DESCRIÇÃO Princípios básicos para a elaboração de um projeto de instalação elétrica de baixa tensão, regulamentações, dimensionamento e dispositivos elétricos. PROPÓSITO Apresentar pontos importantes para a elaboração de projetos elétricos de baixa tensão em edificações, bem como compreender as variáveis dos projetos e suas relevâncias. PREPARAÇÃO Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora ou use a calculadora de seu smartphone/computador. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever as normas, as concessionárias de energia, a realização do fornecimento de energia elétrica e a cobrança de serviços MÓDULO 2 Identificar as variáveis de projeto e suas relevâncias MÓDULO 3 Descrever os quadros de distribuição e os circuitos MÓDULO 4 Descrever os aterramentos do sistema e os dispositivos de proteção INTRODUÇÃO Neste tema, vamos aprender sobre a principal norma que rege as condições que as instalações elétricas de baixa tensão devem satisfazer. Vamos conhecer mais sobre o fornecimento de energia elétrica e como chega até nossas casas, além de compreender a conta de energia que recebemos. Introduziremos os conceitos básicos de eletricidade: tensão, corrente, potência, fator de potência, demanda e fator de demanda. Explicaremos também sobre aterramento e os principais dispositivos de proteção necessários em uma instalação elétrica. MÓDULO 1 Descrever as normas, as concessionárias de energia, a realização do fornecimento de energia elétrica e a cobrança de serviços NORMAS PARA INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO As instalações elétricas de baixa tensão devem atender à Norma NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão (BT), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Esta norma define instalações de Baixa Tensão como as instalações elétricas alimentadas sob tensão nominal igual ou inferior a 1000V em corrente alternada, com frequências inferiores a 400Hz, ou 1500V em corrente contínua. Outra Norma de grande importância para as instalações elétricas prediais é a NBR 5419 – Proteção contra descargas atmosféricas. Ela é dividida em 4 (quatro) capítulos: Princípios gerais, Gerenciamento de risco, Danos físicos a estruturas e perigos à vida, Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura. Na última atualização da norma, em 2015, o termo SPDA (Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas) deixou de ser o tema único e passou a apresentar também uma área específica de proteção: MPS — medidas de proteção contra surtos. O SPDA continua tratando da proteção contra danos físicos à estrutura e risco à vida. As MPS, por sua vez, são voltadas à proteção dos sistemas elétricos e eletrônicos instalados na estrutura a ser protegida. Fonte: Prapat Aowsakorn/Shutterstock.com Ainda existem outras diferentes normas para instalações elétricas, tanto Normas Regulamentadoras (NR), que são emitidas e regularmente alteradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), como Normas Brasileiras (NBRs), que são emitidas pela ABNT. ATENÇÃO É importante sempre pesquisar antes de fazer qualquer projeto ou trabalho e seguir corretamente as normas. CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA Conforme definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, concessionária é o agente titular de concessão federal para prestar o serviço público de distribuição de energia elétrica, doravante denominado “distribuidora”. VOCÊ SABIA O Brasil, até 2020, possuia 105 distribuidoras de energia elétrica, sendo 54 concessionárias e 38 permissionárias, além de 13 cooperativas de eletrização. A distribuidora, pela Resolução Normativa nº 414 da ANEEL, é obrigada a fornecer, operar e manter o seu sistema elétrico até o ponto de entrega, caracterizado como o limite de sua responsabilidade, observadas as condições estabelecidas na legislação e regulamentos aplicáveis, ou seja, o ponto de entrega nada mais é que a ligação entre a unidade consumidora e o sistema elétrico de distribuição e situa-se entre a via pública e a propriedade consumidora. O CONSUMIDOR É RESPONSÁVEL POR MANTER SUA INSTALAÇÃO EM DIA E EM SEGURANÇA, PODENDO SER RESPONSABILIZADO POR QUALQUER DANO CAUSADO A PESSOAS OU BENS OCASIONADOS EM SUA UNIDADE CONSUMIDORA. Cada concessionária estabelece a sua diretriz para o cálculo de demanda, dimensionamento de equipamentos e requisitos mínimos para os projetos e sua aprovação, além de fixar as condições técnicas mínimas e uniformizar as condutas para o fornecimento de energia elétrica. ATENÇÃO Antes do início de qualquer obra, o construtor e/ou o projetista devem sempre entrar em contato com a concessionária local de energia elétrica para tomar conhecimento dos detalhes e das normas aplicáveis ao seu caso e ao local da obra, bem como das condições para sua ligação e do pedido desta. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA O fornecimento de energia elétrica pode ocorrer por meio de ligação aérea ou subterrânea. O ponto de entrega em cada caso é definido a seguir: RAMAL DE LIGAÇÃO AÉREO O ponto de entrega é o ponto de ancoramento do ramal fixado na propriedade particular (em fachada, em pontalete ou poste particular), situado no limite da propriedade com a via pública. RAMAL DE LIGAÇÃO SUBTERRÂNEO DERIVADO DE REDE AÉREA O ponto de entrega é fixado na conexão do ramal subterrâneo com a rede aérea da distribuidora, desde que o ramal não ultrapasse propriedades de terceiros ou vias públicas, exceto calçadas. Todos os custos adicionais decorrentes e eventuais mudanças futuras, bem como a autorização para executar a obra são de responsabilidade do consumidor. RAMAL DE LIGAÇÃO SUBTERRÂNEO DERIVADO DE REDE SUBTERRÂNEA O ponto de entrega é fixado no limite da propriedade com a via pública. Entretanto, algumas concessionárias realizam a conexão do ramal de ligação até o primeiro ponto de conexão interna do consumidor, a fim de evitar a realização de emendas entre os ramais de ligação e de entrada junto ao limite de propriedade (principalmente no atendimento a cargas de grande porte). Algumas outras considerações do ponto de entrega: Em área urbana, se houver propriedade de terceiros, entre a via pública e a propriedade da unidade consumidora propriamente dita, o ponto de entrega é no limite da via pública com a primeira propriedade intermediária. Em condomínio horizontal com rede de distribuição interna da concessionária, o ponto de entrega é no limite da via interna do condomínio com cada propriedade individual. Em área rural, quando a unidade consumidora for atendida em tensão secundária de distribuição, o ponto de entrega se situará no local de consumo, ainda que dentro da propriedade do consumidor, observadas as normas e padrões da distribuidora. VOCÊ SABIA A fiação subterrânea pode ser mais vantajosa que a aérea, seja rede elétrica, cabos de telefonia ou de televisão. Além de deixar as cidades com uma aparência melhor, o sistema evita problemas de descarga na rede elétrica, diminui os apagões nos bairros, reduz os riscos de queda de energia ocasionados por raios e/ou quedas de árvores, bem como seu custo de manutenção é menor. Tem como desvantagem, porém, o alto valor na implantação, além de poder causar transtorno para a população no ato da instalação. Fonte: Ivan Smuk/Shutterstock.com Cidades como Barcelona, Londres, Amsterdã, Paris e Washington têm praticamente toda sua fiação enterrada, ao contrário do Brasil onde só 1% da distribuição de energia elétrica é feita por redes subterrâneas. As cidades com maior concentração de rede subterrânea no país são: Belo Horizonte, com o percentual estimado de 2%; São Paulo, de 10%; e Rio de Janeiro, 11%. TIPOS DE FORNECIMENTO As concessionárias fornecem energia das seguintes formas, dependendo da necessidade do consumidor: Monofásico a 2 (dois) fios (uma fase + neutro). Monofásico a 3 (três) fios (dois condutores fase + neutro) - Área rural. Bifásico a 3 (três) fios (duas fases + neutro). Trifásico a 4 (quatro) fios (três fases + neutro).