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Aula 03 História p/ Polícia Militar-PE Professor: Sergio Henrique Lima Reis Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 1 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. SUMÁRIO 00. Bate papo inicial. Pág. 02 1. O século XVIII: o século do liberalismo. - 1.1 O contexto das ideias europeias no século XVIII. - 1.2 Os principais filósofos iluministas (liberais). - 1.3 pensadores economistas: o liberalismo econômico. Pág. 03 Pág. 04 Pág. 05 Pág. 06 2. Revoltas no período colonial (nativistas) e projetos de independência. - 2.1 Revoltas emancipacionistas: Inconfidência mineira e Conjuração baiana. - 2.2 A crise do sistema colonial: a corte portuguesa no Brasil e o processo de Independência. Pág. 07 Pág. 12 Pág. 13 3. A revolução 1817. Pág. 14 4. O fim do período joanino e a Independência. - 4.1 Organização do império brasileiro: primeiro reinado. Pág. 17 Pág. 18 5. A confederação do equador (1824). - 5.1 A impopularidade de D. Pedro e a Abdicação. - 5.2 O segundo reinado (até 1850). Pág. 19 Pág. 20 Pág. 21 6. A revolução praieira. Pág. 22 7. Exercícios Resolvidos. Pág. 25 8. Exercícios Propostos. Pág. 29 9. Considerações finais. Pág. 40 Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 2 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. 00. BATE PAPO INICIAL. Olá amigo concurseiro. É com muita alegria que o recebo novamente para falarmos de história. Estudar as aulas anteriores é fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que vamos tratar aqui. Leia com atenção seu texto de apoio, releia e pratique exercícios. Aos poucos o conteúdo básico vai ficar retido na sua memória. Claro que para isso é muito importante você fazer suas próprias anotações, ou em forma de resumo ou anotações nos exercícios, não importa, você escolhe. O importante é estudarmos bastante e nos concentrarmos nos estudos. Estimule sua disciplina e procure motivação pensando em seus sonhos. Bons estudos. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 3 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Movimentos Liberais: Confederação do Equador e Revolução Praieira. 1. O SÉCULO XVIII: O SÉCULO DO LIBERALISMO. Podemos chamar as ideias liberais que desenvolveram-se no século XVIII de iluminismo ou liberalismo. São as ideias que estão por trás dos principais movimentos que veremos nesta aula. Pernambuco no contexto da independência do Brasil e durante o Império (nesta aula veremos o período até o primeiro reinado, quando eclode a Confederação do Equador) foi um dos grandes centros intelectuais e políticos do país, e celeiro de grandes movimentos políticos. O pensamento liberal, que tanto influenciou a construção do Estado Nacional brasileiro no império (1822-1889) (na estrutura de três poderes, constituição, parlamento) e no processo de proclamação da República (o pensamento republicano também faz parte das ideias liberais). O pensamento liberal foi muito forte no estado de Pernambuco, que foi protagonista da Revolução Praieira (1917), da Confederação do Equador (1824), do Abolicionismo e do pensamento republicano. Nesta aula veremos também o conflito colonial, classificado como revolta nativista (não tinha caráter de independência): A guerra dos Mascates (1710/11). Então vamos à um passeio pela história de Pernambuco desde o início do século XVVIII. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 4 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. 1.1 O CONTEXTO DAS IDEIAS EUROPEIAS NO SÉCULO XVIII. O Iluminismo é um movimento intelectual que surgiu no século XVIII. Promoveu profundas mudanças na filosofia, ciência e economia no mundo da época. O termo iluminismo vem de luz, que para eles significava razão. A razão e o conhecimento transformariam a humanidade ao romper com as “trevas da ignorância” da Idade Média. Os iluministas queriam romper com o “Antigo Regime” (idade moderna). O Antigo Regime caracterizava-se: Na política: Monarquias absolutistas. Na economia: O mercantilismo (capitalismo comercial). Na sociedade: Uma divisão social rígida, sem mobilidade Social (não é possível mudar de camada social) e com privilégios para o clero e a nobreza (não pagavam impostos e ocupavam cargos públicos por direito). As principais características do Iluminismo: Antiabsolutistas (contrários ao absolutismo monárquico). Anticlericalistas (contrários ao clero das grandes religiões). Racionalistas (pregam a razão como a luz da humanidade). Empiristas (procuravam observar o funcionamento da natureza e realizar experiências. É o pensamento na raiz do desenvolvimento da ciência). Deistas (acreditavam que deus era o “relojoeiro do universo”, que o criou com leis rígidas de funcionamento). O enciclopedismo. Os iluministas queriam reunir em textos, todo o conhecimento racional produzido pela humanidade. Assim surgiram as enciclopédias, a partir do trabalho de dois pensadores: Diderot e D’alambert. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 5 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. Os pensadores iluministas pregavam a República para substituir a monarquia, a divisão dos poderes em executivo, legislativo e judiciário. Do pensamento iluminista vieram os princípios da Igualdade, Liberdade e Fraternidade, que nortearam a Revolução Francesa. O pensamento iluminista promoveu profundas transformações no mundo. As Revoluções Burguesas basearam-se nos princípios iluministas. A Revolução Inglesa, Independência dos EUA, Revolução Francesa e a Independência dos países da América Espanhola foram diretamente influenciadas pelo iluminismo. No Brasil as revoltas anticoloniais da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana, também eram iluministas. A Revolução Praieira e a Confederação do Equador, já no império, também. 1.2 OS PRINCIPAIS FILÓSOFOS ILUMINISTAS (LIBERAIS). John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismo; Defendia o direito à rebelião dos povos oprimidos. Seu pensamento influenciou a Revolução Inglesa e a Independência dos EUA. Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a ideia de um estado democrático que garanta igualdade para todos. Sua principal obra é o “Contrato social”. Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário em sua obra “O Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 6 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. Espírito das Leis”. Para ele o poder concentrado na mão do rei leva a tirania, então o Estado deveria dividi-lo em poder executivo (executa as leis, o governo), legislativo (cria as leis, o congresso) e judiciário (que julga e fiscaliza os poderes). 1.3 PENSADORES ECONOMISTAS: O LIBERALISMO ECONÔMICO. Formulado por Adam Smith e defendia o “laissez faire laissez passer” (deixa fazer ... deixa passar...), os princípios o liberalismo, ou seja, a intervenção mínima do Estado na economia. Defendia a livre concorrência, a livre iniciativa e o livremercado. Sua teoria baseia-se no princípio de que os homens atrás de seus desejos mais individuais e egoístas, contribuem mais para o coletivo, com a geração de riquezas. Sua ideia fundamental e a auto regulação dos mercados. Entende que a produção se equilibra naturalmente com a demanda, sem a intervenção do estado, que só traria distorções no mercado. Como o pensamento liberal iluminista se relaciona como Pernambuco? O pensamento iluminista possui algumas propostas políticas como a República (com sufrágio universal: voto), liberdade de pensamento, manifestação e representação política, eram contra o colonialismo (prática mercantilista combatida pelos liberais) e pregavam o pensamento de que é melhor a intervenção mínima do estado, e era contrário ao trabalho escravo e a favor do trabalho assalariado. Pensamentos muito presentes em Pernambuco no contexto da independência do Brasil. Foram as ideias que nortearam e Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 7 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. influenciaram a Revolução Praieira, a Confederação do Equador. Também foi o liberalismo pernambucano que gestou grandes intelectuais e estadistas como o abolicionista Joaquim Nabuco. Na época da proclamação da República (uma forma liberal de organizar o estado. Dividida em 3 poderes – executivo, legislativo e judiciário, constitucional e laica (separava a religião do Estado). Estes pensamentos foram historicamente maturados pela intelectualidade da elite pernambucana ao longo do século XIX. 2. REVOLTAS NO PERÍODO COLONIAL (NATIVISTAS) E PROJETOS DE INDEPENDÊNCIA. As revoltas nativistas foram provocadas pela insatisfação das elites coloniais contra o monopólio comercial da metrópole e seu grande controle político (lembra do pacto colonial?) Não pretendiam a independência de Portugal, mas flexibilizações no pacto colonial e contra os altos impostos. Principais razões da insatisfação dos colonos: - Monopólio português do comércio de mercadorias (pacto colonial). - Preços elevados cobrados pelos produtos comercializados pelos portugueses. - Medidas da metrópole que favoreciam os portugueses, principalmente os comerciantes. - Conflitos culturais, políticos e comerciais entre colonos e portugueses. - Altos impostos cobrados pela coroa portuguesa. - Exploração colonial praticada por Portugal. - Rígido controle, através de leis, imposto pela metrópole sobre o Brasil. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 8 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. Entre as revoltas nativistas podemos citar a Guerra dos Emboabas (1708-MG), Revolta de Felipe dos Santos (1720-MG), Beackam (1684-MA), e o foco de nossa aula, a revolta dos Mascates. Até o século XVIII Pernambuco era o grande centro econômico colonial, em que a sociedade brasileira vai se gestar através da miscigenação de dos costumes patriarcais ligados à uma sociedade que circunda a Casa Grande e a Senzala. Olinda era a principal cidade colonial, onde a primeira vila da capitania foi fundada, e palco de grandes lutas coloniais. Era um centro econômico, político e religioso da capitania, mas era quase como dizer, que do próprio Brasil. A cidade era rica e tradicional, com uma elite descendente dos primeiros colonizadores portugueses, mas que já possuíam um sentimento de “brasilidade”. Se bem que hoje na história, discutimos a questão de que existia sentimentos “nativistas”, nos conflitos desta época. No caso da guerra dos mascates é possível observar este sentimento, no sentido em que toda a sociedade escravista do açúcar se formou, e onde a elite colonial tradicional, proprietárias de grandes fazendas produtoras de açúcar se reuniam nas câmaras municipais. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 9 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. A litografia de W. Bassler mostra Olinda em 1847. No canto direito, a Igreja da Misericórdia, de onde se tem uma vista ampla da cidade de Recife. (Fundação Biblioteca Nacional) Olinda, que é Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade desde 1982. Olinda foi o centro político e econômico até as invasões holandesas em 1630, quando os flamengos transferiram a sede administrativa para Recife. A razão é o relevo e a mobilidade, pois nas concepção de defesa da WIC, as condições geográficas de Olinda não resistiriam a uma invasão militar. Desde então a cidade sofreu um forte declínio, inclusive foi depredada pelos holandeses para construir Recife. No entanto continuou com a câmara municipal. Após a expulsão dos holandeses, Recife havia se tornado o grande centro comercial e mais dinâmico de Pernambuco. O comércio era intenso e movimentava grandes lucros aos comerciantes portugueses instalados na cidade. Muito do dinamismo de Recife desta época ocorreram em razão melhorias infraestruturas criadas pelos holandeses. Mas apesar de todo o dinamismo econômico (para os padrões da época) era subordinada politicamente ao município de Olinda. As duas cidades passam a ter uma profunda relação de dependência, no sentido principal que o comércio e o capital acumulado pela elite comercial recifense, era emprestado aos grandes proprietários de Olinda. A cidade de Olinda sofreu muito com as invasões holandesas e com as guerras de expulsão. Enquanto tentavam reconstruir a cidade, na tentativa de levantar recursos, aumentar impostos, inclusive de Recife, que era ligado à câmara de Olinda. Impostos sempre foram assunto que divide elites contra os governos em todas as épocas. Os poderosos comerciantes e Recife tentaram ao máximo livrarem-se do domínio político de Olinda, pois também significaria independência quanto aos impostos municipais criados e que englobavam Recife. Recife conseguiu sua independência Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 10 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. municipal e a criação de sua câmara municipal. Para a cidade de Olinda foi uma forte pancada política, pois perdia assim uma relação política e econômica com os comerciantes recifenses, bem como uma grande área de influência e impostos. A convivência entre os dois grupos de oligarcas (oligos= poucos, arquia=poder) passou a ser cada vez mais hostil (hostilidades = agressões), e os credores recifenses temendo calotes ou represálias começam a cobrar os empréstimos realizados. As tensões aumentam ao ponto que uma imprecisão quanto aos limites da cidade serviu de estopim para a eclosão do conflito. Os senhores de engenho de Olinda organizaram-se militarmente e invadiram recife tomando a cidade de Recife. Os recifenses contavam com o apoio de Portugal e de outras capitanias (chefiadas por portugueses). Desde a 1709, quando foram separadas as administrações municipais o conflito político explode, em 1710 Olinda invade Recife e as hostilidades armadas continuam até 1711, quando Recife se liberta e invade Olinda, e quando o conselho ultramarino português (órgão que controlava a administração das colônias portuguesas e mediava e intervinha em conflitos) enviou um funcionário com poder e a missão para pôr fim ao conflito: Félix José de Mendonça. Conseguiu pôr fim ao conflito e atuou em favor dos Recifenses, e todos os grandes proprietários de Olinda envolvidos na guerra receberam ordem de prisão. Durante o período em que atuou para pôr fim ao conflito passou a alternar a administração política semestralmente: Um semestre a sede era Recife, no outro, de Olinda. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil.Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 11 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. HENRI CHAMBERLEIN. O MASCATE E SEU ESCRAVO. É importante observarmos que o termo mascate, na época era recorrentemente usado como sinônimo de vendedor ambulante, e realmente eram pois era assim que se chegava ao consumidor no contexto colonial, mas ser um comerciante num mundo estratificado como o pernambucano no século XVIII era atividade de gente graúda, com recursos para terem escravos e contato direto com a metrópole europeia. Uma nova elite de negócios ligadas ao comércio reinol (do reino) e comerciantes portugueses. Recife era um grande centro comercial dinâmico e era onde circulava capital e havia rudimentos da vida urbana, pois como já vimos, era uma sociedade patriarcal em que o núcleo de convivência é o espaço do engenho, da casa grande e da senzala. Os grandes senhores recifenses, orgulhosos do ócio e de não exercerem nenhum tipo de atividade manual, chamavam pejorativamente os comerciantes recifenses de Mascates (pois nem todos o eram, mas sim homens de negócios). Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 12 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. 2.1 REVOLTAS EMANCIPACIONISTAS: INCONFIDÊNCIA MINEIRA E CONJURAÇÃO BAIANA. Foram duas revoltas que pretendiam a independência de Portugal e possuíam um projeto de República. A inconfidência mineira foi uma conspiração sufocada antes de chegar a sair as ruas. Os conspiradores eram grandes funcionários públicos e donos de minas. O movimento foi denunciado por Joaquim Silvério dos Reis e o movimento foi sufocado. Foram presos, mas a maior parte foi anistiada (receberam o perdão dos crimes políticos), uns foram exilados em angola e o alferes Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, foi enforcado no rio de Janeiro e depois esquartejado e exposto na estrada real, que ligava vila rica ao rio de janeiro. Era um movimento separatista e republicano, com ideais iluministas e inspirados na independência dos EUA. A conjuração baiana foi também separatista e republicana. Mais radical que a inconfidência mineira, chegou a sair às ruas e tiveram vários combates armados com as tropas metropolitanas. Foi guiado pelas elites mas teve amplo apoio popular. Devido a isso tinham claramente a proposta de abolição da escravidão (o que não era consenso entre os inconfidentes mineiros). Foi também guiada pelos ideais iluministas e se inspirou na fase mais radical da revolução francesa. O final do século XVIII foi marcado pelo enfraquecimento do sistema colonial. Na Europa e nos EUA os ideais iluministas traziam profundas transformações políticas e no Brasil o pensamento liberal iluminista era cada vez mais presente. O nordeste, destacadamente Pernambuco era o centro dos pensadores liberais e quando se inicia o processo de independência do Brasil, com a vinda da família real portuguesa, teremos a Revolução praieira em 1817. No início do primeiro reinado (o governo de D. Pedro I), diante das demonstrações Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 13 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. de autoritarismo e absolutismo do imperador, no nordeste eclode a confederação do Equador. 2.2 A CRISE DO SISTEMA COLONIAL: A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL E O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA. No início do século XIX a Europa passava pelas Guerras Napoleônicas. Ameaçados por Napoleão Bonaparte a família real portuguesa, pois em prática um antigo projeto de evacuação do território, transferindo toda a corte para o Brasil. Tem aí o início do nosso processo de independência. Os portugueses eram dependentes da Inglaterra desde 1703 quando foi assinado o Tratado de Methuen (panos e vinhos), Napoleão proibiu os portugueses de fazer comércio com os ingleses. Na transferência da corte foram escoltados pelos britânicos. Ao desembarcarem no Brasil foram assinados dois importantes tratados comerciais: 1808: A abertura dos portos às nações amigas: Permitia a realizar comércio com os ingleses. Na prática punha fim ao pacto colonial. 1810: Tratados de comércio e navegação com as nações amigas. Concedia tarifas alfandegárias especiais aos ingleses que pagavam 15% de impostos sobre o valor. As outras nações pagavam até 60%. Ocorreu uma grande enxurrada de produtos ingleses no nosso mercado, o que atrasou nossa industrialização por quase 100 anos. O período em que Dom João ficou no Brasil ficou conhecido como Período Joanino. Dom João realizou importantes mudanças como: Criação do Banco do Brasil. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 14 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. Casa da Moeda. Criação do Jardim botânico. Várias obras públicas. Escolas de estudos médicos e farmacêuticos no RJ e Salvador. Invasão militar da Guiana Francesa (retaliação à Napoleão) e da província cisplatina (atual Uruguai). 1815 elevou o Brasil à categoria de Reino Unido. 3. A REVOLUÇÃO 1817. As transformações pelas quais o Brasil passava pouco afetava o homem pobre. Tampouco fazia diferença para os escravos. Mas quanto aos grandes proprietários escravistas a situação era diferente, pois estão diretamente ligados ao poder político e várias mudanças estavam ocorrendo. Foram beneficiados com a abertura dos portos e a possibilidade de um consumo mais refinado e ampliação da sua capacidade de negócios. Contudo permaneciam afastados das decisões políticas e eram profundamente dependente dos comerciantes portugueses. A vinda da família real alterou profundamente a realidade cotidiana e o espaço urbano do Rio de Janeiro, que era a sede do poder político, recentemente elevado à condição de Reino Unido, mas para as outras províncias a situação pouco se alterou. Para Pernambuco na verdade a exploração parecia ter aumentado. Esse foi o principal motivo da “Revolução” de caráter anticolonial e separatista (com o objetivo de separar-se de Portugal. Os comerciantes portugueses instalados principalmente em Recife, mas também em Olinda, continuavam tão monopolistas como antes. Controlavam a chegada de mercadorias e financiamentos de lavouras e a compra dos produtos Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 15 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. agrícolas que seriam exportados pela Europa. Nesse momento os principais produtos de exportação do estado eram o Algodão e o Açúcar. Em 1817 há uma queda nos preços internacionais do algodão e do açúcar. Isso atingirá diretamente os produtores rurais que entrarão em conflito com os comerciantes, compradores da produção, que com a queda dos preços, pagam cada vez menos. E seus produtos, os únicos disponíveis em razão do monopólio ainda praticado, continuavam com preços altos e a inflação avançava. O contexto econômico agrava as crise entre os grandes proprietários e comerciantes portugueses. Desenvolveu um sentimento antilusitano (contrário aos portugueses) muito forte. Em resumo: A crise econômica e o monopólio do comércio pelos portugueses geraram as tensões que levaram a população à rebelar-se. Em Pernambuco eclodiu a primeira oposição armada contra D. João. Tem início em março de 1817 e em pouco tempo difundiu-se por todo o território do nordeste. O movimento possuía forte influência do liberalismo e tinham como referência o processo de independência dos países vizinhos que se proclamaram repúblicas. Surgiram centros de propagação dos ideais iluministas. Como eram ideias proibidas e perseguidas, muitasdelas eram sociedades secretas, como o Areópago de Itambé, que propagava as ideias anticolonialistas e não admitia portugueses em seus quadros. Outro importante foco de propagação dos ideais emancipacionistas foi o seminário de Olinda. Um de seus membros foi participante da Revolução de 1817. Isso demonstra que apesar do Padroado (a associação entre a igreja e Estado Português), que vigorou do início da colonização até a proclamação da República, nem sempre o clero, sobretudo o baixo clero (padres e monges) se subordinavam a essa situação. A participação do clero católico foi fundamental em 1817, 1824. Há um episódio político do estado Pernambuco que é pouco explorado, mas tem profunda importância: A Conspiração dos Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 16 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. Suassunas. Assim como foi a inconfidência mineira, foi um movimento de elite e não passou do plano conspiratório, sendo reprimido antes de eclodir qualquer movimento em massa. Os principais líderes da “Inconfidência dos Suassunas” foram três irmãos: Francisco de Paula, Luiz Francisco de Paula e José Francisco de Paula Cavalcanti e Albuquerque. O nome Suassuna vem de engenho Suassuna, de propriedade de Francisco de Paula. O fracasso da conspiração teve consequências imediatas, com a perseguição de centros liberais. O aerópago foi fechado, ressurgindo depois novamente no engenho Suassuna. Apesar da repressão o seminário de Olinda cresceu com novos e numerosos adeptos. Quando o movimento eclodiu, chegou a vencer tropas do governo de decretar um governo provisório. Foi instalado um governo republicano, adotou-se uma bandeira, substitui-se o tratamento pessoal tradicional de “senhor”, pelo de “patriota” e “vós”, numa imitação da Revolução Francesa, que trocou os símbolos nacionais franceses e pregavam novos valores republicanos. A atual bandeira de Pernambuco foi criada pelos mártires da Revolução de 1817. Proclamaram um governo provisório, consideraram que todos os estrangeiros seriam “patriotas”, liberdade de imprensa, religiosa (apesar de considerar a religião católica como oficial e com seu clero Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 17 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. remunerado pelo Estado). E uma república com 3 poderes e o início da confecção de uma constituição do Estado por uma assembleia constituinte a ser convocada em um ano. Aboliram os impostos sobre os gêneros de primeira necessidade, mas a abolição da escravidão não foi levada em conta. Foi organizada uma forte repressão das tropas reais, sob direção de D. João, e o movimento foi rapidamente reprimido. 4. O FIM DO PERÍODO JOANINO E A INDEPENDÊNCIA. Em 1820 ocorreu em Portugal a Revolução Liberal do Porto, que restabeleceu a monarquia, no modelo constitucional, e exigiu o retorno da família real. D. João voltou e deixou aqui seu filho D. Pedro I como príncipe regente. A corte portuguesa pretendia recolonizar o Brasil. Exigiu o retorno do príncipe que se negou a voltar e passou a tomar medidas que irritaram as cortes: Equiparou as forças armadas do Brasil às de Portugal e estabeleceu que nenhuma ordem portuguesa seria cumprida sem sua aprovação. Recebeu apoio dos grandes fazendeiros que eram a favor da independência. Dom Pedro em janeiro declararia que ficaria no Brasil, apesar do apelos da corte (dia do fico). Em setembro recebeu uma comunicação para seu retorno imediato, sob o risco de invasão militar. Em 7 de setembro proclama a Independência do Brasil. Foi um processo pacífico (não houve guerras), elitista (comandados por D. Pedro e os grandes fazendeiros. Não teve participação popular), ocorreu a manutenção do nosso território e a escravidão não foi abolida. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 18 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. 4.1 ORGANIZAÇÃO DO IMPÉRIO BRASILEIRO: PRIMEIRO REINADO. Com o Brasil independente, vários desafios se colocaram diante de D. Pedro, que foi coroado como Imperador do Brasil. Seu reinado foi curto, pois durou de 1822 à 1831 quando devido à queda de sua popularidade foi obrigado a abdicar o trono. Agora com o país independente era necessário escrever uma constituição para o Brasil. Em 1823 foi promulgada (votada) uma constituição que ficou conhecida como constituição da mandioca, pois previa voto censitário (o eleitor para votar tem que ter determinada renda anual que era calculada pela quantidade de mandioca plantada, por ser o alimento dos escravos). Esta constituição possuía a divisão do país em 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário) e limitava os poderes do imperador. D. Pedro não gostou disso e dissolveu a constituição. Lançou em 1824 uma nova constituição outorgada (imposta) que possuía 4 poderes: executivo, legislativo e judiciário e um quarto, que era o poder moderador. Este poder era representado pela figura do imperador, que passava a ter poderes quase absolutos. De acordo com esta constituição ele podia dissolver o parlamento (câmara dos deputados) quando quisesse e convocaria novas eleições, poderia barrar qualquer medida que não concordasse. Só havia deputados federais e as províncias não poderiam eleger representantes locais. Os governadores de província eram indicados pelo imperador e os senadores tinham cargo vitalício. Queda da popularidade de D. Pedro e a abdicação. Logo no início do primeiro reinado o imperador gozava de uma grande popularidade que foi acabando ao poucos. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 19 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. 5. A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR (1824). O ato de dissolver a constituição de 1823 gerou muitas revoltas, e no nordeste eclodiu no nordeste uma revolta separatista contra o autoritarismo de D. Pedro: A confederação do Equador. Foi uma revolta republicana que chegou a se separar mas foi sufocada. Com a independência as províncias não passaram a ter mais liberdade, o que era uma reinvindicação dos liberais. Na verdade a liberdade tendia a diminuir com as mostras do autoritarismo e do pensamento conservador centralista (que defendia todo o poder concentrado na capital do pais, sem autonomia provincial). Os presidentes de província, de acordo com a constituição outorgada de 1824 seriam indicados pelo imperador. Ocorreram muitos protestos contra a nomeação de Pais Barreto. O mesmo ocorreu na Paraíba e no Ceará. Em Pernambuco a reação mais incisiva foi de Manoel Carvalho Andrade, um liberal que participou da Revolução de 1817 e se exilou nos EUA. Lá sua convicção liberal republicana de consolidou. Ele lidera a resistência contra o imperador: A confederação do Equador, que eclodiu em 1824. Foi muito importante o papel da imprensa liberal, e destacadamente de dois jornais: O sentinela da liberdade na guarita de Pernambuco, de Cipriano Barata, e o Tifis Pernambucano, dirigido por frei Caneca. Realizaram um levante contra o governo do conservador Barreto e seus Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 20 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. aliados que era conhecido como a “junta dos matutos” instalaram uma junta governativa na cidade de Goiana. Os rebeldes da confederação do equador não pretendiam repetir os erros cometidos na revolução de 1917, e evitaram ficar no isolamento. Conclamaram o levante dos estados do nordeste e o apelo foi seguido peloCeará, Rio Grande do Norte e Paraíba, que formaram a confederação do Equador. Dom Pedro I reagiu violentamente e usou o máximo da força disponível. Saíram tropas por terra e mar para combater os revoltosos. As condenações foram severas. Frei caneca por sua destacada ação política liberal foi condenado à forca. Era tão querido e popular que os carrascos se recusaram a matá-lo. Foi morto por fuzilamento. Mesmo destino teve Manoel Carvalho. Apesar da confederação do Equador ter sido derrotada, continua crescente a oposição ao autoritarismo do imperador. 5.1 A IMPOPULARIDADE DE D. PEDRO E A ABDICAÇÃO. Entre as medidas impopulares podemos citar a Guerra da Cisplatina. D. João invadiu a cisplatina que tentou a independência durante o governo de D. Pedro. O então imperador enviou tropas sem ter recursos financeiros. Foi gasta uma enorme soma e morreram milhares de pessoas. A população era radicalmente contra o conflito. D. João morre na Europa e ocorrerá uma crise sucessória no trono português. D. Pedro é o herdeiro. Os brasileiros temeram que assumisse o trono, mas abdica em favor de sua filha, que leva um golpe do irmão do rei. Neste contexto o imperador envolveu-se mais nas questões políticas portuguesas, que brasileiras. A popularidade de D. Pedro só caía e os jornais o atacavam profundamente. Foi assassinado Libero Badaró, o principal jornalista de oposição, e a culpa recaiu sobre o imperador. Para tentar realizar campanhas e Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 21 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. restabelecer certo apoio foi fazer uma visita política em MG, onde foi recebido com frieza. Ao retornar ao RJ seus correligionários (seguidores) o receberam com uma grande festa. A oposição começou a protestar e a lançar garrafas contra o desfile. Foi uma grande confusão que ficou conhecida como noite das garrafadas. Diante da tremenda oposição e impossibilidades de governar, abdicou do trono em favor de seu filho, D. Pedro de Alcântara, que na época tinha 5 anos de idade. A constituição só permitia a coroação na maioridade do herdeiro. Foi então declarada uma regência, governantes que estariam no poder enquanto o D. Pedro de Alcântara crescia. 5.2 O SEGUNDO REINADO (até 1850). Foi o período do governo de D. Pedro II. Está entre os monarcas que ficaram mais tempo no poder. Foi um período de estabilidade política, crescimento econômico devido ao ciclo do café, de modernização, com a instalação das primeiras ferrovias, da Guerra do Paraguai, da abolição da escravidão e da migração europeia para o Brasil. Vamos nesta aula focar nos primeiros anos do segundo Reinado, enquanto ainda havia uma forte contestação do poder imperial. Logo no início do Segundo Reinado os movimentos separatistas foram sufocados pelas tropas imperiais. Encerram-se as guerras civis e o país é pacificado. D. Pedro instituiu o parlamentarismo, mas ficou conhecido como parlamentarismo às avessas. Isso porque no modelo inglês (o primeiro), o rei é uma figura diplomática e simbólica e quem governa é o primeiro ministro, que é indicado pelo parlamento. Aqui o rei é o 4° poder (o poder moderador) e o primeiro ministro é indicado por ele. As disputas políticas eram ferozes entre os liberais e os conservadores. Para amenizar as disputas políticas o imperador Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 22 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. instituiu o ministério da conciliação. A cada ano o ministério era trocado e alternado. Um gabinete era conservador e o outro ano liberal. Foi assim até a proclamação da república. Foram tomadas várias medidas para estabilizar e consolidar o império. Havia ainda uma certa indecisão política quanto aos rumos do país, e os movimentos liberais republicanos tiveram uma ascensão. Em Pernambuco eclodiu a Revolução Praieira em 1848. 6. A REVOLUÇÃO PRAIEIRA. A “Revolução” Praieira foi a última a questionar a monarquia enquanto pacto político de governança. Ocorre pouco após a Regência, num período de afirmação do Estado Imperial, no segundo reinado. Tinha forte caráter liberal, mas também muito elitista, mesmo que tenha tipo participação das camadas populares, e foi um momento de grande convulsão social em que a população aderiu ao conflito político articulado pelas elites liberais republicanas. É uma revolta motivada por questões políticas ligadas ao poder do Estado. Uma revolta entre as elites liberais e as elites conservadoras (chamados naquele contexto de Gabirus). A concentração de terras e o grande poder político e econômico da família Cavalcanti estão no centro do conflito. Eram à época donos da maioria dos engenhos do estado e eram os líderes do partido liberal. Sobe ao poder como govenador da província o conservador Rego Barros, que foi marcado por grandes negociatas secretas entre os conservadores e os liberais (que eram “farinha do mesmo saco”, numa expressão da época. Divergiam quanto ao controle do poder). O governador conservador, Rego Barros, foi acusado de favorecer os Cavalcanti na distribuição de cargos políticos e contrabando de escravos. Ocorreu uma forte luta jornalística na Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 23 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. imprensa local e o partido liberal sofreu um racha político e dele saiu o partido da Praia. O Partido da Praia fez sua plataforma política na denúncia das práticas corruptas de contrabando e favorecimento que foram praticadas entre os liberais e conservadores. Em 1844 o partido se fortalece muito com a eleição de deputados, a indicação naquele ano de um ministério liberal (que apesar de terem saído dele, possuíam um certo alinhamento) e o presidente de província indicado pelo imperador também era liberal. No poder o partido da praia envolveu-se em vários casos de corrupção e realizaram práticas políticas muito parecidas com as práticas corruptas de seus antecessores. Durante o período de ascensão do partido da praia surge um caos administrativo (devido às práticas corruptas de despedir todo o quadro do funcionalismo que pertencia a oposição. Prática que era sempre presente), com altos gastos públicos aumentaram os impostos e ocorreu inflação, que penalizou os pobres. Em 1947 começam manifestações e revoltas populares, que possuíam um profundo sentimento antilusitano. Ocorreram fortes enfrentamentos entre os praieiro e os gabirus (conservadores). O Partido da praia se aliou ao liberais radicais, que lançaram o Manifesto ao Mundo em 1° de janeiro de 1849. As principais exigências do texto eram: Voto livre e universal do povo brasileiro. Plena liberdade de comunicar os pensamentos pela imprensa. Trabalho como garantia de vida ao brasileiro (não significa abolição da escravidão). Extinção do poder moderador. Reforma no judiciário para assegurar as garantias individuais dos cidadãos. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 24 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. Há uma influência dos movimentos revolucionários europeus de 1848, e alguns interpretes da revolução praieira sugerem que possa ter influência das ideias socialistas. Ela se caracteriza fundamentalmente pelo liberalismo republicano, e talvez somente as ondas políticas que motivam as paixões de liberdade tenham influenciado o movimento. As ideias socialistas chegaram a ser discutidas, mas não foram incorporadas pelos praieiros. Os conflitos armados foram encerrados em 1850. Mesmo com a participação de algunselementos populares, motivados pelas carestia (altos preços) e pobreza em geral, a abolição da escravidão não era um consenso, e o projeto era de Pernambuco livre, mas não tinham um projeto nacional. Foram fortemente reprimidos e dos líderes aprisionados, 10 foram condenados À prisão perpétua, mas obtiveram anistia em 1851. Abreu e Lima é o nome de um general e liderança jornalística muito influente na Revolução Praieira. Ele e sua família eram diretamente envolvidos no conflito. O nome da refinaria recentemente construída foi uma homenagem ao liberal. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 25 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. 7. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS. 1. (IAUPE/UPE 2014) O Brasil da segunda metade do século XIX viveu um desenvolvimento urbano e econômico, que gerou reflexos na sua produção cultural. Espaço de surgimento e atuação de vários artistas e intelectuais, as cidades do Brasil Imperial foram o palco de uma efervescência artístico-cultural ímpar. Sobre essa realidade, assinale a alternativa CORRETA. a) Machado de Assis, principal escritor do Modernismo brasileiro, foi autor de várias obras que tiveram ampla aceitação popular, o que lhe proporcionou, inclusive, fama no exterior. b) As pinturas de Pedro Américo refletiam um tom romântico e nacionalista, retratando, inclusive, acontecimentos históricos pátrios. c) Aluísio de Azevedo, grande expoente do romantismo literário no Brasil, sofreu com a censura imperial, em relação a sua obra. d) Castro Alves, grande símbolo do chamado ‘mal do século’, foi autor de poesias que tiveram ampla repercussão nacional. e) A produção teatral de Artur de Azevedo era marcada por uma dramaturgia de conotações trágicas. Resposta: [B] A proposição [B] está correta. Ao longo do século XIX no Brasil, sobretudo, a partir de 1831 com a abdicação de D. Pedro I que retornou para Portugal, o Brasil procurou construir elementos para a formação da nossa identidade nacional e cultural. Assim, a literatura e as artes foram fundamentais para esta construção. O Romantismo forneceu elementos simbólicos para a formação da identidade nacional. Temos como exemplo a poesia de Gonçalves Dias chamada “Canção de Tamoio” (... “a vida é luta, viver é lutar, a vida é combate que os fracos abatem...”). O quadro de Pedro Américo retratando a independência do Brasil possui uma boa dose de romantismo e idealização. 2. (IAUPE/UPE 2010) A liberdade política exige lutas e enfrentamentos, muitas vezes, violentos. Em Pernambuco, a insatisfação da população levou à organização da Confederação do Equador, logo depois de 1822. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 26 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. Liderada pelos liberais, a Confederação tinha como objetivo a) afirmar um governo baseado numa Monarquia Constitucional, segundo os modelos do Iluminismo francês. b) definir um governo democrático, com o fim imediato da escravidão e do governo monárquico. c) reforçar a centralização política, sem, contudo, alterar a Constituição de 1824 e suas normas básicas. d) criar uma república federativa, facilitando a descentralização política e o fim do autoritarismo. e) destruir o poder dos grandes latifundiários, proclamando uma constituição radicalmente liberal. Resposta: [D] A Confederação do Equador foi o principal movimento de contestação ao autoritarismo de D. Pedro I, manifestada pelo centralismo político imposto pela Constituição e pela nomeação de Francisco Paes Barreto como presidente da província, em lugar de Pais de Andrade, apoiado pelo povo. Na organização do movimento foi de grande importância o papel da imprensa, em especial dos jornais A Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, de Cipriano Barata e do Tífis Pernambucano de Frei Caneca. 3. (IAUPE/UPE 2010) A luta pela emancipação política do Brasil foi marcada por rebeliões que enfraqueceram o domínio português, divulgando as ideias liberais. Com a chegada de D. Pedro I ao poder, a sociedade brasileira da época a) conseguiu sua autonomia econômica e libertou-se do poder dos europeus. b) conviveu com um governo descentralizado e liberal nas normas jurídicas. c) manteve a escravidão, mas fez mudanças importantes na legislação social. d) recuperou sua produção agrícola, destacando-se o algodão e o café. e) enfrentou dificuldades políticas, sendo D. Pedro I acusado de autoritarismo. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 27 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. Resposta: [E] O Primeiro Reinado, período de governo de D. Pedro I de 1822 a 1831, foi caracterizado pela manutenção da dependência econômica externa, principalmente em relação à Inglaterra, pela manutenção do latifúndio agroexportador e da escravidão. Do ponto de vista político foi marcado pela outorga da primeira Constituição, caracterizada pelo centralismo e pelo autoritarismo, percebidos pela existência do Poder Moderador e pelo unitarismo (falta de autonomia das províncias). 4. (IAUPE 2010) A liberdade política exige lutas e enfrentamentos, muitas vezes, violentos. Em Pernambuco, a insatisfação da população levou à organização da Confederação do Equador, logo depois de 1822. Liderada pelos liberais, a Confederação tinha como objetivo a) afirmar um governo baseado numa Monarquia Constitucional, segundo os modelos do Iluminismo francês. b) definir um governo democrático, com o fim imediato da escravidão e do governo monárquico. c) reforçar a centralização política, sem, contudo, alterar a Constituição de 1824 e suas normas básicas. d) criar uma república federativa, facilitando a descentralização política e o fim do autoritarismo. e) destruir o poder dos grandes latifundiários, proclamando uma constituição radicalmente liberal. Resposta: [D] A Confederação do Equador foi o principal movimento de contestação ao autoritarismo de D. Pedro I, manifestada pelo centralismo político imposto pela Constituição e pela nomeação de Francisco Paes Barreto como presidente da província, em lugar de Pais de Andrade, apoiado pelo povo. Na organização do movimento foi de grande importância o papel da imprensa, em especial dos jornais A Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, de Cipriano Barata e do Tífis Pernambucano de Frei Caneca. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 28 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. 5. (Uece 2016) No que concerne à Confederação do Equador de 1824, analise as afirmações a seguir, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso. ( ) A Confederação costuma ser considerada um prolongamento da Revolução Pernambucana de 1817. ( ) As propostas liberais, republicanas e federativas serviram de bandeira política para os insurretos. ( ) Os revoltosos propunham a organização de uma república nos moldes dos Estados Unidos da América. ( ) A adesão dos segmentos populares foi fundamental para unir todos os revoltosos. ( ) A imprensa, infelizmente, atuou contra o movimento e nenhum jornal nas províncias envolvidas quis apoiar a causa. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) F, V, V, V, F. b) V, F, F, V, V. c) V, F, F, V, V. d) V, V, V, F, F. Resposta: [D] A quarta afirmação é falsa, porque a Confederação era, originalmente, popular. Esse, aliás, era seu grande diferencial; A quinta afirmação é falsa, porque a imprensaesteve presente na Confederação. Líderes do movimento, como Barata e Frei Caneca, tinham periódicos em Pernambuco. 6. (Uece 2015) Dentre as afirmações a seguir, assinale aquela que está INCORRETA no que diz respeito à Confederação do Equador (1824). a) A Confederação do Equador estava afinada com os ideais de federação que serviram de base para a implantação da República dos Estados Unidos da América. b) A revolta começou com a exigência de que o Presidente da Província de Pernambuco, indicado por D. Pedro I, renunciasse ao cargo em favor do liberal Manuel de Carvalho Pais de Andrade. c) A Confederação do Equador uniu Pernambuco e as Províncias da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 29 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. d) Cedendo às forças de repressão comandadas pelo Brigadeiro Francisco Lima e Silva, após cinco meses de resistência, os rebeldes se entregaram, sendo, por este motivo, anistiados. Resposta: [D] Os envolvidos na Confederação do Equador não receberam nenhum tipo de anistia, tendo sido submetidos a pesados castigos e a penas de morte. 8. EXERCÍCIOS PROPOSTOS. 1. (Uepb 2014) Movimento implantado em Pernambuco de 1824, que teve adesão das províncias da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, tendo como um dos seus objetivos estabelecer uma República com princípios federalistas e que teve a participação de homens livres e escravos, foi a: a) Balaiada. b) Insurreição Pernambucana. c) Confederação do Equador. d) Sabinada. e) Farroupilha. 2. (G1 - ifce 2014) Era característica da Primeira Constituição Brasileira, de 1824: a) ser imposta pelo Imperador D. Pedro I. b) ser fruto de uma Assembleia Constituinte decorrente da Confederação do Equador. c) instituir o voto universal, secreto, obrigatório, para maiores de 18 anos, independente de ser alfabetizado ou não. d) estabelecer três poderes, que funcionaram em harmonia e independência. e) decretar o fim da escravidão, além de definir direitos, como a propriedade de terras, para os indígenas e seus descendentes que ainda viviam no Brasil. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 30 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. 3. (G1 - cftce 2007) Foi fator motivador da Confederação do Equador (1824), em Pernambuco: a) a dissolução da Assembleia Constituinte de 1823 b) a criação do Banco do Brasil c) os abusos cometidos por D. João VI d) a influência das ideias socialistas e) a promulgação de uma Constituição com três poderes, dentre eles o Moderador 4. (Ufrn 2002) Em 1824, D. Pedro I assim se pronunciou: Chegou o momento em que o véu da impostura, com que os demagogos, inimigos do Império e da nossa felicidade, vos têm até agora fascinado, vai cair por terra. Para iludirem vossa boa-fé, inflamarem vossa imaginação a poderem arrastar-vos cegamente a sistemas políticos reprovados pelas lições da experiência, absolutamente incompatíveis com a vossa situação, e em que só eles ganhavam, separando-vos da união geral de todas as províncias, indispensável para a consolidação e segurança da nossa Independência, fizeram-vos crer que uma facção vendida a Portugal dirigia as operações políticas deste Império para submetê-lo ao antigo domínio dos Portugueses e ao despotismo do seu governo. Apud COSTA, F. A. Pereira da. "Anais pernambucanos". 2. ed. Recife: FUNDARPE, 1983. v.9. p.52-53. No discurso acima, o imperador D. Pedro I pronunciou-se sobre a Confederação do Equador. É correto afirmar que essa Confederação a) opunha-se à pretensão de D. Pedro I de unir as coroas portuguesa e brasileira, o que representaria a recolonização do Brasil. b) desejava instalar uma monarquia parlamentarista, estabelecendo limites aos poderes absolutistas de D. Pedro I. c) posicionava-se contra os privilégios portugueses, incluídos por D. Pedro I no projeto constitucional de 1823. d) pretendia implantar uma República independente no Nordeste, contrariando o projeto de unidade nacional centrado em D. Pedro I. 5. (G1 - col.naval 2015) Pernambuco foi um verdadeiro “barril de pólvora” ao longo da história política do Brasil, desde o período colonial até o Segundo Reinado. Pelas mais variadas razões e circunstâncias, ocorreram nesta região alguns movimentos de rebelião contra o sistema político vigente. Dentre esses diversos movimento é correto afirmar que a) a Insurreição Pernambucana (1645-54) eclodiu em razão dos desentendimentos entre os luso-brasileiros e os holandeses devido à Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 31 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. mudança na política econômica exercida pelo Conde Maurício de Nassau que proibiu a instalação das Câmaras dos Escabinos. b) a Confederação do Equador ocorrida em 1824, e que se espalhou para várias regiões do nordeste, foi um movimento contrário ao absolutismo de D. Pedro I devido, sobretudo, à emenda constitucional conhecida como Ato Adicional. c) a Revolução Pernambucana em 1817 foi um movimento que teve como uma das principais causas a contestação ao aumento da carga tributária, em parte para custear as despesas da corte Joanina no Rio de Janeiro. d) a Guerra dos mascates (1710-1711) que envolveu a elite açucareira recifense e a elite comercial de Olinda eclodiu em razão do descontentamento dos mascates quanto à autonomia de Recife em relação à Olinda. e) a Revolução Praieira (1848-1850) está inserida em um contexto de insatisfação em relação ao governo regencial devido à forte centralização imposta pelo partido Conservador. 6. (Espm 2005) Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca, carmelita de origem humilde, teve importante atuação como líder popular e como jornalista político do "Tifis" pernambucano. Já no primeiro número do jornal, Frei Caneca denunciava o despotismo do poder central e conclamava o povo à luta. Considerava a Constituição contrária à liberdade, independência e direitos do Brasil. No que se refere à centralização visava a desligar as províncias entre si e fazê- las todas dependentes do governo Executivo. Francisco Alencar. "História da Sociedade Brasileira" Essas opiniões do Frei Caneca, expostas no texto anterior, influenciaram: a) A Revolução Pernambucana de 1817. b) A Guerra dos Mascates. c) A Confederação do Equador. d) A Sabinada. e) A Revolução Praieira. 7. (Ufrgs 2001) Durante a primeira metade do século XIX, Pernambuco foi palco de diversos movimentos sociais contra o poder do Império luso ou brasileiro. A respeito das motivações destas revoltas, analise as seguintes afirmativas. I - A Revolução de 1817, ocorrida durante o período joanino, foi uma reação contra a opressão econômica da Corte portuguesa "transferida" ao Brasil sobre as províncias nordestinas. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 32 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. II - A Confederação do Equador foi decorrente dos desmandos autoritários de Pedro I, que dissolveu a Assembleia Constituinte no Rio de Janeiro, outorgando a Constituição de 1824, e interveio nas províncias nordestinas. III - A Revolução Praieira representou o ápice do liberalismo radical em Pernambuco, combatendo as elites agrárias, os comerciante estrangeiros e os representantes da monarquia. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 8. (Ufmg 2001) A organizaçãodo sistema político foi objeto de discussões e conflitos ao longo do período imperial no Brasil. Com relação ao contexto histórico do Brasil Imperial e aos problemas a ele relacionados, é CORRETO afirmar que: a) a centralização do poder foi objeto de sérias disputas ao longo de todo o século XIX e explica várias contendas internas às elites imperiais, como a Rebelião Praieira. b) o Constitucionalismo ganhou força, fazendo com que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário se tornassem independentes e harmônicos, o que atendia às queixas dos rebeldes da Balaiada. c) o Federalismo de inspiração francesa e jacobina foi uma das principais bandeiras do Partido Liberal, a partir da publicação do Manifesto Republicano, o que explica, entre outras, a Revolução Liberal de 1842. d) os movimentos de contestação armada - como a Revolução Farroupilha, a Sabinada ou a Cabanagem - tinham em comum a crítica liberal às tendências absolutistas, persistentes no governo de D. Pedro II. 9. (Ufu 2001) Durante o período das Regências e início do Segundo Reinado, diversas rebeliões colocaram em risco a estabilidade política do Império e as relações de dominação existentes. A respeito dessas rebeliões podemos afirmar que I - a Guerra dos Farrapos foi um movimento que pretendia a independência do Rio Grande do Sul, organizado pelos produtores de gado e charqueadores, contando com uma pequena base popular de apoio. II - a prolongada rebelião de escravos na Bahia em 1835 (Levante Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 33 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. Malê), que pretendia a independência da Bahia, espalhou-se por diversos estados nordestinos, recebendo a adesão dos sertanejos e exigindo auxílio de tropas de estados vizinhos para sufocá-la. III - submetidos à escravidão e/ou intensa exploração, índios, negros e mestiços se revoltaram contra os grandes proprietários no Maranhão entre 1838 e 1841 (Balaiada), implantando uma efêmera república inspirada nos ideais do socialismo utópico, difundido pelos jornalistas e padres que lideravam o movimento. IV - o "Manifesto ao Mundo", programa político da Revolução Praieira, propunha, entre outros itens, voto livre e universal, plena liberdade de imprensa, trabalho como garantia de vida para o cidadão brasileiro, inteira e efetiva independência dos poderes constituídos. Assinale a alternativa correta. a) II e III são corretas. b) I e IV são corretas. c) I e II são corretas. d) III e IV são corretas. 10. (Fgv 2000) "A propagação das ideias republicanas, antiportuguesas e federativas (...) ganhou ímpeto com a presença no Recife de Cipriano Barata, vindo da Europa, onde representava a Bahia nas Cortes. É importante ressaltar (...) o papel da imprensa na veiculação de críticas e propostas políticas (...). Os Andradas, que tinham passado para a oposição depois das medidas autoritárias de D. Pedro, lançaram seus ataques através de 'O Tamoio'; Cipriano Barata e Frei Caneca combateram a monarquia centralizada, respectivamente na 'Sentinela da Liberdade' e no 'Íbis Pernambucano'." (Boris Fausto, "História do Brasil") A conjuntura exposta no texto anterior refere-se à emergência da: a) Rebelião Praieira; b) Cabanagem; c) Balaiada; d) Sabinada; e) Confederação do Equador. 11. (Faap 1996) O fuzilamento de Frei Caneca está ligado ao seguinte fato da História do Brasil: a) Inconfidência Mineira b) Confederação do Equador c) Revolta dos Canudos d) A Praieira Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 34 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. e) Revolução Farroupilha 12. (Espm 2016) ...uma Constituição não é outra coisa que a ata do Pacto Social que fazem entre si os homens, quando se juntam e associam para viver em reunião ou sociedade. (Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca. Citado por Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota in História do Brasil: uma interpretação) As palavras do Frei Caneca foram proferidas a propósito de crítica ao modelo autocrático-imperial de Pedro I. Assinale a alternativa que apresente a revolução republicana e separatista que eclodiu no nordeste, ocorrida contra o governo de Pedro I: a) Revolução Pernambucana de 1817; b) Sabinada; c) Cabanagem; d) Balaiada; e) Confederação do Equador. 13. (Ufg 2012) Analise os mapas a seguir. No Brasil, entre 1822 e 1889, ocorreram mudanças nas unidades administrativas, fruto de uma política de Estado, conforme a representação gráfica dos mapas. Essas mudanças objetivavam a) a punição das províncias envolvidas em movimentos separatistas, como no caso da Confederação do Equador, em Pernambuco. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 35 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. b) o alcance de maior equilíbrio político-administrativo entre as províncias, como no caso da criação do Paraná com a divisão de São Paulo. c) o cumprimento de acordos diplomáticos externos, como no caso da concessão da província da Cisplatina à Argentina. d) o aumento do controle fiscal nas regiões produtoras de ouro para garantir recursos ao governo, como no caso de Goiás e Minas Gerais. e) a dinamização econômica dos espaços distantes do litoral com a criação de novos territórios, como no caso da divisão da província do Grão-Pará. 14. (Upf 2016) “O quadro da vida colonial, tanto quanto dele conhecemos através do depoimento dos cronistas e da exposição dos historiadores, apresenta-se à superfície, estável e tranquilo. Não é preciso penetrá-lo a fundo, entretanto, para verificar que se trata de estabilidade e de tranquilidade aparentes. Desde os primeiros tempos, na realidade, há grandes choques de interesses, contrastes de orientação, contradições de toda a ordem.” (SODRÉ, Nelson Werneck. O que se deve ler para conhecer o Brasil. 1976, p. 130) No texto acima, o autor refere-se aos movimentos conspiratórios que ocorreram na colônia brasileira contra a metrópole portuguesa. Considerando essa conjuntura, associe os eventos da coluna 1 com a descrição equivalente na coluna 2. 1. Conjuração dos Alfaiates ( ) Confronto entre os donos de engenho, de Olinda, e os comerciantes, em sua maioria portugueses, do Recife. 2. Inconfidência Mineira ( ) Movimento organizado por mulatos e negros, livres ou libertos, ocorrido na Bahia,no contexto da escassez de gêneros alimentícios e carestia. 3. Guerra dos Mascates ( ) Conhecida também como Revolução dos Padres,foi o único movimento que ultrapassou a fase conspiratória e atingiu o processo de tomada do poder em Pernambuco. 4. Revolução Pernambucana ( ) Revolta de caráter emancipatório que teve como principal motivo o estabelecimento da derrama em Minas Gerais. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 36 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. para baixo, é: a) 1 – 3 – 4 – 2. b) 2 – 1 – 3 – 4. c) 3 – 4 – 1 – 2. d) 3 – 1 – 4 – 2. e) 4 – 2 – 3 – 1. 15. (Ufv 1999) Dentre as diversas revoltas e insurreições que antecederam a abdicação de D. Pedro I em 1831, uma foi especialmente importante pelos ideais republicanos de seus líderes, entre os quais Frei Caneca. Outra característica desse movimento teria sido a proclamação da república em 1824, com a adoção da Constituição da Colômbia. O movimento foi duramente reprimido e Frei Caneca condenado à morte e fuzilado. O movimento em questão ficouconhecido como: a) Inconfidência Mineira. b) Confederação do Equador. c) Questão Cisplatina. d) Guerra dos Mascates. e) Revolta dos Farrapos. Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 37 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. Gabarito: Resposta da questão 1: [C] A Confederação do Equador ocorreu em razão da implantação da Constituição de 1824 – que dava plenos poderes a D. Pedro I – e queria a substituição da Monarquia pela República. Resposta da questão 2: [A] Somente a alternativa [A] está correta. A independência do Brasil ocorreu em 1822 e o país necessitava de uma constituição. Em 1823 foi criada a Assembleia Nacional Constituinte para elaborar o projeto constitucional. Porém o projeto da mandioca não agradou o imperador D. Pedro I que dissolveu a Assembleia. Desta forma, a constituição de 1824 foi outorgada, ou seja, imposta para o país. As demais alternativas estão incorretas. A Confederação do Equador ocorreu em Pernambuco logo após a constituição. O voto não era secreto. Havia quatro poderes sendo o quarto poder chamado de “Moderador”. A escravidão só foi abolida em13 de Maio de 1888 Resposta da questão 3: [A] Resposta da questão 4: [D] Resposta da questão 5: [C] A questão remete a região de Pernambuco desde o período colonial até o Segundo Reinado. Pernambuco foi a capitania hereditária que mais produziu açúcar no período colonial. Daí ocorreu a invasão dos holandeses através da Companhia das Índias Ocidentais em 1630, formando um império holandês no Nordeste que durou até 1654. Em 1817 ocorreu a importante Revolução Pernambucana, vinculada à crise econômica na região e à criação de impostos abusivos para manter a corte portuguesa que estava sediada no Brasil. Este movimento visava a separação política da colônia em relação à metrópole. Resposta da questão 6: [C] Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 38 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. Resposta da questão 7: [E] Resposta da questão 8: [A] Resposta da questão 9: [B] Resposta da questão 10: [E] Resposta da questão 11: [B] Resposta da questão 12: [E] A Confederação do Equador (1824) eclodiu em razão do autoritarismo de d. Pedro I, que, no ano anterior, fechou a Assembleia Constituinte, prendeu os deputados que a compunham e autorizou a escritura de uma Constituição claramente absolutista para o país. Resposta da questão 13: [A] Entre 1822 e 1889, o Brasil viveu inúmeras revoltas que contestavam principalmente o absolutismo político exercido no período; tais conflitos foram duramente reprimidos. Uma das estratégias utilizadas para manter e/ou ampliar o controle sobre as províncias foi a (re)divisão territorial, como demonstram as representações cartográficas acima. Resposta da questão 14: [D] A questão aponta para a crise do sistema colonial e para as revoltas libertárias que visavam à independência do Brasil em relação a Portugal. A guerra dos Mascates aconteceu em Pernambuco, no início do século XVII, entre Olinda, que tinha poder político, mas estava em decadência, e Recife, que estava em ascensão e possuía poder econômico. A inconfidência Mineira, de 1789, foi o primeiro movimento libertário inspirado em ideias Iluministas e na independência dos EUA, e possuía um caráter elitista. A Revolta dos Alfaiates ou Conjuração Baiana, de 1798, foi inspirada na Revolução Francesa e possuía um Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 39 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. viés mais popular. A Revolução Pernambucana, de 1817, foi a única que saiu do plano teórico e atingiu a tomada do poder em Pernambuco. Vale dizer que a Guerra dos Mascates está inserida nas chamadas revoltas coloniais nativistas, enquanto as demais revoltas compõem as revoltas coloniais libertárias ou emancipacionistas. Resposta da questão 15: [B] Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Prof. Sérgio Henrique. WWW.ESTRATEGIACONCURSOS.COM.BR 40 Aula 03 História PM/PE – Prof. Sérgio Henrique. 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS. É isso aí meu amigo concurseiro. No decorrer do curso vamos aprofundar em alguns temas. As aulas virão te orientar nos conhecimentos históricos do estado de Pernambuco. Leia e Releia a teoria. Faça e refaça os exercícios. A repetição é a mãe do aprendizado. Vai valer muito a pena. Nós da equipe Estratégia Concursos vamos guiá-lo ao caminho da aprovação. Motivação, Disciplina e Estratégia. Um grande abraço. Bons estudos. Foco no Sucesso. Professor: Sérgio Henrique Lima Reis.
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