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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL DE CAMPOS Disciplina: Identidade e condição feminina Nome: Angélica Lisboa, Leticia Soares, Regina Xavier e Stella Assis. Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento - MG, em 14 de março de 1914. Filha de negros que migraram para a cidade no início das atividades pecuárias da região. Oriunda de família muito humilde, a autora estudou pouco. No início de 1923, foi matriculada no colégio Allan Kardec, primeira escola espírita do Brasil, na qual crianças pobres eram mantidas por pessoas influentes da sociedade. Lá estudou por dois anos, sustentada pela Sra. Maria Leite Monteiro de Barros, para quem a mãe de Carolina trabalhava como lavadeira. Mudou-se para São Paulo em 1937, quando a cidade iniciava seu processo de modernização e assistia ao surgimento das primeiras favelas. Carolina e seus três filhos – João José de Jesus, José Carlos de Jesus e Vera Eunice de Jesus Lima – residiram por um bom tempo na favela do Canindé. Sozinha, vivia de catar papéis, ferros e outros materiais recicláveis nas ruas da cidade, vindo desse ofício a sua única fonte de renda. Leitora voraz de livros e de tudo o que lhe caía nas mãos, logo habituou-se a escrever, assim, iniciou sua trajetória de memorialista passando a registrar o cotidiano do “quarto de despejo” da capital nos cadernos que recolhia do lixo e que se transformariam mais tarde nos “diários de uma favelada”. A escritora foi "descoberta" pelo jornalista Audálio Dantas, na década de 1950. Carolina estava em uma praça vizinha à comunidade, quando percebeu que alguns adultos estavam destruindo os brinquedos ali instalados para as crianças. Sem pensar, ameaçou denunciar os infratores, fazendo deles personagens do seu livro de memórias. Ao presenciar a cena, o jovem jornalista iniciou um diálogo com a mulher que possuía inúmeros cadernos nos quais narrava o drama de sua indigência e o dia a dia do Canindé. Dantas de imediato se interessou pelo “fenômeno” que tinha em mãos, se comprometendo em reunir e divulgar o material. Em 13 de fevereiro de 1977, a autora faleceu em um pequeno sítio, na periferia de São Paulo, quase esquecida pelo público e pela imprensa. Mais recentemente, e para além do interesse despertado pela trajetória de vida, seus escritos vêm sendo objeto de artigos, dissertações e teses, em função da abertura propiciada pelos novos rumos tomados pelos estudos literários no país e no exterior, que passam a ver com outros olhos a chamada “escrita do eu” De acordo com o crítico e biógrafo Tom Farias (2020) Mulher intimorata, corajosa e cheia de atitudes alvissareiras, Carolina Maria de Jesus, com seu pensamento singular, sua escrita simples, deixou um legado eivado de desafios e alertas, de indignações e dúvidas. E através da leitura das notas do seu diário, fica-se a certeza de que uma mulher sem igual existiu de fato e de direito entre nós, para simbolizar a luta sofrida, não só das mulheres pobres e humildes, mas a luta em prol do dia seguinte, do dia necessário para sobreviver, do dia sem vencedor e sem vencidos. [...] Carolina Maria de Jesus representou essa mulher, que transformou uma atitude corriqueira que é o ato de escrever, na bandeira contra a fome e a miséria, bandeira essa que tremula, como um estandarte, protegendo as cabeças dos fracos e oprimidos, dos que, como ela, envergaram a espinha para ganhar a vida, nos lixões de cada esquina, nas obras do metrô, nos garimpos, nas aberturas de estradas que, infelizmente, levaram este país para lugar nenhum (FARIAS, 2020, p. 190). Apesar de Carolina Maria de Jesus ter estudado por apenas dois anos, ela sempre se envolveu com a leitura e escrita. Um fator importante a ressaltar é que em 1941, sonhando em ser escritora, ela foi até a redação do jornal Folha da manhã com um poema que escreveu a respeito de Getúlio Vargas. Em 24 de fevereiro seu poema, com direito a foto, foi publicado e, assim, continuou levando regularmente seus poemas para a redação do jornal, sendo apelidada pelos leitores de “a poetisa negra”. Em 1958, através do jornalista do jornal Folha da Noite, Audálio Dantas, que foi designado para realizar uma reportagem sobre a favela do Canindé, uma das casas que ele visitou foi de Carolina, que lhe mostrou suas escritas contidas no diário, surpreendendo-o com sua história. A partir disto o jornalista publicou trechos do seu diário no jornal, ganhando repercussão. Em 1960 foi publicado seu primeiro livro “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”. Suas obras são: ● Quarto de despejo (1960); ● Casa de alvenaria (1961); ● Pedaços de Fome (1963) ● Provérbios (1963) ● Diário de Bitita (1986); ● Meu estranho diário (1996). Além dos sucessos dos livros, em 1961 foi produzido um álbum da Carolina. Foi descoberto durante um diálogo com o jornalista Audálio Dantas, os sambas que ela havia feito, ouvindo da mesma. Depois de um tempo visitando sua casa, ele ouviu os filhos dela cantando uns dos sambas e em seguida o jornalista conseguiu pessoas do meio para que ouvisse e avaliasse. O projeto foi adiante, gravadas 12 músicas, sendo 6 LP’s do lado A e mais 6 LP’s do lado B. As músicas da autora: ● A1 - Rá Ré RI Ró Rua ● A2 - Vedete da Favela ● A3 - Pinguço ● A4 - Acendo o Fogo ● A5 - O Pobre e o Rico ● A6 - Simplicio ● B1 - O Malandro ● B2 - Moamba ● B3 - As Granfinas ● B4 - Macumba ● B5 - Quem Assim Me Ver Cantando ● B6 - A Maria Veio O livro “Quarto de Despejo” foi o que gerou grande repercussão, sendo vendido em 40 países e traduzido para 16 idiomas. Este livro chamou atenção pela sua linguagem mais próxima do coloquial, não havendo preocupações gramaticais. Fazendo-se mais próximo do real, a autora é a voz da favela, em que demonstra na sua escrita a realidade desse ambiente, assim como, a condição de vida das mulheres na favela, fome, falta de dignidade e a qualidade de vida dos moradores. Ainda que tivesse conquistado notoriedade com o primeiro livro, suas obras seguintes não obtiveram esse sucesso, interesse da crítica e nem da impressa brasileira. A autora começou a cair no esquecimento, principalmente, depois do lançamento do segundo livro “Casa de Alvenaria”, onde fazia críticas ácidas à sociedade, sobretudo, à classe média, sendo perceptível por ela a face perversa refletida de forma tão reluzente nas palavras da escritora. Um exemplo a evidenciar em suas escritas: “[...] As mulheres que estavam na minha mesa falavam em reforma social, eu pensava: Elas são filantrópicas nas palavras. São falastronas. Papagaios noturnos. Quando me avistam é que recordam que há favelas no Brasil.” (p. 97). Apesar de ter adquirido muito dinheiro, acabou não conseguindo administrar sua fortuna. Mesmo assim, Carolina não deixou de escrever e publicar seus livros, parte do dinheiro conquistado ela financiava suas publicações nas editoras. Entretanto, a autora enfrentou muito preconceito e resistência por parte da elite, que a relacionava com a figura do jornalista Audálio (homem branco e letrado). Seus livros posteriores não alcançaram o lucro esperado, fazendo com que a autora voltasse a trabalhar como catadora de papel na rua para sobreviver. No ano anterior ao seu falecimento, seu primeiro livro foi relançado pela editora Ediouro e em 1986 o “Diário de Bitita” foi publicado no Brasil, sendo que esta obra já havia sido publicada em 1982, em Paris. Considerando a história de vida de Carolina Maria de Jesus, neta de escravos; filha de lavadeira analfabeta; mãe solteira de três filhos; trabalhou como lavradora; doméstica e catadora de papel e que foi considerada uma das primeiras e mais destacadas escritoras negras do país, pode-se associar o contexto social em que a mesma esteve inserida com alguns dos textos utilizados na presente matéria. Desta forma, diante dosilenciamento, fruto do período escravocrata e permeado na cultura brasileira, Carolina de Jesus não foi intimidada pelo sistema opressor e preconceituoso, lutou pelo seu sonho e usou a escrita para expor suas ideias, pensamentos e realidade. Entretanto, deve-se enfatizar que o seu percurso conteve demandas específicas, como mulher negra, devido às desigualdades raciais, sociais, de gênero e intragênero na sociedade. Utilizando o texto de Kilomba (2019) como referência, especificamente, suas contribuições acerca do silenciamento ocorrido no período colonial e escravocrata, onde os escravos negros eram submetidos a usar máscaras para que os impedissem de comer, falar e causar medo, embora esta prática tenha findado o racismo e as expressões acarretadas pelo mesmo continuam presentes na sociedade. Logo, Carolina de Jesus esteve inserida neste contexto, de racismo, exclusão, vulnerabilidades sociais e econômicas, entre outros. [...] por que deve a boca do sujeito Negro ser amarrada? Por que ela ou ele tem que ficar calado(a)? O que poderia o sujeito Negro dizer se ela ou ele não tivesse sua boca selada? E o que o sujeito branco teria que ouvir? Existe um medo apreensivo de que, se o(a) colonizado(a) falar, o(a) colonizador(a) terá que ouvir e seria forçado(a) a entrar em uma confrontação desconfortável com as verdades do ‘Outro’. Verdades que têm sido negadas, reprimidas e mantidas guardadas, como segredos. Eu gosto muito deste dito “mantido em silêncio como segredo”. Esta é uma expressão oriunda da diáspora africana e anuncia o momento em que alguém está prestes a revelar o que se presume ser um segredo. Segredos como a escravidão. Segredos como o colonialismo. Segredos como o racismo (KILOMBA, 2016, p. 41). Carolina de Jesus foi incentivada por uma das freguesas da sua mãe a freqüentar a escola. Com sete anos foi à escola, mas cursou apenas a primeira e segunda série do ensino fundamental. Mesmo com pouco tempo na escola, desenvolveu o gosto pela leitura e escrita. Enquanto trabalhava como catadora de papel, recolhia e guardava as revistas que encontrava. Tinha o hábito de escrever todos os dias em seu diário, até que escreveu poemas e os levou a uma redação de jornal. O ato de escrever e ainda publicá-los, se configura contrário ao silenciamento ocasionado pela sociedade, constitui o empoderamento e o reconhecimento de si como sujeito e mulher negra, visto que, a mesma exaltava sua beleza e cor, assim como, expôs a realidade vivenciada, de fome, experiências no lixão e na periferia. Desta forma, conforme mencionado por Kilomba (2019) referente ao silenciamento, os segredos dos colonizadores/brancos foram expressos por Carolina de Jesus dianteao seu contexto, que continham múltiplas expressões da questão social e evidenciavam-se as situações decorrentes da sua condição de mulher negra.Ao expor as verdades e se apropriar enquanto mulher negra, Carolina de Jesus passou a pertencer conforme caracterizado pela autora, visto que, passou a ser ouvida. [...] aqueles(as) que são ouvidos(as) são também aqueles(as) que “pertencem”. E aqueles(as) que não são ouvidos(as), tornam-se aqueles(as) que “não pertencem”. A máscara re-cria este projeto de silenciamento, ela controla a possibilidade de que colonizados(as) possam um dia ser ouvidos(as) e, consequentemente, possam pertencer(KILOMBA, 2016, p. 42- 43). Nesta perspectiva, é trazido por Carneiro (2003, p. 118) sobre enegrecer o feminismo, esta expressão é utilizada para designar a trajetória das mulheres negras no interior do movimento feminista brasileiro”, pois reconhece “a insuficiência teórica e prática política para integrar as diferentes expressões do feminino construídas em sociedades multirraciais e pluriculturais”. Portanto, esta perspectiva feminista negra identifica e reconhece a condição específica do ser mulher negra, que possui demandas específicas, ou seja, que não pode ser tratada sob a questão exclusivamente de gênero, assim como, o seu papel na luta anti-racista no país. Posto isto, conforme mencionado anteriormente, o contexto social em que Carolina de Jesus esteve inserida e suas demandas específicas enquanto mulher negra baseiam-se nas reflexões trazidas por Carneiro (2003), enfatizando a importância de fortalecer as mulheres negras para o protagonismo de suas vidas. Para concluir, diante das referências utilizadas para associação à história de Carolina de Jesus, Gonzales (1984) acrescenta que a mulher negra é vista sob a perspectiva de mulata e doméstica, comumente ocupando cargos de doméstica ou considerados inferiores pela sociedade, como o caso de Carolina de Jesus, que foi lavradora, doméstica e catadora de papel. Observa-se que desde os seus avós, que eram escravos, até a sua geração, o trabalho doméstico permaneceu presente, como meio de sobrevivência e sustento, assim como, a falta de acesso aos estudos. [...] se a gente articular divisão racial e sexual de trabalho fica até simples. Por que será que ela só desempenha atividades que não implicam em “lidar com o público”? Ou seja, em atividades onde não pode ser vista? Por que os anúncios de emprego falam tanto em “boa aparência”? Por que será que, nas casas das madames, ela só pode ser cozinheira, arrumadeira ou faxineira e raramente copeira? Por que é “natural” que ela seja a servente nas escolas, supermercados, hospitais, etc e tal? (GONZALES, 1984, p. 233). A falta de acesso da população negra à educação escolar foi um dos fatores que contribuiu para a subalternização à classe branca no Brasil. Carolina de Jesus teve apenas dois anos de escolaridade, mas rompeu a barreira da sociedade denunciando através dos seus escritos as mazelas do seu povo. Essa é uma realidade se repete na vida de muitos brasileiros até a atualidade. Apenas na década de 1990, aproximadamente um século pós-abolição, que o Estado brasileiro veio a reconhecer formalmente, perante a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a existência de racismo, de discriminações baseadas na cor da pele ou na origem étnica dos indivíduos. De acordo com as estatísticas, as transformações na educação também só ocorreram de forma sistêmica no século XXI com a implantação de políticas públicas e as importantes contribuições dos intelectuais do feminismo negro, na proposição de como pensar raça, gênero e classe social. De acordo com o Observatório de educação a ”Constituição de 1988 traz em seu corpo uma série de preceitos que buscam garantir a igualdade entre todos e a não discriminação por qualquer motivo”. Esse documento foi um ganho importante da luta dos trabalhadores e dos movimentos sociais e tem em seu corpo o artigo 5º da CF que diz: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (art. 5º, caput). A Constituição deixa claro, também, que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações [...]” (art. 5º, I). No art. 7º, inciso XXX, encontra-se ainda: “proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil”, mas desde instituído é preciso tensões na direção de sua materialidade. Nessa perspectiva, a Lei 10639, de 2003, foi uma conquista importantíssima para adotar perspectivas mais democráticas e diversas, ajudando a promover uma educação antirracista nas escolas. Construída a partir de inúmeras manifestações dos movimentos negros, a lei estabeleceu a obrigatoriedade de conteúdos sobre a história e cultura africana e afrobrasileira nos currículos da Educação Básica. Outra conquista importante foi a de ações afirmativas nas universidades, como as cotas para ingressos de negros, indígenas e pessoas de baixa renda nesses espaços, instituída em 2012com a Lei 12711, apresentando uma melhora nesse cenário. A escravidão naturalizou por muitos séculos a exclusão da população negra da condição de cidadania e participação cultural. Um meio de resistência foi o jornal O Homem de Cor fundado em 1833 e, posteriormente, a Imprensa negra fundada por um escritor negro, Gustavo de Lacerda. A consolidação da literatura negra do Brasil foi nascida do movimento negro Unificado contra Discriminação Racial, um importante instrumento político da época, usado para conscientização política e luta, para que a população negra tivesse acesso à educação e aos bens culturais. Segundo Gonzales (2000, p.57 apud CARNEIRO, 2003, p. 3) “a tomada de consciência da opressão ocorre, antes de tudo, pelo racial”. Carolina de Jesus ergueu sua voz através de seus escritos para contar sua história e a realidade de seu povo. De acordo com Hooks é necessário que o povo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm negro reafirme sua identidade através de suas vivências, que conheça a literatura escrita pelo seu povo e a opressão exercida durante séculos instituída pela política de dominação. As figuras a seguir são demonstrativas ainda das desigualdades enfrentadas no Brasil. Segundo Djamila (2020) em sua entrevista a BBC News Brasil “Para discutir diversidade, a gente precisa discutir desigualdade”, só assim será possível entender as reivindicações históricas. Segundo os indicadores sociais a taxa de analfabetismo é muito maior no povo auto declarado preto e pardo do que entre os brancos. Esses dados mostram na figura 1 que a taxa de analfabetismo de pessoas entre 15 ou mais de idade, 9,1% consiste na população negra e 3,9% de brancos. Figura 1 Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018. Assim, conforme apresentado na figura 2, os que concluem ensino médio é de 76,8% de brancos e 61,8% de negros, e os que conseguem frequentar o ensino superior ocupam em maioria os espaços públicos 50,3% de negros e na rede privada predomina os jovens brancos 53,4%, representado na figura 3. Figura 2 Figura 3 Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018. Nota: Pessoas de 20 a 22 anos de idade. De acordo com Carneiro (2003) as mulheres negras ainda que invistam em educação na perspectiva de ascensão social, elas continua em desigualdade no mercado de trabalho como mostra a figura 4. As mulheres ocupam a maioria do mercado informal, com destaque para as mulheres negras com 47,8%. Figura 4 Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018. Nota: Pessoas de 14 ou mais anos de idade. A quinta figura mostra o quanto ainda é necessário à luta da população negra para ocupação dos espaços políticos no Brasil. 75,6% dos representantes da Câmara dos Deputados são brancos, os deputados Estaduais somam 71,1 de brancos e vereadores 57,9%. Segundo dados da (Pnad) somente 2% do Congresso Nacional é representado por mulheres negras e 1% na Câmara dos Deputados (OXFAM Brasil). Figura 5 Fonte IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua 2018. Posto isso, Carolina de Jesus uma das primeiras escritoras negras brasileiras foi um marco no incentivo as mulheres negras, na literatura e nos movimentos sociais. Mulher corajosa que enfrentou a supremacia branca para denunciar através de sua voz as desigualdades sociais enfrentadas no cotidiano do seu povo. A exemplo dela temos tantas outras na atualidade como Sueli Carneiro, Lélia Gonzales, Ângela Davis, Bell Hooks e Djamila Ribeiro que tem erguido sua voz através da comunicação e de seus escritos na direção de fazer valer a democracia e a justiça social. Mas desejo ajudar a construir um mundo onde a pesquisa e o trabalho de mulheres negras sejam valorizados de modo que possamos ser motivadas a fazer tal trabalho, para que vozes sejam ouvidas (HOOKS, p. 11). REFERÊNCIA Estudos Feministas: questões Éticas bellhooks - Documentos Google CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. Estud. av. São Paulo, v. 17, n. 49, p. 117-133, Dez. 2003. Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil. Estudos e Pesquisas • Informação Demográfica e Socioeconômica • n.41. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101681_informativo.pdf Desigualdade Racial na Educação Brasileira: Um guia completo para entender e combater essa realidade. Disponível em 09 de Setembro de 2021: https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-debate/desigualdade-racial-na- educacao/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=11358183974&utm_content=110 865315986&utm_term=dados%20sobre%20racismo&gclid=CjwKCAjwvuGJBhB1EiwACU1AiYzDRfm _tmU7QgxvOueJT85O8QfZNtJQAs-tY4zWnG7LyeablEHo2BoCxEcQAvD_BwE https://docs.google.com/document/d/1M7HFVlm5XRESCB_eui2oY0OZDlAnagT4Qcus_OjoapA/edit https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101681_informativo.pdf https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-debate/desigualdade-racial-na-educacao/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=11358183974&utm_content=110865315986&utm_term=dados%20sobre%20racismo&gclid=CjwKCAjwvuGJBhB1EiwACU1AiYzDRfm_tmU7QgxvOueJT85O8QfZNtJQAs-tY4zWnG7LyeablEHo2BoCxEcQAvD_BwE https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-debate/desigualdade-racial-na-educacao/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=11358183974&utm_content=110865315986&utm_term=dados%20sobre%20racismo&gclid=CjwKCAjwvuGJBhB1EiwACU1AiYzDRfm_tmU7QgxvOueJT85O8QfZNtJQAs-tY4zWnG7LyeablEHo2BoCxEcQAvD_BwE https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-debate/desigualdade-racial-na-educacao/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=11358183974&utm_content=110865315986&utm_term=dados%20sobre%20racismo&gclid=CjwKCAjwvuGJBhB1EiwACU1AiYzDRfm_tmU7QgxvOueJT85O8QfZNtJQAs-tY4zWnG7LyeablEHo2BoCxEcQAvD_BwE https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-debate/desigualdade-racial-na-educacao/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=11358183974&utm_content=110865315986&utm_term=dados%20sobre%20racismo&gclid=CjwKCAjwvuGJBhB1EiwACU1AiYzDRfm_tmU7QgxvOueJT85O8QfZNtJQAs-tY4zWnG7LyeablEHo2BoCxEcQAvD_BwE HOOKS, Bell. Estudos Feministas: questões Éticas. bellhooks - Documentos Google RIBEIRO, Djamila. Racismo no Brasil: Todo mundo sabe que existe, mas ninguém acha que é racista. BBC News Brasil, Laís Alegretti. Junho 2020. Disponível em 10 de Setembro, 2021: Racismo no Brasil: todo mundo sabe que existe, mas ninguém acha que é racista, diz Djamila Ribeiro - BBC News Brasil JESUS, Carolina Maria de. Casa de Alvenaria: história de uma ascensão social.In diário de uma ex- favelada. São Paulo: Livraria Francisco Alves, Editora Paulo de Azevedo Ltda, 196 GONZALES, L. Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira. Apresentado na Reunião do Grupo de Trabalho “Temas e Problemas da População Negra no Brasil”, IV Encontro Anual da Associação Brasileira de Pós- graduação. 1984. KILOMBA, G. A Máscara. Cadernos de Literatura em Tradução, tradução de Jessica Oliveira de Jesus, São Paulo, n° 16 p. 171- 180, 2016. Capítulo 1 do livro Memórias da Plantação. https://livrandante.com.br/2018/09/18/colecao-carolina-maria-de-jesus/ A Participação de Mulheres Negras na Política. OXFAM BRASIL. Disponível em 10 de Setembro de 2020 em : https://www.oxfam.org.br/blog/mulheres-negras-na-politica/ https://docs.google.com/document/d/1M7HFVlm5XRESCB_eui2oY0OZDlAnagT4Qcus_OjoapA/edit https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52922015 https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52922015 https://livrandante.com.br/2018/09/18/colecao-carolina-maria-de-jesus/
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