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Políticas Públicas e Legislação Educacional Aula 4 Políticas Públicas e Legislação Educacional Aula 4 Sumário Aula 04 Políticas Públicas e Legislação Educacional 1 – Considerações preliminares 2 – O que determina a Lei de Diretrizes e Bases e os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino fundamental do país? 1 - Considerações preliminares A Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/96) dispõe em seu artigo 26: Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum a ser com- plementada, em cada sistema de ensino e esta- belecimento escolar, por uma parte diversifi cada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. De acordo com Art. 14 da Resolução n.4, de 13 de julho de 2010, que defi ne Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, a Base Nacional Comum constitui-se de: conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente, expressos nas políticas públicas e gerados nas instituições produtoras do conheci- mento científi co e tecnológico; no mundo do tra- balho; no desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportivas e corporais; na produção artística; nas formas diversas de exercício da ci- 4 dadania; e nos movimentos sociais. [...] é integrada pelo ensino da Língua Portugue- sa, da Matemática, do conhecimento do mundo físico, natural, da realidade social e política, es- pecialmente do Brasil, incluindo-se o estudo da História e das Culturas Afro-Brasileira e Indíge- na; da Arte, em suas diferentes formas de expres- são, incluindo-se a música; da Educação Física e do Ensino Religioso. Esses componentes curriculares se es- truturam por áreas de conhecimento, por disci- plinas, por eixos temáticos, contanto que se pre- serve a especifi cidade dos diversos campos do conhecimento. O § 3º do artigo e resolução supracitados complementa ainda que: A Base Nacional Comum e a Parte Diversifi cada não podem se constituir em dois blocos distin- tos, com disciplinas específi cas para cada uma dessas partes, mas devem ser organicamente planejadas e geridas de tal modo que as tecno- logias de informação e comunicação perpassem transversalmente a proposta curricular, desde a educação infantil. 5 Ressaltamos, entretanto, que por força da Lei nº. 11.161/2005, a Língua Espanhola é obrigatoriamente ofertada no ensino médio, em- bora de caráter facultativo para o estudante, bem como possibilidade no ensino fundamental do 6 º ao 9º ano. Nesse processo, cabe aos Parâmetros Curriculares Nacionais orientar o trabalho do- cente e conduzir à refl exão acerca de sociedade e de educação que se quer formar, como deverá acontecer a organização do trabalho escolar, bem como reorientar posturas e valores de educado- res e a organização dos conteúdos e metodologia de trabalho. Inclusive, a supramencionada Reso- lução, no Art. 56 aborda o perfi l dos educadores: A tarefa de cuidar e educar, que a fundamentação da ação docente e os programas de formação ini- cial e continuada dos profi ssionais da educação instauram, refl ete – se na eleição de um ou outro método de aprendizagem, a partir do qual é de- terminado o perfi l de docente para a Educação Básica, em atendimento às dimensões técnicas, políticas, éticas e estéticas. 6 O Art. 57 versa a respeito da valoriza- ção do profi ssional da educação, uma vez que se assim se procede, a escola do mesmo modo é valorizada. Isso se resume na prática através da garantia de programas de formação inicial e con- tinuada de docentes e não docentes, no contexto do conjunto de várias atribuições defi nidas para os sistemas educativos. Cabem, portanto, aos programas de formação continuada preparar os profi ssionais da educação para o desempenho de suas atribuições, considerando necessário: a) além de um conjunto de habilidades cogniti- vas, saber pesquisar, orientar, avaliar e elaborar propostas, isto é, interpretar e reconstruir o co- nhecimento coletivamente; b) trabalhar cooperativamente em equipe; c) compreender, interpretar e aplicar a linguagem e os instrumentos produzidos ao longo da evolu- ção tecnológica, econômica e organizativa; d) desenvolver competências para integração com a comunidade e para relacionamento com as famílias. Não basta simplesmente ao educador a 7 formação adquirida nos cursos de licenciatura, pois os conhecimentos, saberes e habilidades integram um processo contínuo de desenvolvi- mento e aperfeiçoamento. Nesse sentido, os sis- temas educativos precisam instituir orientações para que o programa de formação dos profi ssio- nais favoreça: a) a consolidação da identidade dos profi ssionais da educação, nas suas relações com a escola e com o estudante; b) a criação de incentivos para o resgate da ima- gem social do professor, assim como da autono- mia docente tanto individual como coletiva; c) a defi nição de indicadores de qualidade social da educação escolar, a fi m de que as agências for- madoras de profi ssionais da educação revejam os projetos dos cursos de formação inicial e conti- nuada de docentes, de modo que correspondam às exigências de um projeto de Nação. 8 2 – O que determina a Lei de Diretrizes e Bases e os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino fundamental do país? O Art. 32 fala da obrigatoriedade do ensino fundamental, agora com duração de 9 (nove) anos, e gratuito na escola pública, tendo início aos 6 (seis) anos. Estabelece quatro pilares que deverão ser considerados na formação do cidadão tendo em vista os objetivos do ensino fundamental: • Desenvolvimento da capacidade de aprender. • A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político. • O desenvolvimento da capacidade de apren- dizagem, tendo em vista a aquisição de conhe- cimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; • O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância re- cíproca em que se assenta a vida social. 9 O ensino deverá ser ministrado em língua portuguesa, porém fi cando assegurada às comuni- dades indígenas e utilização de suas línguas mater- nas e processos próprios de aprendizagem. O currículo do ensino fundamental terá de incluir o conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como dire- triz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de material didático a dequado. (Incluído pela Lei nº 11.525, de 2007). Em relação ao ensino religioso (de ma- trícula facultativa), conforme o que determina o Art. 33, fi ca estabelecido que será ministrado em horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, com uma ressalva, sem ônus para os cofres públicos, e levando em consideração as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis, em caráter: I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu responsável, ministrado por professores ou orientadores religiosos prepara- dos e credenciados pelas respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou 10 II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades religiosas, que se responsa- bilizarão pela elaboração do respectivo programa. Precisamos nos atentar para o seguinte: a atual Lei levanta a questão do pagamento aos professores de ensino religioso, devendo ser ofe- recido sem ônus para os cofres públicos. Porém, esse dispositivo legal, na prática não é seguido. Os professores de ensino religioso são remune- rados no mesmo patamar que o fazem com os demais componentes curriculares. Em muitos sistemas, os professores de outras disciplinas, com o intuito de completar a carga horária, são os que lecionam o ensino religioso. Quanto ao conteúdo que deverá ser mi- nistrado nas aulas de ensino religioso, cabem aos sistemas de ensino regulamentar os procedimen- tos para a defi nição dos conteúdose estabelecer as normas para a habilitação e admissão dos pro- fessores. Em relação à jornada escolar, o Art. 34 esclarece que: “A jornada escolar no ensino fundamental incluirá 11 pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola. § 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de organização autoriza- das nesta Lei. Esse Artigo propõe a implantação grada- tiva da escola de tempo integral no ensino funda- mental, sendo que, de imediato, o aluno deve ter pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula. Para cumprir a obrigatoriedade de oferta de ensino fundamental, o Estado e os Municípios: • Em regime de colaboração e com assistência da União, recensearão a população em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso. • Criarão formas alternativas de acesso aos dife- rentes níveis de ensino, independentemente da escolarização anterior. • Promoverão cursos presenciais ou a distância para jovens e adultos insufi cientemente escola- rizados. • Possibilitarão a aceleração de estudos para alu- 12 nos com atraso escolar. • Realizarão cursos e exames supletivos que os habilitem ao prosseguimento de estudos. Os PCNs indicam como objetivos do Ensino Fundamental que os alunos sejam ca- pazes de: • Compreender a cidadania como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, ado- tando, no dia a dia, atitudes de participação, so- lidariedade, cooperação e repúdio às injustiças e discriminações, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito. • Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, res- peitando a opinião e o conhecimento produzido pelo outro, utilizando o diálogo como forma de mediar confl itos e de tomar decisões coletivas. • Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identifi cando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente. • Conhecer e valorizar a pluralidade do patri- mônio sócio-cultural brasileiro, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em dife- renças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individu- 13 ais e sociais. • Conhecer características fundamentais do Bra- sil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o senti- mento de pertinência ao país. • Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confi ança em suas ca- pacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimen- to e no exercício da cidadania. • Utilizar as diferentes linguagens - verbal, mate- mática, gráfi ca, plástica e corporal - como meio para expressar e comunicar suas ideias, interpre- tar e usufruir das produções da cultura. • Utilizar a Língua Portuguesa para compreender e produzir, em contextos públicos e privados, mensagens orais e escritas, atendendo a diferen- tes intenções e contextos de comunicação. • Questionar a realidade formulando-se proble- mas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intui- ção, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verifi cando sua adequação. • Saber utilizar diferentes fontes de informação 14 e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos. • Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizan- do e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva. 15
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