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05 Nocoes de Direito Administrativo

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PC-PA 
 
Nocoes de Direito Administrativo 
 
 
 
 
1. Noção de organização administrativa. 1.1 Centralização, descentralização, concentração 
e desconcentração. 1.2 Administração direta e indireta. 1.3 Autarquias, fundações, empresas 
públicas e sociedade de economia mista;................................................................................. 1 
2. Ato administrativo. 2.1 Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies; ............ 19 
3. Agente público. 3.1 Legislação pertinente ...................................................................... 31 
3.1.2 Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado do Pará (Lei Complementar nº 022/1994 e 
alterações); ............................................................................................................................ 36 
3.1.3 Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos do Estado do Pará - Lei 5.810/1994 e 
suas alterações; 3.1.4 Disposições constitucionais aplicáveis; ............................................... 61 
4. Poderes administrativos. 4.1. Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. 4.2 Uso 
e abuso do poder; .................................................................................................................. 94 
5. Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93 e alterações). 5.1 Princípios. 5.2 Contratação 
direta, dispensa e inexigibilidade. 5.3 Modalidades, tipos e procedimentos; ......................... 105 
6. Controle da administração pública. 6.1 Controle judicial. 6.2 Controle legislativo; ........ 192 
7. Responsabilidade civil do Estado. 7.1 Responsabilidade por ato comissivo do Estado. 7.2 
Responsabilidade por omissão do Estado. 7.3 Requisitos para a demonstração da 
responsabilidade do Estado. 7.4 Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do 
Estado. ................................................................................................................................. 201 
8. Lei Estadual nº 8.972/2020 (processo administrativo no âmbito da Administração Pública 
do Estado do Pará)............................................................................................................... 212 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA 
 
A Organização Administrativa é a parte do Direito Administrativo que estuda os órgãos e pessoas 
jurídicas que a compõem, além da estrutura interna da Administração Pública. 
Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n. 200/67 que “dispõe sobre a organização 
da Administração Pública Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”. 
Para que as suas competências constitucionais sejam cumpridas, a Administração utiliza-se de duas 
formas distintas: a descentralização e a desconcentração. 
A análise desses dois institutos é basilar para considerar a organização interna da Administração 
Pública. 
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer 
as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras palavras, 
administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos, 
sendo dividida em administração direta e indireta. 
 
Administração pública direta 
 
A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou seja, não pode ingressar como autor ou 
réu em relação processual. Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da Fazenda que 
pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de alguma vantagem pecuniária. Ele não irá 
propor a demanda em face da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que é a pessoa política dotada 
de personalidade jurídica para estar no outro polo da lide. 
 
Dica para memorizar: Integram a Administração Pública Direta - MEDU 
 
 
Administração pública indireta 
 
São integrantes da Administração indireta as fundações, as autarquias, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista. 
Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de 
atividades econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da prestação do 
serviço público. Têm característica de autônoma na parte administrativa e financeiramente. 
O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a título de exceção em duas situações 
previstas na CF/88, no seu art. 173: 
 
1 
 
 
1. Noção de organização administrativa. 1.1 Centralização, descentralização, 
concentração e desconcentração. 1.2 Administração direta e indireta. 1.3 
Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedade de economia mista; 
 
A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públicos vinculados diretamente ao chefe da 
esfera governamental que a integram. Não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e 
autonomia administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente por meio do orçamento da referida 
esfera. 
Assim, ela é responsável pela gestão dos serviços públicos executados pelas pessoas políticas via de 
um conjunto de órgãos que estão integrados na sua estrutura. 
Sua competência abarca os diversos órgãos que compõem a entidade pública por eles responsáveis. 
Exemplos: Ministérios, Secretarias, Departamentos e outros que, como característica inerente da 
Administração Pública Direta, não possuem personalidade jurídica, pois não podem contrair direitos e 
assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa política (União, Estado, Distrito Federal e 
Municípios). 
- Para fazer frente à uma situação de relevante interesse coletivo; 
- Para fazer frente à uma situação de segurança nacional. 
O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando explora atividade econômica. Quando 
estiver atuando na atividade econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade com os 
particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88, inclusive quanto à livre concorrência. 
 
Dica de Estudo: FASE 
Fazem parte da Administração Pública Indireta: 
F - FUNDAÇÕES PÚBLICAS 
A - AUTARQUIAS 
S - SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
E - EMPRESA PÚBLICA 
 
 
Questões 
 
01. (CREF - 20ª Região/SE - Assistente Administrativo - Quadrix/2019) No que diz respeito à 
redação oficial de documentos oficiais e às noções de administração pública, julgue o item a seguir. 
A administração pública indireta é composta pelas autarquias, pelas fundações públicas, pelas 
empresas públicas, pelas sociedades de economia mista e pelos serviços sociais. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
02. (SEPLAG/SE - Guarda de Segurança do Sistema Prisional - IBADE/2018) Fazem parte da 
Administração Pública Direta: 
(A) fundações públicas. 
(B) órgãos públicos. 
(C) sociedades de economia mista. 
(D) empresas públicas. 
(E) autarquias. 
 
03. (UNICAMP - Profissional para Assuntos Administrativos - VUNESP/2019) Assinale a 
alternativa correta. 
(A) As sociedades de economia mista possuem personalidade jurídica de direito público e integram a 
administração pública direta. 
(B) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração 
pública direta e indireta. 
(C) As fundações não possuem personalidade jurídica e integram a administração pública direta. 
(D) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e privado e integram 
exclusivamente a administração pública direta. 
(E) As autarquias possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração pública 
indireta. 
 
04. (Prefeitura de São Paulo/SP - Assistente de Gestão de Políticas Públicas I - CESPE). No que 
se refere à administração pública direta e indireta, assinale a opção correta. 
(A) As pessoas administrativas que formam a administração pública indireta são aquelas dotadas de 
personalidade jurídica de direito público (como as autarquias e as fundações públicas). 
(B)Na esfera municipal, a administração direta é formada pelos órgãos que compõem a prefeitura e a 
câmara municipal, além das fundações e das empresas públicas de âmbito local. 
(C) A administração indireta compreende as pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva 
administração direta, desempenham atividades administrativas de forma descentralizada. 
 
 
 
2 
 
(D) Tanto a administração direta quanto a indireta são compostas por órgãos e por pessoas jurídicas 
administrativas, com a diferença de que todas as que integram a administração indireta estão submetidas 
a regime de direito privado. 
(E) O aspecto mais relevante que caracteriza a administração indireta é o fato de ela ser, ao mesmo 
tempo, titular e executora de serviço público. 
 
05. (CASAN - Advogado - INSTITUTO AOCP). Quanto à Administração Pública Indireta, assinale a 
alternativa correta. 
(A) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia, empresa pública, sociedade de economia 
mista e fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. 
(B) A criação de subsidiárias pelas empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como 
sua participação em empresas privadas, depende de autorização legislativa, exceto se já houver previsão 
para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei 
criadora é a própria medida autorizadora. 
(C) A fundação pública não pode ser extinta por ato do Poder Público. 
(D) O chefe do Poder Executivo poderá, por decreto, extinguir empresa pública ou sociedade de 
economia mista. 
(E) A sociedade de economia mista poderá ser estruturada sob qualquer das formas admitidas em 
direito. 
 
06. (TJ/RS - Contador - FAURGS). A Administração Direta compreende 
(A) as autarquias. 
(B) as empresas públicas. 
(C) as sociedades de economia mista. 
(D) as fundações públicas. 
(E) a presidência da república e os ministérios. 
 
07. (Prefeitura de Cláudio/MG - Guarda Municipal - FUNDEP). Assinale a alternativa em que, 
segundo o direito positivo brasileiro, todas as pessoas indicadas são componentes da Administração 
Pública Indireta. 
(A) Autarquia, fundação e organização social. 
(B) Fundação, agência executiva e sociedade de propósitos específicos. 
(C) Organização da sociedade civil de interesse público, conselho popular e consórcio público. 
(D) Autarquia, sociedade de economia mista e empresa pública. 
 
Gabarito 
 
01.Errado / 02.B / 03.E / 04. C/ 05.B/ 06.E/ 07.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: Errado 
Serviços sociais não integram a Administração Pública Indireta, logo, a assertiva está errada. 
 
02. Resposta: B 
Integra, a Administração Pública indireta as fundações públicas, as sociedades de economia mista, as 
empresas públicas e as autarquias. 
 
03. Resposta: E 
(A) As sociedades de economia mista possuem personalidade jurídica de direito público e integram a 
administração pública direta. Indireta. 
(B) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração 
pública direta e indireta. (apenas indireta) 
(C) As fundações não possuem personalidade jurídica e integram a administração pública direta. 
(indireta) 
(D) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e privado e integram 
exclusivamente a administração pública direta. (indireta) 
(E) As autarquias possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração 
pública indireta. 
 
3 
 
04. Resposta: C 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, a Administração Pública Indireta é o conjunto de pessoas 
administrativas que, vinculadas à respectiva Administração direta, têm o objetivo de desempenhar as 
atividades administrativas de forma descentralizada. (José dos Santos Carvalho Filho). 
 
05. Resposta: B 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
( ) 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades 
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; 
Na ADIN 1.649-1 o STF firmou o seguinte entendimento: "é dispensável a autorização legislativa para 
a criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a 
empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é a própria medida autorizadora". 
 
06. Resposta: E 
DL 200/67 
Art. 4° A Administração Federal compreende: 
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da 
Presidência da República e dos Ministérios. 
 
07. Resposta: D 
DL 200/67 
Art. 4° A Administração Federal compreende: 
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da 
Presidência da República e dos Ministérios. 
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de 
personalidade jurídica própria: 
a) Autarquias; 
b) Empresas Públicas; 
c) Sociedades de Economia Mista. 
d) fundações públicas. 
 
Centralização e descentralização 
 
 
A execução do serviço público poderá ser por: 
Centralização: Quando a execução do serviço estiver sendo feita pela Administração direta do Estado 
(ex.: Secretarias, Ministérios, departamentos etc.). Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular como 
o prestador do serviço público, o próprio estado é quem centraliza a atividade. 
 
4 
 
Dica de DescEntralização: Distribuição 
Externa 
Cria ENtidades 
Descentralização: Quando estiver sendo feita por terceiros que não se confundem com a 
Administração direta do Estado. Esses terceiros poderão estar dentro ou fora da Administração Pública 
(são sujeitos de direito distinto e autônomo). Se estiverem dentro da Administração Pública, poderão ser 
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista (Administração indireta do 
Estado). Se estiverem fora da Administração, serão particulares e poderão ser concessionários, 
permissionários ou autorizados. 
Assim, descentralizar é repassar a execução e a titularidade, ou só a execução de uma pessoa para 
outra, não havendo hierarquia. Por exemplo, quando a União transferiu a titularidade dos serviços 
relativos à seguridade social à autarquia INSS. 
Na esfera federal, a Administração Direta ou Centralizada é composta por órgãos subordinados à 
Presidência da República e aos Ministérios, como o Departamento da Polícia Federal, Secretaria do 
Tesouro Nacional ou a Corregedoria-Geral da União. 
 
 
Concentração e Desconcentração 
 
Desconcentração (cria órgãos): consiste em técnica administrativa de distribuição de atribuições em 
âmbito interno a fim de otimizar as prestações de serviços públicos. Pressupõe a criação de órgãos dentro 
de uma mesma pessoa jurídica, no âmbito de sua própria estrutura. A desconcentração não cria nova 
entidade, apenas órgãos, repartindo funções entre eles, a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação 
dos serviços. Existe relação de hierarquia entre os órgãos. 
Concentração (extingue órgãos): ao contrário da desconcentração, a concentração consiste em 
técnica administrativa que promove a extinção de órgãos. Ou seja, ocorre quando a pessoa jurídica 
integrante da Administração Pública extingue determinados órgãos de sua estrutura e os reúne em um 
órgão central. As competências administrativas são realizadas pelo órgão central, sem distribuição interna 
entre vários órgãos. Ex.: Secretaria de um Município que tinha em sua estrutura superintendências, 
delegacias, agências ou postos de atendimento e os extingue por restrições orçamentárias, reunindo as 
competências desempenhadas por cada um dentro da própria Secretaria, sem divisões internas. 
 
Diferença entre Descentralização e DesconcentraçãoAs duas figuras dizem respeito à forma de prestação do serviço público. Descentralização, entretanto, 
significa transferir a execução de um serviço público para terceiros que não se confundem com a 
Administração Direta e, cria-se NOVAS ENTIDADES. Já a desconcentração significa transferir a 
execução de um serviço público de um órgão para o outro dentro da Administração Direta, permanecendo 
está no centro. 
 
Questões 
 
01. (CORE/PE - Auxiliar Administrativo - INAZ do Pará/2019) O fenômeno jurídico que dá origem 
aos órgãos administrativos é denominado desconcentração administrativa. Quanto a desconcentração 
que pode ocorrer na Administração Direta do distrito federal, que nome deve ser dado ao órgão? 
(A) Ministério. 
(B) Autarquia. 
(C) Empresa Mista. 
(D) Fundação. 
(E) Secretaria. 
 
02. (Prefeitura de Londrina/PR - Procurador do Município - COPS-UEL/2019) Assinale a alternativa 
que apresenta, corretamente, as principais distinções entre descentralização e desconcentração na 
administração pública. 
(A) Em caso da ocorrência da descentralização ou da desconcentração, as entidades ou os agentes 
não estarão sujeitos ao controle da administração pública. 
(B) A desconcentração exige a instituição de uma nova entidade autônoma, enquanto a 
descentralização está relacionada à delegação de poderes através de lei da entidade descentralizadora. 
 
 
5 
 
(C) A entidade descentralizadora poderá instituir uma entidade autônoma para o exercício de funções 
públicas relevantes, sem a necessidade de lei, enquanto a desconcentração exigirá a edição de lei 
expressa a respeito. 
(D) A descentralização somente poderá recair sobre entidades públicas, enquanto a desconcentração 
poderá recair sobre as particulares. 
(E) A descentralização impõe a exigência de lei da entidade descentralizadora criando entidade 
autônoma, enquanto a desconcentração está relacionada à distribuição de competência no âmbito da 
mesma entidade. 
 
03. (Câmara de Serrana/SP - Procurador Jurídico - VUNESP/2019) A respeito da desconcentração, 
é correto afirmar que 
(A) é sinônimo de descentralização, porém ocorre na Administração Indireta. 
(B) consiste na Administração Direta deslocar, distribuir ou transferir a prestação do serviço para a 
Administração Indireta. 
(C) foi vedada em recente decisão do Supremo Tribunal Federal com repercussão geral. 
(D) consiste na Administração Direta deslocar, distribuir ou transferir a prestação do serviço para o 
particular. 
(E) se trata de forma de repartição interna da competência atribuída à entidade estatal e dela decorre 
a criação de órgãos públicos. 
 
04. (PC/ES - Perito Oficial Criminal - INSTITUTO AOCP/2019) Dentro da organização da 
Administração Pública, pode-se conceituar o processo de desconcentração como 
(A) a distribuição de competências entre órgãos dentro da mesma pessoa jurídica, a fim de permitir o 
mais adequado e racional desempenho das atividades estatais. 
(B) o fenômeno inerente à Administração Indireta, que consiste na criação de entidades para atividades 
de fiscalização e regulação de um determinado setor. 
(C) a prestação de serviço ao Poder Público, por meio de contrato de gestão ou termo de parceria com 
empresas do setor privado. 
(D) a transferência de poderes e atribuições para um sujeito distinto e autônomo do ente federativo 
criador. 
(E) o ato de criação de pessoas jurídicas meramente administrativas, sem a característica de ente 
político. 
 
Gabarito 
 
01.E / 02.E / 03.E / 04.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: E 
A alternativa correta é a letra “E” (Secretaria). Vale lembrar que os Ministérios são órgãos federais, da 
União, no entanto, a questão pediu “órgãos do DF”. Os Estados, Municípios e o Distrito Federal têm 
Secretarias. Já as Autarquias, Empresas Mistas e as Fundações, integram a Administração Indireta ou 
descentralizada do Estado. 
 
02. Resposta: E 
A descentralização cria-se uma NOVA entidade. A desconcentração é uma distribuição interna, no 
âmbito da mesma entidade (não cria nova entidade, pode criar órgãos). 
DescOncentracao - ÓRGAO 
DescENtralizacao - ENTIDADE 
 
03. Resposta: E 
A desconcentração consiste em técnica administrativa de distribuição de atribuições em âmbito interno 
a fim de otimizar as prestações de serviços públicos. Pressupõe a criação de órgãos dentro de uma 
mesma pessoa jurídica, no âmbito de sua própria estrutura. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
04. Resposta: A 
A desconcentração consiste em técnica administrativa de distribuição de atribuições em âmbito interno 
a fim de otimizar as prestações de serviços públicos. Pressupõe a criação de órgãos dentro de uma 
mesma pessoa jurídica, no âmbito de sua própria estrutura. 
 
Feitas essas considerações iniciais, passamos à análise das pessoas jurídicas que compõem a 
Administração Pública Indireta: 
Autarquias 
As autarquias são para executar as atividades típicas da Administração Pública. São pessoas jurídicas 
de direito público criadas por lei para a prestação de serviços públicos, contando com capital 
exclusivamente público. As autarquias são regidas integralmente por regras de direito público, podendo, 
tão-somente, serem prestadoras de serviços e contando com capital oriundo da Administração Direta 
(ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco Central etc.). 
 
Características: Temos como principais características das autarquias: 
- Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6 016/43, repetindo-se no Decreto-lei nº 
200/67 e no artigo 37, XIX, da Constituição; 
- Personalidade jurídica pública: ela é titular de direitos e obrigações próprios, distintos daqueles 
pertencentes ao ente que a instituiu: sendo pública, submete-se a regime jurídico de direito público, 
quanto à criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios, sujeições; 
- Capacidade de autoadministração: não tem poder de criar o próprio direito, mas apenas a 
capacidade de se auto administrar a respeito das matérias especificas que lhes foram destinadas pela 
pessoa pública política que lhes deu vida. A outorga de patrimônio próprio é necessária, sem a qual a 
capacidade de autoadministração não existiria. 
Pode-se compreender que ela possui dirigentes e patrimônio próprios. 
- Especialização dos fins ou atividades: coloca a autarquia entre as formas de descentralização 
administrativa por serviços ou funcional, distinguindo-a da descentralização territorial; o princípio da 
especialização impede de exercer atividades diversas daquelas para as quais foram instituídas; e 
- Sujeição a controle ou tutela: é indispensável para que a autarquia não se desvie de seus fins 
institucionais. 
- Liberdade Financeira: as autarquias possuem verbas próprias (surgem como resultado dos serviços 
que presta) e verbas orçamentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade para 
manejar as verbas que recebem como acharem conveniente, dentro dos limites da lei que as criou. 
- Liberdade Administrativa: as autarquias têm liberdade para desenvolver os seus serviços como 
acharem mais conveniente (comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei que as 
criou. 
 
Classificação: há entendimentos doutrinários que apontam três fatores que de fato demarcam 
diferenças entre as autarquias. São eles: 
- O nível federativo: as autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e municipais, conforme 
instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e pelos Municípios; 
- Quanto ao objeto: dentro das atividades típicas do Estado, as que estão pré-ordenadas; e 
- As autarquias podem ter diferentes objetivos: as autarquias assistenciais são aquelas que visam 
a dispensar auxílio a regiões menos desenvolvidas, ou à categorias sociais específicas, para o fim de 
minorar as desigualdades regionais e sociais, conforme artigo 3º, inciso III, da Constituição (ex.: 
SUDENE). 
 
Porém, há também os que classificam de acordo com os critérios abaixo: 
- Tipo de atividade: econômicas, de crédito e industriais, de previdência e assistência,profissionais 
ou corporativas; 
- Capacidade administrativa: geográfica ou territorial e a de serviço ou institucional; 
- Estrutura: fundações e corporativas; e 
- Âmbito de atuação: federais, estaduais e municipais. 
Quanto ao tipo de atividade elas ainda podem ser distribuídas em 5 grupos de classificação: 
- Econômicas: são destinadas para incentivar a produção e controle de produtos. Como é o exemplo 
do Instituto do Açúcar e do Álcool; 
 
 
7 
 
- De crédito e industriais: para gestão de recursos financeiros, bem como sua distribuição mediante 
empréstimo. Atualmente foram substituídas por empresas públicas, como é o caso da Caixa Econômica 
Federal; 
- De previdência e assistência: para atividades de seguridade social. Como é o caso do INSS e o 
IPESP; 
- As profissionais ou corporativas: para fiscalizar as profissões; 
- As culturais ou de ensino: universidades federais. 
 
Patrimônio: as autarquias são constituídas por bens públicos, conforme dispõe o artigo 98, CC. Têm 
as seguintes características: 
a) São inalienáveis 
b) impenhoráveis; 
c) imprescritíveis 
d) não oneráveis. 
 
Pessoal: com o artigo 39 da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas (União, 
Estados, DF e Municípios) ficaram com a obrigação de instituir, no âmbito de sua organização, regime 
jurídico único para todos os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas. 
 
Controle Judicial: as autarquias, por serem dotadas de personalidade jurídica de direito público, 
podem praticar atos administrativos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo este último, 
controlados pelo judiciário, por vias comuns adotadas na legislação processual, tal como ocorre com os 
atos jurídicos normais praticados por particulares. Já os atos administrativos, possuem algumas 
características especiais, pois eles são controlados pelo judiciário tanto por vias comuns, quanto pelas 
especiais, como é o caso do mandado e da ação popular. 
Necessário se faz destacar que os elementos do ato autárquico que resultam de valoração sobre a 
conveniência e oportunidade da conduta, são excluídos de apreciação judicial, assim como os atos 
administrativos em geral que trazem o regular exercício da função administrativa e são privativos dos 
seus agentes administrativos. 
 
Foro dos litígios judiciais: a fixação da competência varia de acordo com o nível federativo da 
autarquia, por exemplo, os litígios comuns, onde as autarquias federais figuram como autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, têm suas causas processadas e julgadas na Justiça Federal, o mesmo foro 
apropriado para processar e julgar mandados de segurança contra agentes autárquicos. 
Quanto às autarquias estaduais e municipais, os processos em que encontramos como partes ou 
intervenientes terão seu curso na Justiça Estadual comum, sendo o juízo indicado pelas disposições da 
lei estadual de divisão e organização judiciárias. 
Nos litígios decorrentes da relação de trabalho, o regime poderá ser estatutário ou trabalhista. Sendo 
estatutário, o litígio será de natureza comum, as eventuais demandas deverão ser processadas e julgadas 
nos juízos fazendários. Porém, se o litígio decorrer de contrato de trabalho firmado entre a autarquia e o 
servidor, a natureza será de litígio trabalhista (sentido estrito), devendo ser resolvido na Justiça do 
Trabalho, seja a autarquia federal, estadual ou municipal. 
 
Responsabilidade civil: prevê a Constituição que as pessoas jurídicas de direito público respondem 
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. 
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da responsabilidade objetiva do Estado, 
aquela que independe da investigação sobre a culpa na conduta do agente. 
 
Prerrogativas autárquicas: as autarquias possuem algumas prerrogativas de direito público, sendo 
elas: 
- Imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda a instituição de impostos sobre o 
patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais 
ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade para as autarquias tem natureza 
condicionada. 
- Impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode ser usado o instrumento coercitivo 
da penhora como garantia do credor. 
- Imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como bens públicos, não podem ser eles 
adquiridos por terceiros através de usucapião. 
 
 
8 
 
Chamamos a atenção com relação aos prazos: 
A redação do Código de Processo Civil de 1973, previa prazo em dobro para a Fazenda Pública e 
o Ministério Público se manifestarem e prazo em quádruplo para recorrer. 
Com o novo Código de Processo de 2015, esse prazo sofreu modificações, de forma que o Ministério 
Público, à Fazenda Pública e à Defensoria Pública gozam de prazo em dobro para manifestação nos 
autos, exceto nos casos em que a lei estabelecer, de maneira expressa, outro prazo específico para 
esses entes. 
Entretanto, esse benefício da contagem do prazo em dobro, não se aplica ao ente público, Ministério 
Público ou Defensoria Pública, quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente 
público. (art. 183, §2º, NCPC) 
- Prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias prescrevem em 5 
anos. 
- Créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são inscritos como dívida ativa e 
podem ser cobrados pelo processo especial das execuções fiscais. 
- Presunção de legitimidade de seus atos administrativos. 
- Principais situações processuais específicas 
 
As autarquias são consideradas como fazenda pública, razão pela qual, nos processos em que é parte, 
tem prazo em dobro para recorrer (art. 183 do NCPC). Elas estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição. A 
defesa de autarquia em execução por quantia certa, fundada em título judicial, se formaliza em outros 
apensos ao processo principal e por meio de embargos do devedor. 
 
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, 
cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. 
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. 
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, 
prazo próprio para o ente público. 
 
 
Contratos: os contratos celebrados pelas autarquias são de caráter administrativo e possuem as 
cláusulas exorbitantes, que garantem à administração prerrogativas que o contratado comum não tem, 
assim, dependem de prévia licitação, exceto nos casos de dispensa ou inexigibilidade e precisam 
respeitar os trâmites da lei 8.666/1993, além da lei 10.520/2002, que institui a modalidade licitatória do 
pregão para os entes públicos. 
Isto acontece pelo fato de que por terem qualidade de pessoas jurídicas de direito público, as entidades 
autárquicas relacionam-se com os particulares com grau de supremacia, gozando de todas as 
prerrogativas estatais. 
 
Autarquia de regime especial: é toda aquela em que a lei instituidora conferir privilégios específicos 
e aumentar sua autonomia comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir os preceitos 
constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pública. O que posiciona a autarquia de 
regime especial são as regalias que a lei criadora lhe confere para o pleno desempenho de suas 
finalidades específicas. 1 
Assim, são consideradas autarquias de regime especial o Banco Central do Brasil, as entidades 
encarregadas, por lei, dos serviços de fiscalização de profissões. Com a política governamental de 
transferir para o setor privado a execução de serviços públicos, reservando ao Estado a regulamentação, 
o controle e fiscalização desses serviços, houve a necessidade de criar na administração agências 
especiais destinadas a esse fim. 
OBS: haviadiscussão no mundo jurídico acerca do regime jurídico da OAB, se seria autarquia de 
regime especial ou não. No julgamento da ADIn 3026/DF o STF decidiu que “a OAB não é uma entidade 
da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no 
elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro”. 
 
Agências executivas: trata-se de uma entidade já preexistente (autarquia ou fundação) que quando 
cumprido os requisitos legais, recebe a qualificação de agência executiva. Estes requisitos estão previstos 
na Lei 9.649/1998, conforme artigos 51 e 52, vejamos: 
 
1 http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/27676/autarquias-de-regime-especial 
 
9 
 
http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/27676/autarquias-de-regime-especial
a) possuir um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento; 
b) tiver celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor. 
Podemos mencionar também duas características importantes tiradas dos artigos 51 e 52 da lei acima 
mencionada, vejamos: 
a) a formalização da qualificação da autarquia ou da fundação como agência executiva será feita por 
decreto do Presidente da República; e 
b) a entidade, qualificada como agência executiva, deverá implementar as metas definidas no contrato 
de gestão, de acordo com os prazos e critérios de desempenho definidos no ajuste, e, em contrapartida, 
receberá maior autonomia de gestão gerencial, orçamentária e financeira. 
As agências executivas foram criadas por meio dos Decretos 2.487/98 e 2.488/98. Em síntese, prevê 
que a qualificação de autarquia ou fundação como agência executiva poderá ser conferida mediante 
iniciativa do Ministério supervisor, com anuência do Ministério da Administração Federal e Reforma do 
Estado, que verificará o cumprimento, pela entidade candidata à qualificação, dos requisitos “a” e “b” 
supramencionados. 
Por visar a melhor eficiência das entidades autárquicas e fundacionais, as agencias executivas devem 
passar por uma avaliação com base nos critérios de excelência do Prêmio Nacional de Qualidade, de 
forma a terem a terem subsídios para elaborar um plano de reestruturação e de desenvolvimento 
institucional. 
Se for aprovado esse plano, a entidade celebrará um contrato de gestão com o Ministério encarregado 
de exercer o controle administrativo sobre ela: nesse contrato, são definidas, entre outras coisas, as metas 
a serem atingidas, a compatibilidade dos planos anuais com o orçamento da entidade, os meios 
necessários à consecução, as medidas legais e administrativas a serem adotadas para assegurar maior 
autonomia de gestão orçamentária, financeira e administrativa, as penalidades aplicáveis em caso de 
descumprimento das metas, as condições para revisão, renovação e rescisão, a vigência2. 
Com o contrato firmado, será qualificada por decreto a agência executiva. Importante esclarecer que, 
caso haja descumprimento do plano estratégico, a entidade perderá a qualificação de agência executiva. 
Acrescenta-se que, os dois decretos que se referem a agências executivas somente se aplicam à esfera 
federal. Se Estados e Municípios quiserem adotar medida semelhante, deverão baixar as suas 
próprias normas, observando o disposto no artigo 37, § 8o, da Constituição3. 
 
Agências Reguladoras: as agências reguladoras foram criadas pelo Estado com a finalidade de tentar 
fiscalizar as atividades das iniciativas privadas. Tratam-se de espécies do gênero autarquias, possuem 
as mesmas características, exceto pelo fato de se submeterem a um regime especial. Seu escopo 
principal é a regulamentação, controle e fiscalização da execução dos serviços públicos transferidos ao 
setor privado. 
São criadas por meio de leis e tem natureza de autarquia com regime jurídico especial, ou seja, é 
aquela que a lei instituidora confere privilégios específicos e maior autonomia em comparação com 
autarquias comuns, sem de forma alguma infringir preceitos constitucionais. 
Algumas características que se destacam das Agências Reguladoras são: 
- a sua relativa autonomia e independência; 
* a investidura especial de seus dirigentes (“caput” do artigo 5° da Lei 9.986/2000) 
* o mandato por prazo determinado; (parágrafo único do Artigo 5° da Lei 9.986/2000) 
* e o período de quarentena após o término do mandato diretivo. (“caput do artigo 8° da Lei 9.986/2000) 
As agências sujeitam-se ao processo administrativo (Lei 9.784/99, na esfera federal, além dos próprios 
dispositivos das leis especificas). 
Caso ocorra lesão ou ameaça de lesão de direito, a empresa concessionária poderá ir ao Judiciário. 
Sua função é regular a prestação de serviços públicos, organizar e fiscalizar esses serviços a serem 
prestados por concessionárias ou permissionárias. 
Exemplos de Agências Reguladoras: 
ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações); 
ANP (Agência Nacional de Petróleo); 
ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica); 
ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil); 
ANTT (Agência Nacional de Transportes terrestres); 
ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária); 
ANA (Agência Nacional de Águas); 
 
2 Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª Edição, 2018 
3 Idem 
 
10 
 
ANCINE (Agência Nacional de Cinema); 
Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários); 
ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). 
 
Agências executivas Agências reguladoras 
Denominação atribuída por decreto a 
autarquias ou fundações públicas no correr 
da existência delas; 
Denominação atribuída por lei a uma 
autarquia, quando da e criação desta última; 
Característica: contrato de gestão 
temporária com órgão da administração 
direta; 
Característica: exercício do poder 
regulador típico do Estado; 
Pode haver desqualificação, a autarquia 
ou fundação pública pode deixar de ser 
agência executiva; 
Não existe desqualificação; 
 
Contrato 
qualificação; 
 
de 
 
gestão 
 
é 
 
obrigatório 
 
à 
O contrato de gestão é opcional, serve 
apenas se a agência reguladora desejar a 
qualificação de agência executiva, e não 
influencia no exercício do poder regulador; 
Qualquer autarquia (inclusive aquelas 
classificadas como agência reguladora) ou 
fundação de apoio pode optar por ser 
qualificada como agência executiva. 
Uma agência reguladora é uma autarquia 
assim instituída por lei - nenhuma autarquia 
e muito menos fundação pública tem a opção 
de querer ser agência reguladora. 
 
Questões 
 
01. (TRT - 6ª Região - Técnico Judiciário - FCC/2018) Na hipótese de a Administração pública 
estadual pretender descentralizar serviço de sua competência para atribuí-lo a pessoa jurídica ainda 
inexistente, sujeita a regime jurídico administrativo e com personalidade de direito público, 
(A) deve criar por lei específica autarquia, que passará a integrar a Administração pública indireta 
estadual. 
(B) deve obter autorização legislativa para criar autarquia, que integrará a Administração pública direta. 
(C) pode criar autarquia ou empresa pública, a primeira instituída por lei e a segunda pelo registro de 
seus atos constitutivos, ambas integrantes da Administração pública indireta. 
(D) pode escolher entre criar autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista, todas por 
lei específica, a última por lei complementar e as três integrantes da Administração pública indireta. 
(E) deve criar por lei específica autarquia, que passará a integrar a Administração pública direta 
estadual juntamente com o ente instituidor. 
 
02. (PGE/PE - Assistente de Procuradoria - CESPE/2019) A respeito da administração pública 
brasileira, julgue o item a seguir. 
Autarquia pode ser criada por ato administrativo originário de ministério. 
( )Certo ( )Errado 
 
03. (CRN - 3ª Região - Advogado - IADES/2019) Assente, na jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal (STF), os conselhos de fiscalização profissional, como o Conselho Regional de Nutrição, que têm 
natureza jurídica de autarquias. Arespeito da forma de criação e da capacidade legislativa para propor a 
criação de autarquias, nos termos constitucionais, assinale a alternativa correta. 
(A) Poderá ser criada autarquia somente por lei específica, de competência do chefe do Poder 
Executivo. 
(B) A autarquia é criada por meio de lei específica ou medida provisória de competência do chefe do 
Poder Executivo. 
(C) Poderá ser criada autarquia somente por decreto legislativo, sendo competente para tanto 
quaisquer das casas do Poder Legislativo. 
(D) A forma de criação de uma autarquia é livre, cabendo à lei de estruturação assim definir, havendo 
competência concorrente para a proposição da lei. 
(E) Somente por lei específica poderá ser autorizada a instituição de autarquia; a competência para a 
referida lei é do Congresso Nacional. 
 
 
11 
 
04. (Prefeitura de Salvador/BA - Fiscal de Serviços Municipais - FGV/2019) Determinado município 
baiano autoriza, por meio de lei, a instituição de uma autarquia com a finalidade de gerir o trânsito e os 
estacionamentos públicos da região. Para preencher os cargos dessa autarquia, serão realizados 
concursos públicos, e os empossados serão regidos pelo regime jurídico estatutário. Além disso, visando 
a contenção de despesas, o Município irá convocar alguns empresários locais para participar do capital 
da autarquia, deixando o Poder Público apenas com 51% do controle. 
Em relação ao apresentado na situação, está de acordo com a legislação brasileira que dispõe sobre 
as autarquias: 
(A) A autorização da instituição da autarquia por lei, o uso do regime jurídico único estatutário para o 
pessoal e a participação da iniciativa privada em seu capital. 
(B) A autorização da instituição por lei da autarquia e a participação de empresários em seu capital. 
(C) A autorização da instituição da autarquia por lei, o uso do regime jurídico estatutário para o pessoal. 
(D) O uso do regime jurídico estatutário para o pessoal e a participação da iniciativa privada em seu 
capital. 
(E) O uso do regime jurídico estatutário para o pessoal. 
 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.Errado / 03.A / 04.E 
Comentários 
01. Resposta: A 
As autarquias fazem parte da administração pública indireta e, deve ser criadas por lei para a prestação 
de serviços públicos. 
 
02. Resposta: Errado 
As autarquias são criadas apenas por lei, não é permitida a criação por meio de ato administrativo 
originário de ministério. 
 
03. Resposta: A 
CF, art. 37, XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de 
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste 
último caso, definir as áreas de sua atuação; 
 
04. Resposta: E 
O artigo 39, CF diz que as pessoas federativas (União, Estados, DF e Municípios) ficaram com a 
obrigação de instituir, no âmbito de sua organização, regime jurídico único para todos os servidores da 
administração direta, das autarquias e das fundações públicas. 
Não está correta a autorização em lei, a autarquia é CRIADA por meio de lei e não autorizada. Ainda, 
o capital da autarquia deve ser de 100% pública, não podendo e no dividi-la com o setor privado. 
 
Fundações públicas 
 
Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destacado pelo seu 
instituidor para atingir uma finalidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público quanto 
de direito privado. São criadas por meio de por lei específica cabendo à lei complementar, neste último 
caso, definir as áreas de sua atuação. 
As fundações que integram a Administração indireta, quando forem dotadas de personalidade de 
direito público, serão regidas integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas de 
personalidade de direito privado, serão regidas por regras de direito público e direito privado. 
O patrimônio da fundação pública é destacado pela Administração direta, que é o instituidor para definir 
a finalidade pública. Como exemplo de fundações, temos: IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico 
Estatístico); Universidade de Brasília; Fundação CASA; FUNAI; Fundação Memorial da América Latina; 
Fundação Padre Anchieta (TV Cultura). 
 
 
 
 
 
12 
 
Características: 
- Liberdade financeira; 
- Liberdade administrativa; 
- Dirigentes próprios; 
- Patrimônio próprio: Patrimônio personalizado significa dizer que sobre ele recai normas jurídicas que 
o tornam sujeito de direitos e obrigações e que ele está voltado a garantir que seja atingido a finalidade 
para qual foi criado. 
 
Não existe hierarquia ou subordinação entre a fundação e a Administração direta. O que existe é um 
controle de legalidade, um controle finalístico. 
As fundações governamentais, sejam de personalidade de direito público, sejam de direito privado, 
integram a Administração Pública. A lei cria e dá personalidade para as fundações governamentais de 
direito público. As fundações governamentais de direito privado são autorizadas por lei e sua 
personalidade jurídica se inicia com o registro de seus estatutos. 
As fundações são dotadas dos mesmos privilégios que a Administração direta, tanto na área tributária 
(ex.: imunidade prevista no art. 150 da CF/88), quanto na área processual (ex.: prazo em dobro). 
As fundações respondem pelas obrigações contraídas junto a terceiros. A responsabilidade da 
Administração é de caráter subsidiário, independente de sua personalidade. 
As fundações governamentais têm patrimônio público. Se extinta, o patrimônio vai para a 
Administração indireta, submetendo-se as fundações à ação popular e mandado de segurança. As 
particulares, por possuírem patrimônio particular, não se submetem à ação popular e mandado de 
segurança, sendo estas fundações fiscalizadas pelo Ministério Público. 
 
Diferença entre Autarquia e Fundações Públicas 
 
Autarquia Fundação 
Criação: ocorre por lei ordinária e 
específica 
Criação: ocorre por autorização legislativa e lei 
complementar, o que permite definir a área de atuação. 
Personificação: serviço público. Personificação: patrimônio. 
Pessoa Jurídica: de direito público. Pessoa Jurídica: de direito público ou privado. 
Funções: exerce função típica do 
Estado. 
Funções: exerce funções atípicas do Estado. 
Natureza: administrativa Natureza: social 
 
Questões 
 
01. (TJ/DFT - Titular de Serviços de Notas e de Registros – CESPE/2019) Na hipótese de um ente 
federado pretender instituir uma fundação pública de direito público, a criação dessa entidade deverá ser 
formalizada por meio de 
(A) lei ordinária, cabendo a decreto regulamentar definir as áreas de sua atuação. 
(B) lei complementar, cabendo a lei ordinária definir as áreas de sua atuação. 
(C) autorização em lei ordinária específica, cabendo a decreto regulamentar definir as áreas de sua 
atuação. 
(D) autorização em lei ordinária específica, cabendo a lei complementar definir as áreas de sua 
atuação. 
(E) autorização em lei complementar específica, cabendo a lei ordinária definir as áreas de sua 
atuação. 
 
02. (IBGE - Analista Censitário - Gestão e Infraestrutura - INSTITUTO AOCP/2019) De modo geral, 
podemos conceituar a Administração Indireta como o conjunto de pessoas jurídicas (desprovidas de 
autonomia política) que, vinculadas à administração direta, têm competência para o exercício, de forma 
descentralizada, de atividades administrativas. Em relação ao tema, o Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE) é classificado como 
(A) empresa pública. 
(B) autarquia. 
(C) fundação pública. 
(D) sociedade de economia mista. 
(E) entidade paraestatal. 
 
13 
 
Atenção: são autorizadas por lei e não são criadas por lei. 
03. (CRA/PR - Administrador I – Quadrix/2019) Quanto às noções básicas de administração pública, 
julgue o item 
Para que determinada fundação integre a Administração Pública, é indispensável que ela seja uma 
pessoa jurídica de direito público. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
Gabarito 
 
01.D / 02.C / 03.Errado 
Comentários01. Resposta: D 
Art. 37, XIX, CF - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de 
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste 
último caso, definir as áreas de sua atuação 
 
02. Resposta: C 
O IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico Estatístico) é uma Fundação Pública. 
 
03. Resposta: Errado 
As fundações públicas porem ser de direito público ou privado. 
 
Empresas públicas 
 
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, e tem sua criação por meio de autorização 
legal. 
 
 
As empresas públicas têm seu próprio patrimônio e seu capital é integralmente detido pela União, 
Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, podendo contar com a participação de outras pessoas 
jurídicas de direito público, ou também pelas entidades da administração indireta de qualquer das três 
esferas de governo, porém, a maioria do capital deve ser de propriedade da União, Estados, Municípios 
ou do Distrito Federal. 
 
Foro Competente 
A Justiça Federal julga as empresas públicas federais, enquanto a Justiça Estadual julga as empresas 
públicas estaduais, distritais e municipais. 
 
Objetivo 
É a exploração de atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de 
serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou preste 
serviço público. 
 
Se a empresa pública é prestadora de serviços públicos, por consequência está submetida a regime 
jurídico público. Se a empresa pública é exploradora de atividade econômica, estará submetida a regime 
jurídico igual ao da iniciativa privada. 
 
Alguns exemplos de empresas públicas: 
- BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social): Embora receba o nome de banco, 
não trabalha como tal. A única função do BNDS é financiar projetos de natureza social. É uma empresa 
pública prestadora de serviços públicos. 
- EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos): É prestadora de serviço público (art. 21, X, da 
CF/88). 
- Caixa Econômica Federal: Atua no mesmo segmento das empresas privadas, concorrendo com os 
outros bancos. É empresa pública exploradora de atividade econômica. 
 
 
14 
 
- RadioBrás: Empresa pública responsável pela “Voz do Brasil”. É prestadora de serviço público. 
As empresas públicas, independentemente da personalidade jurídica, têm as seguintes características: 
- Liberdade financeira: Têm verbas próprias, mas também são contempladas com verbas 
orçamentárias; 
- Liberdade administrativa: Têm liberdade para contratar e demitir pessoas, devendo seguir as regras 
da CF/88. Para contratar, deverão abrir concurso público; para demitir, deverá haver motivação. 
 
Não existe hierarquia ou subordinação entre as empresas públicas e a Administração Direta, 
independentemente de sua função. Poderá a Administração Direta fazer controle de legalidade e 
finalidade dos atos das empresas públicas, visto que estas estão vinculadas àquela. Só é possível, 
portanto, controle de legalidade finalístico. 
A empresa pública será prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica. A 
CF/88 somente admite a empresa pública para exploração de atividade econômica em duas situações 
(art. 173 da CF/88): 
- Fazer frente a uma situação de segurança nacional; 
- Fazer frente a uma situação de relevante interesse coletivo: A empresa pública deve obedecer aos 
princípios da ordem econômica, visto que concorre com a iniciativa privada. Quando o Estado explora, 
portanto, atividade econômica por intermédio de uma empresa pública, não poderão ser conferidas a ela 
vantagens e prerrogativas diversas das da iniciativa privada (princípio da livre concorrência). 
Cabe ressaltar que as Empresas Públicas são fiscalizadas pelo Ministério Público, a fim de saber se 
está sendo cumprido o acordado. 
 
Quanto à responsabilidade das empresas públicas, temos que: 
 
Empresas públicas exploradoras de 
atividade econômica 
Empresas públicas prestadoras de serviço 
público 
A responsabilidade do Estado não existe, pois, 
se essas empresas públicas contassem com 
alguém que respondesse por suas obrigações, 
elas estariam em vantagem sobre as empresas 
privadas. Só respondem na forma do § 6.º do art. 
37 da CF/88 as empresas privadas prestadoras 
de serviço público, logo, se a empresa pública 
exerce atividade econômica, será ela a 
responsável pelos prejuízos causados a terceiros 
(art. 15 do CC); 
 
 
Como o regime não é o da livre concorrência, 
elas respondem pelas suas obrigações e a 
Administração Direta responde de forma 
subsidiária. A responsabilidade será objetiva, nos 
termos do art. 37, § 6.º, da CF/88. 
Submetem-se a regime falimentar, 
fundamentando-se no princípio da livre 
concorrência. 
Não se submetem a regime falimentar, visto 
não estão em regime de concorrência. 
 
Vale fazer uma ressalva quanto às empresas públicas prestadoras de serviço público, muitos 
doutrinadores divergem se eles podem ou não falir. Trouxemos os entendimentos apontados por alguns 
doutrinadores no sentido que essas empresas não se submetem ao regime falimentar. Vejamos: 
 
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro4, “As empresas públicas e sociedades de economia mista não 
estão sujeitas à falência, conforme está expresso no artigo 2º da Lei nº 11.101 de 9-2- 2005 (Lei de 
Falências). Essa lei deu tratamento diferente às empresas concessionárias e às empresas estatais 
(sociedades de economia mista e empresas públicas). Estas últimas foram excluídas da abrangência da 
lei (art. 2º, I). A diferença de tratamento tem sua razão de ser: é que as empresas estatais fazem parte 
da Administração Pública indireta, administram patrimônio público, total ou parcialmente, dependem de 
receitas orçamentárias ou têm receita própria, conforme definido em lei, e correspondem a forma diversa 
de descentralização: enquanto as concessionárias exercem serviço público delegado por meio de 
contrato, as empresas estatais são criadas por lei e só podem ser extintas também por lei. Sendo criadas 
por lei, o Estado provê os recursos orçamentários necessários à execução de suas atividades, além de 
responder subsidiariamente por suas obrigações. 
Só cabe fazer uma observação: a lei falhou ao dar tratamento igual a todas as empresas estatais, sem 
distinguir as que prestam serviço público (com fundamento no artigo 1 75 da Constituição) e as que 
 
4 DIREITO ADMINISTRATIVO, 27ª edição, editora ATLAS, 2014. 
 
15 
 
exercem Administração Indireta atividade econômica a título de intervenção (com base no artigo 1 73 da 
Constituição). Estas últimas não podem ter tratamento privilegiado em relação às empresas do setor 
privado, porque o referido dispositivo constitucional, no § 1 º, II, determina que elas se sujeitem ao mesmo 
regime das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações.” 
Também ensina Celso Antônio Bandeira de Mello: 
“Quando se tratar de exploradoras de atividade econômica, então, a falência terá curso absolutamente 
normal, como se de outra entidade mercantil qualquer se tratara. É que a Constituição, no art. 173, §1º, 
II, atribui-lhes sujeição "ao regime jurídico próprio das empresas privadas inclusive quanto aos direitos e 
obrigações civis, comerciais (...).” 
 
Para Jose dos Santos Carvalho Filho 
“De plano, o dispositivo da Lei de Falências não parece mesmo consentâneo com a ratio inspiradora 
do art. 173, § 1º, da Constituição Federal. De fato, se esse último mandamento equiparou sociedades de 
economia mista e empresas públicas de natureza empresarial às demais empresas privadas, aludindo 
expressamente ao direito comercial, dentro do qual se situa obviamente a nova Lei de Falências, parece 
incongruente admitir a falência para estas últimas e não admitir para aquelas. Seria uma discriminação 
não autorizada pelo dispositivo constitucional. Na verdade, ficaram as entidades paraestatais com 
evidente vantagem em relação às demais sociedades empresárias,apesar de ser idêntico o objeto de 
sua atividade. Além disso, se o Estado se despiu de sua potestade para atuar no campo econômico, não 
deveria ser merecedor da benesse de estarem as pessoas que criou para esse fim excluídas do processo 
falimentar.” 
 
Para Hely Lopes Meirelles, o entendimento é o mesmo: 
“A nova Lei de Falências (Lei 11.101, de 9.2.2005, que `regula a recuperação judicial, extrajudicial e a 
falência do empresário e da sociedade empresária’) dispõe expressamente, no art. 2º, I, que ela não se 
aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista. Não obstante, a situação continuará a 
mesma. Tal dispositivo só incidirá sobre as empresas governamentais que prestem serviço público; as 
que exploram atividade econômica ficam sujeitas às mesmas regras do setor privado, nos termos do art. 
173, §1º, II, da CF [...].” 
 
Questões 
 
01. (PC/ES - Perito Oficial Criminal - INSTITUTO AOCP/2019) A seguinte definição: “Pessoa jurídica 
de direito privado administrada exclusivamente pelo poder público, instituída por um ente estatal, com a 
finalidade prevista em lei e sendo de propriedade única do Estado.” se refere 
(A) a entes do sistema “S”. 
(B) à Fundação Pública. 
(C) à Sociedade de Economia Mista. 
(D) à Empresa Pública. 
(E) à Agência Reguladora. 
 
02. (MPC/PA - Assistente Ministerial de Controle Externo – CESPE/2019) Determinado governador 
pretende que sejam criadas uma nova autarquia e uma nova empresa pública em seu estado. 
Nessa situação, serão necessárias 
(A) duas leis específicas: uma para a criação da autarquia e outra para a criação da empresa pública. 
(B) uma lei específica para a criação da autarquia e outra para a autorização da instituição da empresa 
pública. 
(C) uma lei específica para a criação da empresa pública e outra para a autorização da instituição da 
autarquia. 
(D) autorizações legais na norma geral acerca da nova organização da administração pública estadual, 
não havendo necessidade de a criação de nenhuma das entidades ser feita por lei. 
(E) duas leis específicas: uma para a autorização da criação da empresa pública e outra para a 
autorização da criação da autarquia. 
 
03. (Prefeitura de Boa Vista/RR - Procurador Municipal – CESPE/2019) A respeito de improbidade 
administrativa, processo administrativo e organização administrativa, julgue o item seguinte. 
A criação de empresa pública é um exemplo de descentralização de poder realizado por meio de atos 
de direito privado, ainda que a instituição da empresa pública dependa de autorização legislativa. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
16 
 
04. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional de Nível Universitário Jr - NC-UFPR/2019) Com relação à 
organização da Administração Pública brasileira, assinale a alternativa correta. 
(A) A sociedade de economia mista será criada por lei específica e será constituída como sociedade 
limitada ou como sociedade anônima. 
(B) A autarquia poderá ser criada com personalidade jurídica de direito público ou com personalidade 
jurídica de direito privado, no interesse da Administração. 
(C) Toda empresa pública estará sujeita a supervisão ministerial. 
(D) A sociedade de economia mista poderá ser criada com personalidade jurídica de direito público. 
(E) A empresa pública será criada por lei específica e será constituída, obrigatoriamente, como 
sociedade anônima. 
 
Gabarito 
01.D. / 02.B / 03.Certo / 04.C 
Comentários 
01. Resposta: C 
Lei nº 13.303/2016. - Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido 
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. 
 
02. Resposta: B 
As autarquias são CRIADAS por lei específica. Já as Empresas Públicas não são criadas por lei, elas 
são AUTORIZADAS POR LEI específica. 
 
03. Resposta: Certo 
As empresas públicas são um exemplo de descentralização do poder; podem ser realizadas por meio 
de atos de direito privado, sendo que, em regra, as empresas públicas são de direito privado; e, por fim, 
são autorizadas por lei. 
 
04. Resposta: C 
Diz respeito ao Controle Finalístico ou Supervisão Ministerial. É o controle que a Administração Direta 
faz sobre a indireta, na finalidade de verificar se está sendo cumprido o que foi proposto. 
 
Sociedade de economia mista 
 
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado, integrante da 
Administração Pública Indireta, sua criação autorizada por lei, criadas para a prestação de serviços 
públicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com capital misto e constituídas somente 
sob a forma empresarial de S/A (Sociedade Anônima). 
 
As sociedades de economia mista são: 
- Pessoas jurídicas de Direito Privado. 
- Exploradoras de atividade econômica ou prestadoras de serviços públicos. 
- Empresas de capital misto. 
- Constituídas sob forma empresarial de S/A. 
Veja alguns exemplos de sociedade mista: 
a. Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil. 
b. Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô, CDHU (Companhia de Desenvolvimento 
Habitacional Urbano) e CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços, empresa responsável pelo 
gerenciamento da execução de contratos que envolvem obras e serviços públicos no Estado de São 
Paulo). 
 
Características 
As sociedades de economia mista têm as seguintes características: 
- Liberdade financeira; 
- Liberdade administrativa; 
- Dirigentes próprios; 
- Patrimônio próprio. 
 
17 
 
Não existe hierarquia ou subordinação entre as sociedades de economia mista e a Administração 
Direta, independentemente da função dessas sociedades. No entanto, é possível o controle de legalidade. 
Se os atos estão dentro dos limites da lei, as sociedades não estão subordinadas à Administração Direta, 
mas sim à lei que as autorizou. 
As sociedades de economia mista integram a Administração Indireta e todas as pessoas que a 
integram precisam de lei para autorizar sua criação, sendo que elas serão legalizadas por meio do registro 
de seus estatutos. 
A lei, portanto, não cria, somente autoriza a criação das sociedades de economia mista, ou seja, 
independentemente das atividades que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das sociedades 
de economia mista. 
A Sociedade de economia mista, quando explora atividade econômica, submete-se ao mesmo regime 
jurídico das empresas privadas, inclusive as comerciais. Logo, a sociedade mista que explora atividade 
econômica submete-se ao regime falimentar. Sociedade de economia mista prestadora de serviço público 
não se submete ao regime falimentar, visto que não está sob regime de livre concorrência. 
 
Para maior complemento de seus estudos, trouxemos o que tem em comum e as diferenças 
entre a empresa pública e a sociedade de economia mista 
 
O que ambas te em comum: 
 
 
Diferenças: 
Empresa Pública Sociedade de Economia Mista 
Forma jurídica: As empresas públicas podem 
revestir-se de qualquer das formas previstas em 
direito (sociedades civis, sociedades comerciais, 
Ltda, S/A, etc). 
Forma Jurídica: As sociedades de 
economia mista utilizam-se da forma de 
Sociedade Anônima (S/A), sendo regidas, 
basicamente, pela Lei das Sociedades por 
Ações (Lei n° 6.404/1976). 
Composição do capital: o capital é composto por 
integrantes da Administração Pública, portanto é 
integralmente público. Dessa forma, não se permite a 
participação de recursos particulares na formação de 
capital das empresas públicas. 
Composição do Capital: o capital é 
composto por recursos públicos e privados, 
sendo, portanto as ações divididas entre a 
entidade governamental e a iniciativa 
privada. 
Foro processual: Será competente para 
julgamento das empresas públicas federais, quando 
estas se encontrarem nas condições de autoras, rés, 
assistentes ou opoentes, exceto as de falência, as de 
acidente do trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e 
à Justiça do Trabalho,à Justiça Federal. 
 
Foro processual: Será competentes para 
julgamento das sociedades de economia 
federal a Justiça Estadual, não usufrui de 
privilégios da Justiça Federal. 
 
Questão 
 
01. (IF/AM - Assistente em Administração – IDECAN/2019) A organização administrativa da União 
está cercada de entidades da chamada Administração Indireta, entre elas as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista. Nesse cenário, assinale a alternativa correta. 
(A) Somente por lei complementar poderá ser criada uma empresa pública. 
(B) As empresas públicas federais não podem ter participação em empresas privadas. 
(C) As sociedades de economia mista devem oferecer um regime estatutário para os seus 
empregados, que serão admitidos após regular concurso público de provas e títulos. 
(D) A criação de subsidiária de sociedade de economia mista depende de autorização legislativa. 
(E) Somente por lei complementar poderá ser criada uma sociedade de economia mista. 
 
18 
 
a) criação e extinção autorizadas por lei; 
b) personalidade jurídica de direito privado; 
c) sujeição ao controle estatal; 
d) derrogação parcial do regime de direito privado 
por normas de direito público; 
e) vinculação aos fins definidos na lei instituidora; 
f) desempenho de atividade de natureza 
econômica. 
 
2. Ato administrativo. 2.1 Conceito, requisitos, atributos, classificação e 
espécies; 
02. (CREF/11ª Região - Agente de Orientação e Fiscalização – Quadrix/2019) No que se refere à 
administração indireta, julgue o item. 
Sociedades de economia mista têm personalidade jurídica de direito privado e são criadas sob a forma 
de sociedades anônimas, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, à União, aos 
estados, ao Distrito Federal, aos municípios ou à entidade da administração indireta. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
03. (Prefeitura de Boa Vista/RR - Procurador Municipal - CESPE/2019) Julgue o item a seguir, 
acerca das disposições constitucionais a respeito de direito administrativo. 
A investidura em empregos públicos em sociedades de economia mista depende de prévia aprovação 
em concurso público, mas não se estende a esse tipo de emprego a proibição constitucional de 
acumulação remunerada de funções e cargos públicos. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.D / 02.Certo / 03.Errado 
Comentário 
01. Resposta: D 
Vejamos o que traz o artigo 37, inciso, da Constituição Federal: Art. 37. A administração pública direta 
e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá 
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades 
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; 
 
02. Resposta: Certo 
Art. 4º da Lei 13.303/2016 
“Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com 
criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam 
em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração 
indireta”. 
 
03. Resposta: Errado 
Constituição Federal - Artigo 37, XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e 
abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; 
 
 
Ato administrativo 
 
É toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe faça às vezes, que 
agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, transferir, modificar ou extinguir direitos e 
obrigações. 
Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja em nome dele. 
Logo, pode-se concluir que os atos administrativos não são definidos pela condição da pessoa que os 
realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público. 
Deve-se diferenciar o conceito de ato administrativo do conceito de ato da Administração. Este último 
é ato praticado por órgão vinculado à estrutura do Poder Executivo. 
Nem todo ato praticado pela Administração será ato administrativo, ou seja, há circunstâncias em que 
a Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular. 
O que qualifica o ato como administrativo é o fato que sua repercussão jurídica produz efeitos a uma 
determinada sociedade, devendo existir uma regulação pelo direito público. Para que esse ato seja 
 
19 
 
caracterizado, é necessário que ele seja emanado por um agente público, quer dizer, alguém que esteja 
investido de munus público, podendo atuar em nome da Administração. 
Esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde serão definidas prerrogativas, que digam respeito à 
supremacia do interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade do interesse público. 
Embora existam divergências, a doutrina mais moderna entende que os atos administrativos podem 
ser delegados, assim os particulares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos referidos 
atos. 
 
Conceitos de acordo com alguns doutrinadores: 
Para Hely Lopes Meirelles: “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, 
agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e 
declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”.5 
Para Maria Sylvia Zanella di Pietro ato administrativo é a “declaração do Estado ou de quem o 
represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito 
público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.6 
 
Requisitos: 
 
São as condições necessárias para a existência válida do ato. Do ponto de vista da doutrina 
tradicional (e majoritária nos concursos públicos), os requisitos dos atos administrativos são cinco: 
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um 
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente. 
No Direito Administrativo quem define as competências de cada agente é a lei, que deverá limitar sua 
atuação e fazer as atribuições de cada agente. 
O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado todo aquele que atue em nome do 
Estado, podendo ser de qualquer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo determinado ou 
vínculo de natureza permanente. 
Podem ser englobados como agentes, os agentes políticos, que são os detentores de mandatos 
eletivos, secretários e ministros de Estado, considerando ainda os membros da magistratura e do 
Ministério Público. Os atos ainda poderão ser praticados por particulares em colaboração com o poder 
público, podendo se considerar aqueles que exercem função estatal, sem vínculo definido, como acontece 
com jurados e mesários, por exemplo. 
Além da competência para a prática do ato, se faz necessário que não exista impedimento e suspeição 
para o exercício da atividade. 
Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não sendo possível um agente que contenha 
competência ilimitada, tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios de legitimação 
para a prática de atos. 
 
Finalidade: O ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado 
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder. 
 
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos 
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser 
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam 
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo. 
A forma específica se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um processo 
administrativoprévio, que se caracterize por uma série de atos concatenados, com um propósito certo. A 
exigência de forma para a prática dos atos da Administração Pública decorre do Princípio da Solenidade, 
que pertence à atuação estatal, como forma de garantia de que os cidadãos serão contemplados com 
essa ação. 
 
Você deve estar se perguntando, qual seria a forma correta dos atos administrativos? 
Simples, os atos devem ser escritos, mesmo que não haja dispositivo legal que estabeleça essa 
obrigatoriedade, em língua portuguesa. Há, contudo, exceções que são definidas por lei específica, que 
é o caso de uma semáforo que se manifesta através de sinais. Ex: quando se acende a luz verde, significa 
que os condutores de veículos podem seguir. 
 
 
5 Direito administrativo brasileiro, p. 145. 
6 Direito administrativo, p. 196. 
 
20 
 
Não esquecer: 
 
 
Motivo: Este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses 
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes; 
O motivo será válido, sem irregularidades na prática do ato administrativo, exigindo-se que o fato 
narrado no ato praticado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na conduta estatal. 
Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das razões que levaram à prática do ato. 
 
Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e qualquer 
ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas referentes 
a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública. 
Entende-se por objeto, aquilo que o ato dispõe, o efeito causado pelo ato administrativo, em 
decorrência de sua prática. Trata-se do objeto como a disposição da conduta estatal, aquilo que fica 
decidido pela prática do ato. 
 
Atributos do Ato Administrativo 
 
Atributos são prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração representa, são 
as qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros atos jurídicos. Decorrem do 
princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. 
 
Por este princípio, o ato administrativo goza de prerrogativas conferidas pela doutrina. Tais regras, 
diferenciam os atos administrativos dos outros que sejam praticados pelo poder público e das atividades 
de particulares regularizadas pelo direito privado. 
 
São eles: 
 
1. Presunção de Legitimidade: É a presunção de que os atos administrativos devem ser 
considerados válidos, até que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços 
públicos. Isso não significa que os atos administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus 
da prova é de quem alega. 
O atributo de presunção de legitimidade confere maior celeridade à atuação administrativa, já que 
depois da prática do ato, estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse válido, até que 
se declare sua ilegalidade por decisão administrativa ou judicial. 
 
2. Imperatividade: É o poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente 
obrigações aos administrados, independente da concordância destes. É a prerrogativa que a 
Administração possui para impor determinado comportamento a terceiros. 
 
3. Exigibilidade ou Coercibilidade: É o poder que possuem os atos administrativos de serem exigidos 
quanto ao seu cumprimento sob ameaça de sanção. A imperatividade e a exigibilidade, em regra, nascem 
no mesmo momento. 
Excepcionalmente o legislador poderá diferenciar o momento temporal do nascimento da 
imperatividade e o da exigibilidade. No entanto, a imperatividade é pressuposto lógico da exigibilidade, 
ou seja, não se poderá exigir obrigação que não tenha sido criada. 
Caso não seja cumprida a obrigação imposta pelo administrativo, o poder público, se valerá dos meios 
indiretos de coação, realizando, de modo indireto o ato desrespeitado. 
 
4. Autoexecutoriedade: É o poder de serem executados materialmente pela própria administração, 
independentemente de recurso ao Poder Judiciário. A autoexecutoriedade é atributo de alguns atos 
administrativos, ou seja, não existe em todos os atos (Exemplo: Procedimento tributário, desapropriação, 
etc.). Poderá ocorrer em dois casos: 
a) Quando a lei expressamente prever; 
b) Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos seguintes 
requisitos: 
 
21 
 
A forma não configura a essência do ato, mas apenas o instrumento necessário para que a conduta 
administrativa atinja seus objetivos. Valendo-se, portanto, do princípio da instrumentalidade das formas, 
sabe-se que a forma não é essencial para à prática do ato, mas apenas o meio, definido em lei, em que 
o poder público conseguirá atingir seus objetivos. 
- situação de urgência; e 
- inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão. 
 
Classificação dos Atos Administrativos 
 
Dentre as inúmeras formas de classificação dos atos, a doutrina traz as que são mais relevantes: 
Quanto à formação: Os atos se dividem em simples, complexo e compostos. 
Simples: depende de uma única manifestação. Assim, a manifestação de vontade de um único órgão, 
mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portanto, a vontade para manifestação do ato 
deve ser unitária, obtida através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um agente em 
órgãos singulares. 
Complexo: decorre da manifestação de dois ou mais órgãos; de duas ou mais vontades que se unem 
para formar um único ato. Neste tipo, somam-se as vontades dos órgãos públicos independentes, em 
mesmo nível de hierarquia, de modo que tenham a mesma força, não se falando em dependência de uma 
relação com a outra. Aqui, os atos que formarão o ato complexo serão expedidos por órgãos públicos 
distintos. 
Exemplo: Decreto do prefeito referendado pelo secretário. 
 
Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um edita o ato principal e o outro será 
acessório. Como se nota, é composto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão público, 
em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato deve contar com o que ocorrer com o primeiro. 
Exemplo: nomeação de ministro do Superior Tribunal feito pelo Presidente da República e que 
depende de aprovação do Senado. A nomeação é o ato principal e a aprovação o acessório. 
 
Quanto a manifestação de vontade: 
Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das partes. Exemplo: licença 
Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes. Exemplo: contrato administrativo; 
Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes. Exemplo: convênios. 
 
Quanto aos destinatários 
Gerais: os atos gerais tem a finalidade de normatizar suas relações e regulam uma situação jurídica 
que abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange todas as pessoas que se 
encontram na mesma situação, por tratar-se de imposição geral e abstrata para determinada relação. 
Esses atos dependem de publicação para que possam produzir efeitos e devem prevalecer sobre a 
vontade individual. 
Exemplo: a Administração cria uma norma interna para que os servidores se reúnam todas as 
segundas com o chefe. Como se percebe, o ato não individualiza nenhum sujeito específico, e será 
aplicado de forma ampla a todos aqueles que estiverem nesse local. 
 
Individuais: são aqueles destinados a um destinatário certo, impondo a norma abstrata ao caso 
concreto. Nesse momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é geral restringindo seu 
âmbito de atuação. 
Não se fala em atividade em geral, mas sim de modo específico de quais agentes devem se submeter 
às disposições da conduta. 
Exemplo: promoção de servidor público 
 
Quanto à supremacia do poder público: 
- Atos de império: Atos onde o poder público age de forma imperativa sobre os administrados, 
impondo-lhes obrigações. Exemplos de atos de império: A desapropriação e a interdição de atividades. 
A Administração

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