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Direito Ambiental
Introdução ao Direito Ambiental
Nesta webaula, conceituaremos: direito ambiental e meio ambiente.
Conheceremos a fonte do direito ambiental, bem como a multidisciplinaridade, natureza
jurídica e autonomia desta área do conhecimento, além da aplicação da lei ambiental no
tempo.
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Paulo Affonso Leme Machado assevera que o direito ambiental está em socorro de um meio
ambiente ameaçado e, assim, busca uma relação harmoniosa e de equilíbrio entre o homem
e a natureza (MACHADO, 2016).
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Conceitos de direito ambiental e de meio
ambiente
Édis Milaré conceitua o direito ambiental, ou
direito do ambiente, como “o complexo de
princípios e normas coercitivas reguladoras
das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, possam afetar a sanidade do
ambiente em sua dimensão global, visando à
sua sustentabilidade para as presentes e
futuras gerações” (MILARÉ, 2009, p. 815).
A legislação brasileira traz, em âmbito federal,
o conceito de meio ambiente definido pela Lei
nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que
estabelece a Política Nacional de Meio
Ambiente (PNMA). O art. 3º, no inciso I,
apresenta, in verbis: “meio ambiente, o
conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida
em todas as suas formas” (BRASIL, 1981, art.
3º).
A fonte do direito ambiental
As fontes do direito podem ser divididas em materiais e formais.
As fontes materiais correspondem aos eventos, fatos
e acontecimentos do mundo que fundamentam o
direito na formação das normas jurídicas.
As fontes formais são, por sua vez, a manifestação ou
positivação do direito através das normas e dos
princípios.
Quanto à fonte material do direito ambiental, é importante destacar as discussões
internacionais sobre o meio ambiente. O meio ambiente é um objeto de tutela universal e,
por isso, a importância de sua proteção ultrapassa a fronteira dos países. Vários eventos
mundiais ocorridos a partir do século XX evidenciam o esforço para uma proteção holística e
integrada.
Explore a linha do tempo e conheça os eventos mundiais importantes para a temática
ambiental:
A Conferência de Estocolmo (1972) foi uma das primeiras tentativas de regulamentação
internacional no âmbito ambiental, e a importância de suas proclamações é evidenciada
na influência à Constituição brasileira de 1988 (THOMÉ, 2014).
1972 1992 2002 2012
Em virtude de seu caráter global, por regulamentar a interação dos seres humanos entre si e
com o meio, o direito ambiental torna-se um direito que interage com todos os demais ramos
do ordenamento jurídico.
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Paulo Affonso Leme Machado pondera que o
direito ambiental sistematiza legislação,
doutrina e jurisprudência, sem o isolamento
dos temas ambientais (MACHADO, 2016).
Édis Milaré afirma que o direito ambiental
chama as demais normas jurídicas a
atentarem para a proteção ambiental, no
âmbito daquilo a que se prestam a
regulamentar (MILARÉ, 2009 apud ANTUNES,
2008).
Direito ambiental: sua
multidisciplinaridade e
autonomia
Assim, torna-se interessante observar
que o direito ambiental é autônomo em
relação aos demais ramos do direito,
haja vista possuir regras e princípios
próprios. Entretanto, essa constatação
não exclui sua natureza multidisciplinar.
Natureza jurídica
Quanto à natureza jurídica, Édis Milaré destaca que o direito ambiental não pode ser
enquadrado na dicotomia tradicional direito público ou privado, mas deve ser entendido
como direito difuso, uma vez que tutela interesses gerais e coletivos. O objeto do direito
ambiental encontra-se na terceira geração de direitos, conforme destaca o autor (MILARÉ,
2009).
Aplicação da lei ambiental no tempo
Clique aqui para saber mais.
Em regra, no nosso ordenamento jurídico
aplica-se o princípio da irretroatividade
das leis, conforme preceitua o art. 6º da Lei
de Introdução às normas do Direito
Brasileiro, in verbis: “a Lei em vigor terá
efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a
coisa julgada” (BRASIL, 1942, art. 6º).
No direito ambiental, no entanto, esse
princípio merece atenção especial, uma
vez que não pode levar a interpretações
que institucionalizem o direito a poluir,
conforme assevera Édis Milaré. Segundo o
autor, a lei ambiental terá aplicação
imediata para os fatos e situações futuras,
bem como sobre os efeitos atuais e futuros
dos atos pretéritos.
SAIBA MAIS
Por exemplo, se lei posterior proibir atividade que
já fora licenciada com fundamento em lei anterior
permissiva, a aplicação da lei nova será imediata e,
mesmo que exista licença válida, a atividade não
poderá ser autorizada em futura renovação deste
ato autorizativo (MILARÉ, 2009).
Bons estudos!

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