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elasELAS Mulheres incríveis demais para você não conhecer As pessoas costumam dizer que sou um escritor que consegue traduzir a alma feminina através dos meus textos. Confesso que, na minha opinião, não existe um elogio melhor do que esse. A�nal de contas, é para vocês e graças a vocês que o Precisava Escrever existe. Vocês são o arco e a �echa nesse processo. A origem e o destino. O princípio e o �m. Funcionam como inspiração para os textos e ao mesmo tempo consomem o produto �nal dos meus devaneios. Não é por acaso que mais de 80% dos três milhões e meio de seguidores no meu Instagram são mulheres. Posso contar um segredo aqui? Os homens que lutem, mas eu gosto mesmo é de escrever para vocês. É por isso que faço questão de deixar sempre muito claro que foi justamente o apoio das minhas leitoras que me deu a força e a coragem necessárias para largar o concurso público e correr atrás do meu sonho de publicar um livro. Vocês acreditaram em mim mesmo antes que eu fosse capaz de acreditar. E é por conta de tudo isso que o meu senti- mento de gratidão é gigantesco. Escrevo todos os dias com o objetivo de tentar retribuir, de alguma forma, tudo o que vocês fazem por mim. E foi pensando exatamente nisso que este livro aqui foi criado. Estávamos nos aproximando de mais um 08 de março, também conhecido como “Dia Internacional da Mulher”. Sabendo disso, em uma certa manhã cheguei ao escritório do Precisava Escrever onde, diga-se de passagem, 70% dos colaboradores são do sexo feminino, e pedi para que elas me dessem uma ideia de como poderíamos presentear as mihões de mulheres que acompanham as minhas frases e textos todos os dias através da internet. frefácilPREFÁCIO E foi assim que surgiu o projeto “mulheres incríveis demais para você não conhecer”. Essa é a forma que encontramos de te ajudar a alcançar os seus sonhos. Quero deixar claro que a minha contribuição neste material se encerra aqui neste prefácio. Esse é um livro que foi todo planejado e idealizado por mulheres. Isso mesmo. Uma ideia de- senvolvida por mulheres incríveis que me ajudam a construir o Precisa- va Escrever todos os dias, especialmente para vocês que apoiam o nosso trabalho do outro lado da tela. A�nal de contas, o que poderia ser mais inspirador para tirar uma mulher da zona de conforto e colocá-la de volta nos trilhos, senão oferecer a ela a oportunidade de conhecer as trajetórias de mulheres reais que �zeram e ainda estão fazendo grandes feitos? Nas próximas páginas você irá conhecer a fundo a trajetória de verdadeiras heroínas da vida real. Talvez já tenha ouvido falar da maio- ria dos nomes que citaremos a seguir, mas aposto que ainda não con- hecem tudo o que existe por trás dessas histórias. Abra o coração e esteja pronta para absorver toda a inspiração possível. Porque essas aqui são, de fato, mulheres incríveis demais para você não conhecer. Boa leitura. Com carinho, do amigo, Rafa. apresentaçãoAPRESENTAÇÃO O Dia Internacional da Mulher é um dia perfeito para ol- harmos para trás, entender um pouco melhor a história, comemorar e também nos inspirarmos para continuar �rmes, resistentes no propósito de lutar por direitos, segu- rança e liberdade. Este material foi temperado com tudo isso, passamos pela história que nos trouxe até aqui; temos belas e inspira- doras histórias de vida de mulheres muito bem-sucedidas em suas pro�ssões, que venceram e seguem vencendo os desa�os impostos a todas nós; temos muitas e variadas in- dicações de podcasts, �lmes, séries, livros e IG’s de mul- heres espetaculares, que valem a pena o tempo investido e, para �nalizar, breves histórias delas, algumas das mulheres que ganharam Prêmios Nobel e revolucionaram o mundo. Cada uma do seu jeito, a seu tempo, no seu contexto, travando as batalhas para mudar sua realidade e de todas nós. Com toda certeza você também é ou pode ser uma agente modi�cadora no meio em que vive. A começar por cada uma de nós, que resistimos a preconceitos, que tra- balhamos dobrado, que somos tão pouco reconhecidas, que a revolução siga, ainda que pareça lenta, mas assertiva- mente! capítuloCAPÍTULO 1 Um pouco de história “Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro.” -Heródoto 5 08 de março, Dia Internacional da Mulher. Já se perguntou como surgiu? Se é considerado um dia de homenagem ou de luta e reivindicação? A história considerada um dos marcos para o estabelecimento desse dia aconteceu em Nova York, no dia 25 de março de 1911. Um incêndio aconteceu na Triangle Shirtwaist Company e vitimou 146 pessoas, 125 mulheres e 21 homens, sendo a maioria dos mortos judeus. As causas desse incêndio foram as péssimas instalações elétricas associadas à composi- ção do solo e das repartições da fábrica e, também, à grande quantidade de tecido presente no recinto, o que serviu de com- bustível para o fogo. Além disso, alguns proprietários de fábricas da época, incluindo o da Triangle, trancavam seus funcionários na fábrica durante o expediente como forma de conter motins e greves. No momento em que a empresa pegou fogo, as portas estavam trancadas. Esse acontecimento é signi�cativo, pois evidenciou a pre- cariedade do trabalho no contexto da Revolução Industrial. Isso, no entanto, não pode apagar a in�uência da luta operária e dos movimentos políticos organizados pelas mulheres. Sendo assim, é importante a�rmar que o Dia Internacional da Mulher não foi criado por in�uência de uma tragédia, mas sim por décadas de engajamento político das mulheres pelo reconhecimento de sua causa. A partir dos anos 1960, a comemoração do dia 8 de março já tinha se tornado tradicional, mas foi o�cializada pela ONU (Orga- nização das Nações Unidas) apenas em 1975, quando essa orga- nização declarou o Ano Internacional das Mulheres, como uma ação voltada ao combate das desigualdades e discriminação de gênero em todo mundo. Como parte desses esforços, o dia 8 de março foi o�cializado como o Dia Internacional da Mulher. Segundo dados da pesquisa da Global Entrepreneurship Mo- nitor, conduzida pelo Sebrae e divulgada em 2018, o país tem aproximadamente 24 milhões de mulheres empreendedoras. 48% dos cadastros de MEI (Microempreendedores Individuais) existentes no país é de mulheres. Ou seja, quase metade do total. Isso poderia ser motivo de comemoração, se a taxa de conversão de mulheres empreendedoras em donas de negócio, não fosse 40% menor do que a taxa de homens. Para entender um pouco melhor porque ainda é tão difícil para uma mulher empreender, mesmo nos dias atuais, a gente precisa voltar um pouquinho na história. A mão de obra feminina só passou a ter mais atenção a partir das duas grandes Guerras Mundiais. Isso porque os homens pre- cisavam servir ao país nos campos de batalha, mas a economia não podia parar, logo, precisamos entrar em ação. Não pretendo alugar vocês com um monte de dados históricos, então em resumo foi graças ao Iluminismo e à Revolução Francesa, de lá pra cá o desenvolvimento feminino no mercado de trabalho foi acontecendo até chegar a 1988, quando tivemos nossos direitos empreendedores garantidos por lei na Constituição Federal. Ou seja, por lei, nós só temos o direito de empreender há pouco mais de 30 anos, enquanto os homens vêm fazendo isso desde que o mundo é mundo. No que diz respeito especi�camente ao Brasil, até 1962 a mulher precisava de autorização do marido para trabalhar fora (autorização essa que poderia ser revogada a qualquer momen- to, caso ele mudasse de ideia). Acrescente isso a autorização que precisávamos para viajar, abrir conta no banco e você será capaz de começar a entender as algemas que ainda nos pren- dem. 6 Apesar de parecermos livres e empoderadas (e somos!), a maioria das mulheres carrega consigo a responsabilidade de sentir que precisa dar conta de tudo. Muitas vezes, sentimos ver- gonha de contratar uma funcionária, porque a�nal, que mulher não consegue dar conta da própria casa?! Falarque não gosta de cozinhar é quase um xingamento. Quantas mulheres não traba- lham fora tanto quanto, e às vezes até mais do que seus parcei- ros, e mesmo assim ao chegarem em casa, são elas que dão janta e banho nas crianças, e depois as colocam para dormir? Por exemplo. É por isso que muitas mulheres sofrem com a crise da im- postora. O constante pensamento de que você é uma fraude, que nada do que faz é su�ciente e que não está quali�cada a assumir determinadas posições, em especial, as predominantemente masculinas. É aquela sensação de que não podemos parar nunca, de que precisamos provar o nosso valor a todo instante. Se parece exagero tudo isso que estou dizendo e você está aí pensando “hum, acho que não é bem assim...", é só reparar em como as mulheres bem-sucedidas são retratadas nos �lmes. Um excelente exemplo é O Diabo veste Prada. A mulher bem-sucedi- da é incapaz de manter um casamento feliz e, no �nal, a persona- gem principal abandona aquela “vida louca de mulher de negó- cios”, volta com seu namorado, e é feliz buscando um emprego com uma demanda bem menor. Essa é exatamente a sensação que a maioria de nós temos, quando começamos a crescer. A sensação de que perderemos o amor da nossa família, marido e �lhos. A sensação de que estamos sendo egoístas. E tudo isso é fruto do pouquíssimo tempo que nos foi autorizado poder fazer mais do que cuidar da casa. 7 E foi assim que surgiu o projeto “mulheres incríveis demais para você não conhecer”. Essa é a forma que encontramos de te ajudar a alcançar os seus sonhos. Quero deixar claro que a minha contribuição neste material se encerra aqui neste prefácio. Esse é um livro que foi todo planejado e idealizado por mulheres. Isso mesmo. Uma ideia de- senvolvida por mulheres incríveis que me ajudam a construir o Precisa- va Escrever todos os dias, especialmente para vocês que apoiam o nosso trabalho do outro lado da tela. A�nal de contas, o que poderia ser mais inspirador para tirar uma mulher da zona de conforto e colocá-la de volta nos trilhos, senão oferecer a ela a oportunidade de conhecer as trajetórias de mulheres reais que �zeram e ainda estão fazendo grandes feitos? Nas próximas páginas você irá conhecer a fundo a trajetória de verdadeiras heroínas da vida real. Talvez já tenha ouvido falar da maio- ria dos nomes que citaremos a seguir, mas aposto que ainda não con- hecem tudo o que existe por trás dessas histórias. Abra o coração e esteja pronta para absorver toda a inspiração possível. Porque essas aqui são, de fato, mulheres incríveis demais para você não conhecer. Boa leitura. Com carinho, do amigo, Rafa. Muita gente diz que nós lutamos por igualdade, mas digo que lutamos por equidade. Sim, é verdade que já temos o direito de assumir grandes cargos nas empresas, ou então, de sermos em- preendedoras e donas do próprio negócio. Isso ninguém pode negar. Mas é verdade também que a história ainda in�uencia as nossas escolhas e que muitas de nós, por ainda acreditar que precisa dar conta de tudo, acabam tendo um desempenho infe- rior a um homem, que tem todo o tempo do mundo, com uma so- ciedade o aplaudindo, para se concentrar somente em seu traba- lho. As nossas cicatrizes ainda são muito recentes. Ainda ouço da minha vó que preciso arrumar um bom marido para cuidar de mim e do meu �lho. A sociedade ainda é muito machista. Há algum tempo, meu supervisor onde eu trabalhava na época em que estava grávida me disse, em alguma conversa, quando co- mentei que precisava ir ao banheiro pela milésima vez, que nin- guém me mandou abrir as pernas. Não, você não leu errado. Ele disse isso na frente de outras pessoas. Detalhe, me dava muito bem com ele. Vou ser sincera com vocês, estava com tantas pre- ocupações na época que acabei não dando muita atenção ao fato, mas uma colega de serviço �cou tão indignada que repor- tou à nossa superiora e ele veio se desculpar. Disse que não falou por mal, que a mãe dele era mãe solo e que jamais quis me ofen- der. E querem saber? Eu acreditei. Ele foi criado num mundo que joga toda a responsabilidade nas costas das mulheres. Depois da nossa conversa e do tanto que ele foi julgado pelos outros, não acredito que ele reproduzirá novamente essa fala. Aprendeu. Mas o que quero dizer é justamente isso. Leva tempo. Assim como leva tempo para homens pararem cada vez mais com falas e atitudes machistas, leva tempo para que nós mulheres possa- 8 -mos entender que não somos a mulher maravilha e que de�niti- vamente não precisamos dar conta de tudo. Vocês sabiam que entre 1941 e 1983 nós fomos proibidas de jogar futebol? O decreto da época dizia que “as mulheres esta- vam proibidas de praticarem esportes incompatíveis com as condições da sua natureza”, incluindo o futebol. Mais de 40 anos paradas, enquanto homens avançavam nesse meio. Não é à toa que o futebol feminino é tão pouco valorizado. Pode-se dizer que praticamente, quando tivemos nosso direito de volta, precisa- mos começar do zero. A Marta (sabe aquela? Melhor do mundo) nasceu três anos depois do �m do decreto. Apenas três. Já ima- ginaram se ela tivesse nascido 15 anos antes? O mundo não co- nheceria esse talento absurdo. E quantas Martas não devem ter nascido nessa época? Que morreram e foram enterradas com seus talentos nunca descobertos. O empreendedorismo feminino no Brasil vem crescendo cada dia mais e temos exemplos maravilhosos e bem-sucedidos por aqui. Mas entender a história por trás disso tudo, nos faz abrir os olhos para o tanto que ainda precisamos percorrer. O caminho é longo manas, mas �quem tranquilas que agora estamos juntas, e nada mais pode nos deter! 9 capítuloCAPÍTULO 2 Histórias que você precisa conhecer “Para ganhar uma batalha, talvez tenhamos que lutar mais de uma vez.” -Margaret Thatcher 08 de março, Dia Internacional da Mulher. Já se perguntou como surgiu? Se é considerado um dia de homenagem ou de luta e reivindicação? A história considerada um dos marcos para o estabelecimento desse dia aconteceu em Nova York, no dia 25 de março de 1911. Um incêndio aconteceu na Triangle Shirtwaist Company e vitimou 146 pessoas, 125 mulheres e 21 homens, sendo a maioria dos mortos judeus. As causas desse incêndio foram as péssimas instalações elétricas associadas à composi- ção do solo e das repartições da fábrica e, também, à grande quantidade de tecido presente no recinto, o que serviu de com- bustível para o fogo. Além disso, alguns proprietários de fábricas da época, incluindo o da Triangle, trancavam seus funcionários na fábrica durante o expediente como forma de conter motins e greves. No momento em que a empresa pegou fogo, as portas estavam trancadas. Esse acontecimento é signi�cativo, pois evidenciou a pre- cariedade do trabalho no contexto da Revolução Industrial. Isso, no entanto, não pode apagar a in�uência da luta operária e dos movimentos políticos organizados pelas mulheres. Sendo assim, é importante a�rmar que o Dia Internacional da Mulher não foi criado por in�uência de uma tragédia, mas sim por décadas de engajamento político das mulheres pelo reconhecimento de sua causa. A partir dos anos 1960, a comemoração do dia 8 de março já tinha se tornado tradicional, mas foi o�cializada pela ONU (Orga- nização das Nações Unidas) apenas em 1975, quando essa orga- nização declarou o Ano Internacional das Mulheres, como uma ação voltada ao combate das desigualdades e discriminação de gênero em todo mundo. Como parte desses esforços, o dia 8 de março foi o�cializado como o Dia Internacional da Mulher. Já que conheceu um pouquinho mais sobre o contexto his- tórico e se identi�cou com algumas di�culdades predominante- mente femininas, apresentamos agora aquelas histórias que te inspiram a sonhar mais alto e correr atrás dos seus objetivos com mais a�nco e convicção ainda. Com certeza tem em sua vida mulheres que, de alguma forma, já te inspiraram a almejar algo mais, a acreditar em você e a encontrar e seguir seu propósito.Você mesma também pode ser essa mulher na vida de alguém e abaixo trouxemos algumas histórias de mulheres que venceram barreiras inimagináveis e construíram impérios, cada uma a seu jeito e em seu ramo de atividade. 10 Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues é, sem dúvida, uma das mais poderosas mulheres do país, nasceu em Franca (SP), no dia 9 de outubro de 1951. Empresária brasileira que comanda uma das maiores redes de lojas de varejo do Brasil, a Magazine Luiza, além de outras empresas integradas à sua holding. Seu nome é sinônimo de vitória! Em um mercado tão competitivo como é o do varejo, predo- minantemente masculino, Luiza ganha destaque ao ser uma das poucas mulheres nesse segmento e, claro, por alcançar o suces- so com uma empresa que hoje já conta com mais de 800 lojas em 16 estados e cerca de 23 mil colaboradores . Quando assumiu os negócios da família, a Magazine Luiza era apenas uma rede de lojas no interior do estado de São Paulo. Com empenho, trabalho e dedicação, Luiza Trajano transformou a marca em uma das maiores e mais conceituadas do mercado, conseguindo se posicionar de igual para igual com as principais lojas nacionais, como: Casas Bahia, Pontofrio e Lojas America- nas. Além do expressivo salto de crescimento de sua empresa, Luiza ganhou destaque por ser inovadora, criativa e por seus va- lores que apostam no bom relacionamento com clientes e cola- boradores, não obstante a Magazine Luiza está no ranking das melhores empresas para se trabalhar há 22 anos consecutivos. Formada em Direito pela Faculdade de Franca, Luiza come- çou a sua história no grupo logo cedo. Aos 12 anos já trabalhava como balconista em uma das unidades da empresa nas férias. Quando assumiu o comando, a empresária promoveu ascensão maior dos colaboradores da organização, que passaram a ter voz ativa nas decisões da empresa, descentralizando o comando e evitando que posicionamentos familiares pudessem atrapalhar o 11 crescimento da organização. Na década de 1990 foi criado o primeiro modelo de comércio eletrônico do mundo, o embrião de sua loja e-Commerce: as lojas eletrônicas ou comumente conhecidas como lojas virtuais. Desde então, esse processo evoluiu e as lojas passaram a vender produtos por meio de terminais multimídia, marketplaces, por exemplo, sem necessidade de produtos em exposição ou no es- toque através de um único canal para o consumidor. Seguindo esta tendência que chegou ao Brasil anos mais tarde, em 2000, foi lançado o site de comércio eletrônico da companhia, que começou um processo de aquisição de outras redes como: Lojas Líder, Lojas Base, Kilar e Madol. Em 2008, a empresa inaugurou 46 lojas no mesmo dia em São Paulo, o que por si só é um marco. Dois anos depois, chegou ao Nordeste. A chegada à bolsa ocorreu em 2011, com o IPO da compa- nhia. Capitalizada, ela manteve o ciclo de aquisições nos anos seguintes, com a compra do Baú da Felicidade, a startup de logís- tica Logbee, o maior e-Commerce esportivo do Brasil, Netshoes e o marketplace de livros Estante Virtual. Embora Luiza Helena tenha cedido a presidência da compa- nhia para Marcelo Silva, até então diretor superintendente da empresa, seu �lho, Frederico Trajano, responsável pela guinada digital da empresa, estava sendo preparado para assumir a lide- rança. Ele já havia implementado importantes mudanças, como a criação do LuizaLabs, um laboratório de tecnologia e inovação focado em desenvolver projetos e foi o responsável pelo lança- mento da Lu, o avatar com mais de 4 milhões de seguidores no Instagram, que foi criado para dar assistência às vendas online e se transformou em uma “in�uenciadora digital”. 12 Frederico assumiu o comando da varejista em 2016. Nos pri- meiros 23 meses de sua gestão, multiplicou o valor de mercado da empresa por 30. Luiza segue norteando os rumos da varejista, como presidente do Conselho de Administração. Com o negócio da família em boas mãos, Luiza dedica-se ao grupo que formou com outras empresárias, o Mulheres do Brasil, e empreende esforços para apoiar os micro e pequenos empre- sários. Há 25 anos à frente do grupo, a história de Luiza Trajano é um exemplo para todos os empreendedores que buscam suces- so em seus respectivos segmentos e pode ensinar muito sobre o universo do coaching e como desenvolver uma liderança real- mente e�ciente, e�caz e inspiradora. Estas são algumas das ho- menagens, destaques e prêmios que Luiza já recebeu: 13 https://www.instagram.com/luizahelenatrajano/?hl=pt-br 14 Cristiana Arcangeli é nacionalmente conhecida por ter fun- dado grandes empresas de cosméticos. Além disso, ela atua ainda em diversos outros setores como, por exemplo, televisão, ministrando palestras e já se aventurou até mesmo no ramo lite- rário. Sua visão administrativa é voltada para a preocupação com o corpo e mente, no sentido de proporcionar bem-estar. Uma das pioneiras a atuar nesse ramo aqui no Brasil, Cristia- na Arcangeli é natural de São Paulo e cursou Odontologia, pro�s- são na qual aplicava práticas como a homeopatia durante os seus atendimentos. Posteriormente, após cinco anos atuando na área, Cris Arcangeli percebeu a oportunidade de decolar e partir para o mercado da beleza feminina e bem-estar. Como uma das suas prioridades em suas consultas era o uso de recursos menos agressivos aos pacientes, com produtos mais naturais, que mesmo com menos químicas permaneciam e�cazes, fez deste conhecimento e experiência na sua área de formação seu grande trunfo para levar produtos de beleza de qualidade com inovações mais sustentáveis, inclusive em suas embalagens. Por outro lado, como empresária, ela foi a fundadora de di- versas empresas como a Phytoervas, PH-Arcangeli, Éh cosméti- cos e Phyta. Ela também é CEO da Beauty’in e como se não bas- tasse, ainda é sócia no Fundo de Investimento Phenix. Além de tudo isso, Cristiana Arcangeli é diretora do Comitê dos Jovens Empreendedores (CJE), conselheira da Endeavor, possui dois boletins diários no programa Manual da rádio Alpha FM e, por �m, possui alguns livros lançados: Como viver mais e melhor: só para homens e Beleza para a vida inteira, por exem- plo. Mulher forte e destemida, palestra sobre empoderamento feminino, empreendedorismo e beleza por todo o Brasil e no ex- terior. Inclusive, foi Cristiana Arcangeli quem criou a primeira 16 semana de moda do Brasil, ou seja, seu nome é forte também no mundo da moda brasileiro. Devido a seu trabalho duro e carreira de sucesso, ela já foi reconhecida com 24 prêmios e ocupa a ca- deira de número 21 da Academia Brasileira de Marketing. A em- presária é colunista das revistas Men’s Health e Viva/SA. Para �nalizar, desde 2016, Arcangeli participa do programa Shark Tank Brasil na Sony e como se não bastasse, a Cristiana é �uente em cinco idiomas, além do português, é claro, também fala inglês, espanhol, italiano e francês. Sua primeira empresa foi a Phytoervas, fundada em 1986. Primeiramente, era especializada na produção de materiais sem sal para cabelos, e também na produção e aplicação de ativos naturais em seus produtos, que não causassem reações durante ou após o consumo. Então, com o sucesso de vendas dos produ- tos da empresa e sempre pensando à frente, Cristiana Arcangeli criou dois eventos de moda que revolucionaram a moda e o uso de cosméticos no país: o Phytoervas Fashion e o Phytoervas Fashion Awards, que foram sucesso de público por oito anos. Alexandre Herchcovitch, por exemplo, foi um dos estilistas que adquiriu prestígio ao participar desses eventos. Ainda baseada na primeira empresa, Cris Arcangeli também lançou uma distribuidora de cosméticos internacionais no Brasil, a PH Arcangeli. Marcas como Carolina Herrera e Clinique eram distribuídas e vendidas aos consumidores, especialmente na perfumaria. Assim, ela também criou, com exclusividade às marcas internacionais, a Phytá. Mesmo com a venda de sua segunda empresa, Cris Arcangeli continuou. Em 2010, criousua terceira marca: a Beauty’In, que ganhou um destaque peculiar no mercado. Além da produção e venda de cosméticos orgânicos, a marca também abriu espaço para um novo segmento de beleza: os “aliméticos”, alimentos 17 saudáveis que possuem ativos com propriedades cosméticas. A grande procura pelos produtos da marca e a busca por re- novar cada vez mais esse mercado, Cristiana Arcangeli também lançou o beautydrink, bebida com compostos orgânicos. Em se- guida alcançou um alto patamar, sendo a bebida o�cial do London Fashion Week, o maior evento de moda em Londres. Pela reformulação das embalagens da bebida com um toque mais moderno e original, a marca foi premiada como Embalagem marca em 2010. Junto com a Atualidade Cosmética, recebeu o prêmio de Melhor Produto para Tratamento Corporal também no mesmo ano. Mais três anos com potente força ativa no ramo, a Beauty’In também garantiu o 15º lugar na lista de empresas mais inovado- ras do Brasil. Assim, Cris Arcangeli foi homenageada como uma das empresárias brasileiras mais competentes e pioneiras neste segmento. Está constantemente presente nas redes sociais e gera conteúdo para mais de 2.5 milhões de pessoas diariamente, o que endossa todo seu poder de in�uenciar e transformar outras mulheres, como ela mesma gosta de citar, o movimento #EuSouAntifrágil, que incentiva mulheres a nunca desistirem e se reinventarem a cada desa�o. 18 https://www.instagram.com/crisarcangeli/?hl=pt-br Estar de frente com ela era sinônimo de sucesso. Marília Ga- briela Baston de Toledo, a Gabi, como comumente é conhecida, nasceu em Campinas (SP), em 31 de maio de 1948. Seu nome é uma homenagem à parteira que ajudou em seu nascimento, Marí- lia, e à sua avó italiana, Gabriela. Marília iniciou sua carreira de jornalista em 1969, como esta- giária do Jornal Nacional da Rede Globo. No mesmo ano, foi cha- mada para ser apresentadora do telejornal Jornal Hoje, em São Paulo. Em 1973, estreou no Fantástico com uma reportagem sobre o aniversário de morte de Carmen Miranda, que com certe- za foi um grande marco para todos os brasileiros. Logo depois, ela foi contratada para ser repórter especial do mesmo progra- ma, fazendo viagens por todo Brasil. Marília já foi a jornalista mais bem paga do país, recebendo algo equivalente a quase meio milhão de dólares nos valores de então. Marília Gabriela chegou a entrevistar grandes nomes da arte brasileira, como Elis Regina e Hebe Camargo, por exemplo, isso não é para qualquer um. Apesar de ser lembrada atualmente como jornalista e apre- sentadora, Marília também canta, atua e escreve. A artista gravou três discos: um em 1982, outro em 1984 e o último e mais famoso em 2002, sendo esse, o "Perdido de Amor" com partici- pação mega especial dos prestigiados Caetano Veloso e Simone. Em 2008, ela publicou o livro "Eu que Amo Tanto". Gabi estreou como atriz de teatro em 2001, protagonizando a peça Esperando Beckett, escrita e dirigida por Gerald Thomas. Participou também, como atriz, de �lmes e telenovelas. Na telenovela Se- nhora do Destino de Aguinaldo Silva, Marília Gabriela interpretou duas personagens em fases distintas: Josefa Medeiros Duarte Pinto, uma jornalista no período da ditadura militar, e sua �lha, Guilhermina de Medeiros Duarte Pinto Lefevre. 20 Em sua vida pessoal, Marília Gabriela foi casada três vezes, em uma delas �cou viúva com apenas 2 anos de casamento, mas o que chamou a atenção da mídia foi o seu terceiro e último casa- mento com o ator e galã Reynaldo Gianecchini, cuja diferença de idade entre eles era de 24 anos. Na época foi duramente critica- da, pois não era comum mulheres mais velhas se relacionarem com homens mais jovens, porém nunca se deixou abalar e nunca se mostrou impactada pelo preconceito que os sondavam, se se- pararam 6 anos mais tarde. Não há dúvidas de que ela é uma grande artista, versátil, destemida, inteligente e, além de tudo, muito bem humorada. 21 https://www.instagram.com/gabi_mariliagabriela/?hl=pt-br Marta Vieira da Silva é a maior jogadora de futebol brasileira e considerada uma das mais talentosas na história do esporte e a maior atleta de todos os tempos do futebol feminino. A futebolis- ta atua como atacante ou meia-atacante pelos clubes que per- corre. Nascida no interior de Alagoas, foi eleita a melhor jogadora do mundo seis vezes, sendo uma das maiores condecorações do futebol, atingiu a mesma marca que o consagrado Lionel Messi e uma vez campeã a mais que Cristiano Ronaldo, ambos grandes ícones do futebol masculino. Foi descoberta aos 14 anos, quando se mudou para o Rio de Janeiro para treinar no Vasco. Em 2004, Marta começou sua carreira internacional no Umeå IK, da Suécia, onde �cou até 2008, conquistando quatro campeonatos suecos de futebol feminino consecutivos, além de um título da Copa da Suécia e um da Liga dos Campeões. Depois disso, em 2009, Marta se transferiu para o Los Ange- les Sol para o ano inaugural da WPS (sigla em inglês para a liga de futebol feminina americana). Com o Los Angeles Sol, Marta foi a artilheira da liga, tornando-se campeã da temporada regular e chegando à �nal da WPS. No mesmo ano, durante o intervalo entre temporada, Marta foi emprestada ao Santos, onde con- quistou a Libertadores e a Copa do Brasil de 2009. Em 2010, o LA Sol fechou e Marta se transferiu para o FC Gold Price, onde foi mais uma vez artilheira e campeã da tempo- rada regular, além de também ter conquistado a �nal da WPS. No �m da temporada, o Gold Price também fechou, e então Marta assinou com o Santos para mais uma vez jogar a Libertadores e a Copa do Brasil. Em janeiro de 2011, assinou com seu terceiro time em três anos, o Western New York Flash, no qual conquistou seu terceiro título na temporada regular da WPS. Em 2012, com o �m da WPS, Marta voltou à Suécia para jogar pelo Tyresö FF. No mesmo ano, o Tyresö conquistou seu primeiro 23 título da Liga Sueca, o quinto de Marta. No �m de seu contrato de dois anos com Tyresö, Marta assinou com o Rosengård, com quem venceu mais duas vezes a Liga Sueca e a Supercopa da Suécia em 2015. Marta venceu o título de jogadora do ano da FIFA seis vezes consecutivas e se tornou a maior goleadora com a camisa da se- leção brasileira ao marcar 98 gols, superando, no ano passado, a marca de Pelé, de 95 gols. Além disso, Marta é a maior goleadora em Copas do Mundo de futebol feminino, com 15 gols em quatro Copas. A trajetória de Marta faz parte do artigo “A biogra�a das 20 pessoas mais importantes para a história do Brasil''. A ONU Mulheres preparou uma lista com 15 personalidades, organizações e países, que mais se destacaram em 2019 pelos di- reitos das mulheres. A única pessoa de língua portuguesa na re- lação é a jogadora Marta Vieira da Silva. Ela aparece em sétimo lugar, atrás da cientista americana Katie Bouman, que conseguiu capturar a primeira imagem do buraco negro, e uma posição antes da ginasta e campeã olímpica Simone Biles, que conquis- tou a oitava posição da relação. Marta é embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres e ati- vista na busca de igualdade no futebol, não só por salários com- patíveis com o futebol masculino, mas também na busca de direi- tos equiparados, respeito e espaço no qual há discrepâncias largas quando se compara o futebol feminino versus masculino, mesmo nos dias atuais. Para se ter uma vaga ideia, o vencimento anual de Marta está estimado em R$2milhões/ano enquanto o de Messi, com mesmo número de títulos mundiais que ela, está esti- mado em R$664 milhões/ano, atingindo a marca do mais bem pago da Europa. Desta maneira, ela usa todo seu poder e reco- nhecimento mundial para a causa. 24 A atacante considera o esporte uma ferramenta fantástica para o empoderamento. Segundo a jogadora, “através do espor- te, mulheres e meninas podem desa�ar normas socioculturais e estereótipos de gênero e aumentar sua autoestima", o que re- presenta bem sua própria jornada. Além disso, Marta é um nome importantíssimona luta LGBTQIA+ abraçando a causa por igual- dade evidencia com frequência sua postura ativa na sociedade. Recentemente Marta e a norte-americana Tonni Deion Pressley, anunciaram o noivado através das redes sociais. As duas jogam pro�ssionalmente pelo Orlando Pride, e ressaltou em suas redes sociais “esse é mais um capítulo da história que estamos escre- vendo juntas”, as jogadoras assumiram o relacionamento ao �nal de 2019. 25 https://www.instagram.com/martavsilva10/?hl=pt-br Batizada como Glória Maria Matta da Silva, nasceu no Rio de Janeiro e é jornalista. Filha de um alfaiate e uma dona de casa, estudou em colégios estaduais e aprendeu a falar outras línguas, como o inglês, francês e latim. É considerada a primeira repórter negra da TV brasileira o que, até nos dias atuais, não é comum de se ver. Em 1970, foi levada por uma amiga para ser rádio-escuta da Globo do Rio. Glória conciliava os estudos da faculdade de Jornalismo da Pon- tifícia Universidade Católica (PUC-Rio) com o emprego de telefo- nista da Embratel. Na Globo, se tornou repórter numa época em que os jornalis- tas ainda não apareciam no formato de vídeo. Em 1971, estreou durante o desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro, desastre que matou 48 pessoas e feriu dezenas, tama- nha era a dimensão da tragédia que Glória Maria foi apurar a notí- cia que, a princípio, soava como falsa, de acordo com relatos do acervo Globo. De lá para cá, noticiou vários outros momentos im- portantes da TV brasileira. Glória trabalhou no Jornal Hoje, no Bom Dia Rio e no RJTV e no Jornal Nacional. Cobriu a posse de Jimmy Carter em Washing- ton e no Brasil, durante o período militar, também entrevistou chefes de estado. Mas virou desafeto do presidente João Batista Figueiredo. “Foi quando ele fez aquele discurso “eu prendo e arrebento” – para defender a abertura (1979). Na hora, o �lme acabou e não conseguimos gravar. Aí eu pedi: “Presidente, é a TV Globo, o Jornal Nacional, será que o senhor poderia repetir? “Problema seu, eu não vou repetir”, disse Figueiredo. Depois de algumas in- sistências, sem ter êxito, Glória corrigiu o português usado pelo presidente, que não gostou: “A senhora retire-se daqui”, disse. Glória se lembra bem: “Foi aquele bate-boca e foi ao ar. Desde 27 esse dia, passou a me odiar. E onde eu chegava, dizia para a se- gurança: “ Não deixa aquela neguinha chegar perto de mim.” Glória disse em entrevistas: " Já sofri preconceitos por ser mulher, negra e por ter vindo de família pobre, mas fui vencendo todos eles com trabalho, dignidade e humildade. Por �m, tudo foi superado ". A partir de 1986, a jornalista integrou a equipe do Fantástico, do qual foi apresentadora de 1998 a 2007. No programa, �cou co- nhecida pelas matérias especiais e viagens a lugares exóticos e apresenta carimbos de dar inveja a qualquer viajante, estima-se que ela acumula 15 passaportes carimbados da primeira à última página. Também era bastante admirada e constantemente cotada a entrevistar celebridades mundiais como Michael Jack- son, Harrison Ford, Nicole Kidman, Leonardo Di Caprio e Madon- na. Glória foi também a primeira repórter a entrar no ar, ao vivo, na primeira matéria a cores do Jornal Nacional em 1977, mostran- do o movimento de saída de carros do Rio de Janeiro, no �m de semana. Isso por si só já seria um grande marco de sua carreira. Após 10 anos no Fantástico, Glória anunciou que iria tirar dois anos de licença para se dedicar a projetos pessoais, como a viagem à Índia e à Nigéria, onde foi trabalhar como voluntária. Nesse período, adotou as meninas Maria e Laura, ao contrário do que a maioria pensa, ela revelou que já foi casada e que sempre conseguiu manter sua vida pessoal com muita discrição. Ao re- tornar à Globo, integrou a equipe do Globo Repórter, programa do qual faz parte até hoje. Foi homenageada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em 2008, com a Medalha Chiquinha Gonzaga. É embaixadora de Boa Vontade do UNAIDS no Brasil, se juntando ao seleto time de celebridades comprometidas com as ações do UNAIDS na res- 28 UNAIDS na resposta ao HIV e à discriminação. Glória Maria se acostumou a ser pioneira: mulher, negra e �lha de uma família pobre de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, preci- sou de personalidade para ganhar espaço em uma grande emis- sora de TV do Brasil. É tida como a primeira pessoa a evocar a Lei Afonso Arinos, em um processo de discriminação racial. Recebeu os prêmios: Lifetime Achievement (2011), III Prêmio Anu (2013) e Troféu Raça Negra (2012) (premiação realizada pela Afrobras, que visa homenagear e valorizar o talento de personali- dades negras brasileiras), não era para menos, não é mesmo?! 29 https://www.instagram.com/gloriamariareal/?hl=pt-br capítuloCAPÍTULO 3 Elas estão fazendo acontecer - Glossário de indicações “Não há barreira, trava ou ferrolho que você possa impor à liberdade da mente.” -Virginia Wolf podcasts Os podcasts são ideais para quem tem a vida cotidiana agi- tada. E quem não tem, não é mesmo?! Esse formato veio para �car e cresce em proporções descomunais nos últimos 2 anos, seu boom veio junto com a popularidade dos audiobooks, esti- ma-se que para 2021 a receita seja de US$1 bilhão. De acordo com o Spotify, o podcast fez com que tivessem aumento de 200% em seu número de usuários, é a combinação perfeita para aquela ca- minhada, tarefa doméstica ou até mesmo para enfrentar trânsito caótico. PODCASTS 31 Fundado em 2014, originou-se por noticiar polêmicas, depois de sua popularidade, passou por algumas mudanças e hoje recebe o slogan de “Jornalismo de peito aperto”, é apresentado por Juliana Wallauer e Cris Bartis. Criado e apresentado por mul- heres da periferia que emitem suas opiniões acerca de análises e histórias de mulheres e notí- cias, que são importantes para este público. Apresentado por Camila Frem- der e sua gama de convidados, trata assuntos da atualidade e comuns com muito humor, debatendo maluquices (ou não) que passam por sua cabeça, trazendo reflexões um tanto profundas. 32 Foca na desconstrução da literatura feita por mulheres e os tabus que permeiam estes temas, empoderando mulheres por meio da literatura de quali- dade. Como é intitulado no próprio canal, reverberam vozes de mul- heres plurais de forma leve, responsável e libertadora. Exploram sobre racismo, femi- nismos, política, empreende- dorismo feminino, dentre diver- sos assuntos tão necessários. 33 Quer consumir entretenimento de qualidade, se inspirar com histórias fantásticas e descansar ao mesmo tempo?! Então pegue sua pipoca e se liga nestas dicas imperdíveis para marato- nar. História real de um grupo de cientistas, mulheres afro-americanas, da NASA que ganham desta- que em meio à corrida espacial travada entre Estados Unidos e Rússia. Heroínas, destemidas e que enfrentaram o pre- conceito de uma maneira espetacular, �cando para sempre na história. filmes e sériesFILMES E SÉRIES 34 Série brasileira �ctícia, porém que conta histó- rias muito reais do coti- diano das mulheres da década de 50, cada uma em sua essência e di�- culdades particulares. Assuntos como empre- endedorismo, amores, dramas, maternidade, violência doméstica e pobreza são algumas das tramas desse enredo in- teressantíssimo e atual. Série, baseada em fatos reais, sobre uma mulher negra, pobre, porém com muito entusiasmo e inte- ligência, chegando a tornar uma das maiores empresárias norte-ame- ricanas e uma das mulhe- res mais ricas do seu tempo. Foi a primeira mi- lionária dos Estados Unidos a conquistar sua própria fortuna. 35 Belíssimo �lme que conta a história de uma garota branca da alta so- ciedade que decide se tornar escritora. Ela se dedica a entrevistar mu- lheres negras trabalha- doras que abnegam suas vidas em prol de cuidar de famílias brancas. Em meio ao preconceito nasce uma grande amiza- de. Filme infantil que leva suaessência no próprio nome. Trata-se de uma princesa diferente que se recusa a seguir costu- mes ancestrais de seu reino nos quais ela deve- ria desistir de seus sonhos, então ela decide traçar seu próprio cami- nho e construir sua pró- pria história. 36 Seriado que, no conto da Aia, conta a história de infertilidade mundial e de um governo totalitário onde há a criação de novas castas nas quais as mulheres são brutalmen- te subjugadas, onde devem se submeter a es- tupros ritualizados com seus mestres masculinos para procriarem. Ícone do feminismo, Frida Kahlo, aclamada pintora mexicana de fama mundial. Reconhe- cida principalmente por representar a liberdade por seu estilo de vida, pa- drões de gênero e sexua- lidade, considerados tabus até hoje. 37 Um clássico do cinema, Menina de ouro, conta a história de uma mulher que literalmente luta por seus sonhos, boxeadora do interior, pobre e vista como velha demais para ser uma campeã, ainda assim ela não desiste. O enredo se desenrola em meio a muito drama e vín- culos fortes. Anne, uma garota adota- da por engano, se mostra à frente do seu tempo e, apesar de ainda criança, tem muito a ensinar aos adultos. Enredo leve, cheio de poesia, dramas e re�exões. A menina Anne cresce, porém nunca para de sonhar. 38 Conta a história de uma recém divorciada que decide mudar o rumo de sua vida e estabelecer o que de fato é importante para ela. Desta maneira ela parte para uma grande viagem de auto- descoberta. Série que se passa na década de 20, conta a história de quatro amigas que trabalham juntas e lutam pelo direito dos trabalhadores e das mu- lheres, com papel ativo na revolução dos costu- mes daquela época. 39 instagramINSTAGRAM @alexandrismos Com mais de 1 milhão de seguidores, Alexan- dra Gurgel, popularmente chamada de Xanda, é a comunicadora deste per�l do IG. Começou no Youtube com assuntos polêmicos como a gordofobia e aceitação da aparência, é funda- dora do movimento Corpo Livre. Trata nesse per�l temas como padronização da beleza, dicas no geral, assédio, feminismo e lutas LGBTQIA+. Constantemente é alvo de amea- ças, ataques e fake news. @gabrielaprioli Apresentadora do Brasil Tonight, Gabriela Prioli é uma comentarista política, roteirista, advogada e muitas outras pro�ssões por sua versatilidade. Venceu em 2020 o prêmio de in- �uenciadora digital na categoria: economia, política e atualidades, tanto na bancada de voto técnico quanto nos votos populares. @santanaadriana Adriana Sant’anna é uma empreendedora, es- pecialista em marketing e uma das maiores in�uenciadoras do país, somando quase 5 mi- lhões de seguidores, apenas no Instagram. É a autora do best-seller Nunca foi Sorte, já criou e ministrou diversos treinamentos a mulhe- res, ajudando-as a performar melhor na vida pessoal e pro�ssional. 41 @mequetrefismos A jornalista Luiza Brasil é premiada no mundo da moda, já foi contemplada na lista de in- �uenciadores digitais contra o racismo. Me- quetre�smos é, antes de mais nada, uma pla- taforma cujo objetivo é impulsionar o prota- gonismo negro, principalmente nas indústrias da moda, música e artes. @gabidepretas Ativista, comunicadora social, Youtuber e Po- dcaster, Gabi Oliveira atingiu seu espaço na internet, primordialmente, explorando assun- tos importantes para a comunidade negra, porém de interesse geral. Luta por um país com menos desigualdade e com mais possibi- lidade de crescimento. @nathfinancas Nathália Rodrigues é uma administradora re- conhecida pela Forbes Under 30. Dialoga prin- cipalmente com o público de baixa renda, cujo objetivo é ajudar seus seguidores a saírem do vermelho e passarem a usar o dinheiro da melhor maneira, mantendo a saúde mental e �nanceira equilibradas. 42 @obviousagency Apresenta a narrativa feminina sob uma nova ótica, traz novas imagens e representações simbólicas de mulheres. Avançam na evolu- ção da cultura visual contemporânea, investi- gando novos exemplos de feminilidade, vai da arte e direção criativa, design, conteúdo edi- torial de moda, fotogra�a até ao vídeo. @push Ajuda a impulsionar a carreira, IG especializa- do em marketing, branding, planejamento de mídia social. Apresenta dicas para alavancar carreiras com criatividade, conteúdo, investi- mentos e, assim, se diferenciar no mercado. @deboramlyra A empreendedora, modelo e apresentadora, Débora Lyra tem em seu portfólio conteúdos para que as pessoas atinjam melhores resul- tados na produtividade, organização e gestão do tempo com temas que impulsionam o aprendizado. É criadora do GV360, ou seja, um passo a passo para gerenciar a vida em todos os sentidos. 43 @remeirelles Renata Meirelles, é uma empresária e bada- lada relações públicas, além de Lifestyle in- �uencer. @mariaeduardasv Duda Vieira, especialista em estratégias de crescimento e posicionamento digital, espe- cialmente dentro do Instagram. É uma empre- endedora que ensina outras pessoas a saírem do anonimato através das redes sociais com mensagens que chamem atenção, ensina como crescer exponencialmente através de algoritmos do Instagram e como converter audiência em faturamento. @thamireshauch Terapeuta e escritora, Thamires Hauch com- partilha seus textos e vídeos com mais de 1 milhão de pessoas em sua página, trazendo temas atuais sobre empoderamento feminino e amor-próprio. Além disso, produz cursos online voltados para o desenvolvimento pes- soal das mulheres. 44 @explicaana Ana Laura Magalhães é uma in�uenciadora digital na área �nanceira, além de sócia da XP Inc. Trata de temas acerca do fato das mulheres até pouco tempo não serem públi- co-alvo de produtos �nanceiros, investi- mentos e de assuntos relativos à educação �nanceira. Com o intuito de desenvolver um tipo diferente de comunicação com investi- dores, criou o canal Explica Ana. 45 livrosLIVROS Why Women Don’t Ask: Negotia- tion and the Gender Divide - Por que mulheres não pedem: nego- ciação e divisão de gênero, em tradução livre, de Linda Babcock e Sara Laschever. Disserta sobre o fato de as mulheres pedirem o que querem 4 vezes menos que os homens e que isso pode, de alguma forma, impedir sua ascensão mais rapidamente ou se mostrarem menos negociáveis. Visa naturalizar os pedidos (em diversas vertentes), que muitas vezes são até esperados pela outra parte. Já pensou nisso?! Eles existem há mais de 2 mil anos. Se você é amante e gosta do bom e velho livro, independentemente de seu formato, não pode perder estas dicas. Destacados em 2019 pela Forbes como os 5 melhores livros para empreendedoras. Então veja só e boa leitura! 47 Você Intraempreendedor: Mone- tize Suas Habilidades, Crie Várias Fontes de Renda e Tenha Sucesso, de Dorie Clark. Tenha acesso às dicas práticas de como construir sua marca pessoal usando a expertise através de vários �uxos de receitas diferentes, tanto para empresas quanto para um indi- víduo. 48 How To Be An Overnight Success - Como ser um sucesso da noite para o dia, em tradução livre, de Maria Hatzistefanis. Ótima indicação para mulheres que trabalham no segmento varejo. Livro escrito pela fundadora da Rodial, que construiu duas marcas globais de produtos de beleza. Apresenta dicas práticas sobre empreendedo- rismo em um contexto geral, além de auxiliar no posicionamento de uma marca no mercado. 49 Leave Your Mark - Deixe a sua marca, em tradução livre, de Aliza Licht. Focado principalmente em como criar uma marca pessoal, adminis- trar suas redes e conteúdos, estabe- lecer boas conexões através de ne- tworking e se apresentar como uma pro�ssional diferenciada. Mulheres Poderosas Têm Am- bição”, de Heather McGregor. Já valeria a leitura apenas pelo nome da autora que já é um mulherão da- queles. McGregor é empreendedora, colunista do Financial Times, autora e apresentadora de TV. Neste livro aconselha mulheres a como cresce- rem no mundo corporativo ressal- tandosuas quali�cações e a hora certa de usá-las. Também levanta questões sobre como equilibrar car- reira e vida pessoal, o que hoje ainda é bem diferente da realidade mascu- lina. capítuloCAPÍTULO 4 Mulheres que revolucionaram o mundo (e para sempre)! “Nada na vida deve ser temido, apenas compreendido. Agora é a hora de en- tender mais, temer menos “ - Marie Curie Depois de ter chegado até aqui e lido sobre tantas mulheres fantásticas, ter se inspirado com suas histórias, lutas e vitórias, dá aquela aquecidinha no coração, não é mesmo?! Agora imagine como se sentiria se fosse uma das mulheres que revolucionou o mundo e eternizou suas causas e descobertas para todo o sempre. Pois é justamente isso que vamos falar neste capítulo, grandes mulheres que conseguiram ser laureadas com o prêmio Nobel, o Oscar da contribuição para a sociedade. “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, é com esta frase de Simone de Beauvoir que devemos começar esta viagem, pois ela representa a ideia de que ser mulher é muito mais do que um dado natural e biológico, mas o resultado de todos os efeitos so- ciais, históricos e de construção pessoal. A Fundação Nobel surgiu em 1900 e teve sua primeira edição da premiação em 1901. Alfred Nobel, químico, inventor e empre- sário bem-sucedido, pouco antes da sua morte (que ocorreu em 1896), determinou que uma comissão de intelectuais escolhes- sem indicados que deveriam ser reconhecidos pelas suas contri- buições para a sociedade, assegurando que sua fortuna fosse distribuída anualmente às pessoas que mais benefícios presta- vam à humanidade. Desde então, a premiação acontece até os dias atuais, sendo uma grande honraria. A premiação anual do Nobel passou a ser então um interes- sante índice para o cenário internacional. A cerimônia acontece todo ano dia 10 de dezembro na Suécia e Noruega e as personali- dades ganhadoras recebem um notável reconhecimento mundial em suas áreas de atuação. Embora possua 5 categorias, não há necessariamente ganhadores em todas as áreas todos os anos, o concedido com mais frequência é o da PAZ. De acordo com o site do Prêmio Nobel, cientistas mulheres foram premiadas 58 vezes no intervalo entre 1901 e 2020. Que tal conhecer algumas dessas?! 51 52 O que ela fez? Foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel e se tornou a primeira pessoa a ganhar 2 exemplares do prêmio em difer- entes áreas. Estudou em uma universi- dade clandestina, foi a primeira mulher a se tornar professora na Universidade de Paris. Foi agraciada com os prêmios pelo desenvolvimento da teoria da radioatividade, técnicas para isolar isótopos radioativos e pela descoberta de dois elementos quími- cos: o polônio e o rádio. Quem: Sigrid Undset Nacionalidade: Prêmio: Dinamarquesa Quem: Marie Curie Nacionalidade: Prêmios: Polonesa Nobel de literatura (1928) Nobel de Física (1903) e Nobel de Química (1911) O que ela fez? De família pobre que migrou à Noruega, aos 22 anos tinha seu primeiro manuscrito recusado por uma editora, então seu segundo romance, Fru Marta Aulie, foi aceito após a intervenção de um autor famoso. Ao longo dos anos escreveu mais livros que passaram a vender bem, mudou-se para a Europa conhecendo pessoas novas do círculo artístico escandinavo, o que lhe deu mais visibilidade. Daí então, escreveu sua obra mais famosa, Kristin Lavransdatter, trilogia modernista, que lhe rendeu o prêmio Nobel de literatura. Nacionalidade: Polonesa 53 O que ela fez? Ativista, assistente social, feminista e pio- neira na reforma social estadunidense, lutou por questões básicas como saneamento, educação infantil, economia doméstica e notou conexões para que as mulheres tives- sem participação no governo, já que nestes assuntos as mulheres teriam mais conhecimento que os homens. Foi a primeira mulher a receber um douto- rado honorário da renomada Universidade de Yale, a segunda mulher a ganhar um prêmio Nobel da Paz, este reconhecimento de seu trabalho social pelo país. Quem: Gerty Cori Nacionalidade: Prêmios: Tchéquia Quem: Jane Addams Nacionalidade: Prêmio: Norte Americana Nobel de Fisiologia ou Medicina (1947) Nobel da Paz (1931) O que ela fez? Veio de uma família judia, filha do químico inventor de uma maneira mais eficiente de refinar o açúcar. Sua mãe e seu pai eram influentes no âmbito cultural da época, porém as mulheres eram marginalizadas na ciência. Ainda assim, ingressou na Faculdade de Medicina em 1914, o que era raro para mulheres. Em 1929, ela e seu marido, também médico, propuseram um ciclo teorético, que mais tarde se tornaria o Ciclo de Cori, motivo pelo qual ganhou o Nobel. O Ciclo descreve como o corpo humano usa as reações químicas para quebrar alguns carboidratos no tecido muscular em ácido lático. Nacionalidade: Norte Americana 54 O que ela fez? Religiosa católica, naturalizada na Índia, servia aos pobres por meio do evangelho de Jesus Cristo, fundou a Congregação das Missionárias da Caridade, que tinha mem- bros em mais de 139 países. Madre Teresa foi duramente criticada pela condição das casas dos moribundos de quem cuidava, mesmo após todo seu reconhecimento internacional e Nobel da Paz do ano de 1979. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 2003 e canonizada pelo Papa Francisco em 2016. Quem: Malala Yousafzai Nacionalidade: Prêmio: Paquistanesa Quem: Madre Teresa de Calcutá Nacionalidade: Prêmio: Albanesa Nobel da Paz (2014) Nobel da Paz em 1979 O que ela fez? Ativista conhecida principalmente pela defesa dos direitos humanos das mulheres e do acesso à educação em sua região, onde Talibãs impediam jovens de frequen- tar escolas. Ela começou a enviar cartas, sob pseudônimo, para a imprensa (internacional), relatan- do como eram oprimidos lá, isso aumentou sua popularidade e passou a conceder entrevistas nas mídias. Devido à sua notoriedade, sofreu um atentado em 2012, que quase ocasionou sua morte, porém esta tentativa desencadeou fortes movimentos nacionais e internacionais. 55 Nacionalidade: Albanesa As mulheres foram destaque no Prêmio Nobel 58 vezes, como apresentado anteriormente, em um total de 950 laureados, sendo que 27 foram organizações. A partir deste número é as- sustador deduzir que todos os demais foram para homens, tor- nando este reconhecimento feminino ainda mais espetacular e a disparidade intimidadora a qualquer uma. Óbvio que parte disso vem do acesso ao estudo para mulheres muitos anos depois e aquém do acesso à educação dos homens, dos direitos civis fe- mininos, dos costumes e quebras de paradigmas ao longo dos séculos. A boa notícia é que entre 1901-1920, foram quatro as mulhe- res premiadas; entre 1921 e 1940, cinco; entre 1941 e 1960, três; entre 1961 e 1980, sete; entre 1981 e 2000, onze e entre 2001 e 2019, 24 mulheres foram premiadas. Isso representa que nas últi- mas décadas tivemos quase o mesmo número de mulheres pre- miadas que nos primeiros 80 anos e isso mostra uma nítida evo- lução e uma pontinha de esperança para a chegada de dias me- lhores. Em 2020, um ano para se comemorar, premiou 4 mulheres, perdendo apenas para o ano de 2009 onde 5 mulheres foram agraciadas, sendo este um marco histórico desde o início da pre- miação. As mais recentes premiadas foram Andrea Ghez, que di- vidiu o Nobel de Física com outros dois homens; em Química, levaram Emmauelle Charpentier, do Instituto Max Planck, da Ale- manha, e Jennifer Doudna, da Universidade da Califórnia, em Berkeley; e a poeta americana Louise Glück, professora da Uni- versidade Yale. Não há dúvidas de que existe muito a se caminhar, mas com certeza bastante já foi percorrido. Como diria Geraldo Vandré em sua música, Pra não dizer que não falei das �ores: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer", cuja canção já foi hino de re- sistência, porque não usá-la agora também?! Vamos lá, fazer acontecer?! Boa caminhada aos seus destinos, mulheres! finalizarPara finalizar: Um presente para você! ELA é Só DELAEla é só dela. Das suas vontades, da sua intensidade e das suas dúvi- das. Das lágrimas dilacerantes aos sorrisos incandescentes. Ela é só dela. Das suas viagens, das suas memórias e dos seus desejos. Ela é apaixonante, mas é muita areia pra você. Uma praia inteira. Com água de coco, trilha nas pedras e banho de mar. Ela é um absurdo. Um es- cândalo. Um abuso. Mas é só dela. De coração grande para o cachorro abandonado na rua e seco para quem já não merece mais outra chance. Ela já aprendeu que todo amor pode acabar, menos o próprio. Ela é o que ela quiser e não o que gostariam que ela fosse. Ela é o que ela quiser e a cada dia quer algo diferente. Provar algo novo. Experimentar. Ela dorme com uma vontade e acorda com outra. Não é difícil conseguir o seu in- teresse, o desafio é mantê-la interessada. Não tente mapeá-la. Não tente entendê-la com as suas fórmulas baratas. Não tente dizer o que é certo ou o que é errado. Lembre-se! Ela é só dela. Dos seus sonhos, dos seus devaneios e das suas verdades. Ela pensa fora da caixa. Fora do padrão. Fora de tudo aquilo que todo mundo acha certo. Ela prefere a janela do quarto à TV. Ela não dispensa uma barriga sarada, mas faz mais questão de uma mente evoluída. Ela não acerta sempre, mas sempre erra os seus próprios erros. E segue em frente. A fase de lágrimas ficou no passado. Agora ela segue distribuindo sorrisos e conquistando corações. Vai derrubando os seus medos e desvendando novos sabores. Novos amores. Novas sensações. Ela é só dela. Ela é do vento, do mar, do sol e da lua. Ela é de lua. Ora parece insensível, ora abraça a criança carente no sinal. Ora quer pegar a estrada, ora quer ficar o dia inteiro na cama. Não tente entendê-la. Não tente prendê-la. Não ouse rot- ulá-la. Ela é só dela. Das suas loucuras, da sua instabilidade e dos seus planos. Ela é aquele dia ensolarado que termina em tempestade. Aquele jardim de pedras de onde brota uma única rosa. Uma surfista que não abre mão do mar. Ou você surfa junto, ou é melhor ficar na areia e admirar. Ela é só dela e vai ser sempre assim. Tem quem ache egoísta. Tem quem ache cruel. Só não há quem não se apaixone. Pobres, mortais. Não adianta. Ela é só dela. Do amigo Rafa.
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