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REVISÃO DIREITO PENAL

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REVISÃO DA PROVA PCERJ
· Direito Penal
Princípios Constitucionais aplicáveis ao direito penal
Princípio da legalidade – Art.5,XXXIX – Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Está princípio se encontra na CF e também é replicado no 1º do Código Penal
No artigo 5º da CF, inciso II, estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer coisa senão em virtude de lei – essa é a legalidade constitucional, não a legalidade penal, e não confunde com a legalidade do art.37, a legalidade administrativa.
A legalidade penal significa que o crime só pode ser criado por lei.
A legalidade estudada no direito constitucional se diferencia da reserva legal.
A Reserva legal é a lei, a legalidade é a junção disso tudo, lei anterior e taxativa. No princípio da legalidade deve existir reserva legal e lei anterior (anterioridade) que defina a conduta (taxatividade). A maioria dos doutrinadores consideram que o princípio da legalidade é igual a reserva legal mais anterioridade, sem referir a taxatividade, mas a taxatividade também decorre da legalidade.
Nas provas é comum que os termos legalidade e reserva legal sejam sinônimos.
Como decorrências deste dispositivo, temos:
1- Costumes não cria crime (ou contravenção), nem o revoga.
Ex.: o jogo do bicho é comum, está no cotidiano da sociedade, mas não revoga o crime nem a contravenção: quem cria é a lei e quem revoga é a lei.
2- Analogia não pode criar crime, pois esse deve ser definido por lei; veda-se analogia (In malam partem). Analogia é forma de suprimento judicial que pode completar as lacunas de uma lei. No direito penal só pode ser aplicada em benefício do acusado.
Ex.: Se for criado um crime para conduta “surfar no trem”, esse crime não pode ser aplicado para penalizar quem “surfa no ônibus”. Veda-se a analogia para criação de crimes.
Só é permitida no Direito penal a analogia en bonam partem: não há caso concreto, utiliza-se a lei de um caso semelhante e, ao fazer isso, beneficia-se o acusado, porque trata-se de uma normal penal não incriminada.
3- Só lei em sentido próprio (especifica/ordinária), pode criar crimes, por consequência, as Medidas Provisórias não criam crimes. A lei em sentido próprio é a lei formal, que somente pode ser criada pelo Congresso Nacional. A lei material não foi criada pelo CN, portanto, não pode criar crime.
Alguns tratados internacionais que adentro no ordenamento jurídico de um país como lei ordinária material, estes, também não podem criar crime, bem como o senado federal com suas resoluções que tem força de lei, porém não são formais.
A CF não pode criar crimes mesmo sendo uma lei em sentido amplo, ela pode mandar uma criação de uma lei mediante mandados expressos de penalização ou mandados expressos de criminalização.
4- Só existe crime a partir da vigência da lei, e essa não se aplica a fatos anteriores. Princípio da irretroatividade maléfica (art.5, inciso 39) complementado pelo inciso 40 do art.5º
A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
A lei penal maléfica não retroagirá. Quando for benéfica retroagirá (princípio da retroatividade). Na vigência de duas leis penais no tempo, se a conduta foi praticada na vigência de uma lei e depois veio uma nova lei, aplica-se a mais benéfica para o acusado.
5- Normas híbridas - São aquelas que possuem conteúdo penal e conteúdo processual penal, ao mesmo tempo. Nesses casos, segue-se a regra penal, mesmo ela tendo conteúdo processual, logo, o conteúdo processual seguirá a regra penal (2 conteúdos juntos).
6- As normas híbridas retroagem beneficamente – Art.2,§único do CP – A lei penal posterior, que de qualquer modo favorece o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatórias transitada em julgado.
A lei posterior é a LEX MIRIOR (lei melhor).
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS (nova lei melhor que tem força retroativa, ainda que em decisões condenatórias transitadas em julgado).
Princípio Estrita legalidade, da Reserva Legal e da Taxatividade
A conduta prevista no crime deve ser definida, para que se entenda o sentido e o alcance dela, quando é interpretada. Na criação de um crime, é possível a complementação na interpretação de duas formas.
1- Por meio de um juízo valorativo – por exemplo, furto com aumento de pena pelo repouso noturno. O que é repouso noturno? O juiz terá de valorar, é uma complementação por juízo valorativo, tipos penais abertos. É possível a criação de crimes com tipos penais abertos, pois isso não fere a taxatividade.
2- Por meio de complementação normativa, a denominada norma penal em branco. Um exemplo de norma penal em branco é a Lei do Tráfico de Drogas, no artigo 33: a definição do que é droga é complementada pela portaria n.344 da Secretária de Vigilância Sanitária, que elenca quais são as drogas ilícitas com os seus princípios ativos. O princípio da taxatividade não veda a criação de tipos penais abertos e de norma penais em branco.
Lei complementar – A lei estrita é a lei ordinária, é a lei penal criada pela União. As leis complementares não estão hierarquicamente superiores às Leis Ordinárias. A diferença é a reserva legal de lei, porque a CF, em alguns casos, reserva alguns assuntos para as leis complementares, não fazendo isso no direito penal. Dessas reservas surgem duas situações distintas.
a) A numeração da Lei complementar é diferente da lei ordinária.
b) Uma lei complementar é aprovada com quórum absoluto (número inteiro superior a metade de todos os membros), enquanto a lei ordinária é aprovada com quórum relativo por maioria simples (número inteiro superior à metade dos presentes).
Não há problema se uma lei complementar criar um crime, até porque foi aprovado com quórum de maioria absoluta, que é igual a maioria simples.
LC N.64/1990 – Lei das Inegibilidades)
Art.25 – Constitui crime eleitoral a arguição de inegibilidade, ou a impugnação de candidato feito por interferência do poder econômico, desvio ou abuso do poder da autoridade, deduzida de forma temerária ou de manifesta má-fé....
Informativo N.659 STJ, de dezembro de 2019
O tratado Internacional pode ser de três hierarquias no ordenamento jurídico brasileiro:
a) Tratado internacional de direitos humanos aprovados com quórum de Emenda Constitucional, por exemplo, Tratado de Marrakech, De Nova York – Patamar de CF, considerado emenda.
b) Tratados internacionais de direitos humanos sem quórum de Emenda ou anteriores a Ec n.45/2014 – patamar inferior a CF (Infraconstitucional), mais acima da lei (supralegal). A lei que está abaixo dele deve estar de acordo com ele (Controle de convencionalidade). A convenção Americana de Direitos humanos que está nesse patamar, é o Pacto de San Jose da Costa Rica, com base nessa convenção, é considerada ilícita, não inconstitucional, a prisão civil do depositário infiel.
c) Tratados internacionais Comum, que não é de direitos humanos e possui patamar de lei ordinárias. Ex.: O tratado de Roma que trata dos crimes que serão julgados pelo Tribunal Penal Internacional. O tratado de Roma não é lei em sentido formal, por isso, os crimes criados por ele não são validos no Brasil, a não ser que haja uma lei no Brasil definindo os crimes contra a humanidade de forma concreta.
Medidas Provisórias – Art. 62 – Em caso de relevância e urgência, o presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao CN.
§1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – Relativa a: b) Direito penal, processual penal e processual civil.
Três recomendações para prova:
1- Se a questão não entrar no mérito de prejuízo ou de benefício, é seguir o disposto na CF, não pode haver MP para direito penal.
2- Se a questão mencionar que é para somente prejudicar o réu, nas duas correntes: Não pode haver MP para direito penal.
3- Se a questão afirmar que é para beneficiar o réu, STF já aceitou dois casos, um deles anterior a 1998 (parcelamento de crédito tributário que extinguia a punibilidade, direito penal não incriminador). O segundo caso,posterior a 1998, caso da abolitio criminis temporária no caso do Estatuto do desarmamento (direito penal não incriminador).
Nesse caso, o STF não foi muito claro quanto a sua posição, apenas acatou a Medida Provisória que foi convertida em lei abolitio criminis temporária.
Mandados expressos de penalização
Também são chamados de mandados expressos de criminalização. O que cria o crime é a lei em sentido estrito, Leis complementares podem criar crime, enquanto a Constituição, os Tratados internacionais e as Medidas provisórias não têm essa competência.
Se as pessoas estão sujeitas a sanções penais, é porque se trata de um crime, como previsto na Lei n.9605/1998, dos crimes ambientais, que também são praticados por a pessoas jurídicas.
A Constituição também prevê a hipótese de que, quanto aos crimes contra a economia popular no sistema financeiro, a pessoa jurídica também poderia praticar crime. Porém, é só um mandado expresso de penalização, que não foi regulamentado, portanto, não é crime ainda. Logo no Brasil pessoa jurídica só prática crime ambiental, conforme o art.3º da lei n. 9605/1998, a Lei dos Crimes Ambientais. Os mandados expressos de criminalização é uma decorrência, um estudo vinculado ao princípio da legalidade penal.
Princípio da presunção de “Inocência”
Não é toda doutrina que aceita esse nome. Para alguns legisladores o nome correto seria Presunção de Não Culpabilidade.
Do princípio de Presunção de inocência decorrem outros: Princípio do flavor rei ou in dubio pro reu, ou seja, na duvida a sentença deve ser favorável ao réu; lembrando que este princípio é da sentença, na hora do julgamento, pois durante o processo, na dúvida, o processo continua, em favor da sociedade.
CF, Art,5º LVII – Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Execução provisória da pena
A execução provisória de pena é a execução da pena definitiva, antes do trânsito em julgado, hoje em regra não é possível e, quando era possível, a pessoa condenada por tribunal tinha a pena executada, sendo presa.
A execução provisória de pena não tem nada a ver com a prisão cautelar
A execução provisória de pena é executar a pena definitiva. A prisão cautelar tem por fundamento o processo, servindo para proteger o processo. Então, a presunção de inocência, hoje, como regra, veda a execução provisória de pena, mas nunca vedou e não traz prejuízo às prisões cautelares.
Prisão cautelar não fere o principio da presunção de inocência
O pacote anticrime trouxe uma possibilidade de execução provisória de pena.
Presunção de inocência – Se o individuo possui contra si uma condenação criminal transitada em julgado, ele não poderá ser vigilante, mesmo que já tenha cumprido a pena há mais de 5 anos.
Viola o principio da presunção de inocência o impedimento de participação ou registro de curso de formação ou reciclagem de vigilante, por ter sido verificada a existência de inquérito ou ação penal não transitada em julgado. Assim, não havendo sentença condenatória transitada em julgado, o simples fato de existir um processo penal em andamento não pode ser considerada antecedente criminal para o fim de impedir que o vigilante se matricule no curso de reciclagem.
Obs.: Se o réu praticou um crime, mas ainda não foi condenado, há um inquérito policial em andamento ou uma ação penal em andamento, presumidamente ele é inocente, não se pode impedir que ele participe do curso de formação de vigilante. Porém, se ele já foi condenado, inclusive com condenações antigas já cumpridas há mais de 5 anos, é possível impedir que ele participe do curso de reciclagem de vigilante.
Princípio da responsabilidade pessoal
Também chamado de princípio da pessoalidade da pena, ou princípio da Intranscendência da Pena.
Significa que a pena não passará da pessoa do condenado, a responsabilidade é pessoal.
Art.5º, XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de seus bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
Não há exceções a este princípio. Quando falamos que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, significa dizer que as penas de carácter penal não vão além do condenado. A segunda parte não é uma exceção, pois quando falamos que a obrigação de reparar o dano pode ir até o herdeiro, isto é, em âmbito civil. Em âmbito penal ela não passará, mas no âmbito civil ela pode passar.
O princípio da responsabilidade pessoal não se confunde com o princípio da individualização da pena. A individualização da pena significa que ao aplicar uma pena, é necessário individualiza-la, conforme cada caso concreto.
Princípio da individualização da pena
XLV – A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) Privação ou restrição da liberdade;
b) Perda de bens;
c) Multa;
d) Prestação social alternativa;
e) Suspensão ou interdição de direitos.
A individualização da pena ocorre em três fases:
1ª fase: Âmbito legislativo: O legislador, ao individualizar as penas dos crimes, já o faz para cada crime, em tese de forma proporcional (parâmetro da pena).
2ª fase: Circunstância Legais: As agravantes e atenuantes são aplicadas, modificando ou não a pena básica, sendo aplicadas à pena provisória.
3ª fase: Majorantes e Minorantes: São analisadas as causas de aumento e diminuição de pena. Passada esta fase, o juiz sai da pena provisória e aplica a pena definitiva e o regime inicial; com isso termina a sua individualização da pena.
Sendo assim, duas pessoas que praticaram um crime em concurso de agentes não receberão, necessariamente, a mesma pena.
4ª fase: Âmbito Executivo: É a própria execução penal, que se dá em âmbito administrativo, mas com um juiz responsável – o juízo das execuções penais. 	No momento da execução da pena, quando o condenado entra na penitenciaria, haverá a classificação, o exame criminológico, que serve para individualizar a pena. Ex.: Separação de detentos mulheres, idosos, diferenciação da progressão do regime dos presos baseados em seu comportamento e etc.
Princípio da Humanização das Penas
Tem fundamento no princípio da dignidade humana. 
XLVII – não haverá penas:
a) De morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX (por fuzilamento)
b) De caráter perpétuo;
c) De trabalhos forçados
Obs.: O preso é obrigado a trabalhar, o que não é permitido é o trabalho forçado.
d) De banimento (Banir brasileiro do território nacional)
e) Cruéis;
Interpretação da Lei penal
Serão verificadas as formas de interpretação da lei penal, para entender a diferença de analogia e interpretação analógica.
A interpretação da lei penal pode ser:
a) Quanto ao sujeito
b) Quanto aos meios ou métodos
c) Quanto ao resultado.
Quanto ao sujeito:
Autêntica: Significa que quem está interpretando a lei é a própria lei, ela mesma já se interpreta. É uma norma penal interpretativa.
Ex.: art. 327 do CP – O próprio legislador já traz essa interpretação
Funcionário Publico
Art. 327 – Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Quantos aos meios e métodos:
Literal: feita em relação à Língua Portuguesa – é “seguir o que está escrito ao pé da letra” – é conforme o português. “interpreta ao pé da letra”, por vezes, é injusto, mas essa literal é a primeira interpretação que será feita.
Finalista/teleológica: Leva em consideração os fins, a finalidade para a qual foi criada aquela norma. 
Ex.: Art. 94 do Estatuto do Idoso.
“Aos crimes previstos nesta lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de processo penal.”
As infrações de menor potencial ofensivo da lei 9.099 são aquelas cuja pena máxima não ultrapasse dois anos. Se o crime é até dois anos, há um grande benefício para aqueleque praticou o delito, como transação penal, composição civil dos danos – institutos despenalizadores. No entanto, se o crime for contra o idoso, o sujeito ativo que praticou o delito terá essas benesses se a pena for até quatro anos.
Histórica: verifica o contexto em que aquela norma foi criada, verificando o contexto histórico, o modo de interpretar pode mudar.
Sistemática: (Ou lógico-sistemática) leva em consideração o sistema em que a norma está inserida e não a norma sozinha, chega-se à interpretação. Às vezes, ao interpreta-se de outra forma. Então, na interpretação sistemática ou lógico sistemática, leva-se em consideração o sistema de normas em que aquela lei está inserida.
Ex.: Esse exemplo é divergente. O arti 158 do CP trata do crime de extrosão e prevê a seguinte conduta: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica.
No Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.
Há quem interprete que essa “qualquer vantagem” é econômica. O art 159 está dentro dos crimes contra o patrimônio, logo, a vantagem será em relação ao patrimônio. Se é entendido dessa forma, a interpretação é sistemática (dois sistemas), está dentro dos crimes contra o patrimônio.
Interpretação conforme a constituição
É obrigatório hoje em dia. É uma forma que o supremo tem se utilizado para, ao invés de declarar a inconstitucionalidade de uma lei, declarar somente a interpretação conforme a Constituição.
A norma é plurissignificativa, então, o supremo verifica, num controle de constitucionalidade, que uma interpretação é inconstitucional. Ao invés de declarar a inconstitucionalidade. Da lei, ele declara a lei constitucional, mas com interpretação conforme, por exemplo: A interpretação B é inconstitucional, valendo somente a interpretação A – que está conforme a Constituição Federal.
Interpretação progressiva
O Supremo também tem se utilizado dessa interpretação.
Ex.: Declarar a norma em caminho para a inconstitucionalidade. Essa norma seria inconstitucional, mas, de acordo com os parâmetros práticos, não se pode declarar inconstitucionalidade no momento. Ex.: Uma norma que defina que o MP é o órgão utilizado para a defesa jurídica da população, enquanto a Constituição define que é a Defensoria pública o órgão responsável por essa defesa jurídica dos necessitados, está em contrariedade a constituição. Mas mesmo em inconformidade com a Constituição, o Supremo não declara inconstitucional e sim em caminho para a inconstitucionalidade porque naqueles municípios sem defensoria pública, atuará o MP. Quando a defensoria for se constituindo, o MP perderá essa atribuição.
Interpretação conforme o resultado
O resultado da interpretação pode ampliar/extender ou restringir a norma. Na criação de crimes, o Direito Penal interpreta, em regra, restritivamente.
Alguns doutrinadores entendem que é interpretação extensiva o famoso CADI – quando o ofendido morre e o direito de ação penal privada passa para o CADI (cônjuge, descente, ascendente e irmão). Se interpretar o companheiro como cônjuge, é uma interpretação extensiva.
Interpretação Analógica x Analogia
Interpretação analógica: Não tem sinônimos, porém existem alguns termos muito parecidos com interpretação analógica. Ex.: integração analógica, aplicação analógica, suplemento analógico, tudo isso não é interpretação analógica, é analogia.
Analogia: tem como sinônimo a aplicação analógica, o suplemento analógico, a interpretação analógica. Analogia é forma de suplemento da lei, forma de integração da lei.
A interpretação analógica é a forma de interpretação da lei, logo, há uma lei a ser interpretada.
Na analogia, não há lei para o caso concreto.
Ex.: primeiro caso de analogia no mundo – a menina sofreu acidente com ônibus, mas não havia lei que indenizasse acidente com ônibus, no entanto, havia uma lei que indenizava em caso de acidente de trem. A analogia é utilizar a lei de um caso semelhante.
Lembrando: É vedada a analogia in malam partem no Direito Penal.
No Direito processual penal é possível (art.3)
Interpreta-se casos semelhantes, mas previstos em lei.
Caso, formula genérica. Interpretação analógica.
A interpretação analógica pode ser in bonam ou in malam partem no Direito Penal e no Direito processual penal.
A analogia, no Direito Penal, só in bonam partem, não é permitida in malam partem; no Direito Processual Penal, pode ser in bonam ou in malam partem:
CPP, art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de dereito.
Aplicação da Lei Penal no tempo
Art. 2 Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
O art1 do CP traz o princípio da legalidade penal: Não há crime sem lei anterior que o defina – na definição de crime a lei deve ser anterior à conduta criminosa.
Art. 2º do CP, se, para essa conduta, já considerada criminosa, vier uma lei denominada abolitio criminis, a conduta deixa de ser criminosa: ninguém pode ser punido por fato posterior considere não ser crime.
Dessa forma surge a regra da retroatividade benéfica com fundamento constitucional (“a lei penal não retroagirá, salvo em beneficio do réu”, art5º, XL da CF)
A abolitio criminis é a lei que revoga o caráter criminoso da conduta.
A abolitio criminis, assim com qualquer lei melhro, é aplicada ainda que tenha havido o trânsito em julgado de sentença penal condenatória e quem aplica essas leis melhores é o juízo das execuções penais.
Da Retroatividade da Lei benéfica/Irretroatividade da lei Penal maléfica
Código Penal (CP)
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Um crime criado em momento posterior ao fato não retroage 9irretroatividade maléfica). O princípio da legalidade (art.1º) prevê a irretroatividade maléfica, porque a lei deve ser anterior ao crime.
O parágrafo único do art.2º despõe sobre a retroatividade benéfica: leis posteriores benéficas retroagem.
Da Aplicação da Lex Mitior
Súmula 611 do STF. Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação da lei mais benigna.
Se não houver ainda o trânsito em julgado, quem aplica a lei melhor é o juiz do processo, o juiz sentenciante, o juiz processante. Se já houve o trânsito em julgado da sentença condenatória, quem aplica a lei melhor é o juízo das execuções penais.
O código penal militar trata de lei de maior benignidade.
Extratividade, Ultratividade e retroatividade
Estudo de três casos e duas exceções:
1º - Uma lei, mesmo que revogada, ser aplicada a um fato praticado depois de sua revogação. Essa ultratividade não existe. Nenhuma lei penal será aplicada após a sua revogação a fatos posteriores a revogação. O que pode acontecer é ser aplicada a fatos praticados durante sua vigência.
2º - A conduta do agente foi sob vigência da lei A, depois veio uma nova lei B. aplica-se os princípios da irretroatividade maléfica e da retroatividade benéfica. Supondo que a lei B seja mais grave, uma nova lei que aumentou, é a novatio legis in pejus para o réu. Sendo a lei b mais grave, vigora a irretroatividade maléfica e o juiz aplicará a lei anterior que era melhor. Aplica-se a lei que estava vigente: a doutrina denomina de ultratividade benéfica.
3º - O crime foi praticado sob vigência da lei A e a lei B, posterior, é mais benéfica, uma novatio legis in mellius. Será aplicada a lei B, que terá ultratividade benéfica. O que é a retroatividade? É uma lei melhor aplicada a um fato praticado antes de sua vigência. Está é a verdadeira retroatividadeda lei penal.
As leis benéficas tem extratividade.
Extratividade é o gênero e ultratividade e retroatividade são as espécies; logo, as leis benéficas tem extratividade porque, no 2º caso, a lei benéfica A tem ultratividade; no caso 3, a lei benéfica B tem retroatividade – as leis benéficas têm ultratividade, ou seja, extratividade.
Para cada um desses casos, da ultra e da retroatividade, há uma exceção para irretroatividade maléfica e uma exceção para retroatividade benéfica.
A súmula 711 não é uma exceção à retroatividade benéfica, apenas uma exceção a irretroatividade maléfica.
Essa exceção é o crime continuando, criado pelo art. 71 do código penal. O crime continuado, na verdade, são vários crimes, vários delitos, são praticados pela mesma pessoal nas mesmas circunstancias de tempo, nas mesmas circunstancia de lugar, mesmo modo de execução e, inclusive contras vitimas diferentes. Todos esses crimes continuados são considerados como um só, com aumento de pena de 1/6 a 2/3 segundo o CP.
Tanto no crime continuado quanto no permanente existe o inicio da continuação ou da permanência e a cessação da continuidade ou da permanência.
A súmula 711 é uma exceção à irretroatividade maléfica e depõe que:
A lei penal grave aplica-se ao crime continuado ou permanente se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou permanência.
5º caso (exceção) – leis excepcionais ou temporárias, as denominadas leis intermitentes. Determina o art.3º do Código Penal que a lei excepcional ou temporária é aplicada ao crime praticado durante sua vigência. É uma exceção a retroatividade benéfica.
As leis excepcionais e temporárias, embora já revogadas, são aplicadas aos fatos praticados sob sua vigência, tem força ultrativa.
Leis Intermediárias
Vamos imaginar uma conduta realizada durante a lei B e um julgamento durante a vigência da lei G
______x______________________x_______________x________________
A B C D E F G
A lei E é a mais benéfica.
Se a conduta ocorrer durante a vigência da B, a lei A não se aplica mais, mesmo se for benéfica.
Vamos considerar que a lei E é a mais benéfica de todas. Nesse caso, ela será aplicada, pois tem força retroativa para a conduta; entre a E, a F e a G, a lei E tem força ultrativa.
Leis benéficas têm força ultra e força retroativa, ou seja, força extra-ativa (em regra) agora vamos imaginar um crime continuado ou permanente. Será aplicada a lei vigente ao tempo de cessação. Porém, se posteriormente for criada uma lei melhor, ela retroage.
Em regra, a lei aplicada em caso de crime continuado ou permanente é a do tempo da cessação.
Tempo do Crime
Art.4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Obs.: A teoria da atividade, que é aplicada ao tempo do crime, significa que o tempo do crime é considerado o momento da conduta do agente; da sua atividade.
Local do Crime
Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como ondes se produziu o resultado.
Ex.: A conduta do agente, de atirar, foi praticada no dia 05 de janeiro em campinas e a morte da vítima ocorreu no dia 05 de abril em Ribeirão preto.
O Tempo do crime é 05 de janeiro (momento da ação)
Em relação ao local do crime, considera-se que foi o lugar da ação ou omissão, no caso Campinas, bem como onde se produziu ou deviria se produzir o resultado, ou seja, Ribeirão Preto. Portanto o lugar do crime foi Campinas/Ribeirão Preto.
Assim, para o local do crime consideramos tanto a ação ou omissão (teoria da atividade) como também o resultado (teoria do resultado); temos, portanto, uma teoria mista ou ubiquidade, também chamada de teoria unitária.
Mnemônico: L.U.T.A
Lugar do crime: Ubiquidade (ou Unitária ou Mista)
Tempo do crime: Atividade
Menores de 18 anos
Considere uma situação em que o agente tenha praticado a conduta (por ex. atirar) quando tinha 17 anos e 11 meses, e a vitima faleceu três meses depois, quando o agente já tinha 18 anos e, portanto, já era maior de idade. Teria ele praticado um crime? Neste caso, é considerado o tempo do crime e a idade da pessoa no tempo da conduta. Quando a conduta foi praticada, o agente tinha 17 anos, portanto não é crime, trata-se de ato infracional.
Há uma exceção a essa regra que são os crimes continuados ou permanentes.
Lex Tertia
Imagine uma situação em que a conduta foi aplicada na lei A e a sentença na vigência da lei B. De acordo com a lei geral, aplica-se a lei melhor para o réu. Porém, na situação, uma parte da lei A é melhor e uma parte da lei B é melhor. Juntar isso e formar uma terceira norma é a chamada Lex Tertia. Assim, a Lex tertia surge da combinação de leis no tempo.
Abolitio criminis temporária
A abolitio criminis temporária é uma lei que atesta que determinado crime deixará de ser crime apenas por um determinado crime deixará de ser crime apenas por um determinado período de tempo. Ela se deu no estatuto do desarmamento, que afirmou que o agente que tem uma amra irregular poderia registrá-la na polícia federal durante um determinado prazo. Portanto, enquanto existir prazo, não há crime.
Continuidade Típico-Normativa
A continuidade típico-normativa é um fenômeno com aparência de abolitio criminis. A situação aparenta ser um abolitio, mas não é.
No abolitio, temos uma lei que acaba com o crime. Na continuidade típico-normativa, surge uma lei que revoga o artigo que traz o crime, mas esta passa existir em outro artigo. Neste caso, não há realmente abolitio, pois a conduta criminosa continua existindo em outro delito.
Aplicação da Lei penal no espaço
Com relação aos crimes praticados no Brasil, qual lei deve ser aplicada? A lei penal brasileira – isso é adotar o princípio da territorialidade.
Pode ser que essa regra de aplicabilidade territorial tenha exceções: pode, a um crime praticado no Brasil, não ser aplicada a lei brasileira; pode, a um crime ocorrido fora do Brasil, também ser aplicada a lei brasileira, por extensão.
A regra geral é a territorialidade, que preconiza que ao crime praticado no Brasil deve ser aplicada a lei penal brasileira.
Territorialidade
CP, Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
Como definir o território nacional?
É o espaço físico dentro das nossas linhas geográficas, tudo o que estiver dentro do mapa do Brasil, é território nacional e, além disso, o que está abaixo (subsolo) e o que está acima (espaço aéreo).
Enquanto houver gravidade o espaço aéreo nacional e um avião que sobrevoe esse espaço necessita de autorização das torres de controle.
Na ausência de gravidade, o espaço aéreo não era mais brasileiro, é o denominado espaço sideral. O mar territorial. O mar territorial foi definido inicialmente pela convenção de montego bay, internalizada pelo Brasil, que também criou uma lei. Mar territorial possuía uma extensão muito grande, que foi diminuída para 12 milhas.
Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do literal continental e insular, tal como indicar nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil.
Art. 2º A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente, bem como ao seu leito e subsolo.
Território por equiparação, extensão, assimilação ou ampliação
Art. 5º, Parágrafo 1º Para efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
Parágrafo 2º, É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pousono território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Exceções de territorialidade
São casos de intraterritorialidade quando um crime acontece no Brasil e não é aplicada a lei penal brasileira. 
A territorialidade adotada no CP não é absoluta, é temperada, é mitigada, matizada.
1 – INTRATERRITORIALIDADE
O crime é praticado no Brasil, mas não é aplicada a lei penal brasileira. Essa previsão está no próprio CP, artigo 5º.
A aplicação de lei estrangeira em território nacional somente é possível se houver previsão em Tratado ou Convenção de Direito Internacional. Casos de intra territorialidade não estão sempre previstos na legislação brasileira, podem ser oriundos de Tratados ou Convenção de Direito Internacional – logicamente que o Brasil regulamentará depois com a legislação interna.
a) Diplomatas (embaixadores, cônsules, crimes funcionais até envolvendo parentes e pessoas que trabalham conjuntamente com eles) – ao diplomata, quando pratica crime, um fato criminoso no nosso país, aplica-se a pena do seu país. Isso está previsto em tratados ou convenções de Direito Internacional sobre relações diplomáticas (Viena, anos 60).
b) Navio inocente – se esse navio privado estiver de passagem inocente, se o crime não for contra a soberania do Brasil, não se aplica a lei brasileira: é um crime que acontece no Brasil – se o navio é público, não é Brasil - , mas se for privado estrangeiro, ali é Brasil. É um crime que acontece no nosso mar territorial, mas não se aplica a lei penal brasileira por previsão contida em tratado ou convenção de Direito Internacional.
Lei estrangeira = a lei alienígena
c) Há uma terceira exceção. Se o crime acontecer dentro de uma representação diplomática, dentro da embaixada dos EUA no país?
Existe a Convenção de Viena sobre relações diplomáticas que prevê inviolabilidades, mas não significa que os locais das representações diplomáticas estrangeiras não sejam território do Brasil. Há diversas embaixadas que funcionam em casas alugadas, ali é território do Brasil, inclusive o dono é brasileiro.
Não é possível um diplomata em funções no Brasil cometer um crime e preferir ser julgado pelas leis brasileiras, na possibilidade de serem mais brandas. O que pode acontecer é que o país que esse diplomata representa decida, entenda, pela não aplicabilidade da lei do seu país (dele) – é o país que escolhe, não ele, o país pode renunciar à aplicação da sua lei.
Os casos de intraterritorialidade é quando o diplomata é autor e não vítima.
Outro caso é quando o embaixador ou cônsul pratica crime dentro da própria embaixada, aplica-se as leis do seu país, a não ser que o seu país renuncie.
Se ele pratica um ato criminoso no Brasil que não é crime no seu país, não responde porque está submetido à lei do seu país, é como se ele tivesse praticado o crime no seu país.
O Brasil, na hora de receber as representações diplomáticas, deve deixar isso bem claro. É possível aplica a lei brasileira a um crime cometido por criminoso no seu país? Sim, nos casos de extraterritorialidade.
Ex.: Um diplomata que pratique um crime no Brasil contra o Presidente da república é um caso de extraterritorialidade incondicionada: logo, pode ser aplicada a lei brasileira e também a lei do seu país.
Extraterritorialidade
A extraterritorialidade abrange os casos deaplicação da lei brasileira ao crime praticado no estrangeiro.
Os casos de extraterritorialidade podem acontecer de duas formas:
1. INCONDICIONADA – quando se aplica a lei brasileira independente do resultado no estrangeiro (se for condenado, absolvido, se nem sequer foi processado).
Praticado um crime no estrangeiro num caso de extraterritorialidade incondicionada, tendo sido o autor condenado, ele pode ser também condenado no Brasil – se for absolvido no estrangeiro, pode ser condenado no Brasil.
Art. 7º, 1, Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
Art. 8º, se as penas são idênticas, uma pena é computada na outra, se são diversas, uma pena atenua a outra; logo, ele é processado duas vezes. Se forem idênticas, há uma atenuação e executa-se uma vez só.
Crimes contra:
Presidente da república (vida e liberdade)
Administração pública direta/indireta (da união até o município) contra patrimônio ou fé pública.
Genocídio 
Mnemônico: PAG 
O que é regicídio? 
É quando se mata o rei, o regente do país, o presidente, o primeiro ministro. É uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada. O regicídio também é chamado de magnicídio, matar o magnânime, uma pessoa importante.
Os crimes contra órgãos públicos praticado no estrangeiro, é uma extraterritorialidade. Ex.: o crime de moeda falsa é um crime contra a fé pública. O crime de moeda falsa praticada no estrangeiro com dinheiro brasileiro é um caso de extraterritorialidade incondicionada.
Praticar crime contra o patrimônio do Banco do Brasil, sociedade de economia mista, no estrangeiro, também é hipótese de extraterritorialidade incondicionada.
E também crimes contra a administração praticados por quem está a seu serviço.
Genocídio – crimes de genocídio praticados no estrangeiro quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. Aplica-se a lei, mesmo que o agente tenha sido condenado ou absolvido no estrangeiro, independentes de condição.
Nos casos de crime incondicionado, pode ser solicitado a extradição, não é necessário que o agente entre no Brasil para que se aplique a lei.
Tortura – Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido praticado em território nacional, sendo a vitima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
ATENÇÃO – Não confundir a hipótese de genocídio com a de tortura. No genocídio o sujeito ativo é brasileiro ou domiciliado no Brasil, na tortura, a vitima é brasileira ou o sujeito ativo encontra-se no Brasil ou em local sujeito à jurisdição brasileira.
2. CONDICIONADA – Se for o caso de extraterritorialidade condicionada, o agente é punido pela lei brasileira e absolvido no estrangeiro? não pode ser punido no Brasil.
Crimes contra:
Tratados ou convenções que o BR se obrigar a reprimir
Aeronave ou embarcações BR (sem julgamento no estrangeiro)
Brasileiro
Mnemônico: TAB
Navios e aeronaves privadas ou mercantes com matricula brasileira – Aplica-se a lei brasileira em território brasileiro por territorialidade, se estiver em alto-mar, aplica-se a lei brasileira por territorialidade por extensão ou equiparação. Se estiver no estrangeiro e lá não for julgado, será aplicada a lei brasileira por extraterritorialidade por princípio do pavilhão (bandeira nacional).
Território por equiparação
Art. 5º,§1º para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
Extraterritorialidade condicionada
Condições: Art.7º, §2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende dos concursos das seguintes condições:
a) Entrar o agente no território nacional;
(se o agente após cometer crime no estrangeiro e não entrar no território nacional, o Brasil não se preocupa).
b) Ser o fato punível também no país em que foi praticado
(chamado de princípio da dupla incriminação, da incriminação recíproca ou da dupla identidade).
c) Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição.
(se for um caso em que o país não autoriza a extradição, a lei brasileira não será aplicada).
d) Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
(Supondo que o sujeito seja brasileiro, pratica um crime no estrangeiro e foge para o Brasil.Se não houver a prescrição no Brasil e houve a prescrição no estrangeiro, não se aplica a lei brasileira).
Extraterritorialidade hipercondicionada
Deriva das hipóteses condicionada.
Neste caso, se a vitima for brasileira, é possível aplicar a lei penal
Obs.: se for tortura, vai para a incondicionada.
Só será hipercondicionada se não for condicionada ou incondicionada (caráter subsidiário).
Infração Penal
A infração penal é um gênero, que comporta as seguintes espécies:
Crime e Contravenção;
No Brasil é adotado o conceito dicotômico de infração penal, ou seja, a infração penal será crime ou contravenção penal. Já o termo “delito” é considerado sinônimo de crime.
A diferença de crime (ou delito) para contravenção penal não está na essência da conduta, ou seja, não é ontológica.
Ex.: o exercício ilegal da medicina é crime previsto no Código Penal. Já o exercício da função de juiz de maneira ilegal configura crime de usurpação de função pública. Quando envolver qualquer outra atividade, o crime será o de exercício ilegal de profissão, que é uma contravenção penal.
Conceito legal:
Lei de introdução do Código Penal (decreto-lei n. 3.914/1941)
Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
Obs.: é importante lembrar que existem contravenções penais em que a pena de multa pode ser aplicada de maneira isolada. Nesses casos, não é possível habeas corpus (não está impedindo a locomoção) ou prisão cautelar.
Axiológica = a lei que vai dizer se é crime ou contravenção penal.
Nos casos de crime: a pena será de reclusão e/ou multa de detenção e/ou multa.
Detenção: a pena é cabível os regimes aberto e semiaberto como regime inicial, sendo possível a regressão para regime fechado. Já se for reclusão é cabível, como regime inicial, os regimes aberto, semiaberto e fechado.
Regime aberto: a pena será cumprida na casa do albergado.
Regime semiaberto: será cumprido em colônia agrícola, industrial ou similar.
Regime fechado: será cumprido em penitenciária de segurança média ou máxima. As cadeias públicas abrigam presos provisórios e os hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico são para o cumprimento de medida de segurança. 
As contravenções penais serão punidas com prisão simples e/ou multa, apenas prisão simples ou multa. (a própria lei aponta uma serie de diferenças entre crime e contravenção penal.
Obs.: a prisão simples ocorre sem rigor penitenciário e, portanto, será cumprida em um lugar especial. Se não houver, será cumprida em uma seção especial de casa do albergado ou de colônia agrícola ou industrial.
Diferenças entre crime e contravenção
1- Tipos de pena: Conforme visto anteriormente.
2- Extraterritorialidade: O código penal admite a extraterritorialidade, contudo, a lei das contravenções penais não.
3- Tentativa: No CP, a tentativa é uma causa de diminuição de pena e vai de 1/3 a 2/3 (vide art. 14, parágrafo único do CP). Já nas contravenções penais, a tentativa não é punida (art. 4º da LCP).
4- Limite de cumprimento de pena: Contravenção, o limite de cumprimento de pena é de cinco anos. Nos casos de crime, após alteração promovida pelo chamado “pacote anticrime”, que em janeiro de 2020, o limite de cumprimento de pena, que era de 30 anos passou a ser de 40 anos (vide art. 75 do CP).
5- Ação penal: Crimes, a ação penal pode ser: Pública incondicionada; pública condicionada à representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça; ou Privativa do ofendido.
Já as contravenções penais são todas processadas de oficio, ou seja, são casos de ação penal pública incondicionada.
Reincidência: Ocorre quando o agente pratica um crime e, após o trânsito em julgado da ação penal condenatória, acaba praticando outro crime.
O crime gera reincidência na contravenção, MAS a contravenção não gera reincidência! Só a reincidência em contravenção se houver outra contravenção.
Sinônimos de contravenções penais: Crime formiga, crime anão, delito liliputiano; e crime vagabundo.
Infração penal sui generis
O art. 28 da lei n. 11.343/2006 (lei de drogas) prevê a infração penal de porte de drogas para consumo pessoal. As penas desse crime podem ser: advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa.
Entretanto como não há a aplicação de reclusão, detenção, prisão simples ou multa, não há que se falar em crime ou contravenção penal.
Embora o STF, entenda que a conduta do art. 28 da lei de drogas como sendo crime.
SUI GENERIS = não prevê pena privativa de liberdade
Conceito formal
O crime é formado por um fato atípico, pela ilicitude (ou antijuridicidade) e pela culpabilidade.
Um fato típico é uma conduta, nexo ou resultado dotado de tipicidade. Uma vez excluída a tipicidade, o fato se torna atípico.
No direito penal, para que um fato seja considerado antijurídico ou ilícito, primeiro ele será típico. O último ponto envolve a análise da culpabilidade, que envolve o autor.
Vale lembrar que existe uma exceção, levantada por parte da doutrina. Há um caso que é antijurídico, mas não é típico: trata-se do suicídio.
O suicídio não é considerado um crime, logo, o suicida não responde por nenhum crime, pois o fato não é típico, entretanto, parte da doutrina entende que esse fato é ilícito, tanto que admite contra ele uma conduta, ou seja, se um individuo está praticando o suicídio, uma pessoa pode impedi-lo e, caso acabe provocando uma lesão, isso não configura constrangimento.
Em regra, a antijuridicidade de um fato só é verificada após a sua identificação como sendo um fato típico. Se um fato é típico, existe uma presunção de que ele é antijurídico, isso com base na teoria da ratio cognoscendi.
Existe duas causas de exclusão de ilicitude ou antijuridicidade, que são:
Legitima defesa, Estado de necessidade, estrito cumprimento de um dever legal e exercício regular de um direito.
Mnemônico: LEEE
Existe, também, as causas supralegais de exclusão da ilicitude, que são aquelas não previstas em lei. Entre eles, a mais famosa é o consentimento do ofendido.
Exclusão de ilicitude – exclui o crime – “não há crime”
Culpabilidade – é formada de imputabilidade, potencial consciência da ilicitude do fato e exigibilidade de conduta diversa. Essa culpabilidade pode ser vista em relação a seus elementos ou causas excludentes de culpabilidade, que é o contrário dos elementos.
 São causas excludentes de culpabilidade: inimputabilidade, erro de proibição inevitável (ou escusável) e a inexigibilidade de conduta diversa.
O CP, art. 22 traz dois casos de inexigibilidade de conduta diversa: coação moral irresistível e obediência hierárquica à ordem não manifestadamente ilegal.
Vale lembrar que pode haver outras causas supralegais de exclusão de culpabilidade.
É importante entender que existem nomes (sinônimos) utilizados pela doutrina para se referir à excludente de ilicitude e à excludente de culpabilidade.
As excludentes de ilicitude são também, chamadas de justificante ou descriminantes. Também é possível se referir as excludentes com a expressão “norma permissiva”. 
Nas excludentes de culpabilidade, é possível utilizar os seguintes nomes: exculpante, dirimente ou eximente.
Excludente de culpabilidade – exclui a pena – “Isento de pena”
Crimes Materiais, Crimes Formais e de Mera Conduta
Crimes materiais – É aquele que a consumação demanda um resultado material. Esse resultado material é aquele que ocorre no mundo dos fatos, ou seja, no mundo real. Toda vez que o crime mudar alguma coisa no mundo, então ele será material.
Ex.: É o crime de dano e de homicídio, que são capazes de modificar algo no mundo, logo, são considerados crimes materiais.
De uma maneira técnica, o crime material é aquele que demanda um resultado naturalístico. A consumação de um crime material se dá com o resultado material. A tentativa, portanto, é algo que se configura de uma forma mais fácil noscrimes materiais.
Crime formal – É aquele que basta a prática da conduta prevista em lei para que ocorra a sua consumação, ou seja, basta a forma.
Nos crimes formais também há uma conduta que leva a um resultado, contudo, a consumação desse delito se dá na própria conduta, logo, prescinde-se o resultado material (embora ele exista). (o crime formal é aquele que basta a lei para formar um crime)
Ex.: Art. 159 do CP: extorsão mediante sequestro – ao praticar a conduta de arrebatar a vítima, o agente já consumou o crime, mesmo que não receba o resgate.
Ex.: Art. 244-b do ECA: corrupção de menores – de acordo com a súmula n.500 do STJ, é considerado um crime formal, pois independe da comprovação do efetivo prejuízo ao menor; (induzir o menor ao cometer um crime, ou cometer com ele).
Ex.: Art. 316 do CP: concussão – uma vez que o funcionário público exigiu a vantagem indevida, o crime resta consumado, mesmo que não receba essa vantagem indevida. 
Também é crime formal o delito de corrupção passiva nos verbos: “solicitar” e “aceitar promessa”, pois seguem a mesma lógica da concussão.
Nos casos dos crimes formais, se ocorrer o resultado, material, chama-se de mero exaurimento (crime exaurido).
Crime de mera conduta – No crime de mera conduta, da mesma forma que nos crimes formais, a consumação se dá com a conduta. Entretanto, nos crimes formais, a conduta do agente não leva à ocorrência de um resultado naturalístico no mundo dos fatos, ou seja, não modifica o mundo exterior.
O exemplo mais famoso é o crime de porte ilegal de arma de fogo. O fato de alguém estar na rua portando uma arma não modifica, inicialmente, nada no mundo exterior. Conduto, se o agente utiliza essa arma para, por exemplo, roubar ou matar alguém, então terá cometido outro crime. O simples fato de portar ilegalmente arma de fogo é de mera conduta, ou seja, não há resultado no mundo naturalístico.
Crime doloso, culposo e preterdoloso
Crime doloso – o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo. A intenção do agente é a de produzir o resultado.
Crime culposo – o agente não tem a intenção de provocar o resultado, mas o provoca por culpa (negligência, imprudência ou imperícia). Vale lembrar que, nesses casos, o agente só responde pelo crime culposo se houver previsão legal do delito na modalidade culposa.
Crime preterdoloso – o agente prática o ato, dolosamente, visando atingir um resultado, contudo, desse seu ato ocorre um resultado culposo mais grave. Muitos chamam essa situação de dolo no antecedente e culpa no consequente.
Classificação doutrinária
Crimes simples, crimes qualificados e crime privilegiado.
Crime simples – é um crime, em regra, previsto no caput do dispositivo que traz o tipo penal. Nesses casos, normalmente os parágrafos trazem alguém tipo de circunstancia que modifica a estrutura da pena.
Ex.: o crime de homicídio simples, contudo, se esse crime for praticado por motivo torpe, fútil, meio cruel, mediante emboscada, para esconder outro delito, esse homicídio se torna qualificado e a estrutura da pena se modifica para maior.
Não confundir crime qualificado com aumento de pena
O crime de feminicídio por exemplo, não é uma causa de aumento de pena, mas sim uma qualificadora do crime de homicídio.
O furto praticado durante repouso noturno é uma causa de aumento de pena: Já o furto praticado com destruição ou rompimento de obstáculo, com abuso de confiança, mediante fraude ou destreza, por exemplo, é considerado um furto qualificado, pois há mudança na estrutura da pena.
O crime do art. 121 do CP, “matar alguém”. Traz o homicídio simples, contudo, há qualificadoras, que envolvem o crime praticado por motivo torpe, fútil, meio cruel, emboscada, feminicídio e etc.
Já entre as causas de aumento de pena do art. 121 estão a milícia privada e o grupo de extermínio.
O crime de latrocínio é considerado um crime de roubo qualificado. O art. 157 do CP é considerado a modalidade simples de roubo. Além disso, a utilização de arma de fogo faz com que o crime seja considerado roubo majorado. Se o agente utiliza uma arma de brinquedo para a prática do roubo, o agente responderá pelo crime de roubo simples. Ou seja, a arma de brinquedo não é considerada uma majorante. Esse roubo também é conhecido como roubo circunstanciado. As qualificadoras de crime de roubo são previstas no Art. 157, § 3º do CP.
Crime Privilegiado – O crime privilegiado pode ter dois sentidos: pode ser uma causa de diminuição ou outro crime. Ex.: existe o homicídio privilegiado e existe o tipo penal privilegiado do homicídio, que é um tipo penal distinto.
O homicídio privilegiado é previsto no art. 121, §1º do CP, que traz uma causa de diminuição de pena quando o crime for cometido por relevante valor social, relevante valor moral ou sob domínio de violenta emoção, logo após a injusta provocação da vítima. Essa causa de diminuição será de 1/6 a 1/3.
Já o tipo penal privilegiado do homicídio é chamado infanticídio (art. 123, CP). A pena desse crime é de dois a seis anos.
O furto é outro crime que pode ser citado como exemplo. O furto simples é disposto no art. 155 do CP e sua pena é de um a quatros anos. Existe, também, o furto privilegiado, previsto no art. 155, §2º, aplicável quando o agente for primário e for de pequeno valor a coisa. Nesse caso, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, aplicar somente a multa ou reduzir a pena de 1/3 a 2/3.
Homicídio -> 06 a 20 anos de pena
Furto -> 01 a 04 anos de pena
O STJ tem entendido, no caso de furto, que o famulato (furto qualificado pela confiança) é uma qualificadora de ordem subjetiva, logo, a ela não se aplicaria o furto qualificado privilegiado. Um exemplo de famulato é o da empregada doméstica que utiliza da confiança que seus patrões têm em relação a ela para furtar. Um detalhe importante é que, caso o empregado possua a os de um bem e acaba se apropriando dele (Ex.: O motorista que fica com o carro de seu patrão), o crime não será furto e sim o de apropriação indébita.
Obs.: O homicídio qualificado é crime hediondo, contudo, entende o STJ que o homicídio qualificado privilegiado não é considerado hediondo.
Os crimes de tráfico de drogas, previsto na lei 11.343/2006, art. 33, a pena desse crime é de 05 a 15 anos. O trafico privilegiado é o crime previsto no art. 33 da referida lei, mas ao qual se aplica uma causa de diminuição de pena de 1/6 a 2/3 quando o agente atender às seguintes circunstâncias de forma cumulativa: Ser primário, ter bons antecedentes, não se dedicar a atividades criminosas e não integrar organização criminosa.
Existe um tipo penal privilegiado do tráfico de drogas, que é chamado de “tráfico sentimental” ou “tráfico de menor potencial ofensivo”. Esses crimes estão previstos no art. 33, §3º da lei de drogas, que prevê pena de detenção, de seis meses a um ano. Nesse delito, o sujeito ativo entrega droga á pessoa de seu relacionamento para que, juntos, possam consumi-la.
Crime comum, crime próprio e crime de mão própria
Nesses crimes, o que se observa é o sujeito ativo do delito.
O crime comum – é aquele em que não se exige nada de especial do sujeito ativo. A doutrina entende que o crime comum é aquele em pode ser praticado por qualquer pessoa.
Crime próprio – é aquele em que se exige uma qualidade especial do sujeito ativo. O maior exemplo desse tipo penal envolve os crimes funcionais: que só podem ser praticados pelo funcionário público.
Vale lembrar que o crime próprio não impede o concurso de agentes. No caso do crime funcional, por exemplo, é possível o concurso com o particular. É o que determina o art. 30 do CP. O peculato, por exemplo, é um crime próprio que pode contar com a participação do particular em conjunto com o funcionário público. Nesse caso, ambos responderão pelo peculato.
Outro exemplo de crime próprio é o infanticídio: Nele, a mãe sob influência do estado puerperal, mata o próprio filho durante o parto ou logo após. Esse é um delito que exige uma qualidade especial do agente (dever de ser mãe). Além disso, parte da doutrina entende que esse crimeé de mão própria, pois o agente deve praticar os atos executórios sozinho.
Nesse sentido, se o pai, médico ou enfermeira participam, com essa mãe, da prática do crime contra seu filho, esses responderão pelo crime de infanticídio, pois, mesmo sendo um crime próprio, os elementares do tipo do infanticídio se comunicam com o particular.
Um crime de mão própria é aquele crime próprio em que o sujeito ativo deve praticá-lo com as suas próprias mãos. Ex.: é o de falso testemunho ou falsa perícia.
O crime de mão própria admite o concurso de agentes somente na modalidade de participação. Um Ex.: é o aborto consentido praticado pela mãe, pois apenas essa mãe pode praticar, admitindo a participação de outro agente.
Há uma exceção no crime de falsa perícia, pois, nesse caso, é possível que dois peritos elaborem o mesmo laudo e o assinem em conjunto. Assim, ambos os peritos estão cometendo o crime de falsa perícia em coautoria.
Classificação doutrinaria dos crimes
Todo crime militar é considerado um crime próprio, contudo, há ainda outras classificações, que são o crime militar próprio e impróprio.
Crime militar próprio: é aquele previsto apenas no CPM.
Crime militar impróprio: é aquele que previsto tanto no CPM quanto na legislação penal comum.
Crimes instantâneos, crime permanente e crime instantâneo de efeitos permanentes.
Para saber se um crime é instantâneo ou permanente é preciso analisar a consumação desse delito.
Crime instantâneo: aquele crime suja consumação ocorre uma única vez.
Ex.: O furto, se consuma na subtração (inversão da posse).
No furto, mesmo que a pessoa que subtraiu continue com o bem, não há que se falar em crime de efeitos permanentes, pois é possível a reparação do dano.
Crime instantâneo de efeitos permanentes: é aquele crime que é instantâneo, mas seus efeitos não podem ser reparados.
Ex.: Homicídio, pois trata-se de um crime instantâneo, mas não há como reverter os seus efeitos.
Crime permanente: é aquele crime suja consumação se prolonga no tempo. Em regra, ocorre quando há verbos “guardar” ou “ter consigo”. Nesse sentido é o verbo que vai d
determinar se o crime é permanente.
O tráfico de drogas é um crime que possui vários verbos permanentes. Um exemplo é “ter consigo”. No delito de sequestro, enquanto o autor estiver com a vítima arrebatada, o delito está se consumando. Assim, de uma maneira técnica, diz-se que o crime permanente é aquele em que a consumação se protrai no tempo. 
Crime de dano e de perigo (abstrato e concreto)
Crime de dano: é aquele que a sua consumação prevê a efetiva lesão ao bem jurídico. 
Crimes de perigo: são aqueles que não preveem a causação de um dano, mas tão somente a exposição ao perigo.
Ex.: o crime de incêndio, pois um incêndio causa um perigo para comunidade, mesmo que esse incêndio tenha sido provocado em coisa própria (casa).
Crime de perigo concreto: São aqueles que se consumam com a efetiva exposição ao perigo. É preciso que o agente gere perigo de dano.
Incêndio e explosão são exemplos de crimes de perigo concreto.
A não ser que esse incêndio ou explosão seja cometida em lugar isolado e em bem próprio como a casa.
Art. 250 Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem:
Art. 251 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão arremesso ou colocação de engenho de diamante ou de substância de efeitos análogos.
Crimes de perigo abstrato: a exposição ao perigo é presumida pela própria conduta. Em regra, esses crimes são considerados de mera conduta, pois o perigo é presumido.
O exemplo mais famoso de crime de perigo abstrato é o art. 306 do Código de Trânsito brasileiro, que é a embriaguez ao volante. Nesse sentido, basta uma pessoa ingerir álcool acima dos patamares definidos em lei, mesmo que consiga dirigir perfeitamente, terá cometido crime, pois o perigo é presumido.
O art. 310, que é entregar o veículo automotor a pessoa não habilitada, é um perigo abstrato, ou seja, basta entregar o carro, basta a conduta, para que o crime seja consumado.
Crime complexo e crime ultracomplexo
Crime complexo: É aquele formado por outros dois crimes. Ou seja, junta-se dois crimes para formar um terceiro.
Ex.: O roubo, une o crime de furto e a violência ou o furto e a ameaça.
A doutrina ainda faz distinção entre o crime complexo puro e impuro.
Crime complexo impuro: seria aquele crime formado por um crime e a outra circunstância que não é considerada um crime.
Ex.: Extorsão, que é formada pelo constrangimento ilegal e de outro ato que pode não ser necessariamente um crime.
Crime ultracomplexo: É o crime complexo unido a outro crime.
Ex.:O roubo majorado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, §2º -A, I do CP). Tal crime pode ser dividido entre os crimes de roubo (art. 157, CP) e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. (art. 14 da lei n. 10.826/2003)
Crimes plurissubjetivo e unissubjetivo / Crime unissubsistente e plurissubsistente
Os crimes plurissubjetivo e unissubjetivo estão relacionados às pessoas. Já os crimes plussubsistente e unissubsistente estão relacionados à existência do crime.
Crime plurissubjetivo: É aquele cuja existência depende do concurso de pessoas, logo, também é chamado de crime de concurso necessário/obrigatório. 
Crime unissubjetivo: É chamado de crime de concurso eventual, pois, em regra, é praticado por uma pessoa, mas admite o concurso de pessoas (ex.: homicídio).
Exemplos de crime de concurso obrigatório:
Art. 137, CP, rixa – no mínimo 3 agentes, com autores e vítimas indefinidas.
Art. 288, CP, associação criminosa – 3 ou mais agentes.
Art. 35 da lei n. 11.343/2006: associação para o tráfico de drogas – dois ou mais agentes.
Art. 2º da lei n. 12.850/2013: organização criminosa – 4 ou mais agentes.
Art. 155, §4º, IV, CP – 2 ou mais pessoas.
Art. 157, §2º, II, CP. – 2 ou mais pessoas.
Quando o concurso de pessoas é uma causa de aumento de pena ou uma qualificadora, esses crimes são considerados eventualmente plurissubjetivos.
O STJ entende que a presença de um menor entre os agentes é valida para a contagem. Assim, se um maior pratica um furto em conjunto com um menor, para esse maior haverá a imputação pelo furto qualificado pelo concurso de agentes, já o menor responderá pelo ato infracional.
Na associação criminosa, se há dois maiores e um menor, para esses maiores haverá o crime de associação criminosa, pois o menor é contado, além desse menor ser contado para esses crimes em que há o concurso de pessoas, os maiores ainda responderão pela corrupção de menores (art. 244-B do ECA), salvo no tráfico de drogas.
No tráfico de drogas, além do crime de associação para o tráfico, o agente maior de idade ainda sofrerá uma causa de aumento de pena, prevista no art. 40, VI da Lei n. 11.343/2006.
Crimes plurissubsistentes: É aquele que pode ser desmembrado em vários atos.
Ex.: Homicídio.
Crime unissubsistente: é aquele praticado em um único ato.
Ex.: a injuria verbal.
Dessa forma não é cabível a tentativa nos crimes unissubsistentes.
Crime comissivo, Crime omissivo e crime de conduta mista
Crime omissivo impróprio – É aquele não dotado de uma tipicidade específica. Na realidade, o agente responderá por um crime comum, mas em função de sua figura de garante. Esses delitos também são chamados por comissivos por omissão, pois não existe uma tipicidade específica desse crime.
Ex.: Se uma pessoa ver alguém cometendo o crime de tráfico de drogas não responder por crime algum se deixar comunicar o fato à polícia, diferente do policial, que tendo sua obrigação de prevenir a prática do crime, deixa que as pessoas pratiquem esse crime com seu consentimento.
Crime omissivo próprio – existe um dever genérico e não cabe tentativa, já no omissivo improprio existe um dever especifico e a tentativa é possível.
Crime de conduta mista – o crime de não restituição de coisa achada é um exemplo de conduta mista, pois começa com uma conduta comissiva e termina com uma conduta omissiva.
Crime de progressivo e progressão criminosa
Crime progressivo – Também conhecido como crimede passagem – é aquele que, para ser praticado, obrigatoriamente o agente pratica um crime menos grave. O homicídio, é um exemplo de crime progressivo, pois, para que o agente possa matar é preciso, primeiramente, lesionar a vítima. A lesão no homicídio, por sua vez, é um crime de passagem.
Progressão criminosa – é aquele caso em que o agente tem, inicialmente, a intenção de praticar a conduta menos grave, contudo, durante a prática do crime, muda de ideia e pratica a conduta mais grave.
Ex.: O agente tem a intenção de lesionar, contudo, ao fazer isso, resolve matar a vítima.
A diferença, portanto, entre o crime progressivo e a progressão criminosa está no dolo, pois, no primeiro há uma única vontade, já no segundo há mais de uma vontade.
Crime a prazo – Alguns delitos possuem um prazo dentro da própria descrição do tipo penal. Um exemplo é o delito de não devolver a coisa achada, pois só há crime quando o agente não devolve a coisa achada após decorridos 15 dias, em regra.
Crime vago – É o crime que não tem vítima determinada. Em regra, a vítima é o Estado ou a coletividade.
A grande consequência desse tipo penal de crime é que, em regra, não é cabível a ação penal privada subsidiária da pública, pois não há vítima determinada. Os crimes contra o consumidor, em regra, são considerados crimes contra a coletividade.
 Crime falho – É sinônimo de delito frustrado ou tentativa perfeita ou acabada. Nesse sentido, o crime falho pode ser entendido como sendo a tentativa.
Tentativa é crime.
Quase crime – É o chamado crime impossível, cujos sinônimos são: tentativa impunível, tentativa inidônea ou crime oco.
Crime putativo – É aquele crime em que o agente está em erro. É o delito imaginário. Pode ocorrer por erro de tipo, por erro de proibição, também pode ser chamado de delito por alucinação.
Crime putativo e Crime funcional
Crime funcional – art. 312 ao 327 do código penal e art. 3º da Lei n. 8.137/1990 – é o delito praticado por funcionário público, em que essa condição seja elementar do delito.
Crime funcional é crime próprio, mas não é sinônimo, porque crime próprio é mais abrangente. Toda vez que há qualidade especial do sujeito ativo, há crime próprio e uma dessas qualidades pode ser funcionário público.
O art. 302 do CP não é crime funcional (crime de falso atestado médico). É um crime próprio, porque existe uma qualidade especial, mas não é crime funcional, porque não é praticado por funcionário público.
E.: O art. 314 do CP trata do delito de inutilização de livro ou documento público, quando em posse desse funcionário. Se for praticado por um funcionário da adm fazendária em que ele destrói o livro ou documento e com isso acarrete o não pagamento de tributo, vira o art. 3º da lei 8.137/1090.
Ex.: Se for exigido uma vantagem indevida para o não lançamento de tributo (art. 316 do CP: concussão), também vira art. 3º da lei 8.137/1090.
Dentre os crimes próprios, há os crimes funcionais, os crimes militares quando praticados por militar, ou seja, crime próprio é mais abrangente que crime funcional. Crime funcional é uma espécie de crime próprio.
Crime de trânsito (de circulação), em Trânsito e no Trânsito.
Crimes de trânsito ou de circulação são os crimes do CTB, São crimes em que a situação de dirigir veiculo automotor é essencial para o delito.
Ex.: embriaguez ao volante, homicídio culposo no trânsito.
Crimes em trânsito são aqueles em que o agente pratica em três ou mais estados (países). Se forem dois países, são chamados de crimes espaço máximo ou crimes a distância.
Crimes no trânsito é um crime é um crime comum praticado (vai para o CP) no trânsito não previsto no CTB, por exemplo, o crime de homicídio doloso ou lesão corporal dolosa.
Crime à distância ou de espaço máximo
Crimes à distância: em dois países. Agora, se for praticado na mesma localidade, no mesmo lugar, é crime de espaço mínimo.
Crimes de espaço mínimo – A conduta e o resultado são no mesmo local (na mesma comarca).
Crime Plurilocal – Quando a conduta e o resultado ocorrem em locais diferentes (em comarcas diferentes), só que no mesmo país. Ex.: A conduta foi praticada no RJ, mas o resultado se deu me SP.
Crime de Hermenêutica – Nova Lei de abuso de autoridade, que é um crime próprio, porque requer a figura do agente público. E é um crime funciona, porque requer a figura do funcionário público em sentido amplo.
A nova lei de abuso de autoridade proíbe (veda) o crime de hermenêutica, que é o crime de interpretação. 
Ex.: A prisão totalmente ilegal é um crime de abuso.
O crime de hermenêutica é criminalizar a interpretação sobre os fatos.
Lei 13.869/2019 - Art. 1º §2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade. 
Crimes de atentados ou Empreendimentos – São aqueles em que a tentativa é o próprio crime – Ex.: Art. 352 do CP, evadir-se ou tentar evadir-se, ou seja, o tentar evadir-se está no próprio tipo.
Outro Ex.: e o homicídio (matar alguém), em que o agente responderá pela tentativa devido ao art. 14, II do CP, que é uma norma de subordinação imediata e o parágrafo único, que acabam juntado.
Há também os crimes de lesa pátria. Dentre esses crimes, tem o exemplo de tentar separação de algum estado da unidade federativa, logo, o crime é tentativa.
Crimes Multitudinários – é um crime praticado por multidões.
Crimes de Conexão Teleológica – Praticado para assegurar a execução de outro delito.
É quando se olha para o crime posterior. Ex.: matar o segurança do banco hoje para poder roubar daqui a dois dias
Crime de Conexão Consequencial – praticado para assegurar a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
Art. 121, §2º, V do CP traz uma qualificadora, que é a conexão teológica e a consequencial: para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime.
Na conexão consequencial, o delito que se está praticando é consequência de outro. Ex.: Matar uma pessoa porque trata-se de uma testemunha, ou seja, é queima de arquivo (é consequência de um crime anterior). Logo, está matando para assegurar a ocultação de um crime.
Crime de tendência (injuria, abuso de autoridade)
Existe no delito uma tendência (um dolo específico) para que exista o crime, ou seja, uma finalidade especial.
Ex.: A chega para B e o chama de Veado. A injúria dependerá da ação do agente. Às vezes, entre dois homens, é comum chamar o outro dessa maneira, como brincadeira.
Ex.: Crime de abuso de autoridade. Uma pessoa está passando na rua e vê um policial dando uma dura em alguém. Isso seria abuso de autoridade? Depende do dolo especifico do agente. Se aquela dura está acontecendo porque o policial verificou uma fundada suspeita de que aquele agente estava armado ou com drogas, não será crime de abuso de autoridade.
Crimes de Tendência interna Transcendente (crime de Intenção)
Extorsão mediante sequestro e petrechos de moeda falsa.
Crime de resultado cortado: o resultado não depende do agente.
a) São crimes formais. É uma espécie do crime de tendência interna transcendente. Nesse crime, o resultado que vai além do tipo, não depende da conduta do agente.
Ex.: extorsão mediante resgate, que o preço do resgate não depende dele, e sim da vítima.
Crime mutilado de dois atos: o resultado depende do agente.
b) Quando esse resultado vai além do tipo depende do agente.
Ex.: petrecho de moeda falsa. O agente mesmo que fabricará a moeda (mesmo que seja outra pessoa, ele que entrega o maquinário para alguém fabricar).
Crime de Tendência ou de atitude pessoal (injúria, Abuso)
A conduta será diferenciada por um dolo específico.
Crimes de tendência interna transcendente (crime de Intenção)
Os crimes de intenção, diferentemente dos crimes de tendência, também há uma finalidade especial do agente, só que essa finalidade está fora do tipo (está além do tipo). Os crimes de intenção são chamados de crimes de tendência interna transcendente, porque está no tipo, mas que transcende (vai além do tipo) Ex.: Extorsão mediante sequestro, querendo algo que vai além do tipo, que é o preço do resgate.
Crime consunto(absorvido) e Crime Consuntivo (É o que absorve)
Crime de Fato Permanente e de Fato Transeunte 
O delito transeunte é aquele que não deixa vestígios materiais. Nos delitos que deixam vestígios, é obrigatório o exame de corpo delito (art. 158 do Código processual penal), não podendo supri-la à confissão do acusado.
Crime de fatos permanentes deixam vestígios, logo é obrigatório exame de corpo delito.
Crime de Ímpeto – é aquele crime em que a pessoa pratica sem a premeditação.
Crime de acumulação – delitos de acumulação são aqueles em que, na verdade, só haveria lesividade se tivesse a acumulação de várias condutas, mas punirá uma só. No crime de acumulação, o bem jurídico tutelado é coletivo ou difuso.
Ex.: Os crimes ambientais e o crime de propaganda enganosa.
Nos crimes de acumulação, acontece o fenômeno chamado de espiritualização do Direito Penal, que é a troca do Bem jurídico: dos bens jurídicos individuais para os coletivos.
Crime Obstáculo – Iter criminis: cogitação, preparação, execução e consumação. Pelo principio da lesividade, ofensividade ou alteridade, só punirá se houver lesão ou ao menos perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
A conduta só é lesiva quando ocorrer a execução do delito. Logo, só haverá punição a partir da execução. A cogitação é impunível e os atos preparatórios, em regra, são impuníveis, (crime obstáculo). Ex.: punição dos atos preparatórios do terrorismo.
O exemplo mais famoso é o porte ilegal de arma, porque é um ato preparatório do roubo, do homicídio, então se está punindo o ato preparatório como delito autônomo.
Crime catálogo – É aquele que pode ser investigado por interpretação telefônica – lei n. 9.296/1996 – (somente aqueles que sejam puníveis com reclusão).
Crime de Impressão (crime de Sentimento): Injúria – a vítima precisa ficar chateada
Crime de inteligência: Estelionato.
Crime de Vontade: Recai na Autodeterminação, como o Constrangimento Ilegal – Crime de impressão é aquele que causa uma grande impressão na vítima. É um crime que modifica o pensamento da vítima, modifica a subjetividade da vítima. Ex.: Os crimes de sentimento. Se a vítima não ficar chateada, não será crime de injúria.
Crime Parcelar: Continuidade Delitiva – ocorre na continuidade delitiva (art. 71 do CP). Na continuidade delitiva, o agente pratica um crime, outro crime... Nas mesmas circunstâncias de tempo, modo de execução, lugar, mesma comarca como marco limítrofe, vários furtos praticados dentro de 30 dias. Logo, tudo se torna um crime só que é chamado de crime continuado.
Súmula n. 711 do STF: a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Crime Inominado – Não é aquele crime que não possui nomen iuris.
Ex.: art. 353 e 342 do Código Penal. O crime inominado é aquele que não existe tipo, não existe previsão. Logo, aqui no Brasil torna-se crime impossível, devido ao princípio da legalidade, em que não há crime sem lei anterior que o defina. Então o crime inominado seria o crime sem tipificação e no Brasil não é possível um crime sem lei anterior que o defina e sem prévia cominação legal.
Crime Remetido – É uma norma penal em branco em que a interpretação sobre o sentido e o alcance do delito depende de um outro artigo.
Ex.: Art. 304 do CP, uso de documento falso. Usar os documentos previstos nos arts. 297 a 302. Logo, é um crime duplamente remetido.
Quando essa remissão está na pena, a norma penal é imperfeita, incompleta ou uma norma penal em branco ao revesso ou ao revés.
Crime Anão – É também chamado de delito liliputiano, crime vagabundo, crime formiga. É a contravenção penal.
Crimes de colarinho branco – Também conhecido como crime de paletó e gravata ou crime de escritório – São os crimes praticados por pessoas com dinheiro (ricos). Crimes contra a ordem tributária, crimes contra o sistema econômico, crimes contra o sistema financeiro.
Crimes de colarinho azul – Crimes de rua. São os crimes praticados pelos pobres. O colarinho azul é uma remissão ao macacão utilizado pelos operários nos EUA.
Crime profissional – É um crime habitual com intuito de lucro.
Ex.: O agente pratica o exercício ilegal da medicina com o intuito lucrativo chamado crime profissional.
Crime de Ação Astuciosa – É praticado com emprego de astucia ou estratagema, como o estelionato e o furto.
Crimes naturais, plásticos e vazios.
Os crimes naturais são aqueles que naturalmente é um crime. É aquele em que, independentemente da sociedade, determinada conduta será considerada criminosa.
Ex.: Os 10 mandamentos da bíblia.
Os crimes plásticos são aqueles que dependem da evolução da sociedade.
Ex.: Os crimes cibernéticos, que somente aparecem com a existência da internet, da informática como um todo.
O art. 154-A foi trazido pela famosa Lei Carolina Dieckman, em um caso de violação de fotos de computador da atriz. Há também um segundo conceito (não muito comum) em que os crimes naturais são aqueles que defendem a sociedade, e crimes contra a ADM pública.
Apenas nesse segundo conceito que surge o crime vazio, que é aquele em que não teria a proteção de nada, ou seja, é um crime sem proteger nenhum bem jurídico.
Nomenclaturas
Velocidade do direito penal
1ª velocidade lenta com a pena privativa de liberdade. (o processo é lento).
2ª velocidade mais rápida, mais Celera, com relativização dos direitos e garantias processuais e também a aplicação de pena alternativa. (processo rápido)
Teoria aplicada por Jesús Maria Sanchez
Há também uma outra velocidade que não foi aplicada por jesús Maria.
3ª velocidade: aplica-se pena privativa de liberdade e relativização das garantias processuais.
 
 PPL – Pena - alternativa PPL 
processo lento processo rápido processo rápido
____1ª_____________________2ª________________3ª_______________
 Garantias relativização das garantias relativização das garantias processuais
Síndrome da mulher de Potifar – uma nomenclatura usada por um termo bíblico, o qual a mulher foi rejeitada.
Ex.: Uma mulher acusar um homem de estupro, porque ele não há quis.
Síndrome de Estocolmo – Crime o qual a vitima tem relações de afeto com o sequestrador, momento em que a vitima passa a entender o sequestrador.
Síndrome de Londres – na de Londres vai ao contrário da de Estocolmo, a vitima passa a ter uma relação agressiva contra o sequestrador, aconteceu na embaixada iraniana em Londres.
Síndrome de Lima – Crime o qual o sequestrador tenha afeto com a vítima, ao contrário do Estocolmo.
Sujeitos da infração penal
Sujeito ativo – em suma, o sujeito ativo é o autor do delito, ou seja, aquele que pratica a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
Crime e ação penal – O sujeito ativo de um crime é o sujeito passivo do processo penal. Quando o MP, oferece a denuncia contra o autor de um crime, este se torna sujeito passivo da infração penal.
O contrário não é verdadeiro, pois o sujeito passivo do crime não se torna, em regra, o sujeito ativo da ação penal. E sim o Estado é o sujeito ativo no processo criminal.
Menor – O CP trata o menor como “isento de pena”, para doutrina, o menor não pratica crime, pois não há culpabilidade. Os menores praticam atos infracionais.
Doentes mentais – Esses praticam crimes, contudo, a depender do caso concreto, é possível que sejam considerados inimputáveis (conforme art. 26 do CP). Caso uma pessoa seja doente mental e não compreenda o caráter ilícito do fato praticado, então será considerada inimputável. Mesmo não havendo crime, haverá uma ação de prevenção penal, que serve para aplicação de uma medida de segurança (sentença absolutória imprópria).
Pessoa jurídica – pode ser sujeito passivo de um crime. Além disso, de acordo com a legislação atual, a pessoa jurídica também pode ser sujeito ativo nos crimes ambientais.
Pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de alguns crimes. Ex.:

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