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Metodologia do Ensino de Sociologia

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METODOLOGIA DO ENSINO DE SOCIOLOGIA 
 
#CURRÍCULO LATTES# 
 
APRESENTAÇÃO 
Professor Mestre: Jorge Alberto de Figueiredo 
 
● Graduado em História pela Universidade Paranaense-UNIPAR (2001). 
● Graduado em Estudos Sociais pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e 
Letras de Paranavaí (1992) atualmente UNESPAR (Universidade Estadual do 
Paraná). 
● Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá -UEM- (2006). 
● Atuou como Docente na UNESPAR - Campus Paranavaí (2010-2012). 
● Atuou como Docente no Curso de Urbanismo e Arquitetura na UNIPAR-
Universidade Paranaense, Campus de Paranavaí. 
● Atuou Supervisor do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência 
(PIBID-CAPES) UNESPAR - Campus-Paranavaí. 
● Docente na Secretaria de Educação do Estado do Paraná nas Séries Finais do 
Ensino Fundamental. 
● Produtor de Materiais Didáticos e vídeos Aulas ( UNIPAR, VG Consultoria e 
● Palestrante sobre: Educação e Cidadania, Ética, Política, Sociedade e 
Democracia, Educação, Liberdade, e Igualdade. 
● Psicanalista. 
 
Experiência vasta na área educacional com atuação docente no Ensino Fundamental 
Anos Finais, Ensino Médio, Ensino Superior e Pós Graduação. 
 
 
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
Seja bem vindo (a)! Minhas Cordiais Saudações! 
 
 Primoroso (a) aluno (a), o fato de você ter apreciado os conhecimentos que 
apresentamos e fez com que o Curso de Sociologia, fosse sua opção de estudo nos 
deixa grato, pois, podemos caminhar juntos para que esta disciplina de metodologia do 
Ensino de Sociologia seja didaticamente enriquecedora e ao final da Unidade, 
oportunizado ótimas reflexões. Contudo a importância é que ao final possamos ser 
melhor do como iniciamos, com mais ideias e certezas de que a escolha foi assertiva. 
 Na Unidade I a fundamentação teórica é de suma importância em nosso 
aprendizado, à sociologia oferece a vasta bibliografia de muitos autores, mas 
discutiremos neste momento o contexto histórico da Sociologia e as concepções de três 
grandes filósofos: Karl Marx, Durkheim e Max Weber. 
Na Unidade II iremos caminhar analisando as diretrizes que norteiam e 
implementam a disciplina de Sociologia, aprenderemos sobre as Diretrizes Curriculares 
Nacionais, Parâmetros Curriculares Nacionais e as Orientações Curriculares. 
Na Unidade III a aprendizagem terá ênfase no campo de pesquisa como 
aprimoramento teórico, tipos de pesquisas e conhecimentos, a construção das pesquisas 
científicas sobre o ensino de sociologia. 
Na Unidade IV, trabalharemos a importância das práticas docentes coesas e 
estruturadas, pautadas na ética e no profissionalismo. A criatividade sobre as estratégias 
didáticas e os pilares pedagógicos descrita por Jacques Delors. E aprender os conteúdos 
básicos e estruturantes do ensino de Sociologia. 
Será um imenso prazer compartilhar com você todas essas aprendizagens tão 
essenciais, que nos impulsionam a tornar pessoas mais críticas, capazes de contribuir 
para uma sociedade mais justa e igualitária por meio de nossas ações. Esperamos 
contribuir para ampliação de seu crescimento pessoal e profissional. 
 Muito obrigado e bom estudo! 
 
 
UNIDADE I 
A HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA COMO DISCIPLINA ESCOLAR 
Professor Jorge Alberto de Figueiredo 
 
 
Plano de Estudo: 
● A História da Sociologia como Disciplina Escolar; 
● Karl Marx e o Início da Incoerência Social; 
● Émile Durkheim: Conexão Social; 
● Max Weber: Racionalização Social. 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
● Aprender o contexto da história que dá origem ao estudos sociológicos; 
● Destacar a relevância da Disciplina Escolar de Sociologia, refletindo nas ações 
sociais; 
● Conhecer algumas teorias clássicas que norteiam, os estudos sobre a sociologia; 
● Propiciar base com fundamentos científicos para a pesquisa e ampliação de 
conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Estudar Sociologia é tão atual, que a forma de compreensão sobre tudo que 
iremos aprender no decorrer das unidades, serão bem atualizadas e intensas ao estudar. 
Mas como todo conhecimento que precisamos adquirir a fundamentação teórica, os 
estudos dos clássicos são a base para darmos continuidade aos demais temas que 
iremos abordar. 
Neste contexto, conhecer a história da sociologia é crucial, assim, podemos 
entender por que surgiu e como. Também saber quem foi o filósofo que compreendeu 
essa necessidade. A Sociologia como disciplina escolar, como é um componente 
significativo, abordaremos não apenas nesta unidade, de forma gradativa iremos 
aprendendo. 
Não há como falar de sociologia se não discutirmos as teorias sobre os 
pensadores clássicos, suas ideias e conceitos, foram importantes no momento da 
construção de suas filosofias e continuam a ser relevantes para a aplicabilidade em 
nosso cotidiano diário. 
Karl Marx nos faz compreender sobre o capitalismo e suas implicações para as 
massas, que devido a Revolução Industrial e a demanda de mão-de-obra estavam 
preocupados em aumentar o números de filhos para obtenção de mais dinheiro, 
pensando em uma qualidade de vida melhor. O mesmo introduz um pensamento 
significativo sobre a lei da mais valia, este por sua vez tinha como princípio mudar a 
realidade por intermédio da luta de classes. 
Émile Durkheim o primeiro a criar uma metodologia sociológica, que evidencia a 
diferença desta com outras áreas de estudo, tudo baseado em pesquisas em fatos 
sociais, que já estudava a forma em que os indivíduos agiam em seus grupos e as 
implicações destes comportamentos na humanidade. Um dos elementos de discussão 
importantes deste pensador era a consciência coletiva, assunto tão discutido na 
atualidade. 
 Max Weber, em suas premissas, o sociólogo precisava compreender o motivo 
que desencadeavam as ações sociais, encontrar as causas, refletir sobre os efeitos e 
direcionar possíveis direcionamentos para solucionar ou amenizar tais ações, a base das 
 
reações de um grupo estava consolidado pelos valores, crenças e mudanças e que o 
indivíduo tinha liberdade e capacidade para agir em prol de mudanças. 
Como vimos até o momento, os estudos filosóficos são contextualizações de uma 
época, mas que repercutem nos dias de hoje em nossa sociedade e de forma intrínseca 
nas esferas econômica, cultural, religiosa e comportamental. Convido vocês para juntos 
aprofundar mais sobre esses assuntos. Será um prazer a sua companhia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 A HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA COMO DISCIPLINA ESCOLAR 
 
 
Nada surge por acaso, com a Sociologia não foi diferente, com as evoluções 
constantes sociais e paralelamente o comportamento dos indivíduos era crucial pensar 
em como estudar essas transformações, além de traçar metas para mudar e/ou 
aprimorar o que fosse necessário. Nesse contexto a ciência deveria conceber por meio 
de suas verdades, como a sociedade deveria proceder, introjetando por meio de 
pesquisas , o passado, o presente e o futuro de todos, surge a Sociologia. 
Para compreensão histórica o que possibilitou a ampliação da relevância das 
propostas Sociológicas foram as revoluções políticas, culturais e sociais, foram 
movimentos necessários, para cada momento histórico, os comportamentos se 
diferenciavam, assim pensamentos, grupos distintos eram formados. A Revolução 
Industrial e a Revolução na Ciência, caminham atreladas à constante busca da 
modernidade, mas impulsionou de forma inconsequente a desigualdade social visível 
nos dias atuais. O Iluminismo contribuiu para que as revoluções se concretizassem, pois, 
consistia na fé e crença no progresso da sociedade, origina-se os operários e a fé deixa 
espaço para a racionalidade. 
Assim, se há operários, a política aponta a burguesia e o sistema capitalista, toda 
riqueza vinha dos trabalhosdas fábricas, exploração do trabalho, tema atual em nossas 
 
realidades. O termo sociologia foi utilizado pela primeira vez em meados de 1798-1857, 
por Auguste Comte que tinha em mente que seria uma ciência para estudar a sociedade 
e dar direções, com apoio de outras áreas do conhecimento. Comte contribuiu para o 
conhecimento originando o positivismo. Comte afirma que: 
 
[...] o espírito positivo leva sempre a estabelecer exata harmonia 
elementar entre as idéias de existência e as idéias de movimento, donde 
resulta mais especialmente, no que respeita aos corpos vivos, a 
correlação permanente das idéias de organização com as idéias de vida 
e, em seguida, graças a uma última especialização peculiar ao organismo 
social, a solidariedade contínua das idéias de ordem com as idéias de 
progresso. Para a nova filosofia, a ordem constitui sem cessar a condição 
fundamental do progresso e, reciprocamente, o progresso vem a ser a 
meta necessária da ordem; como no mecanismo animal, o equilíbrio e a 
progressão são mutuamente indispensáveis, a título de fundamento ou 
destinação (1978, p. 69). 
 
Antes de darmos continuidade convido a você para relembrarmos sobre alguns 
termos aqui utilizados para que a aprendizagem desta unidade seja coesa, vejamos; Este 
momento se deu por volta do século XVIII, um momento de grandes transformações que 
trouxeram consequências positivas e negativas para a humanidade, a produções 
deixavam de manuais , senso substituídas pelas máquinas. Explorando 
demasiadamente os recursos naturais, bem como os trabalhadores, denominados 
operários. Tudo teve início quando a máquina a vapor foi desenvolvida, que deu vida aos 
maquinários da época, como o aproveitamento do vapor da água que era aquecida pelo 
carvão e produzia energia para as inovações que a Ciência já desenvolvia. 
Não existe uma data correta que marque a Revolução Industrial, devido há muitas 
distorções, então prefiro estabelecer que esse momento foi denotado pelo 
desenvolvimento tecnológico que possibilitou a mudança no estilo de vida, do pensar e 
do agir de toda a humanidade. Os burgueses tinham o intuito sempre de obtenção de 
lucros, mercado têxtil trouxe máquinas que teciam fios com grande rapidez, depois o 
dinheiro em abundância, começou a ser investido para produção de estradas de ferro, 
surge locomotivas, estradas de ferros, sempre com o objetivo de expansão nas rotas de 
vendas, agilizando no transporte como também na quantidade. A burguesia enriqueceu 
não apenas pela quantidade de produtos vendidos, mas pela mão-de-obra barata. 
 
Antes do processo industrial, todo o trabalho era manual, que definia em lentidão 
e poucas quantidades. E a mão-de-obra em demasia, com as máquinas, continua a 
necessidade de operários, mas em menor número, talvez assim o conceito desemprego 
tenha sido empregado. Neste período não havia nenhuma constituição que defendesse 
os empregados em relação a salários, direitos, o que atualmente temos proteção dos 
direitos trabalhistas, para alcançarmos o que temos, foi necessário todo esse processo 
social. 
O sistema capitalista consiste em um sistema produtivo, mas sempre com vínculo 
particular, sem divisão de lucro, objetivando acumular o capital. O rico cada vez mais rico 
e o pobre cada vez mais pobre. Esse sistema proporciona o incentivo a ciências e áreas 
afins para que compreenda a sociedade e alavanque novas tecnologias, mas em 
contrapartida escancara a divisão de classes. Em se tratando de ciência a Sociologia, 
como uma obra histórica, encontra-se em constante transformação em virtude da 
concepção do conhecimento. Segundo Robert Merton os pensadores requerem 
releituras para que suas bases teórico-metodológicas continuem atualizadas com o 
passar do tempo fazendo com que suas ideias avancem sob o aspecto de novas 
análises. 
Em Sociologia temos alguns sociólogos considerados clássicos. Dentre eles 
apontamos, o francês Émile Durkheim (1858-1917), o alemão Max Weber (1864-1920) 
e, por último, o cientista econômico alemão Karl Marx (1818-1883). Também se 
destacam no campo da Sociologia o grande autor da Obra A Democracia na América, 
Alexis de Tocqueville (1805-1859) onde defende a democracia e liberdade em um Estado 
Moderno como bens preciosos da sociedade e bem estar dos indivíduos. Destaca-se 
também no campo da Sociologia o filósofo inglês Herbert Spencer (1820-1903), fundador 
da teoria evolucionista; e o pensador italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), com a teoria 
das elites sociais. 
Esses clássicos são de grande importância para o estudo da Sociologia pois 
descrevem a realidade social e nos mostra os movimentos e conflitos, suas causas e 
consequências em uma sociedade contemporânea ainda ligada ao passado. Esses 
autores europeus estudaram a sociedade europeia no contexto em que viviam tentando 
compreender as crises sociais presente no sistema capitalista. De todas as matizes, é 
 
importante ressaltar que cada um desses pensadores olharam os problemas sociais do 
seu ponto de vista mas tendo a mesma preocupação para saná-los. 
Sendo assim Karl Marx estudou a dinâmica das relações sociais existentes no 
capitalismo; Durkheim viu a divisão do trabalho social na industrialização como 
iminência da era moderna; Max Weber idealizou a sociedade ocidental com imensas 
possibilidades históricas acarretadas pelo artifício de racionalização capitalista. Esses 
autores são considerados clássicos porque suas ideias detêm coragem explicativa para 
uma realidade em mutação, e suas obras possuem consistências, segundo o sociólogo 
inglês Anthony Giddens (1990). Logo, há uma implicação intrínseca entre teoria e 
metodologia científica, por trás das ideias de cada autor há que se reconhecer uma 
concepção de ciência, uma concepção de realidade, uma concepção da sociedade 
histórica sobre a qual se debruçaram. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 KARL MARX: INCOERÊNCIA SOCIAL 
 
 
 
 
 Natural da cidade de Tréveris na região da Renânia na antiga Prússia, Karl Marx 
nasceu no dia 05 de maio de 1818 conhecido em todo mundo como Filósofo, Historiador, 
Jornalista e Economista conforme defende algumas linhas de pensamento. Destaca-se 
e pelos seus estudos da ideologia Socialista da qual a sua reputação é muito conhecida 
e discutida. Em virtude das dificuldades sociais de sua época, emigrou para Inglaterra 
instalando-se na cidade de Londres onde se casou e constituiu a sua família. 
Adepto e defensor do Socialismo científico Marx desenvolve suas teorias 
econômicas após exaustiva análise do sistema capitalista e do trabalho. Escreveu vários 
livros durante sua vida, destacando-se “O Manifesto do Comunista” (1848) e “O Capital” 
(1867–1894), considerada um dos estudos mais complexos e dinâmicos sobre o 
capitalismo. 
Antes de sua ida para a Inglaterra Marx estudou nas universidades de Bonn e 
Berlim, na universidade as ideias hegelianas. Para seus sustento e terminar seus 
estudos trabalhou no jornal Zeitung, um ambiente tido como radical na época com sua 
sede na cidade de Colônia. Foi neste ambiente em que Marx começou a desenvolver a 
 
teoria da concepção materialista da história. Perseguido pelos que eram contra suas 
ideias muda-se para a França estabelecendo-se em Paris em 1843, trabalhando em 
outros jornais radicais onde conheceu Friedrich Engel, uma amizade que durou até o seu 
falecimento. 
 Em 1949 sofrendo novas perseguições, agora pelo governo da França na pessoa 
de Guizot, Marx é expulso da França exilando-se em Londres. Em Londres deu 
continuidade em seus estudos e na elaboração de suas teorias econômicas e sociais. 
Fez campanhas para a divulgação do Socialismo tornando-se uma das figuras mais 
significativas e emblemáticas no campo dos estudos sociológicos, fundando a 
Associação Internacional dos Trabalhadores. 
No contexto da sociedade capitalista moderna na metade do século XIX, o 
pensamento filosófico-políticade Marx expõe várias grandezas e a Sociologia, desde o 
início do século XX, aproximou-se deste conhecimento, agrupando ao seu referencial 
teórico um conjugado de concepções explicativas do fato social. A menção ao conjunto 
nos diz respeito às teorias serem opiniões inter-relacionadas, compatíveis, de mútua-
explicação que, ao prover explicações sobre a realidade, apresentam a marca da 
metodologia que os move. Mas para Marx: 
 
Na fase superior da sociedade comunista, quando tiver desaparecido a 
escravidão dos indivíduos à divisão do trabalho, e, com ela, a oposição 
entre o trabalho intelectual e o trabalho manual; quando o trabalho não 
for somente um meio de vida, mas a primeira necessidade vital; quando, 
com o desenvolvimento dos indivíduos em todos os aspectos, crescerem 
também as forças produtivas e jorrarem abundantemente os mananciais 
da riqueza coletiva, só então poder-se-á ultrapassar totalmente o estreito 
horizonte do direito burguês, e a sociedade poderá escrever em seu 
estandarte: de cada um, segundo a sua capacidade; a cada um segundo 
as suas necessidades (MARX, 1975, p. 16). 
 
A contribuição de Marx nesse sentido e de grande importância, mesmo nos 
tempos contemporâneos, pois refere-se ao fato da Sociologia aceitar o metodologia 
dialética do materialismo histórico, com a formação e a explicação da gênese, 
conciliação e dinâmica da sociedade capitalista exposta na grande obra O Capital (1885-
1905), que só foi publicada para acesso ao público após seu falecimento. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_Internacional_dos_Trabalhadores
https://pt.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_Internacional_dos_Trabalhadores
 
A dialética de Marx faz uma análise minuciosa do processo histórico, influenciando 
o pensamento filosófico de Hegel (1770-1831) juntamente com a colaboração de seu 
amigo Engels (1820-1895). Marx busca, a partir da crítica do contexto social de sua 
época, aclarar a história das sociedades com base no processo de produção econômico-
material. Ou seja, afirma que a realidade social é avaliada como uma soma concreta na 
abordagem metodológica do materialismo histórico, cujo termo não é atribuição de Marx. 
Assim o pensador descreve que: 
 
A maioria de seus membros era, naturalmente, operários e 
representantes reconhecidos da classe operária. A Comuna não seria um 
organismo parlamentar, mas uma corporação de trabalho, executiva e 
legislativa ao mesmo tempo. Em vez de continuar sendo um instrumento 
do governo central, a política foi despojada imediatamente de seus 
atributos políticos e convertida em instrumento da Comuna, responsável 
ante ela e revogável a qualquer momento. O mesmo se fez com os 
funcionários dos demais ramos da administração. Desde os membros da 
Comuna para baixo, todos os que desempenhavam cargos públicos 
deviam desempenhá-los com salários de operários [...] os cargos públicos 
deixaram de ser propriedade privada dos testas de ferro do governo 
central (MARX, 1975, p. 507-508). 
 
Enfrentando dificuldades financeiras críticas daquelas que não concordavam com 
sua tese Marx com um empenho dialético distingue a presença da ideologia no processo 
de averiguação e faz da sua teoria uma constituição de categorias conceituais que 
possam conter a revelação mais simples. Em sua obra Contribuição à Crítica da 
Economia Política (1859), Marx no capítulo Método da Economia Política explana que a 
categoria população, como criada na obra do filósofo escocês Adam Smith (1723-1790), 
para chegar à riqueza das nações, oculta trabalho humano, a mais simples das camadas, 
também desenvolve teorias sobre o processo de acumulação e o valor do trabalho, 
conhecido como mais-valia. Seus pensamentos estavam além de seu tempo, o trabalho 
humano é o único meio de produção capaz de acrescentar valor aos bens produzidos, 
uma vez que os outros são elementos materiais de produção, a terra, o ar, as 
ferramentas, as máquinas, o dinheiro, os equipamentos, e a infraestrutura. 
3 ÉMILE DURKHEIM: CONEXÃO SOCIAL 
 
 
 
David Émile Durkheim é natural de Épinal, na França, nasceu em 15 de abril de 
1858, em uma família tradicional de sacerdotes judaicos (rabinos). Foi estudante do 
Liceu Louis-Le-Grand e na Escola Normal Superior de Paris, instituições consideradas 
clássicas. Essa formação foi crítica de Durkheim que segundo ele essas escolas tinham 
muita formação literária e pouca formação científica. 
 Durkheim estudou Direito, Economia e Filosofia. Foi discípulo de Herbert Spencer 
em seus estudos de Ciências da Natureza e Biologia. Spencer teve grande influência 
nos estudos de Durkheim principalmente em suas matérias em afinidade aos modelos 
biológicos de aplicação sociológica. Fez experimentos no campo da Psicologia no 
Laboratório de Psicologia Experimental, de Wilhelm Wundt. 
 Esses estudos variados levaram Durkheim a procurar modelos biológicos e 
sociais próximos e também a ter um olhar diferenciado para a Antropologia. Essa união 
de fatores procedeu a formulação da teoria dos fatos sociais, que assegura a preferência 
do juízo de fatos gerais que baliza as sociedades (como leis), os quais seriam maiores e 
mais facilmente explicáveis que as questões individuais psicológicas. 
 
 A maior ambição do pensador na época era instituir um campo de estudos das 
Ciências Sociais totalmente independente, que não dependesse das esferas de outras 
ciências, como a Biologia e a Psicologia, e não estar amarrado aos modelos 
demasiadamente abstratos da Filosofia que Auguste Comte tinha deixado ao trabalho 
sociológico. 
Durkheim adota por pressuposição que a sociedade é governada por leis e uma 
ciência que dela se alargue deve chegar à formulação de amplas generalizações que a 
esclareçam. Assim, sugere a teoria da coesão ou da solidariedade social, evidenciando 
que o princípio da integração decorre da sociedade, cujo funcionamento aproxima-se à 
estabilidade. Para o autor, "as representações, as emoções e as tendências coletivas 
não têm como causas geradoras certos estados de consciência individual, mas as 
condições em que se encontra o corpo social em seu conjunto." (DURKHEIM, 2001, p. 
67). 
O sistema social, na sua compreensão, é ordenado em comparação com o 
organismo vivo que conclui ser saudável a sociedade quando ocorre coerência entre 
suas partes, ou patológica, se qualquer convulsão retire-lhe o equilíbrio. Assim sugere a 
teoria da coesão ou da solidariedade social ou mesmo uma desordem (disnomia) nas 
normas do seu funcionamento. 
 A concepção de Durkheim da realidade social é, portanto, orgânica e 
funcionalista: cada uma das partes, identificadas com as instituições sociais ou os 
indivíduos, aprova uma função, cumpre uma obrigação específica que responde pela 
saúde de um todo. Este início da conexão social ampara o aforismo durkheimiano. 
Todos os fatos sociais são eleitos como elemento por excelência da ciência 
sociológica; assim Durkheim (2008) determina como “toda maneira de agir, fixa ou não, 
suscetível de exercer sobre o indivíduo uma repressão exterior; que é comum na 
expansão de uma sociedade dada, apresentando uma vivência própria, livre das 
revelações individuais que possa ter”. Como afirma, "o conjunto de crenças e dos 
sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade forma um sistema 
determinado, que tem vida própria; podemos chamá-lo de 'consciência coletiva'." (2008, 
p. 50). 
 
Aconselha ao investigante notar as particularidades gerais dos fatos sociais: a) a 
coercitividade, apregoa na pressão ou coerção que exercem sobre os indivíduos, 
acomodando-se aos tradições sociais, por exemplo; b) a generalidade, apreendida na 
regularidade dos acontecimentos coletivos encontrados em sociedades de todos os 
períodos e pode ser explicada pelas relações de parentesco; um fato social é natural por 
estar presente na extensão de uma sociedade; c) a exterioridade dos fatos sociaisachar-
se no seu bem-estar,.em afinidade aos acontecimentos de natureza psíquica. 
Na pesquisa que Durkheim realizou para escrever o livro O suicídio, Durkheim 
cultiva as direções do seu método sociológico, calhando tipos de suicídio (egoísta, 
altruísta, anômico) e ordenando leis da coesão social, como quando a avalia alta no caso 
de suicídio altruísta, no qual indivíduos tocam fogo às roupas em protesto e justificação 
de grandes causas sociais. Para entender as evidências dos fatos sociais com rigor 
científico, coloca regras para a investigação sociológica, basicamente: apartar as pré-
noções e tratar os fatos sociais como lances. 
Para Durkheim (2001), coisa é tudo aquilo que exige um empenho do espírito, do 
intelecto, para apreendê-la, como assevera, em 1897, no preâmbulo à segunda edição 
de “As regras do método sociológico” logo não é apenas o fator externo dos fenômenos 
que importa. Com esse processo metodológico estão embutidas como premissas: a 
realidade social que é arrumada por uma regularidade de acontecimentos que podem 
ser notados, explicados e classificados pelo cientista. 
 A ciência constitui uma reprodução teórica dessa realidade; o sujeito cognoscente 
deve conservar-se neutro no processo de conhecimento; a intenção do conhecimento é 
chegar à objetividade científica, ou seja, uma ciência aberta de conjecturas, de 
ideologias; a Sociologia dispõe de caráter normativo, adequada de ordenar a realidade 
social, seja formando uma taxonomia científica dos fatos, seja pela probabilidade de 
prevê-los. 
Durkheim regula pelo postulado da primazia das sociedades simples em relação 
às complexas, cria a teoria da solidariedade. No primeiro instante de aparelhamento da 
vida social sedentária, os ajuntamentos humanos são reconhecidos como sociedades de 
solidariedade mecânica, porque nesse grupo os indivíduos e grupos são intercambiáveis, 
pouco se distinguem e a relação é obtida pela existência dessa similaridade entre eles. 
 
 Nessa primeira sociedade, ocorre um fenômeno que Durkheim (2000) designou 
consciência coletiva, no sentido de preservar os costumes e tradições comuns que 
preenchem o governo sobre as consciências individuais. Durkheim distingue nas 
sociedades modernas a vivência da solidariedade orgânica, pela ocorrência dos 
indivíduos e grupos serem diferentes e desenvolverem relações de interdependência 
para viver. Nomeia essa complexidade das relações sociais com a sociedade industrial, 
onde a separação do trabalho social desempenha o papel de controle e avaliza a 
integração. 
Ou seja, a divisão do trabalho determina a solidariedade orgânica porque cria 
entre os homens um aparelho de direitos e deveres, um estado de atrelamento do 
indivíduo em relação à sociedade, tornando-se o alicerce da ordem moral. Durkheim 
entendia a Sociologia como uma ciência das instituições, desde o seu surgimento e 
funcionamento, onde tem por missão restaurar uma moral que readquiriu à Sociologia 
exigências do espírito científico da ocasião. 
Em uma visão otimista da história Durkheim depositava a necessidade de 
consenso social, e enxergava na educação uma criação integradora por mostrar para as 
novas gerações as qualidades essenciais para a sobrevivência da sociedade, 
habituando-se ao sistema de normas morais, como escreve em sua obra “Educação e 
Sociologia”. Ao findar do século XIX, juntamente com o pensador Marcel Mauss, 
Durkheim trabalha nas representações primitivas, um estudo que resultará a obra 
“Algumas formas primitivas de classificação (1901)”, onde apressa a ideia de 
representação coletiva aumentada em “As formas elementares da vida religiosa (1912)”. 
 
 
 
 
 
 
4 MAX WEBER: RACIONALIZAÇÃO SOCIAL 
 
 
 
Maximilian Karl Emil Weber, natural da cidade de Munique, Alemanha, nasceu em 
21 de Abril de 1864. Em sua formação acadêmica foi jurista e economista, também é 
considerado como intelectual e fundador da Sociologia. Seu irmão Alfred Weber, também 
era conhecido por dedicar seus estudos à Sociologia, talvez daí a sua paixão pelo estudo 
sociológico. Teve como sua biógrafa a sua esposa Marianne Weber. Sua aluna que 
estudava na Universidade Alemão e que também fazia parte do movimento feminista da 
época. 
 Weber é acatado como um dos fundadores da sociologia moderna, mas seus 
escritos também são discutidos nas Ciências Econômicas, Filosofia, Direito, Ciência 
Política bem como em Administração. Graduou-se na Universidade Humboldt de Berlim, 
e, depois, trabalhou nas Universidades de Freiburg de Heidelberg, de Viena. Era uma 
pessoa muito conhecida e bem quista na sociedade Alemã da época, foi consultor do 
lado alemão na confecção do Tratado de Versalhes (1919) e fez parte da comissão 
encarregada de redigir a Constituição da República de Weimar. A maioria de seus 
estudos foi alocado para o capitalismo e do chamado procedimento de racionalização e 
 
desencantamento do mundo. Mas suas análises também deram frutos importantes no 
campo da economia. 
 Dentre as suas obras destacam-se: “A ética protestante e o espírito do 
capitalismo”, dando início às suas ponderações sobre a sociologia da religião. Vivendo 
em um mesmo contexto social de Durkheim, Max Weber, com formado em Direito, 
História e Filosofia, age inteligentemente na sociedade alemã do final do século XIX e 
nos anos iniciais do século XX. Compreende a Sociologia como a ciência que pretende 
explicar a ação social, com seus desenvolvimentos e efeitos. Com essa sugestão, 
determina a fundamentação básica do que titulou método compreensivo, partindo da 
visão de ação social e de compreensão. No entendimento do autor: 
 
Em todos os lugares - à exceção dos pequenos cantões rurais em 
que os detentores do poder são periodicamente eleitos - a empresa 
política se põe, necessariamente como empresa de interesses. 
Quer isso dizer que um número relativamente restrito de homens 
interessados pela vida política e desejosos de participar do poder 
aliciam seguidores, apresentam-se como candidato ou apresentam 
a candidatura de protegidos seus, reúnem os meios financeiros 
necessários e se põem à caça de sufrágios. Sem essa 
organização, não há como estruturar praticamente as eleições em 
grupos políticos amplos. Equivalem essas palavras a afirmar que, 
na prática, os cidadãos dividem-se em elementos politicamente 
ativos e em elementos politicamente passivos (WEBER, 2011, p. 
103-104). 
 
Com um raciocínio mais flexível do que parece apresenta em seus escritos Weber 
se utiliza da história e, ao detalhar com muita maestria suas pesquisas, ele nos apresenta 
uma ampla explanação da cultura ocidental, pela visão da formação e da expansão do 
capitalismo no mundo. Os seus conceitos sociológicos que está formulado em sua obra 
“Economia e sociedade (1922)” resume o seu zelo sobre o assunto nos livros que a 
precederam, especialmente na obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo 
(1904- 1905)” e na obra “A ética econômica das religiões universais (1915)”. 
Duas conferências publicadas em 1919 merecem a atenção dos cientistas sociais 
e Weber possui duas importantes obras para o entendimento de seu pensamento 
sociológico “O ofício e a vocação do cientista e o ofício e a vocação do político” e “Ensaio 
 
sobre o sentido da neutralidade axiológica nas ciências sociológicas e econômicas”. 
Quando se lê Weber nota-se o cuidado metodológico que ele teve para garantir 
cientificamente todo o cuidado como investigador. Não se preocupa em alcançar a 
objetividade científica pela desobrigação do pesquisador e deixa transparente o papel da 
subjetividade na produção do conhecimento. 
Para Weber (2004), o sujeito cognoscente é parte do processo de concepção da 
realidade, ou seja, compreender é o mesmo que segurar o sentido de uma ação social. 
Busca nesse sentido a ênfase dos fenômenos estudados, ainda que não estejam 
presentes na ação. Assim, entender o sentido da açãoresulta em chegar a acepção que 
o sujeito, ou os sujeitos da ação atribuem a ela, orientando-se pelo comportamento de 
outros. Observa-se que, Weber amplia um recurso metodológico chamado “construção 
de tipos ideais”, ou seja, os conceitos que organiza para explicar a realidade aplicam-se, 
para um dado período histórico, à situação investigada. Sociologia (no sentido aqui 
entendido desta palavra empregada com tantos significados diversos) significa: uma 
ciência que pretende compreender interpretativamente a ação social e assim explicá-la 
causalmente em seu curso e em seus efeitos (WEBER, 2000, p.3) 
Weber constrói alguns tipos ideias da sociedade como burocracia, dominação, e 
capitalismo ocidental, que diz importância à capacidade do cientista capturar o conjugado 
de valores de uma época, de uma cultura, e entender o que é expressivo para uma 
sociedade no seu tempo. Todos os tipos ideais construídos por Weber – como “ética 
protestante” e “espírito do capitalismo”, com os quais avalia a conexão de sentido ou a 
afinidade entre a conduta moral rígida do próprio do ethos da cultura religiosa calvinista 
do século XVIII, e as técnicas racionais que caracterizam a ação do capitalismo no 
ocidente – domam os tipos básicos de ação social que são quatro: ação social racional 
com semelhança a fins; ação social racional com semelhança a valores; ação social 
afetiva e ação social tradicional. 
Para o autor, o sujeito da ação (indivíduo, grupo social, instituição) guia-se em 
relação à conduta de outros (indivíduos, grupos, instituições), seja agindo sabidamente 
conduzido por fins (objetivos sólidos mesmo não explícitos) ou sendo guiado por valores 
(morais, culturais, religiosos); ou aceitando-se conduzir por sentimentos (medo, cólera, 
inveja), ou ainda norteando a sua ação pela tradição (traços culturais de condutas 
 
coletivas que conservam a experiência do grupo). Os tipos ideais de ação social não são 
de caráter excludentes e se exibem de forma concomitante. 
Segundo ele, a realidade é infinita e a finita mente humana é capaz de perceber 
dessa realidade apenas uma pequena parcela. Essa concepção Werbeniana de 
realidade é acompanhada de muita responsabilidade sobre os ombros do cientista, o 
qual estes devem coordenar intelectualmente e uma das formas para execução e fazer 
a construção de tipos ideais, no sentido de ideias, não de padrões. A grandeza histórica 
do fato social é valorizado como um leque de probabilidades, de escolhas subjetivas, 
pertencendo ao pesquisador, na construção conceitual da Sociologia, anunciar o que é 
singular nos fenômenos históricos, algo que lhes é parecido. Dessa maneira, chega-se 
à racionalidade atualizada no capitalismo ocidental como presença histórica cuja ação é 
preponderantemente racional com afinidade a fins e a valores. 
Na obra de Weber surge a racionalidade como início organizativo no âmbito da 
sociedade moderna que o faz perfilhar no processo de secularização a expressão da 
racionalização social. É de Weber a declaração “desencantamento do mundo”, no 
sentido de que o progresso técnico obedece a uma lógica que lhe foge o controle, a 
ponto da conduta racional vir a se tornar irracional com o processo histórico. 
No domínio da realidade política, o tributo de Weber sobre o fenômeno da 
dominação – seja racional, tradicional ou carismática, como tipos ideais puros – coloca 
lucidez na questão da autoridade e de sua legitimidade, ao abordar o poder nas 
condições da ação humana preparada à obediência no confronto com os dominadores 
que pretendem apreender o poder legítimo. 
A ambição de legitimação da Sociologia dos dominadores, ou seja, o seu 
reconhecimento e aceitação sociais são mais apreciados por Weber que o próprio 
exercício da dominação. Assim Weber identifica, que no procedimento de racionalização 
o fenômeno burocrático e este como um sistema de administração e organização que 
alarga-se a uma racionalização total em termos de eficácia, esse poder burocrático e 
impessoal seria o peculiar Estado moderno. 
 
 
SAIBA MAIS 
 
 
O nome do pensador francês Auguste Comte (1798-1857) está 
indissociavelmente ligado ao positivismo, corrente filosófica que ele fundou com o 
objetivo de reorganizar o conhecimento humano e que teve grande influência no Brasil. 
Comte também é considerado o grande sistematizador da sociologia. Seus argumentos 
favoreciam o planejamento social, que para ele reverteria no bem estar do indivíduo ( 
hoje um assunto muito atual) 
 
Fonte: FERRARI, Márcio. Auguste Comte, o homem que quis dar ordem ao mundo, 2008. Disponível em: 
https://novaescola.org.br/conteudo/186/auguste-comte-pensador-frances-pai-positivismo#. Acesso em: 17 
ago. 2021. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
REFLITA 
 
“A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo 
indivíduo de uma série de normas e princípios, sejam morais, religiosos, éticos ou de 
comportamento, que balizam a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que 
formador da sociedade, é um produto dela.” 
 
Émile Durkheim 
 
#REFLITA# 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Ao final desta unidade I, compreendemos que os indivíduos precisam entender 
que ninguém vive isolado, uma sociedade só se move e desenvolve quando todos 
participam, principalmente nas decisões que alteram o rumo de uma sociedade. Quando 
não há envolvimento, todas as imposições precisam ser acatadas, pois, subentendem 
que foram aceitas por todos. 
A sociedade vive em constantes mudanças, pois, está envolta por grupos sociais, 
étnicos, culturais, religiosos, diversos, portanto, conceitos, princípios diversos, que 
geram conflitos não apenas de ideias, mas de interesses. 
Os estudos sociológicos têm essa premissa, estudar os grupos e os indivíduos 
pertencentes a eles, seus comportamentos (positivos e negativos) e direcionar 
estratégias para alterar, dar caminhos para uma trajetória benéfica para a sociedade em 
si, tendo suporte de outras áreas das Ciências Sociais como a Antropologia, Ciência 
Política e áreas humanas como Psicologia, Psicanálise, Filosofia entre outros. 
O ensino de Sociologia nas instituições educativas, tem a premissa de acordo com 
as diretrizes traçadas, propiciando aos alunos uma conduta de posicionamento crítico e 
construtivo. O caminho para construção de uma sociedade, não digo justa, mas 
igualitária, só pode ser por intermédio do conhecimento. 
Ao professor cabe a destreza de compreender que aprender e ensinar, não está 
associado apenas na conduta do aluno, mas o professor a busca incessante de novas 
aprendizagens são cruciais, a pesquisa, o enriquecimento profissional. O exemplo, o 
entusiasmo se propaga, essa troca entre professor e aluno, é um ponto que favorece a 
aprendizagem de forma significativa. 
Conseguimos entender com as teorias dos clássicos, que tudo se adapta, tudo se 
renova. Os conceitos aplicados em épocas passadas, de alguma maneira fazem muito 
sentido na atualidade, como a lei da mais valia, capitalismo, trabalho, mão-de-obra, e 
conforme o tempo vai passando atrelado a esses temas, surgem novos assuntos, 
consumismo, bullying, assédio, sobrecarga de trabalho, individualismo entre outras 
consequências propiciadas por uma sociedade carente de indivíduos pensantes. 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
ARTIGO 01 
 
BORDALO, Karina Barbosa. O trabalho na Concepção de Marx. EDUCERE, Curitiba, XI 
Congresso Nacional de Educação, p. 22342-22352, 09/2013. 
https://educere.bruc.com.br/CD2013/pdf/13169_6614.pdf . Acesso: 13 set. 2021. 
 
Resumo: O artigo: o trabalho na concepção de Marx parte de minha pesquisa de 
Mestrado em Educação do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade 
do Estado do Pará traz para o centro das discussões a categoria trabalho docente, 
trazendo fundamentos do desenvolvimento do capitalismo no século XIX, tendo como 
referencial a concepção de Karl Marx, teórico e praticantepolítico que teve a sociedade 
capitalista com as suas relações entre capital e trabalho como objetos de estudo 
constituídos. Para a análise da relação de trabalho trago questões através do estudo 
bibliográfico em textos de Andery (2012), Antunes (1995), Manacorda (1996) e Oliveira 
(2006). E relacionando ao trabalho docente trago questões através do estudo 
bibliográfico em textos de Oliveira (2003), Paro (2002) e outros. O objetivo deste artigo 
é realizar um estudo do período histórico em que Marx desenvolveu a sua teoria, 
entendendo o desenvolvimento e a afirmação do capitalismo industrial no século XIX, as 
influências nas condições dos trabalhadores e os fatores que os levaram a serem 
concebidos como seres unilaterais para compreendermos o que Marx aponta como a 
necessidade de superação do capital alienador e trazer questões para o debate da 
interação do trabalhador docente na contemporaneidade. O trabalhador docente na 
contemporaneidade vive as conseqüências da relação capitalista, da globalização e das 
mudanças destas provenientes o que lhe causa muitas vezes uma sobrecarga de 
trabalho e sentimentos de desprofissionalização ao ter que assumir funções não 
específicas de sua formação acadêmica e profissão, além de ter que aumentar a carga 
horária e local de trabalho devido à desvalorização salarial. 
 
ARTIGO 02 
 
SILVA, Ítalo Ramon Carvalho et al. Emile Durkheim: Vida, Obra e sua Contribuição para 
a Sociologia. Anais VIII Fórum Internacional de Pedagogia - FIPED... Campina Grande: 
Realize Editora, 2016. Disponível em: 
https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/25245 . Acesso em: 13 set. 2021 
 
Resumo: O presente texto tem por objetivo analisar, a partir da obra “As regras do 
método sociológico” de Émile Durkheim, a especificidade do objeto de estudo da 
Sociologia por meio do fato social. Como estratégia metodológica fez-se uma análise 
 
qualitativa da obra em questão. Nesse sentido, em um primeiro momento, apresenta-se 
uma revisão de literatura acerca da vida e obra do autor, com a finalidade de perceber 
suas convicções filosóficas, políticas e sociais. Em um segundo momento analisa-se a 
contribuição de Durkheim para o entendimento do objeto de estudo da Sociologia a partir 
de seu conceito e das características do fato social. Conclui-se que, para Durkheim, a 
Sociologia compreende a ciência que analisa as particularidades da sociedade através 
da observação sistemática dos fatos sociais. Assim, os fatos sociais têm existência 
própria, externa aos indivíduos e que no interior de qualquer grupo ou sociedade existem 
formas padronizadas de conduta e pensamento baseadas na soma destas categorias. 
 
ARTIGO 03 
 
JÚNIOR, João Alfredo Costa de Campos Melo. Burocracia e educação: uma análise a 
partir de Max Weber. Pensamento Plural. Pelotas, pgs.147-164, janeiro/junho,2010. 
http://pensamentoplural.ufpel.edu.br/edicoes/06/07.pdf Acesso em: 13 set. 2021 
 
Resumo: Cabe a este texto elaborar uma reflexão acerca da burocracia e da educação, 
tendo como princípio norteador a sociologia compreensiva weberiana. A opção por Max 
Weber se revela a mais acertada devido à diversidade e à profundidade de sua produção 
intelectual, incluindo a questão da burocracia. A utilização de Weber servirá como 
instrumento preciso de análise conceitual sobre a temática aqui proposta. Certamente, o 
pensador foi um dos principais estudiosos da burocracia, tendo como palco privilegiado 
a Alemanha na época da Primeira Grande Guerra (1914-1918). É dentro desse fecundo 
arcabouço teórico que se pretende fazer algumas incursões sobre a educação e a 
burocracia, tendo com respaldo epistemológico Weber. 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
 
Título: Sociologia Clássica: Marx, Durkheim e Weber 
 
Autor: SELL, Carlos Eduardo. 
 
Editora: Vozes. 
 
Sinopse: Retrata concepções dos filósofos tão relevantes no contexto sociológico, Karl 
Marx economista e alemão, o sociólogo francês Émile Durkheim e o teórico político Max 
Weber, descrevendo a teoria sociológica, teoria política e a teoria da modernidade, 
conflitos que fazem parte de nossa realidade social, desencadeando em diferentes 
vertentes para se compreender e interpretar a sociedade. 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
 
Título: Moonlight sob a Luz do Luar 
 
Ano: 2017. 
 
Sinopse: Este filme mostra o crescimento de um garoto negro na periferia de Miami, 
mas o contexto é semelhante ao que acontece no mundo todo, neste processo de 
desenvolvimento aprende como não cair em tentação no mundo do crime, das drogas. 
Mas aprende a viver em meios a uma sociedade que finge não existir problemas como 
estes acarretados pela desigualdade social, econômica e cultural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ANDERY, Maria Amélia Pie Abib; SÉRIO, Tereza Maria de Azevedo Pires. Há uma 
ordem imutável na natureza e o conhecimento a reflete: Augusto Comte (1798-
1857). In: ANDERY, Maria Amélia Pie Abib et al. Para Compreender a Ciência: uma 
perspectiva histórica. 16ª ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2012. 
 
ARON, R. As etapas do pensamento sociológico. Martins Fontes, 2000. 
 
COMTE, Auguste. Discurso sobre o espírito positivo:ordem e progresso. Porto 
Alegre: Globo; São Paulo: USP, 1978. 
 
DURKHEIM, E. O suicidio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 
 
DURKHEIM, E. et al. Introdução ao pensamento sociológico. São Paulo: Centauro, 
2001. (Coletânea de textos). 
 
DURKHEIM, E. Da divisão de trabalho social 3.ed. Trad. Eduardo Brandão. São 
Paulo: Martins Fontes, 2008. 
 
FERREIRA Neto, Ney Jansen. Escola, ensino de sociologia e políticas 
educacionais. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível em: 
https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 17 ago. 2021. 
 
GALLIANO, G.A. Introdução à Sociologia. SP: Harper e Row do Brasil, 1981. 
 
GIDDENS, A. As consequências da modernidade. São Paulo: Editora Unesp, 1990. 
 
MARX, K. La guerra civil en Francia. In: MARX, K.; ENGELS, F. Obras escojidas Versión 
de Editorial Progreso. Cubierta de César Bobis Tomo I. Madrid: Editorial Ayuso, 1975. 
 
MARX, K. O capital Livro III, Tomo II. Tradução de Regis Barbosa e Flavio R. Kothe. 
São Paulo: Abril Cultural, 1985. (Coleção Os Economistas). 
 
NOVAIS, Carlos Eduardo. Capitalismo para principiantes. São Paulo: Ática,1983. 
 
QUINTANEIRO, T. Um toque de Clássicos: Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: 
Editora UFMG,1996. 
 
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia da Educação. São Paulo: Atual, 1997. 
 
WEBER, Max. Economia e Sociedade. 4.ed. Brasília: UnB, 2000.. V.1. 
 
WEBER, Max. Economia e Sociedade: Fundamentos da sociologia compreensiva. 2. 
Vol. Trad. Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa São Paulo: Editora UnB, Imprensa 
Oficial, 2004. 
 
WEBER, Max Ciência e Política: duas vocações. 18. ed. São Paulo: Cultrix, 2011. 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE II 
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS, PARÂMETROS CURRICULARES 
NACIONAIS E ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO DE 
SOCIOLOGIA. 
Professor Mestre Jorge Alberto de Figueiredo 
 
 
Plano de Estudo: 
● Repensar a Educação: Uma Reconstrução da Sociedade; 
● Lei de Diretrizes e Bases da Educação; 
● Diretrizes Curriculares Nacionais; 
● Parâmetros Curriculares Nacionais. 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
● Compreender a relevância da fundamentação teórica sobre as Leis que regem a 
educação brasileira; 
● Conhecer os documentos educacionais que regem a base estrutural e 
organizacional dos componentes curriculares; 
● Aprimorar os conhecimentos que orientam o Ensino de Sociologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Prezado (a) aluno (a), como tudo que fazemos em nosso cotidiano, estudar não é 
diferente, aprendemos em cada momento, nos aprimoramos, uma constante evolução, 
claro que cada uma da sua maneira, porque temos ritmos totalmente diferentes, o 
importante é que cada um de nós possamos descobrir qual o nosso ritmo e nos 
possibilitar crescer intelectualmente. 
 Issome faz mediar a você a refletir: “Com a experiência de vida que tem hoje, 
você mudaria algumas coisas em seu passado?”. Muitos devem ter dito que sim e até 
mesmo vislumbrar mentalmente quais seriam as mudanças. Entretanto chamo atenção 
para que compreendam que as nossas ações estão ligadas ao conhecimento que temos 
no momento. 
Ter uma visão sociológica é compreender a sociedade e as pessoas que nela 
estão inseridas. O que denota a extrema importância deste estudo. Atualmente vivemos 
conflitos ideológicos, religiosos, culturais, sociais e econômicos, justamente pela falta de 
compreensão que estamos em um mundo globalizado e as ideias devem ser respeitadas. 
Com o propósito de enriquecermos com as experiências dos outros e aprimorar as 
nossas experiências. 
Bem, o que isso tem a ver com o cenário educacional? Simples, o processo foi 
sendo estruturado com base no momento, assim, não podemos julgar sem ter um 
conhecimento do contexto histórico da época. Dessa forma o estudo desta unidade II irá 
proporcionar a você, um entendimento da evolução do sistema educacional brasileiro por 
meio do que você aprendeu na Unidade I, consolidando nossa aprendizagem nesta 
unidade que se baseia principalmente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 
Diretrizes Curriculares Nacionais, Parâmetros Curriculares Nacionais, Base Nacional 
Comum Curricular de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Orientações Curriculares 
para o Ensino de Sociologia. 
 
 
 
1 REPENSAR A EDUCAÇÃO: UMA RECONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE 
 
 
Ao aprender sobre a história da Sociologia e sua relevância enquanto disciplina 
escolar, é fundamental refletirmos sobre alguns pontos para seguir com mais 
conhecimentos que se agregam ao grande quebra-cabeça do sistema educacional e 
assim possibilitar uma análise crítica e construtiva, sobre as diretrizes legais para a 
implementação e permanência da disciplina no ambiente institucional. 
A Sociologia, que está inserida na área de Ciências Sociais, é crucial na 
atualidade, pois, estamos vivenciando momentos de grandes mudanças em todas as 
esferas: sociais, culturais, econômicas, educacionais e religiosas. Esta disciplina tem 
como um dos objetivos estudar a conduta das pessoas, tendo como base de pesquisa o 
meio e forma em que se conectam independente dos padrões sociais e instituições. 
 Também uma das suas características além da descrita acima é contribuir 
levantando problemas, questões, conflitos, para que outras ciências tais como: Ciência 
política que estuda os sistemas políticos quais estão intrínsecos às relações de poder.... 
a Antropologia que pesquisa o homem e a humanidade pautada nas questões culturais 
 
e econômicas. E a sociologia propriamente dita que pesquisa os relacionamentos sociais 
existentes em uma sociedade, para que possam direcionar propostas com o intuito de 
melhorar a sociedade. 
 Podemos então aqui, destacar que há várias evidências que denotam a 
necessidade de refletir sobre o momento qual estamos inseridos, deixemos de lado 
nossas escolhas pessoais enquanto política e religião para que possamos ter um olhar 
objetivando construir conceitos, ideias para agregar valor ao nosso cotidiano. 
Você também acredita na frase: “Este mundo não tem mais jeito?” Se você dizer 
que sim, compreendo, pois, muitas vezes nos sentimos cansados de remar contra a 
maré, de gerar expectativas que não condiz com nossa realidade. Mas se você acredita 
que há uma oportunidade de mudança, compartilho da sua opinião. O que há em muitas 
situações são valores morais e intelectuais que para muitos estão perdidos, momentos 
gritantes de individualidade e uma banalização de tudo o que achávamos correto. 
Primeiramente o conhecimento é o que fará toda a diferença para uma mudança 
significativa. Apenas diferencie conhecimento de informação, pois, o primeiro é pautado 
em estudos, pesquisas e o segundo é o vemos por exemplo nas redes sociais, quais 
nem tudo é verdade, mas estratégias do sistema capitalista para alcançar seus objetivos, 
nos usando como “massa de manobra”. 
De forma relevante a sociologia tem o papel de buscar argumentos para 
compreender as ações e reações que acontecem no mundo, para solucionar ou mediar 
problemas que possam acometer gerações futuras. Um exemplo bem preciso, que 
podemos considerar é quando você busca conhecer sua árvore genealógica, seus 
antepassados, sua história, neste contexto compreendendo o passado, o presente fica 
consistente e estruturado e consequentemente seu futuro também será. 
Assim fica claro como a sociologia, age, e quantos campos para serem 
investigados, vivemos em uma comunidade gigante e com grandes diferenças, para que 
possamos viver de forma harmônica é fundamental o conhecimento e sistematicamente 
o respeito. 
 Pensando assim, cada indivíduo não pode agir da maneira que bem entendemos, 
viver em sociedade é respeitar regras e normas, ao construirmos coletivamente 
 
condutas, leis, diretrizes, ações estamos pensando de forma conjunta, coletiva e 
agregando valor a todos de maneira substancial. 
 Educacionalmente não foi diferente, veremos na sequência de nossa unidade 
como de forma lenta, porém, concreta as leis foram sendo criadas oportunizando a todos 
o direito de igualdade. E aos poucos a evolução ao que se refere em destacar o aluno, 
como fonte central do processo de aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO 
 
As transformações no cenário educacional na maioria das vezes aconteceram de 
maneira imposta, reformas, ementas, leis e diretrizes vinculadas ao modismo ou modelos 
de países com realidades completamente diferentes, sem considerar detalhes cruciais, 
como questões sociais, culturais, econômicas entre muitas outras. No meio destas 
mudanças o professor era induzido a aplicar práticas, teorias quais não tinha qualificação 
e tão pouco entendimento e quando se agregava valor e tenacidade às novas 
imposições, novas mudanças educacionais surgiam. 
 Você assim como eu, sabemos que atravessamos um momento educacional 
diferente e muito importante, a tecnologia nunca se fez tão necessária. Mas as 
instituições educativas estavam preparadas? Sabemos que não, mas a educação é 
exatamente isso, uma novidade a cada dia e precisamos aprender a lidar com as 
mudanças e adaptar-se, buscar novas aprendizagens para evoluirmos. 
Mas a escola no que refere a parte estrutural e a parte humana não estava pronta 
e tão pouco está, para atender uma demanda de aulas a distância, isso quando 
pensamos em Educação Infantil e Educação Básica Anos Iniciais. 
 A política e a economia estão sendo a base de tantas mudanças no mundo, 
evidentemente que a pandemia, trouxe a urgência de se reinventar formas de manter o 
 
funcionamento da forma mais normal possível. Há muitos interesses em manter uma 
sociedade alienada. 
 A disciplina de Sociologia era inserida e retirada do ensino básico, e sempre 
estava relacionada aos acontecimentos políticos. Na Reforma de Rocha Vaz em 1925 o 
ensino desta importante disciplina foi inserida nas escolas secundárias. Em 1931 houve 
a Reforma Francisco Campos, entretanto a disciplina foi mantida até 1942, porém com 
a Reforma Capanema sua obrigatoriedade é retirada. É importante destacar que esta 
Reforma organizou o currículo do ensino secundário brasileiro. Estabelecendo em dois 
ciclos, ação inovadora para aquele momento histórico. 
 O primeiro era o ginásio com a durabilidade de quatro anos e agregava três áreas 
significativas: Línguas (Português, latim, Inglês e Francês), Ciências (Matemática, 
Ciências Naturais, História Geral, História do Brasil, Geografia geral e Geografia do 
Brasil); Artes (Trabalhos Manuais, Desenho e Canto Orfeônico). O segundo ciclo 
resultava na modalidade clássica ou científica, ambas com o tempo de finalização de 
trêsanos. 
A Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei de nº 4024/61 teve o 
intuito de alterar os conteúdos, propostas e metodologias com o intuito de desenvolver o 
espírito crítico, desta maneira os indivíduos seriam impulsionados a pensar de forma 
coerente, reflexiva e lógica, para ser capaz de tomar decisões, se posicionar mediante 
os fatos e acontecimentos, pautada em conhecimento de causa. 
Porém em 1964 a Ditadura Militar, surge e direcionava novos rumos para o 
sistema educacional brasileiro a sociologia foi retirada definitivamente do currículo 
escolar de nível secundário. A Lei das Diretrizes e Base da Educação Nacional – Lei nº 
5.692/71, desperta em seus direcionamentos a ênfase do desenvolvimento do espírito 
crítico, cidadania, formação de trabalhadores, tais características pressupunha ser uma 
proposta para a melhoria da economia do país. Mas as disciplinas científicas tiveram 
caráter profissionalizante, ou seja, contrárias à proposta curricular (BRASIL, 1971), 
configurando uma desigualdade educacional e consequente social. 
Reconhece que a cultura deixa de ser unitária e se bifurca em duas metades 
contraditórias. Uma delas representada no seleto grupo de letrados que se 
apropriam do aspecto subjetivo da cultura tornando-se dona das ideias e do 
 
conhecimento, enquanto a outra, afastada da esfera ideal da cultura, recebe as 
funções operativas e, no máximo, uma “instrução básica (PINTO, 1979, p.13). 
 
 A constituição brasileira de 1988 impulsionou a necessidade da reconstrução de 
uma nova LDB, resultando na Lei nº 9.394/96 que em seus § 1º e 2º, estabelece que 
toda articulação educacional deve estar relacionada ao mundo do trabalho e à vida em 
sociedade (BRASIL,1996), o que traduziria no desenvolvimento do potencial de cada ser 
humano, para a melhoria da sua vida em particular bem como para a coletividade. A 
Educação neste momento se solidifica em três bases: Educação Infantil, Ensino 
Fundamental e Médio. 
 Neste contexto a sociologia reaparece, mas como uma disciplina obrigatória, 
entretanto a Lei nº 11.684 de 2008, altera o art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir a 
Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos do ensino médio, 
passando a ser obrigatório, tenho um potencial pautado em lei e inserido nas disciplinas 
do ensino básico e assim foi sendo agregado suas especificidades em documentos 
norteadores quais embasam não apenas os conteúdos a serem trabalhados mas as 
metodologias serem utilizadas. 
A Lei 9.349/96 tem como premissa ao Ensino Médio direcionar para que o aluno 
tenha pleno conhecimento sobre a cidadania e faça uso de suas ações. Os objetivos da 
Sociologia nesta etapa de ensino é contribuir para a investigação, identificação, 
descrição, classificação e interpretação da vida em sociedade podendo assim 
compreender a realidade social que rodeia. 
 
 
 
 
 
 
3 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS 
 
 
 
No contexto da Educação Básica é crucial entendermos a relevância da 
individualidade no que se refere às diferenças, entretanto, socialmente compreendemos 
que cada qual, atua de acordo com seu conhecimento, suas experiências de vida, assim 
se remete ao trabalho formativo na escola pública. Conseguir perceber no aluno, mais 
que um número na chamada e sim um ser capaz de mudar o espaço que está inserido 
de forma positiva, caso seja dado oportunidades. 
 Todas as reflexões das Diretrizes Curriculares Nacionais tem a vertente de propor 
a construção de uma sociedade justa e igualitária. Você deve estar se questionando se 
isso é possível! De acordo com esta afirmativa podemos entender que é possível: “Todos 
os envolvidos na educação Básica, advindas de classe sociais e culturais, devem ter 
acesso ao conhecimento, produzido pela humanidade, que na escola é transmitido pelos 
conteúdos das disciplinas” (FRIGOTTO, 2004, p. 25). 
O ensino tradicional, momento em que o professor é o centro do processo ensino-
aprendizagem, se desloca a centralidade para o aluno. Os conteúdos antes 
 
fragmentados necessitam ser articulados para ser contextualizados e conectar-se de 
forma interdisciplinar com as demais disciplinas. As propostas visam proporcionar 
conhecimento a ponto de que o indivíduo consiga se posicionar diante de tantas 
contradições sociais, culturais, políticas e econômicas. 
Uma das formas de oportunizar a igualdade é diversificando as práticas 
pedagógicas em sala de aula, alcançando uma aprendizagem ampla, respeitando o 
tempo de cada aluno para a aquisição do conhecimento, bem como as diferentes formas 
que cada aluno tem para aprender. Vale ressaltar que todo aluno aprende, 
independentemente de sua classe social e/ou econômica. No decorrer da Unidade 4 
falaremos mais sobre essas ações. 
Assim é preciso compreender que em um currículo escolar há um direcionamento 
sobre o que deve ser trabalhado. Eu reflito da seguinte maneira: nenhum conteúdo pode 
ser retirado, mas de acordo com o momento histórico deve ser acrescentado e 
paralelamente inserir propostas pedagógicas coerentes. O currículo pressupõe que deva 
conter: 
 
[...] os aspectos intelectuais, físicos, emocionais e sociais são importantes 
no desenvolvimento da vida do indivíduo, levando em conta, além disso, 
que terão de ser objeto de tratamentos coerentes para que se consigam 
finalidades tão diversas, ter-se-á que ponderar, como consequência 
inevitável, os aspectos metodológicos do ensino, já que destes depende 
a consecução de muitas dessas finalidades e não de conteúdos estritos 
de ensino. Desde então, a metodologia e a importância da experiência 
estão ligadas indissoluvelmente ao conceito de currículo. O importante do 
currículo é a experiência, a recriação da cultura em termos de vivências, 
a provocação de situações problemáticas [...] (SACRISTÁN, 2000, p. 41). 
 
 Você precisa compreender que as concepções das diretrizes não são inovadoras, 
pois, as discussões para que as mudanças ocorressem são antigas, antes de concluir as 
diretrizes, surgiu o Currículo Básico, ou seja, o aprimoramento desses estudos, um 
grande fator de relevância é o destaque para as concepções científicas, filosóficas e 
artísticas objetivando enaltecer as todas as disciplinas. 
 As diretrizes transcorrem na perspectiva histórica e crítica para estruturação dos 
conteúdos disciplinares, pois, embora sejam diferentes em alguns aspectos se 
 
sistematizam nos quesitos epistemológicos e cognitivos esses princípios, são 
significativos por direcionar conhecimento para os alunos para a vida sistematizados pela 
prática social. O que resultaria para o aluno a formação necessária para o embate diário 
com o intuito de transformações nas esferas sociais, econômicas, políticas e culturais do 
momento vivido. A escola precisa mediar momentos de discussão e diálogo sobre os 
conhecimentos sistematizados e o popular. 
 A importância dos conteúdos e da atuação do professor, não apenas em sua 
prática educativa, mas na produção de seu plano de ensino. Os conteúdos passaram a 
ser estruturados, pois, com os temas transversais existentes na década de 1990 os 
mesmos ficaram fragmentados e incoerentes. Assim… 
 
Sem conteúdo não há ensino, qualquer projeto educativo acaba se 
concretizando na aspiração de conseguir alguns efeitos nos sujeitos que se 
educam. Referindo-se estas afirmações ao tratamento científico do ensino, pode-
se dizer que sem formalizar os problemas relativos aos conteúdos não existe 
discurso rigoroso nem científico sobre o ensino, porque estaríamos falando de 
uma atividade vazia ou com significado à margem do para que serve 
(SACRISTÁN, 2000, p. 46). 
 
 A sociologia é intrigante, nos impulsiona a sanar curiosidades e direcionar 
condições para melhorar, amenizar ou até mesmo solucionar conflitosexistentes. 
Sempre de forma crítica e racional, sendo capaz de observar a realidade sem deixar ser 
influenciado pelas dificuldades ou obscuridades acarretadas pelo sistema capitalista. 
 Você é influenciado pelo sistema capitalista? Eu posso afirmar de alguma forma 
que todos nós somos grandes influenciados. E um dos grandes responsáveis por essa 
influência são as redes sociais. Muitas vezes nem precisamos, daquela roupa, sapato, 
carro, smartphone, entre outros exemplos, adquirimos. Tudo é pensado para atrair esse 
consumidor impulsivo, desde as cores dos estabelecimentos até as organizações das 
gôndolas em um supermercado. Consumismo. Esse é um assunto que em sala de aula 
rende discussões importantíssimas. 
Na proposta das Diretrizes Curriculares a temática das Ciências Sociais, qual a 
Sociologia é protagonista e propõem que os conteúdos sejam estruturados de forma a 
explicar os fenômenos sociais, que nada mais são que conceitos que fundamentam a 
 
realidade e todas as suas consequências. Apresentando alguns pontos cruciais, quais o 
professor do ensino Médio deve estar atento ao aprender e ao ensinar a Sociologia sendo 
eles: problemas teóricos, problemas metodológicos e pedagógicos. Os conteúdos 
estruturantes propostos estão envoltos da seguinte forma: 
● O processo de socialização e as instituições sociais; 
● Cultura e indústria Cultural; 
● Trabalho produção e classes sociais; 
● Poder politico e ideologia; 
● Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais 
 Portanto fica explícito que: 
Quando o aluno compreende que os cheiros, os gestos, as gírias, as tensões e 
conflitos, as lágrimas e alegrias, enfim, o drama concreto dos seus pares, é em 
grande medida resultante de uma configuração específica de seu mundo, então a 
Sociologia cumpriu sua finalidade pedagógica (SARANDY, 2001 p. 61). 
 As Diretrizes Curriculares Nacionais voltadas para o Ensino Médio concretiza 
uma ação educativa, alicerçada pelo contexto estético, político e ético. Assim enriquece 
e dá um novo sentido ao documento do século XXI, da UNESCO, que tinha seus pilares 
educacionais voltados para o aprender a conhecer, no aprender a fazer, aprender a 
conviver e aprender a ser. Forte educação humanista, trazendo em seus princípios 
atributos estéticos, político éticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS 
 
 
 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais tiveram seus estudos iniciais em 1996 com 
o intuito de aprimorar o currículo, sendo como embasamento um novo papel social, 
condizente com o momento histórico, passando por várias versões até o formato final. 
Além de produções específicas para os conhecimentos das disciplinas, também foi 
acrescido conhecimento das Ciências Humanas por serem consideradas fundamentais 
para o Ensino Médio, ofertando oportunidade para reflexões mais elaboradas tais como: 
Antropologia, Política, Direito, Economia e Psicologia. 
 As inclusões desses conhecimentos caracterizam, ainda mais ensejo de que a 
aprendizagem tenha a integração e aplicabilidade no contexto diário do indivíduo para 
que aprenda seus direitos. Eu entendo que nesta intenção do documento há uma 
necessidade não apenas de aprender sobre os direitos, mas deveres que são também 
significativos no compromisso com o papel de cidadão. Bem nesse ponto o papel da 
interdisciplinaridade é necessário, pois os conhecimentos que foram adicionados tinham 
por caraterísticas trabalhar por meio de projetos ou outras práticas pedagógicas que 
 
denotem articulação e sistematização entre elas. Vamos compreender um pouco mais 
sobre interdisciplinaridade. 
Para Ivani Fazenda (1994), o conceito de interdisciplinaridade surgiu na Europa, 
mais especificamente na França e Itália, no início da década de 60. Foi gerado para ser 
resposta a reivindicações para um ensino voltado às questões de ordens social, política 
e econômica da época, conceituando que, com a integração dos conhecimentos, teria a 
possibilidade de resolver grandes problemas. No Brasil o assunto sobre 
interdisciplinaridade surgiu no final da década de 60, influenciando na elaboração da Lei 
de Diretrizes e Bases 5.692/71. Desta forma, esse tema passou a fazer parte do cenário 
educacional brasileiro e intensificado com a LDB 9.394/96 e com os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN). 
Para que haja uma prática interdisciplinar, o professor precisa se comprometer 
em fazer, com seriedade e compromisso, seu trabalho pedagógico. Com as experiências 
adquiridas, a escola se estrutura, descarta, faz recortes, constrói e desconstrói caminhos 
cada vez mais edificantes interdisciplinarmente. De acordo com Japiassu, “O objetivo 
utópico do interdisciplinar é a unidade do saber”, e vai mais longe, ao reconhecer que a 
“Interdisciplinaridade não é algo que se ensine ou que se aprenda, mas algo que se vive” 
e considera que “é fundamentalmente uma atitude de espírito. Atitude feita de 
curiosidade, de abertura, de sentido de aventura, de intuição das relações existentes 
entre as coisas e que escapam à observação comum” (JAPIASSU, 1979, p.15). 
A intencionalidade educativa é ensinar os morais e a ética, bem característicos do 
positivismo evidenciados em nossa bandeira nacional “ordem e progresso”. Você 
percebeu que as palavras, ética e moral são constantes em todo o momento histórico? 
E ao vivenciarmos situações tão discrepantes das condutas ideais tendo como parâmetro 
uma sociedade justa e igualitária, notoriamente entendemos a proposta e a necessidade 
da disciplina de Sociologia: a compreensão do homem em todas as suas artimanhas. 
A tecnologia passa a ser um recurso muito valorizado nas orientações dos PCNs, 
haja vista a crescente evolução deste meio em todos os setores, assim na educação não 
poderia ser diferente, analisando a ampliação de suas possibilidades enquanto recurso 
e/ou processo. Dos princípios que já discutimos, citado no documento da UNESCO, 
destacando seus quatro pilares, todas as competências e habilidades encontram-se 
 
permeadas por elas. Entretanto, quando falamos em aprender a conhecer, surge a 
necessidade da seguinte reflexão. Você sabe que a partir do momento em que 
aprendemos a nos conhecermos, simultaneamente sabemos nossos limites, o que nos 
prepara para cada ação conscientemente? 
Neste contexto, quando falamos deste pilar imediatamente devemos pensar na 
formação dos indivíduos pautada nas competências cognitivas, sócio-afetivas e 
psicomotoras que impulsionam a ampliação de suas habilidades. Para ficar claro vamos 
distinguir o que define competência e habilidade. Os dois conceitos estão interligados, a 
habilidade está intrinsecamente ligada ao saber fazer, são os conhecimentos que vão 
sendo adquiridos que lhe conduz a ter habilidade. As junções destas habilidades 
asseguram a execução de ações, condutas, porque suscitam na competência. Assim 
podemos entender que: 
Se aceitarmos que competência é uma capacidade de agir eficazmente 
num determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem 
se limitar a eles, é preciso que alunos e professores se conscientizem das 
suas capacidades individuais que melhor podem servir o processo cíclico 
de Aprendizagem-Ensino-Aprendizagem (PERRENOUD, 1999, p 7). 
 Além disso: 
A construção de competências é inseparável da formação dos esquemas 
mentais que mobilizam os conhecimentos adquiridos, num determinado 
tempo ou circunstância. A mobilização dos diversos recursos cognitivos, 
numa determinada situação, assegura-se pela experiência vivenciada. O 
sujeito não consegue desenvolvê-la apenas com interiorização do 
conhecimento. É preciso internalizá-la buscando uma postura reflexiva, 
capaz de torná-la uma prática eficaz (FERREIRA, 2001, p. 48). 
 
 O ensino de Sociologia no Ensino Médio está relacionado a sua maturidade, bem 
como seu ingresso ao mercado de trabalho, o que configura uma complexidade maiorem sua interação com o meio. O que configura a relevância das Ciências Sociais, neste 
momento. Pois a Sociologia, Antropologia e Política estão presentes em seu cotidiano. 
Estudamos na Unidade I, alguns pensadores Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim, 
suas teorias são muito atuais, há uma necessidade de incentivar estas discussões tendo 
 
em vista todas as crises, conflitos passados que se identificam com muitos 
acontecimentos atuais, tendo o indivíduo e a sociedade como princípio. 
Essa relação indivíduo e sociedade exemplifica o comportamento de uma pessoa, 
que desencadeia uma reação na sociedade, seja de forma positiva ou negativa, as 
divergências de pensamento, de conduta não devem causar desrespeito com o próximo, 
respeitar a opinião contrária do outro, não fere seus pensamentos, seus valores. 
 As discussões, os embates que acometem os processos sociais, frutos do sistema 
capitalista, em ebulição com as dinâmicas políticas e econômicas, mobilizam muitas 
pessoas, as quais quanto críticas e conscientes contribui para a continuidade da ordem, 
alavancando o progresso, sequenciando mudanças sociais e significativas. 
[...] A leitura ocorre de forma natural, independente da aprendizagem 
escolar, sendo vital na interação no mundo em que vivemos, pois 
contribui para o crescimento intelectual, afastando a ignorância. Lobato 
afirma: “A novela popular pelo sistema antigo quer em folhetins de jornais 
quer em brochuras baratas está quase morta entre nós, onde, aliás, 
nunca teve grande desenvolvimento graças ao nosso fantástico 
analfabetismo”. E segue descrevendo que “A proporção nas capitais e no 
interior do país entre a novela vista e a lida será, talvez, de uma para mil” 
(LOBATO, 2009, p. 29). 
 
 A família e o estado passam a ter novas posturas e papéis. Modelos familiares 
das mais diversas e o Estado também passa a ter direitos e deveres. E os indivíduos 
passam a cobrar do poder público, destacando por meio dos votos seu 
descontentamento ou sua aprovação. 
 Façamos uma pausa! Você gosta de política? Até que ponto está envolvida (o)? 
Uns são mais apaixonados que outros pela política. Alguns até exageradamente. Mas 
todos nós vivemos em meio a política, nossa vida está interligada a ela, seja, no trabalho, 
na religião, em nosso dia-a-dia. Se ela faz parte tão contundente devemos estar atentos 
a isso. Sem intenções partidárias. Estamos falando de engajamento na sociedade ( que 
é política) que resulta em oportunidade de trabalho, de estudo, de avanços coletivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 As competências gerais da Educação Básica e com as da área de Ciências 
Humanas do Ensino Fundamental, no Ensino Médio a área de Ciências Humanas e 
Sociais Aplicadas deve garantir aos estudantes o desenvolvimento de competências 
específicas. Relacionadas a cada uma delas, são indicadas, posteriormente, habilidades 
a serem alcançadas nesta etapa. Seis são as competências que são descritas na Base 
Nacional Curricular Comum e cada uma delas explicita os objetivos orientando o 
 
professor para que compreenda as habilidades que devem ser desenvolvidas por meio 
de suas práticas pedagógicas para com o aluno. 
BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/.2017. Disponível em 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC EnsinoMedio embaixa_site_110518.pdf. 
Acesso 26/08/2021. 
 
REFLITA 
Conhecer não é o ato através do qual um sujeito transformado em objeto, recebe 
dócil e passivamente os conteúdos que outro lhe dá ou lhe impõe. O conhecimento pelo 
contrário, exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer sua ação 
transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante. Implica invenção e 
reinvenção (FREIRE, 1985, p.7). 
#REFLITA# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
É notório como nosso conhecimento se amplia a cada dia, isso porque estamos 
inseridos em um contexto histórico que agrega valores a nossas ações. Aprendemos que 
a disciplina de Sociologia tem sua identidade na compreensão de como a sociedade se 
organiza, como ela age, tendo como o centro da observação o indivíduo, pois, ele insere 
nas questões sociais, religiosas, econômicas, culturais ofertando uma mobilização. 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/.2017
 
 Nem sempre as mobilizações são positivas, devido às diferenças de opiniões, 
crenças e valores. Tudo se adapta conforme as necessidades. A Sociologia é uma 
ciência capaz de nortear pontos que precisam ser melhorados e por meio da pesquisa, 
do processo investigativo, surgem novas possibilidades essenciais para o homem, seja, 
trabalho, tecnologia, vivências em mais diversos grupos sociais ou políticos. 
Além disso, todas as informações e conhecimentos pautados nas questões 
sociológicas são fontes de pesquisa para outras ciências, tais como a Psicologia, 
Economia, Antropologia, Ciências entre outras. Incrível, mas a interdisciplinaridade 
acontece nestas trocas de informações o que impulsiona os estudos de forma mais 
organizada e concisa. 
Como a sociedade vive em constante mudança, para se manter atualizado diante 
das questões que as envolve, as leituras, os estudos devem ser sistêmicos e pontuais. 
Todos os dias algo se inova. O papel do professor é estar sempre atualizado, sobre as 
diretrizes bem como assuntos relevantes que estão em evidência, para que possa 
conciliar os conteúdos do currículo com a realidade cotidiana. 
Esses atributos contribui para que a aprendizagem fique mais intrigante, no 
sentido de despertar no aluno (a) a curiosidade, para a busca da pesquisa e 
concomitantemente construa suas próprias hipóteses, discuta com seus pares, pesquisa, 
elabore argumentos e refute caso necessário. Entretanto é prudente compreender que 
para o ensino de sociologia problematizar é preciso. Agir é necessário. 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. http://pne.mec.gov.br. 2014. Disponível em: 
http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-
educacao-lei-n-13-005-2014. Acesso em: 13 set. 2021. 
Resumo: Plano Nacional de Educação, consequente da Lei nº 13.005/2014, expondo 
de forma detalhadas as 20 metas propostas para a educação, com vigência de 10 anos, 
na forma do Anexo, com vistas no cumprimento do disposto no art. 214 da Constituição 
Federal. 
http://pne.mec.gov.br/
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
Título: O Ensino de Sociologia e de Filosofia no Brasil 
Autor: Bodart, Cristiano das Neves. 
Editora: Café com Sociologia. 
Sinopse: O referido livro é uma obra construída por intermédio de estudos acadêmicos 
(pesquisas) e políticas, focando na importância do ensino de Sociologia, bem como da 
Filosofia. O mesmo é dividido em oito capítulos que expressam reflexões que facilitam a 
compreensão acerca do ensino desta disciplina, deste seu contexto histórico à reflexão 
sobre a ação docente. 
 
 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
 
Título: Tempos Modernos 
Ano: 1936 
Sinopse: Um trabalhador devido a mecanização em seu trabalho é levado à loucura. 
Passa por tratamento, mas sofre a consequência ficando desempregado. Decide 
recomeçar, é preso, acusado injustamente. Para manter sua família (suas irmãs), 
começa a praticar delitos. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Disponível em wwwp.fc.unesp.br/~lizanata/LDB%204024-61. 
 
BRASIL. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino 
de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Disponível em 
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm. 
 
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: Língua 
Portuguesa. Brasília: MECSEF, 1998. BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: 
terceiro e quarto ciclos: Matemática. Brasília: MECSEF,

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