Buscar

DELTA GERAL - PARTE I

Prévia do material em texto

💣 Atualizado até os informativos: 1002 (STF); 677 (STJ) 
 
 
DISCIPLINAS E LEIS ABRANGIDAS 
PARTE 💀 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
- Constituição Federal (arts. 1º-42; 44-110; 125-144; 170-232; 243) 
- Lei nº 4.717/1965 - Ação Popular 
- Lei nº 7.347/1985 - Ação Civil Pública 
- Lei nº 9.507/1997 - HD 
- Lei nº 9.868/1990 - ADI/ADC 
- Lei nº 9.882/1990 - ADPF 
- Lei nº 11.417/2006 - Súmula Vinculante 
- Lei nº 12.016/2009 - MS 
- Lei nº 13.300/2016 - MI 
DIREITO PENAL - Código Penal (completo) 
DIREITO PROCESSUAL PENAL - Código de Processo Penal (completo) 
DIREITO CIVIL 
- LINDB 
- CC (arts. 1º-232; 927-954; 1.196-1.224; 1.228-1.276) 
DIREITO EMPRESARIAL - Empresarial no CC (arts. 887-926; 966-1.195) 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
- Tributário na CF (arts. 145-162) 
- Lei nº 5.172/1966 - CTN 
PARTE 💀💀 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
- Lei nº 8.112/1990 - Regime Jurídico dos Servidores Civis da União 
- Lei nº 8.429/1992 - Improbidade Administrativa 
- Lei nº 8.666/1993 - Licitações e Contratos 
- Lei nº 8.987/1995 - Serviços Públicos 
- Lei nº 9.784/1999 - Processo Administrativo 
- Lei nº 10.520/2002 - Pregão 
- Lei nº 11.079/2004 - PPP’s 
- Lei nº 11.107/2005 - Consórcios Públicos 
- Lei nº 12.527/2011 - Lei de Acesso à Informação 
LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
- Decreto-Lei nº 201/1967 - Lei de Crimes de Responsabilidade dos Prefeitos e 
Vereadores 
- Decreto-Lei nº 3.688/1941 - Contravenções Penais 
- Lei nº 1.521/1951 - Crimes contra a Economia Popular 
- Lei nº 2.889/1956 - Crime de Genocídio 
- Lei nº 4.737/1965 - Crimes Eleitorais 
- Lei nº 7.210/1984 - LEP 
- Lei nº 7.492/1986 - Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional 
- Lei nº 7.716/1989 - Crimes de Preconceito 
- Lei nº 7.960/1989 - Prisão Temporária 
- Lei nº 8.069/1990 - Crimes do Eca 
- Lei nº 8.072/1990 - Crimes Hediondos 
- Lei nº 8.078/1990 - Crimes contra o Consumidor 
- Lei nº 8.137/1990 - Crimes contra a Ordem Tributária 
- Lei nº 8.666/1993 - Crimes Licitatórios 
- Lei nº 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais 
- Lei nº 9.296/1996 - Interceptações Telefônicas 
- Lei nº 9.455/1997 - Crime de Tortura 
- Lei nº 9.503/1997 - Crimes de Trânsito 
- Lei nº 9.605/1998 - Crimes Ambientais 
- Lei nº 9.613/1998 - Lavagem de Dinheiro 
- Lei nº 9.807/1999 - Lei de Proteção a Vítimas e Testemunhas 
- Lei nº 10.446/2002 - Lei de Atribuições da Polícia Federal 
- Lei nº 10.671/2003 - Crimes do Estatuto do Torcedor 
- Lei nº 10.741/2003 - Crimes contra o Idoso 
- Lei nº 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento 
 
 
- Lei nº 11.101/2005 - Crimes Falimentares 
- Lei nº 11.340/2006 - Lei Maria da Penha 
- Lei nº 11.343/2006 - Lei de Drogas 
- Lei nº 12.037/2009 - Identificação Criminal 
- Lei nº 12.830/2013 - Investigação Criminal Conduzida pelo Delegado de 
Polícia 
- Lei nº 12.850/2013 - Organizações Criminosas 
- Lei nº 13.260/2016 - Lei Antiterrorismo 
- Lei nº 13.869/2019 - Abuso de Autoridade 
DIREITO AMBIENTAL 
- LC nº 140/2011 
- Lei nº 6.938/1981 - Política Nacional do Meio Ambiente 
- Lei nº 9.433/1997 - Política Nacional dos Recursos Hídricos 
- Lei nº 9.985/2000 - Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC 
- Lei nº 11.105/2005 - Lei de Biossegurança 
- Lei nº 11.284/2006 - Florestas Públicas 
- Lei nº 11.428/2006 - Mata Atlântica 
- Lei nº 11.516/2007 - Instituto Chico Mendes 
- Lei nº 12.305/2010 - Resíduos Sólidos 
- Lei nº 12.651/2012 - Código Florestal 
- Resolução do CONAMA nº 237/1997 - Licenciamento Ambiental 
DIREITOS HUMANOS 
- Declaração Universal de Direitos Humanos 
- Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos 
- Pacto internacional sobre direitos Econômicos, Sociais e Culturais 
- Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos 
ou degradantes 
- Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional 
- Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa 
Rica) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL ................................................................................................................................................................................. 5 
2. LEI DO MANDADO DE SEGURANÇA – LEI Nº 12.016/2009 .......................................................................................................... 307 
3. LEI DO MANDADO DE INJUNÇÃO – LEI Nº 13.300/2016 .............................................................................................................. 322 
4. HABEAS DATA – LEI Nº 9.507/1997......................................................................................................................................................... 327 
5. AÇÃO POPULAR – LEI Nº 4.717/1965 .................................................................................................................................................... 331 
6. SÚMULA VINCULANTE - LEI Nº 11.417/2006 ..................................................................................................................................... 338 
7. LEI DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA – LEI Nº 7.347/1985 ............................................................................................................................ 341 
8. ADI/ADC – LEI Nº 9.868/1999 ................................................................................................................................................................... 350 
9. ADPF – LEI Nº 9.882/1999 ........................................................................................................................................................................... 358 
10. CÓDIGO PENAL ............................................................................................................................................................................................ 366 
11. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL .............................................................................................................................................................. 640 
12. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) – DECRETO-LEI Nº 4.657/1942 ................... 911 
13. CÓDIGO CIVIL ............................................................................................................................................................................................... 920 
14. EMPRESARIAL NO CC................................................................................................................................................................................. 998 
15. TRIBUTÁRIO NA CF .................................................................................................................................................................................. 1054 
16. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ...................................................................................................................................................... 1077 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
CONCEITO DE 
CONSTITUIÇÃO 
 
SocioLógico (Fernand Lassalle) 
A Constituição é a soma dos fatores reais de poder que emanam da sociedade. A 
Constituição é um reflexo das relações de poder vigentes em determinada comunidade 
política. Defendia a existência duas constituições, uma real (ou efetiva) e outra escrita. 
- Constituição real ou efetiva: soma dos fatores reais de poder; 
- Constituição escrita: mera folha de papel. 
 
PolíTico (Carl SchmiTt) 
A Constituição decorre de uma decisão política fundamental, e se traduz na estrutura 
do Estado e dos Poderes e na presença de um rol de direitos fundamentais. Faz distinção 
entre Constituição, que são normas vinculadas à decisão política fundamental e Leis 
Constitucionais, que são normas, que embora integrem o texto constitucional,são 
dispensáveis por não comporem a decisão política fundamental do Estado. 
- Constituição = BIZU: DEO: Direitos Fundamentais; Estrutura do Estado e Organização 
dos Poderes. 
 
Jurídico (Hans Kelsen) 
A Constituição é enfocada em dois sentidos: 
a) Lógico-jurídico: é a norma fundamental hipotética pura, cuja função é servir de 
fundamento lógico de validade da Constituição jurídico-positivo (plano lógico). 
- Norma fundamental hipotética; 
- Plano suposto; 
- Fundamento lógico-transcendental de validade da Constituição jurídico-positiva. 
b) Jurídico-positivo: é a norma posta, norma positiva suprema, conjunto de normas 
que serve para regular a criação de outras normas (plano positivo). 
- Norma posta, positivada; 
- Norma positivada suprema; 
- Fundamento das demais normas jurídicas. 
 
Culturalista (Meirelles Teixeira) 
A Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que sobre 
ela pode influir. É uma formação objetiva de cultura. Relaciona-se com o conceito de 
constituição total, que apresenta, na sua complexidade intrínseca, aspectos 
econômicos, sociológicos, jurídicos e filosóficos, a fim de abranger o seu o conceito 
em uma perspectiva unitária. 
ELEMENTOS DA 
CONSTITUIÇÃO 
 (José Afonso da 
Silva) 
 
BIZU: O SELF 
Elementos Orgânicos 
São as normas que tratam da estrutura do Estado, dispondo sobre a sua organização e 
funcionamento. 
Exs.: Título III (Da Organização do Estado); e Título IV (Da Organização dos Poderes e do 
Sistema de Governo). 
 
Elementos Socioideológicos 
São as normas que revelam o compromisso da ordem constitucional. 
Exs.: Título II, Capítulo II (Dos Direitos Sociais); Título VII (Da Ordem Econômica e 
Financeira); e Título VIII (Da Ordem Social). 
 
Elementos de Estabilização Constitucional 
São as normas destinadas a garantir a solução dos conflitos constitucionais para 
assegurar a supremacia constitucional e a manutenção do próprio Estado. 
6 
 
Exs.: Título V, Capítulo I (Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio); Arts. 34 a 36 
(Intervenção nos Estados e Municípios); Emendas à Constituição; e Controle de 
Constitucionalidade. 
 
Elementos Limitativos 
São as normas que tratam dos limites de atuação do Estado, restringindo o poder de 
atuação de seus agentes para resguardar direitos indispensáveis à pessoa humana. 
Exs.: Título II, Capítulo I (Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos). 
 
Elementos Formais de Aplicabilidade 
São as normas destinadas a possibilitar a aplicação dos dispositivos constitucionais. 
Exs.: Preâmbulo; ADCT; e Art. 5º, § 1º (normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata). 
APLICABILIDADE DAS 
NORMAS 
CONSTITUCIONAIS 
(José Afonso da 
Silva) 
Normas Constitucionais de Eficácia Plena 
São auto-aplicáveis e não podem ser reduzidas pelo legislador infraconstitucional. 
- Autoaplicáveis; 
- Não restringíveis; 
- Aplicabilidade Direta, Imediata e Integral - BIZU: IDI. 
Ex.: Art. 2°, CF: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, 
o Executivo e o Judiciário; Remédios constitucionais. 
 
Normas Constitucionais de Eficácia Contida 
São auto-aplicáveis, mas podem ser reduzidas pelo legislador infraconstitucional. 
- Autoaplicáveis; 
- Restringíveis; 
- Aplicabilidade Direta, Imediata e Não Integral - BIZU: DI. 
Ex.: Art. 5º, XIII, CF: é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas 
as qualificações profissionais que a lei estabelecer. 
 
Normas Constitucionais de Eficácia Limitada 
Não auto-aplicáveis, dependendo de ato infraconstitucional ou de EC posterior para 
inteira aplicabilidade. 
- Não-autoaplicáveis; 
- Aplicabilidade Indireta, Mediata e Reduzida - BIZU: MI. 
Ex.: Art. 88, CF: A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da 
administração pública; Direito de greve do servidor público. Podem ser: 
 
1) Normas de Princípio Institutivo ou Organizativo 
São aquelas que dependem de lei para dar corpo, dar estrutura às instituições, pessoas 
e órgãos previstos na CF. 
Ex.: Art. 134, § 1º, CF: Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do 
Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos 
Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de 
provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado 
o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. 
 
2) Normas de Princípio Programático 
São aquelas que veiculam programas a serem implementados pelo Estado visando a 
realização de fins sociais. 
Ex.: Art. 205, CF: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação 
para o trabalho. 
7 
 
MÉTODOS DE 
INTERPRETAÇÃO 
CONSTITUCIONAL 
Método Hermenêutico Clássico ou Jurídico (Ernest Forsthoff) 
Este método considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra, devendo ser 
interpretada usando as regras da hermenêutica tradicional, ou seja, os elementos 
literal (textual), lógico (sistemático), histórico, teleológico e genético. 
- Elemento literal: analisa o texto da norma em sua literalidade; 
- Elemento lógico: avalia a relação de cada norma com o restante da Constituição; 
- Elemento histórico: avalia o momento de elaboração da norma (ideologia então 
vigente); 
- Elemento teleológico: busca a sua finalidade; e 
- Elemento genético: investiga a origem dos conceitos empregados na Constituição. 
BIZU: Regras de hermenêutica tradicional: gramatical, histórico, teleológico, 
sistemático, genético 
 
Método Tópico-problemático ou da Tópida (Theodor Viehweg) 
Neste método, há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se 
solucionar determinado problema por meio da interpretação de norma constitucional. 
Este método parte das premissas seguintes: a interpretação constitucional tem caráter 
prático, pois busca resolver problemas concretos e a norma constitucional é aberta, de 
significado indeterminado (por isso, deve-se dar preferência à discussão do problema). 
BIZU: Prevalência do problema sobre a norma 
 
Método Hermenêutico-concretizador (Konrad Hesse) 
A leitura da Constituição inicia-se pela pré-compreensão do seu sentido pelo intérprete, 
a quem cabe aplicar a norma para a resolução de uma situação concreta. 
Valoriza a atividade interpretativa e as circunstâncias nas quais esta se desenvolve, 
promovendo uma relação entre texto e contexto, transformando a interpretação em 
“movimento de ir e vir” (círculo hermenêutico). 
BIZU: Prevalência da norma sobre o problema 
 
Método Científico-espiritual, Integrativo, Interpretativo Evolutivo ou Valorativo 
(Rudolf Smend) 
A interpretação da Constituição deve considerar a ordem ou o sistema de valores 
subjacentes ao texto constitucional. A Constituição deve ser interpretada como um 
todo, dentro da realidade do Estado. 
BIZU: Considera-se o “espírito da constituição”, o sistema de valores subjacente ao 
texto constitucional 
 
Método Normativo-estruturante ou Concretista (Friedrich Müller) 
Este método considera que a norma jurídica é diferente do texto normativo: aquela 
é mais ampla que este, pois resulta não só da atividade legislativa, mas igualmente da 
jurisdicional e da administrativa. Assim, para se interpretar a norma, deve-se utilizar tanto 
seu texto quanto a verificação de como se dá sua aplicação à realidade social (contexto). 
A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto. 
BIZU: Texto da norma x Norma jurídica. A norma jurídica deve ser interpretada de 
acordo com o contexto 
 
Método Comparativo ou da Comparação Constitucional (Peter Häberle) 
Para este método a interpretação dos institutos se implementa mediante comparação 
nos váriosordenamentos. Estabelece-se, assim, uma comunicação entre as várias 
Constituições. Partindo dos 4 métodos ou elementos desenvolvidos por Savigny 
(gramatical, lógico, histórico e sistemático), Peter Haberle sustenta a canonização da 
comparação constitucional como um quinto método de interpretação. 
BIZU: Comparação entre Constituições 
8 
 
PRINCÍPIOS DA 
INTERPRETAÇÃO 
CONSTITUCIONAL 
Princípio da Unidade 
Esse princípio determina que o texto da Constituição deve ser interpretado de forma a 
evitar contradições entre suas normas ou entre os princípios constitucionais em 
abstrato. Assim, não há antinomias reais no texto da Constituição; as antinomias são 
apenas aparentes. Segundo esse princípio, na interpretação deve-se considerar a 
Constituição como um todo, e não se interpretarem as normas de maneira isolada. Não 
há hierarquida entre as normas da CF. 
BIZU: Evitar contradições; Não há hierarquia entre as normas da CF 
 
Princípio da Máxima Efetividade, da Eficiência ou da Interpretação Efetiva 
Esse princípio estabelece que o intérprete deve atribuir à norma constitucional o sentido 
que lhe dê maior efetividade social. Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim de 
extrair dela todas as suas potencialidades. Sua utilização se dá principalmente na 
aplicação dos direitos fundamentais, embora possa ser usado na interpretação de 
todas as normas constitucionais. 
Diferenças entre as categorias de normas: 
- Existência: é uma norma produzida por uma autoridade aparentemente competente 
para tal. 
- Validade: produzida de acordo com seu fundamento, produzido de acordo com a 
norma superior. 
- Vigência: uma norma que existe no mundo jurídico. Inicia sua vigência na sua 
publicação ou após a vacatio legis. 
- Eficácia: aptidão da norma para ser aplicada ao caso concreto (eficácia positiva) ou 
para invalidar norma contraria (eficácia negativa). 
- Efetividade: quando a norma atinge os efeitos para qual foi criado. 
BIZU: Efetividade social 
 
Princípio da Justeza, da Conformidade Funcional, da Correção Funcional ou da 
Exatidão Funcional 
Esse princípio determina que o órgão encarregado de interpretar a Constituição não 
pode chegar a uma conclusão que subverta o esquema organizatório-funcional 
estabelecido pelo constituinte. Assim, este órgão não poderia alterar, pela 
interpretação, as competências estabelecidas pela Constituição para a União, por 
exemplo. 
BIZU: Não subverta o esquema organizatório-funcional estabelecido pela CF 
 
Princípio da Concordância Prática ou da Harmonização 
Esse princípio impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre 
eles em concreto, de modo a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros. 
É geralmente usado na solução de problemas referentes à colisão de direitos 
fundamentais. Assim, apesar de a Constituição, por exemplo, garantir a livre 
manifestação do pensamento (art. 5º, IV, CF/88), este direito não é absoluto. Ele encontra 
limites na proteção à vida privada (art. 5º, X, CF/88), outro direito protegido 
constitucionalmente. 
BIZU: Harmonização dos bens jurídicos em conflito; Evitar sacrifício 
 
Princípio do Efeito Integrador ou Eficácia Integradora 
Esse princípio busca que, na interpretação da Constituição, seja dada preferência às 
determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade 
política. É, muitas vezes, associado ao princípio da unidade da constituição, justamente 
por ter como objetivo reforçar a unidade política. 
BIZU: Favoreçam a integração política e social 
 
 
9 
 
Princípio da Força Normativa 
Esse princípio determina que toda norma jurídica precisa de um mínimo de eficácia, 
sob pena de não ser aplicada. Estabelece, portanto, que, na interpretação 
constitucional, deve-se dar preferência às soluções que possibilitem a atualização de 
suas normas, garantindo-lhes eficácia e permanência. 
São reflexos: 
* Efeito Transcendente 
* Objetivação do Controle Difuso 
* Relativização da Coisa Julgada 
BIZU: Buscar a eficácia 
 
Princípio da Convivência das Liberdades Públicas ou da Relatividade 
Parte da presunção que não existem princípios absolutos, pois todos encontram 
limites em outros princípios também consagrados na constituição. Para que as 
liberdades possam conviver, elas não podem ser absolutas, devem encontrar óbices. 
BIZU: Não existem princípios absolutos 
DIREITO 
INTERTEMPORAL 
 
As normas da 
constituição anterior 
e as normas 
infraconstitucionais 
anteriores podem 
sofrer algumas 
consequências 
jurídicas diversas com 
a instauração de uma 
nova ordem 
constitucional: 
Recepção 
A norma infraconstitucional (préconstitucional), que não contrariar a nova ordem, será 
recepcionada, podendo, inclusive, adquirir uma outra “roupagem”. 
Ex.: CTN (Código Tributário Nacional - Lei nº 5.172/66), que, embora tenha sido 
elaborado com natureza jurídica de lei ordinária, foi recepcionado pela nova ordem 
como lei complementar, sendo que os ditames que tratam das matérias previstas no art. 
146, I, II e III, da CF só poderão ser alterados por lei complementar, aprovada com o 
quórum da maioria absoluta (art. 69). 
 Requisitos: 
- estar em vigor no momento do advento da nova Constituição; 
- não ter sido declarada inconstitucional durante a sua vigência no ordenamento 
anterior; 
- ter compatibilidade formal e material perante a Constituição sob cuja regência ela foi 
editada (no ordenamento anterior); 
- ter compatibilidade somente material perante a nova Constituição, pouco importando 
a compatibilidade formal. 
 
Não recepção ou revogação 
É a regra. É tácita e dispensa disposição nesse sentido. Lei nova revoga lei anterior no 
que lhe for contrário. 
 
Desconstitucionalização 
As normas constitucionais são recepcionadas com status de lei infraconstitucional pela 
nova constituição, desde que compatível materialmente com a nova ordem e que haja 
previsão expressa. 
--> Requisitos: 
- deve ser compatível materialmente com a nova Constituição; 
- deve vir expressamente prevista na nova Constituição; 
Obs.: NÃO É ADOTADO NO BRASIL! 
 
Recepção Material das Normas Constitucionais 
É a persistência de normas constitucionais anteriores que guardam, se bem que a título 
secundário, a antiga qualidade de normas constitucionais. 
Ex.: art. 34, caput, e seu § 1º, do ADCT, que asseguram, expressamente, a continuidade 
da vigência de artigos da Constituição anterior, com o caráter de norma constitucional, 
no novo ordenamento jurídico instaurado. 
As referidas normas são recebidas por prazo certo, em razão de seu caráter precário, 
características marcantes no fenômeno da recepção material das normas constitucionais. 
10 
 
Só será admitido se houver expressa manifestação da nova Constituição; caso 
contrário, as normas da Constituição anterior serão revogadas. 
 Requisitos: 
- deve vir expressamente previsto na nova Constituição; 
- são recebidas por prazo certo, em razão de seu caráter precário. 
CLASSIFICAÇÃO DAS 
CONSTITUIÇÕES 
- QUANTO À ORIGEM 
 
* Outorgadas, Impostas, Ditadoriais ou Autocráticas 
São aquelas impostas pelo detentor do poder político. 
Exs.: CF’s brasileiras de 1824, 1937, 1967 e EC nº 01/69. 
 
* Democráticas, Promulgadas, Votadas ou Populares (CF) 
São aquelas produzidas com a participação popular em regime de democracia (seja 
direta ou representativa). Normalmente, são fruto do trabalho de uma Assembleia 
Constituinte. 
Exs.: CF’s brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988. 
 
* Cesaristas ou Bonapartistas 
São aquelas produzidas pelo detentor do poder político, mas dependem de ratificação 
popular por meio de referendo. 
Não há constituições brasileiras. 
 
* Dualistas ou Pactuadas 
São aquelas fruto de um compromisso instável de duas forças políticas rivais 
antagônicas. Governo/monarquia enfraquecido x Burguesia fortalecida. 
Não há constituições brasileiras. 
 
 
- QUANTO À FORMA* Escritas, Legais ou Instrumentais (CF) 
São aquelas produzidas em documentos formais/escritos e solenes. 
 
* Não Escritas, Históricas, Costumeiras ou Consuetudinárias 
São aquelas pautadas em costumes, tradições, leis esparsas e jurisprudência. 
#CUIDADO: as constituições não escritas também são formadas por leis e convenções. 
Ex.: Constituição inglesa. 
 
 
- QUANTO À SISTEMÁTICA 
 
* Codificadas (CF) 
São aquelas cujas normas se encontram inteiramente contidas em um só texto, 
formando um único corpo de lei. 
 
* Não Codificadas 
São aquelas escritas formadas por normas esparsas ou fragmentadas em vários 
textos. 
 
 
 
 
 
 
11 
 
- QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO 
 
* Dogmáticas ou Sistemáticas (CF) 
São aquelas que são sempre escritas e elaboradas por um órgão constituinte, segundo 
os dogmas e valores em voga. 
 
* Históricas ou Costumeiras 
São aquelas que são não escritas e concebidas historicamente pela sociedade, 
produto de um processo social lento. São mais estáveis que as dogmáticas. 
Ex.: Constituição inglesa. 
 
 
- QUANTO AO CONTEÚDO 
 
* Materiais 
São aquelas identificadas por consagrarem um conjunto de normas estruturais da 
sociedade. São consideradas normas materialmente constitucionais as que contêm 
matérias típicas de uma constituição, quais sejam, estrutura do Estado, organização 
dos poderes e direitos e garantias fundamentais. 
Ex.: Constituição imperial brasileira de 1824. 
 
* Formais (CF) 
São aquelas que podem ser definidas como o conjunto de normas jurídicas 
produzidas por um processo mais árduo e mais solene que o ordinário, com o 
propósito de tornar mais difícil a sua alteração. Esta espécie pressupõe uma constituição 
escrita. 
 
 
- QUANTO À EXTENSÃO 
 
* Analíticas, Prolixas, Extensas ou Longas (CF) 
São aquelas que versam sobre determinadas matérias de forma detalhada e 
específica. São necessariamente escritas e fruto do Constitucionalismo Contemporâneo. 
Ex.: Constituição de 1988 
 
* Sintéticas, Concisas, Sumárias ou Curtas 
São aquelas que possuem conteúdo abreviado e versam tão somente sobre princípios 
gerais e regras básicas sobre organização e funcionamento do Estado. 
Ex.: Constituição do EUA, que possui apenas sete artigos 
 
 
- QUANTO À ESTABILIDADE OU MUTABILIDADE 
 
* Imutáveis, Graníticas, Intocáveis ou Permanentes 
São as Leis Fundamentais antigas (Código de Hamurabi e a Lei das XII Tábuas), que 
surgiram com a pretensão de eternidade e que, por isso, não podiam ser modificadas 
sob pena de maldição dos deuses. 
 
* Fixas ou Silenciosas 
São aquelas que só podem ser modificadas pelo mesmo poder constituinte que as 
elaborou, quando convocado. 
Ex.: Constituições francesas da época de Napoleão I. 
 
 
12 
 
* Rígidas (CF) 
São aquelas que somente podem ser modificadas mediante procedimentos mais 
solenes e complexos que o processo legislativo ordinário. São sempre escritas, mas 
as escritas nem sempre são rígidas. 
Exs.: CF’s brasileiras de 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. 
 
* Super-rígidas 
Classificação trazida por Alexandre de Moraes. São aquelas constituições rígidas 
dotadas de normas imutáveis (clausúlas pétreas). Para o autor, a CF é um exemplo 
desta classificação. 
 
* Semirrígidas ou Semiflexíveis 
São aquelas que contêm uma parte rígida e outra flexível. 
Ex.: Constituição imperial brasileira de 1824. 
 
* Flexíveis ou Plásticas 
São aquelas que permitem a modificação de suas normas por um processo idêntico ao 
de lei ordinária. As normas de uma Constituição flexível reduzem-se a normas legais, 
não possuindo nenhuma supremacia sobre as demais. 
 
 
- QUANTO À IDEOLOGIA 
 
* Ecléticas ou Compromissórias (CF) 
São aquelas que procuram conciliar ideologias políticas opostas. 
 
* Ortodoxas 
São aquelas que adotam apenas uma ideologia política. 
Ex.: Constituição Soviética de 1977 (Comunismo). 
 
 
- QUANTO À ORIGEM DE DECRETAÇÃO 
 
* Autoconstituições (CF) 
São aquelas elaboradas por órgãos do próprio Estado, como a Assembleia Constituinte. 
 
* Heteroconstituições 
São aquelas elaboradas por órgãos de fora do Estado, seja por Organização 
Internacional ou por outros Estados. 
 
 
- QUANTO AO SISTEMA 
 
* Principiológicas (CF) 
São aquelas em que predominam os princípios. 
 
* Preceituais 
São aquelas em que predominam as regras. 
 
 
 
 
 
 
13 
 
- QUANTO À FINALIDADE 
 
* Constituições-garantia ou Constituições-quadro 
São aquelas que se concentram nas limitações do poder do Estatal junto aos cidadãos 
(liberdade negativa). 
 
* Constituições-balanço ou Constituições-registro 
São aquelas que descrevem e registram, periodicamente, o grau de organização 
política e relações reais de poder. Fazem, de tempos em tempos, um balanço do 
estágio em que se encontra a evolução social. 
 
* Constituições-dirigente ou Constituições-programática (CF) 
São aquelas de texto extenso, que definem programas, planos e diretrizes para a 
atuação estatal. 
 
 
- QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE (CRITÉRIO ONTOLÓGICO DE 
KARL LOEWENSTEIN) 
 
* Normativas (CF) 
São aquelas que estão em consonância com a realidade social e política do Estado e 
são utilizadas pela população. 
Exs.: Constituições brasileiras de 1891, 1934 e 1946. 
 
* Nominativas ou Nominais 
São aquelas que não conseguiram ficar em consonância com a realidade social, mas 
que anseiam chegar a este estágio e alcançar a simetria entre a Constituição e a 
realidade. São constituições prospectivas. 
 
* Semânticas 
São aquelas que além de não estarem em consonância com a realidade social, são 
feitas para beneficiar os detentores do poder, sendo os interesses sociais relegados a 
segundo plano. 
Exs.: CF’s brasileiras de 1937, 1967 e 1969. 
 
 
- QUANTO AO PAPEL DA CONSTITUIÇÃO OU FUNÇÃO DESEMPENHADA PELA 
CONSTITUIÇÃO 
 
* Constituições-lei 
São aqueles em que suas normas são equiparadas às demais leis do ordenamento, 
desprovidas de status hierárquico diferenciado. Nesse sentido, não são capazes de 
moldar a atuação do legislador e funcionam, apenas, como diretrizes não vinculantes. 
 
* Constituições-moldura 
São aqueles que são só a moldura de um quadro vazio, funcionando como limite à 
atuação do legislador ordinário, que não poderá atuar fora dos limites previamente 
estabelecidos. 
 
* Constituições-fundamento ou Constituições-total 
São aqueles que diferenciam as normas constitucionais das demais, na medida em 
que as situa num plano de superioridade valorativo que as torna cogentes para os 
legisladores. 
 
14 
 
- QUANTO AO CONTEÚDO IDEOLÓGICO 
 
* Liberais 
São aquelas visam delimitar o exercício do poder estatal, assegurar liberdades 
individuais, oponíveis ao Estado. 
Exs.: Constituições dos EUA e da França de 1787. 
 
* Sociais (CF) 
Típicas de um constitucionalismo pós liberal, são aquelas que passam a consagrar em 
seus textos não só direitos relacionados à liberdade, mas também prerrogativas de 
cunho social, cultural e econômico. A atuação do Estado deixa de ser meramente 
negativa, como era nas Constituições liberais, para se tornar positiva. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CF/88 
* Origem: Promulgada 
* Forma: Escrita 
* Sistemática: Codificada 
* Modo de Elaboração: Dogmática 
* Conteúdo: Formal 
* Extensão: Analítica 
* Estabilidade: Rígida 
* Ideologia: Eclética 
* Origem de Decretação: Autoconstituição 
* Sistema: Principiológica 
* Finalidade: Dirigente 
* Correspondência com a Realidade: Normativa (prevalece) 
* Conteúdo Ideológico: Social 
PODER 
CONSTITUINTE 
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
 
- Sinônimos: Inicial, Inaugural, Genuíno ou de 1º Grau 
 
- Conceito: É o poder de instaurar uma nova ordem jurídica, rompendo por completo 
com a ordem jurídica precedente. 
 
- Titularidade: POVO 
Obs.: Joseph Sieyès, em sua obra clássica “O que é o Terceiro Estado?”, defendia que o 
titular do poder constituinteseria a nação (corrente minoritária). 
 
- Natureza: 
* Jusnaturalista: Poder de direito ou jurídico, pois eles admitem a existência de um 
direito natural prévio ao direito positivo. 
* Juspositivista: Poder de fato ou político, pois é anterior ao próprio direito, 
metajurídico, não integrando o mundo jurídico. Adotado! 
 
- Características: 
* Inicial: A Constituição é a base do ordenamento jurídico. Dá início a uma nova ordem 
constitucional e, simultaneamente, desconstitui (revoga) a ordem pretérita. 
* Autônomo: É capaz de definir o conteúdo que será implantado na nova Constituição, 
bem como sua estrutura e os termos de seu estabelecimento. Independe de quaisquer 
fatores jurídicos ou políticos externos ao exercente do poder. 
* Ilimitado Juridicamente: Não se submete à limitações jurídicas prévias. 
Obs.: Há limites naturais ao PCO! 
15 
 
* Incondicionado: Não se submete a qualquer regra ou procedimento formal pré-fixado 
pelo ordenamento jurídico que o precede. 
* Permanente: Não se esgota quando da conclusão da constituição; ele permanece em 
situação de latência, sendo ativado o momento constituinte de necessária ruptura com 
a ordem estabelecida se apresentar novamente. 
 
- Espécies: 
* Histórico ou Fundacional: É aquele que produz a primeira Constituição de um Estado. 
Ex.: CF de 1824. 
* Revolucionário ou Pós Fundacional: São todos os posteriores ao histórico, rompendo 
por completo com a antiga ordem e instaurando uma nova, um novo Estado. Ex.: Demais 
CF’s após 1824. 
* Material: É o responsável por definir o conteúdo fundamental da constituição, 
elegendo os valores a serem consagrados e a ideia de direito que irá prevalecer. No 
momento seguinte, essas escolhas políticas são formalizadas no plano normativo. 
* Formal: É o responsável por formalizar as escolhas políticas do poder constituinte 
material. 
BIZU: O poder constituinte material precede o formal. 
 
- Limitações Materiais: (Jorge Miranda) 
* Transcendentes: São aqueles que, advindos de imperativos do direito natural, de 
valores éticos ou de uma consciência jurídica coletiva, impõem-se à vontade do Estado, 
demarcando sua esfera de intervenção. Nesse sentido, parte da doutrina sustenta o 
dever de manutenção, imposto ao Poder Constituinte Originário pelo princípio da 
proibição de retrocesso, dos direitos fundamentais objeto de consensos sociais 
profundos ou diretamente ligados à dignidade da pessoa humana. 
* Imanentes: Estão relacionados à configuração do Estado à luz do Poder Constituinte 
material ou à própria identidade do Estado de que cada Constituição representa apenas 
um momento da marcha histórica. Referem-se a aspectos como a soberania ou a forma 
de Estado. É, por exemplo, o que impede que um Estado Federal, que assim quer se 
manter, passe a condição de Estado Unitário. 
* Heterônomos: São provenientes da conjugação com outros ordenamentos jurídicos 
como, por exemplo, as obrigações impostas ao Estado por normas de direito 
internacional. Sob essa perspectiva, seria vedado às futuras constituições brasileiras 
consagrar a pena de morte para além dos casos de guerra externa (CF, art. 5º, XLVII, "a"), 
ante o disposto na Convenção Americana sobre Direitos Humanos que, promulgada pelo 
Decreto nº 678, dispõe em seu artigo 4º, § 3º: "Não se pode restabelecer a pena de morte 
nos Estados que a hajam abolido". Tal vedação encontra fundamento na proibição de 
retrocesso. 
 
- Direitos Adquiridos e Nova Constituição (Graus de Retroatividade): 
Inexiste alegação de "direitos adquiridos" perante nova Constituição, perante o trabalho 
do poder originário. 
 
Poder constituinte e direito adquirido. Graus de retroatividade da norma 
constitucional: máximo, médio ou mínimo: 
* retroatividade MÁXIMA OU RESTITUTÓRIA: a lei nova atinge fatos consumados. 
Verifica-se quando a lei nova prejudica a coisa julgada (sentença irrecorrível) ou os fatos 
jurídicos já consumados. 
Ex.: o art. 96, parágrafo único, da Carta de 1937, que permitia ao Parlamento rever a 
decisão do STF que declarara a inconstitucionalidade de uma lei; 
* retroatividade MÉDIA: a lei nova atinge os efeitos pendentes de atos jurídicos 
verificados antes dela. Ou seja, a lei nova atinge as prestações vencidas mas ainda não 
adimplidas. 
16 
 
Ex.: lei que diminuísse a taxa de juros e se aplicasse aos já vencidos mas não pagos 
(prestação vencida mas ainda não adimplida); 
* retroatividade MÍNIMA, TEMPERADA OU MITIGADA: a lei nova atinge apenas os 
efeitos futuros dos atos jurídicos anteriores, verificados após a data em que ela entra 
em vigor. Trata-se de prestações futuras de negócios firmados antes do advento da nova 
lei. 
Ex.: o art. 7º, IV, que, ao vedar a vinculação do salário mínimo para qualquer fim, 
significou que a nova regra deverá valer para fatos e prestações futuras de negócios 
celebrados antes de sua vigência (prestações periódicas). 
 
O STF vem se posicionando no sentido de que as normas constitucionais fruto da 
manifestação do poder constituinte originário têm, por regra geral, retroatividade 
mínima, ou seja, aplicam-se a fatos que venham a acontecer após a sua promulgação, 
referentes a negócios passados. 
Sendo regra, portanto, a retroatividade mínima, nada impede que a norma constitucional 
revolucionária, já que manifestação do poder constituinte originário ilimitado e 
incondicionado juridicamente, tenha retroatividade média ou máxima. Para tanto, 
contudo, deve existir expresso pedido na Constituição. 
 
#EMRESUMO: 
a) as normas constitucionais, por regra, têm retroatividade mínima, aplicando-se a 
fatos ocorridos a partir de seu advento, mesmo que relacionados a negócios celebrados 
no passado - ex.: art. 7º, IV; 
b) é possível a retroatividade máxima e média da norma introduzida pelo constituinte 
originário desde que haja expressa previsão, como é o caso do art. 51 do ADCT da 
CF/88. Nesse sentido, doutrina e jurisprudência afirmam que não há direito adquirido 
contra a nova Constituição; 
c) por outro lado, as Constituições Estaduais (poder constituinte derivado decorrente - 
limitado juridicamente) e demais dispositivos legais, vale dizer, as leis 
infraconstitucionais, bem como as emendas à Constituição (fruto do poder constituinte 
derivado reformador, também limitado juridicamente), estão sujeitos à observância do 
princípio constitucional da irretroatividade da lei (retroatividade mínima) (art. 5º, 
XXXVI — “lei” em sentido amplo), com pequenas exceções, como a regra da lei penal 
nova que beneficia o réu (nesse sentido, cf. AI 292.979-ED, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 
de 19.12.2002). 
 
 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
 
- Sinônimos: Instituído, constituído, secundário, de 2º grau, remanescente. 
 
- Conceito: O poder constituinte derivado é criado e instituído pelo originário. Ao 
contrário de seu “criador”, que é, do ponto de vista jurídico, ilimitado, incondicionado, 
inicial, o derivado deve obedecer às regras colocadas e impostas pelo originário, sendo, 
nesse sentido, limitado e condicionado aos parâmetros a ele impostos. 
 
- Natureza: Poder de direito ou jurídico, pois deve obedecer as limitações impostas 
pelo PCO. 
 
- Características: 
* Subordinado: Retira fundamento de validade da CF. 
* Condicionado: Precisa respeitar a forma pré-determinada para sua criação, que se 
encontra na CF. 
* Limitado: Encontra limites na CF. 
17 
 
- Espécies: Reformador (art. 60, CF); Revisor (art. 3º, ADCT); e Decorrente (art. 25, CF e 
art. 11, ADCT). 
 
1. Poder Constituinte Derivado REFORMADOR (PCDR) 
- Conceito: É responsável pelas alterações no texto constitucional segundo as regras 
instituídas pelo Poder Constituinte Originário. 
 
- Natureza Jurídica: Poder de direito ou jurídico 
 
- Limitações: 
 
a. Expressas 
 
a.1. Formais ou Procedimentais 
* Subjetivas 
- Iniciativa: (art. 60, caput, I, II e III) 
Um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputadosou do Senado Federal; 
Presidente da República; 
mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-
se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
* Objetivas 
- Discursão e Votação: (art. 60, § 2º) 
Será discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo 
aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos membros. BIZU: 2C + 2T +3/5V 
- Promulgação: (art. 60, § 3º) 
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número 
de ordem. 
- Proposta de EC rejeitada ou prejudicada: (art. 60, § 5º) 
Proposta de Emenda rejeitada ou prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta 
na mesma sessão legislativa (princípio da irrepetibilidade). 
 
a.2. Circunstanciais (art. 60, § 1º) 
intervenção federal; estado de defesa; estado de sítio. 
 
a.3. Materiais ou Substanciais (art. 60, § 4º) 
- Cláusulas Pétreas: 
a forma federativa de Estado; 
o voto direto, secreto, universal e periódico. 
a separação dos Poderes; 
os direitos e garantias individuais. 
 
Obs.: Não há limitações TEMPORAIS ao PCDR! 
 
b. Implícitas (doutrina) 
- impossibilidade de se alterar o titular do poder constituinte originário; 
- impossibilidade de se alterar o titular do poder constituinte derivado reformador; 
- proibição de se violar as limitações expressas (aqui reside a impossibilidade da teoria 
da dupla revisão). 
 
2. Poder Constituinte Derivado REVISOR (PCDREV) 
- Conceito: Poder encarregado de fazer a revisão constitucional. Via extraordinária de 
alteração da CT, utilizado para alterações gerais. 
18 
 
O poder revisor só é exercido uma única vez, como o foi em 1994, tendo dele resultado 
em seis Emendas Constitucionais de revisão. Uma vez exercido, o poder revisor teve sua 
eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada. 
 
- Previsão: Art. 3º, do ADCT: 
“Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação 
da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em 
sessão unicameral.” 
Revisão Constitucional: 
- Realizada: após 5 anos da promulgação da CF; 
- quórum de votação: maioria absoluta dos membros do CN; 
- sessão: unicameral. 
 
- Limitações 
* Temporais: 5 anos 
* Materiais: Idem as limitações do poder reformador - cláusulas pétreas (doutrina) 
 
3. Poder Constituinte Derivado DECORRENTE (PCDD) 
- Conceito: É a capacidade conferida pelo poder originário aos Estados Membros, 
enquanto entidades integrantes da federação, para elaborarem e alterar suas próprias 
constituições. 
 
- Características: 
- Poder de direito ou jurídico, instituído pela Constituição, possuidor de natureza jurídica; 
- Limitado (ou subordinado), 
- Condicionado, e 
- Secundário ou de 2° grau. 
 
- Limitações: 
* Sensíveis: São os que representam a essência da organização constitucional da 
federação brasileira e estabelecem limites à autonomia organizatória dos Estados-
membros (CF, art. 34, VII, “a” a “e”). 
* Extensíveis: São os que consagram normas centrais organizatórias para a União que 
se estendem aos Estados, por previsão constitucional expressa (CF, arts. 28 e 75) ou 
implícita (CF, art. 58, § 3º; arts. 59 e ss.) 
* Estabelecidos ou Organizatórios: São os que restringem a capacidade organizatória 
dos Estados federados por meio de limitações expressas (CF, art. 37) ou implícitas (CF, 
art. 21) 
 
 
PODER CONSTITUINTE DIFUSO 
O poder constituinte difuso pode ser caracterizado como um poder de fato e que serve 
de fundamento para os mecanismos de atuação da mutação constitucional. 
Se por um lado a mudança implementada pelo poder constituinte derivado reformador 
se verifica de modo formal, palpável, por intermédio das emendas à Constituição, a 
modificação produzida pelo poder constituinte difuso se instrumentaliza de modo 
informal e espontâneo, como verdadeiro poder de fato, e que decorre dos fatores 
sociais, políticos e econômicos, encontrando-se em estado de latência. Trata-se de 
processo informal de mudança da Constituição, alterando-se o seu sentido 
interpretativo, e não o seu texto, que permanece intacto e com a mesma literalidade. 
 
 
 
 
19 
 
PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL 
Trata-se de um poder destinado a elaborar uma constituição supranacional, apta a 
vincular os Estados ajustados sob o seu comando e fundamentada na vontade do povo-
cidadão universal, seu verdadeiro titular. Este poder é considerado constituinte por ter 
a força de criar uma ordem jurídica de cunho constitucional, na medida em que 
reorganiza a estrutura de cada um dos Estados que adere ao direito comunitário e 
submete as constituições nacionais ao seu poder supremo. 
O poder constituinte supranacional busca a sua fonte de validade na cidadania 
universal, no pluralismo de ordenamentos jurídicos, na vontade de integração e em 
um conceito remodelado de soberania. 
 
 
PREÂMBULO 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado 
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica 
das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA 
DO BRASIL. 
 
PREÂMBULO CONSTITUCIONAL 
- O preâmbulo é um elemento formal de aplicabilidade. 
- O preâmbulo não pode, por si só, servir de parâmetro de controle da constitucionalidade de uma norma. 
- O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, 
dessa forma, norteia a interpretação do texto constitucional. 
- Em termos estritamente formais, o Preâmbulo é uma espécie de introdução ao texto constitucional, um resumo 
dos direitos que permearão a textualização a seguir, apresentando o processo que resultou na elaboração da 
Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação. 
- O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior 
e garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos listados em seguida e até então não dotados de 
força normativa constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o exercício dos direitos sociais e 
individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça. 
- A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente, não tem força 
normativa, não sendo de reprodução obrigatória pelos Estados. 
- Para o STF o preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição ideológica do 
constituinte. Logo, não contém relevância jurídica, não tem força normativa, sendo mero vetor interpretativo das 
normas constitucionais, não servindo como parâmetro para o controle de constitucionalidade. 
 TEORIAS QUANTO À NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO: 
1. Teoria da Irrelevância Jurídica: O preâmbulo está no âmbito da política, portanto, não possui relevância 
jurídica. Adotada! 
2. Teoria da Plena Eficácia: O preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais. 
3. Teoria da Relevância Jurídica Indireta ou Específica: O preâmbulo faz parte das características jurídicas da 
Constituição Federal, entretanto, não deve ser confundido com as demais normas jurídicas desta. 
 
TÍTULO I 
Dos Princípios Fundamentais 
Art. 1º A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO e tem como FUNDAMENTOS: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político.20 
 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, 
nos termos desta Constituição. 
 
República Federativa do Brasil 
Forma de Estado Federado As duas iniciais formam FE de Federação 
Forma de Governo Republicano FOGO na República 
Sistema de Governo Presidencialista SIGO o Presidente 
Regime de Governo Democrático REGO Democrático 
 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
Poder Função Típica Função Atípica 
Legislativo 
- Legislar 
- Fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária e patrimonial do 
Poder Executivo 
Nat. Executiva: ao dispor sobre sua organização, provendo 
cargos, concedendo férias e licenças a servidores; 
Nat. Jurisdicional: Senado, quando julga o PR nos crimes de 
responsabilidade (art. 52, I, CF). 
Executivo 
- Administrar 
- Pratica de atos de chefia de 
Estado, chefia de governo e atos 
administrativos 
Nat. Legislativa: PR, quando adota Medida Provisória, com 
força de lei (art. 62, CF); 
Nat. Jurisdicional: Executivo julga, apreciando defesas e 
recursos administrativos. 
Judiciário - Julgar 
Nat. Executiva: quando concede férias e licenças aos 
magistrados e serventuários (art. 96, I, “f”, CF); 
Nat. Legislativa: regimento interno de seus tribunais (art. 96, 
I, “a”, CF). 
 
 
Art. 3º Constituem OBJETIVOS FUNDAMENTAIS da República Federativa do Brasil: 
Obs.: Norma constitucional de eficácia LIMITADA DE PRINCÍPIO PROGRAMÁTICO 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. 
 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes PRINCÍPIOS: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural 
dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
 
 
 
21 
 
FUNDAMENTOS OBJETIVOS FUNDAMENTAIS 
PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS 
Soberania; 
 
Cidadania; 
 
Dignidade da pessoa humana; 
 
Valores sociais do trabalho e da 
libre iniciativa; 
 
Pluralismo político. 
Construir uma sociedade livre, justa e 
solidária; 
 
Garantir o desenvolvimento nacional; 
 
Erradicar a pobreza e a marginalização 
e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais; 
 
Promover o bem estar de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas 
de discriminação. 
Autodeterminação dos povos; 
 
Independência nacional; 
 
Não-intervenção; 
 
Concessão de asilo político; 
 
Prevalência dos direitos humanos; 
 
Igualdade entre os Estados; 
 
Defesa da paz; 
 
Repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
 
Cooperação entre os povos para o 
progresso da humanidade; 
 
Solução pacífica dos conflitos. 
BIZU: “SoCiDiVaPlu” 
BIZU: “ConGaErPro”; Regra do 
verbo. 
BIZU: “AIndNãoConPreIDeReCoS” 
 
 
TÍTULO II 
Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
CARACTERÍSTICAS 
Historicidade 
Possuem caráter histórico, nascendo com o cristianismo, 
passando pelas diversas revoluções e chegando aos dias 
atuais. 
Universalidade 
Destinam-se, de modo indiscriminado, a todos os seres 
humanos. 
Relatividade 
Os direitos fundamentais não são absolutos (relatividade), 
havendo, muitas vezes, no caso concreto, confronto, 
conflito de interesses, o que é resolvido por um juízo de 
ponderação ou pelo princípio da proporcionalidade. 
Concorrência Podem ser exercidos cumulativamente uns com os outros. 
Irrenunciabilidade 
Eles podem ser nunca exercidos, mas nunca poderão ser 
renunciados. 
Inalienabilidade 
Como são conferidos a todos, são indisponíveis; não se 
pode aliená-los por não terem conteúdo econômico-
patrimonial. 
Imprescritibilidade Não são perdidos se não forem usados. 
DIREITOS HUMANOS 
X 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Direitos 
Humanos 
Conjunto de valores e direitos na ordem internacional para 
a proteção da dignidade da pessoa. 
Direitos 
Fundamentais 
Conjunto de valores e direitos positivados na ordem 
interna de determinado país para a proteção da dignidade 
da pessoa. 
22 
 
DIMENSÕES 
1ª Dimensão 
-Valor-Fonte: liberdade 
-Tipo de Estado: liberal 
-Direitos: Políticos e Civis - BIZU: PC 
-Prestações Estatais: direitos negativos (abstenção Estatal) 
-Exemplos: liberdade de reunião e locomoção 
2ª Dimensão 
-Valor-Fonte: igualdade 
-Tipo de Estado: social 
-Direitos: Econômicos, Sociais e Culturais - BIZU: ESC 
-Prestações Estatais: direitos positivos (prestação Estatal) 
-Exemplos: saúde e previdência social 
3ª Dimensão 
-Valor-Fonte: fraternidade 
-Tipo de Estado: coletivo 
-Direitos: Coletivos e Difusos - BIZU: CD 
-Prestações Estatais: dever de toda a comunidade 
-Exemplos: meio ambiente e consumidor 
4ª Dimensão 
* Engrenharia genética (Norberto Bobbio) 
* Direito à informação, democracia direta e pluralismo 
(Paulo Bonavides) 
5ª Dimensão * Direito à paz (Paulo Bonavides) 
TEORIA DOS STATUS DE 
JELLINEK 
 
(Desenvolvida por Georg 
Jellinek na segunda métade 
do séxulo XIX e apresentada 
por Robert Alexy em seu 
livro “Teoria dos Direitos 
Fundamentais”, a Teoria dos 
Status de Jellinek busca 
explicar o papel dos 
Direitos Fundamentais nas 
relações entre o Estado e o 
particular) 
Status Passivo 
ou Subjectionis 
O indivíduo em posição de subordinação aos Poderes 
Públicos, vinculando-se ao Estado por mandamentos e 
proibições. O indivíduo aparece como detentor de deveres 
perante o Estado. 
BIZU: Sujeição do particular frente ao Estado. 
Status Negativo 
ou Libertatis 
O indivíduo, por possuir personalidade, goza de um espaço 
de liberdade diante das ingerências do Poder Público. 
Direito de garantir uma abstenção do Estado, de negar uma 
intervenção. 
BIZU: Defesa do particular frente ao Estado. 
Status Ativo 
ou Activus 
O indivíduo tem direito de participar ativamente da vida do 
Estado, de se inserir na tomada de decisão do Estado. Ex.: 
voto. 
BIZU: Participação do particular na tomada de decisões. 
Status Positivo 
ou Civitatis 
O indivíduo tem direito de exigir do Estado uma atuação 
positiva, uma intervenção prestacional. 
BIZU: Prestação do Estado ao particular. 
DIMENSÕES 
(SUBJETIVA X OBJETIVA) 
Dimensão 
Subjetiva 
Os direitos fundamentais, são direitos exigíveis perante o 
Estado: as pessoas podem exigir que o Estado se abstenha 
de intervir indevidamente na esfera privada (direitos de 1º 
geração) ou que o Estado atue ofertando prestações 
positivas, através de políticas e serviços públicos (direitos 
de 2º geração). 
Dimensão 
Objetiva 
Os direitos fundamentais são vistos como enunciados 
dotados de alta carga valorativa: eles são qualificados 
como princípios estruturantes do Estado, cuja eficácia se 
irradia por todo o ordenamento jurídico. Aplica-se às 
aplicações e interpretações dos direitos fundamentais. 
EFICÁCIAS 
Eficácia 
Vertical 
É aplicada às relações entre o Estado e o particular, que se 
encontra em uma relação de subordinação quanto ao 
Estado. 
BIZU: Estado x Particular 
23 
 
Eficácia 
Horizontal 
É chamada de horizontal, pois não existe subordinação, 
mas sim uma coordenação, uma igualdade entre aspartes 
da relação. 
BIZU: Particular x Particular 
Eficácia 
Diagonal 
É aplicada às relações em que há um desequilíbrio entre os 
particulares, é um desequilíbrio fático, a exemplo das 
relações entre patrões e empregados, entre banco e 
consumidores. 
BIZU: Particular x Particular Vulnerável 
REGRAS 
X 
PRINCÍPIOS 
Regras 
- Mandados de determinação 
- Aplicado por subsunção 
- Técnica do "tudo ou nada" 
- Buscam fundamento nos princípios 
- Possuem reduzido grau de abstração e 
indeterminabilidade 
- Aplicação direta e imediata 
Princípios 
- Mandados de otimização 
- Aplicado por ponderação de interesses 
- Técnica do "mais ou menos" 
- Constituem a ratio das regras 
- Possuem elevado grau de abstração e de 
indeterminabilidade 
- Dependem da interpretação 
 
Art. 5º TODOS são iguais perante a lei, SEM DISTINÇÃO de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à Vida, à Liberdade, à Igualdade, à Segurança e 
à Propriedade, nos termos seguintes: BIZU: “V.I.L.P.S” 
Obs.: Abrange os estrangeiros não residentes e as pessoas jurídicas (STF e Doutrina Majoritária). 
 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
#INFO 
- É INCONSTITUCIONAL lei que preveja requisitos diferentes entre homens e mulheres para que recebam 
pensão por morte. 
É inconstitucional, por transgressão ao princípio da isonomia entre homens e mulheres (art. 5º, I, da CF/88), a 
exigência de requisitos legais diferenciados para efeito de outorga de pensão por morte de ex-servidores públicos 
em relação a seus respectivos cônjuges ou companheiros/companheiras (art. 201, V, da CF/88). 
STF. Plenário. RE 659424/RS, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 
457) (Info 994). 
 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; (P. DA LEGALIDADE) 
 
PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE 
Aspectos 
- Positivo 
* aplicável à Administração Pública 
* só poderá atuar quando a lei determinar ou autorizar 
- Negativo 
* aplicável ao particular 
* podem fazer tudo o que não estiver proibido em lei 
Exceções 
* Medidas provisórias (art. 62, CF) 
* Estado de defesa (art. 136, CF) 
* Estado de sítio (art. 137, CF) 
 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
Obs.: Norma constitucional de eficácia PLENA 
24 
 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO o anonimato; 
 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral 
ou à imagem; 
 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos 
e garantida, NA FORMA DA LEI, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
 
#INFO 
- É CONSTITUCIONAL lei estadual que permite o sacrifício de animais em cultos de religiões de matriz 
africana. 
É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual 
de animais em cultos de religiões de matriz africana. 
STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 
28/3/2019 (Info 935). 
 
VII - é assegurada, NOS TERMOS DA LEI, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de 
internação coletiva; 
 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, 
SALVO se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, 
fixada em lei; (ESCUSA OU OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA) 
Obs.: O direito de escusa de consciência não se restringe ao serviço militar obrigatório, quando se trata de crença 
religiosa, convicção filosófica ou religiosa, pois ele pode atingir, por exemplo, indivíduos que não aceitam 
trabalhar ou realizar prova aos sábados. 
 
#INFO 
- É possível que o servidor público cumpra seus deveres funcionais em dias alternativos por motivos 
religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos. 
Nos termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível à Administração Pública, inclusive durante o estágio 
probatório, estabelecer critérios alternativos para o regular exercício dos deveres funcionais inerentes aos cargos 
públicos, em face de servidores que invocam escusa de consciência por motivos de crença religiosa, desde que 
presentes a razoabilidade da alteração, não se caracterize o desvirtuamento do exercício de suas funções e não 
acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. 
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 19/11, 
25/11 e 26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000). 
 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, INDEPENDENTEMENTE 
de censura ou licença; 
 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 
XI - a CASA é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, 
SALVO em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
 
INVIOLABILIDADE DO 
DOMICÍLIO 
(EXCEÇÕES) 
Durante o DIA/NOITE 
- com o consentimento do morador 
- flagrante delito 
- desastre 
- prestar socorro 
Apenas durante DIA - determinação judicial 
 
 
 
25 
 
#INFO 
- Parâmetros para a validade da entrada forçada em domicílio sem mandado judicial. 
A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada 
em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori", que indiquem que dentro da casa ocorre situação de 
flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade 
dos atos praticados. 
STF. Plenário. RE 603616/RO. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgado 4-5/11/2015 (repercussão geral) (lnfo 806). 
 
- Ingresso em domicílio sem autorização. 
Não é permitido o ingresso na residência do indivíduo pelo simples fato de haver denúncias anônimas e ele ter 
fugido da polícia. 
A existência de denúncias anônimas somada à fuga do acusado, por si sós, não configuram fundadas razões a 
autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu consentimento ou determinação judicial. 
STJ. 6ª Turma. RHC 83.501-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro. Julgado em 06/03/2018 (Info 623). 
 
- Mera intuição de que está havendo tráfico de drogas na casa não autoriza o ingresso sem mandado judicial 
ou consentimento do morador. 
O ingresso regular da polícia no domicilio, sem autorização judicial, em caso de flagrante delito, para que seja 
válido, necessita que haja fundadas razões (justa causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da 
residência. 
A mera intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse autorizar abordagem policial 
em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem 
o seu consentimento e sem determinação judicial. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.574.681-RS. Rel. Min. Rogério Schietti Cruz. Julgado em 20/4/2017 (Info 606). 
 
- Configura invasão de domicílio a invasão de gabinete de Delegado de Polícia. 
Configura o crime de violação de domicílio (art. 150 do CP) o ingresso e a permanência, sem autorização, em 
gabinete de Delegado de Polícia, embora faça parte de um prédio ou de uma repartição públicos. 
No caso concreto, dezenas de manifestantes foram até a Delegacia de Polícia Federal cobrar agilidade na conclusão 
de um inquérito policial. Como não foram recebidos, decidiram invadir o gabinete do Delegado. 
STJ. 5ª Turma.HC 298.763-SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 7/10/2014 (Info 549). 
 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, SALVO, no último caso (comunicações telefônicas), por ORDEM JUDICIAL, nas hipóteses e na forma 
que a lei (Lei nº 9.296/96) estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; 
 
SIGILO BANCÁRIO 
Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições financeiras? 
POLÍCIA NÃO. É necessária autorização judicial. 
MP 
NÃO. É necessária autorização judicial (STJ. HC 160.646/SP). 
Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas 
de titularidade de órgãos e entidades públicas, com o fim de proteger o patrimônio 
público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário (STJ. HC 308.493/CE). 
TCU 
NÃO. É necessária autorização judicial (STF. MS 22934/DF). 
Exceção: O envio de informações ao TCU relativas a operações de crédito originárias de 
recursos públicos não é coberto pelo sigilo bancário (STF. MS 33340/DF). 
Receita Federal 
SIM (art. 6º da LC 105/2001). O repasse das informações dos bancos para o Fisco não 
pode ser definido como sendo "quebra de sigilo bancário". 
Receita Estadual, 
Distrital, Municipal 
SIM, desde que regulamentem, no âmbito de suas esferas de competência, o art. 6º da 
LC 105/2001, de forma análoga ao Decreto Federal 3.724/2001. 
CPI 
CPI federal ou estadual/distrital  SIM (art. 4º, § 1º da LC 105/2001); 
CPI municipal  NÃO (prevalece). 
*Fonte: site Dizer o Direito. 
26 
 
#INFO 
- É possível o compartilhamento, sem autorização judicial, dos relatórios de inteligência financeira da UIF e 
do procedimento fiscalizatório da Receita Federal com a Polícia e o Ministério Público. 
1. É constitucional o compartilhamento dos relatórios de inteligência financeira da UIF e da íntegra do 
procedimento fiscalizatório da Receita Federal do Brasil (RFB), que define o lançamento do tributo, com os órgãos 
de persecução penal para fins criminais, sem a obrigatoriedade de prévia autorização judicial, devendo ser 
resguardado o sigilo das informações em procedimentos formalmente instaurados e sujeitos a posterior controle 
jurisdicional. 
2. O compartilhamento pela UIF e pela RFB, referente ao item anterior, deve ser feito unicamente por meio de 
comunicações formais, com garantia de sigilo, certificação do destinatário e estabelecimento de instrumentos 
efetivos de apuração e correção de eventuais desvios. 
STF. Plenário. RE 1055941/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/12/2019 (repercussão geral – Tema 990) 
(Info 962). 
 
- É possível que a Receita Federal compartilhe, com a Polícia e o MP, os dados bancários que ela obteve em 
procedimento administrativo fiscal, para fins de instrução processual penal. 
Os dados do contribuinte que a Receita Federal obteve das instituições bancárias mediante requisição direta (sem 
intervenção do Poder Judiciário, com base nos arts. 5º e 6º da LC 105/2001), podem ser compartilhados, também 
sem autorização judicial, com o Ministério Público, para serem utilizados como prova emprestada no processo 
penal. Isso porque o STF decidiu que são constitucionais os arts. 5º e 6º da LC 105/2001, que permitem o acesso 
direto da Receita Federal à movimentação financeira dos contribuintes (RE 601314/SP, Rel. Min. Edson Fachin, 
julgado em 24/2/2016. Info 815). Este entendimento do STF deve ser estendido também para a esfera criminal. 
É lícito o compartilhamento promovido pela Receita Federal dos dados bancários por ela obtidos a partir de 
permissivo legal, com a Polícia e com o Ministério Público, ao término do procedimento administrativo fiscal, 
quando verificada a prática, em tese, de infração penal. 
STF. 1ª Turma. RE 1043002 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 01/12/2017. 
STF. 2ª Turma. RHC 121429/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/4/2016 (Info 822). 
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.601.127-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Rel. Acd. Min. Felix Fischer, julgado 
em 20/09/2018 (Info 634). 
STJ. 6ª Turma. HC 422.473-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 20/03/2018 (Info 623). 
 
- Requisição pelo MP de informações bancárias de ente da administração pública. 
Não são nulas as provas obtidas por meio de requisição do Ministério Público de informações bancárias de 
titularidade de Prefeitura para fins de apurar supostos crimes praticados por agentes públicos contra a 
Administração Pública. 
É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade da Prefeitura, com 
o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário. 
O sigilo de informações necessário à preservação da intimidade é relativizado quando há interesse da sociedade 
em conhecer o destino dos recursos públicos. 
Diante da existência de indícios da prática de ilícitos penais envolvendo verbas públicas, cabe ao MP, no exercício 
de seus poderes investigatórios (art.129, VIII, da CF/88), requisitar os registros de operações financeiras relativos 
aos recursos movimentados a partir de conta-corrente de titularidade da Prefeitura. Essa requisição compreende, 
por extensão, o acesso aos registros das operações bancárias sucessivas, ainda que realizadas por particulares, e 
objetiva garantir o acesso ao real destino desses recursos públicos. 
STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE. Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca. Julgado em 20/10/2015 (Info 572). 
STF. 2ª Turma. RHC 133118/CE. Rel. Min. Dias Toffoli. Julgado em 26/9/2017 (Info 879). 
 
- Dados obtidos com a quebra de sigilo bancário não podem ser divulgados abertamente em site oficial. 
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser mantidos sob reserva. 
Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio da quebra de sigilo 
determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI). 
STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899). 
 
 
27 
 
- Entrega espontânea de documentos por ex-companheira de investigado e sigilo bancário. 
Não configura quebra de sigilo bancário e fiscal o acesso do MP a recibos e comprovantes de depósitos bancários 
entregues espontaneamente pela ex-companheira do investigado os quais foram voluntariamente deixados sob a 
responsabilidade dela pelo próprio investigado. 
STJ. 5ª Turma. RHC 34.799-PA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 17/3/2016 (Info 581). 
 
- Publicação no jornal dos nomes dos clientes que tinham contas de poupança no banco, em determinado 
período, representa quebra do sigilo bancário. 
A divulgação de elementos cadastrais dos beneficiários de decisão proferida em ação civil pública que determinou 
o pagamento dos expurgos inflacionários decorrentes de planos econômicos configura quebra de sigilo bancário. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.285.437-MS, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 23/5/2017 (Info 605). 
 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que 
a LEI ESTABELECER; 
Obs.: Norma constitucional de eficácia CONTIDA 
 
#INFO 
- A exigência de que o leiloeiro preste caução para o exercício da profissão é compatível com a Constituição, 
não havendo ofensa ao art. 5º, XIII, tendo em vista que a garantia é necessária para resguardar eventuais 
danos ao patrimônio de terceiros. 
Os arts. 6º a 8º do Decreto nº 21.981/1932 exigem que o indivíduo que quiser exercer a profissão de leiloeiro 
preste uma garantia (caução). 
A exigência de garantia para o exercício da profissão de leiloeiro, prevista nos arts. 6º a 8º do Decreto 21.981/1932, 
é compatível com o art. 5º, XIII, da Constituição Federal de 1988. 
Isso porque o leiloeiro lida diariamente com o patrimônio de terceiros, de forma que a prestação de fiança comocondição para o exercício de sua profissão busca reduzir o risco de dano ao proprietário, o que reforça o interesse 
social da norma protetiva, bem como justifica a limitação para o exercício da profissão. 
STF. Plenário. RE 1263641/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 9/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 455) (Info 994). 
 
- A restrição imposta pela Lei 13.021/2014, no sentido de que apenas farmacêuticos legalmente habilitados 
podem figurar como responsáveis técnicos de farmácias e drogarias, não é incompatível com o 5º XIII, da 
Constituição Federal. 
Surgem constitucionais os artigos 5º e 6º, inciso I, da Lei nº 13.021/2014, no que previsto ser do farmacêutico a 
responsabilidade técnica por drogaria. 
STF. Plenário. RE 1156197, Rel. Marco Aurélio, julgado em 24/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 1.049) 
(Info 991 – clipping). 
 
- É constitucional a previsão da lei de que determinadas atividades são privativas de nutricionistas. 
É constitucional a expressão “privativas”, contida no caput do art. 3º da Lei nº 8.234/91, que regulamenta a 
profissão de nutricionista, respeitado o âmbito de atuação profissional das demais profissões regulamentadas. 
STF. Plenário. ADI 803/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/9/2017 (Info 879). 
 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao 
exercício profissional; 
Obs.: Restringível pelo Estado de Sítio - art. 139, III, CF 
 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, NOS TERMOS DA 
LEI, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
Obs.: Restringível pelo Estado de Sítio - art. 139, I e II, CF 
 
 
 
 
28 
 
#INFO 
- Lei estadual pode exigir que servidor more no Município onde atua, mas não pode exigir que ele peça 
autorização todas as vezes em que for sair da localidade. 
A regra que estabelece a necessidade de residência do servidor no município em que exerce suas funções é 
compatível com a Constituição de 1988, a qual já prevê obrigação semelhante para magistrados, nos termos do 
seu art. 93, VII. 
Por outro lado, viola a Constituição a lei estadual que proíba a saída do servidor do Município sede da unidade 
em que atua sem autorização do superior hierárquico. Essa previsão configura grave violação da liberdade 
fundamental de locomoção (art. 5º, XV, da CF/88) e do devido processo legal (art. 5º, LIV). 
STF. Plenário. ADPF 90, Rel. Luiz Fux, julgado em 03/04/2020 (Info 977). 
 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, INDEPENDENTEMENTE de 
autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo 
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 
 
DIREITO DE REUNIÃO 
- deve ser pacífica; 
- não pode ter uso de armas, inclusive as brancas; 
- não precisa da autorização da Administração Pública; 
- precisa de um prévio aviso a Administração Pública; 
- não pode atrapalhar uma outra Reunião. Ex.: ser no mesmo lugar; 
- tem que ser em um lugar aberto, por exemplo: Avenida Paulista. 
 
Obs.: Em caso de lesão ou ameaça de lesão ao direito de reunião, o remédio 
constitucional cabível é o mandado de segurança. 
 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, VEDADA a de caráter paramilitar; 
 
XVIII - a CRIAÇÃO de associações e, na forma da lei, a de cooperativas INDEPENDEM de autorização, sendo 
VEDADA a interferência estatal em seu funcionamento; 
 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão 
judicial, exigindo-se, no primeiro caso (compulsoriamente dissolvidas), o trânsito em julgado; 
 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
 
XXI - as entidades associativas, QUANDO EXPRESSAMENTE AUTORIZADAS, têm legitimidade para representar 
seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
Obs.: Trata-se de REPRESENTAÇÃO JUDICIAL, e não de substituição processual (como ocorre com os sindicatos). 
- Súmula nº 629, STF: “A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos 
associados independe da autorização destes.” 
 
- Súmula nº 630, STF: “A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a 
pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.” 
 
ASSOCIAÇÕES 
Objetivos Exigências 
Criação 
- Não depende de autorização do poder público; 
- É vedada a criação de associações de caráter paramilitar. 
Suspensão das atividades - Somente por decisão judicial. 
Dissolução - Somente por decisão judicial com trânsito em julgado. 
 
 
29 
 
#INFO 
- Ação coletiva proposta pela associação em favor de seus filiados. 
A autorização estatutária genérica conferida à associação não é suficiente para legitimar a sua atuação em juízo 
na defesa de direitos de seus filiados. Para cada ação, é indispensável que os filiados autorizem de forma expressa 
e específica a demanda. 
Exceção: no caso de impetração de mandado de segurança coletivo, a associação não precisa de autorização 
específica dos filiados. 
STF. Plenário. RE 573232/SC, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 
julgado em 14/5/2014 (Info 746). 
 
AS ASSOCIAÇÕES 
PRECISAM DE 
AUTORIZAÇÃO 
ESPECÍFICA DE SEUS 
FILIADOS 
PARA O AJUIZAMENTO 
DE AÇÕES EM DEFESA 
DESTES? 
Regra 
SIM 
A autorização estatutária genérica conferida à associação não é 
suficiente para legitimar a sua atuação em juízo na defesa de 
direitos de seus filiados. Para cada ação, é indispensável que os 
filiados autorizem, de forma expressa e específica, a demanda. 
O inciso XXI do art. 5º da CF/88 exige autorização expressa. 
Trata-se de hipótese de legitimação processual (a associação 
defende, em nome dos filiados, direito dos filiados que 
autorizaram). 
Exceções 
1. MS Coletivo 
Fundamento: o inciso LXX do art. 5º da CF/88 NÃO exige 
autorização expressa. 
O LXX do art. 5º da CF/88 NÃO exige autorização expressa. Trata-
se de hipótese de legitimação extraordinária (substituição 
processual), ou seja, a associação defende, em nome próprio, 
direito dos filiados. 
2. MI Coletivo 
Fundamento: o art. 12, III, da Lei nº 13.300/2016 afirma 
expressamente que o mandado de injunção coletivo pode ser 
promovido pela associação, dispensada, para tanto, autorização 
especial. 
*Fonte: site Dizer o Direito. 
 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para DESAPROPRIAÇÃO por necessidade ou utilidade pública, ou por 
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, RESSALVADOS os casos previstos nesta 
Constituição; 
Obs.: Desapropriação: competência para legislar: privativa da União - art. 22, II, CF 
 
DESAPROPRIAÇÃO (MODALIDADES) 
ESPÉCIE SENTIDO INDENIZAÇÃO ENTES 
ORDINÁRIA OU COMUM 
(art. 5º, XXIV, CF; DL 3.365/41; Lei 
4.132/62) 
- utilidade pública 
- necessidade pública ou 
- interesse social 
Justa, prévia e em 
dinheiro. 
Todos os 
Entes 
EXTRAORDINÁRIA 
OU 
SANCIONATÓRIA 
URBANÍSTICA 
(art. 182, § 4º, III, 
CF; Lei 10.257/01 
- Estatuto da 
Cidade) 
Realizada caso o imóvel 
urbano não esteja 
cumprindo a sua função 
social (imóvel não 
edificado, subutilizado ou 
não utilizado). 
- Títulos da dívida pública 
- prazo de resgate de até 
10 anos, assegurados o 
valor real da indenização e 
os juros legais. 
Município 
e DF 
30 
 
RURAL 
(art. 184, CF; Lei 
8.629/93; LC 
76/93) 
Realizada caso o imóvel 
rural não esteja cumprindo 
a sua função social. 
O imóvel desapropriado 
será utilizado para o 
programa de reforma 
agrária. 
Justa e prévia, mas paga 
em títulos da dívida 
agrária, com cláusula de 
preservação do valor real, 
resgatáveis no prazo de

Continue navegando