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iStock 2017 Direito Ambiental Introdução ao Direito Ambiental Nesta webaula, conceituaremos: direito ambiental e meio ambiente. Conheceremos a fonte do direito ambiental, bem como a multidisciplinaridade, natureza jurídica e autonomia desta área do conhecimento, além da aplicação da lei ambiental no tempo. iStock 2017 Paulo Affonso Leme Machado assevera que o direito ambiental está em socorro de um meio ambiente ameaçado e, assim, busca uma relação harmoniosa e de equilíbrio entre o homem e a natureza (MACHADO, 2016). iStock 2017 Conceitos de direito ambiental e de meio ambiente Édis Milaré conceitua o direito ambiental, ou direito do ambiente, como “o complexo de princípios e normas coercitivas reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando à sua sustentabilidade para as presentes e futuras gerações” (MILARÉ, 2009, p. 815). A legislação brasileira traz, em âmbito federal, o conceito de meio ambiente definido pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA). O art. 3º, no inciso I, apresenta, in verbis: “meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981, art. 3º). A fonte do direito ambiental As fontes do direito podem ser divididas em materiais e formais. As fontes materiais correspondem aos eventos, fatos e acontecimentos do mundo que fundamentam o direito na formação das normas jurídicas. As fontes formais são, por sua vez, a manifestação ou positivação do direito através das normas e dos princípios. Quanto à fonte material do direito ambiental, é importante destacar as discussões internacionais sobre o meio ambiente. O meio ambiente é um objeto de tutela universal e, por isso, a importância de sua proteção ultrapassa a fronteira dos países. Vários eventos mundiais ocorridos a partir do século XX evidenciam o esforço para uma proteção holística e integrada. Explore a linha do tempo e conheça os eventos mundiais importantes para a temática ambiental: A Conferência de Estocolmo (1972) foi uma das primeiras tentativas de regulamentação internacional no âmbito ambiental, e a importância de suas proclamações é evidenciada na influência à Constituição brasileira de 1988 (THOMÉ, 2014). 1972 1992 2002 2012 Em virtude de seu caráter global, por regulamentar a interação dos seres humanos entre si e com o meio, o direito ambiental torna-se um direito que interage com todos os demais ramos do ordenamento jurídico. iStock 2017 Paulo Affonso Leme Machado pondera que o direito ambiental sistematiza legislação, doutrina e jurisprudência, sem o isolamento dos temas ambientais (MACHADO, 2016). Édis Milaré afirma que o direito ambiental chama as demais normas jurídicas a atentarem para a proteção ambiental, no âmbito daquilo a que se prestam a regulamentar (MILARÉ, 2009 apud ANTUNES, 2008). Direito ambiental: sua multidisciplinaridade e autonomia Assim, torna-se interessante observar que o direito ambiental é autônomo em relação aos demais ramos do direito, haja vista possuir regras e princípios próprios. Entretanto, essa constatação não exclui sua natureza multidisciplinar. Natureza jurídica Quanto à natureza jurídica, Édis Milaré destaca que o direito ambiental não pode ser enquadrado na dicotomia tradicional direito público ou privado, mas deve ser entendido como direito difuso, uma vez que tutela interesses gerais e coletivos. O objeto do direito ambiental encontra-se na terceira geração de direitos, conforme destaca o autor (MILARÉ, 2009). Aplicação da lei ambiental no tempo Clique aqui para saber mais. Em regra, no nosso ordenamento jurídico aplica-se o princípio da irretroatividade das leis, conforme preceitua o art. 6º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, in verbis: “a Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada” (BRASIL, 1942, art. 6º). No direito ambiental, no entanto, esse princípio merece atenção especial, uma vez que não pode levar a interpretações que institucionalizem o direito a poluir, conforme assevera Édis Milaré. Segundo o autor, a lei ambiental terá aplicação imediata para os fatos e situações futuras, bem como sobre os efeitos atuais e futuros dos atos pretéritos. SAIBA MAIS Por exemplo, se lei posterior proibir atividade que já fora licenciada com fundamento em lei anterior permissiva, a aplicação da lei nova será imediata e, mesmo que exista licença válida, a atividade não poderá ser autorizada em futura renovação deste ato autorizativo (MILARÉ, 2009). Bons estudos!
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