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CAMINHOS PARA A REDAÇÃO NOTA 1000: Um curso com técnicas de escrita e repertório argumentativo #nota 1000 INTENSIVO DE REDAÇÃO ENEM #AULA 00 #AULA 00 2 REVISANDO A ESTRUTURA DISSERTATIVA Finalidade A finalidade maior da dissertação argumentativa é a defesa de um ponto de vista a respeito de um tema. Assim, esse texto não pode apenas expor informações sobre o tema, pois sua finalidade maior não é informativa; é preciso analisar o tema, colocá-lo em debate. Bases Dessa Redação O texto dissertativo-argumentativo, como todo texto de opinião, tem como base dois elementos, que, obrigatoriamente, devem ser expostos na redação: • Tese: o autor, ao se deparar com o tema da redação, deve definir uma ideia central, um posiciona- mento que será defendido ao longo do texto. • Argumentação: naturalmente, o bom texto de opinião não possui apenas afirmações. Afinal, a boa opinião é resultado de uma análise. Por isso, é necessário, também, que o autor da dissertação demonstre as razões que justificam determinado ponto de vista. Dissertação: Convenções Tradicionais Por ser o tipo de redação mais tradicional, a dissertação argumentativa possui algumas convenções de escrita. Apesar de algumas bancas de correção serem mais flexíveis, outras são bastante rígidas quanto ao cumprimento dessas convenções. Assim, o melhor a fazer, nesse tipo de texto, é conhecer e aplicar essas características. Vamos a elas: 1. Linguagem Por ser um texto construído para uma avaliação, cabe ao autor manter uma linguagem adequada à situação. Dessa forma, a melhor forma de se expressar nesse contexto é a adequação às normas da lín- gua escrita formal, pois o domínio das regras da norma-padrão da Língua Portuguesa também faz parte da avaliação da redação. 2. Impessoalidade Expressão preferencial em 3ª pessoa: também faz parte da linguagem dissertativa a impessoali- dade. Por entender-se que a dissertação é uma exposição racional e objetiva de uma argumentação, é preciso evitar, ao longo da produção do texto, marcas próprias da subjetividade. Com isso, evita-se a expressão em 1ª pessoa no texto dissertativo-argumentativo. Além disso, expressões como “eu acho que” ou “na minha opinião” não costumam ser bem vistas ape- nas por causa do caráter subjetivo. Mais grave que a subjetividade, expressões desse tipo podem enfra- quecer a redação por passar impressão de que a argumentação está baseada em “achismos” e palpites. Evite dirigir-se ao leitor: esse tipo de texto não deve ser dirigido a um leitor específico. Como é es- crito para uma espécie de “leitor universal”, ou para a sociedade em geral, procura-se evitar, ao longo do texto, marcas de interlocução com o leitor. Portanto, a dissertação deve ser impessoal tanto para quem a escreve como para quem a lê. #AULA 00 3 ESTRUTURA DISSERTATIVA TRADICIONAL Introdução (1 parágrafo) • Pretexto (ou contexto): frase(s) inicial(is) que abre(m) a discussão que se propõe fazer na redação (1 a 2 frases) • Apresentação do tema da redação • Apresentação do posicionamento defendido da redação (tese) • Indicação dos argumentos que serão desenvolvidos em seguida Desenvolvimento (1 parágrafo por argumento) • Análise dos argumentos utilizados para defender a tese Conclusão (1 parágrafo) • Confirmação da tese • Proposta de intervenção (ENEM) • Comentário final PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA ANÁLISE (ENEM 2018) #AULA 00 4 EXEMPLO DE REDAÇÃO (NOTA MÁXIMA) A Revolução Técnico-científico-informacional, iniciada na segunda metade do século XX, inau- gurou inúmeros avanços no setor de informática e telecomunicações. Embora esse movimento de modernização tecnológica tenha sido fundamental para democratizar o acesso a ferramentas digi- tais e a participação nas redes sociais, tal processo foi acompanhado pela invasão da privacidade de usuários, em virtude do controle de dados efetuado por empresas de tecnologia. Tendo em vista que o uso de informações privadas de internautas pode induzi-los a adotar comportamentos intolerantes ou a aderir a posições políticas, é imprescindível buscar alternativas que inibam essa manipulação comportamental no Brasil. A princípio, é necessário avaliar como o uso de dados pessoais por servidores de tecnologia con- tribui para fomentar condutas intolerantes nas redes sociais. Em consonância com a filósofa Hannah Arendt, pode-se considerar a diversidade como inerente à condição humana, de modo que os indiví- duos deveriam estar habituados à convivência com o diferente. Todavia, a filtragem de informações efetivada pelas redes digitais inibe o contato do usuário com conteúdos que divergem dos seus pontos de vista, uma vez que os algoritmos utilizados favorecem publicações compatíveis com o perfil do in- ternauta. Observam-se, por consequência, restrições ao debate e à confrontação de opiniões, que, por sua vez, favorecem a segmentação da comunidade virtual. Esse cenário dificulta o exercício da convi- vência com a diferença, conforme defendido por Arendt, o que reforça condutas intransigentes como a discriminação. Em seguida, é relevante examinar como o controle sobre o conteúdo que é veiculado em sites favorece a adesão dos internautas a certo viés ideológico. Tendo em vista que os servidores de redes sociais como “Facebook“ e “Twitter” traçam o perfil de usuários com base nas páginas por eles visi- tadas, torna-se possível a identificação das tendências de posicionamento político do indivíduo. Em posse dessa informação, as empresas de tecnologia podem privilegiar a veiculação de notícias, inclu- sive daquelas de procedência não confirmada, com o fito de reforçar as posições políticas do usuário, ou, ainda, de modificá-las para que se adequem aos interesses da companhia. Constata-se, assim, a possibilidade de manipulação ideológica na rede. Portanto, fica evidente a necessidade de combater o uso de informações pessoais por empresas de tecnologia. Para tanto, é dever do Poder Legislativo aplicar medidas de caráter punitivo às compa- nhias que utilizarem dados privados para a filtragem de conteúdos em suas redes. Isso seria efetivado por meio da criação de uma legislação específica e da formação de uma comissão parlamentar, que avaliará as situações do uso indevido de informações pessoais. Essa proposta tem por finalidade evi- tar a manipulação comportamental de usuários e, caso aprovada, certamente contribuirá para otimi- zar a experiência dos brasileiros na internet. Luisa Sousa Lima Leite Extraído de: <http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/40141-redacao-nota-mil>
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