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elasELAS
Mulheres incríveis demais
para você não conhecer
 As pessoas costumam dizer que sou um escritor que consegue 
traduzir a alma feminina através dos meus textos. Confesso que, na 
minha opinião, não existe um elogio melhor do que esse. A�nal de 
contas, é para vocês e graças a vocês que o Precisava Escrever existe. 
Vocês são o arco e a �echa nesse processo. A origem e o destino. O 
princípio e o �m. Funcionam como inspiração para os textos e ao 
mesmo tempo consomem o produto �nal dos meus devaneios. Não é 
por acaso que mais de 80% dos três milhões e meio de seguidores no 
meu Instagram são mulheres. Posso contar um segredo aqui? Os 
homens que lutem, mas eu gosto mesmo é de escrever para vocês.
 É por isso que faço questão de deixar sempre muito claro que foi 
justamente o apoio das minhas leitoras que me deu a força e a coragem 
necessárias para largar o concurso público e correr atrás do meu sonho 
de publicar um livro. Vocês acreditaram em mim mesmo antes que eu 
fosse capaz de acreditar. E é por conta de tudo isso que o meu senti-
mento de gratidão é gigantesco. Escrevo todos os dias com o objetivo 
de tentar retribuir, de alguma forma, tudo o que vocês fazem por mim. E 
foi pensando exatamente nisso que este livro aqui foi criado.
 Estávamos nos aproximando de mais um 08 de março, também 
conhecido como “Dia Internacional da Mulher”. Sabendo disso, em uma 
certa manhã cheguei ao escritório do Precisava Escrever onde, diga-se 
de passagem, 70% dos colaboradores são do sexo feminino, e pedi para 
que elas me dessem uma ideia de como poderíamos presentear as 
mihões de mulheres que acompanham as minhas frases e textos todos 
os dias através da internet. 
frefácilPREFÁCIO
 E foi assim que surgiu o projeto “mulheres incríveis demais para 
você não conhecer”. Essa é a forma que encontramos de te ajudar a 
alcançar os seus sonhos. Quero deixar claro que a minha contribuição 
neste material se encerra aqui neste prefácio. Esse é um livro que foi 
todo planejado e idealizado por mulheres. Isso mesmo. Uma ideia de-
senvolvida por mulheres incríveis que me ajudam a construir o Precisa-
va Escrever todos os dias, especialmente para vocês que apoiam o 
nosso trabalho do outro lado da tela.
 A�nal de contas, o que poderia ser mais inspirador para tirar uma 
mulher da zona de conforto e colocá-la de volta nos trilhos, senão 
oferecer a ela a oportunidade de conhecer as trajetórias de mulheres 
reais que �zeram e ainda estão fazendo grandes feitos?
 Nas próximas páginas você irá conhecer a fundo a trajetória de 
verdadeiras heroínas da vida real. Talvez já tenha ouvido falar da maio-
ria dos nomes que citaremos a seguir, mas aposto que ainda não con-
hecem tudo o que existe por trás dessas histórias.
 Abra o coração e esteja pronta para absorver toda a inspiração 
possível. Porque essas aqui são, de fato, mulheres incríveis demais para 
você não conhecer. Boa leitura.
 Com carinho, do amigo, Rafa.
apresentaçãoAPRESENTAÇÃO
 O Dia Internacional da Mulher é um dia perfeito para ol-
harmos para trás, entender um pouco melhor a história, 
comemorar e também nos inspirarmos para continuar 
�rmes, resistentes no propósito de lutar por direitos, segu-
rança e liberdade.
 Este material foi temperado com tudo isso, passamos 
pela história que nos trouxe até aqui; temos belas e inspira-
doras histórias de vida de mulheres muito bem-sucedidas 
em suas pro�ssões, que venceram e seguem vencendo os 
desa�os impostos a todas nós; temos muitas e variadas in-
dicações de podcasts, �lmes, séries, livros e IG’s de mul-
heres espetaculares, que valem a pena o tempo investido e, 
para �nalizar, breves histórias delas, algumas das mulheres 
que ganharam Prêmios Nobel e revolucionaram o mundo. 
 Cada uma do seu jeito, a seu tempo, no seu contexto, 
travando as batalhas para mudar sua realidade e de todas 
nós. Com toda certeza você também é ou pode ser uma 
agente modi�cadora no meio em que vive. A começar por 
cada uma de nós, que resistimos a preconceitos, que tra-
balhamos dobrado, que somos tão pouco reconhecidas, que 
a revolução siga, ainda que pareça lenta, mas assertiva-
mente!
capítuloCAPÍTULO 1
Um pouco de história
“Pensar o passado para compreender o 
presente e idealizar o futuro.” 
-Heródoto
5
 08 de março, Dia Internacional da Mulher. Já se perguntou 
como surgiu? Se é considerado um dia de homenagem ou de luta 
e reivindicação? A história considerada um dos marcos para o 
estabelecimento desse dia aconteceu em Nova York, no dia 25 de 
março de 1911. Um incêndio aconteceu na Triangle Shirtwaist 
Company e vitimou 146 pessoas, 125 mulheres e 21 homens, 
sendo a maioria dos mortos judeus. As causas desse incêndio 
foram as péssimas instalações elétricas associadas à composi-
ção do solo e das repartições da fábrica e, também, à grande 
quantidade de tecido presente no recinto, o que serviu de com-
bustível para o fogo. Além disso, alguns proprietários de fábricas 
da época, incluindo o da Triangle, trancavam seus funcionários 
na fábrica durante o expediente como forma de conter motins e 
greves. No momento em que a empresa pegou fogo, as portas 
estavam trancadas.
 Esse acontecimento é signi�cativo, pois evidenciou a pre-
cariedade do trabalho no contexto da Revolução Industrial. Isso, 
no entanto, não pode apagar a in�uência da luta operária e dos 
movimentos políticos organizados pelas mulheres. Sendo assim, 
é importante a�rmar que o Dia Internacional da Mulher não foi 
criado por in�uência de uma tragédia, mas sim por décadas de 
engajamento político das mulheres pelo reconhecimento de sua 
causa.
 A partir dos anos 1960, a comemoração do dia 8 de março já 
tinha se tornado tradicional, mas foi o�cializada pela ONU (Orga-
nização das Nações Unidas) apenas em 1975, quando essa orga-
nização declarou o Ano Internacional das Mulheres, como uma 
ação voltada ao combate das desigualdades e discriminação de 
gênero em todo mundo. Como parte desses esforços, o dia 8 de 
março foi o�cializado como o Dia Internacional da Mulher.
 Segundo dados da pesquisa da Global Entrepreneurship Mo-
nitor, conduzida pelo Sebrae e divulgada em 2018, o país tem 
aproximadamente 24 milhões de mulheres empreendedoras. 
48% dos cadastros de MEI (Microempreendedores Individuais) 
existentes no país é de mulheres. Ou seja, quase metade do total. 
Isso poderia ser motivo de comemoração, se a taxa de conversão 
de mulheres empreendedoras em donas de negócio, não fosse 
40% menor do que a taxa de homens.
 Para entender um pouco melhor porque ainda é tão difícil 
para uma mulher empreender, mesmo nos dias atuais, a gente 
precisa voltar um pouquinho na história.
 A mão de obra feminina só passou a ter mais atenção a partir 
das duas grandes Guerras Mundiais. Isso porque os homens pre-
cisavam servir ao país nos campos de batalha, mas a economia 
não podia parar, logo, precisamos entrar em ação. Não pretendo 
alugar vocês com um monte de dados históricos, então em 
resumo foi graças ao Iluminismo e à Revolução Francesa, de lá 
pra cá o desenvolvimento feminino no mercado de trabalho foi 
acontecendo até chegar a 1988, quando tivemos nossos direitos 
empreendedores garantidos por lei na Constituição Federal. Ou 
seja, por lei, nós só temos o direito de empreender há pouco mais 
de 30 anos, enquanto os homens vêm fazendo isso desde que o 
mundo é mundo.
 No que diz respeito especi�camente ao Brasil, até 1962 a 
mulher precisava de autorização do marido para trabalhar fora 
(autorização essa que poderia ser revogada a qualquer momen-
to, caso ele mudasse de ideia). Acrescente isso a autorização 
que precisávamos para viajar, abrir conta no banco e você será 
capaz de começar a entender as algemas que ainda nos pren-
dem.
6
 Apesar de parecermos livres e empoderadas (e somos!), a 
maioria das mulheres carrega consigo a responsabilidade de 
sentir que precisa dar conta de tudo. Muitas vezes, sentimos ver-
gonha de contratar uma funcionária, porque a�nal, que mulher 
não consegue dar conta da própria casa?! Falarque não gosta de 
cozinhar é quase um xingamento. Quantas mulheres não traba-
lham fora tanto quanto, e às vezes até mais do que seus parcei-
ros, e mesmo assim ao chegarem em casa, são elas que dão janta 
e banho nas crianças, e depois as colocam para dormir? Por 
exemplo.
 É por isso que muitas mulheres sofrem com a crise da im-
postora. O constante pensamento de que você é uma fraude, que 
nada do que faz é su�ciente e que não está quali�cada a assumir 
determinadas posições, em especial, as predominantemente 
masculinas. É aquela sensação de que não podemos parar 
nunca, de que precisamos provar o nosso valor a todo instante.
 Se parece exagero tudo isso que estou dizendo e você está 
aí pensando “hum, acho que não é bem assim...", é só reparar em 
como as mulheres bem-sucedidas são retratadas nos �lmes. Um 
excelente exemplo é O Diabo veste Prada. A mulher bem-sucedi-
da é incapaz de manter um casamento feliz e, no �nal, a persona-
gem principal abandona aquela “vida louca de mulher de negó-
cios”, volta com seu namorado, e é feliz buscando um emprego 
com uma demanda bem menor. Essa é exatamente a sensação 
que a maioria de nós temos, quando começamos a crescer. A 
sensação de que perderemos o amor da nossa família, marido e 
�lhos. A sensação de que estamos sendo egoístas. E tudo isso é 
fruto do pouquíssimo tempo que nos foi autorizado poder fazer 
mais do que cuidar da casa.
7
 E foi assim que surgiu o projeto “mulheres incríveis demais para 
você não conhecer”. Essa é a forma que encontramos de te ajudar a 
alcançar os seus sonhos. Quero deixar claro que a minha contribuição 
neste material se encerra aqui neste prefácio. Esse é um livro que foi 
todo planejado e idealizado por mulheres. Isso mesmo. Uma ideia de-
senvolvida por mulheres incríveis que me ajudam a construir o Precisa-
va Escrever todos os dias, especialmente para vocês que apoiam o 
nosso trabalho do outro lado da tela.
 A�nal de contas, o que poderia ser mais inspirador para tirar uma 
mulher da zona de conforto e colocá-la de volta nos trilhos, senão 
oferecer a ela a oportunidade de conhecer as trajetórias de mulheres 
reais que �zeram e ainda estão fazendo grandes feitos?
 Nas próximas páginas você irá conhecer a fundo a trajetória de 
verdadeiras heroínas da vida real. Talvez já tenha ouvido falar da maio-
ria dos nomes que citaremos a seguir, mas aposto que ainda não con-
hecem tudo o que existe por trás dessas histórias.
 Abra o coração e esteja pronta para absorver toda a inspiração 
possível. Porque essas aqui são, de fato, mulheres incríveis demais para 
você não conhecer. Boa leitura.
 Com carinho, do amigo, Rafa.
 Muita gente diz que nós lutamos por igualdade, mas digo que 
lutamos por equidade. Sim, é verdade que já temos o direito de 
assumir grandes cargos nas empresas, ou então, de sermos em-
preendedoras e donas do próprio negócio. Isso ninguém pode 
negar. Mas é verdade também que a história ainda in�uencia as 
nossas escolhas e que muitas de nós, por ainda acreditar que 
precisa dar conta de tudo, acabam tendo um desempenho infe-
rior a um homem, que tem todo o tempo do mundo, com uma so-
ciedade o aplaudindo, para se concentrar somente em seu traba-
lho.
 As nossas cicatrizes ainda são muito recentes. Ainda ouço 
da minha vó que preciso arrumar um bom marido para cuidar de 
mim e do meu �lho. A sociedade ainda é muito machista. Há 
algum tempo, meu supervisor onde eu trabalhava na época em 
que estava grávida me disse, em alguma conversa, quando co-
mentei que precisava ir ao banheiro pela milésima vez, que nin-
guém me mandou abrir as pernas. Não, você não leu errado. Ele 
disse isso na frente de outras pessoas. Detalhe, me dava muito 
bem com ele. Vou ser sincera com vocês, estava com tantas pre-
ocupações na época que acabei não dando muita atenção ao 
fato, mas uma colega de serviço �cou tão indignada que repor-
tou à nossa superiora e ele veio se desculpar. Disse que não falou 
por mal, que a mãe dele era mãe solo e que jamais quis me ofen-
der. E querem saber? Eu acreditei. Ele foi criado num mundo que 
joga toda a responsabilidade nas costas das mulheres. Depois da 
nossa conversa e do tanto que ele foi julgado pelos outros, não 
acredito que ele reproduzirá novamente essa fala. Aprendeu. 
Mas o que quero dizer é justamente isso. Leva tempo. Assim 
como leva tempo para homens pararem cada vez mais com falas 
e atitudes machistas, leva tempo para que nós mulheres possa-
8
-mos entender que não somos a mulher maravilha e que de�niti-
vamente não precisamos dar conta de tudo.
 Vocês sabiam que entre 1941 e 1983 nós fomos proibidas de 
jogar futebol? O decreto da época dizia que “as mulheres esta-
vam proibidas de praticarem esportes incompatíveis com as 
condições da sua natureza”, incluindo o futebol. Mais de 40 anos 
paradas, enquanto homens avançavam nesse meio. Não é à toa 
que o futebol feminino é tão pouco valorizado. Pode-se dizer que 
praticamente, quando tivemos nosso direito de volta, precisa-
mos começar do zero. A Marta (sabe aquela? Melhor do mundo) 
nasceu três anos depois do �m do decreto. Apenas três. Já ima-
ginaram se ela tivesse nascido 15 anos antes? O mundo não co-
nheceria esse talento absurdo. E quantas Martas não devem ter 
nascido nessa época? Que morreram e foram enterradas com 
seus talentos nunca descobertos.
 O empreendedorismo feminino no Brasil vem crescendo 
cada dia mais e temos exemplos maravilhosos e bem-sucedidos 
por aqui. Mas entender a história por trás disso tudo, nos faz abrir 
os olhos para o tanto que ainda precisamos percorrer. O caminho 
é longo manas, mas �quem tranquilas que agora estamos juntas, 
e nada mais pode nos deter!
9
capítuloCAPÍTULO 2
Histórias que você precisa conhecer
“Para ganhar uma batalha, talvez 
tenhamos que lutar mais de uma vez.” 
-Margaret Thatcher
 08 de março, Dia Internacional da Mulher. Já se perguntou 
como surgiu? Se é considerado um dia de homenagem ou de luta 
e reivindicação? A história considerada um dos marcos para o 
estabelecimento desse dia aconteceu em Nova York, no dia 25 de 
março de 1911. Um incêndio aconteceu na Triangle Shirtwaist 
Company e vitimou 146 pessoas, 125 mulheres e 21 homens, 
sendo a maioria dos mortos judeus. As causas desse incêndio 
foram as péssimas instalações elétricas associadas à composi-
ção do solo e das repartições da fábrica e, também, à grande 
quantidade de tecido presente no recinto, o que serviu de com-
bustível para o fogo. Além disso, alguns proprietários de fábricas 
da época, incluindo o da Triangle, trancavam seus funcionários 
na fábrica durante o expediente como forma de conter motins e 
greves. No momento em que a empresa pegou fogo, as portas 
estavam trancadas.
 Esse acontecimento é signi�cativo, pois evidenciou a pre-
cariedade do trabalho no contexto da Revolução Industrial. Isso, 
no entanto, não pode apagar a in�uência da luta operária e dos 
movimentos políticos organizados pelas mulheres. Sendo assim, 
é importante a�rmar que o Dia Internacional da Mulher não foi 
criado por in�uência de uma tragédia, mas sim por décadas de 
engajamento político das mulheres pelo reconhecimento de sua 
causa.
 A partir dos anos 1960, a comemoração do dia 8 de março já 
tinha se tornado tradicional, mas foi o�cializada pela ONU (Orga-
nização das Nações Unidas) apenas em 1975, quando essa orga-
nização declarou o Ano Internacional das Mulheres, como uma 
ação voltada ao combate das desigualdades e discriminação de 
gênero em todo mundo. Como parte desses esforços, o dia 8 de 
março foi o�cializado como o Dia Internacional da Mulher.
 Já que conheceu um pouquinho mais sobre o contexto his-
tórico e se identi�cou com algumas di�culdades predominante-
mente femininas, apresentamos agora aquelas histórias que te 
inspiram a sonhar mais alto e correr atrás dos seus objetivos 
com mais a�nco e convicção ainda. Com certeza tem em sua vida 
mulheres que, de alguma forma, já te inspiraram a almejar algo 
mais, a acreditar em você e a encontrar e seguir seu propósito.Você mesma também pode ser essa mulher na vida de alguém e 
abaixo trouxemos algumas histórias de mulheres que venceram 
barreiras inimagináveis e construíram impérios, cada uma a seu 
jeito e em seu ramo de atividade. 
10
 Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues é, sem dúvida, uma 
das mais poderosas mulheres do país, nasceu em Franca (SP), no 
dia 9 de outubro de 1951. Empresária brasileira que comanda uma 
das maiores redes de lojas de varejo do Brasil, a Magazine Luiza, 
além de outras empresas integradas à sua holding. Seu nome é 
sinônimo de vitória! 
 Em um mercado tão competitivo como é o do varejo, predo-
minantemente masculino, Luiza ganha destaque ao ser uma das 
poucas mulheres nesse segmento e, claro, por alcançar o suces-
so com uma empresa que hoje já conta com mais de 800 lojas em 
16 estados e cerca de 23 mil colaboradores .
 Quando assumiu os negócios da família, a Magazine Luiza 
era apenas uma rede de lojas no interior do estado de São Paulo. 
Com empenho, trabalho e dedicação, Luiza Trajano transformou 
a marca em uma das maiores e mais conceituadas do mercado, 
conseguindo se posicionar de igual para igual com as principais 
lojas nacionais, como: Casas Bahia, Pontofrio e Lojas America-
nas.
 Além do expressivo salto de crescimento de sua empresa, 
Luiza ganhou destaque por ser inovadora, criativa e por seus va-
lores que apostam no bom relacionamento com clientes e cola-
boradores, não obstante a Magazine Luiza está no ranking das 
melhores empresas para se trabalhar há 22 anos consecutivos. 
 Formada em Direito pela Faculdade de Franca, Luiza come-
çou a sua história no grupo logo cedo. Aos 12 anos já trabalhava 
como balconista em uma das unidades da empresa nas férias. 
Quando assumiu o comando, a empresária promoveu ascensão 
maior dos colaboradores da organização, que passaram a ter voz 
ativa nas decisões da empresa, descentralizando o comando e 
evitando que posicionamentos familiares pudessem atrapalhar o 
11
crescimento da organização.
 Na década de 1990 foi criado o primeiro modelo de comércio 
eletrônico do mundo, o embrião de sua loja e-Commerce: as lojas 
eletrônicas ou comumente conhecidas como lojas virtuais. 
Desde então, esse processo evoluiu e as lojas passaram a vender 
produtos por meio de terminais multimídia, marketplaces, por 
exemplo, sem necessidade de produtos em exposição ou no es-
toque através de um único canal para o consumidor.
 Seguindo esta tendência que chegou ao Brasil anos mais 
tarde, em 2000, foi lançado o site de comércio eletrônico da 
companhia, que começou um processo de aquisição de outras 
redes como: Lojas Líder, Lojas Base, Kilar e Madol. Em 2008, a 
empresa inaugurou 46 lojas no mesmo dia em São Paulo, o que 
por si só é um marco. Dois anos depois, chegou ao Nordeste.
 A chegada à bolsa ocorreu em 2011, com o IPO da compa-
nhia. Capitalizada, ela manteve o ciclo de aquisições nos anos 
seguintes, com a compra do Baú da Felicidade, a startup de logís-
tica Logbee, o maior e-Commerce esportivo do Brasil, Netshoes 
e o marketplace de livros Estante Virtual.
 Embora Luiza Helena tenha cedido a presidência da compa-
nhia para Marcelo Silva, até então diretor superintendente da 
empresa, seu �lho, Frederico Trajano, responsável pela guinada 
digital da empresa, estava sendo preparado para assumir a lide-
rança. Ele já havia implementado importantes mudanças, como a 
criação do LuizaLabs, um laboratório de tecnologia e inovação 
focado em desenvolver projetos e foi o responsável pelo lança-
mento da Lu, o avatar com mais de 4 milhões de seguidores no 
Instagram, que foi criado para dar assistência às vendas online e 
se transformou em uma “in�uenciadora digital”.
12
 Frederico assumiu o comando da varejista em 2016. Nos pri-
meiros 23 meses de sua gestão, multiplicou o valor de mercado 
da empresa por 30. Luiza segue norteando os rumos da varejista, 
como presidente do Conselho de Administração.
 Com o negócio da família em boas mãos, Luiza dedica-se ao 
grupo que formou com outras empresárias, o Mulheres do Brasil, 
e empreende esforços para apoiar os micro e pequenos empre-
sários.
 Há 25 anos à frente do grupo, a história de Luiza Trajano é 
um exemplo para todos os empreendedores que buscam suces-
so em seus respectivos segmentos e pode ensinar muito sobre o 
universo do coaching e como desenvolver uma liderança real-
mente e�ciente, e�caz e inspiradora. Estas são algumas das ho-
menagens, destaques e prêmios que Luiza já recebeu:
13
https://www.instagram.com/luizahelenatrajano/?hl=pt-br
14
 Cristiana Arcangeli é nacionalmente conhecida por ter fun-
dado grandes empresas de cosméticos. Além disso, ela atua 
ainda em diversos outros setores como, por exemplo, televisão, 
ministrando palestras e já se aventurou até mesmo no ramo lite-
rário. Sua visão administrativa é voltada para a preocupação com 
o corpo e mente, no sentido de proporcionar bem-estar.
 Uma das pioneiras a atuar nesse ramo aqui no Brasil, Cristia-
na Arcangeli é natural de São Paulo e cursou Odontologia, pro�s-
são na qual aplicava práticas como a homeopatia durante os 
seus atendimentos. Posteriormente, após cinco anos atuando na 
área, Cris Arcangeli percebeu a oportunidade de decolar e partir 
para o mercado da beleza feminina e bem-estar. Como uma das 
suas prioridades em suas consultas era o uso de recursos menos 
agressivos aos pacientes, com produtos mais naturais, que 
mesmo com menos químicas permaneciam e�cazes, fez deste 
conhecimento e experiência na sua área de formação seu grande 
trunfo para levar produtos de beleza de qualidade com inovações 
mais sustentáveis, inclusive em suas embalagens.
 Por outro lado, como empresária, ela foi a fundadora de di-
versas empresas como a Phytoervas, PH-Arcangeli, Éh cosméti-
cos e Phyta. Ela também é CEO da Beauty’in e como se não bas-
tasse, ainda é sócia no Fundo de Investimento Phenix.
 Além de tudo isso, Cristiana Arcangeli é diretora do Comitê 
dos Jovens Empreendedores (CJE), conselheira da Endeavor, 
possui dois boletins diários no programa Manual da rádio Alpha 
FM e, por �m, possui alguns livros lançados: Como viver mais e 
melhor: só para homens e Beleza para a vida inteira, por exem-
plo.
 Mulher forte e destemida, palestra sobre empoderamento 
feminino, empreendedorismo e beleza por todo o Brasil e no ex-
terior. Inclusive, foi Cristiana Arcangeli quem criou a primeira 
16
semana de moda do Brasil, ou seja, seu nome é forte também no 
mundo da moda brasileiro. Devido a seu trabalho duro e carreira 
de sucesso, ela já foi reconhecida com 24 prêmios e ocupa a ca-
deira de número 21 da Academia Brasileira de Marketing. A em-
presária é colunista das revistas Men’s Health e Viva/SA. Para 
�nalizar, desde 2016, Arcangeli participa do programa Shark 
Tank Brasil na Sony e como se não bastasse, a Cristiana é �uente 
em cinco idiomas, além do português, é claro, também fala 
inglês, espanhol, italiano e francês.
 Sua primeira empresa foi a Phytoervas, fundada em 1986. 
Primeiramente, era especializada na produção de materiais sem 
sal para cabelos, e também na produção e aplicação de ativos 
naturais em seus produtos, que não causassem reações durante 
ou após o consumo. Então, com o sucesso de vendas dos produ-
tos da empresa e sempre pensando à frente, Cristiana Arcangeli 
criou dois eventos de moda que revolucionaram a moda e o uso 
de cosméticos no país: o Phytoervas Fashion e o Phytoervas 
Fashion Awards, que foram sucesso de público por oito anos. 
Alexandre Herchcovitch, por exemplo, foi um dos estilistas que 
adquiriu prestígio ao participar desses eventos.
 Ainda baseada na primeira empresa, Cris Arcangeli também 
lançou uma distribuidora de cosméticos internacionais no Brasil, 
a PH Arcangeli. Marcas como Carolina Herrera e Clinique eram 
distribuídas e vendidas aos consumidores, especialmente na 
perfumaria. Assim, ela também criou, com exclusividade às 
marcas internacionais, a Phytá.
 Mesmo com a venda de sua segunda empresa, Cris Arcangeli 
continuou. Em 2010, criousua terceira marca: a Beauty’In, que 
ganhou um destaque peculiar no mercado. Além da produção e 
venda de cosméticos orgânicos, a marca também abriu espaço 
para um novo segmento de beleza: os “aliméticos”, alimentos 
17
saudáveis que possuem ativos com propriedades cosméticas.
 A grande procura pelos produtos da marca e a busca por re-
novar cada vez mais esse mercado, Cristiana Arcangeli também 
lançou o beautydrink, bebida com compostos orgânicos. Em se-
guida alcançou um alto patamar, sendo a bebida o�cial do 
London Fashion Week, o maior evento de moda em Londres.
Pela reformulação das embalagens da bebida com um toque 
mais moderno e original, a marca foi premiada como Embalagem 
marca em 2010. Junto com a Atualidade Cosmética, recebeu o 
prêmio de Melhor Produto para Tratamento Corporal também no 
mesmo ano.
 Mais três anos com potente força ativa no ramo, a Beauty’In 
também garantiu o 15º lugar na lista de empresas mais inovado-
ras do Brasil. Assim, Cris Arcangeli foi homenageada como uma 
das empresárias brasileiras mais competentes e pioneiras neste 
segmento. Está constantemente presente nas redes sociais e 
gera conteúdo para mais de 2.5 milhões de pessoas diariamente, 
o que endossa todo seu poder de in�uenciar e transformar 
outras mulheres, como ela mesma gosta de citar, o movimento 
#EuSouAntifrágil, que incentiva mulheres a nunca desistirem e 
se reinventarem a cada desa�o. 
18
https://www.instagram.com/crisarcangeli/?hl=pt-br
 Estar de frente com ela era sinônimo de sucesso. Marília Ga-
briela Baston de Toledo, a Gabi, como comumente é conhecida, 
nasceu em Campinas (SP), em 31 de maio de 1948. Seu nome é 
uma homenagem à parteira que ajudou em seu nascimento, Marí-
lia, e à sua avó italiana, Gabriela. 
 Marília iniciou sua carreira de jornalista em 1969, como esta-
giária do Jornal Nacional da Rede Globo. No mesmo ano, foi cha-
mada para ser apresentadora do telejornal Jornal Hoje, em São 
Paulo. Em 1973, estreou no Fantástico com uma reportagem 
sobre o aniversário de morte de Carmen Miranda, que com certe-
za foi um grande marco para todos os brasileiros. Logo depois, 
ela foi contratada para ser repórter especial do mesmo progra-
ma, fazendo viagens por todo Brasil.
 Marília já foi a jornalista mais bem paga do país, recebendo 
algo equivalente a quase meio milhão de dólares nos valores de 
então. Marília Gabriela chegou a entrevistar grandes nomes da 
arte brasileira, como Elis Regina e Hebe Camargo, por exemplo, 
isso não é para qualquer um.
 Apesar de ser lembrada atualmente como jornalista e apre-
sentadora, Marília também canta, atua e escreve. A artista 
gravou três discos: um em 1982, outro em 1984 e o último e mais 
famoso em 2002, sendo esse, o "Perdido de Amor" com partici-
pação mega especial dos prestigiados Caetano Veloso e Simone. 
Em 2008, ela publicou o livro "Eu que Amo Tanto". Gabi estreou 
como atriz de teatro em 2001, protagonizando a peça Esperando 
Beckett, escrita e dirigida por Gerald Thomas. Participou 
também, como atriz, de �lmes e telenovelas. Na telenovela Se-
nhora do Destino de Aguinaldo Silva, Marília Gabriela interpretou 
duas personagens em fases distintas: Josefa Medeiros Duarte 
Pinto, uma jornalista no período da ditadura militar, e sua �lha, 
Guilhermina de Medeiros Duarte Pinto Lefevre.
20
 Em sua vida pessoal, Marília Gabriela foi casada três vezes, 
em uma delas �cou viúva com apenas 2 anos de casamento, mas 
o que chamou a atenção da mídia foi o seu terceiro e último casa-
mento com o ator e galã Reynaldo Gianecchini, cuja diferença de 
idade entre eles era de 24 anos. Na época foi duramente critica-
da, pois não era comum mulheres mais velhas se relacionarem 
com homens mais jovens, porém nunca se deixou abalar e nunca 
se mostrou impactada pelo preconceito que os sondavam, se se-
pararam 6 anos mais tarde. Não há dúvidas de que ela é uma 
grande artista, versátil, destemida, inteligente e, além de tudo, 
muito bem humorada.
21
https://www.instagram.com/gabi_mariliagabriela/?hl=pt-br
 Marta Vieira da Silva é a maior jogadora de futebol brasileira 
e considerada uma das mais talentosas na história do esporte e a 
maior atleta de todos os tempos do futebol feminino. A futebolis-
ta atua como atacante ou meia-atacante pelos clubes que per-
corre. Nascida no interior de Alagoas, foi eleita a melhor jogadora 
do mundo seis vezes, sendo uma das maiores condecorações do 
futebol, atingiu a mesma marca que o consagrado Lionel Messi e 
uma vez campeã a mais que Cristiano Ronaldo, ambos grandes 
ícones do futebol masculino. Foi descoberta aos 14 anos, quando 
se mudou para o Rio de Janeiro para treinar no Vasco. Em 2004, 
Marta começou sua carreira internacional no Umeå IK, da Suécia, 
onde �cou até 2008, conquistando quatro campeonatos suecos 
de futebol feminino consecutivos, além de um título da Copa da 
Suécia e um da Liga dos Campeões.
 Depois disso, em 2009, Marta se transferiu para o Los Ange-
les Sol para o ano inaugural da WPS (sigla em inglês para a liga de 
futebol feminina americana). Com o Los Angeles Sol, Marta foi a 
artilheira da liga, tornando-se campeã da temporada regular e 
chegando à �nal da WPS. No mesmo ano, durante o intervalo 
entre temporada, Marta foi emprestada ao Santos, onde con-
quistou a Libertadores e a Copa do Brasil de 2009.
 Em 2010, o LA Sol fechou e Marta se transferiu para o FC 
Gold Price, onde foi mais uma vez artilheira e campeã da tempo-
rada regular, além de também ter conquistado a �nal da WPS. No 
�m da temporada, o Gold Price também fechou, e então Marta 
assinou com o Santos para mais uma vez jogar a Libertadores e a 
Copa do Brasil. Em janeiro de 2011, assinou com seu terceiro time 
em três anos, o Western New York Flash, no qual conquistou seu 
terceiro título na temporada regular da WPS.
 Em 2012, com o �m da WPS, Marta voltou à Suécia para jogar 
pelo Tyresö FF. No mesmo ano, o Tyresö conquistou seu primeiro 
23
título da Liga Sueca, o quinto de Marta. No �m de seu contrato de 
dois anos com Tyresö, Marta assinou com o Rosengård, com 
quem venceu mais duas vezes a Liga Sueca e a Supercopa da 
Suécia em 2015.
 Marta venceu o título de jogadora do ano da FIFA seis vezes 
consecutivas e se tornou a maior goleadora com a camisa da se-
leção brasileira ao marcar 98 gols, superando, no ano passado, a 
marca de Pelé, de 95 gols. Além disso, Marta é a maior goleadora 
em Copas do Mundo de futebol feminino, com 15 gols em quatro 
Copas.
 A trajetória de Marta faz parte do artigo “A biogra�a das 20 
pessoas mais importantes para a história do Brasil''.
 A ONU Mulheres preparou uma lista com 15 personalidades, 
organizações e países, que mais se destacaram em 2019 pelos di-
reitos das mulheres. A única pessoa de língua portuguesa na re-
lação é a jogadora Marta Vieira da Silva. Ela aparece em sétimo 
lugar, atrás da cientista americana Katie Bouman, que conseguiu 
capturar a primeira imagem do buraco negro, e uma posição 
antes da ginasta e campeã olímpica Simone Biles, que conquis-
tou a oitava posição da relação.
 Marta é embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres e ati-
vista na busca de igualdade no futebol, não só por salários com-
patíveis com o futebol masculino, mas também na busca de direi-
tos equiparados, respeito e espaço no qual há discrepâncias 
largas quando se compara o futebol feminino versus masculino, 
mesmo nos dias atuais. Para se ter uma vaga ideia, o vencimento 
anual de Marta está estimado em R$2milhões/ano enquanto o de 
Messi, com mesmo número de títulos mundiais que ela, está esti-
mado em R$664 milhões/ano, atingindo a marca do mais bem 
pago da Europa. Desta maneira, ela usa todo seu poder e reco-
nhecimento mundial para a causa. 
24
 A atacante considera o esporte uma ferramenta fantástica 
para o empoderamento. Segundo a jogadora, “através do espor-
te, mulheres e meninas podem desa�ar normas socioculturais e 
estereótipos de gênero e aumentar sua autoestima", o que re-
presenta bem sua própria jornada. Além disso, Marta é um nome 
importantíssimona luta LGBTQIA+ abraçando a causa por igual-
dade evidencia com frequência sua postura ativa na sociedade. 
Recentemente Marta e a norte-americana Tonni Deion Pressley, 
anunciaram o noivado através das redes sociais. As duas jogam 
pro�ssionalmente pelo Orlando Pride, e ressaltou em suas redes 
sociais “esse é mais um capítulo da história que estamos escre-
vendo juntas”, as jogadoras assumiram o relacionamento ao �nal 
de 2019. 
25
https://www.instagram.com/martavsilva10/?hl=pt-br
 Batizada como Glória Maria Matta da Silva, nasceu no Rio de 
Janeiro e é jornalista. Filha de um alfaiate e uma dona de casa, 
estudou em colégios estaduais e aprendeu a falar outras línguas, 
como o inglês, francês e latim.
 É considerada a primeira repórter negra da TV brasileira o 
que, até nos dias atuais, não é comum de se ver. Em 1970, foi 
levada por uma amiga para ser rádio-escuta da Globo do Rio. 
Glória conciliava os estudos da faculdade de Jornalismo da Pon-
tifícia Universidade Católica (PUC-Rio) com o emprego de telefo-
nista da Embratel. 
 Na Globo, se tornou repórter numa época em que os jornalis-
tas ainda não apareciam no formato de vídeo. Em 1971, estreou 
durante o desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de 
Janeiro, desastre que matou 48 pessoas e feriu dezenas, tama-
nha era a dimensão da tragédia que Glória Maria foi apurar a notí-
cia que, a princípio, soava como falsa, de acordo com relatos do 
acervo Globo. De lá para cá, noticiou vários outros momentos im-
portantes da TV brasileira.
 Glória trabalhou no Jornal Hoje, no Bom Dia Rio e no RJTV e 
no Jornal Nacional. Cobriu a posse de Jimmy Carter em Washing-
ton e no Brasil, durante o período militar, também entrevistou 
chefes de estado. Mas virou desafeto do presidente João Batista 
Figueiredo.
 “Foi quando ele fez aquele discurso “eu prendo e arrebento” – 
para defender a abertura (1979). Na hora, o �lme acabou e não 
conseguimos gravar. Aí eu pedi: “Presidente, é a TV Globo, o 
Jornal Nacional, será que o senhor poderia repetir? “Problema 
seu, eu não vou repetir”, disse Figueiredo. Depois de algumas in-
sistências, sem ter êxito, Glória corrigiu o português usado pelo 
presidente, que não gostou: “A senhora retire-se daqui”, disse. 
 Glória se lembra bem: “Foi aquele bate-boca e foi ao ar. Desde 
27
esse dia, passou a me odiar. E onde eu chegava, dizia para a se-
gurança: “ Não deixa aquela neguinha chegar perto de mim.”
Glória disse em entrevistas: " Já sofri preconceitos por ser 
mulher, negra e por ter vindo de família pobre, mas fui vencendo 
todos eles com trabalho, dignidade e humildade. Por �m, tudo foi 
superado ".
 A partir de 1986, a jornalista integrou a equipe do Fantástico, 
do qual foi apresentadora de 1998 a 2007. No programa, �cou co-
nhecida pelas matérias especiais e viagens a lugares exóticos e 
apresenta carimbos de dar inveja a qualquer viajante, estima-se 
que ela acumula 15 passaportes carimbados da primeira à última 
página. Também era bastante admirada e constantemente 
cotada a entrevistar celebridades mundiais como Michael Jack-
son, Harrison Ford, Nicole Kidman, Leonardo Di Caprio e Madon-
na. 
 Glória foi também a primeira repórter a entrar no ar, ao vivo, 
na primeira matéria a cores do Jornal Nacional em 1977, mostran-
do o movimento de saída de carros do Rio de Janeiro, no �m de 
semana. Isso por si só já seria um grande marco de sua carreira.
Após 10 anos no Fantástico, Glória anunciou que iria tirar dois 
anos de licença para se dedicar a projetos pessoais, como a 
viagem à Índia e à Nigéria, onde foi trabalhar como voluntária. 
Nesse período, adotou as meninas Maria e Laura, ao contrário do 
que a maioria pensa, ela revelou que já foi casada e que sempre 
conseguiu manter sua vida pessoal com muita discrição. Ao re-
tornar à Globo, integrou a equipe do Globo Repórter, programa do 
qual faz parte até hoje.
 Foi homenageada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, 
em 2008, com a Medalha Chiquinha Gonzaga. É embaixadora de 
Boa Vontade do UNAIDS no Brasil, se juntando ao seleto time de 
celebridades comprometidas com as ações do UNAIDS na res-
28
UNAIDS na resposta ao HIV e à discriminação.
 Glória Maria se acostumou a ser pioneira: mulher, negra e 
�lha de uma família pobre de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, preci-
sou de personalidade para ganhar espaço em uma grande emis-
sora de TV do Brasil. É tida como a primeira pessoa a evocar a Lei 
Afonso Arinos, em um processo de discriminação racial.
 Recebeu os prêmios: Lifetime Achievement (2011), III Prêmio 
Anu (2013) e Troféu Raça Negra (2012) (premiação realizada pela 
Afrobras, que visa homenagear e valorizar o talento de personali-
dades negras brasileiras), não era para menos, não é mesmo?!
29
https://www.instagram.com/gloriamariareal/?hl=pt-br
capítuloCAPÍTULO 3
Elas estão fazendo acontecer - 
Glossário de indicações
“Não há barreira, trava ou ferrolho 
que você possa impor à liberdade da 
mente.”
-Virginia Wolf
podcasts
 Os podcasts são ideais para quem tem a vida cotidiana agi-
tada. E quem não tem, não é mesmo?! Esse formato veio para 
�car e cresce em proporções descomunais nos últimos 2 anos, 
seu boom veio junto com a popularidade dos audiobooks, esti-
ma-se que para 2021 a receita seja de US$1 bilhão. De acordo com 
o Spotify, o podcast fez com que tivessem aumento de 200% em 
seu número de usuários, é a combinação perfeita para aquela ca-
minhada, tarefa doméstica ou até mesmo para enfrentar trânsito 
caótico. 
PODCASTS
31
Fundado em 2014, originou-se 
por noticiar polêmicas, depois 
de sua popularidade, passou 
por algumas mudanças e hoje 
recebe o slogan de “Jornalismo 
de peito aperto”, é apresentado 
por Juliana Wallauer e Cris 
Bartis.
Criado e apresentado por mul-
heres da periferia que emitem 
suas opiniões acerca de análises 
e histórias de mulheres e notí-
cias, que são importantes para 
este público.
Apresentado por Camila Frem-
der e sua gama de convidados, 
trata assuntos da atualidade e 
comuns com muito humor, 
debatendo maluquices (ou não) 
que passam por sua cabeça, 
trazendo reflexões um tanto 
profundas.
32
Foca na desconstrução da 
literatura feita por mulheres e 
os tabus que permeiam estes 
temas, empoderando mulheres 
por meio da literatura de quali-
dade.
Como é intitulado no próprio 
canal, reverberam vozes de mul-
heres plurais de forma leve, 
responsável e libertadora. 
Exploram sobre racismo, femi-
nismos, política, empreende-
dorismo feminino, dentre diver-
sos assuntos tão necessários.
33
 Quer consumir entretenimento de qualidade, se inspirar 
com histórias fantásticas e descansar ao mesmo tempo?! Então 
pegue sua pipoca e se liga nestas dicas imperdíveis para marato-
nar. 
História real de um grupo 
de cientistas, mulheres 
afro-americanas, da 
NASA que ganham desta-
que em meio à corrida 
espacial travada entre 
Estados Unidos e Rússia. 
Heroínas, destemidas e 
que enfrentaram o pre-
conceito de uma maneira 
espetacular, �cando para 
sempre na história.
filmes e sériesFILMES E SÉRIES
34
Série brasileira �ctícia, 
porém que conta histó-
rias muito reais do coti-
diano das mulheres da 
década de 50, cada uma 
em sua essência e di�-
culdades particulares. 
Assuntos como empre-
endedorismo, amores, 
dramas, maternidade, 
violência doméstica e 
pobreza são algumas das 
tramas desse enredo in-
teressantíssimo e atual.
Série, baseada em fatos 
reais, sobre uma mulher 
negra, pobre, porém com 
muito entusiasmo e inte-
ligência, chegando a 
tornar uma das maiores 
empresárias norte-ame-
ricanas e uma das mulhe-
res mais ricas do seu 
tempo. Foi a primeira mi-
lionária dos Estados 
Unidos a conquistar sua 
própria fortuna.
35
Belíssimo �lme que 
conta a história de uma 
garota branca da alta so-
ciedade que decide se 
tornar escritora. Ela se 
dedica a entrevistar mu-
lheres negras trabalha-
doras que abnegam suas 
vidas em prol de cuidar 
de famílias brancas. Em 
meio ao preconceito 
nasce uma grande amiza-
de.
Filme infantil que leva 
suaessência no próprio 
nome. Trata-se de uma 
princesa diferente que se 
recusa a seguir costu-
mes ancestrais de seu 
reino nos quais ela deve-
ria desistir de seus 
sonhos, então ela decide 
traçar seu próprio cami-
nho e construir sua pró-
pria história. 
36
Seriado que, no conto da 
Aia, conta a história de 
infertilidade mundial e de 
um governo totalitário 
onde há a criação de 
novas castas nas quais as 
mulheres são brutalmen-
te subjugadas, onde 
devem se submeter a es-
tupros ritualizados com 
seus mestres masculinos 
para procriarem. 
Ícone do feminismo, 
Frida Kahlo, aclamada 
pintora mexicana de 
fama mundial. Reconhe-
cida principalmente por 
representar a liberdade 
por seu estilo de vida, pa-
drões de gênero e sexua-
lidade, considerados 
tabus até hoje. 
37
Um clássico do cinema, 
Menina de ouro, conta a 
história de uma mulher 
que literalmente luta por 
seus sonhos, boxeadora 
do interior, pobre e vista 
como velha demais para 
ser uma campeã, ainda 
assim ela não desiste. O 
enredo se desenrola em 
meio a muito drama e vín-
culos fortes. 
 Anne, uma garota adota-
da por engano, se mostra 
à frente do seu tempo e, 
apesar de ainda criança, 
tem muito a ensinar aos 
adultos. Enredo leve, 
cheio de poesia, dramas 
e re�exões. A menina 
Anne cresce, porém 
nunca para de sonhar.
38
Conta a história de uma 
recém divorciada que 
decide mudar o rumo de 
sua vida e estabelecer o 
que de fato é importante 
para ela. Desta maneira 
ela parte para uma 
grande viagem de auto-
descoberta.
Série que se passa na 
década de 20, conta a 
história de quatro amigas 
que trabalham juntas e 
lutam pelo direito dos 
trabalhadores e das mu-
lheres, com papel ativo 
na revolução dos costu-
mes daquela época.
39
instagramINSTAGRAM
@alexandrismos 
Com mais de 1 milhão de seguidores, Alexan-
dra Gurgel, popularmente chamada de Xanda, 
é a comunicadora deste per�l do IG. Começou 
no Youtube com assuntos polêmicos como a 
gordofobia e aceitação da aparência, é funda-
dora do movimento Corpo Livre. Trata nesse 
per�l temas como padronização da beleza, 
dicas no geral, assédio, feminismo e lutas 
LGBTQIA+. Constantemente é alvo de amea-
ças, ataques e fake news. 
@gabrielaprioli
Apresentadora do Brasil Tonight, Gabriela 
Prioli é uma comentarista política, roteirista, 
advogada e muitas outras pro�ssões por sua 
versatilidade. Venceu em 2020 o prêmio de in-
�uenciadora digital na categoria: economia, 
política e atualidades, tanto na bancada de 
voto técnico quanto nos votos populares. 
@santanaadriana
Adriana Sant’anna é uma empreendedora, es-
pecialista em marketing e uma das maiores 
in�uenciadoras do país, somando quase 5 mi-
lhões de seguidores, apenas no Instagram. É a 
autora do best-seller Nunca foi Sorte, já criou 
e ministrou diversos treinamentos a mulhe-
res, ajudando-as a performar melhor na vida 
pessoal e pro�ssional.
41
@mequetrefismos
A jornalista Luiza Brasil é premiada no mundo 
da moda, já foi contemplada na lista de in-
�uenciadores digitais contra o racismo. Me-
quetre�smos é, antes de mais nada, uma pla-
taforma cujo objetivo é impulsionar o prota-
gonismo negro, principalmente nas indústrias 
da moda, música e artes.
@gabidepretas
Ativista, comunicadora social, Youtuber e Po-
dcaster, Gabi Oliveira atingiu seu espaço na 
internet, primordialmente, explorando assun-
tos importantes para a comunidade negra, 
porém de interesse geral. Luta por um país 
com menos desigualdade e com mais possibi-
lidade de crescimento.
@nathfinancas
Nathália Rodrigues é uma administradora re-
conhecida pela Forbes Under 30. Dialoga prin-
cipalmente com o público de baixa renda, cujo 
objetivo é ajudar seus seguidores a saírem do 
vermelho e passarem a usar o dinheiro da 
melhor maneira, mantendo a saúde mental e 
�nanceira equilibradas.
42
@obviousagency
Apresenta a narrativa feminina sob uma nova 
ótica, traz novas imagens e representações 
simbólicas de mulheres. Avançam na evolu-
ção da cultura visual contemporânea, investi-
gando novos exemplos de feminilidade, vai da 
arte e direção criativa, design, conteúdo edi-
torial de moda, fotogra�a até ao vídeo. 
@push
Ajuda a impulsionar a carreira, IG especializa-
do em marketing, branding, planejamento de 
mídia social. Apresenta dicas para alavancar 
carreiras com criatividade, conteúdo, investi-
mentos e, assim, se diferenciar no mercado.
@deboramlyra
A empreendedora, modelo e apresentadora, 
Débora Lyra tem em seu portfólio conteúdos 
para que as pessoas atinjam melhores resul-
tados na produtividade, organização e gestão 
do tempo com temas que impulsionam o 
aprendizado. É criadora do GV360, ou seja, um 
passo a passo para gerenciar a vida em todos 
os sentidos.
43
@remeirelles
Renata Meirelles, é uma empresária e bada-
lada relações públicas, além de Lifestyle in-
�uencer.
@mariaeduardasv
Duda Vieira, especialista em estratégias de 
crescimento e posicionamento digital, espe-
cialmente dentro do Instagram. É uma empre-
endedora que ensina outras pessoas a saírem 
do anonimato através das redes sociais com 
mensagens que chamem atenção, ensina 
como crescer exponencialmente através de 
algoritmos do Instagram e como converter 
audiência em faturamento.
@thamireshauch
Terapeuta e escritora, Thamires Hauch com-
partilha seus textos e vídeos com mais de 1 
milhão de pessoas em sua página, trazendo 
temas atuais sobre empoderamento feminino 
e amor-próprio. Além disso, produz cursos 
online voltados para o desenvolvimento pes-
soal das mulheres.
44
@explicaana
Ana Laura Magalhães é uma in�uenciadora 
digital na área �nanceira, além de sócia da 
XP Inc. Trata de temas acerca do fato das 
mulheres até pouco tempo não serem públi-
co-alvo de produtos �nanceiros, investi-
mentos e de assuntos relativos à educação 
�nanceira. Com o intuito de desenvolver um 
tipo diferente de comunicação com investi-
dores, criou o canal Explica Ana.
45
livrosLIVROS
Why Women Don’t Ask: Negotia-
tion and the Gender Divide - Por 
que mulheres não pedem: nego-
ciação e divisão de gênero, em 
tradução livre, de Linda Babcock e 
Sara Laschever.
Disserta sobre o fato de as mulheres 
pedirem o que querem 4 vezes 
menos que os homens e que isso 
pode, de alguma forma, impedir sua 
ascensão mais rapidamente ou se 
mostrarem menos negociáveis. Visa 
naturalizar os pedidos (em diversas 
vertentes), que muitas vezes são até 
esperados pela outra parte. Já 
pensou nisso?!
 Eles existem há mais de 2 mil anos. Se você é amante e gosta 
do bom e velho livro, independentemente de seu formato, não 
pode perder estas dicas. Destacados em 2019 pela Forbes como 
os 5 melhores livros para empreendedoras. Então veja só e boa 
leitura!
47
Você Intraempreendedor: Mone-
tize Suas Habilidades, Crie Várias 
Fontes de Renda e Tenha Sucesso, 
de Dorie Clark.
Tenha acesso às dicas práticas de 
como construir sua marca pessoal 
usando a expertise através de vários 
�uxos de receitas diferentes, tanto 
para empresas quanto para um indi-
víduo.
48
How To Be An Overnight Success - 
Como ser um sucesso da noite para 
o dia, em tradução livre, de Maria 
Hatzistefanis.
Ótima indicação para mulheres que 
trabalham no segmento varejo. Livro 
escrito pela fundadora da Rodial, 
que construiu duas marcas globais 
de produtos de beleza. Apresenta 
dicas práticas sobre empreendedo-
rismo em um contexto geral, além de 
auxiliar no posicionamento de uma 
marca no mercado.
49
Leave Your Mark - Deixe a sua 
marca, em tradução livre, de Aliza 
Licht.
Focado principalmente em como 
criar uma marca pessoal, adminis-
trar suas redes e conteúdos, estabe-
lecer boas conexões através de ne-
tworking e se apresentar como uma 
pro�ssional diferenciada.
Mulheres Poderosas Têm Am-
bição”, de Heather McGregor.
Já valeria a leitura apenas pelo nome 
da autora que já é um mulherão da-
queles. McGregor é empreendedora, 
colunista do Financial Times, autora 
e apresentadora de TV. Neste livro 
aconselha mulheres a como cresce-
rem no mundo corporativo ressal-
tandosuas quali�cações e a hora 
certa de usá-las. Também levanta 
questões sobre como equilibrar car-
reira e vida pessoal, o que hoje ainda 
é bem diferente da realidade mascu-
lina. 
capítuloCAPÍTULO 4
Mulheres que revolucionaram 
o mundo (e para sempre)!
“Nada na vida deve ser temido, apenas 
compreendido. Agora é a hora de en-
tender mais, temer menos “
- Marie Curie
 Depois de ter chegado até aqui e lido sobre tantas mulheres 
fantásticas, ter se inspirado com suas histórias, lutas e vitórias, 
dá aquela aquecidinha no coração, não é mesmo?! Agora imagine 
como se sentiria se fosse uma das mulheres que revolucionou o 
mundo e eternizou suas causas e descobertas para todo o 
sempre. Pois é justamente isso que vamos falar neste capítulo, 
grandes mulheres que conseguiram ser laureadas com o prêmio 
Nobel, o Oscar da contribuição para a sociedade.
 “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, é com esta frase de 
Simone de Beauvoir que devemos começar esta viagem, pois ela 
representa a ideia de que ser mulher é muito mais do que um 
dado natural e biológico, mas o resultado de todos os efeitos so-
ciais, históricos e de construção pessoal.
 A Fundação Nobel surgiu em 1900 e teve sua primeira edição 
da premiação em 1901. Alfred Nobel, químico, inventor e empre-
sário bem-sucedido, pouco antes da sua morte (que ocorreu em 
1896), determinou que uma comissão de intelectuais escolhes-
sem indicados que deveriam ser reconhecidos pelas suas contri-
buições para a sociedade, assegurando que sua fortuna fosse 
distribuída anualmente às pessoas que mais benefícios presta-
vam à humanidade. Desde então, a premiação acontece até os 
dias atuais, sendo uma grande honraria. 
 A premiação anual do Nobel passou a ser então um interes-
sante índice para o cenário internacional. A cerimônia acontece 
todo ano dia 10 de dezembro na Suécia e Noruega e as personali-
dades ganhadoras recebem um notável reconhecimento mundial 
em suas áreas de atuação. Embora possua 5 categorias, não há 
necessariamente ganhadores em todas as áreas todos os anos, o 
concedido com mais frequência é o da PAZ. De acordo com o site 
do Prêmio Nobel, cientistas mulheres foram premiadas 58 vezes 
no intervalo entre 1901 e 2020. Que tal conhecer algumas 
dessas?!
51
52
O que ela fez? 
Foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio 
Nobel e se tornou a primeira pessoa a 
ganhar 2 exemplares do prêmio em difer-
entes áreas. Estudou em uma universi-
dade clandestina, foi a primeira mulher a 
se tornar professora na Universidade de 
Paris. Foi agraciada com os prêmios pelo desenvolvimento da teoria da radioatividade, 
técnicas para isolar isótopos radioativos e pela descoberta de dois elementos quími-
cos: o polônio e o rádio.
Quem:
Sigrid Undset
Nacionalidade:
Prêmio:
Dinamarquesa
Quem:
Marie Curie 
Nacionalidade:
Prêmios:
Polonesa
Nobel de literatura (1928)
Nobel de Física (1903) e 
Nobel de Química (1911)
O que ela fez? 
De família pobre que migrou à Noruega, 
aos 22 anos tinha seu primeiro manuscrito 
recusado por uma editora, então seu 
segundo romance, Fru Marta Aulie, foi 
aceito após a intervenção de um autor 
famoso. Ao longo dos anos escreveu mais 
livros que passaram a vender bem, mudou-se para a Europa conhecendo pessoas 
novas do círculo artístico escandinavo, o que lhe deu mais visibilidade. Daí então, 
escreveu sua obra mais famosa, Kristin Lavransdatter, trilogia modernista, que lhe 
rendeu o prêmio Nobel de literatura.
Nacionalidade:
Polonesa
53
O que ela fez? 
Ativista, assistente social, feminista e pio-
neira na reforma social estadunidense, lutou 
por questões básicas como saneamento, 
educação infantil, economia doméstica e 
notou conexões para que as mulheres tives-
sem participação no governo, já que nestes 
assuntos as mulheres
 teriam mais conhecimento que os homens. Foi a primeira mulher a receber um douto-
rado honorário da renomada Universidade de Yale, a segunda mulher a ganhar um 
prêmio Nobel da Paz, este reconhecimento de seu trabalho social pelo país.
Quem:
Gerty Cori 
Nacionalidade:
Prêmios:
Tchéquia
Quem:
Jane Addams
Nacionalidade:
Prêmio:
Norte Americana
Nobel de Fisiologia ou 
Medicina (1947)
Nobel da Paz (1931)
O que ela fez? 
Veio de uma família judia, filha do químico 
inventor de uma maneira mais eficiente de 
refinar o açúcar. Sua mãe e seu pai eram 
influentes no âmbito cultural da época, 
porém as mulheres eram marginalizadas 
na ciência. Ainda assim, ingressou na
Faculdade de Medicina em 1914, o que era raro para mulheres. Em 1929, ela e seu 
marido, também médico, propuseram um ciclo teorético, que mais tarde se tornaria o 
Ciclo de Cori, motivo pelo qual ganhou o Nobel. O Ciclo descreve como o corpo humano 
usa as reações químicas para quebrar alguns carboidratos no tecido muscular em 
ácido lático.
Nacionalidade:
Norte Americana
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O que ela fez? 
Religiosa católica, naturalizada na Índia, 
servia aos pobres por meio do evangelho de 
Jesus Cristo, fundou a Congregação das 
Missionárias da Caridade, que tinha mem-
bros em mais de 139 países. Madre Teresa foi 
duramente criticada pela condição das 
casas dos moribundos de quem cuidava, 
mesmo após todo seu reconhecimento internacional e Nobel da Paz do ano de 1979. Foi 
beatificada pelo Papa João Paulo II em 2003 e canonizada pelo Papa Francisco em 
2016.
Quem:
Malala Yousafzai 
Nacionalidade:
Prêmio:
Paquistanesa
Quem:
Madre Teresa 
de Calcutá
Nacionalidade:
Prêmio:
Albanesa
Nobel da Paz (2014)
Nobel da Paz em 1979
O que ela fez? 
Ativista conhecida principalmente pela 
defesa dos direitos humanos das mulheres 
e do acesso à educação em sua região, 
onde Talibãs impediam jovens de frequen-
tar escolas. 
Ela começou a enviar cartas, sob pseudônimo, para a imprensa (internacional), relatan-
do como eram oprimidos lá, isso aumentou sua popularidade e passou a conceder 
entrevistas nas mídias. Devido à sua notoriedade, sofreu um atentado em 2012, que 
quase ocasionou sua morte, porém esta tentativa desencadeou fortes movimentos 
nacionais e internacionais. 
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Nacionalidade:
Albanesa
 As mulheres foram destaque no Prêmio Nobel 58 vezes, 
como apresentado anteriormente, em um total de 950 laureados, 
sendo que 27 foram organizações. A partir deste número é as-
sustador deduzir que todos os demais foram para homens, tor-
nando este reconhecimento feminino ainda mais espetacular e a 
disparidade intimidadora a qualquer uma. Óbvio que parte disso 
vem do acesso ao estudo para mulheres muitos anos depois e 
aquém do acesso à educação dos homens, dos direitos civis fe-
mininos, dos costumes e quebras de paradigmas ao longo dos 
séculos. 
 A boa notícia é que entre 1901-1920, foram quatro as mulhe-
res premiadas; entre 1921 e 1940, cinco; entre 1941 e 1960, três; 
entre 1961 e 1980, sete; entre 1981 e 2000, onze e entre 2001 e 
2019, 24 mulheres foram premiadas. Isso representa que nas últi-
mas décadas tivemos quase o mesmo número de mulheres pre-
miadas que nos primeiros 80 anos e isso mostra uma nítida evo-
lução e uma pontinha de esperança para a chegada de dias me-
lhores. 
 Em 2020, um ano para se comemorar, premiou 4 mulheres, 
perdendo apenas para o ano de 2009 onde 5 mulheres foram 
agraciadas, sendo este um marco histórico desde o início da pre-
miação. As mais recentes premiadas foram Andrea Ghez, que di-
vidiu o Nobel de Física com outros dois homens; em Química, 
levaram Emmauelle Charpentier, do Instituto Max Planck, da Ale-
manha, e Jennifer Doudna, da Universidade da Califórnia, em 
Berkeley; e a poeta americana Louise Glück, professora da Uni-
versidade Yale.
 Não há dúvidas de que existe muito a se caminhar, mas com 
certeza bastante já foi percorrido. Como diria Geraldo Vandré em 
sua música, Pra não dizer que não falei das �ores: “Quem sabe 
faz a hora, não espera acontecer", cuja canção já foi hino de re-
sistência, porque não usá-la agora também?! Vamos lá, fazer 
acontecer?! Boa caminhada aos seus destinos, mulheres!
finalizarPara finalizar: 
Um presente para você!
ELA é Só DELAEla é só dela. Das suas vontades, da sua intensidade e das suas dúvi-
das. Das lágrimas dilacerantes aos sorrisos incandescentes. Ela é só 
dela. Das suas viagens, das suas memórias e dos seus desejos. Ela é 
apaixonante, mas é muita areia pra você. Uma praia inteira. Com água 
de coco, trilha nas pedras e banho de mar. Ela é um absurdo. Um es-
cândalo. Um abuso. Mas é só dela. De coração grande para o cachorro 
abandonado na rua e seco para quem já não merece mais outra chance. 
Ela já aprendeu que todo amor pode acabar, menos o próprio. Ela é o que 
ela quiser e não o que gostariam que ela fosse. Ela é o que ela quiser e a 
cada dia quer algo diferente. Provar algo novo. Experimentar. Ela dorme 
com uma vontade e acorda com outra. Não é difícil conseguir o seu in-
teresse, o desafio é mantê-la interessada. Não tente mapeá-la. Não tente 
entendê-la com as suas fórmulas baratas. Não tente dizer o que é certo 
ou o que é errado. Lembre-se! Ela é só dela. Dos seus sonhos, dos seus 
devaneios e das suas verdades. Ela pensa fora da caixa. Fora do padrão. 
Fora de tudo aquilo que todo mundo acha certo. Ela prefere a janela do 
quarto à TV. Ela não dispensa uma barriga sarada, mas faz mais 
questão de uma mente evoluída. Ela não acerta sempre, mas sempre 
erra os seus próprios erros. E segue em frente. A fase de lágrimas ficou 
no passado. Agora ela segue distribuindo sorrisos e conquistando 
corações. Vai derrubando os seus medos e desvendando novos sabores. 
Novos amores. Novas sensações. Ela é só dela. Ela é do vento, do mar, 
do sol e da lua. Ela é de lua. Ora parece insensível, ora abraça a criança 
carente no sinal. Ora quer pegar a estrada, ora quer ficar o dia inteiro 
na cama. Não tente entendê-la. Não tente prendê-la. Não ouse rot-
ulá-la. Ela é só dela. Das suas loucuras, da sua instabilidade e dos seus 
planos. Ela é aquele dia ensolarado que termina em tempestade. Aquele 
jardim de pedras de onde brota uma única rosa. Uma surfista que não 
abre mão do mar. 
Ou você surfa junto, ou é melhor ficar na areia e admirar. Ela é só dela 
e vai ser sempre assim. Tem quem ache egoísta. Tem quem ache cruel. 
Só não há quem não se apaixone. Pobres, mortais. Não adianta. Ela é só 
dela.
Do amigo Rafa.

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