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GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES EDUCACIONAIS Pablo Rodrigo Bes Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a fundamentação legal do marco regulatório do terceiro setor. Definir as principais mudanças trazidas pelo marco regulatório. Relacionar as organizações públicas com o terceiro setor na educação. Introdução Para que possa atender às mais variadas demandas sociais que se encon- tram presentes em território nacional, a administração pública precisa estabelecer parcerias com organizações da sociedade civil que tenham como finalidade principal atender ao universo dessas demandas nas áreas da alimentação, da saúde, da educação, da cultura, do meio ambiente, da participação em políticas públicas, entre outras. Neste capítulo, você vai conhecer as leis que fundamentam o marco regulatório do terceiro setor, bem como as mudanças trazidas na legis- lação atual. Também vai aprender sobre como as organizações públicas se relacionam com o terceiro setor na área da educação. Fundamentação legal do terceiro setor Para começar os nossos estudos sobre o terceiro setor e as suas particularidades, é importante destacar que o Brasil apresentou uma evolução importante nessa área nas últimas décadas, deixando de focar as atividades das organizações desse setor somente nas áreas típicas relacionadas com a caridade, como a alimentação e a saúde. Assim, o leque de atuação foi ampliado para a busca da concretização de inúmeros outros direitos sociais previstos no art. 6º da Constituição Federal: “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimen- tação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” (BRASIL, 1988, documento on-line). Vale ressaltar ainda que a atuação das organizações do terceiro setor vem a complementar as ações dos órgãos da administração pública, conceituada como primeiro setor, na busca pela promoção desses direitos sociais a todos os indivíduos que compõem a sociedade brasileira. Em outras palavras, busca-se pelo bem público da coletividade por meio da parceria entre o primeiro e o terceiro setor (o segundo setor é composto pelas empresas que têm finalidades lucrativas como objetivo da sua existência). Os autores Salamon e Anheier (1996) definem que uma organização do terceiro setor deve apresentar cinco características específicas: 1. devem ser organizadas; 2. devem ser privadas; 3. devem ser sem fins lucrativos; 4. devem ser autogovernáveis; 5. devem ser voluntariadas. Nesse sentido, uma organização da sociedade civil que atue no terceiro setor deve apresentar-se de forma organizada, isto é, ter algum grau de insti- tucionalização; ser privada, ou seja, separada da esfera pública do governo; não possuir distribuição de lucros; ser autônoma em suas ações de comando; e, por fim, apresentar algum grau de participação voluntária nas suas ações. É importante destacar que as organizações do terceiro setor têm caracterís- ticas próprias na sua organização, estrutura, fundamentação legal e nos seus objetivos. Ao referir-se ao setor, Cabral (2017) ainda acrescenta que a gestão dessas organizações que atuam nesse espaço público também é peculiar, pois elas lidam com a vida das pessoas e os seus valores sociais. Por essa razão, é necessário um modelo próprio de gestão. Ioschpe (2005, p. 27) define o terceiro setor da seguinte forma: O conjunto das organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito não-governamental, dando continuidade às políticas tradicionais da caridade, da filantropia e do me- cenato e expandindo o seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, à incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil. Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório2 Como, em nosso País, o início das discussões sobre cidadania é relati- vamente recente — posterior à Constituição Federal de 1988 —, a forma de entender a necessidade da participação de todos para o alcance de objetivos sociais e do apoio à gestão pública realizada pelo Estado ainda é um ponto frágil na cidadania social no Brasil. Porém, a partir da evolução do terceiro setor, houve grande progresso nessa área nas últimas décadas. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (LOPEZ, 2018), existem 820.000 organizações da sociedade civil (OSCs) com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) atualizado, com base nos dados relativos a 2016. Destaca-se ainda a importância dessas organizações: As organizações da sociedade civil (OSCs) no Brasil definem temas centrais em discussões na esfera pública e exercem atividades de interesse coletivo que ecoam os setores mais diversos da sociedade. Irradiar campanhas para enfrentara violência de gênero, ampliar a oferta de leitos no sistema nacional de saúde, propor metodologias de ensino alternativas em escolas, preservar a fauna e aflora das ameaças da intervenção humana são exemplos do amplo e diverso espectro de políticas sob alçada das OSCs e constituem parte essencial das capacidades de formular e implementar do próprio poder público. Mesmo o Estado equipado com os mais abrangentes e criativos quadros da burocracia, requer essa colaboração (LOPEZ, 2018, documento on-line). Vale reforçar que o terceiro setor é composto pelas iniciativas privadas que não visam lucros, isto é, iniciativas dentro da esfera pública que não são feitas pelo Estado, e sim pelas pessoas, ao colocarem em prática a sua cidadania. Isso normalmente ocorre de forma voluntária e espontânea. Passe a observar a sua volta e vai perceber que existem muitas possibilidades de atuar como voluntário no seu bairro e na sua cidade, em diversas causas sociais que podem beneficiar a sociedade. Há inúmeras organizações que fazem parte do terceiro setor, o que às vezes pode causar até mesmo confusão em relação à sua nomenclatura: Associação; Entidade; Utilidade pública; Organização Social (OS); Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP); Organização Não Governamental (ONG); Filantrópica; Cooperativas sociais; 3Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório Instituição; Fundação; Organização religiosa; Institutos. Essa grande quantidade de organizações que objetivam atender às de- mandas sociais complementando a ação do Estado costumam ser regidas por leis específicas. Isso impulsionou a existência de um marco regulatório que normatize, estabeleça regras e proponha os instrumentos legais que serão utilizados para o estabelecimento das parcerias público-privadas entre o pri- meiro e o terceiro setor. Assim, em 2014 e 2015 foram criadas as legislações, que ficaram conhecidas como o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC). São as seguintes leis que fundamentam o terceiro setor na atualidade: Constituição Federal de 1988; Lei nº. 9.637, de 15 de maio de 1998; Lei nº. 9.790, de 23 de março de 1999; Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil); Lei nº. 12.101, de 27 de novembro de 2009; Lei nº. 13.019, de 31 de julho de 2014; Lei nº. 13.151, de 28 de julho de 2015; Lei nº. 13.204, de 14 de dezembro de 2015. A Constituição Federal de 1988 traz, no seu corpo, alguns princípios que servirão de base para que o terceiro setor possa se estabelecer com maior importância no interior de nossa sociedade. Podemos citar, por exemplo, o art. 1º do texto, que define como um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito a cidadania (BRASIL, 1988). A cidadania não representa unicamente aquele que possui direitos políticos, mas a integração das pessoas com o Estado em todos os aspectos. No art. 3º, ao expor os objetivos fundamentais da República Federativado Brasil, encontramos o seguinte texto: “I – construir uma sociedade livre, justa e solidária” (BRASIL, 1988, documento on-line). O princípio da solidariedade é o que costuma mover os membros da sociedade civil para que se articulem em organizações de natureza privada com o objetivo de realizar ações sociais e voluntárias que complementem a atuação do Estado. O art. 5º da Constituição Federal, ao definir os direitos e deveres indi- viduais e coletivos, estabelece como direito a plena liberdade de associação Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório4 e a criação de associações. Há ainda na Constituição Federal o princípio da subsidiariedade, que estabelece como protagonistas em suas áreas de atuação as organizações não governamentais, respectivamente na área da saúde (art. 199), na assistência social (art. 204), na cultura (art. 216), em relação à família, à criança e ao idoso (art. 227), e também para a área da educação: Art. 213 Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, defi- nidas em lei, que: I — comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação; II — assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades (BRASIL, 1988, documento on-line, grifo nosso). A Lei Federal nº. 9.637/1998 regula as Organizações Sociais, reforçando que estas deverão obedecer aos princípios constitucionais da administração pública: “Art. 7.º Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, econo- micidade [...]” (BRASIL, 1998, documento on-line). A Lei Federal nº. 9.790/1999 é a que define e regulamenta as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, citando em seu art. 4º a seguinte exigência: “[...] para qualificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre: I – a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economi- cidade e da eficiência” (BRASIL, 1999, documento on-line). O Código Civil brasileiro (Lei nº. 10.406/2002) define quem são as pessoas jurídicas de direito privado: Art. 44 São pessoas jurídicas de direito privado: I — as associações; II — as sociedades; III — as fundações. IV — as organizações religiosas; V — os partidos políticos. VI — as empresas individuais de responsabilidade limitada (BRASIL, 2002, documento on-line). Perceba que o Código Civil enquadra como pessoas jurídicas de direito privado as associações, fundações e organizações religiosas, que, com o marco regulatório, passam a fazer parte significativa do terceiro setor. 5Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório A Lei nº. 12.101/2009 dispõe sobre a certificação das entidades beneficen- tes da assistência social, definindo em seu art. 1º que “[...] certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação [...]” (BRASIL, 2009, documento on-line). A Lei nº. 13.019/2014 (BRASIL, 2014), alterada pela Lei nº. 13.151/2015, constitui na atualidade o chamado MROSC, sendo considerada extremamente importante para a atualização das formas como as relações entre a adminis- tração pública e as organizações do terceiro setor ocorrem. Ela oportuniza maior agilidade e transparência nas modalidades de parcerias estabelecidas, conforme você verá no próximo tópico. Da mesma forma, a Lei nº. 13.204/2015 (BRASIL, 2015), que alterou a Lei nº. 13.019/2014, trouxe uma importante contribuição ao regulamentar a possibilidade de remuneração dos dirigentes que exercem a gestão executiva das organizações do terceiro setor. Como você pode perceber, é necessário que exista um marco regulatório para as ações entre o Estado e a sociedade civil organizada, com o intuito de estabelecer parcerias para o atendimento das inúmeras demandas sociais que fazem parte do cenário brasileiro atual. O MROSC fez com que pudessem ser revogadas inúmeras outras leis já antigas e que eram utilizadas para a gestão das organizações sociais, atualizando o Brasil na direção das demais nações mundiais que atuam fortemente no terceiro setor. Para que uma organização social possa estabelecer as novas modalidades de con- tratação propostas pelo MROSC com as esferas da administração pública, ela precisa atender, entre outros requisitos, aos seguintes tempos de existência em atividade: um ano de atividade para manter contrato com municípios, dois anos para firmar contrato com os estados e/ou o Distrito Federal, três anos de atividades no caso de contrato com a União. Busca-se, dessa forma, garantir a idoneidade e a eficiência das organizações contratadas pelo Poder Público (a, inciso V, art. 33, Lei nº. 13.204/2015) (BRASIL, 2015). Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório6 As principais mudanças decorrentes do marco regulatório das organizações da sociedade civil As discussões em busca de uma regulamentação mais abrangente e que envolva todas as Organizações da Sociedade Civil no Brasil têm sido motivo de luta e movimentos por parte tanto dos representantes dessas OSCs quanto do próprio Governo Federal. O objetivo é tornar mais dinâmicas, transparentes e efi cazes as parcerias público-privadas estabelecidas para atender às questões sociais mais diversas. Esse movimento resultou na criação do MROSC, na forma das Leis nº. 13.019/2014 e 13.151/2015 (BRASIL, 2014; 2015). Ao analisar esse esforço das esferas pública e privada em torno da criação do Marco Regulatório, Mendonça e Falcão (2016, documento on-line) comentam: Em 2011, foi criado um grupo de discussão sobre o marco regulatório das OSCs, envolvendo diversas entidades e redes dessas organizações, que se dispuseram em torno da Plataforma Marco Regulatório das OSCs (Plataforma OSCs, 2011). O resultado dessa mobilização envolve muitas idas e vindas acerca de delicados pontos que vão culminar na aprovação da Lei 13.019, de maio de 2014, e da Lei 13.240, de dezembro de 2015, modificando a norma anterior, então denominado pelos practioners de novo MROSC (Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil). É importante destacar que o novo MROSC surgiu a partir da participação e da mobilização social de diversas entidades, o que legitima a sua elaboração de forma democrática. O MROSC trouxe algumas mudanças significativas para as parcerias realizadas entre a administração pública e as OSCs, incluindo no rol das organizações sociais que poderão estabelecer parcerias com a admi- nistração pública as cooperativas e organizações religiosas que se dediquem a atividades de interesse público e de cunho social. Veja mais algumas mudanças trazidas pelo MROSC (BRASIL, 2014; 2015): formas de contratação; plano de trabalho; chamamento público; prestação de contas. Uma importante mudança para a regulação das ações das OSCs junto ao Estado foi a extinção da política de convênios que era amplamente utilizada 7Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório pelas organizações sociais para o estabelecimento de parcerias com a admi- nistração pública. A política de convênios historicamente vinha apresentando problemas, em função de ter sido criada para estabelecer as relações entre entes públicos da federação e posteriormente ter sido estendida para as organizações sociais. Essas falhas fizeram com que os convênios se mostrassem frágeis e suscetíveis a “[...] uma série de problemas devido a falhas nalegislação e falta de fiscalização da administração pública” (MENDONÇA; FALCÃO, 2016, documento on-line). Esses problemas envolvem, inclusive, escândalos de corrupção resultantes do repasse indevido do dinheiro público para alguns desses convênios. Entretanto, os Termos de Parceria estabelecidos com base na Lei nº. 9.790/1999 entre o Poder Público e as organizações sociais que se qualifi- caram como OSCIPs continuam valendo, mesmo após o Marco Regulatório (BRASIL, 1999). Com o novo MROSC, foram criadas outras três formas de contratação entre o Poder Público e as Organizações da Sociedade Civil: o Termo de Colaboração, o Termo de Fomento e o Acordo de Cooperação. O Termo de Colaboração, segundo a Lei nº. 13.240/2015, art. 2º, inciso VII, é o “[...] instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros” (BRASIL, 2015, documento on-line). Nesse Termo, as finalidades necessárias para que se desenvolvam as atividades das OSCs partem da administração pública, que busca parcerias para a execução de seus programas, projetos e políticas públicas. O Termo de Fomento, segundo a Lei nº. 13.240/2015, art. 2º, inciso VIII, é definido como o “[...] instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e re- cíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros” (BRASIL, 2015, documento on-line). Aqui as propostas das ações — que objetivam atender a uma finalidade pública social — partem das OSCs, que buscam na administração pública os recursos de que necessitam para a implementação dos seus projetos. O Acordo de Cooperação, por sua vez, de acordo com a Lei nº. 13.240/2015, art. 2º, inciso VIII-A, é o “[...] instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório8 interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros” (BRASIL, 2015, documento on-line). Nesse tipo de parceria estabelecido entre as OSCs e o Poder Público, não existe o repasse de re- cursos financeiros. Lembre-se de que muitas OSCs se mantêm por meio da participação da sociedade e de doações de empresas privadas, realizadas para o custeio das suas atividades. A Lei nº. 13.204/2015 simplificou muito o plano de trabalho a ser re- alizado pelas OSCs com a finalidade de execução do objeto existente no instrumento contratual (Termo de Colaboração ou de Fomento) adotado entre as organizações e o Poder Público. Assim, o plano de trabalho resumiu-se à descrição da realidade, ao objeto da parceria, às metas a serem atingidas e os respectivos projetos a serem executados, à forma de execução a ser adotada, à previsão de receitas e despesas para a execução das atividades e projetos, e à definição de parâmetros que serão utilizados para mensurar o alcance das metas (BRASIL, 2015). O chamamento público, segundo a Lei nº. 13.204/2015, é o “[...] proce- dimento destinado a selecionar organização da sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de colaboração ou de fomento” (BRASIL, 2015, documento on-line). A sua obrigatoriedade tornou o processo de busca por parcerias mais transparente, garantindo a publicidade das ações do Poder Público e a isonomia na participação de todas as OSCs interessadas. O chama- mento público também foi simplificado. Devem constar nos editais públicos, divulgados com antecedência mínima de 30 dias, especificações relativas aos seguintes critérios: objetos, metas, custos e indicadores quantitativos e qualitativos de avaliação de resultados. Por meio dos editais públicos de chama- mento, as OSCs podem perceber se as áreas nas quais o Poder Público precisa estabelecer parcerias se alinham com o tipo de trabalho que elas executam e, assim, participar do processo seletivo juntamente com outras organizações. As doações de empresas privadas para as organizações sociais são realizadas dentro da lógica do Investimento Social Privado, que parte do princípio de que a empresa privada que realiza investimentos em ações de natureza social, além de consolidar o seu marketing, poderá se aproximar mais dos seus clientes e até mesmo prospectar novos no mercado. 9Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório A prestação de contas tornou-se mais ágil e facilitada, sendo realizada via plataforma eletrônica e por meio da análise dos documentos constantes no plano de trabalho e dos seguintes relatórios (acrescidos pela Lei nº. 13.204/2015, art. 66): I — relatório de execução do objeto, elaborado pela organização da sociedade civil, contendo as atividades ou projetos desenvolvidos para o cumprimento do objeto e o comparativo de metas propostas com os resultados alcançados; II — relatório de execução financeira do termo de colaboração ou do termo de fomento, com a descrição das despesas e receitas efetivamente realizadas e sua vinculação com a execução do objeto, na hipótese de descumprimento de metas e resultados estabelecidos no plano de trabalho (BRASIL, 2015, documento on-line). Convém esclarecer que o MROSC dispensa o chamamento público no caso de atividades ou projetos voltados ou vinculados à Educação ou integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) ou do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), desde que executados por OSCs previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva política. Outra importante mudança ocasionada pelo Marco Regulatório diz respeito ao tempo de existência das OSCs para que possam estabelecer parcerias com os entes da federação. O MROSC alterou a Lei nº. 9.790/1999, passando a estabelecer que as organizações sociais devem ter no mínimo três anos de existência para que possam vir a qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. O MROSC possibilitou ainda que os dirigentes de organizações sociais pudessem vir a receber remunerações pelo seu trabalho de condução executiva da organização, conforme regulamentado pela Lei nº. 13.151/2015. Também permitiu que organizações sociais estabelecidas há mais de cinco anos possam organizar-se em rede para atuar em território brasileiro, desde que comprovem a sua capacidade de coordenação de atividades. Ao comentar sobre o grande avanço que o MROSC significa para as relações entre a administração pública e as organizações sociais, Barbosa (2015, documento on-line) enfatiza que “[...] antes tínhamos uma lei que engessava e exercia um processo policialesco em cima das entidades, com Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório10 exigências de difícil alcance para entidades desse país, principalmente aquelas de pequenos municípios, inviabilizando assim as parcerias”. Em outras palavras, o Estado precisa que as organizações sociais realizem as suas atividades para que ele possa atender plenamente as mais diversas demandas sociais, e o que se presenciava historicamente era certa descon- fiança e engessamento da administração pública — a partir de inúmeras exigências burocráticas, técnicas e documentais — que fazia com que muitas organizações sociais deixassem de atuar em parceria com o Poder Público. Santoro e Barbosa (2017), ao analisarem o MROSC e a sua influência para o trabalho de coordenação das atividades das organizações sociais realizado pelos gestores, afirmam ainda: O Marco Regulatório do Terceiro setor no Brasil, trouxe uma inovação ao facilitar a captação de recursos públicos, desburocratizando o processo e tor- nando mais fácil a fiscalização da aplicação da verba pública concedida.Mas inovou também, e principalmente, apresentando-se como dispositivo jurídico de vanguarda, alinhado com as melhores práticas de gestão por resultado, ao permitir a remuneração de dirigentes e gestores de OSCs, acenando para a sociedade que a profissionalização é necessária para que as Instituições continuem a prestar os relevantes serviços que prestam, uma vez que torna- -se impossível a sua prestação pela esfera pública (SANTORO; BARBOSA, 2017, documento on-line). Como podemos perceber, a partir do MROSC, o Brasil avança conside- ravelmente na flexibilização e no incentivo das atividades do terceiro setor. Dentro de uma racionalidade neoliberal que se expande internacionalmente, isso é essencial para que ele continue crescendo, desenvolvendo-se e fazendo a gestão das mazelas sociais que nos acometem. Com o MROSC, as organizações religiosas que se destinam a trabalhar em atividades ou projetos de interesse público e de cunho social, distintas daquelas com finalidade exclusivamente religiosa, passam a ser consideradas como Organizações da Sociedade Civil, compondo o terceiro setor. Muitas dessas organizações religiosas atendem a inúmeros cidadãos por meio dos seus trabalhos nas áreas da saúde, drogadição, alimentação e educação, representando uma importante contribuição para as ações do Poder Público. 11Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório As organizações do terceiro setor e a sua atuação na área da educação A relação do setor educacional público com o setor privado não é recente: nas questões de assessoramento técnico, pedagógico e fi nanceiro, elas vêm ocorrendo desde a década de 1960, a partir da imposição de organismos in- ternacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e a própria Organização das Nações Unidas (ONU), via UNICEF. Por isso, alguns autores atualmente procuram utilizar o termo “privatização” para referir-se a essa associação do Poder Público com as organizações privadas, uma vez que ela abrange também as que têm fi nalidade lucrativa. Como a nossa intenção é colocar maior ênfase nas organizações sociais, vamos continuar utilizando o termo “parceria”, diferenciando-o das parcerias público-privadas (PPP). Vale lembrar que na Constituição Federal de 1988 temos, por um lado, a afirmação de que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito pú- blico subjetivo (art. 208, VII, § 1º) e, por outro, que ele também poderá ser ofertado pela iniciativa privada (art. 209). Indo um pouco mais além na interpretação do texto constitucional referente à educação, você pode notar que é permitida a destinação de recursos públicos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas (art. 213), desde que estas cumpram com certas regras (BRASIL, 1988). Parceria público-privada é o termo utilizado para as associações entre o Poder Público e organizações privadas com fins lucrativos, que não são o objeto principal do nosso estudo. Ao analisar essa relação público-privada e a educação proposta na Cons- tituição Federal de 1988, De La Plane, Caiado e Kassar (2016, documento on-line) comentam: “[...] afirma-se, assim, a ideia de que a educação é um direito da população e um dever do estado e, ao mesmo tempo é reconhecida como atividade privada, submetida, portanto, à lógica do mercado”. Pode- mos entender que a educação no Brasil sempre esteve atrelada a parcerias com organizações do terceiro setor, que muitas vezes se encarregaram de Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório12 assumi-la plenamente — como é o caso da educação infantil, da educação especial e de outras iniciativas de suporte e inserção de jovens estudantes no mercado de trabalho. Nesse sentido, alguns setores educacionais historicamente têm sido aten- didos por iniciativas de organizações sociais do terceiro setor, como é o caso da educação especial no Brasil. Um exemplo amplamente conhecido são as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs), que foram criadas em 1954 e continuam oferecendo apoio aos familiares e potencializando as aprendizagens das crianças com deficiências. Ao referir-se à importância histórica das APAEs para a educação especial, Jannuzi e Caiado (2013, p. 55) ressaltam que “[...] no primeiro estatuto da Federação Nacional das APAES (1963) já constavam orientações para a realização de convênios e parcerias com os setores público e privado”. Isso significa que, além de se preocupar com os seus próprios objetivos de existência, a APAE ainda buscava orientar as demais organizações sociais em relação aos trâmites e caminhos para melhor conduzir as parcerias com a administração pública. A política pública da educação inclusiva tornou obrigatórios o acesso e a inclusão dos alunos com quaisquer tipos de deficiência nas redes públicas de ensino do sistema educacional brasileiro. Isso fez com que, num primeiro momento, as atividades das APAEs estivessem ameaçadas; porém, De La Plane, Caiado e Kassar (2016, documento on-line) concluem: Embora a política inclusiva esteja promovendo a matrícula da população alvo dessa modalidade educacional nas escolas regulares e classes comuns e esse atendimento esteja ocorrendo principalmente pelas escolas públicas, as instituições com atuação exclusiva na educação especial, que atendem majoritariamente aos alunos matriculados em escolas especiais, têm recebido recursos públicos de forma crescente. As transferências do governo federal, estados e municípios, por meio de programas, convênios e parcerias garantem verbas de capital e custeio às instituições, que se caracterizam como Orga- nizações da Sociedade Civil. Convém esclarecer que, embora a Lei de Diretrizes e Bases de 1961 já citasse que a “[...] educação dos excepcionais” deveria se enquadrar no sistema geral de educação (BRASIL, 1961, documento on-line), foi somente a partir da Constituição de 1988 — com o impulso da participação brasileira nas discus- sões da Declaração de Salamanca, em 1994 — que o tema foi inserido de fato na LDB vigente: “Art. 58 . Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais” 13Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório (BRASIL, 1996, documento on-line). Somente a partir daí os estudantes com deficiências começaram o seu processo de inclusão nas escolas regulares, que precisaram se adaptar em termos estruturais e de capacitação dos seus docentes para essa finalidade. Assim, essa modalidade de educação deixou de ter um cunho assistencial e passou a ter um caráter mais pedagógico. A Declaração de Salamanca é o resultado da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, realizada entre 7 e 10 de junho de 1994, na cidade espanhola de Salamanca, com o apoio da Unesco. Esse evento tratou de princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. Durante a conferência, a questão central foi a inclusão de crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino. As atividades do terceiro setor no que se refere à educação brasileira podem ser analisadas, especificamente em relação à educação básica obrigatória (dos 4 aos 17 anos), segundo Adrião (2018, p. 11), a partir da sua atuação em três grandes áreas: gestão; oferta; currículo. A gestão da educação no Brasil realizada a partir de parcerias com OSCs pode ocorrer tanto no âmbito da gestão educacional dos sistemas de ensino quanto na própria gestão escolar. Ao referir-se aos processos de transferência da gestão escolar para organizações sem fins lucrativos, Adrião (2018, documento on-line) destaca a forte presença de três segmentos na gestão educacional: “[...] os filantropos de risco ou venture philanthropy, as corporações propriamente ditas e os braços sociais dessas corporações, organizados em fundações e institutos.Com menor presença localiza-se organizações da sociedade civil articuladas a movimentos sociais”. Para visualizar melhor como ocorre a gestão da educação realizada por uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos no Brasil (a exemplo das charter schools norte-americanas), você pode conhecer o trabalho desen- volvido pelo Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE). Trata-se Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório14 de uma entidade social, sem fins econômicos e que atua em prol da melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem no ensino médio, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco. Dessa forma, a gestão educacional em Pernambuco está sendo realizada por meio da parceria entre o ICE e o Programa de Desenvolvimento dos Centros de Ensino Experimental (PROCENTRO), criado pelo governo de Pernambuco para essa finalidade. Visite o portal do ICE e veja com mais detalhes a abrangência do seu trabalho acessando o link a seguir. https://goo.gl/pTqGTM As charter schools são modelos de gestão escolar já implementados em muitos estados nos Estados Unidos. Trata-se da realização da gestão escolar das escolas públicas por organizações privadas, visando à melhoria da qualidade do ensino e dos índices de aprendizagem de tais escolas e sistemas educacionais. A oferta da educação a partir de parcerias com as OSCs do terceiro setor é muito significativa, sobretudo na educação infantil. Observa-se que, em muitos municípios brasileiros estão sendo firmadas parcerias com escolas comunitárias, oriundas de associações ou fundações, ou ocorre a compra de vagas de escolas privadas de educação infantil por meio de contratos de prestação de serviços e de parcerias público-privadas, com o intuito de atender às demandas crescentes por vagas na educação infantil (creches e pré-escolas). Para que você tenha ideia de como essa oferta na educação infantil é comum, veja o exemplo da cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Esse município possui no seu sistema municipal de ensino atualmente 36 Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) e mais de 200 escolas de educação infantil comunitárias que trabalham em parceria para atender às demandas dessa primeira etapa da educação básica. 15Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório Além da oferta da educação infantil, há ainda escolas de organizações sociais que atuam em todas as áreas da educação básica e na educação su- perior, com destaque para as fundações e os institutos criados por grandes corporações empresariais, como Fundação Bradesco, Fundação Educar, Fundação Lemann, Fundação Victor Civita, Instituto Gerdau, ou por ini- ciativas filantrópicas, como Instituto Airton Senna, Instituto Paulo Freire, Associação Pestalozzi, entre outras. Outro bom exemplo de organização social que atua na área da educação, desde a educação infantil até a educação superior, é a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC). Desde a sua fundação, em 1943, a instituição tem procurado atender a milhares de alunos pelos estados brasileiros, principalmente em municípios de maior vulnerabilidade social. Para acompanhar detalhadamente a história da rede CNEC, acesse o link a seguir: https://goo.gl/4B7sw7 Em relação ao currículo, Adrião (2018, documento on-line) afirma se tratar “[...] da transferência para o setor privado da definição do que ensinar, do como ensinar e do quando ensinar, além dos processos de verificação da aprendizagem, ou seja, da definição dos desenhos curriculares”. A política educacional curricular vigente — com a publicação da BNCC, cujo caráter é obrigatório a todo o sistema educacional do país — pode ter reduzido a força do setor privado; contudo, ainda pode materializar-se por meio dos chamados insumos curriculares, que visam a orientar e facilitar o trabalho pedagó- gico em sala de aula. Podemos citar como exemplo os chamados “sistemas de ensino” comercializados pelos grupos Positivo, Abril Educação e COC. Isso também pode ser feito por meio das tecnologias educacionais, que: [...] consistem na oferta de livros, conteúdos digitais, acessos a plataformas e sistemas de informação para redes públicas e escolas privadas. Tais produtos e recursos extrapolam inclusive as relações professor aluno na medida em que se estendem a tarefas de casa, agendas comunicação entre escola e famílias, etc. (ADRIÃO, 2018, documento on-line). Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório16 Convém reforçar que, além das ações típicas coordenadas pelas organizações sociais e seus membros que você estudou neste capítulo, há ainda programas que chegam até as escolas e que podem ser realizados por qualquer pessoa da sociedade que deseje atuar de forma voluntária, doando o seu tempo e as suas habilidades para a causa da educação. Segundo Scheneumann e Rheinheimer (2013, p. 41), “[...] o serviço voluntário é a ação que não substitui o dever do Estado e nem conflita com o trabalho remunerado. A motivação para o voluntariado acontece pelo impulso emocional e pela convicção de fazer a diferença de todos os envolvidos”. Uma dessas iniciativas é o programa Amigos da Escola, criado pela Rede Globo, em 1999, que incentiva membros da comunidade a atuar junto às escolas por meio de ações combinadas com as Associações de Pais da Escola e/ou o Conselho Escolar. Essas ações envolvem, por exemplo, a pintura da escola, o cultivo de hortas, aulas de reforço escolar, entre outras que estejam em consonância com o projeto político pedagógico da instituição de ensino. Outra esfera de atuação marcante das organizações do terceiro setor para a área da educação diz respeito à busca pela participação da sociedade na construção, implementação e no monitoramento de políticas públicas educa- cionais que visam à melhoria da qualidade do ensino brasileiro. É o caso da organização da sociedade civil Todos Pela Educação, que atua desde 2006 e que teve participação ativa na elaboração do Plano Nacional de Educação atual. Conheça a história e a atuação da organização Todos Pela Educação acessando o link a seguir. https://goo.gl/mFCQaL Como você percebeu, existem inúmeras formas de participação do terceiro setor nos aspectos relacionados à educação no Brasil, seja por meio das ações coordenadas pelas OSCs nas suas parcerias com a administração pública dos sistemas de ensino, ou ainda atuando de forma individual e voluntária nessas instituições. Essas ações fazem com que a educação possa cumprir com as suas prerrogativas constitucionais, estendendo-se como um direito a todos e realizando-se com maior qualidade e eficiência. 17Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório Tire as suas próprias conclusões acessando o documento do MROSC na íntegra, a partir do link a seguir. https://goo.gl/GNlhjr A organização Parceiros Voluntários é uma organização não governamental que atua com assessoramento, trabalhando em rede, com o objetivo de fornecer capacitação para outras OSCs que já estão em funcionamento ou, ainda, instruindo grupos que queiram começar a tornar-se voluntários e exercer a sua cidadania social. Atualmente existem mais de 400.000 mil pessoas engajadas de forma voluntária com essa orga- nização, que já capacitou mais de 19.000 lideranças comunitárias. ADRIÃO, T. Dimensões e formas da privatização da educação no Brasil: caracterização a partir de mapeamento de produções nacionais e internacionais. Currículo sem fronteiras, [s. l.], v. 18, nº. 1, p. 8–28, 2018. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/ vol18iss1articles/adriao.pdf. Acesso em: 19 mar. 2019. BARBOSA, E. Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil. Brasília: Gabinete do Deputado Federal Eduardo Barbosa, 2015. E-book. Disponível em: http://apaemg. org.br/uploads/MROSC.pdf. Acesso em: 19 mar. 2019. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, Brasília, 1988. Disponívelem: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/cons- tituicao.htm. Acesso em: 19 mar. 2019. BRASIL. Lei nº. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 1961. Disponível em: https://www2.camara.leg. br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-4024-20-dezembro-1961-353722-publicacaooriginal-1-pl. html. Acesso em; 19 mar. 2019. Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório18 BRASIL. Lei nº. 9.637, de 15 de maio de 1998. Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, a criação do Programa Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, . 1998. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1998/lei-9637-15-maio-1998-372244-norma- pl.html. Acesso em: 19 mar. 2019. BRASIL. Lei nº. 9.790, de 23 de março de 1999. Lei da OSCIP; Lei das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 1999. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/ fed/lei/1999/lei-9790-23-marco-1999-349541-norma-pl.html. Acesso em: 19 mar. 2019. BRASIL. 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Estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação; define diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de cooperação com organizações da sociedade civil; e altera as Leis nº. 8.429, de 2 de junho de 1992, e nº. 9.790, de 23 de março de 1999. Diário Oficial da União, Brasília, 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/ L13019.htm. Acesso em: 19 mar. 2019. 19Organizações públicas e o terceiro setor: marco regulatório BRASIL. Lei nº. 13.204, de 14 de dezembro de 2015. Altera a Lei nº. 13.019, de 31 de julho de 2014, “que estabelece o regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, entre a administração pública e as orga- nizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público; define diretrizes para a política de fomento e de colaboração com organizações da sociedade civil; institui o termo de colaboração e o termo de fomento; e altera as Leis nº. 8.429, de 2 de junho de 1992, e nº. 9.790, de 23 de março de 1999”; altera as Leis nº. 8.429, de 2 de junho de 1992, nº. 9.790, de 23 de março de 1999, nº. 9.249, de 26 de dezembro de 1995, nº. 9.532, de 10 de dezembro de 1997, nº. 12.101, de 27 de novembro de 2009, e nº. 8.666, de 21 de junho de 1993; e revoga a Lei nº. 91, de 28 de agosto de 1935. Diário Oficial da União, Brasília, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13204. htm#art1. 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