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Linfoma de Hodgkin, Linfoma Não Hodgkin, Quimioterápicos

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LINFOMAS
Grupo de neoplasias causadas por linfócitos malignos que se acumulam nos linfonodos e produzem o QC de linfonodopatias. Podem invadir o sangue ou infiltrar órgãos fora do tecido linfoide.
LINFOMA DE HODGKIN
Definição
Forma de câncer que se origina nos linfonodos do sistema linfático (órgãos e tecidos que produzem células responsáveis pela imunidade). Quando um linfócito, geralmente B do centro germinativo, se transforma em célula maligna esta começa a produzir clones nos linfonodos e se não tratadas podem se disseminar por todo corpo, através dos vasos linfáticos. Há presença de células de Reed-Sternberg (olhos corujas) gigantes e multinucleadas.Boa resposta ao tratamento.
Incidência
Rara em crianças, predominante ao sexo masculino; um pico de incidência maior 20-30 anos.
Possui uma apresentação histológica e clínica variada, conforme a região e o desenvolvimento econômico do local. Em regiões do Brasil mais pobres, ocorre um predomínio do tipo histológico de celularidade mista, enquanto que em regiões mais ricas ocorre mais do tipo esclerose nodular.
Fisiopatologia
Desconhecida. O vírus Epstein-Barr (EBV) permanece como hipótese principal, pois o EBV tem a capacidade de infectar principalmente os linfócitos B, causando uma proliferação excessiva dessas células que, consequentemente, possibilita a formação de células neoplásicas. 
QC
1- Maioria dos pacientes tem aumento assimétrico de linfonodos superficiais; firmes; indolores e separados. No início localização mais periférica e depois abrange o sistema linfático.
2- Discreta esplenomegalia durante evolução da doença 50% casos. Pode ter envolvimento hepático com hepatomegalia.
3-Envolvimento mediastinal 10% casos- ligado à esclerose nodular. Derrame pleural e obstrução VCS
4-LHcutaneo é complicação tardia de 10% casos.
5- Sintomas sistêmicos (em pacientes grave): febre contínua ou cíclica; prurido intenso; ingestão de álcool leva a dor na região acometida; perda de peso; sudorese profusa; fraqueza; fadiga; anorexia e caquexia. Sintomas B: Febre; Sudorese noturna; Perda ponderal > 10% do peso. 
Achados
Anemia normocítica normocrômica; infiltração MO incomum; 1/3 paciente com neutrofilia; eosinofilia comum; linfopenia e perda imunidade celular em pacientes graves. Desidrogenase lática alta. + Trombocitose + VHS alto + LDH alto + B2-microglobulina alto + Fosfatase alcalina alta.
Obs: fazer pesquisa anti-HIV no diagnóstico.
Diagnóstico
Baseado no histopatológico dos linfonodos acometidos, escolhendo o “melhor linfonodo” para ser biopsiado (o mais representativo). 
O encontro das células de Reed-Sternberg, cercadas por um “pano de fundo” de linfócitos, plasmócitos, histiócitos e eosinófilos confirma LH. 
Nos casos duvidosos, procede-se à imuno-histoquímica, que irá revelar o padrão CD15 (75-85%); CD30 (80-100%); Fator de transcrição/proteína ativadora de células B (90%); CD20 (40%). 
Linfoma de predomínio linfocítico nodular que se cora: 
● Positivamente para CD20 e marcadores de células B especializadas CD79a e CD45 (em quase 100%). 
● Negativamente para CD30 e CD15. 
Linfoma de grandes células anaplásica que se cora: 
● Positivamente para CD30. 
● Negativamente para CD15, CD20 e CD79a. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Linfomas não Hodgkin; Tumores de células germinativas; Timoma; Sarcoidose; Tuberculose. 
Deve-se biopsiar todo linfonodo que apresente: 
● 1. Tamanho > 2 cm 
● 2. Supraclavicular ou Escalênica 
● 3. Crescimento progressivo 
● 4. Consistência endurecida e imovel (aderido)
Estadiamento
Baseia-se na história e exame clínicos, na biópsia linfonodal, nos exames de imagem e na biópsia de MO bilateral. 
Exames: Anamnese em busca de sintomas B ou outros sintomas do LH + Exame físico em busca de linfadenopatia ou organomegalia + Hemograma completo + Creatinina sérica + Fosfatase alcalina + LDH + Bilirrubina + Eletroforese de proteínas (albumina sérica) + Radiografia de tórax póstero anterior e lateral + TC de pescoço, tórax, abdome e pelve + Tomografia por emissão de pósitrons com fludesoxiglicose associada a tomografia computadorizada (PET/TC) + Biópsia e aspirado de MO (Hb < 12 g/dl ou leucometria < 4.000) + Exame de ouvido, nariz e garganta (envolvimento de linfonodo cervical ou supra-hióide).
Estágio I: Acometimento de 1 única cadeia linfonodal ou extranodal. 
Estágio II: Acometimento de ≥ 2 cadeias linfonodais ou estruturas linfóides no mesmo lado do diafragma, com ou sem contiguidade com local extralinfático (IIE). 
Estágio III: Acometimento de cadeias linfonodais ou estruturas linfóides em ambos os lados do diafragma. 
Estágio IV: Acometimento extranodal não decorrente de extensão de um sítio linfonodal.
Tratamento
A escolha deve levar em consideração o estágio da doença (principal determinante), o estado clínico do paciente e outras patologias associadas. 
-1a linha: Quimioterapia e Radioterapia, pois as células neoplásicas deste tumor são extremamente quimiossensíveis e radiossensíveis.
-2a linha: Transplante autólogo de células hematopoiéticas, na recidiva à quimioterapia. 
-3a linha: Brentuximab vedotin (Adcetris), para as recidivas ao transplante autólogo. 
Pode-se associar Quimioterapia ou Radioterapia + Brentuximab vedotin, substituindo a bleomicina no esquema ABVD. 
Pode ser usado também o esquema BEACOPP (bleomicina, etoposide, doxorrubicina, ciclofosfamida, vincristina, procarbazina e prednisona), que apresenta um melhor controle inicial do tumor que o ABVD, porém tem um resultado a longo prazo que não difere, sendo uma desvantagem em relação ao ABVD, pois tem uma taxa de complicações muito maior.
Prognóstico
Prognóstico “favorável” (todos):
Idade < 50 anos; Esclerose nodular; Ausência de sintomas B; ≤ 3 cadeias linfóides acometidas; Ausência de doença volumosa (bulky); VHS < 50 mm/h. 
Prognóstico “desfavorável” (≥ 1):
Idade > 50 anos; Celularidade mista; Sintomas B; > 3 cadeias acometidas; Doença volumosa (bulky); VHS > 50 mm/h ou VHS > 30 mm/h na vigência de sintomas B.
LINFOMAS NÃO HODGKIN
Definição
Grupo de tumores linfoides clonais, 85% originados de células B e 15% de células T ou NK. Variam de turmores altamente proliferativos até a malignos mais indolentes e bem-tolerados.
Incidência
Mais frequente em homens 50—60anos, mas pode aparecer em qualquer idade.
Classificação
Linfomas B tendem a mimetizar células B na MO, células no centro germinativo CG ou pós-CG nos linfonodos. Linfomas T assemelham-se a precursores de célula T da MO ou timo, ou a células T periféricas maduras.
Patogênese
Etiologia desconhecida em grande parte dos casos. Acredita-se que agentes ambientais e anormalidades genéticas herdadas participam nas alterações irreversíveis sofridas por cromossomas, ativando proto-oncogenes ou inativando antioncogenes.
-AIDS: Por exclusivamente à imunodepressão na fase (queda de TCD4). Os LNH relacionados à AIDS são os linfomas B de alto grau de malignidade, sendo Linfoma B difuso de grandes células (imunoblástico) e Linfoma de Burkitt os mais comuns (70%). 
-TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS: Pelo emprego de terapias imunossupressoras prolongadas, predominam nos transplantados cardíacos e de coração-pulmão. 
-DEFICIÊNCIAS IMUNES CONGÊNITAS: Ataxia-telangiectasia; Síndrome de Wiskott-Aldrich; Imunodeficiência comum variável; Síndrome linfoproliferativa ligada ao X. 
-AGENTES INFECCIOSOS ESPECÍFICOS: Epstein-Barr; HTLV-I; Helicobacter pylori. 
-DOENÇAS AUTOIMUNES: Por levarem ao estado de hiperproliferação de linfócitos B. Síndrome de Sjögren; Tireoidite de Hashimoto. 
-DOENÇAS INTESTINAIS: Doença Celíaca; Doença Intestinal Imunoproliferativa. 
-EXPOSIÇÃO A FATORES AMBIENTAIS: Herbicidas na agricultura; Radiação ionizante; Solventes orgânicos; Resinas de cabelo.
QC
1-Linfonodopatia superficial: maioria dos pacientes possui aumento assimétrico e indolor de linfonodos e uma ou mais regiões de linfonodos periféricos.
2-Sintomas sistêmicos: febre, sudorese noturna; perda de peso menos frequentes (sintomas B)
3-envolvimento orofaríngeo: anel de Waldeyer causando dor de garganta ou respiração obstruída.
4-Manifestações das citopenias:sinais e sintomas de anemia; infecções devidas a neutropenia ou púrpura com trombocitopenia. Em pacientes com acometimento difuso da MO
5- Doença abdominal- hepato e esplenomegalia; envolvimento de linfonodos retroperitoneais e mesentéricos. TGI sítio mais envolvido depois da MO.
6-Outros órgãos: pele; cérebro; testículos e tireoide. 
Diagnóstico
Biópsia para linfonodo com: 
● 1- Tamanho > 2 cm 
● 2- Supraclavicular ou Escalênica 
● 3- Crescimento progressivo 
● 4- Consistência endurecida (aderido aos planos profundos) 
Fazer diagnóstico diferencial com doenças infecciosas, como tuberculose, micose profunda, mononucleose, toxoplasmose, citomegalovirose, infecção pelo HIV ou linfadenopatia.Apenas o linfoma linfoblástico e a forma mediastinal primária do linfoma difuso de grandes células B têm a preferência pelo mediastino, e costumam ter tosse seca persistente, desconforto torácico e, por vezes, a síndrome de compressão da VCS.
Achados laboratoriais
-Doença avançada envolvim. MO pode cursar com anemia; neutropenia e trombocitopenia
- Células linfomatosas, encontradas no sangue periférico.
- Biópsia de MO valiosa.
- Desidrogenase Láctica (LDH) sérica eleva-se em doença extensa, marca prognóstico. Pode ter hiperuricemia.
-Proteinograma sério pode mostrar paraproteína
- Deve ser feita pesquisa de anticorpos anti-HIV.
Citogenética
Estadiamento 
Subdivide em A (sem sintomas) e B (com sintomas).
Estágio I: Comprometimento de 1 região linfonodal ou 1 único sítio extranodal (estágio IE). 
Estágio II: Comprometimento de ≥ 2 regiões linfonodais ou sítio extranodal localizado (estágio IIE), do mesmo lado do diafragma (acima ou abaixo). 
Estágio III: Comprometimento de regiões linfonodais dos 2 lados do diafragma, incluindo por vezes um sítio extranodal localizado (IIIE) ou o baço (IIIS). 
Estágio IV: Comprometimento difuso ou disseminado de um ou mais sítios extranodais (fígado, medula óssea, pulmão etc).
Tipos 
LINFOMA MALT (indolente) :
Corresponde a 5% de todos os LNH, sendo que geralmente surge como complicação de doenças inflamatórias benignas que estimulam a formação de tecido linfóide na mucosa do órgão acometido.
Histopatológico: O subtipo mais comum é o linfoma da zona marginal, sendo caracterizado pela infiltração pleomórfica por linfócitos pequenos (condrócito-símiles), células monocitóides, células plasmocitóides e raros centroblastos. Os folículos linfáticos estão presentes, com zona do manto e zona marginal proeminentes. Células centrocíticas infiltram o epitélio e suas glândulas dando o aspecto de uma lesão linfoepitelial. 
Imunofenotipagem: Marcadores de células B (CD20 e proteína BCL-2, que bloqueia a apoptose destas) e Ig de superfície (IgM>IgG>IgA). 
Citogenética: Translocação cromossomial t(1; 14). 
LINFOMA FOLICULAR DE CÉLULAS B (indolente) :
É o 2° LNH mais comum (70% dos linfomas indolentes). É derivado dos linfócitos B dos centros germinativos, que já tiveram contato antigênico e encontram-se em fase de transformação. Acomete mais idosos, com predomínio em mulheres (1,3:1). 
QT: Linfadenomegalia insidiosa (mais cervicais, supraclaviculares, axilares e inguinais) + Hepatoesplenomegalia difusa (50%) + LDH sérico alto + Períodos de regressão espontânea intercalados com crescimento linfonodal + Linfócitos neoplásicos ou leucemização (30%). 
TTO: A terapia deve ser reservada para os poucos casos de doença localizada (terapia curativa) ou na presença de sintomas ou complicações (terapia paliativa), como dor, obstrução linfática ou compressão orgânica. A grande maioria dos casos não tem cura e virtualmente todos morrem do próprio linfoma. 
Histopatológico: Linfomas grandes e numerosos folículos linfáticos, sobrepostos, dispostos homogeneamente por todo o linfonodo. Imunofenotipagem: Marcadores CD19, CD20, CD79, CD10 e CD43. Expressam IgM ou IgG de superfície e a proteína BCL-2 no citoplasma. Citogenética: Translocação cromossomial t(14;18). LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B (agressivo) :
Corresponde a > 90% dos casos de linfomas agressivos. É derivado dos linfócitos B em transformação blástica dos centros germinativos, que já tiveram contato antigênico, sendo mais comum em idosos, mas pode ocorrer entre 40-70 anos, com um ligeiro predomínio em homens (1,2:1). A doença se manifesta geralmente com uma massa linfonodal de crescimento rápido na região cervical e abdominal, sintomas extranodais ou sintomas B. Alguns pacientes que se apresentam com linfoma difuso de grandes células, na verdade, já tinham um linfoma B indolente que sofreu transformação. 
Histopatológico: Infiltração linfocítica de padrão difuso. Os linfócitos são centroblastos típicos, apresentando um núcleo grande com ≥ 3 nucléolos proeminentes e justapostos à membrana nuclear.
Imunofenotipagem: Marcadores universais de linfócitos B (CD19, CD20, CD79) + CD45. Expressam IgM ou IgG de superfície e a proteína Bcl-2 no citoplasma. 
Citogenética: Translocações cromossomiais t(3; 14) e t(14; 18). 
LINFOMA DE BURKITT (agressivo) :
2° linfoma mais comum da infância (30%), raros em adultos, exceto em HIV+. É derivado de linfócitos B do centro germinativo e que, tal como os centrócitos, já foram submetidos à ativação antigênica. Tem comportamento altamente agressivo, com crescimento tumoral muito rápido, acometimento extranodal, mas com chance razoável de cura pela poliquimioterapia. 3 formas etnogênicas e epidemiológicas, sendo em pacientes com HIV, Esporádica e Endêmica Africana (relacionado a locais com ↑incidência de malária, infecção pelo vírus Epstein-Barr). Apresenta massa mandibular/facial, disseminando-se posteriormente para órgãos internos, como TGI, MO, SNC, rins e gônadas. 
Histopatológico: Padrão difuso de infiltração linfocítica, com aspecto clássico “em céu estrelado” pela presença de macrófagos com fragmentos de células apoptóticas no citoplasma. Imunofenotipagem: Marcadores universais de linfócitos B (CD19, CD20, CD79) + CD10. Expressam IgM de superfície e a proteína BCL-2 no citopla
Tratamento
LINFOMAS INDOLENTES 
Em casos de linfoma indolente avançado oligo/assintomático deve ser expectante. 
Só se indicam terapias específicas em estágio avançado com sintomas decorrentes da doença. Estágio I + Sintomas: Radioterapia local. 
Estágios avançados sintomáticos: Rituximab IV por 4 semanas (anticorpo monoclonal anti-CD20) associados ou não à quimioterápicos, como bendamustina, R-CVP (ciclofosfamida, vincristina e prednisona), R-CHOP (ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona).
Remissão completa inicial em 50-75% dos casos. Portadores de doença mais agressiva podem fazer o transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas, se preencherem os pré-requisitos básicos ou quimioterapia de 2a linha (lenalidomida, ibrutinibe, idelalisibe ou obinutuzumabe). 
Em casos de recidiva, faz-se transplante autólogo, com remissões longas, mas sem expectativa de cura. Em casos associados à infecção bacteriana, como o H. pylori, indica-se ATB + Radioterapia. 
LINFOMAS AGRESSIVOS 
Linfoma difuso de grandes células B: 
● O mais comum dos linfomas não hodgkin agressivo, indica-se o sistema R-CHOP em qualquer estágio. 
● Aumenta a taxa de resposta completa e prolonga a sobrevida global sem um aumento significativo da toxicidade. 
● 3 ciclos de R-CHOP + Radioterapia. 
● 6 ciclos de R-CHOP sem radioterapia. 
Para pacientes com linfoma de duplo impacto, é utilizado o esquema R-EPOCH (Rituximabe, etoposide infusional, doxorrubicina e vincristina, ciclofosfamida e prednisona) por ser mais eficaz.
Pacientes > 65 anos, com linfoma agressivo em tratamento quimioterápico e com risco de neutropenia febril, pode ser utilizado Filgrastim (fator estimulador de colônia de granulócitos) para reduzir o risco da neutropenia febril. 
O tratamento com quimioterapia em altas doses e transplante autólogo desempenham um melhor resultado de cura do que a quimioterapia. 
LINFOMAS ALTAMENTE AGRESSIVOS Linfoma de Burkitt: 
● Mais comum, que afeta principalmente pacientes jovens, sendo comum em pacientes com HIV associado. 
● Usa-se HyperCVAD ou CODOX-M/IVAC+ Rituximabe, com uma sobrevida de 5 anos em 75% dos casos. International Prognostic Index (IPI): Idade > 60 anos; LDH elevado; Estágio ≥ 2; Acometimento extranodal > 1. Follicular Lymphoma IPI (FLIPI): 4 áreas nodais; Hb < 12 g/dl; Idade avançada; LDH elevado; Estágio III ou IV.
ADENOPATIAS/LINFADENOPATIAS/MEGALIAS
Definição
 É o aumento palpável (> 1 cm) de ≥ 1 nos linfonodos; é categorizada como:
-Localizada: quando presente em apenas 1 área do corpo
-Generalizada: quando presente em ≥ 2 áreas do corpo
Linfadenite é a linfadenopatia com dor e/ou sinais de inflamação (p. ex., vermelhidão, sensibilidade).
Fisiopatologia
Parte do plasma e de algumas células (p. ex., células cancerosas, microrganismos infecciosos) no espaço intersticial, juntamente com certos materiais 
celulares, antígenos e partículas estranhas entram nos vasos linfáticos, tornando-se líquido linfático. Os linfonodos filtram o líquido linfático removendo dele células e outros materiais antes que entre na circulação venosa central. O processo de filtragem também apresenta antígenos aos linfócitos contidos dentro dos linfonodos. A resposta imunitária desses linfócitos envolve a proliferação celular e pode causar aumento dos linfonodos (linfadenopatia reativa). Microrganismos patogênicos transportados no líquido linfático podem infectar diretamente os linfonodos, causando linfadenite, e as células cancerosas podem se alojar e proliferar nos linfonodos.
Etiologia
As causas mais prováveis variam de acordo com a idade do paciente, achados associados e fatores de risco, mas geralmente a as causas mais comuns são
· Idiopática, autolimitada
· Infecções do trato respiratório superior
· Infecções locais dos tecidos moles
As causas mais graves são
· Câncer
· Infecção pelo HIV
· Tuberculose (TB)
No entanto, a maioria dos casos representa doenças benignas ou infecções locais clinicamente óbvias. Provavelmente < 1% dos casos indiferenciados que se apresentam para tratamento primário envolvem câncer.
Diagnóstico
A história da doença atual deve determinar o local e a duração da adenopatia e se é acompanhada de dor. São observadas lesões cutâneas recentes (particularmente escoriações de gato e mordidas de rato) e infecções na área drenada pelos linfonodos afetados.
A revisão dos sistemas deve procurar sintomas das possíveis causas, como coriza, congestão nasal (ITRS); faringite (mononucleose); dor na boca, na gengiva ou dor de dente (infecção oral e dentária); tosse e/ou dispneia (sarcoidose, câncer de pulmão, tuberculose, algumas infecções fúngicas); febre, fadiga e mal-estar (mononucleose e muitas outras infecções, alguns tipos de câncer e doenças do tecido conjuntivo); lesões genitais ou secreção (herpes simples, clamídia, sífilis); artralgia e/ou edema (lúpus eritematoso sistêmico ou outras doenças do tecido conjuntivo); sangramento fácil e/ou hematomas (leucemia); e irritação nos olhos (síndrome de Sjögren).
A história clínica deve identificar os fatores de risco de tuberculose (ou conhecida) tuberculose ou infecção por HIV e câncer (particularmente uso de álcool e/ou tabaco). Pergunta-se aos pacientes sobre contatos que estejam enfermos (para avaliar o risco de tuberculose ou doenças virais, como o vírus Epstein-Barr), história sexual (para avaliar o risco de doenças sexualmente transmissíveis), história de viagem para áreas de infecções endêmicas (p. ex., Oriente Médio para a brucelose, região sudoeste dos EUA para praga) e possíveis exposições (p. ex., fezes de gato para toxoplasmose, animais de fazenda para a brucelose, animais selvagens para tularemia). A história de fármacos é revisado para agentes específicos que possam ser a causa.
Exame físico Áreas de concentração específica de linfonodos no pescoço (incluindo as áreas occipitais e supraclaviculares), axilas e região inguinal são palpadas. Tamanho, sensibilidade e consistência do linfonodo são observados, bem como se os linfonodos se movem livremente ou são fixos ao tecido adjacente.
Inspeciona-se na pele, exantema e lesões, com atenção especial para as áreas drenadas pelos linfonodos afetados. Inspeciona-se e palpa-se a orofaringe procurando sinais de infecção e quaisquer lesões que possam ser cancerosas. A glândula tireoide é palpada para verificar alargamento e nodularidade. Seios (inclusive em homens) são palpados procurando caroços. Os pulmões são auscultados à procura de crepitações (sugerindo sarcoidose ou infecção). O abdome é palpado para verificar hepatomegalia e esplenomegalia. Examina-se nos genitais à procura de cancros, vesículas e outras lesões, e para verificar corrimento uretral. As articulações são examinadas para verificar sinais de inflamação.
Sinais de alerta
· Nódulos com mais de 2 cm
· Nódulo que está drenando, duro, ou fixo ao tecido subjacente
· Nódudos supraclaviculares
· Fatores de risco de HIV ou tuberculose
· Febre e/ou perda ponderal
· Esplenomegalia
Interpretação dos achados
Os pacientes com adenopatia generalizada geralmente têm doença sistêmica. Mas os pacientes com adenopatia localizada podem ter uma doença local ou sistêmica (incluindo doença que muitas vezes cause adenopatia generalizada).
Às vezes, a história e o exame físico sugerem uma causa e podem ser diagnósticos em pacientes com infecção viral das vias respiratórias superiores evidente ou com infecção local dos tecidos moles ou odontológica. Em outros casos, os resultados (como os sinais de alerta) são motivo de preocupação, mas não apontam para uma causa única.
Dor acentuada, eritema e calor em um único linfonodo aumentado pode ocorrer por infecção supurativa do linfonodo (p. ex., devido a Staphylococcus e Streptococcus).
Febre pode ocorrer em muitas das doenças infecciosas e malignas do tecido conjuntivo. Esplenomegalia pode ocorrer na mononucleose, toxoplasmose, leucemia e linfoma. Perda ponderal ocorre na tuberculose e câncer. Fatores de risco, viagens e história de exposição são, na melhor das hipóteses, sugestivos.
Por fim, a adenopatia às vezes tem uma causa grave em pacientes sem outras manifestações da doença.
Exames
Se há suspeita de uma doença específica (p. ex., mononucleose em um paciente jovem com febre, faringite e esplenomegalia), os exames iniciais se voltam para essa doença.
Se a história e exame físico não mostram uma causa provável, a avaliação posterior depende dos linfonodos envolvidos e outros achados presentes.
Os pacientes com achados de alerta e aqueles com adenopatia generalizada devem realizar hemograma completo (HC) e radiografia de tórax. Se leucócitos anormais são vistos no hemograma, esfregaço periférico e citometria de fluxo são feitos para avaliar a presença de leucemia ou linfoma. Para adenopatia generalizada, a maioria dos médicos geralmente também faz um teste cutâneo tuberculínico (ou ensaio de liberação de interferon-gama) e testes sorológicos para HIV mononucleose e, talvez, toxoplasmose e sífilis. Os pacientes com sintomas articulares ou exantema devem ser submetidos a testes de anticorpos antinucleares para lúpus eritematoso sistêmico.
Se houver suspeita de câncer, os pacientes geralmente devem ser submetidos a biópsia de linfonodo (pacientes com uma massa cervical requerem avaliação mais extensa antes da biópsia). A biópsia também é realizada se adenopatia isolada ou generalizada não desaparecer em 3 a 4 semanas.
Tratamento
O primário é direcionado para a causa; a adenopatia em si não é tratada. Uma dose de corticoides não deve ser feita para adenopatias de etiologia desconhecida porque corticoides podem reduzir a adenopatia causada por leucemia e linfoma e, assim, retardar o diagnóstico, e corticoides podem agravar a tuberculose. Antibióticos também não são indicados, exceto quando há suspeita de infecção supurativa do linfonodo.
QUIMIOTERÁPICOS
Esses medicamentos têm como alvo as células em diferentes fases do processo de formação, ou seja, do ciclo celular. As células cancerígenas tendem a formar novas células rapidamente, mais do que as normais, e por isso são um bom alvo dos quimioterápicos. Podem ser agrupados de acordo com sua estruturaquímica e como agem com outros medicamentos. 
AGENTES ALQUILANTES: Impedem a célula de reproduzir danificando o seu DNA, e agem em todas as fases do ciclo celular. Usados para câncer de pulmão, de mama, de ovário, leucemia, linfoma, LH, mieloma múltiplo e sarcoma. Em casos raros podem levar a leucemia, pois podem afetar as células da MO, e esse risco é dose dependente. Exemplos: ciclofosfamida, altretamina, busulfan, dacarbazina, melfalano, cisplatina e etc. ANTIMETABÓLITOS: Interferem no DNA e no RNA substituindo os nucleotídeos normais da estrutura, e assim provocam danos durante a fase que os cromossomos são copiados. Usados no câncer de mama, de ovários e de cânceres do TGI. Exemplos: citarabina, capecitabina, metotrexato, hidroxiureia, gemcitabina, 5-FU, 6-mercaptopurina e etc. ANTIBIÓTICOS ANTITUMORAIS: Não são como os ATB para infecções, eles alteram os DNA dentro das células cancerígenas para evitar que elas cresçam e se multipliquem. São as antraciclinas, interferindo nas enzimas envolvidas na cópia do DNA durante o ciclo celular. Exemplos: daunorrubicina, doxorrubicina, epirrubicina, idarrubicina. Podem provocar danos permanentes ao coração se administrados em altas doses. Exemplos de não antraciclinas: bleomicina, mitoxantrona, actinomicina-D e etc. 
INIBIDORES DA TOPOISOMERASE: Interferem nas enzimas topoisomerases, que separam os filamentos de DNA para que possam ser copiados, são usados para tratar leucemias, câncer de pulmão, ovário e tumores do TGI. Inibidores da topoisomerase I: Topotecano; Irinotecano. Inibidores da topoisomerase II: Etoposido; Teniposido; Mitoxantrona. Os inibidores da topo II podem aumentar o risco de leucemia mieloide aguda. 
INIBIDORES MITÓTICOS: Compostos derivados de produtos naturais, como plantas, agem impedindo as células de se dividirem para formar novas células, mas podem danificar as células em todas as fases ao impedirem que as enzimas produzem as proteínas necessárias para reprodução celular. Usados para câncer de mama, de pulmão, mieloma múltiplo, linfomas e leucemias. Podem provocar problemas neurológicos, por isso a dose é limitada. Exemplos: docetaxel, estramustina, ixabepilona, vimblastina e etc. CORTICOSTERÓIDES: Hormônios úteis nos tratamento de muitos câncer, bem como outras doenças. Exemplos: prednisona, metilprednisolona e dexametasona. Podem ser usados também para prevenir reações alérgicas na quimioterapia, e também previnem náuseas e vômitos provocados por essa terapia.
		Dibe B. Ayoub

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