Buscar

RESUMO TEORIA DO CRIME A1 UVA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

· Noções iniciais
Proposta do direito penal: Proteger a tutela dos bens jurídicos; É um ramo que vai selecionar na sociedade bens que sejam mais significativos, mais importantes, para o equilíbrio da sociedade.
Ex: Crimes contra a vida: a vida é um bem jurídico protegido. É um dos bens selecionados para ser levado à categoria de bem jurídico.
Patrimônio: Crimes como roubo e furto são crimes que atentam contra o patrimônio, que é um bem jurídico tutelado.
Código Penal Brasileiro é dividido em duas partes: 
1. Parte Geral: regras gerais sobre crimes e penas, regras gerais do art 1 ao 120 (princípios). 
2. Parte Especial: trata dos crimes propriamente ditos; definição dos crimes e penas; art 121 ao 359.
↳ Também é dividido em titulo (gênero) e capítulos (espécies).
↳ Títulos já mostram o bem jurídico tutelado.
Crime X Contravenção
Os crimes são punidos de forma mais rigorosas. O legislador elenca as condutas que as condutas que ele entende que devam ser mais rigorosamente punidas e criminalizadas. O grau de reprovação social é diferente e o grau de censura também. Não há uma diferença ontológica, a conduta em si é a mesma, o que muda é o grau de punição. Ex: jogo do bicho. Ex 2: Ejacular nas pessoas: antes era uma contravenção penal. O legislador, escutando os ensaios sociais, achou melhor criminalizar. Se valeu do princípio da proporcionalidade.
↳ Quem legisla o direito penal é a união federal (deputados federais, senadores e o presidente sancionado). Não se pode criar um crime por medida provisória (decreto art 22 CF).
· Princípios
Art 1 – Legalidade: mínimo ético. A legalidade está ligada a uma norma penal clara. Não pode ter dúvidas do que vai fazer. O estado não pode te processar por algo que não previu anteriormente. O DP é um filtro do próprio estado, que pode tudo, desde que previsto em lei. 
- Intervenção Penal Mínima: ultima opção. É o direito penal só intervindo quando todo ramo do direito falhar. Contra mão do senso comum (quanto mais pena melhor). Penas mais altas não diminuem os crimes.
- Proporcionalidade: O grau de punição tem que ser de acordo com a conduta.
- Bagatela ou Insignificância: Nem toda lesão patrimonial vai merecer uma resposta penal. Bens jurídicos de ínfima importância (lápis, clipes) são bens que não serão objeto de tutela penal, portanto terá:
↳ Atipicidade do Caso: são condutas atípicas que não tem previsão penal como crime porque a tipicidade será afastada.
- Irretroatividade da lei: As leis e atos normativos em geral, a princípio, são editadas para que passem a valer para o futuro, desde a data da publicação ou a partir de um período fixado.
- Dignidade Humana: toda ação do estado contra a pessoa humana. Em excesso, o agente responde pela esfera penal administrativa e civil.
· Classificação dos Crimes
Crime Impossível art 17: Não há crime. Impropriedade do objeto. 
Ex: dar uma facada em quem já está morto; praticar manobras de aborto, mas não há feto.
-
Crimes Simples: o crime em si; ex: matar alguém | Crime complexo: dois crimes geram um terceiro; ex: latrocínio (roubo 157 + morte 121), extorsão mediante sequestro (extorsão 158 + sequestro 148).
-
Crimes Comissivos: se completa através de uma ação própria; ex: matar alguém, roubar alguém.
Omissivos próprios ou puros: a omissão vem narrada na lei; ex: omissão de socorro135, prevaricação 319.
Omissivos impróprios ou comissivos por omissão: praticado pelos garantidores ex: falta de socorro art 13-2; médicos, policiais, salva-vidas, pais responsáveis por uma criança; respondem pelo crime por omissão (ex: estupro por omissão).
-
Crimes Materiais: tem conduta e resultado, mas se consuma com resultado; ex: matar alguém (conduta), morte (resultado); roubo (subtrair) falta do patrimônio (resultado).
Crimes formais: tem conduta e resultado, mas se consuma com a conduta; ex: corrupção passiva 317, solicitar vantagem indevida (conduta), independente de pagar ou não (resultado); extorsão: a cobrança já é crime. *Exaurimento: crime chega na ultima forma, seu esgotamento*.
Mera Conduta: não tem resultado, apenas conduta ex: violação de domicílio.
-
Crimes comuns: pode ser praticado por qualquer pessoa, sem qualidade especial; ex: roubo, furto.
Crimes próprios: exige qualidade especial; ex: desvio de dinheiro público, corrupção passiva, infanticídio.
Crimes de mão própria: a prática tem que ser feita pelo próprio, não permite delegação; ex: falso testemunho 342, deserção.
-
Crimes Hediondos: crimes de extrema gravidade. Recebe um tratamento mais rigoroso. Inafiançáveis e insuscetíveis de graça, anistia ou indulto. Lei 8072/90 ex: homicídio qualificado, latrocínio, estupro.
Crimes Assemelhados: tortura, tráfico e terrorismo.
-
Flagrante Provocado: Arma para prender alguém em flagrante. Ex: deixa uma bolsa de dinheiro estrategicamente posicionada sob vigia. CRIME IMPOSSIVEL porque as condições foram provocadas. 
Flagrante Esperado: Previamente informado da ocorrência Ex: Alguém denúncia um crime no disque-denuncia e a policia se antecipa. É Crime. A prisão é valida porque as condições não foram provocadas.
Flagrante Forjado: Policial planta drogas ou algo ilícito no carro, forja o flagrante. É crime, policial responde.
-
Iter Criminis (itinerário): Cogitação – preparação – execução – consumação – exaurimento.
O DP não se importa com os atos preparatórios. Não há punição na cogitação e nem na preparação, só na execução.
· Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz
O agente que voluntariamente desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza só responde pelos atos já praticados. Art 15 CP.
· Arrependimento Posterior
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça a pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denuncia ou da queixa por ato voluntario do agente, a pena será reduzida de 1 a 2/3 art 16 CP.
· Lei Penal no Tempo
Novatio Legis Incriminadora: A lei nova que incrimine o praticante de fato que ao tempo da prática não era típico, não poderá ser aplicada, pois é irretroativa; Não era considerado crime pelo Direito. 
Abolitio Criminis: Sempre que uma lei nova deixa de incriminar fato anteriormente considerado um ilícito penal. É agraciado pelo artigo 2º, “caput’ do CP; retroage; deverá ser posto em liberdade (se preso) e sua folha de antecedentes criminais liberta do fato não mais considerado delituoso”. O delito desaparece, juntamente com todos os seus reflexos penais. Ex: adultério. 
Novatio Legis In Pejus: refere-se à lei nova mais severa do que a anterior. Ante o princípio da retroatividade da lei penal benigna, a novatio legis in pejus não tem aplicação na esfera penal brasileira; não podem retroagir.
Novatio Legis In Mellius: É a lei nova mais favorável que a anterior; ela será aplicada a fatos pretéritos a sua entrada em vigor. É a lex mitior. Deverá ser aplicada tanto ao réu em sentido estrito (aquele que está sendo acusado em processo penal) quanto ao réu em sentido lato (sujeito passivo na ação penal, aqueles submetidos à execução de pena e/ou medidas de segurança).
· Tempo do Crime – Teoria da Atividade art 4º
.1) Atividade: é a adotada pelo Código Penal Brasileiro.
Art. 4º – Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Se ‘A’, atira contra ‘B’ em data de 10 de janeiro de 2015, vindo este a óbito em data de 27 de abril do citado ano. Ter-se-á praticado o crime de homicídio em 10/01/2015.
· Lugar do Crime – Teoria da Ubiquidade art 6º
03 teorias principais:
Atividade: o lugar do crime é o da ação ou omissão.
Exemplo: A, com ânimo inequívoco de matar, golpeou B com várias facadas, fato ocorrido na cidade de Osasco. Horas depois, em um hospital na cidade de São Paulo, B veio a falecer em razão dos ferimentos. Neste caso, o lugar do crime seria Osasco.
Resultado: o lugar do crime é o da consumação.
Exemplo: nos termos do exemplo de item 2.1, o lugar do crime seria São Paulo.
Ubiquidade ou mista: é a adotada pelo Código Penal Brasileiro.
Art. 6º – Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a açãoou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
· Extraterritorialidade art 7º
§1: Incondicionada: a lei brasileira, para ser aplicada, não depende do preenchimento de nenhum requisito.
§2: Condicionada: alcança os crimes trazidos pelo inc. II. Nesses casos, para que a nossa lei possa ser aplicada, faz-se necessário o concurso das seguintes condições (art. 7º, §2º, CP): (i) entrar o agente no território nacional; (ii) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (iii) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (iv) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (v) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
· Conflito Aparente de Normas
Princípio da Especialidade: A norma especial prevalece; ex: homicídio culposo no trânsito art 302 CTB.
Princípio da Subsidiariedade: Existe uma norma primária e uma secundária; ex: art 132 cp (“... se o fato não constitui crime mais grave”).
Princípio da Consumação (ou absorção): O meio pra praticar o fim fica “de lado” e responde pelo crime final; ex: porte de arma + roubo, responde pelo roubo. O porte de arma PE uma majorante do roubo.
· Conceito Formal de Crime art 23 cp
	 FATO TÍPICO + ILICITUDE + CULPABILIDADE |
	Fato que se ajusta a lei penal
Ex: matar alguém 
	Se é licito ou ilícito Ex: matar alguém em legítima defesa não é ilícito.
	Capacidade de auto-determinação ou socitiva, responder pelos atos. Ex: criança e deficiente mental não são culpáveis.
· Teoria do Erro
Elementar e Circunstancia
Erro de Tipo: O erro de tipo previsto no art. 20, "caput" do Código Penal, ocorre no caso concreto quando o indivíduo não tem plena consciência do que está fazendo, imagina estar praticando uma conduta lícita, quando na verdade, está a praticar uma conduta ilícita, mas que por erro, acredite ser inteiramente lícita. O erro sobre o fato típico diz respeito ao elemento cognitivo, o dolo, vale dizer, a vontade livre e consciente de praticar o crime, ou assumir o risco de produzi-lo (art. 18, I, CP). Ex: Estupro de vulnerável: sair com um menos de 14 anos sem saber a idade.
Erro de Proibição: O desconhecimento da lei é inescusável (art. 21, “caput” do CP). O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena, se evitável, poderá diminuir a pena de um sexto a um terço. Ex: levar balão no carro para enfeitar o sitio sem saber que é crime; trocar a fechadura do inquilino caloteiro.
Descriminantes putativas: não há um consenso entre os doutrinadores. Trata-se de modalidade de erro que recai sobre os pressupostos fáticos de uma causa de justificação. A grande divergência que se instala sobre o instituto se refere à sua natureza jurídica. 
Erro determinado por terceiro: alguém pratica a conduta com uma falsa percepção da realidade a respeito dos elementos constitutivos do tipo penal, em razão da atuação de terceira pessoa, denominada de agente provocador. O agente não erra por conta própria, seu erro não é espontâneo, mas sim determinado por outrem.
Ex: dar uma mamadeira com veneno para um bebe sendo que a mãe que colocou o veneno

Outros materiais