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FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA LEIA AS ORIENTAÇÕES COM CALMA E ATENÇÃO! INSTRUÇÕES GERAIS ● Atenção ao tempo de duração da prova, que já inclui o preenchimento da folha de respostas. ● Cada uma das questões da prova objetiva está vinculada ao comando que imediatamente a antecede e contém orientação necessária para resposta. Para cada questão, existe apenas UMA resposta válida e de acordo com o gabarito. ● Faltando uma hora para o término do simulado, você receberá um e-mail para preencher o cartão- resposta, a fim de avaliar sua posição no ranking. Basta clicar no botão vermelho de PREENCHER GABARITO, que estará no e-mail, ou acessar a página de download da prova. Você deve fazer o cadastro em nossa plataforma para participar do ranking. Não se preocupe: o cadastro é grátis e muito simples de ser realizado. – Se a sua prova for estilo Certo ou Errado (CESPE/CEBRASPE): marque o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. Se optar por não responder a uma determinada questão, marque o campo “EM BRANCO”. Lembrando que, neste estilo de banca, uma resposta errada anula uma resposta certa. Obs.: Se não houver sinalização quanto à prova ser estilo Cespe/Cebraspe, apesar de ser no estilo CERTO e ERRADO, você não terá questões anuladas no cartão-resposta em caso de respostas erradas. – Se a sua prova for estilo Múltipla Escolha: marque o campo designado com a letra da alternativa escolhida (A, B, C, D ou E). É preciso responder a todas as questões, pois o sistema não permite o envio do cartão com respostas em branco. ● Uma hora após o encerramento do prazo para preencher o cartão-resposta, você receberá um e-mail com o gabarito para conferir seus acertos e erros. Caso você seja aluno da Assinatura Ilimitada, você receberá, com o gabarito, a prova completa comentada – uma vantagem exclusiva para assinantes, com acesso apenas pelo e-mail e pelo ambiente do aluno. Em caso de solicitação de recurso para alguma questão, envie para o e-mail: treinodificil_jogofacil@grancursosonline.com.br. Nossa ouvidoria terá até dois dias úteis para responder à solicitação. Desejamos uma excelente prova! POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO • Nas questões a seguir, marque, para cada uma, a única opção correta, de acordo com o respectivo comando. Para as devidas marcações, use a Folha de Respostas, único documento válido para a correção da sua prova. • Em seu caderno de prova, caso haja opção(ões) constituída(s) pela estrutura Situação hipotética:... seguida de Assertiva:..., os dados apresentados como situação hipotética deverão ser considerados premissa(s) para o julgamento da assertiva proposta. • Eventuais espaços livres – identificados ou não pela expressão “Espaço livre” – que constarem deste caderno de prova pode- rão ser utilizados para rascunhos. � Baseado no formato de prova � aplicado pela banca Cebraspe DIREITO ADMINISTRATIVO Gustavo Scatolino/Rafael de Oliveira O MPDFT ajuizou uma ação de improbidade administrativa contra um Ministro de Estado por ato de improbidade administrativa e outra ação como crime de responsabilidade. A ação de improbi- dade foi ajuizada na Justiça Federal de 1ª instância, que condenou o Ministro à perda do cargo e à suspensão de seus direitos políti- cos. Segundo a defesa do réu, o Ministro é um agente político e os agentes políticos já respondem por crimes de responsabilidade previstos na Lei n. 1.079/1950. Portanto, caso o agente respon- desse também por improbidade administrativa, haveria bis in idem. De acordo com o texto narrado, responda aos itens que se seguem 1 No caso narrado, o argumento da defesa merece prosperar, já que não se aplicará a Lei de Improbidade Administrativa, pois a Constituição não admite a concorrência entre dois re- gimes de responsabilidade político-administrativa para os agentes políticos. 2 No caso narrado anteriormente, caberia acordo de não per- secução cível na ação de improbidade, caso o autor da ação tivesse proposto o acordo. 3 Uma fundação criada pelo Estado com personalidade jurídica de direito público terá natureza jurídica de autarquia, sendo apenas autorizada sua criação por meio de lei ordinária. 4 O capital das sociedades de economia mista podem ser deri- vados de verbas privadas ou públicas, inclusive de entes da Administração indireta. 5 Por decorrência do princípio da legalidade, todos os atos ad- ministrativos nascem com presunção de legitimidade, produ- zindo efeitos imediatos. 6 A licença é um ato administrativo vinculado e definitivo, por meio do qual o Poder Público, verificando que o interessado atendeu a todas as exigências legais, possibilita o desempe- nho de determinada atividade. 7 Os atos de exercício do poder de polícia devem ser sempre gerais, mediante fiscalização e punição, pois decorrem do po- der extroverso do estado. De acordo com o tema Serviços Públicos e as disposições da Lei n. 8.987/1995, julgue os itens a seguir. 8 Em sede de contrato de concessão de serviços públicos é ad- mitida a subconcessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente e mediante licitação na modalidade tomada de preços. 9 Na permissão de serviços públicos ocorre a delegação, a tí- tulo precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou ju- rídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Tendo como base a Lei n. 8.666/1993 acerca de licitações e contra- tos da administração, responda as alternativas a seguir. 10 É possível que empresa em processo de recuperação judicial participe de licitação, desde que demonstre, na fase de habili- tação, a sua viabilidade econômica. 11 Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento, é caso em que a licitação será dispensável. Sobre as normas relativas aos servidores públicos, julgue o seguinte item: 12 Segundo entendimento do STF, a Administração Pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. 13 De acordo com a Lei de Improbidade (Lei n. 8.429/1992), reputa-se agente público, todo aquele que exerce, de forma permanente e com remuneração, emprego ou função em enti- dades públicas ou privadas. 14 Conforme a Lei n. 8.429/1992, quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimen- to ilícito, caberá à autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público para a indisponi- bilidade dos bens do indiciado. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO 15 De acordo com a Lei n. 9.784/1999, nos processos adminis- trativos serão observados, entre outros, os critérios de aten- dimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, ainda que autoriza- do por lei. 16 Carlos, servidor da PF, delegou um ato oficial a seu subor- dinado. De acordo com a Lei n. 9.784/1999, a qual regula o processo administrativo no âmbito federal, o ato de delega- ção realizado por Eduardo deverá especificar as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação de quem foi de- legada a função, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível. A respeito da Lei n. 8.666/1993, julgue o item a seguir: 17 De acordo a legislação pertinente, é vedada, pela autoridade competente, ainda que prevista no instrumento convocató- rio, a exigência de prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras. 18 Conforme a Lei n. 10.520/2002, é vedada a realização do pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica. DIREITO CONSTITUCIONAL Luciano Dutra 19 “De nada servirá o que se escrever numa folha de papel, se não se justificapelos fatos reais e efetivos do poder”. O texto citado é de autoria de Carl Schmitt, doutrinador clássico do Direito Constitucional, que analisa o conceito de constituição sob o aspecto jurídico. 20 Conforme a doutrina clássica do Direito Constitucional, constituições classificadas como semânticas são aquelas que se estruturam a partir da generalização congruente de expec- tativas de comportamento. 21 A distinção entre poder constituinte e poder constituído, sen- do aquele exercido pela nação, por meio de representantes para tanto investidos, é devida a Emmanuel-Joseph Sieyès, na obra “O que é o Terceiro Estado?”. 22 Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a per- da superveniente de titularidade do mandato legislativo tem efeito desqualificador da legitimidade ativa do congressis- ta que, apoiado nessa específica condição político-jurídica, ajuizou ação de mandado de segurança com o objetivo de questionar a validade jurídica de determinado procedimento que ambas as Casas do Congresso Nacional têm adotado em matéria de apreciação de medidas provisórias. 23 Segundo o entendimento do STF, os conselhos de fiscali- zação profissional têm como função precípua o controle e a fiscalização do exercício das profissões regulamentadas, exercendo, portanto, poder de polícia, atividade típica de Es- tado, razão pela qual detêm personalidade jurídica de direito público, na forma de autarquias. Sendo assim, tais conselhos não se ajustam à noção de entidade de classe, expressão que designa tão somente aquelas entidades vocacionadas à defesa dos interesses dos membros da respectiva categoria ou classe de profissionais. 24 De acordo com o Supremo Tribunal Federal, não viola a cláu- sula de reserva de plenário a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitu- cionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. 25 Conforme entendimento sumulado do Supremo Tribunal Fe- deral, só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justifica- da a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabili- dade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 26 Para o Supremo Tribunal Federal, a oficialização da Bíblia como livro-base de fonte doutrinária para fundamentar prin- cípios, usos e costumes de comunidades, igrejas e grupos em um Estado da federação não implica inconstitucional discri- minação entre crenças. 27 O Supremo Tribunal Federal afirma que não é legítimo sus- pender a habilitação de qualquer motorista que tenha sido condenado por homicídio culposo na direção de veículo. 28 Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefei- tos devem renunciar aos respectivos mandatos até oito meses antes do pleito. 29 Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a imunidade parlamentar formal não obsta, observado o devido processo legal, a execução de pena privativa de liberdade de- corrente de decisão judicial transitada em julgado. 30 No sistema de separação de poderes adotado pelo Brasil, a re- gra é a indelegabilidade das atribuições de cada poder. Toda- via, há casos em que a Constituição federal atenua essa regra. Assim, o Presidente da República pode delegar a atribuição de dispor, mediante decreto, sobre extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO 31 Dentre as competências do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, encontra-se receber e conhecer das reclamações contra membros de órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares. 32 Ao Supremo Tribunal Federal compete julgar, originaria- mente, o mandado de segurança contra atos do presidente da República, dos ministros de Estado e do procurador-geral da República. 33 Conforme entendimento sumulado do Supremo Tribunal Fe- deral, não viola a Constituição o estabelecimento de remune- ração inferior ao salário-mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. 34 Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, o Mi- nistério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado. DIREITO CIVIL Daniel Carnacchioni A União editou a Lei n. X publicada em 22/01/2019, modificando o art. 108 do CC e exigindo, a partir de então, que a escritura pública seria necessária somente nos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 50 salários-mínimos. A lei em questão foi omissa quanto ao início de sua vigência. Com relação à situação hipotética apresentada anteriormente, julgue o item subsequente, tendo como base a Lei de Introdução ao Código Civil, o direito das coisas e as competências legislativas dos entes federados. 35 Tal norma terá vigência imediata, segundo o dispos- to na LINDB. 36 Se a União, após alguns meses de vigência da Lei X, editasse a Lei Y, revogando expressamente a Lei X, sem dispor de qualquer previsão acerca da necessidade de escritura públi- ca em negócios jurídicos relativos à direitos reais sobre bens imóveis, nesse caso não será possível a aplicação da redação originária do art. 108 (existente antes da edição da Lei X), isso porque a LINDB dispõe regra proibindo o fenômeno da repristinação das leis. 37 Tendo sido realizado um negócio jurídico em 28/01/2019, qual seja, compra e venda de imóvel no valor de 40 salários- -mínimos por instrumento particular. Tal negócio jurídico será inválido, pois na ocasião a Lei X ainda não estava vigente. 38 Tal lei influenciará no reconhecimento da usucapião de bem imóvel, quanto à validade do registro da sentença que reco- nhece tal modo de aquisição da propriedade. De acordo com o Código Civil e a jurisprudência do STJ, julgue o item a seguir: 39 A decretação da prescrição da pretensão punitiva do Estado na ação penal fulmina o interesse processual no exercício da pretensão indenizatória a ser deduzida no juízo cível pelo mesmo fato. DIREITO PROCESSUAL CIVIL Lídia Marangon 40 O habeas data pode ser concedido para assegurar o conhe- cimento de informações relativas à pessoa do impetrante ou de terceiro que constem de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 41 Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. 42 A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes, exigindo-se, apenas, a existência de vín- culo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado e a ausência de modificação de competência estabelecida na Constitui- ção Federal. 43 O dispute board é um método alternativo de solução de con- flitos, mais comumente utilizado em contratos de execução imediata, que consiste na formação de comitê de especialistas no assunto sobre o qual determinado contrato versa, com a finalidade de prevenir ou solucionar eventuais disputas ad- vindas do contrato. 44 Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, conhecer de ações relativas a imóveis situa- dos no Brasil. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DIREITO EMPRESARIAL Edilson Enedino 45 O administrador judicial é o mais importante órgão da falên- cia e da recuperação judicial. A Lei n. 11.101/2005 atribui-lhe dezenas de funções. Dentre as atribuições do administrador judicial na falência constam receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, mesmo sem o seu consentimento, entre- gando a ele o que não for assunto de interesse da massa; e, apresentar,no prazo de 40 dias, contado da assinatura do ter- mo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos. 46 Há direitos conferidos aos acionistas da Sociedade Anônima que não poderão ser retirados nem pelo estatuto nem pela as- sembleia geral. A Doutrina nominou esses direitos como es- senciais. Nos termos da lei, são direitos essenciais do acionis- ta: participar dos lucros sociais e do acervo da companhia, em caso de liquidação; fiscalizar, na forma prevista na lei, a ges- tão dos negócios sociais; ter preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, votar nas as- sembleias e retirar-se da sociedade nos casos previstos na lei. 47 A recuperação judicial sujeita todos os credores existentes na data do pedido. A própria lei exclui, contudo, o credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imó- veis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contra- to de venda com reserva de domínio. O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que os créditos sub judice, na data do pedido de recuperação judicial, sujeitam-se a ela. Apesar da existência do crédito só se efetivar com o trânsito em julgado da sentença, entende o STJ que o fato gerador da obrigação, sendo anterior ao pedido de recuperação, submete o crédito ao que restar definido no plano de recuperação judicial. 48 O estabelecimento é formado por todo complexo de bens or- ganizado, para exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária. Referida universalidade de fato pode ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, trans- lativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua na- tureza. Por isso, nosso ordenamento jurídico admite e regula o trespasse, que consiste na transferência de todo o estabele- cimento de um para outro empresário. No caso de trespasse, a lei impõe a denominada “cláusula de não restabelecimento”, que consiste na proibição do alienante fazer concorrência ao adquirente do estabelecimento. Assim, caso o contrato nada regule quanto à possibilidade do alienante poder se restabele- cer no mesmo ramo de atividade econômica, ficará proibido de fazê-lo por um prazo de 5 anos. 49 No processo de reorganização societária, a fusão e a incorpo- ração são as operações que mais se assemelham. Em ambas ocorre a junção das empresas, eliminando-se os empresários, seus titulares, com a extinção de todos eles ou com a manu- tenção de apenas um deles. Há a possibilidade do exercício do direito de retirada, bem como responsabilidade solidária pelas dívidas anteriores. Em caso de falência, todos os credo- res receberão do patrimônio formado pela soma dos estabe- lecimentos das sociedades, não havendo distinção decorrente da titularidade anterior do crédito. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Alice Rocha 50 No Brasil, tratados sobre direitos humanos podem ser incor- porados como emenda constitucional caso sejam aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. 51 Segundo a Lei n. 13.445/2017 (Lei da Migração), visitante é a pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha ou re- side e se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil. 52 Em situações excepcionais e de crimes graves como terroris- mo e genocídio, os interrogatórios podem ser feitos com uso de tortura, desde que leve e sem comprometer a dignidade do investigado. 53 O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos é consi- derado um marco evolutivo dos Direitos Humanos, e mesmo não possuindo natureza de tratado, foi aprovado pela Assem- bleia Geral da ONU, em 1948. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO 54 De acordo com as normas pertinentes ao ingresso e perma- nência de estrangeiro no Brasil, uma vez concedido o visto, o estrangeiro poderá entrar no Brasil e permanecer por um prazo máximo de 180 dias. 55 A Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional (Convenção de Palermo) constitui importante instrumento de cooperação internacional e foi devidamente promulgada pelo Brasil em 2004, com reserva à possibilidade de investigação in loco. 56 A soberania do Estado costeiro possibilita a exploração e ges- tão de seu mar territorial que poderá se estender até no má- ximo 200 milhas náuticas contadas a partir da linha de base. DIREITO PENAL Pedro Coelho/Péricles Mendonça/Leandro Ernesto 57 No tocante à relação de causalidade, o Código Penal adotou a teoria da equivalência dos antecedentes causais, a qual se baseia em regularidade estatística acerca do relacionamento entre causa e consequência. Em outras palavras, só é causa aquilo que é adequado e idôneo para a produção de determi- nado resultado. 58 Os crimes de calúnia e difamação, diferente do crime de injú- ria, admitem exceção da verdade, embora na difamação seja uma exceção, sendo admitida apenas quando o crime é prati- cado contra funcionário público no exercício de suas funções. 59 O reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e femi- nicídio não caracteriza bis in idem, pois a torpeza é de ordem subjetiva, enquanto o feminicídio é de ordem objetiva. 60 Nos crimes de falsidade documental, considera-se documen- to particular todo aquele não compreendido como público, ou a este equiparado, e que, em razão de sua natureza ou re- levância, seja objeto da tutela penal. O cartão de crédito é um exemplo de documento equiparado a particular. 61 João, penalmente imputável, praticou, sob absoluta e irresis- tível coação física, crime de extrema gravidade e hediondez. Nessa situação, João não é passível de punição, porquanto a coação física, desde que absoluta, é causa excludente da culpabilidade. 62 De acordo com o STJ, não se aplica o princípio da insignifi- cância ao furto de bem de inexpressivo valor pecuniário de associação sem fins lucrativos com o induzimento de filho menor a participar do ato. 63 De acordo com o STJ, o pagamento de débito oriundo de furto de energia elétrica antes do oferecimento da denúncia configura causa extintiva da punibilidade. 64 O depositário judicial que vende os bens sob sua guarda co- mete o crime de peculato. 65 Para tipificar o crime descrito no art. 291 do CP, basta que o agente detenha a posse de petrechos com o propósito de con- trafação da moeda, sendo prescindível que o maquinário seja de uso exclusivo para tal fim. 66 A conduta de não recolher ICMS em operações próprias ou em substituição tributária enquadra-se formalmente no tipo previsto no art. 2º, II, da Lei n. 8.137/1990 (apropriação indé- bita tributária), desde que comprovado o dolo. 67 Chamar pessoa de “ladrão” é crime de calúnia. Dizer que pes- soa X roubou banco X tal dia e hora, quando sabe que não aconteceu, é injúria. Dizer que pessoa X estava na esquina “rodando bolsinha” é difamação. 68 O homicídio cometido contra integrantes dos órgãos de segu- rança pública (ou contra seus familiares) é considerado homi- cídio qualificado, ainda que o delito não tenha relação com a função exercida. 69 Nos crimes contra a fé pública, o bem jurídico protegido é a fé pública, tendo como titular a coletividade, crime vago. A fé pública é a crença na legitimidade, veracidade e lealdade para com os documentos que materializam a vida de cada ser humano. A respeito da Lei n. 11.343/2006, julgue os três itens a seguir. 70 A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data da conclusão do inquérito, guar- dando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. 71 Situaçãohipotética: Alef, traficante de drogas, não perce- beu a presença de policiais disfarçados nas proximidades de seu “ponto”. Sendo assim, foi até eles e vendeu uma porção de maconha. Assertiva: nessa situação, mesmo que presen- te os elementos probatórios razoáveis da conduta criminal preexistente, Alef não poderá ser preso, pois o flagrante foi preparado. 72 Conforme o entendimento do STJ, é imprescindível a con- fecção do laudo toxicológico para comprovar a materialidade da infração disciplinar e a natureza da substância encontrada com o apenado no interior de estabelecimento prisional. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO De acordo com a Lei n. 12.850/2013, julgue os itens subsequentes. 73 O acordo de colaboração premiada, além de meio de obten- ção de prova, constitui-se em um negócio jurídico processual personalíssimo, cuja conveniência e oportunidade estão sub- metidos à discricionariedade regrada do Ministério Público e não se submetem ao escrutínio do Estado-juiz. Em outras palavras, trata-se de ato voluntário, insuscetível de imposi- ção judicial. 74 Situação hipotética: um agente de polícia atuava infiltrado para investigar determinada organização criminosa, porém percebeu que havia um risco iminente para a sua segurança. Assertiva: nesse caso, o Delegado de Polícia poderá requisi- tar a sustação da infiltração. Conforme a Lei n. 8.072/1990 (Lei dos Crimes Hediondos), julgue o item a seguir. 75 O crime de favorecimento da prostituição de adolescente é insuscetível de fiança. No item que se segue, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada com relação a crime hediondo. 76 João, proprietário de uma loja de artigos esportivos e de pes- ca, comercializa, ilegalmente, armas de fogo. Nessa situação, o crime praticado por João é hediondo e, por isso, insuscetí- vel de anistia, graça, indulto e liberdade provisória. Acerca de crime de discriminação e preconceito (Lei n. 7.716/1989), julgue o próximo item. 77 Constitui crime de preconceito racial, injuriar alguém em de- corrência de sua orientação sexual. No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada. 78 José é diretor de escola privada presbiteriana. Todavia, quan- do Paulo levou seu filho de 14 anos para se matricular na escola, José se recusou a matricular o adolescente pelo fato dele ser negro. Para não ofender Paulo e seu filho, José lhes disse que o motivo da sua recusa era o fato de o garoto não ser católico. Nessa situação, José cometeu o crime de racismo. Acerca de crimes de abuso de autoridade (Lei n. 13.869/2019), julgue o item que se segue. 79 Delegado da PF não poderá instaurar, de ofício, IP para apu- rar crime de abuso de autoridade supostamente praticado por policial rodoviário federal que, no exercício de sua função, identifica-se falsamente ao preso por ocasião de sua captura. Com referência ao Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal n. 8.069/1990), julgue o seguinte item: 80 Segundo entendimento do STJ, a prescrição penal é inaplicá- vel nas medidas socioeducativas. Conforme a Lei n. 7.210/1984, julgue os itens seguintes: 81 É possível a concessão de prisão domiciliar, ainda que se trate de execução provisória da pena, para condenada gestante ou que seja mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência. 82 Conforme entendimento do STJ, a utilização de tornozeleira eletrônica sem bateria suficiente configura falta disciplinar de natureza grave, nos termos da LEP. DIREITO PENAL ESPECIAL Pedro Coelho A respeito dos crimes contra o Patrimônio, julgue o item a seguir. 83 De acordo com o STJ, não é devida a aplicação da insigni- ficância nos crimes patrimoniais quando o agente ostentar histórico de reiteração do comportamento ilícito nesse tipo de infração penal. 84 Para a configuração da causa de aumento de pena do repou- so noturno no crime de furto, o fato de as vítimas não esta- rem dormindo no momento da empreitada criminosa não é relevante. A respeito dos crimes contra a Administração Pública, julgue os itens a seguir. 85 A conduta de inserir conteúdo falso no currículo Lattes do agente é tipificado como falsidade ideológica. 86 De acordo com o entendimento majoritário dos Tribunais Su- periores, é legítimo o recrudescimento da pena nos crimes de corrupção passiva e concussão em razão do reconhecimento do intuito de lucro fácil e cobiça por parte do agente. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DIREITO PROCESSUAL PENAL Wallace França A seguir será dada uma situação hipotética e uma assertiva a ser julgada à luz da obtenção de provas no processo penal. 87 Situação hipotética: Carlos, contribuinte da previdência so- cial, em determinado dia, após preencher todos os requisitos para requerimento de sua aposentadoria, vai ao INSS fazê- -lo. Alberto, servidor do INSS, solicita a Carlos a quantia de R$ 20.000,00 para a concessão do benefício. Carlos pega seu celular, aciona o gravador de áudio do aparelho e pede a Al- berto que repita sua proposta, o que Alberto faz. Assertiva: a gravação feita por Carlos é considerada ilícita pela jurispru- dência do STJ após a vigência da Lei n. 13.964/2019. A seguir será dada uma situação hipotética e uma assertiva a ser julgada à luz da jurisprudência dos tribunais superiores quanto ao arquivamento de investigações. 88 Situação hipotética: Francisco, Procurador-Geral de Justiça do estado do Rio de Janeiro, instaura procedimento de in- vestigação criminal (PIC) contra investigado que tem foro de prerrogativa no Tribunal de Justiça do respectivo estado. Após diligências, Francisco nada encontra, decidindo então arquivar o procedimento investigativo de ofício por ausên- cias de provas e sem participação do Poder Judiciário. Assertiva: o procedimento de arquivamento proposto por Francisco encontra guarida na jurisprudência pátria, não se aplicando a decisão de arquivamento ao Poder Judiciário. Julgue o item a seguir à luz do entendimento doutrinário sobre o sistema de processo penal brasileiro. 89 Há predominância no processo penal brasileiro do sistema acusatório no qual o juiz, parte acusatória e defesa do réu são equidistantes. Todavia aponta a doutrina que existem traços do sistema inquisitório no qual a figura do juiz confunde-se, às vezes, com a parte acusatória. Diante disso, conceitua a doutrina que nosso sistema processual, apesar de ser conside- rado acusatório, não poder ser entendido como puro, mas sim como misto ou híbrido. A seguir será dada uma situação hipotética e uma assertiva a ser julgada à luz da jurisprudência dos tribunais superiores quanto às investigações policiais. 90 Situação hipotética: Gabriel, investigado em sede de inqué- rito policial, tem seu depoimento marcado, porém seu defen- sor, devidamente constituído, não foi comunicado do ato que será realizado. Gabriel é ouvido pela autoridade policial. Assertiva: há vício no depoimento obtido, por ausência do advogado da parte, tendo em vista ir de encontro aos princí- pios da ampla defesa e contraditório. A seguir será dada uma situação hipotética e uma assertiva a ser julgada à luz da jurisprudência do STF quanto à reabertura de inquérito policial. 91 Situação hipotética: Alfredo foi investigado em sede de in- quérito policial pelo crime de homicídio, todavia no decorrer das investigações conclui o Ministério Público pelo reconhe- cimento de excludente de ilicitude no homicídio cometido por Alfredo. O parquet opina pelo arquivamento do inquéri- to, o que realiza o Poder Judiciário. Assertiva: em casos de descobrimento de novas provas que possam contestar a excludente de ilicitude – motivo do arqui- vamento do inquérito – poderá ser reaberta a investigação. A seguir serão dadas situações hipotéticas e assertivas a serem jul- gadas à luz da jurisprudência dos tribunais superiores quanto às investigações policiais. 92 Situação hipotética: Bento, Delegado de Polícia Civil, ins- taura inquérito policial contra Belarmino, que é seu inimigo.Após realizados todos os procedimentos do inquérito policial, o membro do parquet oferece a denúncia contra Belarmino. Assertiva: tendo conhecimento de que a autoridade policial e o investigado são inimigos, poderá o advogado de Belarmino requerer a nulidade do processo por suspeição do Delegado de Polícia tendo por base a jurisprudência do Supremo Tri- bunal Federal. 93 Situação hipotética: João, Delegado de Polícia, em determi- nada noite de seu plantão, recebe denúncia anônima que noti- ciava tráfico de drogas na residência de Abelardo. Assertiva: a decretação de medida de busca e apreensão não poderá ter por base apenas a notitia criminis inqualificada. 94 Situação hipotética: Alcides, Delegado de Polícia Federal, presidiu inquérito policial de competência da Justiça Esta- dual, porém supervisionado por Juiz Estadual competente. Assertiva: deverá ser reconhecida a nulidade do processo que tiver por base o inquérito policial realizado pelo Delgado Federal, pois a investigação deveria ter sido realizada pela respectiva Polícia Civil. 95 Situação hipotética: Brandão, Delegado de Polícia, assistin- do ao jornal local em sua TV, teve notícia de crime cometido em local de investigação de sua competência. Assertiva: não poderá o delegado dar início a inquérito policial com base em notícias jornalísticas. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO 96 Situação hipotética: Cláudio, Delegado de Polícia, em di- ligência de rotina feita pela rua na viatura da Polícia Civil, avista casa com atividade suspeita de ponto de venda de dro- gas (biqueira). Baseado nessa forte intuição, Cláudio adentra no imóvel sem a permissão dos moradores. Assertiva: há, no ato de Cláudio, sustentação plausível para a afronta ao direito do asilo inviolável. A seguir será dada uma situação hipotética e uma assertiva a ser julgada à luz da jurisprudência dos tribunais superiores quanto às prisões e ao sistema processual penal brasileiro. 97 Situação hipotética: Maurício, preso em flagrante, teve na audiência de custódia sua prisão em flagrante convertida em preventiva de ofício pelo magistrado. Assertiva: a prisão não encontra guarida na jurisprudência dominante, tendo em vis- ta com advento do pacote anticrime terem sido exaltadas as características do sistema processual francês no direito pro- cessual penal brasileiro. A seguir serão dadas situações hipotéticas e assertivas a serem julgadas à luz da jurisprudência dos tribunais superiores quanto às prisões. 98 Situação hipotética: Alberto, guarda municipal do municí- pio X, presencia Fernando cometendo delito contra a vida de Paula. Alberto, de imediato, efetua a prisão em flagrante de Fernando. Assertiva: a prisão efetuada por Alberto é de natureza obrigatória. 99 Situação hipotética: Carlos, preso em flagrante, teve sua pri- são convertida em preventiva após requerimento de membro do Ministério Público. Passou-se 90 dias da prisão preventiva e não foi analisada a necessidade de sua manutenção pelo juízo competente. Assertiva: deverá o advogado de Carlos impetrar habeas corpus o qual deverá ser conhecido, pois após 90 dias de prisão preventiva sem nova análise a prisão torna-se, necessariamente, ilegal. A seguir serão dadas situações hipotéticas e assertivas a serem jul- gadas à luz da jurisprudência do STF quanto às prisões. 100 Situação hipotética: Adalberto cometeu crime de furto pri- vilegiado, foi preso em flagrante e em audiência de custó- dia houve conversão da prisão em flagrante em preventiva. Assertiva: o advogado de Adalberto deverá impetrar habeas corpus, no qual deverá ser acolhido o fundamento de que não cabe prisão preventiva em razão de que após o trânsito em julgado da ação, não será possível prisão para o delito come- tido por Adalberto. Sendo assim, a medida preventiva seria mais gravosa do que a pena final do processo. 101 Situação hipotética: Maria, mãe de Gabriel de 10 anos, co- mete crime e é presa em flagrante. O Delegado de Polícia, por meio de representação, pede a conversão da prisão em flagrante em preventiva, a qual é decretada pelo juiz. Asser- tiva: Maria deverá ter sua prisão preventiva convertida em domiciliar, necessariamente, por ter filho menor de 12 anos. CRIMINOLOGIA Rafael Catunda A Criminologia passou por um processo evolutivo ao longo dos anos, afetando sobremaneira seu conceito. Com base nos métodos, objetos e funções da criminologia, julgue os itens a seguir. 102 A criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar que se ocupa do estudo do crime, do criminoso, da vítima e do controle social. 103 O estudo do criminoso ganhou destaque na era positivista, quando, por meio do método empírico, os criminosos eram associados a fatores genéticos. Contudo, com o surgimento das Teorias Sociais, abandonou-se o método empírico para associar a criminalidade mais a fatores da macrossociologia do que da microssociologia. Um dos objetivos da Criminologia é entender os elementos justi- ficadores de um delito. Para isso, partindo de uma análise macros- sociológica, a “estrutura” da sociedade passa a ser estudada como fator preponderante na produção criminológica. Com base nas teo- rias sociológicas, julgue os itens a seguir. 104 Segundo a Teoria da Associação Diferencial, desenvolvida por Edwin Sutherland, uma pessoa se converte em delinquen- te quando existem definições favoráveis, isto é, quando por seus contatos diferenciais aprendeu mais modelos criminais que modelos respeitosos ao direito, bastando, para isso, o convívio em um meio criminógeno. 105 Para o interacionismo simbólico, o ponto central da crimina- lidade não é uma característica do comportamento humano, mas sim a consequência de um processo de estigmatização do indivíduo como criminoso. Logo, o delinquente só se dife- rencia do homem comum pela “etiqueta” que lhe é atribuída. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO Cabe à criminologia o estudo dos dados criminológicos que visem não só a explicar o delito, mas também a preveni-lo. O crime é algo inerente a toda e qualquer sociedade, sendo, inclusive, citado por alguns (Émile Durkheim) como um aspecto funcional para a sociedade. Com base nos modelos de prevenção e reação ao crime, julgue os itens a seguir. 106 O modelo integrador de reação criminal tem foco nos meios de composição, visa não só a reeducação do infrator, mas também a assistência à vítima e busca um retorno às condi- ções anteriores ao crime. 107 Pode-se considerar um exemplo de prevenção primária a im- plementação de projeto social que visa oferecer oportunidade de emprego a ex-presidiários. DIREITO PREVIDENCIÁRIO Fernando Maciel 108 Em matéria de financiamento da Seguridade Social, na hipó- tese de existir déficit financeiro a ser equacionado, a Reforma da Previdência, consubstanciada na EC n. 103/2019, passa a prever que a contribuição ordinária dos aposentados e pensio- nistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de aposenta- doria e de pensões que supere o salário-mínimo. 109 De acordo com a disciplina constitucional acerca da Seguri- dade Social, a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, porém é vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. 110 Presume-se a dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I do art. 16 da Lei n. 8.213/1991, dentre eles filhos e enteados não emancipados, menores de 21 anos, ou inválidos ou que tenham deficiência intelectual ou mental ou defici- ência grave. 111 De acordo com a legislação previdenciária, constitui con- travenção penal, punível com multa, deixar o empresário de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. 112 Conforme o entendimento jurisprudencial do STJ, aplica-se o princípio da insignificância ao crime de estelionato previden- ciário previsto no art. 171, § 3º, do Código Penal. DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO Valcir Spanholo/Felipe Pelegrini A respeito do Direito Financeiro, julgue os itens a seguir.113 Como regra, a Constituição Federal veda, expressamente, a transferência voluntária de recursos da União para municí- pios e Estados-membros quando constatado que eles descum- prem as regras gerais de organização e funcionamento dos seus respectivos regimes próprios de previdência social. 114 Por força do art. 163, I, da CF (“Lei complementar disporá sobre ... finanças públicas”), é possível afirmar que a edição do Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes Orçamentá- rias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA) está sujeita à reserva de lei complementar. 115 Nos termos da Lei n. 4.320/1964, a receita pública classifi- car-se-á nas categorias econômicas de Receitas Correntes e de Receitas de Capital, incluindo-se dentre estas últimas as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuá- ria, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direi- to público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. 116 Segundo entendimento recente do STF, após a edição da Emenda Constitucional n. 62/2009 (que deu nova redação ao art. 100 da CF/1988), passou a ser expressamente assegurada a incidência de juros de mora sobre os débitos da Fazenda Pública, sempre a contar da respectiva expedição dos preca- tórios e até que ocorram os efetivos depósitos dos valores por ela devidos. No que concerne ao Sistema Tributário Nacional, julgue o item subsecutivo. 117 A seletividade em razão da essencialidade do bem é obrigató- ria para o IPI e facultativa para o ICMS. No que se refere a legislação tributária, obrigação tributária e cré- dito tributário, julgue o item que se segue. 118 Assim como no direito civilista, a obrigação acessória, no âmbito tributário, decorre da obrigação principal, sendo certo que se esta for extinta, aquela também será, por força do nexo causal existente entre elas. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO A respeito da competência tributária e do conceito e da classifica- ção dos tributos, julgue os itens a seguir. 119 O empréstimo compulsório de investimento poderá ser insti- tuído e cobrado imediatamente pela União para fazer frente ao combate do novo coronavírus por meio de medida provi- sória do Presidente da República. 120 Os Municípios, o Distrito Federal, os Estados e a União po- derão instituir contribuições para custeio de regime próprio de previdência social dos servidores ativos, dos aposentados e dos seus respectivos pensionistas. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO PROVA DISCURSIVA Bruno Fontenelle Questão 1 – Qual o prazo prescricional do processo administrativo se a infração disciplinar praticada for, em tese, também crime? Aponte, de forma fundamentada, o posicionamento do STJ a respeito do tema. [Valor: 4,00 pontos] POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO PROVA DISCURSIVA Bruno Fontenelle Questão 2 – A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás editou resolução revogando a prisão preventiva e as medidas caute- lares impostas pelo Poder Judiciário contra os Deputados Estaduais Mévio e Tício. Agiu de forma adequada a Assembleia Legislativa? Ou seja, a Assembleia tem poderes para a prática de tal ato? Tal ato da Assembleia Legislativa é constitucional? O Poder Legislativo estadual tem a prerrogativa de sustar decisões judiciais de natureza criminal, precária e efêmera, cujo teor resulte em afastamento ou limitação da função parlamentar? Aponte de forma fundamentada o posicionamento do STF a respeito do tema. [Valor: 4,00 pontos] POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO PROVA DISCURSIVA Bruno Fontenelle Questão 3 – É necessária a edição de lei em sentido formal para a tipificação do crime contra a humanidade trazida pelo Esta- tuto de Roma, mesmo se cuidando de Tratado internalizado? Aponte de forma fundamentada o posicionamento do STJ a respeito do tema. [Valor: 4,00 pontos] POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO PROVA DISCURSIVA Bruno Fontenelle PEÇA PROFISSIONAL Em 13 de outubro de 2020, o ECN/Washington, incluiu a Difusão Vermelha A-31289/6-2019 contra MICHAEL WILLIANS. Afirma-se na referida difusão vermelha que o panamenho MICHAEL WILLIANS teve sua prisão decretada por meio do Mandado de Prisão sem número (Causa n. 1.075/2019), expedido em 26/09/2019, e está sendo procurado para responder processo penal pelo fato de integrar organização criminosa denominada “Triple X”. Tal organização, gerida por MICHAEL WILLIANS entre 1998 e 2019, dedicou-se à abertura de empresas off-shore no Panamá, que serviam de fachada para lavagem de dinheiro e demais crimes financeiros correlatos, os quais eram praticados por meio de movi- mentação financeira em contas do J SAFRA BANK em Delaware/USA. Nessa toada, os crimes praticados pelo panamenho MICHAEL WILLIANS estão previstos nos artigos 80, 90, 142 e 210 do Código Penal Norte Americano. Informa-se que a pena máxima aplicável é de 25 anos de privação de liberdade. Ao analisar o caso, o Delegado de Polícia Federal verificou que os supostos crimes praticados por MICHAEL WILLIANS guardam correlação direta com os seguintes delitos previstos na legislação brasileira: art. 2º da Lei n. 12.850/2013, art. 1º, VI e VII, da Lei n. 9.613/1998 e artigo 22, parágrafo único, da Lei n. 7.492/1986. O Delegado de Polícia Federal observou que não há o crime de perjúrio no ordenamento jurídico brasileiro. Além disso, a auto- ridade policial verificou que MICHAEL WILLIANS não se encontra naquelas hipóteses de inadmissibilidade da extradição. Ademais, a informação policial n. 023478/2020 relata que o foragido se encontra domiciliado no seguinte endereço no Brasil: Edifício Bela Vista, apartamento n. 50175, bairro do Bueno, cidade de Goiânia/GO. Por fim, os crimes praticados por MICHAEL WILLIANS ocorreram nos Estados Unidos e sua prisão foi decretada pelo Juízo Nacional Criminal e Correicional Federal n. 5, da Cidade de Dover-Delaware/USA. Em face do relato anteriormente apresentado, na condição de Delegado(a) de polícia federal, represente pela medida cautelar cabí- vel no caso em comento. [Valor: 12,00 pontos] SIMULADO PREPARATÓRIO PARA CONCURSO PÚBLICO POLÍCIA FEDERAL DELEGADO GABARITO Item 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Gabarito E C E C C C E E C C C C E C E C E E E E Item 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 Gabarito C C C E C E E E C C C E C C E C C E E E Item 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 Gabarito C E E C C E C C E C E E E E E E E C C C Item 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 Gabarito E C E E C C E E C E E C C C C E E C C E Item 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 Gabarito C C C C E E E C C E C E C E E E E E E E Item 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 Gabarito E C E E C C E E C E E E C E E E C E E C https://questoes.grancursosonline.com.br POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DIREITO ADMINISTRATIVO Gustavo Scatolino/Rafael de Oliveira O MPDFT ajuizou uma ação de improbidade administrativa contra um Ministro de Estado por ato de improbidade adminis- trativa e outra ação como crime de responsabilidade. A ação de improbidade foi ajuizada na Justiça Federal de 1ª instância, que condenou o Ministro à perda do cargo e à suspensão de seus direi- tos políticos. Segundo a defesa do réu, o Ministro é um agente político e os agentes políticos já respondem por crimes de respon- sabilidade previstos na Lei n. 1.079/1950. Portanto, caso o agente respondesse também por improbidade administrativa, haveria bis in idem. De acordo com o texto narrado, responda aos itens que se seguem 1 No caso narrado, o argumento da defesa merece prosperar, já que não se aplicará a Lei de Improbidade Administrati- va, pois a Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de responsabilidade político-administrativa para os agentes políticos. Errado. De acordo com o STF, os agentes políticos estão sujeitos à du- pla responsabilidade. Poratos de improbidade e crime de res- ponsabilidade. (Petição 3240, STF) 2 No caso narrado anteriormente, caberia acordo de não per- secução cível na ação de improbidade, caso o autor da ação tivesse proposto o acordo. Certo. O art. 17 da Lei de Improbidade admite o acordo de não perse- cução cível nas ações de improbidade. 3 Uma fundação criada pelo Estado com personalidade jurídica de direito público terá natureza jurídica de autarquia, sendo apenas autorizada sua criação por meio de lei ordinária. Errado. O STF e a doutrina majoritária admitem que as fundações cria- das pelo Estado possam ter personalidade jurídica de direito público ou de direito privado. Sendo fundação pública de direi- to público, terá natureza de autarquia para todos os fins. Nesse caso, a lei deve criar a entidade. Porém, se tiver personalida- de jurídica de direito privado, a lei autoriza a sua criação (ex.: Funpresp). 4 O capital das sociedades de economia mista podem ser deri- vados de verbas privadas ou públicas, inclusive de entes da Administração indireta. Certo. O capital das sociedades de economia mista é formado por ca- pital público e privado. Nessa composição, pode haver recursos de pessoas de direito público ou de outras pessoas administrati- vas vinculadas ao Estado (Administração indireta). Entretanto, a maioria do capital com direito a voto (maioria das ações com direito a voto) deve estar sob controle do Estado ou de sua enti- dade da Administração indireta. 5 Por decorrência do princípio da legalidade, todos os atos ad- ministrativos nascem com presunção de legitimidade, produ- zindo efeitos imediatos. Certo. De acordo com o princípio da legalidade, o agente público so- mente pode fazer o que a lei autoriza. Assim, ele vai agir sem- pre de acordo com a lei. Por consequência, os atos que pratica nascem com a presunção de que são legais/legítimos. Logo, esse atributo tem uma consequência para o ato administrativo, de forma que o ato produz efeitos de imediato (operatividade). Isso vale para todos os atos, não tem exceção. 6 A licença é um ato administrativo vinculado e definitivo, por meio do qual o Poder Público, verificando que o interessado atendeu a todas as exigências legais, possibilita o desempe- nho de determinada atividade. Certo. Esse é o correto conceito de licença. Assim, a licença é vincu- lada porque se o particular preencher todas as condições legais, terá a licença deferida; não há nenhum juízo de conveniência e oportunidade por parte da Administração Pública. Do mesmo modo, é definitiva porque não cabe revogação. Se o particular preencheu as condições legais, a Administração Pública não pode, por uma questão de conveniência, revogar a licença. 7 Os atos de exercício do poder de polícia devem ser sempre gerais, mediante fiscalização e punição, pois decorrem do po- der extroverso do estado. Errado. O exercício do poder de polícia pode se dar mediante atos in- dividuais ou de consentimento, que são aqueles que possuem destinatários determinados, incidindo sobre bens, direitos ou atividades de pessoa específica. Os atos individuais podem revestir-se de atos de consentimento estatal, sendo a atividade exercida pelo Estado que defere uma pretensão solicitada pelo particular. É o que ocorre com a autorização para o uso de arma e a licença para o exercício de determinada atividade. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO De acordo com o tema Serviços Públicos e as disposições da Lei n. 8.987/1995, julgue os itens a seguir. 8 Em sede de contrato de concessão de serviços públicos é ad- mitida a subconcessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente e mediante licitação na modalidade tomada de preços. Errado. Apesar de ser admitida a subconcessão, de acordo com o art. 26, § 1º, da Lei n. 8.987/1995, esta deve ser precedida da licita- ção na modalidade concorrência. Art. 26. É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente. § 1º A outorga de subconcessão será sempre precedida de concorrência. 9 Na permissão de serviços públicos ocorre a delegação, a tí- tulo precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou ju- rídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Certo. Esse é o conceito correto de permissão de serviço público, se- gundo o art. 2°, IV, da Lei n. 8.987/1995: Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: (...) IV – permissão de serviço público: a delegação, a título pre- cário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Tendo como base a Lei n. 8.666/1993 acerca de licitações e contra- tos da administração, responda as alternativas a seguir. 10 É possível que empresa em processo de recuperação judicial participe de licitação, desde que demonstre, na fase de habili- tação, a sua viabilidade econômica. Certo. A alternativa está correta, pois esse é o entendimento do STJ: “Sociedade empresária em recuperação judicial pode participar de licitação, desde que demonstre, na fase de habilitação, a sua viabilidade econômica.” STJ. 1ª Turma. AREsp 309.867-ES, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 26/06/2018 (Info 631). 11 Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento, é caso em que a licitação será dispensável. Certo. Essa é, de fato, uma hipótese de licitação dispensável, confor- me o art. 24, VI, da Lei n. 8.666/1993: “Art. 24. É dispensável a licitação: (...) VI – quando a União tiver que intervir no do- mínio econômico para regular preços ou normalizar o abaste- cimento; (...)”. Sobre as normas relativas aos servidores públicos, julgue o seguinte item: 12 Segundo entendimento do STF, a Administração Pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. Certo. O Plenário do Supremo Tribunal Federal no julgamento do Re- curso Extraordinário (RE) n. 693456, com repercussão geral reconhecida, por 6 votos a 4, decidiu que a Administração Pú- blica deve fazer o corte do ponto dos grevistas, mas admitiu a possibilidade de compensação dos dias parados mediante acor- do. Também foi decidido que o desconto não poderá ser feito caso o movimento grevista tenha sido motivado por conduta ilícita do próprio Poder Público. 13 De acordo com a Lei de Improbidade (Lei n. 8.429/1992), reputa-se agente público, todo aquele que exerce, de forma permanente e com remuneração, emprego ou função em enti- dades públicas ou privadas. Errado. A questão apresenta alguns erros. De acordo com o artigo 2º: Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contrata- ção ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, man- dato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Obs.: o artigo anterior não cita empresa privada. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO 14 Conforme a Lei n. 8.429/1992, quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimen- to ilícito, caberá à autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público para a indisponi- bilidade dos bens do indiciado. Certo. A questão encontra-se correta e reproduz de maneira clara e objetiva o artigo 7º da mencionada legislação. 15 De acordo com a Lei n. 9.784/1999, nos processos adminis- trativos serão observados, entre outros, os critérios de aten- dimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, ainda que autoriza- do por lei. Errado. A Lei n. 9.784/1999, a qual regula oprocesso administrativo no âmbito federal, estabelece em seu artigo 2º e incisos, diver- sos critérios a serem observados nos processos administrativos. Entre tais critérios, vislumbramos, no inciso II, o “atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei.” Portanto, a autorização legal é uma exceção, a qual não foi informada na questão. 16 Carlos, servidor da PF, delegou um ato oficial a seu subor- dinado. De acordo com a Lei n. 9.784/1999, a qual regula o processo administrativo no âmbito federal, o ato de delega- ção realizado por Eduardo deverá especificar as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação de quem foi de- legada a função, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível. Certo. Carlos estava correto em sua atitude, pois, de acordo com o artigo 14, § 1º, da referida legislação, “o ato de delegação espe- cificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição de- legada.” Portanto, correta a assertiva. A respeito da Lei n. 8.666/1993, julgue o item a seguir: 17 De acordo a legislação pertinente, é vedada, pela autoridade competente, ainda que prevista no instrumento convocató- rio, a exigência de prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras. Errado. De acordo com o artigo 56, “a critério da autoridade competen- te, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convo- catório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contra- tações de obras, serviços e compras”, portanto, não é vedada a prestação, como afirmou a questão. 18 Conforme a Lei n. 10.520/2002, é vedada a realização do pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica. Errado. Negativo. Ao contrário do informado, segundo o § 1° do artigo 2°, “poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regula- mentação específica.” Portanto, não é vedado, mas permitido. DIREITO CONSTITUCIONAL Luciano Dutra 19 “De nada servirá o que se escrever numa folha de papel, se não se justifica pelos fatos reais e efetivos do poder”. O texto citado é de autoria de Carl Schmitt, doutrinador clássico do Direito Constitucional, que analisa o conceito de constituição sob o aspecto jurídico. Errado. Foi Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Consti- tuição”, que revelou os fundamentos sociológicos das consti- tuições: os fatores reais de poder. Segundo ele, a Constituição Real (ou material) seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder que regem uma nação, quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc. 20 Conforme a doutrina clássica do Direito Constitucional, constituições classificadas como semânticas são aquelas que se estruturam a partir da generalização congruente de expec- tativas de comportamento. Errado. A Constituição Semântica é aquela cujas normas são instru- mentos para a estabilização e perpetuação do controle do po- der político pelos detentores do poder fático. É utilizada apenas para justificar juridicamente o exercício autoritário de um poder preestabelecido. Apresenta-se como um instrumento a serviço de um poder autoritário preexistente com a finalidade de confe- rir legitimidade formal ao detentor do poder político. 21 A distinção entre poder constituinte e poder constituído, sen- do aquele exercido pela nação, por meio de representantes para tanto investidos, é devida a Emmanuel-Joseph Sieyès, na obra “O que é o Terceiro Estado?”. Certo. Atribui-se ao abade Emmanuel-Joseph Sieyès o desenvolvi- mento da teoria do poder constituinte, com a obra “O Que é o Terceiro Estado?”. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO 22 Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a per- da superveniente de titularidade do mandato legislativo tem efeito desqualificador da legitimidade ativa do congressis- ta que, apoiado nessa específica condição político-jurídica, ajuizou ação de mandado de segurança com o objetivo de questionar a validade jurídica de determinado procedimento que ambas as Casas do Congresso Nacional têm adotado em matéria de apreciação de medidas provisórias. Certo. É o que ficou consignado no MS 27.971. 23 Segundo o entendimento do STF, os conselhos de fiscali- zação profissional têm como função precípua o controle e a fiscalização do exercício das profissões regulamentadas, exercendo, portanto, poder de polícia, atividade típica de Es- tado, razão pela qual detêm personalidade jurídica de direito público, na forma de autarquias. Sendo assim, tais conselhos não se ajustam à noção de entidade de classe, expressão que designa tão somente aquelas entidades vocacionadas à defesa dos interesses dos membros da respectiva categoria ou classe de profissionais. Certo. É o entendimento fixado na ADPF 264. 24 De acordo com o Supremo Tribunal Federal, não viola a cláu- sula de reserva de plenário a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitu- cionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. Errado. É justamente o contrário. À luz da Súmula Vinculante n. 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare ex- pressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. 25 Conforme entendimento sumulado do Supremo Tribunal Fe- deral, só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justifica- da a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabili- dade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. Certo. É o que estabelece a Súmula Vinculante n. 11. 26 Para o Supremo Tribunal Federal, a oficialização da Bíblia como livro-base de fonte doutrinária para fundamentar prin- cípios, usos e costumes de comunidades, igrejas e grupos em um Estado da federação não implica inconstitucional discri- minação entre crenças. Errado. Conforme ficou consignado na ADI 5.257: A oficialização da Bíblia como livro-base de fonte doutri- nária para fundamentar princípios, usos e costumes de co- munidades, igrejas e grupos no Estado de Rondônia implica inconstitucional discrímen entre crenças, além de caracteri- zar violação da neutralidade exigida do Estado pela Consti- tuição Federal. 27 O Supremo Tribunal Federal afirma que não é legítimo sus- pender a habilitação de qualquer motorista que tenha sido condenado por homicídio culposo na direção de veículo. Errado. Conforme restou decidido no RE 607.107: “É legítimo suspen- der a habilitação de qualquer motorista que tenha sido condena- do por homicídio culposo na direção de veículo.” 28 Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefei- tos devem renunciar aos respectivos mandatos até oito meses antes do pleito. Errado. Conforme o art. 14, § 6º, da CF/1988: “Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.” 29 Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a imunidade parlamentar formal não obsta, observado o devido processo legal, a execução de pena privativa de liberdade de- corrente de decisão judicial transitada em julgado. Certo. É o entendimento consolidado do STF, como se vê, por exem- plo, na Ação Penal n. 396. 30 No sistema de separação de poderes adotado pelo Brasil, a re- gra é a indelegabilidade das atribuiçõesde cada poder. Toda- via, há casos em que a Constituição federal atenua essa regra. Assim, o Presidente da República pode delegar a atribuição de dispor, mediante decreto, sobre extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. Certo. É o que determina o art. 84, parágrafo único, da CF/1988. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO 31 Dentre as competências do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, encontra-se receber e conhecer das reclamações contra membros de órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares. Certo. É o que determina o art. 103-B, § 4º, III, da CF/1988. 32 Ao Supremo Tribunal Federal compete julgar, originaria- mente, o mandado de segurança contra atos do presidente da República, dos ministros de Estado e do procurador-geral da República. Errado. Segundo o que dispõe o art. 102, I, alínea “d”, da CF/1988: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipua- mente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I – processar e julgar, originariamente: (...) (d) o habeas-corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas-data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da Repú- blica e do próprio Supremo Tribunal Federal. Por outro lado, prevê o art. 105, inciso I, alínea “b”, da CF/1988 que: Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I – processar e julgar, originariamente: (...) (b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exér- cito e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal. 33 Conforme entendimento sumulado do Supremo Tribunal Fe- deral, não viola a Constituição o estabelecimento de remune- ração inferior ao salário-mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. Certo. É o que prevê a Súmula Vinculante n. 6 do STF. 34 Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, o Mi- nistério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado. Certo. É o que restou consignado no RE 593727. DIREITO CIVIL Daniel Carnacchioni A União editou a Lei n. X publicada em 22/01/2019, modificando o art. 108 do CC e exigindo, a partir de então, que a escritura pública seria necessária somente nos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 50 salários-mínimos. A lei em questão foi omissa quanto ao início de sua vigência. Com relação à situação hipotética apresentada anteriormente, julgue o item subsequente, tendo como base a Lei de Introdução ao Código Civil, o direito das coisas e as competências legislativas dos entes federados. 35 Tal norma terá vigência imediata, segundo o dispos- to na LINDB. Errado. Conforme a LINDB: “Art. 1° Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.” Se a lei for omissa quanto ao início da vigência, aplica-se a regra geral do art. 1º, entra em vigor 45 dias após ser publicada. No entanto, se a lei dispuser a data de vigência, prevalece a norma específica. 36 Se a União, após alguns meses de vigência da Lei X, editasse a Lei Y, revogando expressamente a Lei X, sem dispor de qualquer previsão acerca da necessidade de escritura públi- ca em negócios jurídicos relativos à direitos reais sobre bens imóveis, nesse caso não será possível a aplicação da redação originária do art. 108 (existente antes da edição da Lei X), isso porque a LINDB dispõe regra proibindo o fenômeno da repristinação das leis. Certo. O § 3º do art. 2º da LINDB trata do fenômeno da repristina- ção nos seguintes termos: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. Veja que, em regra, não se admite a repristinação no Direito brasileiro. POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO 37 Tendo sido realizado um negócio jurídico em 28/01/2019, qual seja, compra e venda de imóvel no valor de 40 salários- -mínimos por instrumento particular. Tal negócio jurídico será inválido, pois na ocasião a Lei X ainda não estava vigente. Certo. Isso porque em 28/01/2019 a Lei ainda cumpria prazo de va- catio legis. O plano da validade de um negócio jurídico é regulado pela norma em vigor no momento de sua celebração. Se a lei estava cumprindo o prazo de vacatio, é sinal de que ela ainda não esta- va em vigor. Logo, ainda vigia o comando original do art. 108, que exige escritura pública para validade de NJ de bens imóveis de valor superior a 30 SM. 38 Tal lei influenciará no reconhecimento da usucapião de bem imóvel, quanto à validade do registro da sentença que reco- nhece tal modo de aquisição da propriedade. Errado. A norma do art. 108 se destina à aquisição derivada da proprie- dade, realizada por meio de NJ. A usucapião é modo originário de aquisição da propriedade, e que por isso não se submete ao plano de validade dos NJ. De acordo com o Código Civil e a jurisprudência do STJ, julgue o item a seguir: 39 A decretação da prescrição da pretensão punitiva do Estado na ação penal fulmina o interesse processual no exercício da pretensão indenizatória a ser deduzida no juízo cível pelo mesmo fato. Errado. “A decretação da prescrição da pretensão punitiva do Estado na ação penal NÃO fulmina o interesse processual no exercício da pretensão indenizatória a ser deduzida no juízo cível pelo mes- mo fato.” STJ. 3ª Turma. REsp 1.802.170-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/02/2020 (Info 666). Como o ordenamento jurídico adota, como regra, o princípio da relativa independência das instâncias (art. 935 do CC e art. 65 do CPP), a vítima que pretende ser ressarcida dos danos sofridos com a prática de um delito pode escolher uma de duas opções: 1) ajuizar a ação cível de indenização (ação civil ex delicto); ou 2) aguardar o desfecho do processo penal, para, então, liqui- dar ou executar o título judicial eventualmente constituído pela sentença penal condenatória transitada em julgado. Ademais, de acordo com o CC: “Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva”. DIREITO PROCESSUAL CIVIL Lídia Marangon 40 O habeas data pode ser concedido para assegurar o conhe- cimento de informações relativas à pessoa do impetrante ou de terceiro que constem de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. Errado. O habeas data não pode ser concedido para assegurar o conhe- cimento de informações relativas a terceiro. Conforme a CF: Art. 5º, LXXII – conceder-se-á habeas data: (a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 41 Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. Certo. Súmula n. 365 do STF: “Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.” A legitimidade para a ação popular é apenas do cidadão, con- forme disposto na Lei n. 4.717/1965: Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patri- mônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Muni- cípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de ins- tituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas in- corporadas ao patrimônio da União, do DistritoFederal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. 42 A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes, exigindo-se, apenas, a existência de vín- culo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado e a ausência de modificação de competência estabelecida na Constitui- ção Federal. Errado. Súmula n. 628 do STJ: “A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modificação de compe- tência estabelecida na Constituição Federal.” POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO 43 O dispute board é um método alternativo de solução de con- flitos, mais comumente utilizado em contratos de execução imediata, que consiste na formação de comitê de especialistas no assunto sobre o qual determinado contrato versa, com a finalidade de prevenir ou solucionar eventuais disputas ad- vindas do contrato. Errado. Embora não haja qualquer proibição na utilização do dispute board nos contratos de execução imediata, ele é um método alternativo de solução de conflitos mais comumente utilizado em contratos de execução continuada. 44 Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, conhecer de ações relativas a imóveis situa- dos no Brasil. Certo. Autoridades judiciárias estrangeiras não detêm essa competên- cia. Trata-se de competência exclusiva prevista no artigo 23, I do CPC: “Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil.” DIREITO EMPRESARIAL Edilson Enedino 45 O administrador judicial é o mais importante órgão da falên- cia e da recuperação judicial. A Lei n. 11.101/2005 atribui-lhe dezenas de funções. Dentre as atribuições do administrador judicial na falência constam receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, mesmo sem o seu consentimento, entre- gando a ele o que não for assunto de interesse da massa; e, apresentar, no prazo de 40 dias, contado da assinatura do ter- mo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos. Certo. Conforme a Lei n. 11.101/2005: Art. 22, III (...) (d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, en- tregando a ele o que não for assunto de interesse da massa; (e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que con- duziram à situação de falência, no qual apontará a responsa- bilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art. 186 desta Lei. 46 Há direitos conferidos aos acionistas da Sociedade Anônima que não poderão ser retirados nem pelo estatuto nem pela as- sembleia geral. A Doutrina nominou esses direitos como es- senciais. Nos termos da lei, são direitos essenciais do acionis- ta: participar dos lucros sociais e do acervo da companhia, em caso de liquidação; fiscalizar, na forma prevista na lei, a ges- tão dos negócios sociais; ter preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, votar nas as- sembleias e retirar-se da sociedade nos casos previstos na lei. Errado. Conforme a Lei n. 6.404/1976: Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembleia geral po- derão privar o acionista dos direitos de: I – participar dos lucros sociais; II – participar do acervo da companhia, em caso de liquidação; III – fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos ne- gócios sociais; IV – preferência para a subscrição de ações, partes benefi- ciárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos arti- gos 171 e 172; V – retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei. 47 A recuperação judicial sujeita todos os credores existentes na data do pedido. A própria lei exclui, contudo, o credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imó- veis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contra- to de venda com reserva de domínio. O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que os créditos sub judice, na data do pedido de recuperação judicial, sujeitam-se a ela. Apesar da existência do crédito só se efetivar com o trânsito em julgado da sentença, entende o STJ que o fato gerador da obrigação, sendo anterior ao pedido de recuperação, submete o crédito ao que restar definido no plano de recuperação judicial. Certo. Conforme a Lei n. 11.101/2005: Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os crédi- tos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. (...) § 3º Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mer- cantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevo- gabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de proprie- dade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. 48 O estabelecimento é formado por todo complexo de bens or- ganizado, para exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária. Referida universalidade de fato pode ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, trans- lativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua na- tureza. Por isso, nosso ordenamento jurídico admite e regula o trespasse, que consiste na transferência de todo o estabele- cimento de um para outro empresário. No caso de trespasse, a lei impõe a denominada “cláusula de não restabelecimento”, que consiste na proibição do alienante fazer concorrência ao adquirente do estabelecimento. Assim, caso o contrato nada regule quanto à possibilidade do alienante poder se restabele- cer no mesmo ramo de atividade econômica, ficará proibido de fazê-lo por um prazo de 5 anos. Certo. Art. 1.147, CC. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do es- tabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá du- rante o prazo do contrato. 49 No processo de reorganização societária, a fusão e a incorpo- ração são as operações que mais se assemelham. Em ambas ocorre a junção das empresas, eliminando-se os empresários, seus titulares, com a extinção de todos eles ou com a manu- tenção de apenas um deles. Há a possibilidade do exercício do direito de retirada, bem como responsabilidade solidária pelas dívidas anteriores. Em caso de falência, todos os credo- res receberão do patrimônio formado pela soma dos estabe- lecimentos das sociedades, não havendo distinção decorrente da titularidade anterior do crédito. Errado. Conforme a Lei n. 6.404/1976: Art. 232. Até 60 (sessenta) dias depois de publicados os atos relativos à incorporação ou à fusão, o credor anterior por ela prejudicado poderá pleitear
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