelo asilo 
político, um Estado acolhe um sujeito 
que é perseguido em seu país ou 
outros países, por razões de 
divergências sobre questões 
políticas. 
 
(43) E – Art. 5º, §4º, CF: “O Brasil se 
submete à jurisdição de Tribunal 
Penal Internacional a cuja criação 
tenha manifestado adesão”. O 
Decreto nº 4.388/02, internalizou o 
Estatuto de Roma que trata do 
Tribunal Penal Internacional. 
Ressalto que não se trata de 
extradição de brasileiro, MAS sim de 
entrega. 
 
(44) C – Art. 2º e art. 3º, ambos da 
Lei nº 8.617/93. 
 
(45) X – A questão foi anulada, mas 
vamos à sua análise. Os Estados 
são os sujeitos de direito 
internacional primários. Atualmente, 
é reconhecido que os indivíduos 
também são sujeitos de direito 
internacional. Classicamente, 
entende-se que a ONU e outras 
organizações internacionais são 
sujeitos secundários de direto 
internacional, já que derivam da 
vontade e do compromisso dos 
sujeitos primários de direito 
internacional. 
 
(46) C – O visto em passaporte – 
diplomático ou não – é mera 
expectativa de direito porque se trata 
de soberania do Estado aceitar ou 
não que o indivíduo ingresse em seu 
território. Contudo, aceito o ingresso 
do indivíduo, efetivamente o Estado 
passa a ter deveres com o 
estrangeiro, como os decorrentes da 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
45 
 
Convenção de Viena sobre Relações 
Diplomáticas. 
 
(47) E – Súmula Vinculante nº 56: 
“A falta de estabelecimento penal 
adequado não autoriza a 
manutenção do condenado em 
regime prisional mais gravoso, 
devendo-se observar, nessa 
hipótese os parâmetros fixados no 
RE 641.320/RS”. 
 
(48) C – Trata do princípio da 
continuidade normativa típica: é 
quando uma lei que estabelece uma 
conduta como criminosa é alterada 
por nova lei, mas a nova lei continua 
a prever aquela conduta como crime. 
Para a existência da continuidade 
normativa típica não pode a lei antiga 
(que previa o crime) ser revogada e, 
passado um dia que seja, a nova lei 
novamente criminalizar a conduta. A 
nova lei deve manter a 
criminalização da conduta ao mesmo 
tempo em que revoga/altera a lei 
antiga. 
 
(49) C – Art. 70, caput, segunda 
parte, CP: “Art. 70 - Quando o 
agente, mediante uma só ação ou 
omissão, prática dois ou mais 
crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis 
ou, se iguais, somente uma delas, 
mas aumentada, em qualquer caso, 
de um sexto até metade. As penas 
aplicam-se, entretanto, 
cumulativamente, se a ação ou 
omissão é dolosa e os crimes 
concorrentes resultam de 
desígnios autônomos, consoante 
o disposto no artigo anterior”. No 
concurso formal, o agente realiza 
uma única ação ou omissão que 
produz dois ou mais resultados. Na 
questão, 1) o agente praticou uma 
ação: ao envenenar o sistema de 
ventilação; 2) e produziu dois 
resultados: a morte de duas 
pessoas. Mas com desígnios 
autônomos: intenção de praticar 
ambos os delitos (lembro que devem 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
46 
 
ser condutas dolosas – seja com 
dolo direito ou eventual). 
 
(50) E – Súmula/STJ 567: “Sistema 
de vigilância realizado por 
monitoramento eletrônico ou por 
existência de segurança no interior 
de estabelecimento comercial, por si 
só, não torna impossível a 
configuração do crime de furto.” 
 
(51) C – Em razão do emprego da 
violência ou grave ameaça, não se 
aplica o instituto do arrependimento 
posterior (art. 16 CP): “Nos crimes 
cometidos sem violência ou grave 
ameaça à pessoa, reparado o dano 
ou restituída a coisa, até o 
recebimento da denúncia ou da 
queixa, por ato voluntário do agente, 
a pena será reduzida de um a dois 
terços”. Também chamada de ponte 
de prata por Zaffaroni. 
 
(52) E – Súmula/STJ 231: “A 
incidência da circunstância 
atenuante não pode conduzir à 
redução da pena abaixo do mínimo 
legal”. Na questão, são 
circunstâncias atenuantes a 
confissão espontânea (art. 65, inc. 
III, alínea d, CP) e a coação moral 
resistível (art. 65, inc. III, alínea c, 
CP). Somente no reconhecimento de 
uma causa geral ou especial de 
redução de pena que a reprimenda 
poderia ser fixada abaixo do mínimo 
legal. 
 
(53) E – Súmula/STJ 444: “É vedada 
a utilização de inquéritos policiais e 
ações penais em curso para agravar 
a pena-base”. Lembro que essa 
súmula impede a valoração negativa 
dos antecedentes criminais, da 
personalidade ou da conduta social. 
O motivo é simples: observância do 
princípio da não-culpabilidade. 
Imagine utilizar um IP ou ação penal 
em curso para agravar a pena de 
alguém e, posteriormente, esse 
sujeito é absolvido? 
 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
47 
 
(54) C – Súmula/STJ 491: “É 
inadmissível a chamada progressão 
per saltum de regime prisional”. 
 
(55) C – Trata da chamada 
absolvição imprópria. O 
Magistrado absolve o sujeito, mas 
aplica medida de segurança. Art. 
386, VI, CPP: Art. 386. O juiz 
absolverá o réu, mencionando a 
causa na parte dispositiva, desde 
que reconheça: VI – existirem 
circunstâncias que excluam o crime 
ou isentem o réu de pena (arts. 20, 
21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos 
do Código Penal), ou mesmo se 
houver fundada dúvida sobre sua 
existência. A imputabilidade, 
considerando o critério tripartite de 
crime, está prevista na culpabilidade. 
 
(56) E – Súmula/STJ 441: “A falta 
grave não interrompe o prazo para 
obtenção de livramento condicional.” 
CUIDADO: Com o Pacote Anticrime, 
foram realizadas algumas alterações 
legislativas. Art. 83, III, alínea b, CP: 
Art. 83 - O juiz poderá conceder 
livramento condicional ao 
condenado a pena privativa de 
liberdade igual ou superior a 2 (dois) 
anos, desde que: III - comprovado: 
b) não cometimento de falta grave 
nos últimos 12 (doze) meses. Sobre 
a análise da Súmula/STJ 441 e 
essa alteração legislativa indico 
um vídeo disponível no IGTV do 
meu Instagram @castrothomazini, 
que aborda toda a problemática. 
 
(57) C – Nesse caso, a vítima estava 
sob coação moral irresistível que, 
segundo o critério tripartite de crime, 
está dentro da culpabilidade como 
inexigibilidade de conduta 
diversa. Art. 22 CP: Se o fato é 
cometido sob coação irresistível ou 
em estrita obediência a ordem, não 
manifestamente ilegal, de superior 
hierárquico, só é punível o autor da 
coação ou da ordem. Lembro que a 
coação moral for resistível é 
circunstância atenuante (art. 65, III, 
c, CP). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art26
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art28%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art28%C2%A71
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
48 
 
 
(58) C – Para a participação (não é 
coautoria), o CP adota a teria da 
acessoriedade média/limitada, em 
que basta o autor do crime praticar 
um fato típico e ilícito (lembro que 
fato típico+ilícito = injusto penal), 
sem necessariamente estar 
presente a culpabilidade. Em 
síntese, o que diferencia o partícipe 
do coautor? O coautor também 
pratica a conduta núcleo (o verbo) do 
tipo penal – ressalto os casos de 
domínio do fato; Já o partícipe não 
pratica conduta núcleo do crime, 
somente presta auxílio ao autor de 
forma acessória, induzindo, 
instigando, incentivando 
(participação moral) o cometimento 
de crime ou facilitando 
materialmente a execução do crime 
(participação material). Na questão, 
quando a amiga instiga a autora do 
crime, ela passa a ser partícipe 
moral. 
 
(59) E – Art. 117, VI, CP. As 
situações previstas no art. 117, V e 
VI, CP, tratam de prescrição da 
pretensão executória (e não 
punitiva). 
 
(60) E – Súmula/STJ 582: 
“Consuma-se o crime de roubo com 
a inversão da posse do bem 
mediante emprego de violência ou 
grave ameaça, ainda que por breve 
tempo e em seguida à perseguição 
imediata ao agente e recuperação da 
coisa roubada, sendo prescindível a 
posse mansa e pacífica ou 
desvigiada”. Com a edição dessa 
súmula, o STJ adotou a teoria da 
amotio para a definição do momento 
consumativo dos delitos de roubo e 
furto. 
 
(61) E – Art. 52, caput, da Lei nº 
7.210/84: “A prática de fato previsto 
como crime doloso constitui falta 
grave e, quando ocasionar 
subversão da ordem ou disciplina 
internas, sujeitará o preso provisório, 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
49 
 
ou condenado, nacional ou 
estrangeiro, sem prejuízo da sanção 
penal, ao regime disciplinar 
diferenciado, com as seguintes 
características:” 
 
(62) C – Art. 15, parágrafo único, II, 
e art. 20, ambos da Lei nº 13.869/19. 
 
(63) C – Art. 5, caput, e §1º, da Lei nº 
10.826/03. 
 
(64) E – Art. 22 da Lei nº 7.492/86 
trata do crime de evasão de divisas. 
Trecho do julgamento da Ação 
Penal 470, julgada pelo STF: “A 
materialização do delito de evasão 
de divisas prescinde da saída física 
de moeda do território nacional”. 
 
(65) E – A primeira situação trata do 
crime de uso de drogas (art. 28 da 
Lei nº 11.343/06) e não há previsão 
de pena privativa de liberdade. A 
segunda situação trata do crime de 
tráfico privilegiado (art. 33, §3º, da 
Lei nº 11.343/06), com sanção de 
detenção de 06 meses a 01 ano. 
 
(66) C – Art. 3º, caput, da Lei nº 
9.605/98. Já os arts. 21, 22 e 23 da 
mesma lei, estabelecem as sanções 
das pessoas jurídicas. 
 
(67) E – Nessa questão, lembro do 
julgamento a ADO 26 e do MI 4733, 
ambos pelo STF, que reconheceu a 
demora inconstitucional (inércia) em 
tratar adequadamente o crime de 
discriminação fundada na orientação 
sexual. O STF aplicou interpretação 
conforme à constituição para 
declarar que o racismo é gênero, 
sendo que a homofobia e a 
transfobia são espécies – racismo 
social. Assim, aplica-se a Lei de 
Combate ao Racismo (Lei nº 
7716/89). Lembro que a aplicação 
desse concurso de Delegado da PF 
foi no ano de 2018 e as decisões do 
STF são do ano de 2019. 
 
 
 
Agente de Polícia Federal – 2018 – CEBRASPE 
 
50 
 
(68) C – Arts. 67 e 68, ambos do 
CDC.

Continue navegando