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Prévia do material em texto

 
Leia o texto a seguir, de Christophe Dejours e responde ao que se pede. 
 
―A sexualidade e as pulsões são amorais e egocêntricas. Em outras palavras, a 
referência à sexualidade não é neutra axiologicamente. A antropologia 
freudiana sugere, portanto, que as pulsões não conduzem o ser humano para a 
vida em sociedade, nem para a vida conjunta e para a solidariedade. As 
pulsões sexuais engendram, antes, o egoísmo e a rivalidade entre os seres 
humanos para gozar os prazeres terrestres, levando ao ódio, à violência e à 
morte na luta pela possessão dos objetos de prazer. 
Se, contudo, os seres humanos fazem sociedade, não é por causa de suas 
pulsões sexuais, mas por causa da necessidade. Não é por desejo, mas por 
obrigação. A resposta de Freud consiste em reconhecer que a sociedade não 
seria possível sem alguma modificação, desvio, ou mesmo amputação das 
metas pulsionais; além de recorrer à inibição quanto à meta sexual, à reversão 
contra a própria pessoa, à reversão em seu oposto, ao recalque, à sublimação. 
Ademais, Freud sustenta que a própria cultura é construída sobre a renúncia à 
satisfação sexual da pulsão, ou seja, sobre o sacrifício da pulsão. 
DISSONÂNCIA REVISTA DE TEORIA CRÍTICA. Campinas: Unicamp, v. 1, n. 
1, 2017 (adaptado). 
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima 
dos postulados no excerto, de acordo com os seus conhecimentos. 
Resposta Selecionada: 
Psicanálise. 
Resposta Correta: 
Psicanálise. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta correta. Conforme vimos, o nome Freud é o grande 
marco da teoria psicanalítica, que baseia-se na análise de 
aspectos vinculados ao inconsciente e às pulsões humanas - 
sendo as principais delas a pulsão sexual, pulsão de vida e 
pulsão de morte. 
 
 Pergunta 2 
1 em 1 pontos 
 Leia o trecho a seguir. 
 
Para a estética da recepção, a teoria da literatura deve ser fundada no 
reconhecimento da historicidade da arte. Segundo Jauss, as outras linhas 
teóricas não consideram a história nas análises do texto literário. (...) 
O processo da leitura, a experiência estética e o leitor, principal elo desse 
sistema, são elementos centrais para conhecimento e interpretação da obra. 
Jauss propõe o estudo da literatura sob a perspectiva de sua relação com a 
época de produção e com a posição histórica do intérprete. Assim, a estética 
da recepção é fruto do encontro entre poética e hermenêutica (estética e 
interpretação). O teórico defende uma história da arte fundada nas 
perspectivas do sujeito produtor e do consumidor e na sua interação mútua, 
vendo a obra de arte no horizonte histórico de sua origem, função social e 
 
ação no tempo. 
SILVA, A. C. S.; PAZ, Ravel Giordano. OBSERVAÇÕES SOBRE A 
APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DA ESTÉTICA DA RECEPÇÃO A 
HELENA, DE MACHADO DE ASSIS. REEL. Revista Eletrônica de Estudos 
Literários, v. 1, p. 1-17, 2014. 
 
No trecho em destaque, a autora faz um apanhado das principais 
características da chamada Estética da Recepção, uma teoria que propõe a 
reformulação da interpretação textual baseando-se na relação entre leitor e 
obra sob um ponto de vista diacrônico. Com base em seus conhecimentos, 
assinale a alternativa em que cita-se uma corrente literária que está em 
consonância com a Estética da Recepção. 
Resposta Selecionada: 
Fenomenologia. 
Resposta Correta: 
Fenomenologia. 
Comentário da 
resposta: 
Resposta correta. A Fenomenologia, enquanto corrente que 
analisa as percepções do indivíduo em relação ao objeto, foi 
estrutura-base dos postulados por Hans Robert Jauss em 
sua Teoria da Recepção. 
 
 
 Pergunta 3 
1 em 1 pontos 
 O poema a seguir é de autoria de Fernando Pessoa, poeta português 
conhecido por sua vasta produção heteronímica. Leia-o e, depois, responda 
ao que se pede. 
 
AUTOPSICOGRAFIA 
 
O poeta é um fingidor, 
Finge tão completamente, 
Que chega a fingir que é dor, 
A dor que deveras sente. 
 
E os que lêem o que escreve, 
Na dor lida sentem bem, 
Não as duas que ele teve, 
Mas só as que eles não têm. 
 
E assim nas calhas da roda 
Gira, a entreter a razão, 
Esse comboio de corda 
Que se chama coração. 
PESSOA, Fernando. Autopsicografia. In: PESSOA, 
Fernando. Cancioneiro. Lisboa: Ática, 1981. 
 
A partir da leitura do poema, assinale a alternativa correta. 
 
Resposta 
Selecionada: 
 
O poema anuncia o processo de despersonalização do 
sujeito poeta enquanto um fingidor, capaz de fingir 
sentimentos que não existiram. 
Resposta 
Correta: 
 
O poema anuncia o processo de despersonalização do 
sujeito poeta enquanto um fingidor, capaz de fingir 
sentimentos que não existiram. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta correta. Este poema é um marco para os críticos 
literários que se ocupam da obra de Fernando Pessoa porque 
antecipa algumas questões centrais da heteronímia. O 
sistema heteronímico constrói-se primordialmente a partir da 
despersonalização do poeta, através do fingimento de 
emoções, sensações e experiências, em uma espécie de 
empatia levada ao seu grau mais extremo - culminando em 
um processo de outrar-se. Nisto, a poética pessoana 
evidencia bem o trabalho linguístico que se dá no poema para 
que o leitor seja capaz de experienciar e sentir alguma 
emoção em uma primeira leitura. 
 
 
 Pergunta 4 
1 em 1 pontos 
 Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede. 
 
―O descentramento do sujeito anunciado (...) rompe com a concepção de um ser humano essencialista e 
universal compreendido pelos estruturalistas e permite pensar nas mais variadas formas de experiências 
vivenciadas em diferentes contextos, por diferentes indivíduos. Nesse sentido, compreende-se que (...) ‗[...] 
reafirma a importância da estrutura, não na constituição do Sujeito, mas sim na determinação das 
diferentes posições de sujeito, que emergem nos momentos de tomada de decisão‘ (PEREIRA, 2010, p. 
422). 
―[...] as teorias pós-críticas não limitam a análise do poder ao campo das relações econômicas do 
capitalismo. Com as teorias pós-críticas, o mapa do poder é ampliado para incluir os processos de 
dominação centrados na raça, etnia, no gênero e na sexualidade‖ (SILVA, 2005b, p. 149). 
Já Michel Foucault (1996), durante uma aula inaugural no Colégio da França, destaca que, intrínseco ao 
discurso, estão em jogo o desejo e o poder. ―O discurso verdadeiro, que a necessidade de sua forma 
liberta do desejo e libera do poder, não pode reconhecer a vontade de verdade que o atravessa; e a 
vontade de verdade, essa que se impõe a nós há bastante tempo, é tal que a verdade que ela quer não 
pode deixar de mascará-la‖ (p. 20). 
Revista Conhecimento Online, Novo Hamburgo, v. 1, p. 36-44, mar. 2017. ISSN 2176-8501. Disponível 
em: <https://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistaconhecimentoonline/article/view/460/1852>. Acesso 
em: 19 aug. 2019. Grifo nosso. 
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima dos postulados no excerto. 
 
Resposta Selecionada: 
Pós-estruturalismo. 
Resposta Correta: 
Pós-estruturalismo. 
 
Comentário da 
resposta: 
Resposta correta. Mais uma vez, a associação de determinados nomes a determinadas 
terminologias é importante no reconhecimento da corrente crítica em questão. No caso do 
trecho que estamos analisando, é feita uma citação direta de Michel Foucault, um dos 
nomes ligados ao Pós-estruturalismo. Além disso, como vimos anteriormente, o Pós-
estruturalismo destaca-se em relação ao Estruturalismo por depreender algo de novo das 
estruturas literárias e de análise do discurso, indo ao encontro da heterogeneidade do 
discurso. 
 
 Pergunta 5 
1 em 1 pontos 
 Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede. 
 
O movimento deliberou, a partir de sua visão inovadora, que os críticos 
fizessem uma leitura minuciosa do poema (close reading), ou seja, para 
entender o poema deve-se apreciá-lo emocionalmente, buscando resolver as 
tensões entre as diversas unidades semânticasdo texto que independem 
das emoções do autor, ainda que essas emoções possam ter ocorrido 
durante a produção. 
Houve também outras deliberações essenciais para a formação da estrutura 
teórica da crítica analisada nesse ensaio. A maioria dos críticos adeptos a 
essa corrente dirigiam seu olhar ao desprezo da intenção do autor e da 
história social em que o poema estaria inserido. 
 
REVISTA ANAGRAMAS: Revista Científica Interdisciplinar da 
Graduação. São Paulo: Edusp, v. 5, n. 3, maio 2012. Grifo nosso. 
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se 
aproxima dos postulados no excerto. 
 
Resposta Selecionada: 
Neo-crítica. 
Resposta Correta: 
Neo-crítica. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta correta. Como vimos, um dos marcos do New 
Criticism, ou Neo-crítica é o antibiografismo e o anti-
historicismo que, apesar de muito se assemelharem aos 
postulados do Formalismo Russo, diferem deste 
diacronicamente, uma vez que a Neo-crítica foi um 
movimento muito mais ligado aos Estados Unidos e a década 
de 40. 
 
 
 Pergunta 6 
1 em 1 pontos 
 Leia o trecho a seguir, retirado do romance Memórias póstumas de Brás 
Cubas, de Machado de Assis e, em seguida, leia o trecho do artigo A alma 
exterior em Machado de Assis: um olhar psicanalítico de Lívia Mesquita de 
Sousa e Terezinha Camargo Viana. 
 
―— Vem cá, Eugênia, disse ela, cumprimenta o Dr. Brás Cubas, filho do Sr. 
 
Cubas; veio da Europa. 
E voltando-se para mim: — Minha filha Eugênia. 
Eugênia, a flor da moita, mal respondeu ao gesto de cortesia que lhe fiz; 
olhou-me admirada e acanhada, e lentamente se aproximou da cadeira da 
mãe. A mãe arranjou-lhe uma das tranças do cabelo, cuja ponta se 
desmanchara. — Ah! travessa! dizia. Não imagina, doutor, o que isto é... E 
beijou-a com tão expansiva ternura que me comoveu um pouco; lembrou-me 
minha mãe, e, — direi tudo, — tive umas cócegas de ser pai. 
— Travessa? disse eu. Pois já não está em idade própria, ao que parece. 
— Quantos lhe dá? 
— Dezessete. 
— Menos um. 
— Dezesseis. Pois então! é uma moça. 
Não pôde Eugênia encobrir a satisfação que sentia com esta minha palavra, 
mas emendou-se logo, e ficou como dantes, ereta, fria e muda. Em verdade, 
parecia ainda mais mulher do que era; seria criança nos seus folgares de 
moça; mas assim quieta, impassível, tinha a compostura da mulher casada. 
Talvez essa circunstância lhe diminuía um pouco da graça virginal. Depressa 
nos familiarizamos; a mãe fazia-lhe grandes elogios, eu escutava-os de boa 
sombra, e ela sorria com os olhos fúlgidos, como se lá dentro do cérebro lhe 
estivesse a voar uma borboletinha de asas de ouro e olhos de diamante… 
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: 
Nova Aguilar, 1994. 
 
Na constituição do eu está presente de modo fundamental o outro. Antes 
mesmo do nascimento de uma criança, esse outro já fornece elementos para 
a construção de sua subjetividade. E ao longo da vida, manterão uma 
constante e permanente relação. É nesse sentido que Freud (1921/1981c, p. 
2563) diz que toda psicologia é social, pois ‗na vida anímica individual 
aparece integrado sempre, efetivamente, ‗o outro‘, como modelo, objeto, 
auxiliar ou adversário‘. 
(...) 
A grande capacidade de observação e crítica é que possibilita uma produção 
literária capaz de ver que, em se tratando de ser humano, a sociedade e o 
indivíduo se formam em uma relação permanente e dialética. A noção de 
alma exterior tem o potencial de trazer à discussão a articulação entre as 
relações sociais e a subjetividade. 
SOUSA, Lívia Mesquita de; VIANA, Terezinha Camargo. A Alma Exterior 
em Machado de Assis: um olhar psicanalítico. Revista Mal-estar e 
Subjetividade, Fortaleza, v. 11, n. 3, p.1083-1111, set. 2011. 
 
No artigo, elabora-se uma questão central em toda a obra da maturidade de 
Machado de Assis: o lugar do sujeito na sociedade. Com base em seus 
conhecimentos e na leitura destes trechos, assinale a alternativa correta. 
Resposta 
Selecionada: 
 
O conhecido episódio da Flor da Moita, exposto no trecho em 
grifo, pode ser considerado como uma representação da 
questão do peso dos entraves sociais e da ascensão social 
 
para a formação da subjetividade, uma vez que Brás, 
enquanto personagem e narrador “eu” como testemunha, dá 
mais valor à deficiência de Eugênia do que às suas 
qualidades. 
Resposta 
Correta: 
 
O conhecido episódio da Flor da Moita, exposto no trecho em 
grifo, pode ser considerado como uma representação da 
questão do peso dos entraves sociais e da ascensão social 
para a formação da subjetividade, uma vez que Brás, 
enquanto personagem e narrador “eu” como testemunha, dá 
mais valor à deficiência de Eugênia do que às suas 
qualidades. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta correta. Observamos neste episódio uma 
preocupação narcisista da personagem Brás Cubas com as 
aparências e o julgamento da esfera social sobre sua pessoa. 
Optar por deixar a moça por quem se encantara para trás 
pelo único motivo de esta ser deficiente física marca e critica 
o pensamento vigente da época, de que estas minorias eram 
indignas ao casamento. Ao final do episódio, vemos que a 
ascensão social proporcionada pelo ingresso à carreira 
política já lhe agradava e preocupava muito mais que os 
sentimentos de/por Eugênia. 
 
 Pergunta 7 
0 em 1 pontos 
 Leia o trecho a seguir, retirado do livro de Carl Gustav Jung, O espírito na 
arte e na ciência e, em seguida, responda ao que se pede. 
 
―(...) Nestes últimos tempos vimos várias vezes obras de arte poéticas serem 
interpretadas de um modo que correspondia justamente a esta redução a 
estágios mais elementares. Poderíamos talvez atribuir as condições de 
criação artística, o assunto e seu tratamento individual, às relações pessoais 
do poeta com seus pais, mas isto não contribuiria em nada para a 
compreensão de sua arte. Pode-se fazer a mesma redução em todos os 
outros possíveis casos, também nos casos de distúrbios patológicos. (...) 
Naturalmente, todos tiveram pais e todos têm um pretenso complexo de pai 
e mãe; todos possuem sexualidade e por isso, também, certas dificuldades 
típicas e outras, comuns ao ser humano. Um poeta pode ter sido 
influenciado mais pela relação com o pai, outro, pela ligação com a mãe e 
finalmente um terceiro pode demonstrar, através de suas obras, traços 
inconfundíveis de repressão sexual (...). E assim, nada de específico se 
apurou para o julgamento de uma obra de arte. (...) 
JUNG, Carl Gustav. O espírito na arte e na ciência. São Paulo: Vozes, 
1985. 
 
Com base em sua leitura de Jung e conhecimentos anteriores, assinale a 
alternativa verdadeira sobre o que se pode afirmar a respeito da Psicologia 
Analítica. 
 
Resposta 
Selecionada: 
 
Entender como funcionava a relação entre um poeta e seus 
pais, bem como as pulsões sexuais deste mesmo poeta é, 
para Jung, fundamental. 
Resposta 
Correta: 
 
Obra de arte e psicologia analítica têm uma relação 
dialética não redutiva. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta incorreta. Verifica-se neste excerto uma relação 
dialética entre a obra de arte literária e a psicologia analítica, 
fugindo de interpretações reducionistas como quaisquer 
tentativas de explicação de uma obra, bem como quaisquer 
correlações estritas entre esta mesma obra e as questões 
psicológicas particulares do autor. O sentido da obra, para 
Jung, se dá a partir da observação da obra como foi 
concebida, sendo a psicologia analítica uma das 
possibilidades, um background para toda a análise. 
 
 
 
 Pergunta 8 
1 em 1 pontos 
 Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede. 
 
Definida como ciência geral dos signos, (...) tem por objeto os processos de 
significação que constituem a linguagem, não se ocupando, a princípio, com 
a obra de arte literária, de modo específico. Decorre então que essa teoria 
não oferece aos que se dedicam ao estudo do texto poético ou de ficção, um 
modelo de análise voltado parasuas características particulares. 
REVISTA DIÁLOGOS. Pernambuco: Editora da Universidade de 
Pernambuco, 2018. D.o.i. 10.13115/2236-1499v2n19p473. Grifo nosso. 
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se 
aproxima dos postulados no excerto. 
 
Resposta Selecionada: 
Semiótica. 
Resposta Correta: 
Semiótica. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta correta. Apesar de não haver consenso entre os 
linguistas, pode-se tratar como Semiótica o estudo do 
universo dos signos (PEIRCE, 1977). A ciência dos signos e 
significantes, sendo uma teoria particularmente linguística 
que pode ser aplicada ao estudo de literatura, bem como ao 
estudo de todas as linguagens artísticas, possui diversas 
subcategorias teóricas de atuação. O trecho em destaque fala 
mais especificamente da Semiótica francesa, pautada na 
análise de discurso e interdisciplinaridade entre significantes 
de diversos gêneros. 
 
 
 Pergunta 9 
1 em 1 pontos 
 Leia os textos a seguir. 
 
―Ele sentia-se tão feliz, sem nenhuma preocupação deste mundo. Uma 
refeição a sós com ela, um passeio à noite pela estrada, um gesto para lhe 
acariciar os cabelos, a presença do seu chapéu de palha pendurado no 
fecho de uma janela e ainda muitas outras coisas que lhe davam prazer e 
com as quais nunca sonhara formavam agora a sua contínua felicidade. De 
manhã, na cama, com a cabeça no travesseiro ao lado dela, contemplava a 
luz do Sol a passar entre a pelugem das suas faces louras, meio cobertas 
pelos folhos da touca. Vistos de tão perto, os seus olhos pareciam maiores, 
sobretudo quando abria as pálpebras várias vezes de seguida ao acordar; 
negros à sombra e azul-escuros à luz do dia, tinham como que camadas de 
cores sucessivas, mais densas no fundo e ficando mais claras à superfície 
do esmalte. Os olhos de Charles perdiam-se naquelas profundezas, e ali ele 
via a miniatura da sua imagem até aos ombros, com o lenço de seda atado 
na cabeça e o peito da camisa entreaberto. Levantava-se. Ela punha-se à 
janela para o ver sair; ficava encostada ao peitoril, entre dois vasos de 
gerânios, dentro do seu roupão, que lhe caía, folgado, em volta do corpo. (...) 
FLAUBERT, Gustave. Madame Bovary. 2ª São Paulo: Martin Claret, 2003. 
(Ouro). Cap V-VI. 
 
―Existindo então uma teoria do bovarismo, o leitor cultivado – francês ou 
brasileiro – localiza em sua memória a referência à célebre personagem 
criada por Gustave Flaubert (1821-1880). (...) Ele inaugurou uma narrativa 
impessoal, polifônica, uma técnica de escrita exigente e que demanda uma 
leitura criativa, não deixando a passividade se instalar no leitor. Segundo o 
especialista em Flaubert, Pierre-Marc de Biasi, os dois únicos elementos que 
acompanham o gosto do tempo são a análise psicológica e o retrato dos 
costumes. De resto, o leitor encontrava-se frente a uma escrita toda nova, 
desconcertante e transgressora. (...). Menos de dez anos depois da 
publicação do romance a palavra bovarismo já era de uso corrente para 
designar a representação de uma atitude tipicamente fundada na fantasia. 
Eis um termo que nadou de braçadas na imaginação coletiva. O passo 
seguinte – a elaboração de uma teoria do bovarismo – não se fez esperar. 
‗(...) Em 1892, J. de Gaultier elabora a teoria do ‗bovarismo‘, complexão 
psicológica da pessoa que se vê diversa do que é na realidade, e que se 
condena, por suas ilusões e ideias pré-estabelecidas, a estar sempre 
desiludida pela banalidade da existência‘.‖ 
SOUZA, Eliana Maria de Melo. Itinerários do bovarismo. Revista Ponto e 
Vírgula, São Paulo, p.01-20, jan. 2013. 
 
Assinale a alternativa que relaciona corretamente os conceitos críticos 
elaborados no artigo com elementos da narrativa. 
 
Resposta 
Selecionada: 
 
O trecho “As comparações de noivo, de esposo, de amante 
celeste e de casamento eterno, que aparecem repetidamente 
nos sermões, despertavam-lhe no íntimo da alma imprevistas 
doçuras.” representa bem o que, no artigo, se diz sobre 
o bovarismo enquanto comportamento pautado na fantasia. 
Resposta 
Correta: 
 
O trecho “As comparações de noivo, de esposo, de amante 
celeste e de casamento eterno, que aparecem repetidamente 
nos sermões, despertavam-lhe no íntimo da alma imprevistas 
doçuras.” representa bem o que, no artigo, se diz sobre 
o bovarismo enquanto comportamento pautado na fantasia. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta correta. Em diversos momentos vemos marcas da 
desilusão de Emma em relação à realidade, como no trecho 
“As comparações de noivo, de esposo, de amante celeste e 
de casamento eterno, que aparecem repetidamente nos 
sermões, despertavam-lhe no íntimo da alma imprevistas 
doçuras.” em que constrói-se a fantasia da vida matrimonial 
e, depois, em “Antes de casar, Emma julgara sentir amor; 
mas a felicidade que deveria resultar desse amor não 
aparecera, pelo que se deveria ter enganado, pensava ela. 
Procurava agora saber o que se entendia, ao certo, nesta 
vida, pelas palavras felicidade, paixão e êxtase, que, nos 
livros, Lhe haviam parecido tão belas.” a desilusão com a 
vida de casada. 
 
 Pergunta 10 
0 em 1 pontos 
 Leia o trecho a seguir. 
 
Foi decepcionante não ter trazido para casa, à noite, alguma afirmação 
importante, algum fato autêntico. As mulheres são mais pobres do que os 
homens por causa. . . disto ou daquilo. (...) Melhor seria cerrar as cortinas, 
deixar as distrações do lado de fora, acender o abajur, abreviar a pesquisa e 
pedir ao historiador, que registra não opiniões, mas fatos, para descrever 
sob que condições viviam as mulheres, não em todas as épocas mas, na 
Inglaterra, digamos, na época de Elizabeth. 
Pois é um enigma perene a razão por que nenhuma mulher escreveu uma 
só palavra daquela extraordinária literatura, quando um em cada dois 
homens, parece, era dotado para a canção ou o soneto. Quais eram as 
condições em que viviam as mulheres? (...) 
WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. São Paulo: Círculo do Livro S.a, 1928. 
141 p. Disponível em: <https://iedamagri.files.wordpress.com/2014/07/uma-
hipotc3a9tica-irmc3a3-de-shakespeare-um-teto-todo-seu.pdf>. Acesso em: 
21 ago. 2019. Grifo nosso. 
 
Considerada uma das primeiras autoras feministas de importância, Virginia 
Woolf, no ensaio Um teto todo seu, palestra a respeito da relação entre 
“mulher” e “ficção”. Seus procedimentos para tal envolvem a quebra do 
gênero ensaio neste texto de auto-ficção das experiências - mas que, como 
todo ensaio, é pautado em dados empíricos e científicos. O livro é um marco 
 
na crítica literária feminista e está na ementa de cursos de literatura 
mundialmente reconhecidos. 
 
 
Pensando a respeito das correntes críticas já estudadas até aqui e no trecho 
em destaque acima, assinale a alternativa correta. 
Resposta 
Selecionada: 
 
New criticism e crítica feminista são dois movimentos 
literários que andam de mãos dadas, por assim dizer. Ao 
recusar o biografismo e o historicismo na análise do objeto 
escrito, o New criticism corrobora com a crítica feminista na 
medida em que a leitura aproximada das obras valoriza o 
gênero feminino em si. 
Resposta 
Correta: 
 
Enquanto corrente teórica que baseia suas observações no 
comportamento do gênero feminino na literatura - tanto da 
perspectiva da representação, quanto da perspectiva da 
autoria - interessa à crítica feminista manter intersecções 
com o pós-estruturalismo, fenomenologia e materialismo. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta incorreta. Pós-estruturalismo, fenomenologia e 
materialismo serão fontes de conhecimento importantes para 
a Crítica Feminista, que procurará na análise de 
regularidades e irregularidades das estruturas de discurso da 
obra literária (propostas pelo Estruturalismo e Pós-
estruturalismo), na relação do sujeito com os objetos 
artísticas e nas correlações entre literatura e sociedade a 
base de seu argumento. Correntes que desprezam a 
relevância do aspecto histórico e social do texto, como o New 
criticism e Formalismo russo nãoestão relacionados à crítica 
feminista.

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