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intensivo enem 04

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CAMINHOS PARA A REDAÇÃO NOTA 1000:
Um curso com técnicas de escrita
e repertório argumentativo
#nota 1000
 INTENSIVO DE
REDAÇÃO ENEM
#AULA 04
#AULA 04
2
AULA 04 – COMPETÊNCIAS 01 E 04: 
A LINGUAGEM DISSERTATIVA
Uma prova de redação avalia diversos fatores ao mesmo tempo, como a capacidade de leitura, o 
domínio da estrutura textual, bem como a habilidade de usar o conhecimento adquirido ao longo da vida 
na defesa de um ponto de vista. Com tantos itens que devem ser equilibrados numa dissertação, muitos 
vestibulandos acabam não dando a devida atenção a um elemento fundamental: provas de redação tam-
bém são um exercício de linguagem. Sendo assim, o emprego adequado do código linguístico não é um 
aspecto secundário; é, isso sim, uma prioridade da redação.
Para não perder de vista essa prioridade dissertativa, basta ver o quanto é atribuído à parte de ex-
pressão, linguagem e coesão textual na composição geral das notas de redação: 400 pontos.
ENEM: COMPETÊNCIA 01
Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa
No próprio enunciado da questão de redação já vem claro o que se espera quanto à linguagem a ser 
aplicada: o padrão formal da língua portuguesa.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de 
sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua por-
tuguesa sobre o tema “o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”, apresentando 
proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma 
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 
Assim, fica claro que a correção espera um domínio linguístico condizente com alguém que concluiu 
ou está concluindo o Ensino Médio, e, naturalmente, passou pelas aulas de língua portuguesa. Nesse 
caso, é fundamental deixar de lado a coloquialidade e saber aplicar o registro formal na construção do 
texto.
A avaliação dessa competência possui como base dois eixos: a estrutura sintática e os desvios gra-
maticais. Vejamos o que é observado em cada um desses conceitos:
1. Estrutura sintática 
Essa referência de correção está mais relacionada à forma como os períodos estão construídos. Por 
isso, eles devem estar completos, bem estruturados, a ponto de contribuírem para fluidez da leitura da 
redação.
Exemplos de problemas de estrutura sintática
Período incompleto
Sendo assim, fica evidente que a estigmatização dessas pessoas tem como causa a ignorância so-
bre o que são doenças mentais. Afinal, o senso-comum enxerga apenas a existência das doenças físi-
cas. Deixando de lado os males emocionais.
É notório que muitas atividades foram alteradas completamente após o surgimento da internet. 
Que transformou a forma de se relacionar e de buscar informações.
#AULA 04
3
Adjunto adverbal isolado em início de frase
Na época da colonização do Brasil. Houve a prática de forçar escravos a mudarem de cultura, e pas-
sassem a adotar a religião oficial [...]
Períodos truncados ou justapostos
O direito à educação é assegurado na Constituição de 88, porém os dados do IBGE mostram que o 
Brasil apesar de possuir uma legislação voltada à cidadania ainda possui 11 milhões de pessoas no mais 
completo analfabetismo tão grave estatística revela o quanto o país precisa de fato priorizar a formação 
populacional, caso contrário será impossível se tornar desenvolvido dentro de um mundo cada vez mais 
tecnológico.
Duplicação de palavra
Considerando que as ferramentas virtuais dispendem a reiterada atenção de seus usuários, é cedi-
ço que as relações consumistas dos variados catálogos de informação e de entretenimento tornaram-
-se atividades impreteríveis às relações relações sociais contemporâneas.
Ausência de palavra
Existe no Brasil um terrível preconceito com as pessoas sofrem de problemas ligados à saúde mental.
Excesso de palavras
A cultura da população tem muito a perder pela a falta de acesso ao cinema.
2. Desvios gramaticais
Trata-se da obediência às convenções e regras gramaticais, como a adequação vocabular, as regras 
de ortografia, concordância verbal e nominal, regência etc.
Outros exemplos de desvios gramaticais
Expressões próprias da oralidade, ou da escrita coloquial.
• Expressões coloquiais como “um monte”, “um bocado”, “é isso aí”, “né”, “tá beleza”, ou formas usa-
das na Internet, como “blz”, “vc”, “eh”; 
• O uso de diminutivos e aumentativos, em casos próprios da coloquialidade (ex.: “basiquinho”; 
“muitão”); 
• Reduções (como “pra”, “pro”) e abreviaturas, como “p/” (no lugar de “para”) ou “c/” (no lugar de “com”).
Imprecisão vocabular
[...] essa manipulação de dados na internet pode influenciar o comportamento humano de acordo 
com o que o logaritmo propõe.
Adjuntos adverbais longos: cuidado!
No contexto brasileiro atual a internet ocupa função cada vez mais importante.
A internet ocupa no contexto brasileiro atual função cada vez mais importante.
#AULA 04
4
Não basta apenas não cometer erros
Um fator que pode gerar confusão quanto à competência 01 é o fato de ela não se limitar apenas a fis-
calizar erros gramaticais ou de estrutura. Isso quer dizer que o sistema de correção não ficará satisfeito 
somente porque a redação não apresentou erros. Uma boa avaliação nesse critério, contudo, depende 
também da demonstração do domínio da linguagem escrita formal. 
Durante o iluminismo foi criada uma imprensa revolucionária para a época devido à necessidade de 
comunicação. E a internet surgiu com a revolução científica e informacional, dinamizando as interações 
sociais. Porém, muitos internautas dispõem excessivamente seus dados, atraem manipuladores de mí-
dia e trazem consequências nefastas.
Inicialmente, é importante ressaltar que muitas vezes o controle dos usuários nas redes traz riscos 
para a vida fora delas. A exemplo disso, tem-se o caso da apresentadora Ana Hickmann, que expõe sua 
rotina no aplicativo Snapchat e foi vítima de um sequestro quase fatal. Assim, muitas pessoas são ex-
postas nas redes sociais sem se preocuparem com a sua segurança.
Ademais, a manipulação na internet é feita principalmente através das fake news. Segundo Max 
Webber, a dominação carismática se dá por meio de discursos e promessas utópicas que garantem o 
apoio das massas sociais. As notícias falsas são utilizadas com a mesma finalidade no contexto político 
e fazem com que o comportamento das pessoas se torne vulnerável e manipulável.
Portanto, são necessárias medidas que protejam os usuários da internet. Para isso, o Ministério da 
Ciência e Tecnologia e o Legislativo devem elaborar leis efetivas que garantam a privacidade dos inter-
nautas para a sociedade usufruir as vantagens da internet de forma segura.
ENEM: COMPETÊNCIA 04
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos 
necessários para a construção da argumentação.
Toda avaliação de textos dissertativos observa e valoriza a organização da estrutura textual. Por isso, 
cabe a quem escreve dominar marcas linguísticas que constroem a progressão lógica das ideias desen-
volvidas no texto, como a paragrafação e a coesão textual. No caso específico do ENEM, isso será obser-
vado na 4ª competência da grade de avaliação.
Os aspectos a serem avaliados nesta Competência dizem respeito à estruturação lógica e formal en-
tre as partes da redação. A organização textual exige que as frases e os parágrafos estabeleçam entre si 
uma relação que garanta a sequenciação coerente do texto e a interdependência entre as ideias. Essa 
articulação é feita mobilizando-se recursos coesivos, em especial operadores argumentativos, que são 
os principais termos responsáveis pelas relações semânticas construídas ao longo do texto disserta-
tivo-argumentativo, por exemplo, relações de igualdade, de adversidade, de causa-consequência, de 
conclusão etc. Certas preposições, conjunções, alguns advérbios e locuções adverbiais são responsá-
veis pela coesão do texto, porque estabelecem uma inter-relaçãoentre orações, frases e parágrafos, 
além de pronomes e expressões referenciais, conforme explicaremos adiante, no item “referenciação”. 
Cada parágrafo será composto por um ou mais períodos também articulados; cada ideia nova precisa 
estabelecer relação com as anteriores. 
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 
A redação no Enem 2020: cartilha do participante. Brasília, DF: INEP, 2020.
O que é coesão textual?
De forma bem objetiva, entendamos coesão como os elementos linguísticos que fazem com que as 
frases e os parágrafos do texto se mantenham interligados. Trabalharemos com duas categorias coesivas:
#AULA 04
5
1. Elementos de referência textual
São palavras ou expressões que retomam termos já colocados no texto ou antecipam termos que 
ainda serão mencionados. Os pronomes são as palavras mais produtivas nessa modalidade.
É de fácil percepção que o país não atende de forma suficiente a necessidade de atenção à saúde 
mental. Esse problema ocorre por razões [...]
Portanto, para que diminuam as barreiras sociais que dificultam o acesso ao cinema é necessário 
isto: atacar os já analisados fatores econômicos e culturais.
O filme “Tapete Vermelho” conta os incidentes de um pai que busca levar o filho para ver um filme 
de Mazzaropi. Um dos motivos que fazem os dois perambularem é o fato de, nas cidades do interior do 
Brasil, as salas de cinema terem se tornado um artigo raro.
2. Operadores argumentativos
São palavras, locuções ou expressões que estabelecem uma sequência lógica entre as frases e os 
parágrafos do texto. Um exemplo desses operadores está no domínio do uso das conjunções.
Em primeiro lugar, é preciso compreender as causas dessa problemática. Em um mundo marcado 
pelo capitalismo, é comum que, cada vez mais, seja fortalecido o sistema de mercantilização do lazer, 
ou seja, este passa a ser vendido por empresas em forma de mercadoria. Nesse sentido, nota-se que, 
muitas vezes, parcelas da população com condições financeiras mais baixas acabam não conseguindo 
ter acesso às atividades de lazer, como o cinema, devido aos preços, geralmente, inacessíveis. Além 
disso, outro fator que contribui para a falta do amplo acesso da população ao cinema é a localização no 
interior dos shoppings, os quais, normalmente, estão situados nos centros das grandes cidades, o que 
acaba dificultando o acesso de moradores de bairros mais afastados. Dessa forma, o cinema no Brasil 
torna-se um ambiente elitizado.
Tabela de correção da competência 04
200 pontos Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.
160 pontos Articula as partes do texto, com poucas inadequações, e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.
120 pontos Articula as partes do texto, de forma mediana, com inadequações, e apresenta repertório pouco diversificado de recursos coesivos.
80 pontos Articula as partes do texto, de forma insuficiente, com muitas inadequações, e apresenta repertório limitado de recursos coesivos.
40 pontos Articula as partes do texto de forma precária.
0 pontos Não articula as informações.
Inadequação coesiva
Diferentemente dos critérios da competência 01, que prevê alguma tolerância quanto à linguagem, na 
competência 04 não se admitem inadequações no uso dos elementos coesivos.
Exemplo 01
A grande maioria das pessoas não tem conhecimento de como funcionam os algoritmos e o proces-
so de controle de dados na internet, mas continuam sendo manipuladas cotidianamente. 
#AULA 04
6
Exemplo 02
A relação entre pais e filhos melhoraria se os pais dessem mais importância aos filhos, onde estes 
pudessem opinar mais. 
Exemplo 03
A vida de muitas pessoas hoje em dia é a internet. Lá tem muitas informações, muitas notícias e o 
tempo que as pessoas vivem é muito atualizado, cheio de coisas boas e ruins. 
A internet ultimamente está mudando até os mais velhos, que cada vez mais têm rede social. A cada 
dia que passa a internet tá ensinando, mas muitas coisas também causam problemas. Como as crian-
ças que veem muitas coisas ruins, muita violência. A Rede Social oferece muitas formas para divulgar 
o trabalho, encontrar uma oferta de emprego ou de um estudo. O mundo está se explorando muito rede 
social e muitos adolescentes estão viciados em jogos.
REDAÇÃO PARA ANÁLISE
No século XIX, os avanços tecnológicos e científicos proporcionaram às populações novas alter-
nativas de lazer, dentre as quais se pode citar o cinema. No Brasil, atualmente, tal forma de diversão 
tem se destacado, uma vez que promove a interação com o público de maneira singular, isto é, gera 
muitas emoções aos indivíduos. Apesar disso, verifica-se que, em nosso país, o acesso ao cinema não 
é disponibilizado a todos os cidadão, seja pela falta de investimentos, seja pelo alto custo cobrado por 
empresas para assistir a um filme. Assim, tendo em vista a importância desse lazer, ele deve ter seu 
acesso democratizado, a partir da resolução de tais entraves. 
Sob esse viés, pode-se apontar as poucas verbas direcionadas à construção e à manutenção de ci-
nemas, especialmente nas pequenas cidades brasileiras, como uma das causas do problema em ques-
tão. Acerca disso, sabe-se que boa parte da população que vive em áreas rurais ou suburbanas sofre 
com a falta de acessibilidade a tal meio de diversão. Prova dessa realidade é o filme “Cine Hollyúde”, 
lançado no Brasil, o qual mostra a dificuldade das pessoas que habitam no interior em assistir à primeira 
obra cinematográfica da cidade, devido à precariedade estrutural do cinema local. Tal cenário também 
é observado fora da ficção, visto que, por causa dos poucos investimentos, indivíduos das regiões po-
bres do país possuem mínima ou nenhuma interação com essa forma de lazer. 
Ademais, nota-se, ainda, uma intensa elitização dos cinemas, porquanto o preço cobrado pelo in-
gresso de uma sessão é alto, o que limita a ida a esses lugares de exibição de filmes. Sobre isso, perce-
be-se que, como a busca por tal lazer aumentou, de acordo com dados do “site” “Meio e mensagem”, as 
empresas exibidoras estão cada vez mais visando ao lucro em detrimento de uma diversão e interação 
pública. Isso ocorre, segundo o pensador Karl Marx, graças à busca excessiva por capital (dinheiro), 
tornando o cinema apenas como um “lugar lucrativo”. Desse modo, a democratização do acesso a esses 
locais torna-se distante da realidade vivida. 
Portanto, cabe ao Governo investir em projetos que facilitem o acesso ao cinema, principalmente 
nas regiões interioranas, por intermédio do auxílio financeiro a empresas exibidoras, a fim de descen-
tralizar os lugares em que há transmissões de filmes. Outrossim, compete às ONGs, como organizações 
que visam suprir as necessidades populacionais, realizar campanhas em prol de salas bem estrutura-
das e de reduções do preço cobrado pelos ingressos das sessões cinematográficas, por meio das redes 
sociais e dos outros veículos de comunicação, com o objetivo de democratizar a ida ao cinema e de, 
dessa maneira, afastar-se da realidade narrada no filme “Cine Hollyúde”. 
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 
A redação no Enem 2020: cartilha do participante. Brasília, DF: INEP, 2020. 
#AULA 04
7
EIXO TEMÁTICO
EDUCAÇÃO, ARTE E CULTURA
TEXTO 01
Por que a pandemia deve aumentar a pobreza educacional
Relatório do Banco Mundial descreve como ‘espantosas’ as estimativas dos efeitos do 
fechamento prolongado das escolas na América Latina e no Caribe
A interrupção do ensino presencial na América Latina e no Caribe devido ao fechamento das escolas 
durante a pandemia de covid-19 pode elevar a pobreza da aprendizagem em mais de 20%, resultando em 
um cenário em que dois a cada três estudantes são incapazes de ler ou compreender textos simples. A 
conclusão é do Banco Mundial em relatório divulgado na quarta-feira (17).
O documento mostra que o aprendizado está despencando na região, apesar de ressaltar quemuitos 
países já estão reabrindo e retomando as atividades escolares presenciais. O Brasil, no entanto, enfrenta 
uma realidade diferente.
Em algumas cidades do país, escolas estão fechadas desde o início da pandemia e, em outros municí-
pios, como São Paulo, instituições de ensino chegaram a ser reabertas por um breve período, mas foram 
fechadas novamente. Em março de 2021, no pior cenário da crise sanitária no Brasil, a expectativa é que 
elas permaneçam assim até que haja redução da contaminação pela covid-19, que já matou mais de 280 
mil brasileiros.
7,6 milhões
É o número de crianças que já foram atingidas pela pobreza educacional causada pela pandemia na 
América Latina e no Caribe
Os impactos no Brasil
A pobreza educacional é medida pela quantidade de crianças de dez anos com graves dificuldades 
de leitura. No Brasil, o cenário precário na pandemia é potencializado pela desigualdade de ensino que 
existia no país antes da crise. Cerca de 50% dos alunos já enfrentava pobreza educacional. Segundo o 
relatório do Banco Mundial, esse número pode crescer para 70% se as escolas ficarem fechadas por até 
13 meses.
Em janeiro, um relatório da Unesco mostrou que, no Brasil, as escolas ficaram fechadas por cerca de 
10 meses durante a pandemia — quase o dobro do tempo do resto do mundo (22 semanas).
Os efeitos “sobre o capital humano da região são simplesmente uma tragédia”, segundo o documen-
to, e atingem principalmente crianças e jovens mais vulneráveis.
Além dos impactos no aprendizado, a suspensão das aulas presenciais abalou também a alimentação 
dos alunos mais pobres e elevou a evasão escolar de jovens e crianças que enfrentaram dificuldades 
como falta de acesso à internet para assistir às aulas.
“A interrupção dos serviços presenciais que os alunos costumavam receber nas escolas, inclusive 
a merenda escolar, que é a fonte de alimento mais confiável para 10 milhões de estudantes da região 
[América Latina e Caribe], juntamente com a dificuldade econômica que a maioria das suas famílias 
está enfrentando, está causando fortes efeitos negativos na saúde física, mental e emocional dos es-
tudantes. A pandemia provavelmente terá consequências negativas vitalícias, especialmente para o 
bem-estar das crianças pequenas e das famílias”
Banco Mundial, em relatório sobre o impacto da pandemia na educação
#AULA 04
8
Custo econômico e social
O risco de contágio do novo coronavírus fez governos fecharem escolas em todo o mundo em 2020 
e, em mais de 160 países, cerca de 1,5 bilhão de estudantes foram afetados pela interrupção das aulas.
Na América Latina e no Caribe, a pandemia causou choques econômicos e sanitários que afetaram 
mais de 170 milhões de alunos em toda a região. Até o fim de 2020, eles ficaram, em média, 159 dias sem 
aulas presenciais. Só no Brasil, cerca de 48 milhões de estudantes, 81% deles matriculados na rede pú-
blica, tiveram que ficar em casa em 2020.
O relatório prevê que a pobreza educacional vai representar perdas econômicas graves, que podem 
durar por muito tempo. Considerando dez meses de fechamento das escolas, os prejuízos na aprendiza-
gem podem traduzir-se em um custo econômico de US$ 1,7 trilhão (R$ 9,5 trilhões, na cotação de 17 de 
março de 2021) de potencial de ganhos na América Latina e no Caribe.
Preparação para reabertura
Para mitigar as perdas de aprendizagem, o documento do Banco Mundial ressalta a importância de 
aprimorar o ensino a distância especialmente para os mais pobres, e transformá-lo em uma ferramenta 
mesmo quando for possível a volta das atividades presenciais.
Apesar de o relatório ressaltar os esforços de muitos países da região para recuperar a defasagem 
educacional por meio do ensino remoto, “a prontidão e a implementação ainda são um problema”.
“Ao mesmo tempo em que os países estão implementando iniciativas promissoras como resposta de 
emergência, é necessário começar a pensar em como adaptar, melhorar e adotar essas iniciativas para o 
longo prazo criando sistemas educacionais mais inclusivos, eficazes e resilientes”, afirma o documento.
Para garantir a segurança da reabertura, o relatório sugere que os professores recebam prioridade 
no processo de vacinação. Além disso, afirma que o programa de alimentação escolar pode atrair os es-
tudantes de volta quando as escolas forem reabertas.
Extraído de: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2021/03/17/Por-que-a-pandemia-deve-aumentar-
a-pobreza-educacional>. Publicado em: 17/03/2021
TEXTO 02
DESIGUALDADES EDUCACIONAIS: considerações sobre o acesso à educação básica – Câmara dos Deputados (2020)
#AULA 04
9
TEXTO 03
Mais de 25% dos jovens no Brasil e no estado do Rio não estudam ou trabalham
Mais de um quarto dos jovens no Brasil e no estado do Rio não estavam trabalhando nem estudando 
no fim de 2020. No país, 25,52% da população entre 15 e 29 anos estavam nesta situação. E no Rio, ainda 
mais: 26,8%. Os dados relacionados ao grupo “nem-nem”, como é chamado, são do estudo “Juventudes, 
Educação e Trabalho: Impactos da Pandemia nos Nem-Nem”, feito pelo FGV Social e coordenado pelo 
professor Marcelo Neri.
— É uma crise juvenil que começou em 2014 a 2017, não recuou nos anos seguintes, e entrou numa 
segunda onda com essa Geração-Covid. O recorde de nem-nem foi atingido no segundo trimestre do 
ano, chegando a 29,33% — diz o professor Neri que apresenta o panorama, falando sobre o impacto real 
dos dados: — De 2002 a 2020, o Brasil teve sua maior geração jovem, de 50 milhões. Então é uma parcela 
importante da população, além de guardar a chave para o futuro. Diante dessa situação, as sequelas são 
grandes. Estudos mostram que a crise dos anos 80 no Brasil tornou aquela geração mais propensa a par-
ticipar ou ser vítima de homicídios 10 anos depois, por exemplo.
Segundo Neri, o índice de Nem-Nem foi puxado na pandemia principalmente pelo índice de desocu-
pação. Do último semestre de 2019 para o mesmo período de 2020, a desocupação entre os jovens de 
todo o país saltou de 49,37% para 56,34%.
E no estado do Rio, de 55,2% para 63,6%. Enquanto isso, a taxa de evasão escolar diminuiu: a nível 
nacional, de 62,2% para 57,95%; e no estado do Rio, de 58,19% para 53,68%. Para Neri, isso pode ser 
explicado, em parte, pela menor cobrança escolar na educação à distância. Mas um outro índice chama 
atenção e preocupa Neri:
— A satisfação com o sistema educacional caiu de 56% para 41% entre os jovens brasileiros, chegan-
do ao seu nível mais baixo.
#AULA 04
10
Felicidade em nível mais baixo
Não à toa a autoavaliação geral da felicidade dos jovens brasileiros, captada pela média de satisfação 
com a vida no presente, chegou ao nível mais baixo da série brasileira. Numa escala de 0 a 10, era 6,7 em 
2019 e passou para 6,4 em 2020, de acordo com estudos do FGV Social, também comandados por Neri. 
Indicadores positivos, como a alegria, e negativos, como a preocupação e a raiva, também pioraram na 
recessão causada pela pandemia.
— Isso é resultado da falta de perspectiva. O jovem está sem emprego, e portanto, sem dinheiro. Não 
estuda ou estuda de uma maneira displicente, então sua autoestima é afetada. E outros indicadores, 
como o aumento da fome, fazem chegar a situações extremas, como até a situações de doenças, como a 
depressão — explica o professor de Economia do Ibmec RJ, Ricardo Macedo.
Extraído de: <https://extra.globo.com/economia/mais-de-25-dos-jovens-no-brasil-no-estado-do-rio-nao-
estudam-ou-trabalham-25059015.html>. Publicado em: 13/06/2021
TEXTO 04
Envelhecer aprendendo
No Brasil, além da emergência da pandemia, há a necessidade de requalificar adulto que trabalha ou 
até promover reinvenção profissional
No final de 2020, fui convidada a integrar o Conselho de Governança do Instituto de Aprendizagem ao 
longo da vida da Unesco, sediado na Alemanha.
O instituto trabalha com educação de adultos e imaginei, ao ser convidada, que falaríamos priori-
tariamente de alfabetização dos homens e mulheres que ainda estão à margem de qualquer ambienteletrado. Afinal, há ainda, apesar da crescente ampliação de acesso às escolas, 750 milhões de adultos no 
planeta que não se alfabetizaram. E o número deve se manter grande, pois em 2018, cerca de 260 milhões 
de crianças e adolescentes não frequentavam a escola.
E o Brasil não é exceção. Em 2018, havia 11,3 milhões de pessoas analfabetas com 15 ou mais anos 
de idade. A taxa de analfabetismo absoluto vem se reduzindo, mas ainda é de 6,8% da população adulta.
Mas, para além da urgência, em especial com a pandemia, de recuperar aprendizagens dos que foram 
deixados para trás, inclusive os que não lograram se alfabetizar, há outras questões relevantes na educa-
ção de adultos. Com a recente crise econômica e o advento da chamada Revolução 4.0, em que postos de 
trabalho são substituídos rapidamente por máquinas, haverá a necessidade de requalificar adultos que 
trabalham, por meio de um processo de atualização ou até de reinvenção profissional.
Há, porém, outra questão relevante na aprendizagem de adultos, o que o relatório de 2019 da OIT 
sobre o Futuro do Trabalho chamou do imperativo de criação de uma sociedade ativa ao longo da vida. 
Isso significa que o envelhecimento não deveria acarretar a interrupção daquilo que nos dá sentido de 
propósito, o que nos faz levantar da cama a cada manhã.
Seguramente, a natureza do que se faz pode mudar com a idade, mas o ser humano, para se sentir 
vivo, precisa de atividades, mesmo que contemplativas. Neste sentido, o recente livro do neurocientista 
Daniel Levitin, “Successful Ageing”, mostra que, longe de ser necessariamente um período de infelici-
dade, saudades amargas de um passado glamourizado e doença, o envelhecimento é um processo de 
transformação que pode ser libertador, não só com a continuidade daquilo que nos agrada, mas com 
novas aprendizagens. A vantagem é que podemos ler ou estudar o que desejarmos, não apenas aquilo 
que é instrumental para o trabalho.
A melhor notícia que Levitin nos traz é que o cérebro mantém plasticidade mesmo durante este pe-
ríodo simultaneamente desejado e temido. Assim, podemos criar sinapses e adquirir novas habilidades 
socioemocionais, como abertura ao novo, autorregulação e até empatia. E, melhor ainda, preservar par-
te importante da memória!
Claudia Costin
Folha de S. Paulo, 01/07/2021
#AULA 04
11
TEXTO 05
A alfabetização midiática como um bem público
A educação tem desconsiderado a necessidade de preparar os jovens para lidar com as informações 
disponíveis no mundo digital
A mídia está na mídia. Tão evidente que virou notícia diária e preocupação mundial. Fake news, vio-
lência contra jornalistas, ataques às mídias independentes, utilização do discurso de ódio como forma de 
ameaçar repórteres mulheres, e por aí vai. Como diria uma de nossas grande poetisas, Cecília Meireles:
“Que faremos destes jornais, com 
telegramas, notícias, anúncios, 
fotografias, opiniões?
Caem as folhas secas sobre os longos 
relatos de guerra: e o sol empalidece 
suas letras infinitas.
Que faremos destes jornais, longe do 
mundo e dos homens? Este recado de 
loucura perde o sentido entre a terra e 
o céu”.
Esses relatos de loucura que perdem o sentido entre a terra e o céu têm impactado a nossa vida co-
tidiana mais do que gostaríamos, esses “relatos do mundo” – título de um filme da Netflix com Tom Hanks 
que recomendo fortemente – que agora nos chegam para além das páginas impressas dos jornais, mais 
confundem do que organizam o nosso pensamento e, cada vez mais, precisamos de muito discernimento 
para continuar tentando entender onde estamos, quem somos, para onde vamos. Não que essas pergun-
tas tenham uma resposta objetiva, mas até mesmo para continuarmos a fazê-las é preciso ter alguma 
informação a nos amparar. Pois é, informação é poder na Era da Desinformação.
Com o tema Alfabetização Midiática e Informacional como Bem Público, a Unesco (Organização das 
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), através da Mil Alliance, a Aliança Global para Par-
cerias em Alfabetização Midiática e Informacional, fundada em 2013 e hoje presente em mais de cem 
países, lança a Semana Global de Alfabetização Midiática que acontecerá entre os dias 23 e 31 de outubro. 
Durante esse período, pessoas e instituições do mundo inteiro farão campanhas, pôsteres, postagens 
nas mídias sociais, eventos em escolas, empresas e diversas instituições, para promover a conscientiza-
ção dos indivíduos de que a informação de qualidade é um direito – e uma necessidade! - de todo cidadão 
e que é dever de cada um de nós trabalhar pela promoção de um ambiente informacional mais cordial, 
justo e sustentável.
Nos últimos dias assistimos à concessão do Prêmio Nobel da Paz a dois jornalistas: Maria Ressa e 
Dmitry Muratov, que foram agraciados “por sua corajosa luta pela liberdade de expressão nas Filipinas e 
na Rússia”, como explicou a Fundação Nobel. Um enorme reconhecimento ao trabalho da imprensa como 
forma de resistência às constantes ameaças à democracia e ao exercício da liberdade individual de todos 
os cidadãos do mundo. Nesse sentido, o prêmio reconhece e reforça a importância do tema que a Mil 
Alliance enfocará em seu evento anual.
Desde 1987 pesquiso sobre a importância da Educação Midiática, Literacia para as Mídias, Pedagogia 
das Mídias ou Educomunicação e nunca tive dúvida de que, sem a presença desse assunto nas esferas 
educacionais – escolas, bibliotecas, centros culturais, dentre outros espaços que promovem o conheci-
mento – não haverá a formação de cidadãos conscientes de seu papel nessa sociedade em que vivemos. 
Hoje temos quase 60% de pessoas conectadas à internet no planeta (dados de janeiro de 2021) e apro-
ximadamente 70% da população jovem tem algum tipo de contato com o universo digital. Não há como 
formar e informar para que tenhamos uma participação efetiva no acesso, produção e compreensão do 
que circula nas redes sem uma educação pensada exclusivamente para esse fim.
#AULA 04
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NÃO HÁ COMO FORMAR E INFORMAR PARA QUE TENHAMOS UMA PARTICIPAÇÃO EFETIVA NO 
ACESSO, PRODUÇÃO E COMPREENSÃO DO QUE CIRCULA NAS REDES SEM UMA EDUCAÇÃO PENSADA 
EXCLUSIVAMENTE PARA ESSE FIM
Segundo a Unesco em seu currículo para formação de professores de 2013 a alfabetização midiática 
e informacional faz-se imprescindível porque propicia “a compreensão e o uso das mídias de massa de 
maneira incisiva ou não, incluindo um entendimento bem informado e crítico das mídias, das técnicas 
que elas empregam e dos seus efeitos. Também inclui a capacidade de ler, analisar, avaliar e produzir a 
comunicação em uma série de formatos de mídias. Pode ainda ser compreendida como a capacidade de 
decodificar, analisar, avaliar e produzir comunicações de diversas formas.”
Segundo o Office of Communications, conhecido como Ofcom, que é a autoridade reguladora e de 
concorrência aprovada pelo governo para as indústrias de radiodifusão, telecomunicações e correios 
do Reino Unido, a educação midiática é “uma habilidade para acessar, entender e criar comunicação 
em uma variedade de contextos”. Um dos maiores estudiosos desse assunto, o professor inglês David 
Buckingham explicita o que isso quer dizer: “‘Acessar’ inclui as habilidades e competências necessárias 
para localizar conteúdos de mídia, usando tecnologias e softwares disponíveis. ‘Entender’ é a habilidade 
de decodificar e ou interpretar as mídias, o conhecimento sobre o processo de produção e os padrões 
de controle institucional, e a habilidade de criticar a mídia, em termos de veracidade e confiabilidade de 
suas representações do mundo real. E ‘criar’ tem a ver com a habilidade de usar a mídia para produzir e 
comunicar suas próprias mensagens, em uma proposta de autoexpressão para influenciar ou interagir 
com outras pessoas”.
Os jovens estão mais conectados, mas os resultados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação 
de Alunos) coordenado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), mos-
tram uma educação que tem desconsiderado anecessidade de prepará-los para lidar com as informa-
ções disponíveis no mundo digital. Boa parte dos alunos – exceto em países que investem maciçamente 
em educação como a Finlândia – não sabe diferenciar um texto informativo de um opinativo, um anúncio 
comercial de uma notícia.
Para o PISA, a leitura vai além de extrair informações, é muito mais sobre construir conhecimento, 
pensar criticamente e fazer julgamentos bem fundamentados. Como parte do Projeto Educação 2030, a 
partir de 2024 as avaliações da rede estarão mais focadas no aprendizado sobre o universo digital. Para 
a OCDE, a educação do futuro deve se concentrar em ajudar as pessoas a desenvolver uma bússola con-
fiável para navegar em um mundo cada vez mais complexo, incerto, ambíguo e volátil.
A Unesco pretende, por meio da sua Aliança Global, contribuir para a execução da agenda interna-
cional dos objetivos do milênio, que até 2030 tem como objetivo avançar nas áreas de educação, saúde, 
equidade de gênero, empregabilidade, sustentabilidade. Sem a consciência do nosso direito à informa-
ção e de como podemos atuar criticamente sobre e por meio dela, essa agenda será inalcançável. A outra 
iniciativa da Unesco, intitulada “mil clicks” tem como slogan deste ano o convite: “Clique sabiamente, 
criativamente e criticamente”. Se clicamos inúmeras vezes ao dia, que isso seja feito de maneira cons-
ciente, não é mesmo?
Qualquer pessoa pode se engajar na semana mundial de Alfabetização Midiática e Informacional da 
Unesco, é só cadastrar sua iniciativa no link. Em meio a essa “desordem mundial” é preciso nos juntarmos 
à iniciativas como estas que reconheçam e promovam a concepção da informação como um bem públi-
co, como algo que ajuda a promover as aspirações coletivas e que constitui o alicerce fundamental para 
o conhecimento e para a democracia.
Januária Cristina Alves é mestre em comunicação social pela ECA/USP (Escola de Comunicações e Artes da Uni-
versidade de São Paulo), jornalista, educomunicadora, autora de mais de 50 livros infantojuvenis, duas vezes vencedora 
do Prêmio Jabuti de Literatura Brasileira, coautora do livro “Como não ser enganado pelas fake news” (editora Moderna), 
membro da Associação Brasileira de pesquisadores e Profissionais em Educomunicação - ABPEducom e da Mil Alliance, a 
Aliança Global para Parcerias em Alfabetização Midiática e Informacional da Unesco.
Extraído de: <https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2021/A-alfabetiza%C3%A7%C3%A3o-midi%C3%
A1tica-como-um-bem-p%C3%BAblico>. Publicado em: 14/10/2021
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TEXTO 06
Conferências sobre educação financeira acontecerão em maio
Finanças pessoais, orçamento, planejamento, previdência social, sistema financeiro, investimento 
são temas que farão parte de conferências e palestras da Semana Nacional de Educação Financeira, 
programada pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef) para ocorrer em diversas cidades do 
país entre os dias 5 e 9 de maio.
Os interessados em participar devem acessar a página do evento na internet e conferir a agenda ofi-
cial. Cada iniciativa dá as informações necessárias para a inscrição.
A Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação preside o Grupo de Apoio Pedagó-
gico (GAP) do Comitê, cujas ações resultaram num projeto piloto que, entre 2008 e 2010, levou educação 
financeira à rede pública de ensino médio dos estados do Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, 
Tocantins e do Distrito Federal.
A experiência de se informar sobre finanças produziu mudanças significativas na vida dos jovens 
estudantes e de suas famílias, e rendeu ao Brasil referência sobre essa modalidade de ensino no rela-
tórioThe impact of high school financial education – experimental evidence from Brasil (O impacto da 
educação financeira no ensino médio – a experiência do Brasil, em tradução livre), do Banco Mundial.
Segundo a professora Alzira de Oliveira Reis e Silva, especialista em educação financeira da Associa-
ção de Educação Financeira do Brasil (AEF), o projeto piloto “trabalhou um conjunto de comportamentos 
para que os jovens façam escolhas mais conscientes, se preparando para um futuro mais tranquilo”. 
Analistas do Banco Mundial constataram o aumento de 1% do nível de poupança dos jovens que pas-
saram pelo programa; 21% a mais dos alunos fazem uma lista dos gastos todos os meses; 4% a mais 
dos alunos negociam os preços e meios de pagamento ao realizarem uma compra. As famílias também 
foram beneficiadas, pois temas como orçamento, planejamento e taxas bancários entraram na pauta das 
conversas e decisões conjuntas de gastos por causa dos deveres de casa. O relatório conclui, ainda, que 
esse resultado indica que jovens educados financeiramente podem contribuir para o crescimento de 1% 
do PIB do Brasil.
O material didático do projeto piloto, distribuído para 26 mil alunos e 2 mil professores de 891 escolas, 
está disponível ao público na página do MEC na internet. Não se trata de matéria extracurricular. O tema 
foi abordado nas aulas de matemática, ciência, história, geografia e português.
A meta da Estratégia Nacional de Educação Financeira e da Secretaria de Educação Básica do Minis-
tério da Educação agora é disseminar os resultados e estimular que a educação financeira seja adotada 
para alunos do ensino fundamental e médio.
Enef – O evento pretende divulgar as ações desenvolvidas pela Estratégia Nacional de Educação Fi-
nanceira (Enef) lançada pelo Decreto nº 7.397 do governo federal, em dezembro de 2010. A estratégia foi 
criada para promover a educação financeira e previdenciária em razão do impulso às políticas de inclu-
são social no país. A proposta é fortalecer a cidadania, oferecendo aos brasileiros noções sobre previ-
dência e sistema financeiro.
O Conef, criado para gerir e coordenar programas da estratégia, propôs que a educação financeira 
fosse disseminada em ações para escolas de nível fundamental e médio, e também em ações para apo-
sentados e mulheres beneficiárias do programa Bolsa Família.
O Conef é formado pelo Banco Central do Brasil (BCB), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Su-
perintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Superintendência de Seguros Privados 
(Susep), Ministério da Fazenda, Ministério da Educação, Ministério da Previdência Social, Ministério da 
Justiça, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), Bolsa de 
Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa), Confederação Nacional das Empresas de Seguros Ge-
rais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg) e pela Federação Brasileira 
dos Bancos (Febraban).
Extraído de: <http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/35987-educacao-financeira>. Publicado em: 14/10/2021
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TEXTO 07
Morte de anciãos indígenas na pandemia pode fazer línguas inteiras desaparecerem
Quase um mês após a morte do líder indígena Aritana Yawalapiti, aos 71 anos, por covid-19, seu filho 
mais velho, Tapi Yawalapiti, relembra à BBC News Brasil como eram as conversas cotidianas com o pai.
Um dos mais importantes e respeitados líderes dos povos do Território Indígena do Xingu, Aritana 
tinha ascendência yawalapiti e kamayurá e falava dez línguas, de pelo menos três troncos linguísticos 
diferentes.
“Quando meu pai falava comigo em yawalapiti, eu compreendia tudo e respondia em kamayurá, a lín-
gua da minha avó, mãe do meu pai”, explica Tapi em português, uma das cinco línguas faladas por ele.
Quando seu pai morreu, Tapi estava estudando a língua yawalapiti com Aritana. Sua partida foi um 
golpe duro para a sobrevivência deste idioma, que está ‘em perigo crítico’ de desaparecer, segundo a 
Unesco.
Tapi explica que ainda há alguns outros falantes da língua yawalapiti vivos — dois tios mais velhos, 
por exemplo — mas que seu pai tinha um conhecimento mais profundo, mais técnico, que tentava passar 
para os mais jovens.
A língua yawalapiti não é a única em risco de desaparecer.
O Brasil tem pelo menos 190 idiomas que corremo mesmo risco, segundo o Mapa das Línguas em 
Perigo da Unesco. A morte de diversos anciãos indígenas devido à pandemia torna essa situação ainda 
mais crítica.
Sem controle, a epidemia de covid-19 ameaça destruir, junto com a vida de milhares de pessoas, 
culturas inteiras de alguns povos, levando ao que representantes indígenas chamam de “verdadeiro ex-
termínio de etnias”.
“Os anciãos que estão desaparecendo são as bibliotecas vivas de todo esse conhecimento tradicio-
nal — da língua, dos costumes, das danças, da música. Esse conhecimento se preserva nos mais velhos, e 
é através deles que chega aos jovens e se reproduz”, explica Angel Corbera Mori, professor de linguística 
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e especialista em línguas ameríndias.
As perdas de idosos indígenas acontecem no país todo. Só no Xingu, a covid-19 causou a morte do 
ancião Juca Kamayurá, do líder Jamiko Nafukuá e de Mamy Kalapalo, chefe da aldeia Kuluene.
Entre os Kokama, no Amazonas, ao menos 37 morreram com sintomas de covid-19, segundo a Asso-
ciação dos Índios Kokama Residentes no Município de Manaus (Akim), a maioria idosos.
Em Alter do Chão, no Pará, a doença levou Lusia dos Santos Borari, de 87 anos, ainda no início da 
pandemia, em março. Em Roraima, morreu em junho Bernaldina José Pedro, anciã de 75 anos do povo 
macuxi que vivia na na Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
Em uma ação levada ao STF, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) disse que “falhas e 
omissões” do poder público no combate à epidemia do novo coronavírus entre os povos indígenas brasi-
leiros estão levando a um “verdadeiro genocídio”.
Essas populações têm, segundo a entidade, uma taxa de letalidade pelo vírus de 9,6%, enquanto, na 
população em geral, a taxa é de 4%, segundo o Ministério da Saúde.
A Apib diz ainda que o governo está não apenas falhando, mas ativamente colocando os indígenas em 
risco. Diversos pesquisadores já alertaram para o risco de a pandemia dizimar essas populações no país.
O governo nega que haja negligência, mas batalhou na Justiça para não precisar cumprir os pedidos 
da Apib.
No entanto, o STF determinou em votação unânime que o governo tome medidas para garantir o 
combate à pandemia e atenda a medidas específicas pedidas pela entidade, como a criação de uma bar-
reira sanitária e retirada de invasores de terras indígenas.
Extraído de: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-53914416>. Publicado em: 29/08/2020
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TEXTO 08
Aprovado plano anual para apoio à atividade cultural em 2021
Com o documento, a Secretaria Especial de Cultura quer estimular a produção e o acesso aos produtos 
culturais
Para estimular a produção e a difusão de conteúdos culturais, foi aprovado o Plano Anual do Progra-
ma Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) de 2021.
“O Plano anual do Pronac é o instrumento que informa os critérios e as formas de aplicação dos recur-
sos dos mecanismos de financiamento cultural da Lei Rouanet. O objetivo central do plano de trabalho do 
Pronac em 2021 é garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura 
nacional”, explicou o Secretário Especial de Cultura, Mário Frias.
O Pronac foi instituído pela lei Rouanet para captar e canalizar recursos para o setor cultural. A fina-
lidade é estimular a produção, a distribuição e o acesso aos produtos culturais, proteger e conservar o 
patrimônio histórico e artístico e promover a difusão da cultura brasileira e a diversidade regional.
Plano de trabalho
O Plano Anual do Pronac é integrado pelo Plano de Trabalho Anual do Fundo Nacional da Cultura de 
2021 e pelo Plano de Trabalho Anual de Incentivo a Projetos Culturais de 2021.
O Fundo Nacional da Cultura (FNC) é um dos mecanismos do Pronac para captar e destinar recursos 
para projetos culturais que se comprometam com a descentralização regional, setorial e estética. “Para 
o Fundo Nacional da Cultura importa, fundamentalmente, estimular a distribuição regional equitativa dos 
recursos a serem aplicados na execução de projetos culturais e artísticos, claro, com ênfase ao contexto 
pandêmico deste ano”, ponderou Mário Frias.
Segundo o secretário, entre as prioridades para o FNC em 2021, destacam-se a missão de atenuar no 
que for possível as consequências da Covid-19 na área cultural e ampliar e qualificar o acesso da popula-
ção brasileira a bens e serviços culturais.
Para receber os recursos do FNC, as políticas, programas e ações deverão, por exemplo, estimular 
a distribuição regional equitativa dos recursos a serem aplicados na execução de projetos culturais e 
artísticos; priorizar projetos em áreas artísticas e culturais com menos possibilidade de desenvolvimen-
to com recursos próprios e contribuir para a preservação e proteção do patrimônio cultural e histórico 
brasileiro.
Plano de incentivo
O Plano de Trabalho Anual de Incentivo a Projetos Culturais de 2021 indica a limitação para admissão 
de projetos culturais neste exercício:
• artes cênicas, o limite é de 2.300 projetos;
• audiovisual, 700;
• música, 1.800;
• artes visuais, 700;
• patrimônio cultural material e imaterial, 300;
• museu e memória, 200; e
• humanidades, 1.100 projetos.
Extraído de: <https://www.gov.br/pt-br/noticias/cultura-artes-historia-e-esportes/2021/04/
aprovado-plano-anual-para-apoio-a-atividade-cultural-em-2021>. Publicado em: 05/04/2021
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TEXTO 09
Conheça as medidas para a retomada do turismo
A Retomada do Turismo é uma aliança nacional que reúne poder público, iniciativa privada, terceiro 
setor e Sistema S, coordenada pelo Ministério do Turismo, para mitigar os efeitos negativos causados no 
setor, em decorrência da pandemia da Covid-19.
Por meio de um ato normativo, o Ministério do Turismo instituiu os eixos de atuação e parâmetros 
para desenvolvimento de programas, projetos e ações para a retomada, organizados em quatro eixos de 
atuação:
• preservação de empresas e empregos no setor de turismo;
• melhoria da estrutura e qualificação de destinos;
• implantação dos protocolos de biossegurança; e
• promoção e incentivo às viagens.
Para nortear os programas, projetos e ações a serem desenvolvidos para a Retomada do Turismo, 
foram elencados alguns parâmetros que devem ser seguidos:
• considerar os protocolos de biossegurança para os prestadores de serviços turísticos, turistas e 
comunidades receptoras;
• incentivar a conduta responsável de cada indivíduo, como prevenção à disseminação da Covid-19;
• incentivar as viagens pelo Brasil, em especial as viagens a lazer, de forma responsável e segura;
• definir medidas para a retomada do turismo de negócios e eventos, como feiras e congressos e 
convenções; e
• adotar medidas para melhor distribuição de turistas pelo país, priorizando o turismo em áreas 
naturais.
É importante ressaltar que todas as ações, projetos e iniciativas deverão ter resultados efetivos até 
31 de julho de 2021.
https://retomada.turismo.gov.br/
PROPOSTA DE REDAÇÃO 04
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO 01
Você sabia que estamos vivendo uma emergência de requalificação? O alerta foi feito em 2020 pelo 
Fórum Econômico Mundial. Segundo a instituição, as empresas, os governos e as sociedades precisam 
trabalhar juntos e com urgência para preparar as pessoas para um mundo em rápida transformação. 
Cada vez mais, reskilling e upskilling devem ser as palavras de ordem.
E o que significam esses termos? Ambos derivam da palavra em inglês skill (habilidade), acompanha-
dos pelos prefixos re, que dá a ideia de repetição, e up, que dá idade de ascensão, melhoria. Em portu-
guês, uma tradução aproximada seria requalificação e aprimoramento.
Ou seja, quando falamos em reskilling, estamos nos referindo ao processo de capacitar novamente 
um profissional, fazendo com que ele desenvolva habilidades totalmente novas, que o preparem para 
dar uma direção diferente à sua carreira. É o caso, por exemplo, de uma vendedora que decide aprender 
programação.
Extraído de: https://education-journey.com/index.php/2021/08/11/reskilling-e-upskilling-as-novas-palavras-de-ordem/
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TEXTO 02
Um dos grandes desafios do futuro do trabalho é a requalificação profissional. Amplamente debatida 
no Fórum Econômico Mundial (2021), a grande pergunta que norteou a discussão sobre o assunto foi: 
como capacitar a mão de obra para os empregos do futuro?
A pandemia chacoalhou as estruturas corporativas, mas a automação já estava impactando consi-
deravelmente diversas profissões. Talvez o distanciamento social tenha apenas antecipado um futuro 
inevitável: o que aconteceria nos próximos dez anos talvez leve metade. Pode-se dizer que o futuro do 
trabalho foi antecipado? As questões que mais foram debatidas na conferência, no âmbito de trabalho, 
foram os impactos da inteligência artificial e automação na empregabilidade.
O maior medo é que os avanços tecnológicos vão extinguir diversos empregos e esses profissionais 
não terão como se recolocar no mercado. Por isso, a requalificação profissional tem sido tão debatida. 
Na percepção de Flavio Riberi, head adjunto de contabilidade da ANEFAC e que está à frente de programa 
da entidade nessa área, em meio as mudanças no rumo dos negócios, muitas empresas ajustaram seus 
quadros a uma nova realidade que foi acelerada com os acontecimentos de 2020.
Adaptado de: http://revistaanefac.com/edicao/206/capital-humano-2-206/
TEXTO 03
#AULA 04
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PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao 
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua 
portuguesa sobre o tema “O estímulo à requalificação profissional na sociedade brasileira”, apresen-
tando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de 
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
1. 
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