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limitações imunidade tributária

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IMUNIDADES 
O tema que será tratado nesta aula é de suma importância para concursos públicos. As bancas adoram cobrar 
imunidades tributárias nas provas de Direito Tributário. 
Desta forma, vamos abordar o assunto no grau de profundidade que ele merece, com o intuito de deixá-lo 
totalmente preparado para qualquer prova sobre o assunto. 
Assim, iniciaremos explicando o conceito de imunidade, isenção e não incidência. Posteriormente, serão 
abordadas as classificações doutrinárias das imunidades. Por fim, vamos estudar as imunidades em espécie! 
Vocês verão que o assunto é bem tranquilo, embora tenha certa riqueza de jurisprudência. 
1. Conceito de Imunidade, Isenção e Não Incidência 
Você precisa saber que imunidade, isenção e não incidência geram o mesmo efeito prático para a pessoa 
beneficiada: não pagar tributo. Uma pessoa isenta ou imune não paga o tributo objeto da imunidade ou da 
isenção. Então, na prática, o efeito é o mesmo! 
Porém, juridicamente, e nas provas de concursos públicos, existem distinções relevantes, e é por isso que as 
estudaremos, você precisa estar pronto no dia da prova! Vamos lá! 
A fim de compreendermos com exatidão a diferença entre os conceitos de imunidade, isenção e não 
incidência, é necessário que entendamos primeiramente o que vem a ser incidência tributária. 
Quando uma lei institui determinado tributo, ela prevê os elementos essenciais para que seja possível sua 
cobrança (hipótese de incidência, sujeitos ativo e passivo, base de cálculo e alíquota). 
Veja que a hipótese de incidência, como elemento essencial na instituição dos tributos, prevê na lei uma 
situação que, ocorrida no mundo real, dará origem ao fato gerador do tributo. Dessa forma, quando a 
situação prevista em lei se concretizar, houve incidência tributária (ocorre o fato gerador). Nós já vimos 
superficialmente isso na aula anterior, você se lembra? 
Agora que já sabemos o que é incidência tributária, o que poderia ser considerado não incidência? Podemos 
citar três situações: 
• A pessoa política não faz uso da competência tributária que lhe foi conferida. Podemos dizer que seria o 
caso de um tributo instituído “pela metade”, em que o ente não prevê todas as hipóteses de incidência 
capazes de gerar a tributação; 
• A pessoa política não possui competência tributária para determinar certas situações fáticas como hipótese 
de incidência. Esta hipótese se refere a situações que fogem do raio de incidência daquele tributo. Por 
exemplo, o IPVA não pode incidir sobre bicicletas; 
• A pessoa política é “barrada” pela CF/88. Ou seja, há certo dispositivo constitucional que inibe a 
possibilidade de o ente prever aquela situação como hipótese de incidência do tributo. 
Observação: Competência tributária é o poder conferido pela Constituição aos entes 
federados para instituírem tributos (impostos, taxas etc.), sempre por meio de lei. Como a 
CF/88 não cria tributos, é o exercício da competência tributária que torna possível a 
cobrança dos tributos. O tema será estudado em outra aula. 
Todas as três situações acima se referem a não incidência tributária. Contudo, a última pode ser considerada 
como hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada. Por tal motivo, é denominada 
IMUNIDADE. 
 
 
A imunidade pode ser considerada uma incompetência tributária. 
 
Perceba, pela explicação inicial do tópico, que tanto na imunidade propriamente dita, como nas demais 
situações que de não incidência, não há a ocorrência do fato gerador. Guarde isso! 
Precisamos nos atentar ainda para o conceito de isenção. Trata-se de um benefício fiscal concedido pelo 
ente político, por intermédio de lei. Ou seja, é a dispensa legal do pagamento do tributo, sendo considerada 
uma decisão política. 
Neste caso, há uma hipótese de incidência prevista na lei que instituiu o tributo e, por esse motivo, o fato 
gerador ocorre. Contudo, o tributo não vem a ser cobrado, pois a isenção é uma hipótese de exclusão do 
crédito tributário. Não iremos nos aprofundar neste conceito, por enquanto, para não ter o risco de 
confundirmos. O momento irá chegar. 
O que importa, por enquanto, é saber que a isenção decorre do exercício da competência tributária e o fato 
gerador do tributo chega a ocorrer, e a obrigação tributária chega a existir. Isto é, o ente poderia cobrar 
aquele tributo, mas decide isentar os contribuintes, mediante a edição de uma lei. Nesta aula, estamos 
adotando a doutrina clássica, pois é o posicionamento adotado pelo STF (ADI 286). 
 
Há divergência doutrinária sobre a existência ou não da obrigação tributária nos casos de 
isenção. 
A doutrina clássica, preconizada por Amílcar de Araújo Falcão1, dentre outros, defende que 
a isenção constitui apenas em dispensa legal do pagamento do tributo, isto é, o fato 
gerador ocorre, a obrigação tributária chega a existir, mas não o crédito tributário, tendo 
em vista que ocorre a sua exclusão, nos termos do art. 175, I, do CTN. Esta é a linha adotada 
pelo STF (ADI 286). 
A doutrina mais moderna entende que, em casos de isenção, não há ocorrência do fato 
gerador, de forma que a obrigação tributária não chega a existir. Nesta linha, De acordo 
com o autor Roque Antônio Carraza2, “a isenção pode ser definida como limitação legal do 
âmbito de validade da norma jurídica tributária, que impede que o tributo nasça ou faz com 
que ele surja de modo mitigado.” 
 
Dando continuidade ao nosso estudo, por outro lado, a imunidade é uma delimitação da competência 
tributária, ou melhor, uma limitação constitucional ao poder de tributar, posicionando-se ao lado dos 
princípios constitucionais tributários. Ou seja, existe um limite além do qual o ente instituidor não pode 
tributar, por expressa disposição constitucional. Vimos também que não ocorre o fato gerador neste caso. 
Por último, há que se ressaltar que não importa a terminologia utilizada pela CF/88 para tratar das 
imunidades, visto que o simples fato de estar no texto constitucional dá ao instituto o título de imunidade. 
Neste sentido, o STF (RMS 22.192/DF) já decidiu que, embora o art. 195, § 7°, da CF/88, mencione a palavra 
“isentas”, a interpretação que deve ser dada é a de que se trata de verdadeira imunidade. 
 
Repare que, embora diferenciamos não incidência de imunidade, esta está inserida dentro 
do conceito daquela, com a ressalva de que foi prevista constitucionalmente. 
 
Espero que o quadro abaixo possa auxiliá-los a entender melhor o que dissemos até agora. 
 
 
1 FALCÃO, Amílcar de Araújo. Fato gerador da obrigação tributária. 6ª Edição. 2002. Pág. 66 
2 CARRAZA, Roque Antônio. ICMS. 9ª Edição. Editora Malheiros. 2003 
 
 
Por fim, cabe destacar o conceito de alíquota zero, que é mais uma hipótese em que o tributo acaba não 
sendo cobrado. Nesse caso, ocorre o fato gerador, contudo, o valor do tributo é nulo, já que a alíquota é 
zero. Isso ocorreria, por exemplo, se o Governo Federal decidisse reduzir a alíquota de Imposto de 
Importação a zero sobre determinados produtos essenciais ao País. 
2 - Imunidades e Obrigações Acessórias 
Sempre que falamos de imunidade, estamos falando do não recolhimento do tributo. Então, dizer que uma 
pessoa é imune a determinado imposto, significa dizer que a pessoa está, por determinação constitucional, 
dispensada do recolhimento do imposto. 
Neste ponto da aula, é importante trazer um conceito que não é o foco central da aula, mas que toma 
relevância por estar relacionado com a imunidade tributária. Trata-se das obrigações tributárias. 
Uma obrigação tributária significa uma obrigação do contribuinte com a Fazenda Pública, que pode ter como 
objeto o pagamento de tributo, mas também pode ter como objeto outras prestações, como, por exemplo, 
apresentar uma declaração, emitir notas fiscais, etc. 
Então, sempre quando se fala em obrigação tributária, não estamos falando necessariamente de obrigação 
de pagar tributos, mas sim de deveres que o contribuinte possui em relação à Fazenda. Correto? 
Indo um poucoalém, existem obrigações tributárias “principais”, que sempre se refere ao pagamento 
(tributo ou multas tributárias) e também existem as obrigações tributárias “acessórias”, que representam os 
demais deveres despidos do caráter patrimonial (notas fiscais, declarações etc.), ou seja, são as obrigações 
do contribuinte perante o Fisco, que não envolvem “dinheiro”. 
Não 
Incidência
Situação não 
prevista na lei 
instituidora ou 
impossível;
Não há norma 
que preveja;
Não ocorre fato 
gerador;
Imunidade
a) Limitação ao 
poder de 
tributar;
b) Previsão no 
texto 
constitucional;
c) Não ocorre 
fato gerador;
Isenção
1. Opção política 
do ente 
tributante;
2. Previsão em 
norma 
infraconstitucio-
nal;
3. Ocorre fato 
gerador;
Repetindo: todas as obrigações tributárias representam obrigações para os contribuintes, mas nem sempre 
essas obrigações se referem ao “pagamento”. Quando tais obrigações se referirem a pagamento, são 
obrigações principais; quando não se relacionarem a um pagamento, são acessórias. Ok? 
Então, nós já sabemos que a imunidade recai sobre as obrigações principais, afinal, como já foi dito, se uma 
pessoa é imune a determinado imposto, estará dispensado do seu “pagamento”, e pagamento é obrigação 
tributária principal. 
Mas onde queremos chegar? 
As obrigações acessórias não dependem da obrigação principal, são autônomas. Por isso, a dispensa da 
obrigação principal, seja pela isenção ou imunidade, não dispensa o contribuinte de continuar cumprindo 
obrigações acessórias que tenham relação com o tributo objeto do benefício fiscal concedido. 
Antes de estudarmos as imunidades, gostaria de deixar claro que, embora se trate de uma dispensa 
constitucional do pagamento de tributos, a imunidade não exime certo ente das obrigações acessórias 
instituídas pela legislação tributária. 
Nesse sentido, para o STF (RE 250.844), “exigir de entidade imune a manutenção de livros fiscais é 
consentâneo com o gozo da imunidade tributária (...)”. Nesse ponto da aula você já sabe que a manutenção 
de livros fiscais é um exemplo de obrigação acessória. 
Em maio de 2020, o STF também decidiu (ACO 1098, Informativo 980) que não há violação ao princípio da 
legalidade, caso as obrigações acessórias sejam instituídas por atos infralegais. 
 
Ainda que em gozo de imunidade tributária, a pessoa jurídica não está dispensada de 
cumprir obrigações acessórias e de se submeter à fiscalização tributária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 – Classificação das Imunidades Segundo a Doutrina 
Neste tópico, iremos abordar as principais classificações das imunidades adotadas pela doutrina. À medida 
que expusermos uma classificação, traremos exemplos estatuídos na própria CF/88, com o objetivo de 
facilitar a absorção do assunto. 
3.1 - Classificação quanto ao parâmetro para concessão: subjetivas, 
objetivas ou mistas 
A Constituição Federal, ao instituir as imunidades, pode adotar como parâmetro tanto as pessoas (imunidade 
subjetiva), quanto as coisas (imunidade objetiva). Podemos ter ainda imunidades que consideram as coisas 
e as pessoas ao mesmo tempo, sendo estas denominadas imunidades mistas. 
As imunidades subjetivas podem ser exemplificadas pela imunidade recíproca. De acordo com o art. 150, VI, 
a, da CF/88, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, a 
renda ou serviços, uns dos outros. Observe que a imunidade é direcionada a pessoas políticas, mas não o é 
às empresas privadas, por exemplo. Com isso, fica clara a importância que tem a “pessoa” para se definir 
se haverá ou não imunidade. 
Cabe observar que a imunidade subjetiva não exime as pessoas por ela abrangidas da responsabilidade pela 
retenção de tributos, caso estejam designadas pela lei. Sendo assim, a União fica, a título de exemplo, 
responsável pela retenção do imposto de renda incidente sobre os rendimentos de seus servidores, pois 
estes não são imunes. 
Observação: Responsável tributário, como veremos em momento oportuno, é a pessoa 
que, embora não tenha relação pessoal com a situação que fez surgir o fato gerador, está 
a ela ligada por expressa disposição legal. 
 
Ainda que esteja imune, a “pessoa” pode estar sujeita, por meio de lei, a fazer retenção e 
recolhimento dos tributos devidos por outrem. 
Temos aqui mais um exemplo obrigação acessória: o fato de a empresa estar obrigada a 
descontar os tributos devidos por terceiros e recolhê-los. Veja que não há encargo 
financeiro, mas tão somente a obrigação de “fazer algo”. 
 
 
No que se refere às imunidades objetivas, o exemplo amplamente utilizado é o da imunidade cultural. De 
acordo com o art. 150, VI, d, da CF/88, é vedado a todos os entes federativos instituir impostos sobre os 
livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Desta forma, não importa qual pessoa esteja 
vendendo um jornal, por exemplo. O que é relevante para a aplicação da imunidade é o bem que está sendo 
objeto de comercialização. 
Por último, as imunidades mistas podem ser ilustradas pela imunidade que impede a incidência do Imposto 
sobre Propriedade Territorial Rural sobre as pequenas glebas rurais definidas em lei, quando as explore o 
proprietário que não possua outro imóvel. Atente para o fato de que as glebas rurais constituem o aspecto 
objetivo e, o fato de seu proprietário não poder possuir outro imóvel, revela o aspecto subjetivo da referida 
imunidade. 
Até aqui, tudo compreendido? Passemos, pois, para a segunda classificação. 
3.2 - Classificação quanto à origem: ontológicas e políticas 
As imunidades ontológicas são aquelas que decorrem do princípio da isonomia e do pacto federativo. Ou 
seja, são imunidades que, ainda que não houvesse sua previsão constitucional, existiriam. 
Nesse sentido, podemos adotar como exemplo a imunidade recíproca. Repare que tal imunidade busca 
preservar a autonomia financeira dos entes federativos, protegendo, por isso mesmo, o pacto federativo. 
Por outro lado, as imunidades políticas são aquelas que só existem por decisão expressa do legislador 
constituinte. Isso não quer dizer que elas não protegem outros princípios constitucionais. Por exemplo, a 
imunidade cultural impede a cobrança de imposto sobre os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à 
sua impressão. 
3.3 - Classificação quanto à forma de previsão: explícitas ou implícitas 
Configuram-se explícitas as imunidades expressas no próprio texto constitucional. Trata-se das hipóteses 
que o legislador já previu, no momento da elaboração da Constituição Federal. 
É possível também que algumas imunidades não tenham sido reconhecidas expressamente, mas, por 
decorrerem de princípios constitucionais, a jurisprudência passe a aceitá-las da mesma forma que as que 
estão confeccionadas na CF. A essas imunidades, a doutrina denominou implícitas. Até o momento, não 
temos exemplos de imunidades implícitas. 
Perceba que podemos fazer uma interligação entre o que foi visto aqui e o que vimos na classificação quanto 
à origem das imunidades. As imunidades políticas são sempre explícitas, pois necessariamente devem estar 
previstas no texto da Constituição. 
Por outro lado, vimos que as imunidades ontológicas, ainda que não fossem previstas na CF, existiriam. 
Desta maneira, podemos afirmar que tais imunidades podem ser tanto explícitas como implícitas. 
3.4 - Classificação quanto à necessidade de regulamentação: 
incondicionadas e condicionadas 
Esta classificação diz respeito à necessidade de que a imunidade, para surtir efeitos no mundo concreto, 
esteja regulamentada por norma infraconstitucional, ou seja, por leis. 
Neste contexto, se as imunidades forem incondicionadas, como, por exemplo, a imunidade recíproca, não 
há necessidade de edição de lei, produzindo efeitos imediatamente. 
Devemos lembrar que também há as imunidades condicionadas, que são aquelas que dependem de 
regulamentação por lei, para que possam produzir efeitos. Como exemplos, podemos citar a imunidade 
prevista no art.150, VI, c, da CF/88. Trata-se da imunidade referente às instituições de educação e assistência 
social sem fins lucrativos. Estas só poderão gozar da benesse constitucional, caso haja regulamentação legal. 
Recuperando os seus estudos de Direito Constitucional, podemos dizer que as imunidades condicionadas 
constituem normas de eficácia limitada, pois se faz necessária uma regulamentação infraconstitucional. 
1. Classificação quanto ao alcance: gerais e específicas 
Em alguns casos, o legislador constituinte optou por incluir vários tributos e todos os entes federativos 
dentro de certas imunidades. Por exemplo, a imunidade recíproca veda a instituição de diversos impostos 
(sobre patrimônio, renda ou serviços) e tal vedação é extensiva à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios. 
Neste caso, tal imunidade é denominada geral ou genérica. 
 
Todas as imunidades previstas no art. 150, VI, da CF/88, são consideradas genéricas. 
Por outro lado, em algumas situações, as imunidades são mais restritas, alcançando tributos específicos e, 
por consequência, apenas o ente competente para instituí-los. Cite-se, por exemplo, o caso da imunidade 
concedida ao IPI sobre operações de exportação (art. 153, § 3°, III). Tal imunidade pode ser denominada 
específica, tópica ou especial. 
 
(PGE-MA-Procurador/2016) A imunidade tributária expressa a incompetência do ente para instituição do 
tributo na situação ali prevista, podendo ser fixada na Constituição Federal ou em lei complementar. 
Comentário: É verdade que a imunidade tributária expressa a incompetência do ente para instituição do 
tributo sobre o que foi imunizado. Contudo, a imunidade deve necessariamente estar prevista na 
Constituição Federal. 
Gabarito: Errada 
(TJ-PE-Titular de Serviços de Notas e de Registros/2013) A imunidade tributária 
a) pode vir definida em lei ou na Constituição Federal, mas nunca em decreto. 
b) para ser concedida depende de requerimento do interessado à autoridade administrativa competente. 
c) pode ser criada por lei do ente competente para instituir o tributo, podendo ser em caráter geral ou em 
caráter específico. 
d) é prevista na Constituição Federal, que fixa as hipóteses de incompetência para o ente instituir o tributo 
nas situações por ela definidas. 
e) é prevista na Constituição Federal, mas sua aplicação depende sempre de despacho de autoridade 
administrativa fiscal competente que reconheça a não incidência. 
Comentário: 
Alternativa A: A imunidade tributária apenas pode ser definida na Constituição Federal. Alternativa errada. 
Alternativa B: A imunidade não fica sujeita à deferimento por parte da autoridade administrativa. Alternativa 
errada. 
Alternativa C: Essa regra aplica-se à isenção, mas não à imunidade, visto que esta só pode ser definida na 
CF/88. Alternativa errada. 
Alternativa D: Realmente, a imunidade é prevista na Constituição Federal, fixando hipóteses de 
incompetência tributária para o ente instituir o tributo, ou seja, traça limites ao poder de tributar dos entes 
federativos. Alternativa correta. 
Alternativa E: Embora seja realmente prevista na CF, sua aplicação independe de despacho de autoridade 
administrativa. Alternativa errada. 
Gabarito: Letra D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÉCIES DE IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
Neste tópico, abordaremos as principais imunidades de forma aprofundada, e mencionaremos as demais, 
previstas fora do Capítulo do Sistema Tributário Nacional, apenas para que você tenha conhecimento da 
existência delas. Ok? 
Imunidade Recíproca 
Mencionamos a imunidade recíproca em vários exemplos no estudo da classificação doutrinária das 
imunidades, certo? Por esse motivo, creio que vocês acabaram tendo uma noção do que se trata. 
Na verdade, tal imunidade – também denominada imunidade intergovernamental – existe para proteger a 
autonomia financeira dos entes federados e, consequentemente, o pacto federativo. Podemos afirmar, 
portanto, que ela configura uma cláusula pétrea, no entendimento da Suprema Corte (ADI 939). 
Como é viabilizada esta proteção que acabamos de dizer? Ora, de acordo com o art. 150, VI, a, da CF/88, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, 
renda ou serviços uns dos outros. 
Você precisa estar atento ao fato de que as únicas espécies de tributos abrangidas por esta imunidade são 
os impostos. Além disso, note que o conceito é ainda mais restrito: apenas os impostos sobre o patrimônio, 
renda ou serviços foram alcançados pela imunidade recíproca. 
Para entender o assunto que vamos estudar, é necessário que você conheça o conceito de contribuinte de 
direito e contribuinte de fato. Esse tema toma relevância em situações nas quais as pessoas que arcam, de 
fato, com o ônus tributário não são as mesmas que recolhem o tributo ao erário. Isso ocorre nos 
denominados tributos indiretos. 
Imaginemos que determinado cidadão compra uma TV de LED em uma loja de eletrodomésticos. Sobre a 
incidência do ICMS nesta operação, a loja é eleita pela lei como contribuinte e é ela que vai recolher tal 
imposto, correto? No entanto, quem sofre o ônus do tributo não é a loja, mas, sim, a pessoa física que 
adquiriu a TV. Isso ocorre, porque a loja simplesmente acrescenta o custo daquele tributo no valor da TV. 
Dessa forma, dizemos que contribuinte de direito é aquele eleito pela lei para recolher o tributo, e 
contribuinte de fato é o que arca realmente com o ônus do tributo. Entendido? 
Tudo isso será visto com maiores detalhes em outras aulas. O importante agora é que você saiba distinguir 
tais figuras, para entender com precisão o que será dito a seguir. 
Vejamos, então, como é o entendimento da Suprema Corte em relação à aplicabilidade da imunidade 
recíproca sobre os tributos indiretos: 
Ementa: TRIBUTÁRIO. ICMS. SERVIÇOS DE ENERGIA ELÉTRICA. MUNICÍPIO. CONTRIBUINTE DE 
FATO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, VI, A, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. AGRAVO 
IMPROVIDO. I - A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao imposto 
incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, na qualidade de 
contribuinte de direito. II - Como o Município não é contribuinte de direito do ICMS relativo a 
serviços de energia elétrica, não tem o benefício da imunidade em questão, uma vez que esta 
não alcança o contribuinte de fato. Precedentes. III – Agravo regimental improvido. 
(STF, ARE 663.552-AgR/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Julgado em 
28/02/2012) 
Para a Suprema Corte (ARE 663.552), a imunidade recíproca somente se aplica se o ente beneficiado estiver 
na condição de contribuinte de direito, não o alcançando como contribuinte de fato. 
Vejam que quem faz o recolhimento do tributo, relativo aos serviços de energia elétrica, são as próprias 
prestadoras de serviço, sendo elas denominadas contribuinte de direito. 
Por outro lado, a referida imunidade pode se aplicar em operações de importação de bens, quando o ente 
federado for o importador. Neste caso, perceba que há a identidade do contribuinte de fato e do 
contribuinte de direito, não havendo transferência do ônus tributário (STF, AI 518.405-AgR). 
Além destas situações, podemos acrescentar que o STF (AI AgR/RS 174.808 e RE 196.415/PR) já considerou 
ilegítima a incidência de IOF sobre aplicações financeiras dos entes federados, bem como a tributação da 
renda resultante de tais aplicações pelo IR. 
O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de 
examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a 
autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais 
cabíveis (STF, RE 259.976-AgR). Para fins de provas, é interessante visualizarmos toda a emenda deste 
julgado, conforme se transcreve abaixo: 
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROPÓSITO MODIFICATIVO. 
EXCEPCIONALIDADE AUSENTE.ALEGADA CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. ACÓRDÃO QUE TOMA 
COMO PREMISSA A VINCULAÇÃO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA À ATIVIDADE 
ESSENCIAL DA ENTIDADE PROTEGIDA. APLICAÇÃO AO PRODUTO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS 
PARA AFASTAR O IOF. 
1. Conforme assentado em uma série de precedentes e no próprio acórdão embargado, a 
imunidade tributária é indiferente à integral gratuidade dos serviços prestados e abarca os meios 
de existência da entidade, ainda que inconfundíveis com a respectiva atuação institucional. 2. O 
benefício não será aplicável, dentre outros motivos, se ficar constatado (i) desvio de finalidade 
ou (ii) risco à concorrência e à livre iniciativa. 3. Tanto a decisão agravada como o acórdão 
recorrido indicaram explicitamente que as razões de recurso extraordinário basearam-se em 
meras presunções, que não são toleradas à luz do devido processo legal de constituição do crédito 
tributário. 
(...) 
(STF, RE 259.976 AgR-ED/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Julgado em 
19/10/2010) 
Observação: O caso concreto se referia à imunidade recíproca extensiva à OAB. Ainda hoje 
estudaremos mais detalhes sobre esta situação. 
Ressalte-se ainda que, para o STF (ADI 2.024 e RE 364.202/RS, respectivamente), a imunidade recíproca não 
pode ser invocada para as contribuições previdenciárias e para as taxas. Sendo assim, por exemplo, uma 
repartição federal poderia estar sujeita a pagar taxa pela coleta de lixo. 
Até aqui vimos a aplicabilidade da imunidade recíproca aos entes federados. No entanto, há que se lembrar 
de que esta limitação constitucional ao poder de tributar é extensiva a outras pessoas jurídicas, de acordo 
com o art. 150, § 2°, da CF/88, a seguir transcrito: 
“Art. 150: (...) 
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.” 
A citada extensão é denominada “imunidade tributária recíproca extensiva”, por parcela da doutrina. Note 
que há uma restrição neste parágrafo: a necessidade de que o patrimônio, a renda e os serviços das referidas 
entidades estejam vinculados às finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Perceba ainda que esta 
restrição não foi feita em relação aos entes políticos, como demonstra a ementa do seguinte julgado: 
"O julgado recorrido contempla a conclusão de que a União não está condicionada ao ônus de 
comprovar vinculação do bem tributado a uma finalidade pública, o que somente ocorre nos 
casos das autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder público no que se refere à 
tributação do patrimônio, renda e serviços vinculados a suas finalidades essenciais. (...)” 
(STF, RE 635.012/RJ, Decisão Monocrática, Rel. Min. Dias Toffoli, Julgado em 07/02/2013) 
De qualquer modo, é interessante destacar a jurisprudência do STJ, no sentido de que há presunção de que, 
os imóveis pertencentes às entidades autárquicas, se destinam aos seus fins institucionais: 
PROCESSUAL CIVIL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IPTU. PRESUNÇÃO DE QUE O IMÓVEL SE DESTINA 
AOS FINS INSTITUCIONAIS DA ENTIDADE AUTÁRQUICA. 
ÔNUS DA PROVA EM CONTRÁRIO. INCUMBÊNCIA DO PODER TRIBUTANTE. 
1. Conforme a jurisprudência dominante do STJ, presume-se que o imóvel de entidade 
autárquica esteja afetado a destinação compatível com seus objetivos e finalidades 
institucionais. Portanto, o ônus de provar que o patrimônio da autarquia está desvinculado dos 
seus objetivos institucionais e, portanto, não abrangido pela imunidade tributária prevista no art. 
150 da Constituição, recai sobre o poder tributante. Com efeito, assim como cabe ao executado- 
embargante o ônus da prova de sua pretensão desconstitutiva, incumbe ao embargado, réu no 
processo de embargos à execução, a prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito 
do autor. Precedentes citados. 
2. Recurso especial não provido. 
(STJ, Segunda Turma, REsp 1.335.220/RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Julgamento em 
21/08/2012) 
 
Para o STJ, o ônus de provar que o patrimônio da autarquia está desvinculado dos seus 
objetivos institucionais é do ente tributante. 
 
Destaque-se que, muito embora o texto constitucional restrinja a aplicação desta imunidade às autarquias e 
às fundações públicas, o entendimento predominante no STF (RE 407.099/RS e AC 1.550-2) é o de que a 
benesse é extensível também às empresas públicas (EP) e às sociedades de economia mista (SEM) 
prestadoras de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
A princípio, você poderia pensar que isso seria proibido pelo art. 173, § 2°, da CF/88, segundo o qual “as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos 
às do setor privado”. 
Contudo, o que deve ser considerado é que existem dois tipos de EP e SEM, isto é, há aquelas exploradoras 
de atividade econômicas (sujeitas ao art. 173, da CF/88) e há as prestadoras de serviços públicos (sujeitas ao 
art. 175, da CF/88). As únicas abrangidas pela imunidade recíproca são as prestadoras de serviço público. 
Nesse sentido, o STF já concedeu imunidade às seguintes EP e SEM: 
 Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) – (STF, RE 407.099); 
 Infraero – (STF, RE 524.615-AgR); 
 Companhia de Águas e Esgoto de Rondônia (CAERD) – (STF, AC 1.550-2/RO); 
 Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) – (STF, RE 253.472) 
 Casa da Moeda do Brasil (CMB) – (STF, RE 610.517) 
 Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) (STF, ACO 2.568) 
Observação: Em 2014, tivemos mais três decisões favoráveis à imunidade gozada pela ECT. 
Senão, vejamos: 
Em 15/10/2014, o STF reconheceu a imunidade relativa ao IPTU incidente sobre imóveis de 
propriedade da ECT, bem assim os por ela utilizados. 
Em 12/11/2014, o Plenário do STF decidiu que não incide o ICMS sobre o serviço de 
transporte de bens e mercadorias realizado pela Empresa Brasileira de Correios e 
Telégrafos – ECT. 
Em 26/11/2014, a Suprema Corte (ACO 879/PB) reafirmou sua jurisprudência a respeito da 
imunidade tributária relativa ao IPVA, gozada pela ECT. 
Além dos casos acima citados, o entendimento do STF (RE 580.264/RS) tem sido o de que “as sociedades de 
economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, 
gozam da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal”. 
Na direção oposta do que vimos, o STF (RE 285.716-AgR) negou à Petrobrás, sociedade de economia mista 
destinada à exploração econômica em benefício de seus acionistas, a imunidade recíproca. De acordo com a 
Suprema Corte, “é irrelevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a 
circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal”. Dessa forma, 
podemos memorizar que o fato de a atividade estar sujeita a monopólio estatal não traz como consequência 
a aplicação de imunidade. 
Ressalte-se que a OAB – entidade não integrante da administração pública indireta – também foi alcançada 
pela imunidade recíproca, no entendimento do STF (RE 259.976-AgR). De acordo com a Suprema Corte, a 
OAB desempenha atividade própria de Estado, motivo que faz com que ela também esteja imune. 
Embora a OAB esteja inserida no seleto rol de entidades abrangidas pela imunidade recíproca, o STF já 
chegou a decidir que as Caixas de Assistência dos Advogados, mesmo integrando a estrutura da OAB, não 
são imunes (STF, RE 662.816/BA-AgR), sob a argumentação de que as Caixas de Assistência têm sua área de 
atuação voltada aos benefícios individuais dos associados. Trata-se de entidade destinada a prover 
benefícios pecuniários e assistenciais a seus associados, não desempenhando as atividades inerentes à 
Ordem dos Advogados do Brasil (defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de direito, 
dos direitos humanos, da justiça social Tambémnão lhe compete privativamente promover a representação, 
a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil). 
Tal posicionamento, contudo, foi superado no julgamento dos embargos de declaração, opostos contra outra 
decisão proferida pela Segunda Turma do STF (RE 405267 AgR-segundo-ED / MG). Neste julgamento, o 
relator, Min. Edson Fachin, destacou que as caixas de assistência dos advogados prestam serviço público 
delegado, possuem caráter jurídico de ente público e não exploram atividade econômica com intuito 
lucrativo. 
 
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é imune. 
As Caixas de Assistência dos Advogados também são imunes. 
Outro ponto a ser destacado é que nos serviços públicos prestados por meio de delegação pelo poder 
público, a atividade delegada em si, caso seja exercida com intuito lucrativo, não há que se falar em 
imunidade. É o caso, por exemplo, dos serviços de registros públicos, cartorários e notariais que, por terem 
intuito lucrativo e serem devidamente remunerados, não estão imunes (STF, ADI 3.089). Por conta desse 
entendimento, faz-se necessário transcrever parte da ementa do acórdão proferido pelo STF no julgamento 
da ADI 3.089: 
As pessoas que exercem atividade notarial não são imunes à tributação, porquanto a 
circunstância de desenvolverem os respectivos serviços com intuito lucrativo invoca a exceção 
prevista no art. 150, § 3º da Constituição. O recebimento de remuneração pela prestação dos 
serviços confirma, ainda, capacidade contributiva. 
A imunidade recíproca é uma garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas 
federativas, e não de particulares que executem, com inequívoco intuito lucrativo, serviços 
públicos mediante concessão ou delegação, devidamente remunerados. 
Não há diferenciação que justifique a tributação dos serviços públicos concedidos e a não-
tributação das atividades delegadas. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida, mas 
julgada improcedente. 
(STF, ADI 3.089/DF, Pleno, Rel. Min. carlos Britto, Julgado em 13/02/2008) 
 
O simples fato de o serviço ter natureza pública não basta para ficar caracterizada a 
imunidade! 
 
 
Para concluir o tema, precisamos estudar a última norma que versa sobre a imunidade recíproca, que é o § 
3° do art. 150, que diz o seguinte: 
“Art. 150: (...) 
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, 
à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas 
pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou 
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da 
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.” 
Uma leitura atenta do dispositivo permite inferir que há duas hipóteses que escapam da abrangência da 
imunidade recíproca. 
A primeira diz respeito a quando o patrimônio, a renda e os serviços são utilizados para exploração de 
atividades econômicas em concorrência com os empreendimentos privados. O que se deve ficar atento é ao 
motivo que fez o legislador constituinte inserir esta exceção, que é o fato de não permitir que haja 
concorrência desleal. Ou seja, seria injusto que determinadas entidades utilizassem da imunidade para 
concorrer no mercado, certo? 
Ainda devemos tratar sobre os casos de delegação de serviços públicos, nos quais são cedidos imóveis dos 
entes públicos a pessoas jurídicas de direito privado, para exploração da atividade. Em tais casos, o STF 
mantinha o entendimento de que a imunidade recíproca se estendia ao imóvel pertencente à União utilizado 
por empresa privada, sob o regime de concessão. 
Porém, no julgamento do RE 601.720/RJ, foi considerada a exigência do IPTU em tal situação. O caso concreto 
envolveu a INFRAERO, que é uma pessoa jurídica de direito privado (empresa pública) com imunidade 
pacificamente reconhecida pelo STF, e uma empresa privada (Barrafor – concessionária de veículos Ford), 
sendo o bem imóvel objeto da concessão de uso pertencente à União. 
O entendimento da maioria dos ministros da Suprema Corte foi o de que a imunidade recíproca não é 
aplicável ao caso em razão do disposto no art. 150, § 3º, da CF/88, por se tratar de atividade privada 
desenvolvida no local, evitando que haja violação à livre concorrência, pela aplicação de uma imunidade a 
uma empresa em detrimento de seus concorrentes que atuam no mesmo segmento. 
Há que se destacar que o STF (RE 242.827) já decidiu que a imunidade recíproca extensiva alcança o INCRA 
– autarquia federal -, desobrigando-o de pagar ICMS sobre a exploração de unidade agroindustrial. No 
entendimento do tribunal, a exploração é ocasional e está inserida no âmbito de sua destinação social. Trata-
se de um caso muito específico, mas é bom que você saiba que o STF assim já se posicionou. 
A segunda hipótese afirma que a imunidade recíproca não exonera o promitente comprador da obrigação 
de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. 
A situação se refere a quando uma pessoa particular (promitente comprador) assina um contrato de compra 
e venda, adquirindo um imóvel de um ente imune. Lembre-se de que a mera assinatura do contrato não 
transfere a propriedade do bem, mas o comprador passa a ter sobre o bem o direito real de aquisição de 
coisa alheia, bastando, segundo a CF/88, para ser tributado normalmente. 
Nesse contexto, o STF já sumulou o seguinte entendimento: 
Súmula STF 583 - Promitente-comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia 
é contribuinte do imposto predial territorial urbano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020) A imunidade tributária recíproca dos entes federativos não é extensível às 
respectivas autarquias e fundações públicas. 
Comentário: De acordo com o art. 150, § 2º, da CF/88, a imunidade recíproca é extensiva às autarquias e às 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
Gabarito: Errada 
(MPE-CE-Promotor de Justiça/2020) A União não pode instituir tributos de nenhuma natureza sobre o 
patrimônio dos estados e municípios. 
Comentário: A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, "a", da CF/88, é específica para os impostos, 
não alcançando outras espécies tributárias. Ao resolver a questão, o candidato precisa ter muito cuidado 
para não confundir imposto" com "tributo". 
Gabarito: Errada 
(PGM-Campo Grande-Procurador/2019) As imunidades recíprocas são limitações constitucionais ao poder 
de tributar e têm status de cláusulas pétreas. 
Comentário: De fato, a imunidade recíproca atua protegendo o princípio federativo, garantindo autonomia 
financeira aos entes federativos. Por essa razão, é considerada cláusula pétrea. 
Gabarito: Correta 
IMUNIDADE 
RECÍRPOCA
Não se aplica:
- Explor. Ativ. Econ.
- Contrib. De fato
- Serv. Cartoriais
Impostos
Não se aplica:
Taxas
Contr. Previd.
Patrimônio
Renda
Serviços
EP e SEM 
prestadoras de 
serviço público
Extensiva a 
autarquias e 
fundações públicas
Vinculação a 
finalidades 
essenciais
(PGE-PE-Procurador/2018) As hipóteses de limitação ao poder de tributar decorrente do princípio 
constitucional da imunidade recíproca incluem 
a) proibir a União de instituir impostos sobre o patrimônio de estados e municípios. 
b) vedar as limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. 
c) proibir que estado estabeleça diferença tributária entre bens e serviços em razão do município de 
procedência ou de destino. 
d) vedar isenções de tributos da competência de outros entes federativos. 
e) proibir a instituição de tributo federal que não seja uniforme em todo o território nacional. 
Comentário: 
Alternativa A: A imunidade recíproca impede a instituição e cobrança de impostos sobre o patrimônio, renda 
e serviços, sendo tal vedação aplicável a todos os entes federativos, inclusive aUnião. Alternativa correta. 
Alternativa B: Trata-se, neste caso, do princípio constitucional da liberdade de tráfego. Alternativa errada. 
Alternativa C: Trata-se de princípio da não discriminação em razão da procedência ou destino. Alternativa 
errada. 
Alternativa D: Trata-se do princípio da vedação às isenções heterônomas. Alternativa errada. 
Alternativa E: Trata-se do princípio da uniformidade geográfica da tributação. Alternativa errada. 
Gabarito: Letra A 
(SEFAZ-PI-Auditor Fiscal/2015) A Constituição Federal estabelece limitações ao poder de tributar, concedido 
aos entes federados. No que se refere a estes limites, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios, instituir tributos sobre a renda e patrimônio uns dos outros, inclusive em relação às 
autarquias, fundações e empresas públicas, instituídas ou mantidas por estes entes federados. 
Comentário: Primeiramente, devemos nos atentar ao fato de que a referida imunidade citada na questão 
se restringe aos impostos, não sendo extensiva aos “tributos” de um modo geral. Ademais, além desse erro, 
as empresas públicas não foram consideradas imunes no texto constitucional, mas apenas as autarquias e 
fundações instituídas e mantidas pelo poder público. 
Gabarito: Errada 
(ICMS-PE/2014) As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, ainda que seu 
capital social seja majoritariamente estatal, não gozam da imunidade tributária recíproca. 
Comentário: O STF já decidiu que as sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, 
cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso 
VI do art. 150 da Constituição Federal. 
Gabarito: Errada 
(TRT-16ª Região – Analista Judiciário/2014) Facundo, Auditor Fiscal da Receita Federal, pretende multar a 
Fundação “Vida e Paz”, fundação instituída e mantida pelo Poder Público, haja vista que a mesma jamais 
pagou imposto sobre seu patrimônio, renda e serviços. Nesse caso, 
a) Facundo apenas pode cobrar tributo pelos serviços exercidos pela fundação, mas não sobre a renda e o 
patrimônio, os quais detém imunidade tributária. 
b) correta a postura de Facundo, vez que a citada fundação não detém imunidade tributária. 
c) correta a postura de Facundo, pois apenas as autarquias possuem imunidade tributária. 
d) incorreta a postura de Facundo, vez que a fundação possui imunidade tributária relativa aos impostos 
sobre seu patrimônio, renda e serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou as delas decorrentes. 
e) Facundo apenas pode cobrar tributo sobre a renda da fundação, mas não sobre seus serviços e patrimônio, 
os quais detém imunidade tributária. 
Comentário: Sabemos que a imunidade recíproca foi estendida às autarquias às fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas 
finalidades essenciais ou às delas decorrentes, conforme determina o art. 150, § 2º, da CF/88. Portanto, 
Facundo não pode multar a referida fundação, sob o fundamento de que tal entidade jamais pagou imposto 
sobre seu patrimônio, renda e serviços. 
Gabarito: Letra D 
(ICMS-PE/2014) A sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto não é 
abrangida pela imunidade tributária recíproca. 
Comentário: O STF já se manifestou no sentido da extensão da imunidade tributária recíproca às sociedades 
de economia mista prestadora de serviços públicos. Assim, já foi concedida imunidade para a CAERD 
(Companhia de Águas e Esgoto de Rondônia), uma sociedade de economia mista prestadora de serviço 
público de água e esgoto. 
Gabarito: Errada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imunidade Religiosa 
O art. 150, VI, b, da CF/88, veda que todos os entes federativos cobrem impostos sobre os templos de 
qualquer culto. Levando em consideração o disposto no art. 5°, VI, da CF/88, podemos dizer que a liberdade 
de culto é um direito individual, o que faz com que a imunidade ora analisada se configure uma cláusula 
pétrea. 
Verifica-se também que, pelo fato de o Brasil ser um país laico, a imunidade religiosa alcança todas as 
religiões, sem qualquer distinção. 
 
A imunidade religiosa é incondicionada! Grave isso! 
 
 
Há que se ressaltar, nesse contexto, que, da mesma forma como ocorre com as demais imunidades inseridas 
no art. 150, VI, da Magna Carta, a imunidade religiosa somente alcança os impostos, não sendo extensiva, 
no entendimento do STF (RE 129.930), às contribuições sindicais. 
Ainda seguindo o raciocínio do STF (RE 325.822), embora o texto constitucional mencione que a imunidade 
protege os “templos”, devemos entender que o legislador constituinte quis dizer que a vedação abrange 
também o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais da entidade 
religiosa. 
Neste rumo, ainda que um imóvel pertencente a determinada entidade religiosa encontre-se alugado para 
terceiros, a imunidade subsiste, pois embora a atividade exercida não esteja de acordo com o disposto no 
art. 150, § 4°, da CF/88, para o STF, basta que os recursos gerados estejam sendo vertidos para as finalidades 
essenciais de tais entidades. 
Cabe destacar que, em relação ao IPTU, o texto constitucional foi alterado em 2022, pela EC 116/2022, 
passando a incluir o § 1º-A ao art. 156, cuja redação é a seguinte: 
Art. 156: 
(...) 
§ 1º-A O imposto previsto no inciso I do caput deste artigo não incide sobre templos de 
qualquer culto, ainda que as entidades abrangidas pela imunidade de que trata a alínea 
"b" do inciso VI do caput do art. 150 desta Constituição sejam apenas locatárias do bem 
imóvel. 
Por se tratar de uma imposição constitucional acerca da não incidência tributária, trata-se de uma imunidade 
que visa a proteger a liberdade de culto, mesmo nos casos em que a entidade religiosa não tenha o seu 
próprio imóvel. Como exemplo, podemos pensar naquela igrejinha recém constituída, que aluga um 
pequeno salão para celebrar os cultos religiosos. Sobre tal imóvel, não deverá ocorrer a incidência de IPTU. 
 
Igreja que possua imóveis locados a terceiros - O STF definiu que há imunidade se os 
recursos dos aluguéis forem revertidos para as suas próprias finalidades. 
Igreja que não possui o próprio imóvel – A CF define que há imunidade sobre o IPTU 
daquele imóvel, mesmo quanto seja locatária. 
 
Ademais, a Suprema Corte (RE 578.562), dando entendimento extensivo à imunidade religiosa, entende que 
os cemitérios que consubstanciam extensões destas entidades também são alcançados pela vedação 
constitucional em tela. 
 
Perceba que não são todos os cemitérios que estão abrangidos pela imunidade, mas 
apenas aqueles que são, de fato, mera extensão da entidade religiosa. 
 
Por fim, cabe-nos ressaltar a decisão do STF (RE 562.351) no sentido de que a maçonaria não é alcançada 
pela imunidade religiosa, já que nas lojas maçônicas não se professa qualquer religião. 
 
 
(SEFAZ-MA-Auditor Fiscal/2016) De acordo com as regras constitucionais atinentes às limitações do poder 
de tributar, é VEDADO 
a) aos Estados, instituir e cobrar a “Taxa de Fiscalização de Prestação de Serviços de Interesse à Saúde”, 
relativamente a estabelecimento pré-escolar (maternal), entidade sem fins lucrativos e que exerce suas 
atividades essenciais. 
b) aos Municípios, instituir e cobrar o ISS sobre a prestação de serviço de saúde por hospitais de propriedade 
de entidade de economia mista, que cobra pelos serviços que presta, e cuja maior parte do capital pertence 
ao Estado. 
c) aos Municípios, instituir e cobrar a “taxa de lixo” das repartições públicas estaduais, pertencentes à 
Administração direta estadual. 
d) instituir e cobrar contribuição de melhoria decorrente da valorização de um terreno baldio de propriedade 
de instituição religiosa. 
e) aos Estados, instituir e cobrar o IPVA sobre veículos de propriedade de órgão da Administração direta da 
União. 
Comentário: 
AlternativaA: A referida taxa, a ser cobrada em razão do poder de polícia, não é vedada, haja vista que a 
imunidade das entidades educacionais sem fins lucrativos abrange apenas impostos sobre seu patrimônio, 
renda ou serviços. Alternativa errada. 
Alternativa B: O STF já julgou caso semelhante, mas se referia à entidade que tinha sua receita proveniente 
exclusivamente de repasses públicos, atendendo unicamente pelo SUS, ou seja, não havia cobrança pelos 
seus serviços, o que não é o caso dessa questão, que não menciona se tratar de entidade sem fins lucrativos. 
Alternativa errada. 
IMUNIDADE 
RELIGIOSA
Não se aplica:
Maçonaria
Impostos Patrimônio/Renda/Serviços
Cemitérios
(Extensão)
Alcança Imóveis 
Alugados a 
Terceiros
Relacionados 
com finalidades 
essenciais
RECURSOS 
GERADOS 
Alternativa C: A imunidade recíproca abrange exclusivamente a espécie tributária impostos, não alcançando 
as taxas. Portanto, não há que se falar em tal vedação. Alternativa errada. 
Alternativa D: A imunidade religiosa se restringe aos impostos incidentes sobre seu patrimônio, renda ou 
serviços. Dessa forma, é plenamente possível instituir e cobrar contribuição de melhoria decorrente da 
valorização de um terreno de propriedade de instituição religiosa. Alternativa errada. 
Alternativa E: O IPVA é um imposto que incide sobre o patrimônio (veículos). Portanto, é vedado aos Estados 
instituir e cobrar o IPVA sobre veículos de propriedade de órgão da Administração direta da União, em 
virtude da imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, “a”, da CF/88. Alternativa correta. 
Gabarito: Letra E 
(ICMS-SP/2013) É uma das limitações constitucionais do poder de tributar a imunidade aos impostos, taxas 
e contribuições de melhoria dos templos de qualquer culto. 
Comentário: A imunidade religiosa restringe-se apenas aos impostos, não alcançando as taxas e 
contribuições de melhoria. 
Gabarito: Errada 
(TJ-PE-Juiz/2013) A imunidade sobre o templo de qualquer culto apenas alcança os impostos, sendo devidas, 
portanto, as taxas e contribuição de melhoria incidentes sobre o imóvel destinado ao templo. 
Comentário: De fato, a imunidade religiosa (sobre templos de qualquer culto) alcança tão somente os 
impostos, sendo devidas as taxas e contribuições de melhoria incidentes sobre as entidades religiosas. 
Gabarito: Correta 
(TRF-3ª Região-Analista Judiciário/2014) A renda auferida pelas igrejas com dízimo (doação em dinheiro 
feita pelos fiéis) é imune de imposto de renda. 
Comentário: A renda auferida pelas entidades religiosas não sofre a incidência do imposto de renda, tendo 
em vista haver imunidade tributária. 
Gabarito: Correta 
 
 
 
 
 
 
Imunidade dos Partidos Políticos, Entidades Sindicais dos 
Trabalhadores, Instituições de Educação e de Assistência Social 
De acordo com o art. 150, VI, c, da CF/88, é vedado a todos os entes políticos cobrar impostos sobre o 
patrimônio, a renda e os serviços dos partidos políticos e suas fundações, dos sindicatos de trabalhadores e 
das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. 
 
O art. 150, VI, “c”, trata da imunidade de várias entidades. Qual é a extensão dos termos 
“sem fins lucrativos” e “atendidos os requisitos da lei”? 
De acordo com Regina Helena Costa3: 
sem fins lucrativos  “Requisito a ser preenchido tão somente pelas instituições de 
educação e assistência social, uma vez que os partidos políticos e suas fundações, bem 
como as entidades sindicais de trabalhadores, são entes que, por sua própria natureza, não 
objetivam lucro.” 
atendidos os requisitos da lei  “Aplicável a todas as pessoas nele mencionadas.” 
 
Somente sindicatos de trabalhadores estão abrangidos pela imunidade. Os sindicatos dos 
empregadores ou de setores (ou categorias) econômicos não estão. 
 
 
O que nos chama a atenção – e por tal motivo eu o negritei – é o fato de a norma constitucional exigir a 
edição de uma lei, para que as instituições de educação e assistência social gozem da referida imunidade. 
Além disso, seria uma lei ordinária ou complementar? 
 
3 COSTA, Regina Helena. Curso de direito tributário: Constituição e Código Tributário Nacional. 4ª Edição. 
2014. 
Para dirimir as dúvidas, será necessário recorrer ao entendimento do STF acerca do assunto, conforme 
vemos a seguir (grifos nossos): 
“Conforme precedente no STF (RE 93.770, Muñoz, RTJ 102/304) e na linha da melhor doutrina, o 
que a Constituição remete à lei ordinária, no tocante à imunidade tributária considerada, é a 
fixação de normas sobre a constituição e o funcionamento da entidade educacional ou 
assistencial imune; não, o que diga respeito aos lindes da imunidade, que, quando susceptíveis 
de disciplina infraconstitucional, ficou reservado à lei complementar.” 
(STF, ADI-MC 1.802/DF, Plenário, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Julgamento em 27/08/1988) 
Perceba que, quando uma lei for fixar normas sobre a constituição e o funcionamento das referidas 
entidades, basta que se edite uma lei ordinária. É o que ocorreu com a edição da Lei 9.532/97, estabelecendo 
diversas regras relacionadas às entidades objeto da imunidade. No julgamento acima, o STF teve a 
oportunidade de analisar os requisitos previstos no § 2º, do art. 12, desta norma, e decidiu que a maioria 
deles se referiam à constituição e funcionamento dessas entidades, podendo, pois, serem regulados pela via 
de lei ordinária. 
Observação: De acordo com o art. 146, II, da CF/88, é necessária a edição de lei 
complementar para regular tais limitações ao poder de tributar. 
Outra pergunta pertinente seria: qual lei complementar cumpre com esse papel? Ora, trata-se de uma lei 
muito conhecida por nós (ou que ainda o será), que é o CTN. Em seu art. 14, a Lei 5.172/66 elenca os 
requisitos para que as já mencionadas entidades gozem da imunidade: 
“Art. 14 – (...) 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer 
título; 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos 
institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de 
formalidades capazes de assegurar sua exatidão.” 
 
Na falta de cumprimento destes requisitos, a autoridade competente pode suspender a 
aplicação do benefício da imunidade tributária, conforme preconiza o art. 14, § 1°. 
 
 
Perceba que, ao lermos na CF/88 que tais entidades não podem ter fins lucrativos, não quer dizer que elas 
não podem obter resultado financeiro positivo, pois isso é essencial para que qualquer entidade se 
desenvolva. No entanto, o que é vedado pelo CTN é que haja distribuição de seu patrimônio ou de suas 
rendas, a qualquer título, inclusive aos sócios, gerentes etc. 
Também não se pode confundir a repartição de lucros com a justa remuneração de seus colaboradores pelos 
trabalhos desenvolvidos na entidade. Isso é permitido. 
Outro ponto a ser discutido em nosso curso, de suma importância para o conhecimento amplo da imunidade 
estudada, é a restrição de que somente o patrimônio, a renda e os serviços vinculados às finalidades 
essenciais da entidade estarão imunes aos impostos sobre eles incidentes. Trata-se, pois, da mesma 
restrição feita à imunidade religiosa, disposta no art. 150, § 4°, da CF/88. 
 
Repare que a imunidade religiosa não se submete às restrições do art. 14 do CTN. 
 
 
Vale ressaltar que, da mesma forma como tem ocorrido com a imunidade religiosa, o STF tem sido bastante 
flexível na análise da vinculação asseverada na CF. Nesse sentido, vamos citar, a partir de agora, alguns 
julgados, da própria Corte, que já foram ou que há grandes chances de serem cobrados em prova. Portanto, 
atenção total! 
Súmula Vinculante 52 - Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel 
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, 
desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidadesforam 
constituídas. 
Observação: Esta súmula vinculante possui a mesma redação da Súmula 724 do STF. Isso 
significa que já se tratava de entendimento pacífico no STF. A distinção é que, a partir da 
sua publicação, o posicionamento nela contido possui efeito vinculante em relação aos 
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta. 
Semelhantemente ao que estudamos na imunidade religiosa, o STF também entende que se aplica a 
imunidade quando o imóvel, pertencente às entidades referidas no art. 150, VI, c, estiver alugado a terceiros. 
A única condição é que a renda gerada seja aplicada nas atividades essenciais das entidades. 
Além disso, de acordo com a mesma Corte (RE 144.900), são imunes os serviços não relacionados às 
finalidades essenciais das entidades, desde que a receita deles destine-se ao financiamento de tais 
finalidades. No caso concreto, foi considerado imune de ISS o serviço de estacionamento de veículos 
prestado por hospital em pátio interno. Vejamos a íntegra da ementa desse julgado: 
EMENTA: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO. INSTITUIÇÃO DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇO CALCULADO SOBRE O PREÇO 
COBRADO EM ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS NO PÁTIO INTERNO DA ENTIDADE. Ilegitimidade. 
Eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança de 
estacionamento de veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das atividades 
desta, está abrangida pela imunidade prevista no dispositivo sob destaque. Precedente da 
Corte: RE 116.188-4. Recurso conhecido e provido. 
(STF, Primeira Turma, RE 144.900/SP, Rel. Min. Ilmar Galvão, Julgamento em 22/04/1997) 
Na esteira desse entendimento, também foi considerado imune do IPTU imóvel de propriedade de uma 
entidade beneficente, em cujas instalações era mantida uma livraria. A imunidade subsiste, neste caso, 
pois o que importa é que as rendas auferidas sejam revertidas para a manutenção de suas atividades 
institucionais. 
Sobre a renda destinada às finalidades essenciais, destaque-se que também já foi considerada imune pelo 
STF “a renda obtida pelo SESC na prestação de serviços de diversão pública, mediante a venda de ingressos 
de cinema ao público em geral”. 
 
Para o STF, as escolas de ensino profissionalizante estão enquadradas no rol de entidades 
do art. 150, VI, c. Cite-se, como exemplo, o SENAC e o SENAI. 
 
Além disso, ainda que os imóveis estejam sendo utilizados como escritório e residência de membro da 
entidade, continuam imunes. Senão, vejamos: 
Instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos (...). O fato de os imóveis estarem 
sendo utilizados como escritório e residência de membros da entidade não afasta a imunidade 
prevista no art. 150, VI, alínea c, § 4º, da CF." 
(STF, RE 221.395, Segunda Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Julgamento em 08/02/2000) 
Diferentemente do que acaba de ser visto, em 2010, a Segunda Turma do STF havia afastado a aplicação da 
imunidade prevista no art. 150, VI, “c”, da CF/88, aos terrenos baldios sem vinculação às finalidades 
essenciais das entidades imunes. 
Contudo, em 2013, a Primeira Turma da Colenda Corte, de forma divergente, decidiu que a constatação de 
que imóvel vago ou sem edificação não seria suficiente, por si só́, para destituir a garantia constitucional 
da imunidade tributária. A ementa do julgamento do RE 385.091/DF foi parcialmente transcrita abaixo: 
EMENTA: Imunidade. Entidade de assistência social. Artigo 150, VI, c, CF. Imóvel vago. Finalidades 
essenciais. Presunção. Ônus da prova. 
1. A regra de imunidade compreende o reverso da atribuição de competência tributária. Isso 
porque a norma imunitória se traduz em um decote na regra de competência, determinando a 
não incidência da regra matriz nas áreas protegidas pelo beneplácito concedido pelo constituinte. 
(...) 
3. No caso da imunidade das entidades beneficentes de assistência social, a Corte tem conferido 
interpretação extensiva à respectiva norma, ao passo que tem interpretado restritivamente as 
normas de isenção. 
(...) 
5. A constatação de que um imóvel está vago ou sem edificação não é suficiente, por si só, para 
destituir a garantia constitucional da imunidade. A sua não utilização temporária deflagra uma 
neutralidade que não atenta contra os requisitos que autorizam o gozo e a fruição da 
imunidade. 
6. Recurso extraordinário a que se nega provimento. 
(STF, Primeira Turma, RE 385.091/DF, Min. Rel. Dias Toffoli, Julgamento em 06/08/2013) 
Certamente, essa divergência entre as turmas causa dúvidas no candidato sobre qual posicionamento levar 
para a prova. A orientação mais sensata é a de que seja seguido o mais recente julgamento, direcionado à 
manutenção da referida imunidade, em caso de imóvel vagos ou sem edificação. 
Ainda no que se refere à imunidade em tela, quando nossa análise recai sobre o ICMS (tributo indireto), há 
que se relembrar dos conceitos que já vimos sobre contribuinte de direito e de fato. Você se lembra, certo? 
Caso não tenha certeza, retorne ao tópico da imunidade recíproca e leia novamente. Vamos lá, então: 
“O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 210.251 - EDv/SP, fixou entendimento 
segundo o qual as entidades de assistência social são imunes em relação ao ICMS incidente 
sobre a comercialização de bens por elas produzidos, nos termos do art. 150, VI, "c" da 
Constituição. Embargos de divergência conhecidos, mas improvidos.” 
(STF, RE 186.175 ED-EDv/SP, Pleno, Rel. Min. Ellen Gracie, Julgamento em 23/08/2006) 
 Embora já tenha havido decisões em sentido contrário em ocasiões anteriores, atualmente, o 
entendimento predominante no STF é o de que a imunidade das entidades de assistência social abrange o 
ICMS incidente sobre a comercialização de bens por elas produzidos. 
 Esse posicionamento foi corroborado pelo STJ, no julgamento do RMS 46.170-MS, ao reafirmar que a 
jurisprudência do STF é firme no sentido de que a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF também se 
aplica ao ICMS, desde que a atividade seja relacionada com as finalidades essenciais da entidade. 
 Contudo, o STJ (RMS 46.170-MS, julgado em 23/10/2014) ressaltou que tal imunidade não se aplica 
em relação ao ICMS decorrente da prática econômica desenvolvida por entidade de assistência social sem 
fins lucrativos que tem por finalidade realizar ações que visem à promoção da pessoa com deficiência, 
quando desempenhar atividade franqueada da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). 
 Dessa forma, ainda que a renda obtida pela entidade seja revertida em prol de suas atividades 
essenciais, a imunidade em relação ao ICMS não pode ser concedida no caso, porquanto a atividade 
econômica fraqueada dos Correios foge dos fins institucionais da entidade, ou seja, o serviço prestado não 
possui relação com seus trabalhos na área de assistência social. 
 
Memorize para a prova: desempenho de atividade franqueada da ECT por entidade de 
assistência social sem fins lucrativos não a isenta do ICMS incidente sobre as operações. 
 
 Ademais, ainda sobre a imunidade de tais entidades, o STF decidiu o seguinte: 
 “Não há invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da imunidade, critérios de 
classificação dos impostos adotados por normas infraconstitucionais, mesmo porque não é 
adequado distinguir entre bens e patrimônio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. O 
que cumpre perquirir, portanto, é se o bem adquirido, no mercado interno ou externo, integra 
o patrimônio da entidade abrangida pela imunidade.” 
(STF, RE 203.755/ES, Segunda Turma, Rel. Min. Carlos Velloso, Julgamento em 17/09/1996) 
Com base no entendimento de que o que importa é saber se o bem adquirido no mercado interno ou 
externo integra o patrimônio da entidade imune, o STF estendeu a citada imunidade às aquisições no 
mercado interno: 
ICMS. IMUNIDADE. (ART. 150, VI, C, DA CF). AQUISIÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS NO 
MERCADO INTERNO.ENTIDADE BENEFICENTE. 1. A imunidade tributária prevista no art. 150, 
VI, c, da Constituição, compreende as aquisições de produtos no mercado interno, desde que 
os bens adquiridos integrem o patrimônio dessas entidades beneficentes. 2. Agravo regimental 
improvido. 
(STF, AI 535.922-AgR/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, Julgamento em 30/09/2008) 
No que se refere à figura do contribuinte de fato (adquirente de mercadorias ou serviços), o 
entendimento do STF é o mesmo aplicável à imunidade recíproca (também visto nesta aula): 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. ICMS. ENTIDADE 
SEM FINS LUCRATIVOS. IMUNIDADE RECÍPROCA. IMPOSSIBLIDADE. BENEFÍCIO DA IMUNIDADE 
NÃO ALCANÇA CONTRIBUINTE DE FATO. AGRAVO IMPROVIDO. I – Entidade educacional que não 
é contribuinte de direito do ICMS relativo a serviço de energia elétrica, não tem benefício da 
imunidade em questão, uma vez que esta não alcança o contribuinte de fato. 
(STF, AI 731.786-AgR/SC, Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Julgamento em 
19/10/2010) 
 Embora os dois últimos julgados se refiram a situações em que a entidade imune é contribuinte de 
fato, há uma diferença entre eles: no AI 535.922, os bens adquiridos passam a integrar o patrimônio da 
entidade; no AI 731.786 se refere a mero consumo do serviço de energia elétrica. 
 
 
O que você precisa guardar para a prova é o seguinte: 
-Se a questão mencionar que o bem foi adquirido e passou a integrar o patrimônio da 
entidade, haverá imunidade. 
-Se houver apenas menção de que a entidade está na posição do contribuinte de fato, não 
haverá imunidade. 
 
 
Além de tais casos, devemos guardar que a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF/88, também “abrange 
o Imposto de Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados, que incidem sobre bens a serem 
utilizados na prestação de seus serviços específicos” (STF, RE 243.807). 
Destaque-se que tal imunidade estende-se ao Imposto sobre operações financeiras (IOF) (STF, RE 192.899-
AgR): 
EMENTA: IOF. Imunidade tributária. Instituição de educação sem fins lucrativos. A imunidade 
tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição, estende-se ao imposto sobre operações 
financeiras. Precedente: RE 230.128-AgR, 1ª T., 8.10.2002, Ellen Gracie, DJ 8.11.2002. 
(STF, RE 192.899/MG, Primeira Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Julgamento em 
20/06/2006) 
O ensino de línguas estrangeiras também caracteriza-se como atividade educacional para aplicação da 
imunidade tributária, consoante o entendimento firmado pelo STF no RMS 24.283. 
 
A cobrança de mensalidades pelas entidades educacionais não descaracteriza a 
imunidade, se não houver distribuição de rendas, lucro ou participação nos seus 
resultados. 
Com o intuito de finalizar este tópico, vamos discorrer agora sobre a possibilidade de as entidades fechadas 
de previdência social serem abrangidas pela imunidade ora em análise. 
Eis o posicionamento do STF para este assunto: 
Súmula STF 730 - A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins 
lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de 
previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. 
Nesse contexto, de acordo com a Suprema Corte, somente serão alcançadas pela imunidade conferida às 
entidades de assistência social as entidades fechadas de previdência social privada, quando não houver 
contribuição dos beneficiários. 
As entidades fechadas de previdência social privada são aquelas criadas por certas organizações, com o 
intuito de complementar o valor que será pago de aposentadoria pelo INSS aos seus funcionários. 
Normalmente, a contribuição ocorre tanto parte do patrocinador (organização) como do beneficiário 
(empregado). 
Observe, entretanto, que a CF/88 não abarcou no art. 150, VI, c, as entidades de previdências, mas tão 
somente as de assistência social. Então, no entender do STF, somente se não houver contribuição dos 
beneficiários, é que a entidade se caracterizará como assistencial, fazendo jus, assim, à imunidade. 
Outro ponto digno de nota é o que foi disposto no art. 202, § 3°, da CF/88, como vemos a seguir: 
“Art. 202 – (...) 
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades 
de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, 
situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do 
segurado.” 
O dispositivo menciona que os entes políticos e as entidades a eles vinculadas (administração indireta) 
somente contribuirão com entidades de previdência privada na condição de patrocinadores e, mesmo 
assim, as contribuições deles não podem exceder às dos segurados. 
Agora eu lhe pergunto: se as contribuições dos patrocinadores devem ser menores que a dos segurados, é 
porque sempre deve haver contribuições dos segurados, para que os entes públicos participem como 
patrocinadores, concorda? 
Fazendo uma relação, portanto, com o que acabamos de ver, não será possível que uma entidade tenha 
patrocinadores públicos e, ao mesmo tempo, goze da imunidade do art. 150, VI, c. 
Como de praxe nesta aula, vamos esquematizar a estudada imunidade (incluindo apenas o principal): 
 
 
 
 
 
 
(Pref. Caruaru-PE-Procurador/2018) A imunidade tributária 
a) recíproca alcança todos os tributos previstos na Constituição Federal. 
b) aplica-se incondicionalmente a entidades de assistência social sem fins lucrativos. 
c) aplica-se exclusivamente à propriedade de imóveis de entidades educacionais, desde que não tenham fins 
lucrativos. 
d) aplica-se aos bens, rendas e serviços relacionados às atividades essenciais dos partidos políticos. 
e) trata-se de política parafiscal com sede constitucional, que não exclui a competência tributária plena. 
IMUNIDADE Art. 
150, VI, “c”
Impostos
Patrimônio/Renda/S
erviços
Partidos Políticos
Sindicato Trab.
Inst. Educacionais
Inst. Assistenciais
Abrange IOF
Comentário: 
Alternativa A: A imunidade recíproca se restringe aos impostos sobre patrimônio, renda ou serviços. 
Alternativa errada. 
Alternativa B: Tal imunidade fica condicionada ao cumprimento dos requisitos estabelecidos em lei 
complementar. Alternativa errada. 
Alternativa C: Esta imunidade alcança o patrimônio, renda ou serviços das entidades educacionais, desde 
que não tenham fins lucrativos. Alternativa errada. 
Alternativa D: Realmente, a imunidade prevista no art. 150, VI, "c", aplica-se aos bens, rendas e serviços 
relacionados às atividades essenciais dos partidos políticos.Alternativa correta. 
Alternativa E: A imunidade tributária exclui parte da competência tributária, impedindo, por ordenança 
constitucional, a cobrança de impostos sobre determinadas pessoas ou bens. Alternativa errada. 
Gabarito: Letra D 
(ICMS-PE/2014) A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos 
somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada, se não houver contribuição dos 
beneficiários. 
Comentário: De acordo com a Súmula 730, do STF, a imunidade tributária conferida a instituições de 
assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades 
fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. 
Gabarito: Correta 
(ICMS-SP/2013) A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pela 
Constituição Federal somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver 
contribuição dos beneficiários. 
Comentário: De acordo com a Súmula 730, do STF, a imunidade tributária conferida a instituições de 
assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades 
fechadas de previdência social privada se não houver contribuiçãodos beneficiários. 
Gabarito: Correta 
 
 
 
 
 
 
Imunidade Cultural 
O art. 150, VI, d, da CF/88, estabelece que é vedado a todos os entes federados instituírem impostos sobre 
os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. 
Trata-se da imunidade cultural – também denominada imunidade de imprensa – cujo principal objetivo é 
favorecer o acesso aos meios culturais, como livros, jornais e periódicos. 
De imediato, percebemos uma grande diferença entre as demais imunidades já vistas durante a aula e a 
cultural: esta é objetiva, incidindo sobre “coisas”, ao passo que as demais são subjetivas, sendo parâmetro 
para concessão a “pessoa”. 
 Seguindo essa linha de entendimento, poderíamos dizer que a imunidade não alcança o Imposto de Renda, 
por exemplo, incidente sobre os lucros auferidos pelas editoras: 
EMENTA: TRIBUTÁRIO. ANISTIA DO ART. 150, VI, D, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. IPMF. EMPRESA 
DEDICADA À EDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE LIVROS, JORNAIS, REVISTAS E 
PERIÓDICOS. Imunidade que contempla, exclusivamente, veículos de comunicação e informação 
escrita, e o papel destinado a sua impressão, sendo, portanto, de natureza objetiva, razão pela 
qual não se estende às editoras, autores, empresas jornalísticas ou de publicidade -- que 
permanecem sujeitas à tributação pelas receitas e pelos lucros auferidos. Consequentemente, 
não há falar em imunidade ao tributo sob enfoque, que incide sobre atos subjetivados 
(movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira). 
Recurso conhecido e provido. 
(STF, RE 206.774, Rel. Min. Ilmar Galvão, Julgamento em 03/08/1999) 
No mesmo sentido, as operações financeiras realizadas pelas empresas que industrializam tais produtos 
não podem ser imunizadas do IOF (STF, RE 504.615-AgR). 
Ademais, a referida imunidade acaba por defender o direito à liberdade de expressão, caracterizado nos 
incisos IV, V, IX e XIV do art. 5º da CF/88, o que a torna uma cláusula pétrea. 
Vistos os conceitos iniciais da imunidade cultural, é necessário que conheçamos a jurisprudência a ela 
atinente, sendo de suma importância para as provas de concurso público. 
Assim sendo, a jurisprudência consagrada no STF era a de que, além dos livros, jornais, periódicos e o papel 
destinado à sua impressão, também estavam imunes os outros insumos assimiláveis ao papel. Foi nessa 
linha que o STF demonstrou, por meio da Súmula 657, que a imunidade cultural abrange os filmes e papéis 
fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos: 
Súmula STF 657 - A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis 
fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. 
Ocorre que, ao julgar o Recurso Extraordinário 202.149, a Primeira Turma do STF chegou a considerar que a 
imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é ampla, total, apanhando produto, maquinário e 
insumos. A referência, no preceito, a papel seria, então, meramente exemplificativa e não exaustiva. 
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Retângulo
Contudo, posteriormente, o Min. Celso de Mello admitiu e julgou embargos de divergência (DJe 16/04/2015), 
apresentados pela União, ocasião em que demonstrou que a decisão tomada pela Primeira Turma divergia 
da jurisprudência consagrada do STF, conhecendo e dando provimento ao recurso extraordinário da União. 
Sem nos aprofundarmos neste momento no rito processual, para nossa prova, isso significa que, atualmente, 
é recomendável seguir o entendimento mais restritivo, qual seja: apenas estão imunes livros, jornais, 
periódicos e o papel destinado a sua impressão, bem como aqueles assimiláveis ao papel! 
Nessa mesma linha, em maio de 2018, a Primeira Turma do STF (AI 735.816 AgR), decidiu que a imunidade 
cultural não pode ser interpretada de modo amplo e irrestrito. Com isso, o STF decidiu que inexiste 
imunidade relativa a tributos incidentes sobre a importação de tintas e chapas de gravação destinadas à 
publicação de jornal. 
Acrescente-se que, para a Suprema Corte, não há proteção constitucional à prestação de serviços de 
composição gráfica ou de impressão onerosos a terceiros (RE 723.018-AgR). 
Na linha desse mesmo entendimento, o STF (RE 630.462-AgR) também considerou que os serviços de 
distribuição de periódicos, revistas, publicações, jornais e livros não estão abrangidos pela imunidade 
cultural. Portanto, nesse caso, incide o ISS (Imposto sobre Serviços) normalmente. 
Além disso, não há que se falar em análise do valor cultural, como requisito para conceder a imunidade. De 
acordo com o STF, “os álbuns de figurinhas e os respectivos cromos adesivos estão alcançados pela 
imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal”. 
 
A concessão da imunidade sobre livros, jornais e periódicos independe da prova do valor 
cultural ou pedagógico da publicação. 
A referida imunidade também abrange as apostilas: 
“EMENTA: IMUNIDADE. IMPOSTOS. LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E PAPEL DESTINADO À 
IMPRESSÃO. APOSTILAS. O preceito da alínea "d" do inciso VI do artigo 150 da Carta da 
República alcança as chamadas apostilas, veículo de transmissão de cultura simplificado.” 
(STF,RE 183.403/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Julgamento em 07/11/2000) 
Ainda no que diz respeito à imunidade cultural, destacamos o julgamento do Recurso Extraordinário 
330.817/RJ, com repercussão geral reconhecida, no qual ficou decidido pelo Supremo Tribunal Federal 
que livros eletrônicos e os suportes próprios para sua leitura são alcançados pela imunidade. Assim, 
podemos dizer que não apenas os livros digitais (e-books), mas também os denominados e-readers, isto é, 
equipamentos eletrônicos elaborados exclusivamente para viabilizar o acesso aos livros digitais. 
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Se a extensão da imunidade cultural aos livros eletrônicos já era considerada muito relevante, o tema tomou 
ainda mais relevância para as próximas provas de concursos púbicos com a aprovação, em abril de 2020, da 
Súmula Vinculante 57, cujo enunciado é o seguinte: 
Súmula Vinculante 57 - A imunidade tributária constante do artigo 150, VI, d, da CF/88 aplica-se 
à importação e comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes 
exclusivamente utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que 
possuam funcionalidades acessórias 
 
 
 
Livros digitais e os equipamentos eletrônicos destinados à sua leitura são imunes da 
incidência de impostos! Isso vai cair nas próximas provas! É a Súmula Vinculante 57! 
Destaque-se que a inserção de anúncios e publicidade em listas telefônicas, com o objetivo de permitir a 
divulgação das informações a custo zero para os assinantes, não descaracteriza a imunidade em tela (RE 
199.183). 
No entanto, é de se ressaltar que os encartes de propaganda com exclusiva índole comercial não podem ser 
considerados imunes, como vemos a seguir: 
“EMENTA: TRIBUTÁRIO. ENCARTES DE PROPAGANDA DISTRIBUÍDOS COM JORNAIS E 
PERIÓDICOS. ISS. ART. 150, VI, d, DA CONSTITUIÇÃO. Veículo publicitário que, em face de sua 
natureza propagandística, de exclusiva índole comercial, não pode ser considerado como 
destinado à cultura e à educação, razão pela qual não está abrangido pela imunidade de 
impostos prevista no dispositivo constitucional sob referência, a qual, ademais, não se 
estenderia, de qualquer forma, às empresas por eles responsáveis, no que concerne à renda 
bruta auferida pelo serviço prestado e ao lucro líquido obtido.” 
(RE 213.094/ES, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 22/6/1999) 
Observação: Mais uma vez podemos perceber o caráter objetivo da imunidade, a qual não 
alcançou as empresas! Nesse caso, excepcionalmente, a imunidade não alcançou nem 
mesmo os bens, por terem exclusiva índole comercial! 
 
 
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Retângulo
 
 
 
 
(MPE-CE-Promotor de Justiça/2020) Livros e

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