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TÓPICO 05: A POESIA BARROCA O gongorismo predominou na poesia barroca em Portugal. A seguir, vem uma pequena antologia de poemas da época. Observe os temas preferidos, o gosto pelo contraste, o dualismo e outros traços da poética barroca: EXEMPLO: FRANCISCO RODRIGUES LOBO Fermosos olhos, quem ver-vos pretende A vista dera em preço, se vos vira, Que inda que por perder-vos a sentira, A perda de não ver-vos não se entende; A graça dessa luz não na compreende Quem, qual ao Sol, a vós seus olhos vira, Que o cego Amor, que cego deles tira, " Com vossos próprios raios a defende. Não pode a vista humana conhecer Qual seja a vossa cor, que a luz forçosa Não ausente mostrar tanta beleza: Se eu, que em vendo-a ceguei, pude ainda ver, Uma cor vi, porém, cor tão fermosa Que me não pareceu da natureza. Francisco Manuel de Melo VEJAMOS DOIS EXEMPLOS: SONETO I Formosura, e Morte, advertidas por um corpo belíssimo, junto à sepultura. Armas do amor, planetas da ventura Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantasia, Formosura maior que a formosura: Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcova de morada fria, Confusa solidão, só companhia, Cujo nome melhor é sepultara: Quem tantas maravilhas diferentes Pode fazer unir, senão a morte? A morte foi em sem-razões mais rara. LITERATURA PORTUGUESA I AULA 04: BARROCO. O CULTISMO E O CONCEPTISMO; OS SERMÕES DE VIEIRA; O TEATRO DE ANTÔNIO JOSÉ 135 Combinarenumerar.pdf LiteraturaPortuguesaI_aula_04.pdf 05.pdf