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Sociologia da Educação

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Prévia do material em texto

SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Sociologia da Educação – Profª. Ms. Claudete Camargo Pereira Basaglia 
Meu nome é Claudete Camargo Pereira Basaglia e, como pro-
fissional, componho o universo de dezenas de milhares de pro-
fessores espalhados pelo Brasil afora. Sou graduada em Ciên-
cias Sociais e pós-graduada em Educação e, há algum tempo, 
tenho-me empenhado em assegurar a graduandos um sólido 
domínio de conteúdos como base para a formação científica e 
profissional e em despertar a consciência crítica das tarefas so-
ciopolíticas e pedagógicas do ensino.
E-mail: claudete.sociologia@gmail.com
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Caderno de Referência de Conteúdo
Claudete Camargo Pereira Basaglia
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2012 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
370.19 B313s
 Basaglia, Claudete Camargo Pereira
Sociologia da educação / Claudete Camargo Pereira Basaglia – Batatais, SP : 
 Claretiano, 2013.
 174 p.
 ISBN: 978-85-67425-76-4
1. Introdução à Sociologia. 2. Sociologia: a educação como objeto de 
 estudo da Sociologia. 3. Educação e sociedade: cultura escolar. 4. 
 Diversidade cultural e globalização. I. Sociologia da educação.
 
 
 
 CDD 370.19
 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO ...................................................................... 11
UNIDADE 1 – BREVE INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA: EVOLUÇÃO 
E MÉTODO
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 33
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 33
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 34
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 36
5 ORIGEM DA SOCIOLOGIA ................................................................................ 38
6 SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA: "FILHA DA REVOLUÇÃO" ............................... 40
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 47
8 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 48
9 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 49
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 49
UNIDADE 2 – EDUCAÇÃO E SOCIEDADE: UM PONTO DE VISTA DOS 
TEÓRICOS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 51
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 51
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 52
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 53
5 EDUCAÇÃO: UM OBJETO DE ESTUDO DA SOCIOLOGIA ................................ 55
6 TRÊS CORRENTES SOCIOLÓGICAS SIGNIFICATIVAS PARA A 
COMPREENSÃO DO FENÔMENO EDUCATIVO: MARX, DURKHEIM, WEBER .....58
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 73
8 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 73
9 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 77
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 77
UNIDADE 3 – MODOS DE EDUCAR SEGUNDO DESMEMBRAMENTOS DO 
PENSAMENTO CLÁSSICO: SOCIOLOGIA E EDUCAÇÃO NO 
BRASIL
1 OBJETIVO .......................................................................................................... 79
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 79
3 ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................. 79
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 80
5 ALGUNS REGISTROS SOBRE A SOCIOLOGIA NO BRASIL ............................... 81
6 SOCIOLOGIA BRASILEIRA COMO UMA FORMA DE PENSAR A EDUCAÇÃO .......87
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 96
8 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 96
9 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 97
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 98
UNIDADE 4 – EDUCAÇÃO, SOCIALIZAÇÃO E CULTURA: ASPECTOS 
DIFERENTES DE UM MESMO PROCESSO SOCIAL
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 99
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 99
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 100
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 101
5 SOCIALIZAÇÃO: CONDIÇÕES E RESULTADO DA VIDA SOCIAL....................... 103
6 CULTURAS: TRANSFORMAR E SIGNIFICAR O MUNDO PARA 
TRANSFORMAR E SIGNIFICAR O SER HUMANO ............................................ 111
7 EDUCAÇÃO ESCOLAR, SOCIALIZAÇÃO E CULTURA ........................................ 118
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 123
9 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 123
10 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 125
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 125
UNIDADE 5 – DESCOBERTA PERMANENTE: UMA POSSÍVEL INTERFACE 
ENTRE A DIVERSIDADE CULTURAL E O ESPAÇO ESCOLAR
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 127
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 127
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 128
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 130
5 CULTURA, DIVERSIDADE CULTURAL E EDUCAÇÃO ESCOLAR: 
UMA REFLEXÃO SOBRE A PLURALIDADE CULTURAL ..................................... 133
6 ESCOLA E DIVERSIDADE CULTURAL: UM DESAFIO PARA A EDUCAÇÃO ...... 140
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 148
8 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 148
9 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 150
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 150
UNIDADE 6 – EDUCAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO: ARTICULAÇÕES E 
ANTAGONISMOS
1 OBJETIVO .......................................................................................................... 153
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 153
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 153
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 155
5 EDUCAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO: TENTATIVAS DE INTERPRETAÇÃO ............... 156
6 EDUCAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO: CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS 
COM RELAÇÃO AO PAPEL DE PROFESSORES E DE PROFESSORAS ............... 166
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 172
8 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 172
9 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 173
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 173
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Introdução à Sociologia. Sociologia: a educação como objeto de estudo da Socio-
logia. Educação e sociedade: cultura escolar. Diversidade cultural e globalização. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO 
Seja bem-vindo ao estudo de Sociologia da Educação. Neste 
Caderno de Referência de Conteúdo, você encontrará o conteúdo 
básico das seis unidades em que se divide este CRC.
Cremos que os conteúdos aqui apresentados são suficientes 
para a sua iniciação à discussão de temas cujo conhecimento é im-
prescindível tanto à formação do educador quanto à do educando.
A primeira unidade, Breve Introdução à Sociologia: evolução 
e método, apresenta uma breve introdução à Sociologia com a 
proposta de constatarmos que a reflexão sobre os fenômenos so-
ciais tem uma longa tradição, muito anterior ao surgimento da So-
ciologia como ciência.
© Sociologia da Educação10
Com a temática Educação e sociedade: um ponto de vista dos 
teóricos clássicos da Sociologia, apresentada na segunda unidade, 
buscamos a compreensão sobre qual foi a questão social que colo-
cou a sociedade em um plano de análise científica e como emerge 
a educação nesse cenário.
Na terceira unidade, Modos de educar segundo desmembra-
mentos do pensamento clássico: Sociologia e Educação no Brasil, 
tratamos das diferentes repercussões que a questão básica da So-
ciologia (o que torna possível a organização social das relações en-
tre os seres humanos?) teve no pensamento sociológico brasileiro 
no campo da educação.
Para a quarta unidade, Educação, socialização e cultura: as-
pectos diferentes de um mesmo processo social, nossa tarefa é, 
sobretudo, tentar reconhecer que existem diferentes processos de 
socialização, educação e cultura e que cada grupo social organiza 
maneiras diferentes de ser, segundo sua história.
Descoberta permanente: uma possível interface entre a di-
versidade cultural e o espaço escolar refere-se à quinta unidade, 
diante da qual se propõe constituir conhecimentos sobre o tema 
da diversidade cultural com base nos Parâmetros Curriculares Na-
cionais, como elemento de reflexão na formação de professores e 
de professoras.
Finalmente, na sexta unidade, Educação e globalização: ar-
ticulações e antagonismos, procuramos organizar uma perspectiva 
de como se reflete na educação a necessidade de atender às mu-
danças sociais e às permanências sociais resultantes da dinâmica 
da globalização.
Após esta introdução à temática principal de Sociologia da 
Educação, apresentamos, a seguir, no tópico Orientações para o 
estudo, algumas orientações de caráter motivacional, dicas e es-
tratégias de aprendizagem que poderão facilitar o seu estudo.
11
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
2. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO 
Abordagem Geral
Responder que sentido faz para nós e, em especial, para a 
nossa educação o que os pensadores da Sociologia escreveram e 
escrevem em um momento no qual a nossa sociedade se debate 
intensamente entre a tradição e a inovação está entre as preocu-
pações presentes nesta Abordagem Geral, na qual fazemos uma 
introdução necessária ao estudo do CRC Sociologia da Educação. 
Como é característica dos textos introdutórios, apresentamos este 
conteúdo de forma sintética e, ao mesmo tempo, geral e simples, 
evitando, assim, superficialidades.
Para isso, é preciso mostrar que a Sociologia da Educação não 
apenas estuda a escola, como também está atenta à emergência e 
ao desenvolvimento de outros contextos e processos de educação e 
de aprendizagem, os quais ganham crescente importância e visibi-
lidade no mundo contemporâneo. Buscamos compreender, assim, 
como se estruturam as nossas condutas no complexo contexto so-
cial para que você possa desenvolver uma postura que se traduza 
em ações autônomas na vida social e no campo da educação.
Apresentar um texto de Sociologia da Educação a você sig-
nifica convidá-lo para refletir sobre um campo que tem muito a 
contribuir para a compreensão do ser humano contemporâneo. 
Isso porque, indiscutivelmente, a Educação pode ser um meio pri-
vilegiado de emancipação e um instrumento que possibilita ao ser 
humano determinar o seu presente e preparar o seu futuro, o que 
indica a sua importância no processo de transformação da socie-
dade e dos indivíduos.
A partir dessas possibilidades, mediante as perspectivas cria-
das pelas aproximações entre Sociologia e Educação, organizamos, 
para este CRC, um conteúdo fundamentado em seis unidades:
© Sociologia da Educação12
1) Breve introdução à Sociologia: evolução e método. 
2) Educação e sociedade: um ponto de vista dos teóricos 
clássicos da Sociologia.
3) Modos de educar segundo desmembramentos do pen-
samento clássico: Sociologia e educação no Brasil.
4) Educação, socialização e cultura: aspectos diferentes de 
um mesmo processosocial. 
5) Descoberta permanente: uma possível interface entre a 
diversidade cultural e o espaço escolar.
6) Educação e globalização: articulações e antagonismos.
A presença da Sociologia e, neste caso, da Sociologia da Edu-
cação no currículo vai muito além da função de formar o "cidadão 
crítico". Ela está fundamentada na perspectiva de que, para a So-
ciologia, não há nada que seja natural na "sociedade dos indiví-
duos", nada há que não seja uma construção coletiva, nenhuma 
ideia se sustenta solta no ar sem que se possa associá-la ao nosso 
tempo ou ao modo como construímos nosso destino.
Assim considerando, entendemos que a educação pode e 
deve ser um tema da Sociologia. Primeiro porque educar é um ins-
trumento de conservação e de mudança da sociedade, ou seja, o 
ato de educar está ligado à natureza maleável e móvel dos seres 
humanos na composição da continuidade histórica. Depois, por-
que, mesmo não estando as preocupações de pensadores como 
Auguste Comte, Émile Durkheim, Karl Marx, Max Weber e Norbert 
Elias voltadas exclusivamente para a educação, elas permitem re-
leituras das quais podem surgir novas perspectivas para a prática 
pedagógica, como poderemos observar no contexto de nossas re-
flexões.
Concordamos com a ideia de que os diferentes autores que 
estão referenciados podem contribuir para a compreensão dos 
modos de educar, assim como para a compreensão da importância 
da Sociologia da Educação na formação do educador, dos enfoques 
teóricos em Sociologia da Educação, das concepções da educação 
escolar e da transformação social, da função social da escola e do 
13
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
papel do professor, da educação como cultura, das relações entre 
a educação e as camadas sociais, bem como dos vínculos da edu-
cação com o processo mais amplo da globalização, uma vez que 
entendemos que a educação está além dos muros da escola.
Os temas apresentados neste CRC procuram oferecer uma 
margem de interpretações que se aproximem do cenário atu-
al da educação, não com a prerrogativa de responder a todas as 
questões, e, sim, de caracterizar uma introdução revestida de co-
notação didática para possibilitar o ir e vir entre o conceitual e o 
cotidiano, entre a teoria e os exemplos, entre a contestação e a 
concordância.
Tentar nomear contribuições da Sociologia da Educação para 
a formação pessoal e profissional do professor e da professora sig-
nifica uma oportunidade ímpar para se aproximar da Sociologia 
como campo de saber e compreender algo a respeito de suas pre-
ocupações. Nesse sentido, vale a pena inserir o papel mais fun-
damental que o pensamento sociológico pode realizar tanto na 
formação pessoal quanto na profissional: a desnaturalização das 
concepções ou explicações dos fenômenos sociais.
Desnaturalizar os fenômenos sociais significa não perder de 
vista a sua historicidade. Significa considerar que eles nem sempre 
foram assim. Significa, também, perceber que certas mudanças 
ou descontinuidades históricas são fruto de decisões, de razões 
objetivas e humanas, de determinados interesses. Desnaturalizar 
os fenômenos sociais significa considerar que eles não são imedia-
tamente conhecidos e que seu reconhecimento depende de nos 
distanciarmos daquilo de que participamos e do que nos rodeia.
Para explicar um fenômeno social, é preciso reconhecer as 
suas causas. Para isso, temos de procurar as causas que estão além 
do sujeito, isto é, buscar as causas externas a ele, mas que têm im-
plicações decisivas sobre ele. Essas causas devem apresentar certa 
regularidade, uma periodicidade e um papel específico em relação 
ao todo social.
© Sociologia da Educação14
Para explicar um fenômeno social, é preciso, ainda, aprender 
a observar. Uma aproximação com a Sociologia, mesmo que seja 
no Ensino Médio, exige que o aluno aprenda procedimentos mais 
rigorosos de observação das relações sociais. Exige que ele saiba, 
pelo menos em alguma medida, como o conhecimento é elabora-
do nas ciências sociais. Para compreender e formular explicações 
para os fenômenos sociais, é fundamental reconhecer a linguagem 
por meio da qual esse conhecimento é criado e comunicado.
Trabalhar um tema (como socialização, cultura, diversidade 
cultural, globalização) apenas é possível por meio de conceitos e 
teorias. É importante, também, conhecer a articulação entre os 
conceitos e as teorias e saber observar sua relevância para com-
preender ou explicar casos concretos (temas). Assim, os fenôme-
nos sociais podem ser conhecidos mediante a contextualização 
de modelos compreensivos ou explicativos, com destaque para a 
época em que eles foram elaborados e para os autores com os 
quais um determinado autor dialoga.
É importante registrar que os conceitos têm uma história. 
Eles não são palavras mágicas que explicam tudo; são elementos 
que compõem o discurso científico e que sintetizam as ações so-
ciais para tentar explicá-las. Um conceito admite vários sentidos, 
dependendo do autor e da época em que ele é elaborado.
Da mesma forma, é preciso compreender que teorizar é re-
fletir e que as teorias servem de base no contexto de seu apare-
cimento e posterior desenvolvimento. Isso é necessário tanto do 
ponto de vista de como essas teorias foram sendo assimiladas e 
desenvolvidas por outros autores, como em relação ao caráter das 
críticas feitas a elas. Conhecer conceitos e teorias com o rigor é 
necessário tanto a um aluno do Ensino Médio quanto a um aluno 
do Ensino Superior e consiste na única maneira possível de se dis-
tanciar e se aproximar dos fenômenos sociais e, assim, construir os 
fundamentos para uma formação com compromisso social, esteja 
ela considerada tanto na sua dimensão pessoal quanto profissio-
nal.
15
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Além do que foi exposto, o que mais temos para justificar é: 
em que medida a Sociologia da Educação pode colaborar na for-
mação pessoal e profissional de uma professora e de um professor 
do Ensino Fundamental?
Para nos distanciarmos da ideia de que a Sociologia parece 
ser uma disciplina que existe apenas para aqueles que vivem só 
para estudar ou coisa de intelectual que vive fora do mundo, recor-
remos aos argumentos de Norbert Elias.
O que a Sociologia se propõe, segundo Elias (1998, p. 16), 
é verificar "como naquele quebra-cabeças cujas peças não com-
põem uma imagem íntegra, há lacunas e falhas em constante for-
mação em nosso fluxo de pensamento". Para isso, são necessários 
modelos conceituais e uma visão global mediante os quais torne-
mos compreensível, no pensamento, aquilo que vivenciamos co-
tidianamente na realidade, por intermédio dos quais poderemos 
compreender de que modo um grande número de indivíduos com-
põe entre si algo maior e diferente de um conjunto de indivíduos 
isolados. Ou seja: como os indivíduos formam uma "sociedade"? 
Como sucede a essa sociedade poder modificar-se de modos es-
pecíficos? Como é possível a essa sociedade ter uma história que 
segue um curso não pretendido ou planejado por qualquer dos 
indivíduos que a compõem?
Entendendo que toda sociedade possui seus mecanismos 
próprios, ou seja, possui um sistema familiar, um sistema cultural 
com suas normas, hábitos, costumes, leis que devem ser obede-
cidas, que devem ser respeitadas, encontramos diversificadas res-
postas para compreendê-la. As considerações de Auguste Comte, 
o primeiro a designar a Sociologia como ciência da sociedade, por 
exemplo, foram diferentes daquelas apresentadas por Norbert 
Elias e, também, foram diferentes das respostas formuladas por 
Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber, a tríade que passou a ser 
aceita como clássica da Sociologia e que se seguiu a Comte. Assim 
como é diferente das proposições do sociólogo brasileiro Florestan 
Fernandes (1980).
© Sociologia da Educação16
Para ele, o pensamento sociológico não visa apenas "co-
nhecer a sociedade", mas vai além, à medida que se associa ao 
enfrentamentodas forças sociais que manipulam a "crise do ca-
pitalismo" para detê-la ou transformá-la. Para Durkheim, o con-
ceito de Sociologia foi designado como a ciência das instituições, 
da sua gênese e do seu funcionamento, ou seja, toda crença, todo 
comportamento instituído pela coletividade. Weber, por sua vez, 
conceituou a Sociologia como uma ciência que se propõe compre-
ender por interpretação a atividade social e, com isso, explicar seu 
desenvolvimento e seus efeitos.
Assim, a Sociologia pôde ser entendida como uma ciência que 
vai além do estudo dos fenômenos sociais, no sentido de que pro-
cura entender os processos e estruturas que contribuem para o fun-
cionamento ou não dos sistemas sociais. A Sociologia é um tipo de 
interpretação e de conhecimento daquilo que se relaciona com os 
seres humanos, um método de investigação que busca identificar, 
descrever, interpretar, relacionar e explicar o processo social.
Compondo a Sociologia, estão a área conhecida como ge-
ral e as áreas que voltam seus olhares para campos específicos, 
tais como: Sociologia do Conhecimento, Sociologia da Educação, 
Sociologia das Organizações, Sociologia da Religião, Sociologia Ur-
bana, Sociologia Rural, Sociologia da Alimentação, Sociologia da 
Saúde, Sociologia da Administração, Sociologia Jurídica e Sociolo-
gia da Infância.
Podemos afirmar, então, que a Sociologia da Educação volta 
seu olhar para a escola? Isso seria pouco já que ninguém escapa 
da educação ou das educações, pois, seja em casa, na rua, na Igre-
ja ou na Escola, de um modo ou de outro, todos nós envolvemos 
pedaços da vida com elas, seja para aprender, para ensinar, para 
"aprender-e-ensinar", para saber, para fazer, para ser ou para con-
viver – como afirma Carlos Rodrigues Brandão (1993).
Dada a complexidade das organizações sociais contemporâ-
neas, a Sociologia da Educação deve dar relevância à estrutura da 
escola em sua amplitude, que compreende duas dimensões: 
17
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
• Uma organização administrativa igual para todas as esco-
las de determinado tipo (ordenação racional, deliberada 
pelo Poder Público, no caso brasileiro).
• Outra que compreende todas as relações que derivam de 
sua existência enquanto grupo social e que torna uma es-
cola diferente da outra (escapa das relações oficialmente 
previstas, pois nasce da própria dinâmica do grupo social 
escolar. Nessa dimensão, tem sentido estudar cultura, di-
versidade cultural e globalização).
O professor que limitar sua visão ao ângulo administrativo 
da escola terá uma visão limitada, que não exprime a realidade 
da escola no que ela traduz como resultado da integração entre 
as pessoas e que nem sempre se exprime pelas normas previstas. 
Para ilustrar situações extremas relacionadas a essa questão, tive-
mos no decorrer do ano de 2010 inúmeros registros da imprensa 
escrita, radiofônica e televisiva que culminaram com o caso emble-
mático de um menino de nove anos que foi morto em outubro de 
2010 depois de ser baleado dentro de uma sala de aula do Colégio 
Adventista em Embu das Artes-SP. A suposição é de que um colega 
da mesma idade teria levado uma arma na mochila.
Trata-se de um acontecimento que indica um desconhe-
cimento da realidade total da escola no que ela tem de vivo, de 
próprio, de único e de autônomo. Para afirmar que a análise socio-
lógica da escola pode favorecer o conhecimento adequado dessa 
realidade, recorremos ao professor Antonio Candido (1983), lem-
brando que a análise sociológica nessas circunstâncias implica, 
necessariamente, a triangulação escola – comunidade/famílias – 
professores.
A escola, quando concebida como unidade sociológica, tem 
a educação como um processo social global que ocorre em toda a 
sociedade, porque viver sem se relacionar é impossível. O conjun-
to de uma rede de escolas e sua estrutura de sustentação, ou seja, 
os sistemas escolares, devem ser compreendidos como parte do 
sistema social mais global.
© Sociologia da Educação18
Nelson Piletti (1998) complementa essa ideia ao afirmar que 
a Sociologia da Educação abrange o estudo dos processos e das 
influências sociais envolvidas na atividade educativa, em especial 
na escola. Incluem-se aí os processos de interação social dos indi-
víduos, de organização social e as influências exercidas pela socie-
dade na educação nas suas dimensões informal e não formal.
Cabe lembrar que, compondo a ordenação racional, 
deliberada pelo Poder Público, temos os Parâmetros Curricula-
res Nacionais – PCNs, um dos documentos que regem a educação 
escolar brasileira e que estabelecem que os conhecimentos soci-
ológicos permitem uma discussão acurada de como as diferenças 
étnicas, culturais e regionais não podem ser reduzidas à dimensão 
socioeconômica de classes sociais, assim como das formas como 
ambas se retroalimentam.
Portanto, a Sociologia da Educação permite ao aluno uma 
visão mais aprofundada sobre os processos sociais, sobre a escola 
como um grupo socialmente estruturado, explica a influência da 
escola no comportamento e na personalidade dos alunos, além de 
estudar os padrões de interação entre a escola e os demais grupos 
sociais (COSTA, 2005).
Sendo assim, podemos afirmar que a Sociologia da Educa-
ção é necessária como disciplina para a formação de professores 
e professoras porque contribui para compreendermos a dinâmica 
do processo educacional. A discussão sociológica colabora para a 
escola e para o professor compreenderem os desafios que estão 
postos a partir da sua realidade social. Dessa forma, ela garante ao 
aluno a possibilidade de ter consciência das circunstâncias que o 
envolvem e oferece possibilidades para lhe garantir conhecimen-
tos que permitirão uma busca de caminhos para transformações 
sociais.
Ao finalizar esta Abordagem Geral e ainda mantendo o 
princípio das possíveis contribuições da Sociologia da Educação para 
a formação pessoal e profissional acadêmica, vamos registrar algu-
19
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
mas considerações que se referem ao Mapa Conceitual, que, com a 
finalidade de contribuir para que a aprendizagem seja significativa, 
compõe o conteúdo que será objeto de estudo.
Mapas Conceituais, na definição de Dutra, Fagundes e Ca-
ñas (2011), são representações gráficas semelhantes a diagramas, 
que indicam relações entre conceitos ligados por palavras. Repre-
sentam uma estrutura que vai dos conceitos mais até os menos 
abrangentes.
O princípio dos Mapas Conceituais baseia-se na teoria con-
strutivista, segundo a qual o sujeito constrói seu conhecimento e 
significados a partir da sua predisposição para realizar essa con-
strução. São instrumentos concebidos para facilitar o aprendizado, 
transformando o conteúdo sistematizado em conteúdo significa-
tivo. Na concepção aqui adotada, são utilizados para auxiliar a or-
denação e a sequência hierarquizada dos conteúdos de ensino, de 
forma a oferecer estímulos adequados ao aprendizado.
É de Moreira (1997) a explicação de que os Mapas Con-
ceituais foram desenvolvidos por Joseph Novak e sua equipe em 
1972, durante um trabalho de pesquisa realizado em Ithaca, EUA.
Iniciada em 1971, a pesquisa transcorreu ao longo de 12 
anos, acompanhando o desenvolvimento cognitivo de crianças 
entre 6 e 8 anos de idade que estavam no início do Ensino Fun-
damental até o seu último ano na escola, antes de entrarem na 
Universidade.
Uma pesquisa tão longa criava um problema para o registro 
das informações coletadas. Daí decorreu a necessidade de Joseph 
Novak e sua equipe desenvolverem um instrumento para registrar 
o conteúdo das entrevistas. Recorreu-se, então, aos princípios de 
aprendizagem significativa e sociointeracionistas de dois teóricos 
da Psicologia da Educação: o russo Lev Semenovitch Vygotsky e o 
estadunidense David Paul Ausubel.
© Sociologia da Educação20
A técnica desenvolvida por Novak consistiu em selecionar os 
conceitos-chave das entrevistas e transcrevê-losnuma estrutura 
hierárquica. Surgia, a partir daí, o recurso conhecido como Mapa 
Conceitual. Por meio dele, o conteúdo de entrevistas de 20 páginas 
pôde ser representado visualmente e expresso em apenas uma.
Tornou-se, também, um recurso de avaliação, uma vez que 
possibilita verificar quando conceitos estão sendo aprendidos de 
forma significativa pelos alunos, já que os mapas refletem um 
maior número de relações cruzadas e criativas com conceitos já 
existentes.
Para Novak (apud MOREIRA, 1997), um Mapa Conceitual é 
uma: 
representação de conceitos e suas ligações hierárquicas descritas 
por palavras que determinam sentenças ou proposições válidas 
estabelecendo assim um significado dentro de certo domínio de 
conhecimento. 
Os elementos essenciais de um mapa conceitual são: a pre-
sença imprescindível de conceitos e as suas respectivas ligações 
compondo um sentido ou significado.
Como o Mapa Conceitual é consequência do domínio do 
conteúdo, é impossível elaborar-se um mapa se não há um conhe-
cimento prévio que possibilite, além dos conceitos e conexões pró-
prios do texto, novas conexões e novos conceitos.
Quando um aprendiz utiliza o mapa durante o seu processo 
de aprendizagem de determinado tema, vai ficando claro para si as 
suas dificuldades de entendimento desse tema.
Quando iniciamos o exercício de elaboração de mapas con-
ceituais, não temos muita clareza sobre quais são os conceitos re-
levantes de determinado tema, e, ainda mais, quais as relações 
sobre esses conceitos. Ao insistirmos no exigente exercício, vamos 
adquirindo a capacidade de perceber cada vez com mais clareza 
e especificidade as lacunas. Para procurar subsídios sobre as dú-
vidas, é hora de voltar ao texto estudado ou de recorrer a outros 
21
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
livros, a outras fontes de consulta. Depois, então, retornar para a 
construção de seu mapa. Esse ir e vir entre a construção do mapa 
e a procura de respostas para suas dúvidas garantirá que a apren-
dizagem seja significativa.
A proposta é que você, na condição de aprendiz, se aven-
ture em desenvolver a habilidade de construir seu próprio Mapa 
Conceitual ao encerrar cada etapa de estudo e torne-se capaz de 
encontrar, com autonomia intelectual, o seu caminho no processo 
de aprendizagem. Caso não consiga construí-lo, deverá procurar as 
respostas fazendo consultas ao conteúdo estudado e, se ainda as-
sim não conseguir, não deve desanimar porque deverá ter acumu-
ladas dúvidas específicas e perguntas que precisam de respostas. 
Ter perguntas definidas ou dúvidas específicas é um ótimo sinal 
porque facilita a procura de ajuda.
Existem aplicativos disponíveis que facilitam a construção de 
Mapas Conceituais. Como referências para o momento, apresen-
tamos três espaços virtuais com licença para uso livre:
• CmapTools 5.04 – disponível em: <http://cmaptools.
softonic.com.br/>. Acesso em: 24 jan. 2010.
• XMind Portable 3.1.1 – disponível em: <http://xmind-
portable.softonic.com.br/>. Acesso em: 24 jan. 2010.
• XMind 3.1.1 – disponível em: <http://xmind.softonic.
com.br/>. Acesso em: 24 jan. 2010.
Glossário de Conceitos 
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi-
da e precisa de definições conceituais, possibilitando-lhe um bom 
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhe-
cimento dos temas tratados no CRC Sociologia da Educação. Veja, a 
seguir, a definição de alguns conceitos:
1) Ciência: na ciência social moderna, o termo "ciência" sig-
nifica o estudo objetivo e sistemático de fenômenos em-
píricos e o corpo de conhecimento resultante desses es-
© Sociologia da Educação22
tudos. Os cientistas sociais acreditam que suas disciplinas 
são ciências no sentido de que a atividade humana é, em 
si, um objeto de investigação da ciência social. Apesar de 
a maioria dos cientistas sociais concordarem com essa de-
finição, muitos deles discordam dos seguintes adjetivos: 
sistemático, objetivo e empírico (COSTA, 2000).
2) Conceito: "representação dum objeto pelo pensamen-
to, por meio de suas características gerais. 2. Ação de 
formular uma idéia por meio de palavras; definição, ca-
racterização. 3. Pensamento, idéia, opinião. 4. Noção, 
idéia, concepção. Um conceito é uma abstração a partir 
de conhecimentos percebidos, ou uma representação 
resumida de uma diversidade de fatos. Seu objetivo é 
simplificar o pensamento, ao colocar alguns aconteci-
mentos sob um mesmo título geral. (Os conceitos) de-
vem ser definidos em termos abstratos, dando o sentido 
geral que se quer transmitir, para que se possa ligar o 
estudo ao conjunto de conhecimentos que empregam 
conceitos semelhantes, bem como em termos das ope-
rações através das quais serão representados no estudo 
específico" (MARTINS, 2010). 
3) Conhecimento: "função da vida psíquica manifestada 
por fenômenos de caráter representativo e objetivo. O 
conhecimento propriamente dito supõe a distinção en-
tre o sujeito e o objeto" (MARTINS, 2010).
4) Conhecimento científico: "O que distingue a atitude 
científica da atitude costumeira ou do senso comum? 
Antes de mais nada, a ciência desconfia da veracidade 
de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, 
da ausência de crítica e da falta de curiosidade. Por isso, 
ali onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a atitu-
de científica vê problemas e obstáculos, aparências que 
precisam ser explicadas e, em certos casos, afastadas. 
Sob quase todos os aspectos, podemos dizer que o co-
nhecimento científico opõe-se ponto por ponto às ca-
racterísticas do senso comum: é objetivo, isto é, procura 
as estruturas universais e necessárias das coisas inves-
tigadas; e quantitativo, isto é, busca medidas, padrões 
critérios de comparação e de avaliação para coisas que 
23
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
parecem ser diferentes, e homogêneo, isto é, busca as 
leis gerais de funcionamento para fatos que nos pare-
cem diferentes; é generalizador, pois reúne individuali-
dades, percebidas como diferentes, sob as mesmas leis, 
os mesmos padrões ou critérios de medida, mostrando 
que possuem a mesma estrutura; é diferenciador, pois 
não reúne nem generaliza por semelhanças aparentes, 
mas distingue os que parecem iguais, desde que obe-
deçam a estruturas diferentes; só estabelece relações 
causais depois de investigar a natureza ou estrutura do 
fato estudado e suas relações com outros semelhan-
tes ou diferentes; surpreende-se com a regularidade, a 
constância, a freqüência, a repetição e a diferença das 
coisas e procura mostrar que o maravilhoso, o extraor-
dinário ou o 'milagroso’ é um caso particular do que é 
regular, normal, freqüente; distingue-se da magia. A ma-
gia admite uma participação ou simpatia secreta entre 
coisas diferentes, que agem umas sobre outras por meio 
de qualidades ocultas e considera o psiquismo humano 
uma força capaz de ligar-se a psiquismos superiores para 
provocar efeitos inesperados nas coisas e nas pessoas. 
A atitude científica, ao contrário, opera um desencanta-
mento, o desenfeitiçamento do mundo, mostrando que 
nele não agem forças secretas, mas causas e relações 
racionais que podem ser conhecidas e que tais conhe-
cimentos podem ser transmitidos a todos; afirma que, 
pelo conhecimento, o homem pode libertar-se do medo 
e das superstições, deixando de projetá-las no mundo e 
nos outros; procura renovar-se e modificar-se continua-
mente, evitando a transformação das teorias em doutri-
nas e destas em preceitos sociais. O fato científico resul-
ta de um trabalho paciente e lento de investigação e de 
pesquisa racional, aberto a mudanças, não sendo nem 
um mistério incompreensível nem uma doutrina geral 
sobre o mundo" (MARTINS, 2010). 
5) Cultura: pode ser definida como um conjunto de signifi-
cados partilhados por um grupo (COSTA, 2000).
6) Desigualdade: no contexto da Sociologia crítica da edu-
cação, desigualdade refere-se à condição na qual os di-
© Sociologiada Educação24
ferentes grupos sociais – definidos principalmente em 
termos de classes sociais – se apropriam de forma des-
proporcional dos recursos materiais e simbólicos da so-
ciedade. Uma das tarefas centrais da Sociologia crítica 
da educação tem sido descrever e explicar as situações 
de desigualdade na educação, relacionando-as às desi-
gualdades sociais mais amplas (SILVA, 2011).
7) Diversidade: considera-se que a sociedade contempo-
rânea é caracterizada por sua diversidade cultural, isto 
é, pela coexistência de diferentes e variadas formas (ét-
nicas, raciais, de gênero, sexuais) de manifestações da 
existência humana, as quais não podem ser hierarquiza-
das por nenhum critério absoluto ou essencial. Em geral, 
utiliza-se o termo para advogar uma política de tolerân-
cia e respeito às diferentes culturas (SILVA, 2011).
8) Estereótipos: opinião extremamente simplificada, fixa e 
enviesada sobre as atitudes, comportamentos e carac-
terísticas de um grupo cultural ou social que não aquele 
ao qual se pertence. O etnocentrismo, o racismo, o se-
xismo, a homofobia, baseiam-se, todos, em grande par-
te, na produção e reprodução de estereótipos sobre os 
respectivos grupos sociais atingidos por essas atitudes 
tendenciosas. São construções mentais falsas, imagens 
e ideias de conteúdo alógico, que estabelecem critérios 
socialmente falsificados. Os critérios baseiam-se em ca-
racterísticas não comprovadas e não demonstradas, atri-
buídas a pessoas, a coisas e a situações sociais, mas que, 
na realidade, não existem (SILVA, 2011). 
9) Etnia: é o termo utilizado para referir-se às característi-
cas culturais – língua, religião, costume, tradições, sen-
timento de "lugar" – que são partilhadas por um povo. 
Não há qualquer nação moderna que seja composta de 
apenas um único povo, uma única cultura ou etnia. As 
nações modernas são híbridos culturais (adaptado de 
HALL, 2006). 
10) Multiculturalismo: "Movimento que, fundamentalmen-
te, argumenta em favor de um currículo que seja cultu-
ralmente inclusivo, incorporando as tradições culturais 
dos diferentes grupos culturais e sociais. Pode ser visto 
como os resultados de uma reivindicação de grupo a su-
25
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
bordinados – como as mulheres, as pessoas negras e as 
homossexuais, por exemplo – para que os conhecimen-
tos integrantes de suas tradições culturais sejam incluí-
dos nos currículos escolares e universitários. Mais criti-
camente, entretanto, também pode ser visto como uma 
estratégia dos grupos dominantes, em países metropo-
litanos da antiga ordem colonial, para conter e controlar 
as demandas dos grupos de imigrantes das antigas colô-
nias" (PRIORE, 2011).
11) Interação: é a ação social mutuamente orientada por 
dois ou mais indivíduos em contacto. Distingue-se da 
mera interestimulação porque envolve significados e 
expectativas em relação às ações de outras pessoas. Po-
demos dizer que a interação é a reciprocidade de ações 
sociais (OSBORNE, 2011). 
12) Instituições Sociais: são formas de organizações que 
congregam a padronização, a formação de usos e cos-
tumes ou a cristalização das normas de comportamento 
estabelecidas, organizando-as de forma recíproca, hie-
rárquica e com um objetivo comum. Têm uma estrutura 
relativamente permanente de padrões, papéis e relações 
que os indivíduos realizam segundo o objetivo comum. 
As características das instituições são: têm finalidade e 
conteúdo relativamente permanentes, são estrutura-
das, possuem estrutura unificada e valores. Além disso, 
devem ter função (a meta ou o propósito do grupo) e 
estrutura composta de pessoal (elementos humanos), 
equipamentos (meios materiais ou imateriais), organi-
zação (disposição de pessoal e do equipamento, obser-
vando-se uma hierarquia – autoridade e subordinação), 
comportamento (normas que regulam a conduta e as 
atitudes dos indivíduos). A família, a Igreja, o exército e 
o Estado são as instituições mais antigas de que se tem 
conhecimento (OSBORNE, 2011). 
13) Etnocentrismo: refere-se à atitude emocional que sus-
tenta o grupo, a raça ou a sociedade que se julga su-
perior a outras entidades raciais, sociais ou culturais. A 
essa atitude encontra-se associado o desprezo pelo es-
trangeiro ou pelo forasteiro e seus costumes (OSBORNE, 
2011).
© Sociologia da Educação26
14) Estratificação social: os sociólogos recorrem à estratifi-
cação (divisão) social para descrever as desigualdades 
que existem entre indivíduos e grupos nas sociedades 
humanas. A estratificação pode referir-se tanto à rique-
za e à propriedade quanto ao gênero, à idade, à filiação 
religiosa ou à patente militar. Considerando-se que os 
indivíduos ou os grupos gozam de um acesso desigual às 
recompensas, de acordo com a sua posição no esquema 
de estratificação, a forma mais simples de definir a estra-
tificação seria vê-la como um sistema de desigualdades 
estruturadas entre diferentes agrupamentos de pessoas 
(OSBORNE, 2011). 
15) Raça: contrariamente à crença generalizada, raça não é 
uma categoria biológica ou genética que tenha qualquer 
validade científica. Está comprovado cientificamente 
que a diferença genética – refúgio das ideologias racis-
tas – não pode ser usada para distinguir um povo do ou-
tro. Raça é uma categoria discursiva e não uma categoria 
biológica. Isto é, ela é a categoria organizadora daque-
las formas de falar, daqueles sistemas de representação 
e práticas sociais (discursos) que utilizam um conjunto 
frouxo, frequentemente pouco específico de diferenças 
em termos de características físicas e corporais etc. – 
como marcas simbólicas, a fim de diferenciar socialmen-
te um grupo do outro. A diferença racial pode ser usa-
da para enaltecer um grupo, caso do nazismo diante da 
busca da raça pura (os arianos), ou para denegri-lo, caso 
das justificativas para a escravidão dos negros (adaptado 
de HALL, 2006).
Mapa Conceitual Hierarquizado
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Mapa Conceitual Hierarquizado do CRC. O mais aconselhável é que 
você mesmo faça o seu mapa. Esse exercício é uma forma de você 
construir o seu conhecimento, ressignificando as informações a 
partir de suas próprias percepções. 
27
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
É importante ressaltar que o propósito desse Mapa Conceitu-
al Hierarquizado é representar, de maneira gráfica, as relações entre 
os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais com-
plexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na or-
denação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se 
que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esquemas 
e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conhecimento 
de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógicos 
significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. 
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preciso, 
sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é 
você o principal agente da construção do próprio conhecimento, 
por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações inter-
nas e externas, o Mapa Conceitual Hierarquizado tem por objetivo 
tornar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu con-
hecimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabel-
ecendo uma relação entre aquiloque você acabou de conhecer 
com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adap-
tado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/
mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 
mar. 2010). 
© Sociologia da Educação28
Figura 1 Mapa Conceitual Hierarquizado do Caderno de Referência de Conteúdo Sociologia 
da Educação. 
29
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© Caderno de Referência de Conteúdo
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem 
ser de múltipla escolha ou abertas com respostas objetivas ou dis-
sertativas. Vale ressaltar que se entendem as respostas objetivas 
como as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles 
que exigem uma resposta determinada, inalterada. 
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com o estudo de Sociologia da Educação pode ser 
uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante 
a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você es-
tará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. 
Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus 
conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática 
profissional. 
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari-
to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões 
autoavaliativas (as de múltipla escolha e as abertas objetivas).
As questões dissertativas obtêm por resposta uma interpretação 
pessoal sobre o tema tratado. Por isso, não há nada relacionado a 
elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o 
seu tutor ou com seus colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
© Sociologia da Educação30
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos do CRC, pois relacionar aquilo que está no campo visual 
com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
Dicas (motivacionais)
O estudo deste CRC convida você a olhar, de forma mais apu-
rada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. 
É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas 
e científicas que estão presentes no material didático, bem como 
partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar 
com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se descobrir 
algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que 
não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma capaci-
dade que nos impele à maturidade. 
Você, como aluno dos cursos de Graduação na modalidade 
EaD e futuro profissional da educação, necessita de uma forma-
ção conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com 
a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da 
interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o 
seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu 
caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas poderão 
ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produções 
científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
31
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este CRC, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para 
ajudá-lo. 
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
1
EA
D
Breve Introdução 
à Sociologia: 
Evolução 
e Método
1. OBJETIVOS
• Constatar que, anteriormente ao aparecimento da Socio-
logia, existiam indagações sobre os fenômenos sociais.
• Compreender que o advento da Sociologia como ciência 
aplica um ponto de vista científico à observação e à expli-
cação dos fenômenos sociais.
• Cultivar a atitude de pesquisador.
2. CONTEÚDOS
• Origem da Sociologia.
• A Sociologia como ciência: "filha da Revolução".
© Sociologia da Educação34
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Um dos pontos que será levantado nesta unidade se 
refere ao fato de a sociedade tornar-se objeto de estu-
dos científicos. Na constituição da Sociologia, tomamos 
o exemplo da transformação do tema da pobreza em 
questão social, e assim como a questão social encontrou 
espaço nas pesquisas científicas, ela também encontrou 
na literatura um terreno fértil. Com relação ao nosso 
foco de interesse nesta unidade, que é o quadro social 
europeu pós-revolucionário e, sob a justificativa de que 
a literatura é importante para toda pessoa de cultura 
universitária, qualquer que seja a sua formação, indica-
mos duas obras clássicas: Os miseráveis, de Victor Hugo, 
e O Germinal, de Émile Zola.
2) Para reforçar a visão sobre a dimensão social dos acon-
tecimentos que compunham as realidades do cotidiano 
europeu pós-revolucionário e mantendo a mesma jus-
tificativa da orientação anterior, indicamos o livro de 
Charles Dickens, Oliver Twist, de 1839. Esse é um roman-
ce que, a partir de 1948, foi adaptado para filmes em 
várias versões, das quais destacamos como sugestões a 
adaptação de David Lean, de 1948, e a de Roman Polansky, 
de 2005.
3) Para identificar como o período da Revolução Francesa 
é contextualizado pela linguagem cinematográfica, você 
pode assistir ao filme francês A inglesa e o duque, dirigi-
do por Eric Rohmer e baseado em fatos verídicos.
4) Nesta unidade, você conhecerá alguns pensadores que 
podem ser considerados os precursores dos estudos so-
ciológicos. Assim, é importante que você conheça um 
pouco da vida desses intelectuais, o que pode contribuir 
para uma melhor compreensão do conteúdo desta uni-
dade. Caso queira saber mais sobre eles, acesse os sites 
indicados. 
35
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Breve Introdução à Sociologia: Evolução e Método
Auguste Comte (1798-1857) 
Auguste Comte nasceu em Montpellier, França, em 19 
de janeiro de 1798. Era filho de um fiscal de impostos e 
suas relações com a família foram tempestuosas. Nelas 
encontramos elementos explicativos do desenvolvimento 
de sua vida e, talvez, até mesmo de certas orientações 
dadas às suas obras, sobretudo em seus últimos anos de 
vida (imagem e texto adaptado disponíveis em: <http://
www.culturabrasil.pro.br/comte.htm>. Acesso em: 15 dez. 
2010). 
Émile Durkheim (1858-1917)
É considerado um dos mais notáveis sociólogos france-
ses. Estudou na École Normale Supérieure, em Paris. 
Publicou várias obras, entre as quais estão: A divisão so-
cial do trabalho (1893), Montesquieu e Rousseau: précur-
seurs de La Sociologie (s/d), As regras do método socio-
lógico (1895), Educação e sociologia (1978) (imagem e 
texto adaptado disponíveis em: <http://www.culturabrasil.
pro.br/durkheim.htm>. Acesso em: 15 dez. 2010).
Karl Heinrich Marx (1818 – 1883)
Estudou na universidade de Berlim, principalmente a 
filosofia hegeliana, e formou-se em Iena, em 1841, com 
a tese Sobre as diferençasda filosofia da natureza de 
Demócrito e de Epicuro. Em 1842 assumiu a chefia 
da redação do Jornal Renano em Colônia, onde seus 
artigos radical-democratas irritaram as autoridades. [...] 
Em 1844, conheceu em Paris Friedrich Engels, começo 
de uma amizade íntima durante a vida toda. Foi, no 
ano seguinte, expulso da França, radicando-se em 
Bruxelas e participando de organizações clandestinas 
de operários e exilados. Ao mesmo tempo em que na 
França estourou a revolução, em 24 de fevereiro de 1848, 
Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto Comunista, primeiro esboço da 
teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista (imagem e texto 
disponíveis em <http://www.culturabrasil.pro.br/marx.htm>. Acesso em: 17 jan. 
2011).
© Sociologia da Educação36
Max Weber (1864-1920)
"Exagerar é a minha profissão". Foi essa a resposta de Max Weber a um colega 
chocado com sua veemência num debate. Ela diz muito a respeito de sua figura 
humana e também da sua obra. O contato apaixonado com os grandes proble-
mas políticos do dia, a busca incansável do conhecimento através de uma erudi-
ção sem paralelo nas ciências sociais do Século 20, a intensidade da dedicação 
à pesquisa e à reflexão metodológica, o ímpeto exacerbado das investidas contra 
o que lhe parecia errado, estão presentes no mais exagerado grau na sua vida 
e obra (COHN, 1989, p. 7) (imagem disponível em: <http://www.wellingtoncosta.
blogspot.com/>. Acesso em: 17 jan. 2011).
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Para nos referirmos ao surgimento da Sociologia, que é 
uma ciência moderna, é preciso que tenhamos em mente que ele 
ocorre em um dado contexto histórico que reflete as consequên-
cias do desaparecimento do sistema feudal e da consolidação do 
sistema capitalista. 
Nesta unidade, que apresenta uma breve introdução à Socio-
logia, será possível constatar que a reflexão sobre os fenômenos 
sociais tem uma longa tradição, muito anterior ao surgimento da 
Sociologia como ciência. No entanto, muito diferente das explica-
ções sobre os fenômenos sociais que foram apresentadas anterior-
mente a ela, sobretudo pela Filosofia, as explicações da Sociologia 
como ciência obedecem aos mesmos princípios gerais válidos para 
todos os ramos de conhecimento científico, mesmo considerando 
as peculiaridades dos fenômenos sociais da abordagem científica 
da sociedade.
37
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Breve Introdução à Sociologia: Evolução e Método
Toda ciência tem como principal objetivo explicar a realidade 
com base na observação sistemática dos fatos. Sendo o conheci-
mento científico garantido pela observação sistemática dos fatos 
e pelas explicações fidedignas, ele pode se transformar em instru-
mento de intervenção social seja mediante previsão, transforma-
ção ou mesmo controle da realidade.
A Sociologia, como ciência, também pretende explicar o que 
acontece na sociedade, e, tendo o conhecimento garantido pela 
observação sistemática dos fenômenos sociais, ela pode se trans-
formar em instrumento de intervenção social, como, por exemplo, 
por meio do planejamento social, conforme explica o sociólogo 
brasileiro Sebastião Vila Nova (2000).
Nesse sentido, os primeiros sociólogos não foram simples 
observadores; foram, também, participantes, uma vez que se 
preocuparam com o curso provável dos acontecimentos sociais, 
com a direção do desenvolvimento, enfim, preocuparam-se com o 
nosso destino como sociedade. Eles mantiveram as ambições in-
telectuais de fazer do conhecimento sociológico um instrumento 
da ação.
Embora não se comunicassem diretamente, os primeiros so-
ciólogos revelaram similaridade em seus estudos; suas conexões 
vinculavam-se ao fato de se depararem com problemas similares, 
semelhança de situações decorrentes das mudanças na estrutura 
da sociedade. Mesmo que seus ideais sociais diferissem e, por 
essa razão, se posicionassem intelectualmente em campos opos-
tos, compartilhavam respostas para as mesmas questões: como 
a sociedade tinha se desenvolvido, queriam conhecer a ordem 
desse desenvolvimento, seus estágios e suas forças motrizes, com-
plementa o sociólogo alemão Norbert Elias (1994).
Eles entendiam que à Sociologia, como conhecimento cientí-
fico, cabia oferecer método e técnicas de pesquisa apropriadas 
ao seu objeto de estudo. Cabia a ela desvelar as relações sociais 
existentes entre os diferentes conjuntos de indivíduos ligados 
© Sociologia da Educação38
por alguma característica compartilhada. Sob essa perspectiva, 
então, o estudo científico da sociedade demandaria a apreensão 
dos fenômenos sociais mediante a observação sistemática e a sua 
compreensão por meio da participação. 
Esses princípios deram (e continuam dando) fundamento à 
ideia de que a Sociologia constitui uma forma de conhecimento 
que é fruto das preocupações intelectuais provocadas pelas rev-
oluções industriais e político-sociais que abalaram o mundo oci-
dental moderno.
5. ORIGEM DA SOCIOLOGIA
Embora a Sociologia seja uma ciência moderna que surgiu 
no final do século 19, os seres humanos, ao longo de sua histó-
ria, não deixaram de observar e de refletir sobre as sociedades 
e os grupos nos quais viviam. Podemos encontrar, por exemplo, 
observações e ideias relevantes para a Sociologia nos escritos dos 
filósofos, dos pregadores religiosos e dos legisladores de todas as 
civilizações e épocas.
Qual seria, então, a diferença que distingue as preocupações 
com a sociedade abordadas pela Sociologia e o pensamento social 
anterior a ela?
A modificação radical nas concepções da vida social e nas 
atitudes humanas, em virtude do surgimento do capitalismo in-
dustrial, é uma característica que marca a diferença no teor das 
preocupações com a sociedade.
Outra característica que destacamos é a crescente convicção 
de que os métodos das ciências naturais deveriam e poderiam ser 
estendidos ao estudo das questões humanas, ou seja, que os fenô-
menos humanos poderiam ser classificados e medidos.
Essas questões estimularam a busca de novas formas para 
analisar a sociedade. Os fenômenos sociais passaram a ser enten-
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© U1 - Breve Introdução à Sociologia: Evolução e Método
didos, então, como algo dotado de forças sociais próprias, depen-
dentes das ações humanas. Tornou-se evidente a inadequação dos 
modos por meio dos quais os fenômenos sociais eram abordados. 
A pobreza, por exemplo, passou a ser entendida como o resultado 
da ignorância e da exploração humana, e não mais como um fenô-
meno natural, um castigo da natureza ou da providência divina.
Diante desse quadro, sob duas influências – o prestígio da ci-
ência natural e os movimentos de reforma social –, os levantamen-
tos sociais passaram a ocupar lugar importante na nova ciência da 
sociedade, a Sociologia.
O levantamento social não surgiu apenas da ambição de 
aplicar os métodos das Ciências Naturais ao mundo humano; ele 
surgiu de uma nova concepção dos problemas sociais e, também, 
foi influenciado pelas possibilidades materiais da sociedade indus-
trial. Um levantamento social da pobreza ou de qualquer outro 
problema social só tem sentido se for pautado na possibilidade de 
que algo poderá ser feito para remover ou diminuir tais males.
O texto a seguir, redigido por Augusto Comte, organizador da 
Sociologia como ciência em 1817, oferece-nos uma dimensão da 
sua tomada de posição como cientista social diante da realidade 
social.
A chave das coisas: "quem dança não conspira" ––––––––––
A miséria pública é enorme em Paris; o pão é muito caro, e receia-se mesmo que 
venha a faltar. Não se pode dar um passo na rua sem ter o coração partido pelo 
aflitivo quadro da mendicidade; a cada instante encontram-se operários sem pão 
e sem trabalho, e com tudo isso, quanto luxo! Quanto luxo! Ah, como é revoltante, 
quando a tantos indivíduos falta o necessário absoluto! A despeito da aflição ge-
ral, o carnaval é ainda bastante alegre, pelo menos, há muitos bailes, públicos e 
particulares. Ouvi mesmo dizer por pessoasbem sensatas que se dançou neste 
inverno como nunca. Quanto a mim, não posso imaginar como uma gavota ou 
um minueto façam esquecer que mais de trinta mil seres humanos não tenham o 
que comer. Não posso imaginar que se seja tão indiferente, a ponto de se divertir 
loucamente em meio a todos esses desastres. Os governos não se incomodam 
de maneira alguma com esta frivolidade, porque, segundo a observação judicio-
sa que ontem ouvi de uma senhora muito bonita, muito amável e que, no entanto, 
pensa "quem dança não conspira". Esta expressão, que é mais profunda do que 
parece, dá bem a chave das coisas (COMTE apud MORAIS FILHO, 1983, p. 8).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Sociologia da Educação40
Para o sociólogo inglês Thomas Burton Bottomore (1973, p. 
19), a existência da pobreza generalizada, em meio das grandes 
e crescentes forças produtivas, foi responsável por esta tornar-se 
uma questão social sujeita a estudos, análises e aperfeiçoamento. 
Nas sociedades industriais, a pobreza deixou de ser considerada, 
tal como dissemos anteriormente, uma condição natural, como se 
fosse um castigo da natureza ou obra da providência divina, para 
se tornar um problema social, uma questão social, ou seja, um 
fenômeno resultante da exploração do homem pelo homem. Essa 
modificação de visão constituiu um elemento importante na con-
vicção de que o conhecimento exato poderia ser aplicado à refor-
ma social e, mais tarde, com o controle cada vez mais completo 
sobre o meio físico, poderia, também, controlar o meio social. 
6. SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA: "FILHA DA REVOLU-
ÇÃO"
O pensamento sociológico organizou-se a partir de três revo-
luções que deram origem a sociedades inteiramente novas: a Re-
volução Científica, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. 
Isso conflui para o fato de a Sociologia não ser obra de um homem 
só; ela representa o resultado do processo histórico, intelectual e 
científico que teve seu apogeu no século 18.
Sob a perspectiva social, o resultado visível provocado por 
essas revoluções foi um rápido processo de urbanização que re-
sultou na degradação do espaço urbano e do meio ambiente, bem 
como na destruição dos valores tradicionais. Ao lado dessas trans-
formações, ocorria a exploração do trabalhador, que tinha uma 
jornada com mais de 16 horas de trabalho em média, sem direitos 
trabalhistas: carteira de trabalho, férias, aposentadoria e baixo sa-
lário. Havia, também, a exploração do trabalho das mulheres e das 
crianças, que eram submetidas a condições piores do que aquelas 
enfrentadas pelos homens.
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© U1 - Breve Introdução à Sociologia: Evolução e Método
A condição urbana provocava problemas sociais gravíssimos 
advindos da rápida urbanização e da insalubridade tanto na vida 
pessoal quanto no ambiente de trabalho: doenças, ausência de 
moradias, prostituição, alcoolismo, epidemias de tifo, cólera, suicí-
dios, surtos de violência generalizados etc.
Um dos significativos surtos de violência foi o Movimento 
Social dos Luditas, voltado para a destruição de máquinas e pro-
testo contra a tecnologia. Entenda, a seguir, o que foi esse movi-
mento social:
O ludismo –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O ludismo foi um movimento social ocorrido na Inglaterra entre os anos de 1811 
e 1812. Contrários aos avanços tecnológicos ocorridos na Revolução Industrial, 
os ludistas protestavam contra a substituição da mão-de-obra humana por má-
quinas. O nome do movimento deriva de um dos seus líderes, Ned Ludd. 
Com a participação de operários das fábricas, os "quebradores de máquinas", 
como eram chamados os ludistas, fizeram protestos e revoltas radicais. Invadi-
ram diversas fábricas e quebraram máquinas e outros equipamentos que consi-
deram os responsáveis pelo desemprego e as péssimas condições de trabalho 
no período.
O movimento ludista perdeu força com a organização dos primeiros sindicatos na 
Inglaterra, as chamadas trade unions.
Trecho de uma canção ludista: 
"Nós marchamos para realizar a nossa vontade
Com machado, lança ou fuzil
Meus valentes cortadores
Os que com apenas um só forte golpe
rompem com as máquinas cortadeiras" (SUA PESQUISA, 2010).
 
Figura 1 Os ludistas em ação: quebrando máquinas.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Sociologia da Educação42
 Ampliando essa gama de problemas, havia a concentração 
de máquinas, terras e ferramentas sob o controle de poucas pes-
soas, o que nos leva a compreender as razões da emergência da 
"questão social". Foi a profundidade e a amplitude das transfor-
mações que colocaram a sociedade em um plano de análise, isto 
é, tornaram-na objeto de estudo para os pensadores e filósofos da 
época.
A Sociologia surge nesse contexto como resultado de uma 
circunstância histórica evolutiva, a organização da sociedade in-
dustrial, no ápice de um período designado entre o desmorona-
mento da sociedade feudal e o surgimento do mundo moderno, 
industrial e capitalista. Ela nasceu como consequência do interes-
se pela descoberta de que as relações sociais que até então eram 
consideradas naturais – como é o caso da pobreza – fossem, de 
fato, mutáveis e históricas.
As circunstâncias históricas que estavam presentes no mo-
mento da organização da Sociologia ofereceram elementos para 
uma reflexão sobre as transformações, os antagonismos de classes 
sociais e as crises experimentadas pela então nascente sociedade 
urbana, industrial.
Para explicar os novos fenômenos sociais, não apenas a 
Sociologia, como também outras ciências surgiram para estudar 
e explicar cada dimensão da vida social e de determinadas rela-
ções sociais, como, por exemplo: Antropologia, Economia, Ciência 
Política, Psicologia e Direito. No entanto, a Sociologia mantém-se 
como a única ciência que tem como questão central as interações 
sociais, um dos seus conceitos fundamentais.
Interação social ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A sociedade é necessariamente dinâmica, está sempre em processo. Indivíduos, 
grupos, categorias, agregados e estratos sociais agem e reagem continuamente 
uns sobre os outros, ou seja, estão sempre em interação. Daí resulta que a in-
teração se torna o processo social mais importante.
A interação só é social quando existem símbolos e significados em jogo, mesmo que 
as pessoas não tenham plena consciência desses componentes da situação social.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
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A Sociologia foi a primeira ciência a preocupar-se com a 
complexa rede de instituições sociais e grupos que constituem a 
sociedade, em vez de estudá-la em um aspecto particular. Ela foi, 
também, a primeira ciência a preocupar-se com a vida social como 
totalidade. Sua concepção básica é a de estrutura social: entendida 
como interação social sistemática de formas de comportamento e 
ação social. Daí que aspectos da vida social, como, por exemplo, a 
família, o parentesco, a religião, a moral, a estratificação social e 
a vida urbana, despertam o seu interesse e se tornam objeto de 
reflexão, estudos e pesquisas.
Anthony Giddens (2001, p. 2) escreveu, em seu livro Em de-
fesa da Sociologia, que a maior parte dos debates que "fazem as 
manchetes intelectuais hoje, nas ciências sociais e mesmo na área 
de humanidades, é dotada de forte carga sociológica", isso porque 
os autores da Sociologia foram os pioneiros em discussões cientí-
ficas sobre a desigualdade social; as classes sociais; o pós-moder-
nismo; a sociedade pós-industrial; a sociedade da informação; a 
globalização; as transformações da vida cotidiana, do gênero e da 
sexualidade; a natureza mutável do trabalho e da família; a etnia.
Como a nossa vida apresenta várias dimensões (política, 
econômica, educacional, religiosa, jurídica e moral), as quais se 
desenvolvem e ocorrem nos momentos em que estamos intera-
gindo uns com os outros – essas interações são o objeto de estudoda Sociologia. É a essa dimensão social da nossa conduta humana 
e das relações sociais que ela está associada. Nesse caso, se che-
garmos a compreender a Sociologia como uma forma de pensar, 
estaremos adquirindo elementos para enxergar a realidade social. 
Poderemos, então, observar que todas as interações sociais estão 
relacionadas entre si, embora possamos separá-las para:
• Estudar isoladamente um grupo de interações específicas 
que constituem uma dimensão do social; nesse caso, fa-
tos econômicos, fatos educacionais, fatos religiosos, fatos 
familiares etc.
© Sociologia da Educação44
• Tentar estabelecer os limites dos relacionamentos sociais 
que compõem a existência humana.
Caso utilizemos nosso conhecimento sociológico para en-
tender a realidade, conseguiremos compreender os fenômenos 
em sua totalidade e conseguiremos, também, estabelecer ligações 
de fatos cotidianos com a dinâmica da sociedade como um todo.
O texto Adolescentes viciados em SMS ou Messenger (exem-
plo de Portugal), que apresenta fatos cotidianos que se ligam com 
a evolução da sociedade como um todo, é exemplo de um modo 
sociológico de entender a realidade porque constitui uma possi-
bilidade de estabelecermos relação entre a abertura de formas de 
sociabilidade, a revolução científico-tecnológica e o aumento das 
dificuldades nas interações educacionais, seja na família, seja na 
escola.
Adolescentes viciados em SMS ou Messenger ––––––––––––
"Não conseguiria". É assim que Leonor Silva, 18 anos e utilizadora de telemóvel 
desde os 14, descreve como seria o cenário de 24 horas sem o aparelho.
Leonor não está isolada no que diz respeito ao "vício" dos SMS. Em maio de 
2007, Pedro Quelhas Brito, um professor da Faculdade de Economia da Univer-
sidade do Porto, juntou 207 voluntários de quatro escolas desta cidade, dividiu-
-os em dois grupos, pré-adolescentes de 11 e 12 anos e adolescentes de 15 e 
16 anos, e concluiu que os primeiros enviavam uma média de 84,2 SMS por 
semana, e os segundos, 235,6. Ao final do mês, os mais velhos remetiam, assim, 
cerca de mil mensagens.
Entre as várias justificações, disseram que o fazem porque é mais barato, rápido, 
impessoal e podem escrever com uma terminologia que entendem. Um ou outro 
respondeu que era útil para bullying. "É discreto e podem controlar o momento 
em que enviam e respondem às mensagens", explica Pedro Quelhas Brito.
Esta dependência dos SMS é potenciada pelos tarifários das operadoras, que 
oferecem mensagens escritas de borla. Uma rapariga norte-americana de 13 
anos no último mês enviou 14.258 mensagens de texto. Quando o pai da jovem 
abriu a factura mensal de 440 páginas e no valor de dois mil dólares, pensou que 
se tratasse de um engano da operadora. Não era. Pegou numa calculadora e 
descobriu que, descontando as horas de sono, a sua filha, Reina, tinha escrito, 
em média, um SMS a cada dois minutos.
Na opinião da psicóloga Teresa Paula Marques, "tudo o que é excessivo cai no 
campo do patológico e a dependência dos SMS não foge a essa regra". "Se o 
jovem passa a privilegiar o seu uso em detrimento dos contactos pessoais, acaba 
por não aprender a dar-se com os outros", defende. Também para a psicóloga 
Susana Gonçalves, este comportamento, que se pode tornar "compulsivo", é 
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© U1 - Breve Introdução à Sociologia: Evolução e Método
preocupante. Nas suas consultas, depara-se com pais apreensivos por verem os 
filhos quase sempre agarrados aos telemóveis. E também com casos de jovens 
em que o vício interfere nos estudos. "Há crianças que não dormem sem o tele-
móvel ao lado, e, se se esquecem dele, é um drama".
E porque o excesso de comunicação via SMS – ou Messenger – pode promover 
o isolamento dos adolescentes e minar o desempenho escolar, Susana Gonçal-
ves aconselha os pais a "passarem tempo de qualidade com os filhos e a apren-
derem a comunicar-se" (BARBOSA, 2010). 
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 
Os exemplos apresentados nesse texto ampliam as condi-
ções de explicarmos o surgimento de novas formas de sociabilida-
de que substituem as tradicionais relações de convivência e fazem 
que adolescentes evitem um contato face a face em função das 
transformações científico-tecnológicas, que, nesse caso, foi o tele-
fone celular ("telemóvel" para os portugueses).
No entanto, precisamos ficar atentos, porque todo problema 
social, quando cuidadosamente estudado, apresenta uma com-
plexidade muito maior do que aquela que é visível. É preciso ob-
servar as forças sociais, as tendências e os padrões que podem ser 
generalizados. Para isso, é necessário um esforço intelectual para 
observar e enxergar a conexão entre a vida cotidiana e os proble-
mas sociais, entre o indivíduo e a sociedade mais ampla.
Com essas breves reflexões em torno da Sociologia como 
ciência, queremos apenas mostrar que essa iniciação trata, tão so-
mente, de elementos mais gerais da Sociologia. Caso queiramos 
adotar o modo sociológico de entender a realidade social, precisa-
remos ir além; precisaremos, necessariamente, de familiaridade 
com os conceitos essenciais e com as principais teorias sociológi-
cas.
É importante saber que, embora a Sociologia se constitua 
como ciência, ela não tem um corpo teórico unificado que seja 
aceito de forma unânime. Há divergências de opiniões entre seus 
pensadores, assim como ela também comporta consenso, o que, 
no seu conjunto, termina por oferecer diferentes perspectivas que 
contribuem para o reconhecimento da vida social.
© Sociologia da Educação46
A Sociologia contemporânea tem vínculos indissolúveis com 
os seus precursores. Esses vínculos existem justamente porque 
não há uma teoria única, uma teoria que a unifique, e é isso que a 
torna tributária da orientação marcada pelos pensadores que lhe 
lançaram as bases. Assim, mesmo os estudos introdutórios à So-
ciologia, para serem mais consistentes, requerem o conhecimento 
de determinadas obras básicas e de determinadas investigações 
importantes, o que exige familiaridade com os conceitos essenci-
ais e com as principais teorias.
É impossível compreender a Sociologia contemporânea sem 
ir, por exemplo, até Augusto Comte, Émile Durkheim, Karl Marx e 
Max Weber. Ela ainda integra o pensamento de seus precursores e 
continua, em parte, estudando, analisando, pesquisando e reflet-
indo sobre as mesmas questões sociais que foram por eles levan-
tadas.
O pensador francês Auguste Comte (1798-1857) idealizou a 
expressão "sociologia". Ele tentou estabelecer o estudo da socie-
dade sobre bases científicas, a partir das quais o mundo social de-
veria ser entendido como ele é, e não como o imaginávamos ser. 
Embora Comte estivesse fortemente motivado a adotar o método 
científico no estudo da sociedade, ele era um pensador que re-
jeitava as rápidas mudanças que ocorriam na sociedade francesa, 
o que criava uma tensão na sua obra. 
Quando se mudou de uma pequena cidade do interior da 
França para Paris, chocou-se com as transformações provocadas 
pelas forças democráticas liberadas pela Revolução Francesa, pe-
los estágios iniciais acelerados da industrialização e pelo rápido 
crescimento das cidades. Diante dessas realidades, Comte defen-
deu a ideia de que as mudanças deveriam ser lentas, e era preciso 
preservar o que era tradicional na vida social, apresentando, as-
sim, uma visão de sociedade ideal.
Auguste Comte não chegou a conduzir uma pesquisa, em-
bora enaltecesse o valor dos métodos científicos. Assim como ele, 
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© U1 - Breve Introdução à Sociologia: Evolução e Método
o inglês Herbert Spencer (1820-1903), outro dos fundadores da 
Sociologia, também não conduziu pesquisas científicas. Influencia-
do pela Teoria da Evolução de Charles Darwin, Spencer acreditava 
que, assim como os organismos biológicos, as sociedades se com-
punham de partes interdependentes. Por exemplo, as famílias, os 
governos e a economia seriam partes interdependentes.
Reiterando as ideias

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