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GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA

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ADOLESCENCIA E GRAVIDEZ PRECOCE: UMA QUESTÃO SOCIAL E EDUCACIONAL
CUIABÁ/MT
ABRIL/2016
STÉPHANIE NAYARA CAVA
ADOLESCENCIA E GRAVIDEZ PRECOCE: UMA QUESTÃO SOCIAL E EDUCACIONAL
CUIABÁ/MT
ABRIL/2016
RESUMO
É na adolescência que ocorrem as últimas e mais importantes transformações do corpo, daí que uma gravidez entre os 12 e os 18 anos seja considerada situação de risco, quanto mais baixa a faixa etária da adolescente maior é a proporção de complicações obstétricas e mortalidade. Os riscos obstétricos mais frequentes, e que resultam da gravidez num organismo insuficientemente desenvolvido são: hemorragias no primeiro e segundo trimestre, anemias, infecções urinárias, disfunção uterina, desproporção céfalo-pélvica, ganho de peso insuficiente, hipertensão, deslocamento prematuro da placenta, trabalho de parto mais complicado (cesariana ou fórceps), morte da mãe decorrente de complicações da gravidez, parto e puerpério. Os riscos para o futuro bebê são: a prematuridade, maior mortalidade Peri natal, baixo peso à nascença, maior mortalidade infantil, anomalias no sistema nervoso central, dificuldade respiratória, hiperglicemia, convulsões, entre outras. Acarreta vários problemas, nomeadamente a exclusão, com a consequente pressão que a adolescente sente na escola e a imposição do casamento. A maior parte dos adolescentes não possui educação sexual, dado que provêm de matrizes familiares desestruturadas, onde os problemas a nível emocional são uma constante, aliados ainda a fracos recursos socioeconômicos. O acontecimento de uma gravidez associado a todas as pressões a nível psicossocial que uma adolescente tem de enfrentar conduz por vezes, á tomada de decisões no sentido de continuar ou não essa gravidez sendo que, por vezes o recurso ao aborto surge como a solução mais viável. Esta solução de interrupção da gravidez através do aborto varia consoante o nível socioeconômico da adolescente. Diante do exposto é que esta pesquisa bibliográfica tem como objetivo expor os conceitos que a sociedade precisa para compreender e dar apoio a adolescentes que passam por gravidez precoce. A pesquisa esta baseada em autores que buscam informações para esta temática tais como, ABRAMO (2005), ARIES (1981), SHARLOT (2000), FOUCAUT (1997), entre outros citados no decorrer dos textos que foram analisados e interpretados para melhor compreensão dos leitores.
Palavras-chave: Adolescência precoce – Apoio familiar – Saúde do adolescente – Responsabilidade educacional .
I - INTRODUÇÃO
Esta pesquisa busca esclarecer a problemática da gravidez na adolescência no conteúdo social, onde as famílias são surpreendidas com tal acontecimento “tirando” a infância e até a adolescência, fazendo da menina mãe. 
Com o objetivo de despertar o interesse dos educadores para discutir os aspectos relevantes sobre educação sexual nas escolas, enfatizando um aspecto importante, como causa da evasão escolar, bem como, informar sobre situações alarmantes de gravidez na adolescência que ronda as famílias, em especial as de baixa renda. 
A adolescência é um período muito difícil, cheio de transformações, dúvidas e incertezas, em que ocorre o despertar da sexualidade e com isso o organismo feminino se torna apto á reprodução. Portanto, é uma fase em que a personalidade da virtude se encontra em fase de construção causando uma grande confusão ao saber lidar com uma gravidez indesejada, “quando criança terá que cuidar de criança”.
Diante do exposto é possível afirmar que, falar sobre sexo e sexualidade na escola, apesar dos avanços experimentados nos últimos anos, não é ainda tão comum e simples. Muitas e diferentes resistências se apresentam nesse paradigma. Por extensão, também se torna complexa a abordagem da gravidez na adolescência. Não é tarefa fácil, tanto para a família quanto para os adolescentes.
Aliás, em relação à gravidez, o trato da questão pressupõe ações integradas, nunca isoladas, exigindo, portanto articulação conjunta dos diferentes canais sociais. Acredite: fugimos, igualmente, daquela visão ingênua de que cabe apenas à educação a solução de todos os problemas sociais – enraizados de longa data – na sociedade brasileira.
Falar da sexualidade implica repensar preconceitos, quebrar velhos paradigmas e, sobretudo, superar hipocrisias presentes há muito tempo. Contudo, professor/a, de uma coisa tanto nós como você temos certeza: o silêncio, o preconceito ou a indiferença social são as maiores dificuldades no diálogo entre pais, responsáveis, professores e os jovens. (HEILBORN, 2008, p.13).
Para tanto precisamos de uma reflexão profunda, de uma abordagem no espaço escolar sobre a vivência da sexualidade na adolescência e juventude. Conhecê-los é essencial para uma aproximação que propicie o debate sobre sexualidade.
É necessário estar atento às mudanças sociais que acontecem nesta etapa da vida que os adolescentes atravessam, na qual a escola – e também a família, os serviços de saúde e os projetos sociais/culturais de ONGs, para citar alguns exemplos – têm importante papel.
II – DIAGNOSTICO DA SAÚDE DA ADOLESCENTE GRAVIDA PRECOSEMENTE
Revendo na literatura, os autores que versam acerca do tema proposto sobre a percepção elencou-se os que se seguem.
A partir da visão de que tais sujeitos são bastante vulneráveis e necessitam de cuidados e estratégias especiais de saúde, o Ministério da Saúde (MS) criou o Programa Saúde do Adolescente, PROSAD, pela Portaria n°. 980/GM de 21/12/1 989.
O programa fundamenta-se na política de Promoção de Saúde, respeitando as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), garantidas pela Constituição Brasileira de 1988.
Santos e Schor (2003) enfatizam que a gravidez, especialmente na Adolescência pode evidenciar necessidades inconscientes, podendo ser uma experiência simbólica de renascimento; ou o bebê pode ser considerado alguém que pode preencher uma carência afetiva ou para suprir uma relação de insatisfação com a mãe. Além dos motivos usualmente atribuídos à gravidez na adolescência, há outros mais a serem observados: desejo de engravidar, gravidez como estratégia de inserção no mundo adulto, a ideologia da maternidade e o desamparo emocional.
Nos três tópicos que Santos e Schor (2003) enfatizou é apenas uma fagulha próximo de uma imensa fogueira que atormenta a população nos dias de bole, e a visão do renascimento, varias pessoas tem essa ficção em sua mente, que ela poderia ter uma nova chance de recomeçar, mas é um pensamento que só agrava a situação, pois a realidade é totalmente outra, na maioria desses problemas são desencadeados pela carência afetiva. A gravidez na adolescência pode ser apenas um de milhares de problemas que esse distúrbio psicológico pode acarretar senda que neste caso o problema vai só aumentar com a chegada do bebe.
Segundo Aquino (2003), nesse sentido, alguns aspectos psicológicos, tais como baixa estima, ausência de apoio familiar, vivência de alto nível de estresse, poucas expectativas frente ao futuro e a presença de sintomas depressivos, exerce influência no modo que a relação entre a gestante adolescente e seu bebê irá se constituir.
Na visão de Aquino (2003), a gravidez na adolescência pode ser comparada como um real espelho a sua atual convivência com seus familiares, que de forma alguma se preocupam em dar um alicerce psicológico, e por se tratar principalmente de uma menina, o reforço psicológico deveria ser maior, pois vivemos em uma sociedade machista, que ainda criam seus meninos para serem machos, ao invés de homens. E diante de muitos de seus sintomas depressivos a gravidez na adolescência pode ser só o inicio de vários outros problemas que podem surgir.
Na visão dos dois autores, que a principal preocupação deles naquela época é a mesma nos dias de hoje, a falta de diálogo familiar, os pais não se preocupam onde seus filhos estão com quem estão andando, conselho de quem estão ouvindo.
E esse trabalho a proteção do menor e adolescente está desenvolvendo, e por isso muitas mães estão perdendoa guarda de seus filhos, por não terem condições psicológicas de os criarem.
Segundo Pinheiro (2000), no entanto discutem baseados em diversos estudos, os riscos frequentemente associados à gravidez na adolescência. Os pesquisadores questionam se a prática do aborto em adolescentes apresenta uma maior ocorrência quando comparadas com mulheres adultas. Outro aspecto, diz respeito aos problemas de saúde (no parto, peso ao nascer, prematuridade) que podem ser enfrentados pelas adolescentes grávidas. Pinheiro coloca que os riscos de saúde aos quais as adolescentes estão sujeitas dizem respeito mais à situação de precariedade socioeconômica que podem ser vivenciadas mulheres de qualquer faixa etária do que às características naturais da adolescente (exceto no caso de meninas abaixo de 14 anos).
Pinheiro (2000) relata a questão do aborto, na maioria das vezes feito clandestinamente, podemos até ariscar dizer que as adolescentes são a maioria na estatística dos abortos, principalmente por causa do medo dos pais, medo do abandono dos amigos e rejeição do parceiro e etc. E também afirma que a maioria dos problemas ocorridos durante e pós-gestação ocorrem devido à precariedade da situação da saúde pública, que infelizmente deixa a desejar, claro que isso só acontece nos casos e que as gestantes recorrem ao atendimento público. E nos casos de gravidez abaixo dos 14 anos de idade, existem mais fatores de risco que são relacionados à idade da gestante.
Segundo Godinho (2000) ressaltam que uma consequência social da gravidez é a restrição das possibilidades de futuras melhorias nas condições socioeconômicas das adolescentes. Frequentemente, as adolescentes grávidas se veem obrigadas a abandonar a escola ou o emprego.
Godinho (2000) relata a questão da adolescente que por motivo da gravidez acaba abandonando seus estudos e sonhos, para começar a viver coisas que até aquele momento jamais passaram pela sua cabecinha de criança.
Algumas das adolescentes não estão preparadas para serem mães, é a ode muita delas recorre por fazer o aborto clandestino e podendo colocar sua vida em risco. Realmente essa situação é um impacto muito grande na vida dessas crianças, obrigando elas na maioria das vezes abandonarmos os estudos, o emprego, e por pior que pareçam os seus sonhos.
Segundo Medeiros (2001) que o adolescente “descobre a sexualidade a partir da referência de colegas que estão nas ruas há mais tempo, assim como de experiências impostas por outros adolescentes ou adultos”. Em consequência, a adolescente está susceptível à transmissão/contaminação por doenças sexualmente transmissíveis e à gravidez.
Medeiros (2001) se refere à falta de carinho e atenção que esses adolescentes sofrem em seus lares, e em consequência disto acabam cedendo a, mas influência, e ficando a mercê de doenças e da gravidez precoce.
Segundo Prado (2002) cabe ressaltar que, a gravidez em menores de 14 anos, é pressuposto automático, O Código Penal Brasileiro, art.124, dispõe que constitui crime provocar aborto em si mesmo, ou consentir que o provoquem. No entanto, prevê exceção em dois casos: “do aborto necessário”, se houver risco de vida da gestante e em gravidez resultante de estupro. No primeiro caso, é obrigatório que o aborto seja praticado por um médico e que não haja outro meio de salvar a vida da gestante. No segundo, chamado de “aborto sentimental”, dependerá da comprovação da ocorrência de estupro.
Para Prado (2002) a primeira coisa que passa pela cabeça delas é o aborto, por falta de atenção de seus pais que não orientarão antes do acontecido, e ficar atento para que não aconteça um erro maior, como no caso a prática de um crime que pode marcar sua vida toda.
Os dois autores relatam algumas das consequências que o descaso, o abandono, e a exclusão socioeconômica podem vir a desencadear na vida da adolescente, ficando exposto a doenças, a gravidez precoce, e até mesmo tendo que recorrer a pessoas criminosas sem capacitação, para tentar resolver seus problemas. Sendo que tudo isso poderia ser resolvido se fosse dado mais atenção, dedicação, e amor.
Segundo Passos (2001) o afastamento da casa as referências socializadas na família sobrevivem em realidade das experiências de rua (p. 674), sendo importante considerar que todos os aspectos discutidos anteriormente fazem parte do cotidiano de milhares de adolescentes em situação de risco social e pessoal, sendo a opção de ir para a rua relacionada, principalmente, ao sucesso ou fracasso da integração familiar.
Neste contexto, a gravidez encontra sua razão de ser em uma estratégia de afirmação e identidade de adolescentes, em famílias de pouca integração. Não tendo outra expectativa de vida, estas adolescentes fazem do ser mãe seu projeto de vida.
Passos (2001) afirma que muitas adolescentes por não terem suas famílias e por se encontrarem sozinhas excluídas da sociedade, tentam trazer através de sua gravidez um pouco de carinho para suas vidas.
Segundo Ramos (2000) dúvidas sobre sexualidade e relacionamento é muito frequente nesta etapa da vida, devendo ser discutidos em família se esta possuir diálogo. O atual modo de vida familiar não permite que os pais fiquem muito tempo com os filhos o que leva a um distanciamento desde a infância. A tentativa de resgate, quando acontece, dá-se na adolescência quando surgem evidências de que algo de “anormal” está ocorrendo com o filho.
Para Ramos (2000) nesta etapa da vida é muito importante o dialogo entre família, mas na atual situação socioeconômica os pais não priorizam a educação de seus filhos, e quando acordam para a situação na maioria das vezes é tarde demais o problema já existe e a solução nem sempre é das mais fáceis.
Os dois autores relatam não que a adolescente não tendo sua base psicológica formada principalmente por seus pais, as adolescentes vão para as ruas em busca de atenção, compreensão e amor e acabam encontrando o lado ruim da vida, começam ganhar o dinheiro mais fácil através da prostituição, é a onde quase sempre acabam engravidando. As famílias que conservam um bom diálogo dificilmente passam por esses problemas. Temos que deixar reservado um tempo para nossos filhos, porque eles não dependem só de nosso dinheiro para sobreviver e sim de nossa atenção.
Segundo Barros (2006) gravidez precoce é um problema que também envolve adolescentes do sexo masculino, devendo também ser acolhido no planejamento das ações em saúde. O enfermeiro deve estabelecer um vínculo com o adolescente levando-o a interessar-se e procurar o atendimento da unidade. Para que isso ocorra, é necessário que o enfermeiro tenha uma boa equipe, sendo esta multidisciplinar, em que o médico, enfermeiro, agentes comunitários estejam inseridos no programa e trabalhem de forma coesa.
Na opinião de Barros (2006) tem sempre um segundo culpado nesses casos, nós da sociedade costumamos dizer que a culpa é da menina que não foi bem instruída, mas convenhamos que a culpa seja de ambos, se nós como profissionais bem capacitados tomarmos uma atitude com antecedência podemos evitar diversos transtornos para nossa comunidade.
Segundo Barroso (2002) as adolescentes que iniciam a vida sexual precocemente e engravidam nesse período, geralmente vêm de famílias cujas mães se assemelham a esse contexto, ou seja, também iniciaram sua vida sexual precocemente ou engravidaram durante a adolescência.
Barroso (2002) comenta questão da hereditariedade na família, é aquela velha frase “se minha mãe pode porque não posso”, é ai que tem que ser desenvolvido um trabalho rigoroso psicologicamente para que o erro não torne a repetir.
Podemos perceber que na visão dos autores, dois problemas se unem para gerar um terceiro ainda maior, é o caso da mocinha carente e do rapazinho desenformado, não podemos de forma alguma permitir que isso aconteça, temos que participar mais, ouvir mais, e principalmente amar mais, ai sim muito desses problemas deixou de existir.
Segundo Barreto (2008), devemos enxergar a adolescente grávida como um indivíduo único, com diferentes sensações e sentimentos. Podemoscrer que a adolescente, ao mesmo tempo em que se considera adulta para ter uma vida sexual é uma criança. Essa distinção é fundamental, para que com sensibilidade, possamos auxiliar no crescimento e autoconhecimento dessas jovens.
Na opinião de Barreto (2008) temos que ter muito cuidado e discernimento na hora de abordarmos a questão das adolescentes grávidas, porque podemos observar que muitas delas estão conscientes em questão de sua situação, apesar de não ser a hora certa de engravidarem.
Segundo Guimarães (2001), as causa de uma gravidez na adolescência é multi causal e sua etiologia está relacionada a uma série de aspectos que podem ser agrupados em: Fatores Biológicos, Fatores de Ordem Familiar, Fatores Sociais, Fatores Psicológicos e Contracepção. Sabemos que muitas adolescentes estão engravidando, hoje no Brasil. Algumas consequências psicossociais da gravidez na adolescência. São elas limitação de oportunidades vocacionais, estudo interrompido, persistência na pobreza, separação dos pais do bebê e repetição da gravidez.
Guimarães (2001) enfatiza principalmente a questão do da adolescente pós-gravidez, tendo que se sujeitar a formas de trabalho que ela não havia planejado na maioria dos casos o pai da criança abandona os dois, os estudos ficam em último plano e com isso não se consegue romper a barreira da pobreza e provavelmente ela vai engravidar de novo.
O que podemos ver na opinião dos autores Barreto (2008) e Guimarães (2001) são os cuidados e a delicadeza que devemos ter ao lidar com as adolescentes grávidas, fazê-las enxergar que ainda não estão preparadas para aquele momento, e mostrar lhes as oportunidades que estão perdendo por causa desta escolha que mesmo aparentemente estão fazendo consciente.
Segundo Rodrigues (2004), a saúde do adolescente, especificamente relacionada à gravidez, está pautada na educação sexual. Ainda conforme o autor, esse processo educacional deve ser conduzido e preparado por alguém que seja da confiança das jovens.
Para Rodrigues (2004) a adolescente grávida necessita de alguém em que ela confie para expressar todos os seus sentimentos e dúvidas e através deste contato inserir educação sexual.
Segundo Oliveira (2002), sugere que para adolescentes pobres, provenientes em geral de núcleos familiares matriarcais, pouco provedoras de cuidado, proteção e carinho, observa-se uma maior atração (consciente ou inconsciente) pela gravidez. Para estas adolescentes, a maternidade não era significada como algo precoce, mas sim como mais uma etapa natural do processo de desenvolvimento.
Oliveira (2002) ressalta a questão de que muitos pais fazem suas filhas acreditar que ela nasceu para aquele propósito, arrumar um homem e constituir uma família.
Unindo a colocação dos dois autores Oliveira (2002) e Rodrigues (2004) podem se sugerir que primeiramente façamos um trabalho com as mães, porque com certeza são pessoas que nunca ouvirão falar de educação sexual e através destas pessoas que elas estejam mais próximas conseguiremos chegar a um resultado satisfatório.
Segundo Heilborn (2002) a experiência de uma gravidez inscreve-se em uma etapa de aprendizado da sexualidade, que assume contornos singulares no contexto da cultura sexual brasileira, envolvendo complexas interações entre homens e mulheres, o que torna necessário situá-la no quadro das relações e papéis de gênero.
Heilborn (2002) coloca a questão da necessidade de termos maior cautela ao ministrarmos a educação sexual, para que eles possam realmente entender que sexo não é para deixar de ser feito e sim ser feito na hora certa, no momento certo e principalmente com a pessoa certa.
Mendes (2002). Ao final de 1993 criou-se o Programa de Saúde da Família (PSF). A opção do Ministério da Saúde, ao institucionalizar o PSF como política nacional de atenção primária à saúde, foi o de adotar uma estratégia organizacional do sistema de serviços de saúde no Brasil.
Na visão de Mendes (2002) é que através do PSF fique mais fácil chegarmos até as pessoas e orientar e tratá-las.
Unindo a visão de Heilborn (2002) e de Mendes (2002) podemos conscientizar que alguma coisa já foi feita para tentar sanar o problema, o que precisamos agora é de bons profissionais para ir ao encontro dessas pessoas.
Segundo Kimura (1997) entendida dessa forma, a maternidade passa a ser vista enquanto fenômeno social e consequentemente como uma construção sócio- histórica. No caso da mulher, quando vivencia o processo da gravidez, ela se identifica com uma identidade pressuposta de mãe, o quê posteriormente como representação será interiorizado e objetivado socialmente.
Segundo a opinião de Kimura (1997) a adolescente quando grávida não vivencia aquele momento como deveria acontecer normalmente, e por ser uma criança ela não estar preparada tanto fisicamente como psicologicamente para essa situação.
Segundo Kahhale (2003) a concepção de adolescência na visão sócia histórica, entende-se como uma construção na história da humanidade, e decorrente disso, não é uma fase natural do desenvolvimento humano. Portanto, deve ser o seu movimento e suas características compreendidas no processo histórico de sua constituição. Mudanças no corpo e no desenvolvimento cognitivo são marcas que a sociedade destacou para identificar a adolescência, porém, muitas outras coisas podem estar acontecendo com esse indivíduo nessa época que não são destacadas. As características fisiológicas não são tomadas como tal, são significadas. Existem significados diferentes de acordo com a cultura de uni determinado grupo social.
Kahhale (2003) explica que no passado não se preservava a adolescência, geralmente quando começava aparecer os sinais de que a menina já estava se tornado mulher, que já estava fértil já se davam em casamento, e não tinham a menor noção que ela deveria se formar por fora com por dentro.
Ao relacionar opinião desses dois autores, Kimura (1997) e Kahhale (2003) veem que a chegada dos hormônios, tudo se confunde e com isso a cabeça da adolescente mais ainda, por achar que já está pronta para engravidar, para ser mãe, e é quando descobre que ser mãe não é um simples brincar de bonecas.
Segundo Campos (2002) caracteriza a adolescência em termos de processos psicológicos, que envolvem as reações dos jovens às suas mudanças físicas e à resolução razoável de sua identidade pessoal, que para a maioria das pessoas ocorrem entre 11 e 21 anos.
Campos (2002) se referem à sensação de liberdade que os seres humanos sentem nessa faixa etária, por sentirem seu corpo formado, por notarem seu tom de voz mais imponente, eles se sentem adultos.
Segundo Dimenstein (2005, p 12), 26% das jovens no Brasil engravidam ates de completar 20 anos. Ainda de acordo com esse autor, traduzindo esse percentual, ‘todos os anos, milhões de brasileiros muitos jovens, a imensa maioria delas pobres, tornam se mães mais vulneráveis para continuar os estudos e educar os filhos.
Dimenstein (2005, p 12) se refere à forma prematura que nossas crianças se tornam mães e deixam de priorizar os estudos.
Os adolescentes ao tomarem conhecimento que estão amadurecendo, tomam decisões drásticas para suas vidas, não podemos deixar esses percentuais aumentar, tem que orientar essas crianças quanto às armadilhas do destino, porque eles só enxergam a rosa e nunca os espinhos.
III - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas à sexualidade da adolescência, com sérias consequências para a vida dos adolescentes envolvidos, de seus filhos que nascerão e de suas famílias. No Brasil a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem são filhas da adolescente, número que representa três vezes mais garotas com menos de 15 anos grávidas que na década de 70. 
A grande maioria dessas adolescentes não tem condições financeiras nem emocionais para assumir a maternidade e, por causa da repressão familiar, muitas delas fogem de casa e quase todas abandonam os estudos. 
A adolescência implica num período de mudanças físicas e emocionais considerado, por alguns, um momento de conflitivoou de crise. Não podemos descrever a adolescência como simples adaptação ás transformações corporal, mas como um importante período no ciclo existência da pessoa, uma tomada de posição social, familiar, sexual e entre o grupo. 
Percebemos que as principais causas da gravidez são o desconhecimento de métodos anticoncepcionais, a educação dada às adolescentes faz com que elas não queiram assumir que tem uma vida sexual ativa e por isso não usam métodos contraceptivos ou usam outros de baixa eficiência (coito interrompido, tebelinha) por que estes não deixam “rastros” e tem aquelas que engravidam para se casar. 
A superação das dificuldades de comunicação e diálogo entre os pais e os filhos pode ajudar em muito a diminuir a ocorrência da gravidez indesejada entre adolescentes. Os pais precisam esforçar-se para deixar de lado o medo de ser taxados de caretas, autoritários, ou de serem acusados de estar invadindo a vida pessoal de seus filhos. Conversando e orientando-os não apenas sobre reprodução e sexualidade humana, mas também sobre valores como afeto, amizade, amor, intimidade e respeito ao corpo e ã vida, permitirão que se sintam mais preparados para assumir as alegrias e responsabilidades inerentes à vida sexual.
A gravidez precoce ou a gravidez na adolescência , mais do que um problema para a mãe adolescente e a família, é um problema de saúde pública
Os riscos para a saúde da adolescente de uma gravidez precoce também são altos, já que o corpo da menina não está pronto para receber a criança. Por vezes a jovem escolhe esconde a gravidez até o último estágio e acaba não fazendo os exames pré-natais e colocando em risco a vida dela e a do feto. Ela escolhe esse caminho por medo do que pode acontecer se ela contar a verdade.
São exatamente por esses fatores que a gravidez precoce deve ser encarada como um problema de saúde pública e não apenas familiar. É por isso mesmo que toda a sociedade, incluindo a escola deve se preocupar e orientar os jovens na prevenção de uma gravidez precoce.
REFERÊNCIAS
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