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Metodologia do esporte

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METODOLOGIA DO 
ESPORTE I - VÔLEI 
E BASQUETE 
Cristiano Rodrigues 
Lozada
Contexto histórico 
do voleibol
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever o processo de criação do voleibol.
  Relacionar a evolução histórica da modalidade com aspectos culturais.
  Reconhecer a evolução do voleibol como esporte olímpico.
Introdução
Por mais abrangente que a palavra “esporte” seja, normalmente, nosso 
primeiro instinto é pensar em atividades que proporcionem — ou que 
deveriam proporcionar — prazer aos indivíduos que as praticam. Mais 
que uma atividade física, o esporte traz consigo algo que é inerente ao 
humano: as emoções, que envolvem o jogo nos mais diferentes âmbitos. 
Seja em quadra ou na torcida, o esporte move multidões que sorriem 
ou choram de acordo com os resultados obtidos. Assim, vitória e derrota 
andam de mãos dadas, pois, em segundos ou em apenas uma jogada, 
o resultado de todo um trabalho pode ser definido, produzindo, assim, 
vencedores e derrotados, alegria e tristeza.
Nesse contexto, encontra-se uma das modalidades mais competitivas 
que se conhece quando se fala em prática desportiva, os esportes coleti-
vos. Dentre eles, existem inúmeras modalidades, com diferentes forma-
tos, conceitos, objetivos e origens, mas, principalmente, com diferentes 
histórias. É nesse sentido que este capítulo abordará o contexto histórico 
de um dos esportes coletivos mais difundidos no mundo, o voleibol.
Neste capítulo, você estudará o processo de criação do voleibol, 
relacionará a evolução do esporte com aspectos culturais e reconhecerá 
a evolução do voleibol como um esporte olímpico.
O processo de criação do voleibol 
Como todo esporte, o voleibol foi criado para suprir a necessidade do homem 
de praticar uma atividade física prazerosa, proporcionando-lhe um bem-estar 
físico que é agregado ao desafi o da competição.
Mas você sabe como o voleibol surgiu? Curiosamente, para compreender 
o seu histórico, é importante voltar à criação de outro esporte, o basquete. 
No ano de 1891, o basquete foi criado como uma nova atividade física para 
todas as idades, e seu objetivo foi a invenção de uma nova prática esportiva 
que pudesse ser realizada dentro de um ginásio, fugindo, assim, dos invernos 
rigorosos e proporcionando, ao mesmo tempo, um novo esporte que pudesse 
evitar contato físico. Contudo, logo se percebeu que, para os praticantes com 
uma faixa etária mais elevada, o basquete poderia ser perigoso devido ao 
contato físico que se fazia presente quando o esporte era praticado. Tal con-
tato físico, em certos momentos, ocasionava lesões, gerando o afastamento 
dos praticantes dessa atividade física, conforme relatam Bojikian e Bojikian 
(2008). É correto dizer que o basquete buscou, em seu objetivo primeiro, ser 
um esporte que pudesse ter menos contato físico quando comparado, por 
exemplo, ao futebol americano, que tinha um contato físico muito forte, além 
de requerer local ao ar livre e equipamentos específicos para a sua prática.
Sendo assim, em 1895, na cidade de Holyoke, no estado de Massachus-
setts, nos Estados Unidos, um senhor chamado William George Morgan 
(Figura 1) criava o voleibol, cujo nome inicial foi minttonette, conforme 
relata Pimentel (2012).
Alguns estudiosos dizem que a invenção americana não passaria de uma 
adaptação de um jogo italiano que tinha sido difundido em países latinos na 
Idade Média, entre os séculos V e XV, e que teria sido levado para a Alemanha 
em 1893, sendo conhecido como faustball (BIZZOCCHI, 2012).
Segundo Bizzocchi (2012), o voleibol é considerado tanto uma criação a 
partir de jogos já existentes quanto uma criação genuína, com características 
muito próprias, o que o diferenciaria de qualquer outro possível antecessor.
Contexto histórico do voleibol2
Figura 1. William George Morgan.
Fonte: William George Morgan (2018, documento on-line).
Vivendo de 1870 até 1942 em Lockport, Nova York, Morgan, em 1895, 
tinha-se mudado para Holioke, pois assumiria o cargo de diretor do Departa-
mento de Atividades Físicas da Associação Cristã de Moços (ACM) da cidade. 
Nesse contexto, o pastor Lawrence Rinder solicitou que Morgan pensasse no 
desenvolvimento de um jogo que pudesse ser praticado pelos associados de 
idade mais avançada dentro dos ginásios no período do inverno.
A partir disso, Morgan buscou inspiração no basquetebol e no tênis para 
criar um novo esporte. Assim, apresentou ao pastor Rinder a rede de tênis 
elevada do chão a uma altura entre 1,90 e 1,98 metros e utilizou a câmara 
da bola de basquete, dividindo ao meio o espaço (quadra) de 15,20 metros e 
incorporando elementos do tênis, do beisebol e do handebol, conforme relatam 
Pimentel (2012) e Bizzocchi (2012).
Segundo Pimentel (2012), a bola utilizada no início era muito leve e não 
tinha muita velocidade; a partir disso, fizeram uma troca e passaram a utilizar 
uma bola chamada pelota, que se apresentou muito pesada e grande. Foi nesse 
momento que se identificou a necessidade de criar uma nova bola que pudesse 
dar conta da nova prática esportiva; assim, Morgan encomendou à empresa 
A. G. Spalding Brothers uma bola que pudesse servir à nova necessidade. 
O jogo tinha início com uma saída, que ainda não tinha o nome de saque, 
na qual a bola deveria passar para a outra quadra por cima da rede, a partir de 
um tapa dado na bola pelo atleta que daria a saída. Três saídas eram permitidas 
antes que o time adversário fizesse o ponto do saque, pois, quando a bola batia 
3Contexto histórico do voleibol
ao chão ou quando o jogador falhava ao tentar passar a bola sobre a rede, o 
time adversário ganhava uma saída de saque (PIMENTEL, 2012).
Bizzocchi (2012) comenta que o jogo foi tão bem aceito que, em 1896, 
Morgan apresentou-o na Conferência dos Diretores dos Departamentos de 
Atividades Físicas da ACM de sua região, na cidade de Springfield, onde a 
apresentação foi a grande sensação. Um senhor chamado Halstead, que era 
docente da escola daquela cidade, sugeriu a Morgan que o nome de minttonette 
fosse substituído por volleyball, tendo em vista que a bola permanecia em 
constate voleio por cima da rede. Morgan aceitou a sugestão e o voleibol foi 
difundido por todas as ACMs das cidades vizinhas.
Em 1915, uma resolução do governo dos Estados Unidos recomendou que 
o voleibol fosse um programa a ser incorporado às aulas de educação física 
nas escolas americanas, proporcionando, assim, a divulgação do novo esporte 
por todo o país.
Com a fundação dos núcleos internacionais da ACM, no começo do século 
XX, o voleibol ganhou um passaporte para outros países, conforme relata 
Pimentel (2012) e demonstra a Figura 2.
Figura 2. Ano de chegada do voleibol em alguns pontos do mundo.
Fonte: Adaptada de Bizzocchi (2012).
Segundo Bizzocchi (2012), o voleibol chegou à Ásia por meios das escolas 
chinesas; logo depois, desembarcaria também no Japão e nas Filipinas, e o 
continente asiático seria o primeiro a promover um torneio entre países no ano 
de 1913. Além disso, esse continente criou suas próprias regras para o novo 
Contexto histórico do voleibol4
esporte, como, por exemplo, o tamanho da quadra e o número de jogadores, 
que, na época, era de nove atletas, e não havia a necessidade de rotação obri-
gatória, o que durou até o final de 1950.
Cruzando o mar e chegando à América do Sul, o voleibol foi introdu-
zido, primeiramente, no Peru e, logo depois, no Uruguai e na Argentina. No 
Brasil, para alguns estudiosos, a primeira exibição teria ocorrido na cidade 
de Pernambuco, no ano de 1915; já para outros, teria sido no ano de 1916, na 
cidade de São Paulo, onde, no ano de 1946, fundou-se a Confederação Sul-
-Americana de Voleibol, que promoveu seu primeiro campeonato em 1951, 
segundo Bizzocchi (2012).
Em 1947, fundou-se a Federação Internacional de Voleibol (FIVB), com a represen-
tatividade de 14 países, entre os quais estava o Brasil. Em 1949, ocorreu o primeiro 
Campeonato Mundial Masculino,na cidade de Praga, na antiga Checoslováquia. Já a 
primeira disputa feminina ocorreu em 1952, em Moscou, na extinta União Soviética.
 Com o passar dos anos, o voleibol cresceu e se profissionalizou, movi-
mentando empresas esportivas com grandes investidores. Quando houve a 
primeira disputa da Liga Mundial de Voleibol, no ano de 1990, a premiação 
distribuída foi de US$ 1 milhão e, desde então, só cresceu. Em 2007, a 
competição foi disputada com as 16 melhores equipes do planeta, chegando 
a uma premiação de US$ 20 milhões de dólares e sendo televisionada para 
mais de 33 canais de televisão nos cinco continentes do planeta, conforme 
relata Bizzocchi (2012).
Mais que um simples esporte, o voleibol tem uma rica história e grandes 
momentos, criando nos jovens o sonho de ser um grande jogador de voleibol. 
Esse esporte conseguiu construir um legado que se perpetuará por muito 
tempo, pois, por ser acessível a qualquer um que queira praticá-lo, aproxima 
diferentes classes sociais, raças e credos — sem discriminação de qualquer 
natureza —, sendo, hoje, um dos esportes mais praticados no planeta. No caso 
do Brasil, esse esporte só perde em número de adeptos para o futebol, mas 
há quem diga que, devido às conquistas realizadas pelas seleções brasileiras 
masculina e feminina, nosso país tenha se tornado o país do voleibol.
5Contexto histórico do voleibol
A evolução histórica da modalidade 
e seus aspectos culturais
Sendo uma alavanca positiva para a sociedade, o voleibol buscou, a partir 
de sua história, moldar-se de acordo com os aspectos culturais de cada povo 
ao qual chegou, criando, ao seu redor, uma paisagem de esperança e prazer.
Assim como a evolução da espécie humana, o voleibol, dentro de sua 
proposição como esporte de grandes massas, buscou evoluir e adaptar-se 
para manter-se vivo no rol de esportes mais praticados — em 1960, a FIVB 
declarou que haveria mais de 60 milhões de praticantes ao redor do mundo 
(BIZZOCCHI, 2012).
Ribeiro (2004) relata que o desenvolvimento do voleibol pelo mundo teve 
três fases distintas:
  Fase da difusão (1895 a 1925): fase marcada pela difusão do voleibol 
pelo mundo.
  Fase dos esforços organizacionais (1925 até 1947): fase que buscou a 
organização do esporte, quando surgiram as federações.
  Fase da evolução técnico-tática (1948 até 1998): fase que buscou unificar 
as regras e a evolução dos atletas, tendo em vista as situações que o 
jogo proporcionava.
Veja, no Quadro 1, algumas evoluções que o voleibol sofreu ao longo dos 
anos.
Ano Evolução
1907 É considerado um dos jogos ao ar livre mais populares nos EUA.
1912 Ao lado de esportes como beisebol, basquete e futebol americano, 
o voleibol é um dos esportes mais praticados no país.
1917 A altura da rede passa a ter 2,43 m, e a quadra, 18,30 m x 9,15 m.
1918 As equipes passam a ter somente 6 atletas — até 
então, não havia um número limite definido.
1921 É adotada uma linha central para separar as quadras em dois lados.
Quadro 1. Evolução do voleibol
(Continua)
Contexto histórico do voleibol6
Ano Evolução
1938 É permitido o bloqueio duplo, que, até então, não era permitido.
1945 São publicados vários artigos sobre o esporte 
em comemoração ao cinquentenário.
1946 É permitido o toque com qualquer parte do corpo acima da cintura.
1947 Somente os atletas da frente (ataque) poderiam trocar de posição 
para atacar e bloquear. Nesse mesmo ano, a FIVB organiza o 
regramento com base nas regras americanas e europeias, buscando a 
unificação das mesmas para o melhor desenvolvimento do esporte.
1948 O primeiro campeonato europeu masculino é realizado 
em Roma, tendo como campeã a Checoslováquia.
1949 O primeiro campeonato europeu feminino é realizado em 
Praga e vencido pela seleção da antiga União Soviética.
1951 É realizado o 3º Congresso da FIVB, que acrescenta 
à regra a permissão de invasão do bloqueio, 
mas somente na fase final do ataque.
1953 No 4º Congresso da FIVB, são definidas as 
terminologias da arbitragem.
1958 A seleção da Checoslováquia realiza as primeiras 
experiências utilizando a manchete.
1960 São aplicadas muitas alterações nas regras do voleibol.
1964 São criadas novas regras para o bloqueio, a invasão por 
cima fica proibida, mas permite-se um segundo toque aos 
bloqueadores. Ocorre o primeiro torneio olímpico de voleibol.
1968 É recomendada a utilização de antenas como limitadoras 
do espaço da rede para facilitar a arbitragem.
1970 As antenas são oficialmente instauradas.
1972 São estabelecidas regras para o minivoleibol.
1976 Fica permitido dar os três toques após a bola bater no 
bloqueio – que, antes, contava como um também.
1980 No 17º Congresso da FIVB, as regras são adotadas 
para três línguas: francês, inglês e espanhol.
Quadro 1. Evolução do voleibol
(Continuação)
(Continua)
7Contexto histórico do voleibol
A evolução descrita no Quadro 1 levou à melhoria do esporte e buscou 
torná-lo mais atrativo para o público. Outros atributos, como preparo físico, 
técnico e tático, foram evoluindo, de modo que o jogo necessitaria de alterações 
naturais para atendê-los.
A evolução de um esporte e seu sucesso passam diretamente pela evolu-
ção das equipes que o praticam. Pode-se dizer, assim, que grandes equipes 
são normalmente formadas pelos melhores atletas de um país. Sobre isso, 
Bizzocchi (2012) descreveu a contribuição, para a evolução do voleibol, das 
grandes seleções dos países que eram, e são, grandes potências do voleibol.
Quando uma seleção era campeã, as demais buscavam imitá-la para tentar 
alcançar o mesmo resultado. Pode-se se dizer que, hoje, vários aspectos de 
Fonte: Adaptado de Pimentel (2012).
Ano Evolução
1984 Fica proibido o bloqueio do saque e se estabelece 
que os árbitros seriam mais passivos na avaliação 
de condução quando uma defesa é feita.
1988 Nova regra impede a interrupção para secar a quadra 
— os jogadores, então, passam a levar uma toalha para 
que eles mesmos pudessem secar a quadra.
1992 O quinto set deveria ter uma vantagem de dois pontos 
para que fosse o declarado um vencedor.
1994 É permitido contato com a bola com qualquer parte do 
corpo, inclusive com os pés. A zona de saque passa a ser 
a totalidade da quadra — 9 m da linha de fundo.
1995 Acaba o sistema de vantagem, tornando todo o rali jogado um ponto.
1996 A figura do líbero é introduzida experimentalmente no 
Grand Prix feminino logo após as Olimpíadas de Atlanta.
1998 O líbero é oficialmente incluído no jogo.
1999-
2000
As regras do líbero são inclusas no caderno de regras da FIVB.
Quadro 1. Evolução do voleibol
(Continuação)
Contexto histórico do voleibol8
diferentes seleções são absorvidos pelas equipes para tentar construir uma 
mescla das mais diferentes escolas de voleibol, conforme relata Bizzocchi 
(2012). O autor ainda comenta que, nas décadas de 1950 e 1960, as três grandes 
escolas eram a soviética, a checa e a asiática, cada uma delas com um estilo 
de jogo bem peculiar.
A escola soviética trazia como marca registrada um voleibol muito forte 
fisicamente, pois seus atletas eram altos, fortes e tinham um controle emocional 
invejável a qualquer equipe. Suas principais caraterísticas de jogo eram um 
bloqueio forte e ataques com bolas altas e lentas.
Já os checos possuíam muita plasticidade nos fundamentos, realizando-
-os com perfeição, pois trabalhavam duramente nos treinos para atingir a 
excelência técnica.
Os japoneses aprimoraram a velocidade e a agilidade de seu jogo, buscando, 
assim, equilibrar o jogo contra equipes mais altas e mais fortes fisicamente. 
Tanto a seleção masculina quanto a feminina do Japão tinham grande velo-
cidade e uma enorme agilidade, sendo grandes defensoras.
Avançando no tempo e chegando à década de 1980, tanto os soviéticos 
quanto os japoneses e checos apresentaram um declínio no cenário do volei-
bol. Conforme relata Bizzocchi (2012), a União Soviética e a Checoslováquia 
sofreram uma partição em seus países, fazendo com que surgissem novas 
seleções e, com isso,certa “divisão” dos jogadores nas seleções desses 
novos países que se formaram. A União Soviética deu origem a países como 
Rússia e Ucrânia, que, mesmo com essa divisão, ainda permaneceram sendo 
duas potências mundiais do voleibol. Já a Checoslováquia deu origem à 
República Checa e à Eslováquia, criando mais dois times muito fortes no 
cenário mundial do voleibol. Em contrapartida, os Estados Unidos revolu-
cionariam a maneira de jogar o esporte, implementando a especialização 
das funções dos jogadores e fazendo nascer, assim, a escola americana no 
estilo de jogar o voleibol.
A partir de 2001, a escola brasileira de voleibol entra no cenário mundial 
de vez, e a seleção comandada pelo técnico Bernardinho (Figura 3) escreve 
uma nova página da história do esporte. Implementando uma velocidade nunca 
vista no jogo e atuando com bolas não muito altas, o Brasil firma-se como 
uma escola a ser observada e imitada pelas demais — no mundo do voleibol, 
não se tinha visto tamanha ousadia em velocidade dos jogadores.
9Contexto histórico do voleibol
Figura 3. Seleção brasileira campeã olímpica de 2004.
Fonte: Amo Voleibol (2018, documento on-line).
A seleção brasileira masculina de voleibol foi campeã pan-americana quatro vezes 
— 1963, 1983, 2007 e 2011 —, tendo obtido, além disso, sete medalhas de prata e 
quatro de bronze. O principal adversário do Brasil nos jogos pan-americanos, hoje, é 
a seleção dos Estados Unidos.
Outros países que criaram grandes escolas que contribuíram para a evolução 
do voleibol foram Polônia, Cuba, Romênia, China, Peru, Argentina, Itália, 
Holanda, Servia e Montenegro, países que colaboraram, de alguma forma, 
para que o voleibol pudesse ser difundido no mundo tanto como esporte de 
lazer quanto como esporte de alto rendimento (BIZZOCCHI, 2012). 
Aspectos que devem ser destacados são as alterações ocorridas em algumas 
regras, como, por exemplo, a extinção da “vantagem” para que uma equipe 
pontuasse, ou seja, todo o rali se transformava em ponto, tornando o jogo 
mais dinâmico e menos demorado. Pimentel (2012) relata que tal alteração foi 
introduzida no ano de 1995, assim como outras, como a da pontuação necessária 
para vencer um set ser de 25 pontos, a de que no quinto set venceria quem 
chegasse primeiro a 15 pontos e a de que, em caso de empate em 14-14, o jogo 
continuaria até que uma das equipes conseguisse a vantagem de dois pontos. 
O autor relata, ainda, que foram criados “tempos comerciais”, tendo em vista 
que os jogos ganharam mais atenção da mídia (TV), gerando um novo apelo 
comercial para o esporte e difundindo-o cada vez mais.
Contexto histórico do voleibol10
Essa introdução televisiva com grande impacto comercial fez com que 
o profissionalismo no voleibol aumentasse, pois o que gira na mídia ganha 
uma janela para o mundo. Ao passo que o esporte recebe uma injeção de 
profissionalismo, o aumento de praticantes amadores e o ensino do voleibol 
nas escolas tiveram um grande impacto cultural. Por exemplo, no Brasil, com 
o aumento das transmissões da televisão e as grandes conquistas da seleção 
brasileira, todo atleta amador ou todo aluno de escola passou a sonhar, pelo 
menos por alguns instantes, em tornar-se um Giba, um Marcelo Negrão ou, 
talvez, um Serginho, grandes jogadores brasileiros. Assim, o voleibol passa 
a impactar de vez a vida das pessoas de diferentes formas e com diferentes 
níveis de profundidade, e todo esse impacto se deve ao apelo comercial que 
o esporte começou a ter na mídia. 
O voleibol evoluiu e continua a evoluir constantemente. Hoje, podemos 
dizer que outras seleções começam a figurar no cenário mundial, como é o 
caso da seleção da França, que vem produzindo grandes jogadores e novas 
formas de jogar o voleibol, colocando sua escola no cenário mundial também.
Mais que uma evolução de um esporte, o voleibol criou sua própria cultura 
e arrastou adeptos de todas as faixas etárias, permitindo que o esporte pudesse 
manter-se como um dos mais praticados por homens e mulheres que, até hoje, 
buscam nele uma prática competitiva, divertida e que coloque o corpo em 
movimento de maneira prazerosa. Pode-se dizer, assim, que o voleibol ainda 
terá muita evolução a ser construída, pois é certo que novas escolas surgirão 
e outras se renovarão para que esse esporte fascinante não deixe de existir e, 
principalmente, siga tendo adeptos e defensores. 
A evolução do voleibol como esporte olímpico
Antes de falarmos da evolução do voleibol como esporte olímpico, é importante 
saber o que é necessário para que uma modalidade esportiva faça parte do 
programa olímpico, que avalia sua possibilidade de entrada.
Segundo Souza (2012), a decisão da entrada de um esporte nos jogos olím-
picos é do Comitê Internacional Olímpico (COI), segundo o qual os requisitos 
básicos para que o esporte possa tornar-se olímpico é que seja praticado em 
pelo menos 75 países, nos cinco continentes, para modalidades masculinas, 
e em 40 países e três continentes para modalidades femininas. No entanto, 
Souza (2012) relata que somente esses requisitos não são suficientes para que o 
esporte faça parte da programação olímpica. Para que um novo esporte possa 
entrar no programa olímpico, é necessário que outro deixe a programação, pois 
11Contexto histórico do voleibol
o COI delimita o número de esportes para evitar um número muito grande de 
atletas, o que poderia inviabilizar a realização do evento.
Em 2004, o COI criou uma comissão específica para cuidar da programação 
olímpica e que é responsável por avaliar o programa olímpico como um todo 
e analisar os esportes que não fazem parte da programação oficial do evento 
(SOUZA, 2012).
Tal comissão avalia, a cada novo ciclo olímpico, a programação do evento e 
analisa sete critérios para definir se um esporte poderá fazer parte do programa 
ou não: a história e a tradição do esporte, a universalidade, a popularidade, a 
imagem, a saúde dos atletas, o desenvolvimento da federação internacional que 
cuida do esporte e os custos que o envolvem. A partir disso, o esporte deverá 
ser submetido para avaliação sete anos antes de sua possível inclusão nos jogos.
Sim, é difícil que um esporte se torne olímpico, e mais difícil ainda é manter-se 
como um esporte olímpico. É nessa esteira que o voleibol pode ser considerado 
um astro dos jogos olímpicos, pois sua cadeira está garantida há muitos anos.
Ribeiro (2004) relata que a primeira aparição do voleibol nos jogos olím-
picos foi em 1924, como um esporte de exibição, a partir de uma proposta 
da ACM para que ele fosse incluído. No entanto, foi somente após a Segunda 
Guerra Mundial que o vôlei se tornaria um esporte com um assento dentro 
da programação olímpica.
O Comitê Olímpico Internacional fez a inclusão do voleibol na progra-
mação dos jogos oficiais no ano de 1964, nos jogos realizados em Tóquio, 
nas modalidades masculina e feminina simultaneamente, conforme relata 
Bizzocchi (2012). Pimental (2012) acrescenta que havia 10 equipes masculinas 
e 6 equipes femininas.
Os primeiros vencedores na modalidade masculina foram: União Soviética 
(ouro), Checoslováquia (prata) e Japão (bronze); na modalidade feminina, 
Japão (ouro), União Soviética (prata) e Polônia (bronze).
O número de equipes participantes desde 1964 cresceu e, em 1996, passou 
a haver 12 equipes tanto na modalidade masculina quanto na modalidade 
feminina, o que se mantém até hoje.
Neste link, você aprenderá mais sobre curiosidades e fatos ocorridos nos jogos olímpicos 
disputados em Tóquio, em 1964, bem como um pouco da história que envolveu o país.
https://goo.gl/EHrPSW
Contexto histórico do voleibol12
Você sabe quais são as regras relacionadas à competição de voleibol olím-
pico? Vamos pegar por base as Olimpíadas de 2016, que têm as regras descritas 
no Quadro 2.
Fonte: Adaptado de Federação Internacional de Voleibol (FÉDÉRATION..., 2015, 2018) e Comitê Olímpico 
Internacional (2018).
Regras
1. Somente doze times participam de cada evento olímpico.
2. O país-sedeestá classificado automaticamente.
3. Dois times são classificados a partir da disputa da Copa do Mundo de Voleibol.
4. Cinco times são classificados a partir dos Torneios Qualificatórios Continentais. 
5. Quatro equipes são classificadas a partir de qualificação dos Mundiais. 
6. A competição, dentro da Olimpíada, é composta por fases.
7. Na fase inicial dos jogos, os times são separados em duas chaves de seis, 
conforme a colocação de cada um no ranking mundial da FIVB. O país-sede 
sempre irá ocupar a primeira colocação do ranking, e o atual campeão 
olímpico recebe a segunda posição caso esteja classificado para o evento. 
8. Cada equipe, na primeira etapa, irá realizar uma partida contra 
todas as outras equipes que estiverem em sua chave. 
9. Quando todas as partidas da fase inicial estiverem encerradas, as 
quatro melhores equipes em cada chave irão avançar na competição.
10. Quando chegam à segunda fase, as equipes disputam quartas de 
final, semifinais e finais, e as partidas serão organizadas de acordo com os 
resultados da fase inicial, conforme o modelo de "cruzamento olímpico". 
11. Quando as equipes chegam às finais, os vencedores das semifinais 
irão disputar o ouro e os perdedores irão disputar o bronze.
12. Cada equipe só poderá ser composta por doze atletas, e trocas por motivo 
de lesões só serão permitidas até certo prazo a ser estipulado pelo COI.
Quadro 2. Qualificação e Torneio Olímpico de Voleibol
Nota-se, assim, a grande dificuldade de uma equipe de voleibol em chegar à 
maior competição esportiva do planeta – mesmo se chegar a conseguir, ganhar 
é outro problema devido às grandes equipes que lá estarão.
13Contexto histórico do voleibol
O Brasil, em particular, conseguiu construir sua reputação dentro do cenário 
mundial do voleibol, sendo considerado uma das maiores potências mundiais do 
esporte – nas Olimpíadas, o país tem grande experiência e grandes conquistas.
Além dos jogos olímpicos, existem outros grandes torneios internacionais 
de voleibol, como:
  Campeonato Mundial de Voleibol (Figura 4), que ocorre a cada 4 anos;
  Copa do Mundo de Voleibol, que ocorre a cada 4 anos;
  Liga Mundial de Voleibol, que ocorre anualmente;
  Grand Prix de Voleibol, que ocorre anualmente;
  Copa dos Campeões de Voleibol, que ocorre a cada 4 anos.
Figura 4. Campeonato Mundial de Voleibol masculino de 1952.
Fonte: Campeonato... (2016, documento on-line).
Cabe ressaltar que existem diferenças entres competições que ocorrem de 
4 em 4 anos e competições anuais. A Federação Internacional de Voleibol, 
em seu Regulamento de Eventos, publica anualmente as competições e suas 
datas. Assim, busca organizar o calendário de forma que as competições 
não se colidam, ou seja, quando uma competição de 4 anos termina, outra já 
deverá iniciar para dar dinamismo às competições e alavancar o mercado que 
gira em torno do esporte.
Contexto histórico do voleibol14
Já em relação às ligas nacionais, temos como destaque:
  Superliga Brasileira de Voleibol;
  Liga Italiana de Voleibol;
  Campeonato Argentino de Voleibol;
  Campeonato Russo de Voleibol.
Para que um esporte para se mantenha vivo, deve despertar em seus adeptos 
uma paixão que faz com que eles tenham não só vontade de praticá-lo, mas que 
também criem, em seus corações, a vontade de ensiná-lo a futuras gerações, 
perpetuando, assim, sua existência.
Nesse sentido, o voleibol consegue preencher esses requisitos ao desper-
tar o interesse de seus praticantes em jogar o esporte ao mesmo tempo que 
ensina gerações futuras, pois, com ele, é possível entender aspectos como 
companheirismo, amizade, competição, assim como proporcionar alegrias e 
tristezas que, embora sejam passageiras, marcam.
Quando Morgam criou o voleibol, talvez não tivesse imaginado as possibi-
lidades que estaria dando às pessoas, isto é, não imaginava que sua invenção 
ultrapassaria mais de 100 anos de existência e que o voleibol seria um dos 
esportes mais praticados no planeta.
Assim, percebe-se que, seja qual for o esporte, quando ele for feito e pra-
ticado com amor, com certeza se perpetuará pelo tempo nas mais diferentes 
épocas e entre os mais distintos povos, pois o esporte toca o humano de diversas 
formas, sejam físicas ou psíquicas. Dessa forma, torna a experiência humana 
um pouco menos rude e oferece mais possibilidades de uma vida melhor. 
Então, seja qual for seu esporte, pratique-o e, se puder, ensine-o, pois 
assim você terá a certeza de que estará fazendo com que ele seja ensinado às 
gerações futuras.
AMO VOLEIBOL. 2018. Disponível em: <http://www.amovoleibol.com.br/>. Acesso 
em: 29 ago. 2018.
BIZZOCCHI, C. O voleibol de alto nível: da iniciação à competição. São Paulo: Manole, 2012.
BOJIKIAN J. C. M.; BOJIKIAN L. P. Ensinando Voleibol. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2008.
15Contexto histórico do voleibol
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nível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Mundial_de_Voleibol_Mascu-
lino_de_1952>. Acesso em: 29 ago. 2018.
COMITE OLÍMPICO INTERNACIONAL. Documents. 2018. Disponível em: <https://www.
olympic.org/fr/documents>. Acesso em: 29 ago. 2018.
FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE VOLLEYBALL. Event regulations: Volleyball. 2018. 
Disponível em: <http://www.fivb.org/en/FIVB/Document/Legal/FIVB_Event_Regu-
lations_2018_20180504.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2018.
FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE VOLLEYBALL. Rio 2016 olympic games qualifica-
tion process: volleyball. 2015. Disponível em: <http://www.fivb.com/en/about/news/
rio-2016-olympic-games-qualification-process--?id=58310#Womens_Qualification>. 
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PIMENTEL, R. A. História do voleibol no Brasil. Rio de Janeiro: Letras e Versos, 2012.
RIBEIRO, J. L. S. Conhecendo o voleibol. Rio de Janeiro: Sprint, 2004.
SOUZA, G. L. P. Como nasce um esporte olímpico. 2012. Disponível em: <https://universi-
dadedofutebol.com.br/como-nasce-um-esporte-olimpico/>. Acesso em: 29 ago. 2018.
WILLIAM GEORGE MORGAN. Wikipedia, 2018. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/
wiki/William_George_Morgan>. Acesso em: 29 ago. 2018.
Leitura recomendada
KAWANAMI, S. 15 Fatos Sobre os Jogos Olímpicos de 1964. 2015. Disponível em: <https://
www.japaoemfoco.com/15-fatos-sobre-os-jogos-olimpicos-de-1964/>. Acesso em: 
29 ago. 2018.
Contexto histórico do voleibol16
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