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NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE Comitê de pronunciamentos contábeis A contabilidade é a principal linguagem de comunicação dos agentes econômicos para a avaliação de investidores ou do risco de suas transações. O uso de práticas contábeis distintas tem trazido, porém dificuldades para a compreensão e para a comparabilidade das informações no ambiente internacional. Essas dificuldades têm forçado a busca pela harmonização de normas contábeis. O Comitê, constituído pela Resolução n.º 1.055 de 07 de outubro de 2005, do Conselho Federal de Contabilidade é uma iniciativa de seis entidades e reúne desde profissionais da área contábil, até usuários e acadêmicos. São elas: Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de capitais (Apimec Nacional), BOVESPA, Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI). Conta ainda com o apoio de importantes órgãos reguladores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central do Brasil. A adoção de um único conjunto de normas contábeis, reconhecido internacionalmente, facilitará o processo de decisão dos investidores, contribuindo para a solidez do mercado de capitais no Brasil. Permitirá a maior atração de capital para o país e redução dos custos, na medida em que a percepção de risco será menor, além de estimular o aumento dos investimentos e do comércio transnacional. Outro benefício para as empresas será a diminuição dos custos de preparação de demonstrativos contábeis para atender a diferentes critérios. A criação do comitê de pronunciamentos contábeis Escândalos contábeis internacionais forçaram uma maior rigidez nas normas contábeis. No Brasil, entidades do setor contábil preocupados com esses maus procedimentos criaram o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis foi criado com a função de estudar, preparar e emitir pronunciamentos técnicos, orientações e interpretações. Este Comitê vai centralizar e uniformizar a produção de procedimentos contábeis, a fim de estabelecer, em médio prazo, um único conjunto de normas para aplicação no Brasil, adequado aos padrões internacionais. “Muitas entidades no país têm poder de editar normas contábeis, como a Receita Federal, o Banco Central e as agências reguladoras de diversas áreas. Mas a partir da criação do CPC só ele terá este poder”. O Comitê irá rever as normas brasileiras de contabilidade de acordo com as regras internacionais e avaliar quais já estão de acordo com esses padrões. O trabalho terá como base de estudo recente do Ibracon e do CFC sobre as diferenças entre as práticas brasileiras e as internacionais. A atualização dessas normas permitirá que o Brasil se alinhe as normas internacionais, de modo que o novo órgão funcionará nos moldes do americano Financial Accounting Standards Board (FASB). O CPC surgiu em função das necessidades de: – convergência internacional das normas contábeis (redução de custos de elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custos nas análises e decisões, redução de custo de capital); – centralização na emissão de normas dessa natureza; – representação e processo democrático na produção das informações (produtores da informação contábil, auditor, usuário, governo). As discurssões de padronização das normas não se limitarão apenas à contabilidade das grandes empresas. Poderão ser adotadas, quando apropriadas e aplicáveis, pelas médias, pequenas e microempresas (PMEs). Entende-se que com a harmonização os mercados de capitais do mundo deixarão de reconciliar lucros apurados de acordo com normas distintas. A unificação tem entre os principais interessados as grandes corporações internacionais, que todo ano gastam centenas de milhares de dólares para publicar seus relatórios contábeis de acordo com os padrões para atender as exigências da lei de cada país onde estão. ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Objetivos Compreender o objetivo da estrutura conceitual para a elaboração e divulgação de relatório contábil financeiro.; Compreender o objetivo do relatório contábil financeiro de propósito geral Identificar as características qualitativas da informação contábil financeira útil Identificar os elementos das demonstrações contábeis Compreender os critérios de reconhecimento dos elementos das demonstrações contábeis Compreender as bases de mensuração dos elementos das demonstrações contábeis Reconhecer os conceitos de capital e de manutenção de capital A estrutura Conceitual trata: (a) elaboração e divulgação do relatório contábil financeiro; (b) qualidade da informação contábil financeira útil; (c) definição, reconhecimento e mensuração dos elementos que compõem as demonstrações contábeis; (d) conceitos de capital e sua respectiva manutenção. A Estrutura Conceitual não é um pronunciamento que define normas para nenhuma questão especifica de mensuração ou divulgação: Nesse sentido, nada contido na Estrutura Conceitual substitui qualquer pronunciamento especifico. É importante ressaltar que nos casos em que houver um conflito entre a Estrutura Conceitual e uma IFRS especifica, essa ultima deve prevalecer sobre os requisitos da Estrutura Conceitual A definição do objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é a parte mais importante da estrutura conceitual, pois ele e quem baliza como essa informação deve ser gerada. Assim, as qualidades da informação contábil-financeira são definidas para se atingir o objetivo definido, os elementos das demonstrações e seus reconhecimentos e mensurações são feitos para se atingir esse objetivo, e todas as normas especificas também devem estar voltadas para que se atinja os objetivos estabelecidos. O objetivo do relatório contábil financeiro de propósito geral é fornecer informações contábil - financeira acerca da entidade que reporta essa informação e que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. Basicamente, os investidores necessitam tomar decisão sobre a compra, venda ou manutenção de investimentos, e os credores precisam decidir se darão credito ou não para a entidade que reporta. Para tanto, necessitam de avaliar a capacidade de essa entidade gerar fluxos de caixas futuros, e suas incertezas, para suas tomadas de decisão. Portanto, devem os relatórios contábil-financeiros de propósito geral auxiliar os usuários nas suas previsões sobre a geração futura de fluxos de caixa da entidade que reporta. Portanto, não é objetivo prover a capacidade de geração de fluxos de caixa, mas sim dar informações que sirvam de inputs nos modelos decisórios dos usuários ao realizarem as suas previsões individuais. Alem disso, os relatórios contábil-financeiros também tem como objetivo apresentar o quão eficiente e efetiva a administração da entidade (e seu conselho de administração) têm cumprido com suas responsabilidades, no uso dos recursos. “A estrutura conceitual define o foco das demonstrações elaboradas com base nas normas emanadas do IFRS para investidores e credores. Outros tipos de usuários, apesar de poderem se utilizar dessas informações, não constituem seu foco especifico.” Entretanto, relatórios contábil-financeiros de propósito geral não atendem e não podem atender a todas as informações de que os usuários necessitam Por isso devem ser consideradas informações pertinentes de outras fontes, como, por exemplo, condições econômicas gerais, cenário político, perspectivas e panoramas tanto para a industria quanto para a entidade. REPRESENTAÇÃO FIDEDÍGNA Para ser útil, a informação alémde ser relevante, deve sempre representar fidedignamente as transações, consequentemente, a estrutura patrimonial e financeira e desempenho da entidade. E essa representação fidedigna, para que seja alcançada, deve levar em conta a essência econômica dos fatos representados e não sua forma jurídica. Apesar da essência sobre a forma ter sido formalmente retirada da estrutura conceitual na sua ultima revisão, isso foi realizado pois ela é considerada redundante frente a existência da representação fidedigna. Todavia, é importante ressaltar que ela é condição para que a representação fidedigna seja alcançada. Ainda, ser fidedigna, a representação da realidade retratada precisa ser completa, neutra e livre de erro. Para que ela seja completa, toda a informação necessária para que o usuário compreenda o fenômeno retratado, incluindo todas as descrições e explicações necessárias, devem estar presentes. Já informação neutra não significa informação sem propósito ou sem influência no comportamento dos usuários, significa que a informação é desprovida de viés na sua seleção ou apresentação. Por fim um retrato da realidade econômica livre de erros significa inexistência de erros ou omissões na informação e seu processo de obtenção que possam levar a sua distorção e, portanto, não representação fidedigna da realidade. "A maioria das informações contábeis está sujeita a algum risco de ser menos do que uma representação fiel daquilo que se propõe a retratar. Isso pode decorrer de dificuldades inerentes a identificação das transações ou outros eventos a serem avaliados ou a identificação e aplicação de técnicas de mensuração e apresentação que possam transmitir adequadamente, informações que correspondam a tais transações e eventos” Características Qualitativas da informação contábil – CPC 00 De acordo com o CPC 00, para que a informação contábil-financeira seja útil, ela precisa possuir características qualitativas fundamentais e características qualitativas de melhoria. Essas características garantem que a informação contábil-financeira será relevante e representará com fidedignidade o que se propõe a representar. A utilidade da informação contábil-financeira será melhorada se ela for comparável, verificável, tempestiva e compreensível. As Características Qualitativas Fundamentais são: – Relevância: uma informação relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários. Ela será capaz de fazer diferença nas decisões se tiver valor preditivo, valor confirmatório ou ambos. O valor preditivo e o valor confirmatório da informação contábil-financeira estão inter-relacionados. A informação que tem valor preditivo muitas vezes também tem valor confirmatório. Por exemplo, a informação sobre receita para o ano corrente, a qual pode ser utilizada como base para predizer receitas para anos futuros, também pode ser comparada com predições de receita para o ano corrente que foram feitas nos anos anteriores. Os resultados dessas comparações podem auxiliar os usuários a corrigirem e a melhorarem os processos que foram utilizados para fazer tais predições. – Representação fidedigna: Para ser útil, a informação contábil-financeira não tem só que representar um fenômeno relevante, mas tem também que representar com fidedignidade o fenômeno que se propõe representar. Para ser representação perfeitamente fidedigna, a realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de erro. As Características Qualitativas de Melhoria são: – Comparabilidade: As decisões de usuários implicam escolhas entre alternativas, como, por exemplo, vender ou manter um investimento, ou investir em uma ou outra entidade. Consequentemente, a informação acerca da entidade que reporta informação será mais útil caso possa ser comparada com informação similar sobre outras entidades e com informação similar sobre a mesma entidade para outro período ou para outra data. Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles. – Verificabilidade: Significa que diferentes observadores, podem chegar a um consenso, embora não cheguem necessariamente a um completo acordo, quanto ao retrato de uma realidade econômica em particular ser uma representação fidedigna. Informação quantificável não necessita ser um único ponto estimado para ser verificável. Uma faixa de possíveis montantes com suas probabilidades respectivas pode também ser verificável. – Tempestividade: Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de decisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões. – Compreensibilidade: Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão torna- a compreensível. Princípios de Contabilidade segundo o CFC. revogação das Resoluções CFC n. 750/1993 e n. 1.282/2010 e a vigência da NBC TG Estrutura Conceitual. A Resolução CFC nº 750/93 (com alterações dadas pela Resolução CFC nº 1282/10) dispõe sobre os Princípios de Contabilidade Princípios Contabeis: Definição e Tipos Os Princípios de Contábeis são as normas gerais da aplicação da Ciência Contábil. Devemos estar atentos a eles pois regem o que cada entidade poderá adotar para registrar os fatos contábeis, tornando a compreensível. A Resolução 750/1993, tratava de forma compilada os princípios contábeis, numa só resolução, a partir de 2017 estão sendo tratados em CPCs específicos, ou seja, foram diluídas em diversos CPCs. Resolução CFC nº 750/93: “Art. 1º – Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE os enunciados por esta Resolução. § 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). § 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.” Os princípios contábeis mais importantes são: O PRINCÍPIO DA ENTIDADE O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. Resolução 1.374/2011 A partir de 2017 passou a valer a Resolução 1.374/2011 – NBC TG Conceitual para Elaboração de Relatório Contábil e Financeiro, com isto foi revogada a Resolução 750/1993, que ditava os Princípios da Contabilidade.A partir desta resolução os princípios foram diluídos em diversos CPCs mas continuam a nortear os procedimentos para elaborar os demonstrativos contábeis e financeiros, como acontece com todas as ciências, que precisam estar sedimentadas em princípios para ser válidas. Publicação CFC (Conselho Federal de Contabilidade) em novembro de 2016 “Revogação da Resolução nº 750/1993: contexto e considerações” o fato de ter revogado a resolução não extingue os princípios contábeis: “Revogar a Resolução nº 750/1993, porém, não significa que os Princípios de Contabilidade estejam extintos. A revogação das resoluções visa à unicidade conceitual, indispensável para evitar divergências na concepção doutrinária e teórica, que poderiam comprometer aspectos formais das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs)” “Com isso, os Princípios de Contabilidade, sob o ponto de vista das Estruturas Conceituais dos setores privado e público, passaram a ser comportados dentro das normas específicas, respectivamente, a NBC TG Estrutura Conceitual (Resolução nº 1.374/2011) e NBCTSP EC.”
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