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Teoria da Contabilidade e Ética Profissional

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Teoria da Contabilidade 
e Ética Profissional
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Rodrigo De Souza Marin
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Evolução Histórica dos Princípios e Práticas Contábeis no Brasil
• Introdução;
• Estrutura Conceitual do CPC;
• Por Que os Contabilistas Precisam de Princípios?
• Princípios Contábeis e sua evolução no Brasil.
• Oferecer aos alunos um panorama da evolução dos Princípios Contábeis, desde os primór-
dios, até sua harmonização com os Padrões Internacionais (IFRS), e convergência contábil 
entre os Mercados. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Evolução Histórica dos Princípios 
e Práticas Contábeis no Brasil
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Evolução Histórica dos Princípios e Práticas Contábeis no Brasil
Contextualização 
Ao nos depararmos com uma classe profissional, devemos focar em procedi-
mentos similares para soluções e respostas similares para os desafios do dia a dia. 
Com isso, faz-se necessário focar Princípios e padrões, para servir de base a toda 
essa classe profissional.
Imagine você, se cada problema igual tivesse um destino de solução diferente? 
Dessa forma, não haveria base para comparação entre Empresas e segmentos.
Além disso, os Princípios e as Normas Contábeis servem para equalizar o co-
nhecimento dos Contabilistas, pois, no mínimo, ele precisa conhecer os Princípios 
e as normas para ser um profissional médio de Mercado.
Para se destacar no competitivo Mercado de trabalho, o Contabilista, além do 
mínimo, precisa se dedicar a buscar o sucesso empresarial de seu cliente e a sua 
perpetuidade de negócio. 
Em muitas ocasiões, ele é o único que entende efetivamente dos assuntos contá-
beis, fiscais e tributários na Empresa, e sua palavra, normalmente, possui um peso 
muito grande na tomada de decisão dos empresários.
No Brasil, já se tornam comuns as notícias sobre corrupção, mas isso, deve ser 
uma força ainda maior para que o Contador se torne um profissional íntegro e 
transparente perante toda a Sociedade.
Entender a origem das nossas Práticas Contábeis é de suma importância para 
o desenvolvimento tanto da Ciência Contábil como um todo quanto de todos nós, 
profissionais contabilistas. 
Esse é um desafio constante que precisamos vencer, diferenciando-nos em uma 
Sociedade com valores morais e éticos tão deturpados.
8
9
Introdução
Os Princípios e Postulados Contábeis, até pouco anos atrás, eram a base de toda 
Contabilidade. Atualmente, com a harmonização das Práticas Contábeis brasileiras 
às Normas e Práticas Contábeis Internacionais (IFRS), os Princípios e Postulados es-
tão passando por evolução constante com isso, a partir do ano de 2017, com o CPC 
– NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL, com a última revisão relativa ao assunto.
Apesar dos Princípios e Postulados da forma preconizada há décadas, eles con-
tinuam enraizados em toda a Ciência Contábil, mas hoje distribuídos de outra ma-
neira para que, acima de tudo, sejam úteis para a tomada de decisão e para o foco 
da perpetuidade das Empresas.
Essas atualizações visam ao alinhamento às Normas Internacionais de Contabi-
lidade, com a última revisão do CPC de 2017. 
Nos tópicos a seguir, serão demostradas essas novas vertentes em inovação e 
evolução dos Princípios e Normas Contábeis no decorrer das décadas.
Estrutura Conceitual do CPC
O CPC (Comissão de Pronunciamentos Contábeis) aprovou o pronunciamento 
conceitual básico em 2008, tendo sua última atualização em 2017. 
Esse pronunciamento constitui-se numa tradução do IASB 1 (Conceptual 
Framework) do IASB (International Accounting Standards Board). 
Seu maior objetivo é esclarecer conceitos que visam a fundamentar a preparação 
e a apresentação das Demonstrações Contábeis com foco nos usuários externos. 
Tanto aqui no Brasil quanto no exterior, vem como consequência de inúmeras 
tentativas de se estabelecerem a consolidação e a padronização técnica dos Princí-
pios e Normas Gerais que pudessem orientar os profissionais de modo geral.
O âmago desta Unidade será a evolução qualitativa das Normas e Princípios 
Contábeis. Com isso, apresentaremos uma breve evolução histórica dos Princípios 
e Normas até o atual momento, com a consolidação do CPC (estrutura conceitual 
básica) na Contabilidade.
As Normas Internacionais de Contabilidade – IASB (International Accounting 
Standards Board estão em pleno processo de monitoramento, a fim de se manter 
sempre atualizado com relação à sua estrutura conceitual.
Enquanto a versão final está em processamento, devido às constantes atuali-
zações que o Mundo Contábil tem vivido, existirá, nesse meio termo, revisões do 
CPC – NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL.
9
UNIDADE Evolução Histórica dos Princípios e Práticas Contábeis no Brasil
Hoje temos como última versão a revisão de número 1 (R1), datada de 
01/01/2017, que atualiza e consolida dispositivos da Resolução CFC n.º 750/93, 
que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade.
A versão atual, o aprovou com o seguinte enfoque:
• O objetivo da elaboração e da divulgação de Relatório Contábil-financeiro; 
• As características qualitativas da Informação Contábil-financeira útil; 
• A definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos a partir dos 
quais as Demonstrações Contábeis são elaboradas; 
• Os conceitos de capital e de manutenção de capital.
Ao citar os Princípios, a forma mais correta a ser utilizada, neste momento, é: 
“Princípios de Contabilidade (PC)” e não mais “Princípios Fundamentais de Conta-
bilidade (PFC)”, como preconizava a resolução de 750/93.
As DFs (Demonstrações Financeiras) são desenvolvidas com foco no usuário 
externo, com finalidade específica e necessidade abrangente. 
Governo, credores, cliente e Bancos podem se interessar de maneiras diferentes 
pela Informação Contábil divulgada. Mesmo a necessidade da Informação sendo 
diferente, toda demonstração Financeira deve ser elaborada conforme a Estrutura 
Conceitual preconiza e rege. 
O foco principal dessas Demonstrações Contábeis é serem utilizadas como fer-
ramenta para tomada de decisão por parte de todos os usuários interessados na 
Informação Contábil, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidadeespecífica de determinados grupos de usuários.
Dentre as muitas finalidades das DFs elaboradas para tomada de decisão, se-
guem as de maior destaque:
• Decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais;
• Avaliar a administração da Entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido 
conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas;
• Avaliar a capacidade de a Entidade pagar seus empregados e de lhes propor-
cionar outros benefícios;
• Avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros empresta-
dos à Entidade;
• Determinar políticas tributárias;
• Determinar a distribuição de lucros e dividendos;
• Elaborar e usar estatísticas da renda nacional; 
• Regulamentar as atividades das Entidades (Brasil, CFC, 2017, p. 2).
Em síntese, a principal atenção dispendida é para que as informações sejam as mais 
completas possíveis, para que sirvam como esteio aos usuários das Informações Contábeis 
10
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tomarem decisões sadias que visem à continuidade e à perpetuidade das Corporações 
em que os Contabilistas trabalham ou para as quais produzem as informações.
É por essa razão que o pronunciamento destaca alguns dos principais usuários 
das Demonstrações Contábeis.
Os usuários e suas necessidades de Informação
Dentre os usuários das Demonstrações Contábeis incluem-se:
• Investidores atuais e potenciais: o acionista, em suma, tem interesse estreito 
em dividendos. Para isso ele necessita ter certeza de que as informações que 
a Empresa oferece tenham alto grau de transparência e governança. Suas 
necessidades também envolvem o auxílio à decisão de compra, venda ou ma-
nutenção dos investimentos atuais;
• Empregados: querem estabilidade, querem remuneração básica, além de ou-
tros benefícios adicionais: benefícios de aposentadorias e oportunidades de 
emprego. Outras áreas de interesse são as que retratam o grau de estabilidade 
da Empresa e, consequentemente, a lucratividade que seu negócio gera;
• Credores por empréstimos: seus interesses residem na verificação da capa-
cidade que a Entidade tem de saldar seus empréstimos e os correspondentes 
juros no vencimento acordado;
• Fornecedores e outros credores comerciais: interessam-se pela avaliação 
com relação às importâncias que lhe são devidas e se elas serão pagas nos 
respectivos vencimentos;
• Clientes: seus interesses principais são manter um relacionamento de longo 
prazo com a Empresa e buscar a continuidade operacional da Entidade;
• Governo e suas agências: tributos e Governos andam de mãos dadas. Esta é 
uma questão de extrema importância para uma plena governabilidade, já que 
é a partir dessas informações que o Governo averígua se os valores recolhidos 
aos cofres públicos por meio dos tributos são representações verdadeiras e exa-
tas dos valores que deveriam ser recolhidos. O interesse reside na destinação 
dos recursos e, portanto, nas atividades das Entidades;
• Público: as Informações Contábeis e Financeiras auxiliam na medição da ca-
pacidade da contribuição substancial para determinada localidade, já que, pelo 
fato de as Organizações contratarem pessoas e de realizarem atividades com 
outras Empresas da região, essa contribuição pode acontecer.
O CPC reconhece que, apesar de as DFs serem bem completas e com muitas 
informações, nem todas as necessidades de informação podem ser satisfeitas pelas 
Demonstrações Contábeis, mas o foco é que as informações de uso comum da 
maioria dos funcionários sejam contempladas nesse pronunciamento. 
Vale reiterar que a responsabilidade pela preparação e pela apresentação das 
Demonstrações Contábeis é da Empresa.
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UNIDADE Evolução Histórica dos Princípios e Práticas Contábeis no Brasil
Os objetivos das Demonstrações Contábeis
O CPC estabelece que o principal objetivo das DFs é fornecer informações sobre 
a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as variações na situação da 
Empresa que sejam úteis aos usuários da Informação Contábil.
Além disso, as Demonstrações também objetivam apresentar os resultados da 
Administração na Gestão da Entidade e sua capacidade na prestação de contas 
quanto aos recursos que lhe foram confiados.
Posição patrimonial e financeira, desempenho 
e mutações na posição financeira
As decisões econômicas tomadas pelos usuários das Demonstrações Contábeis 
requerem uma avaliação da capacidade que a Entidade tem para gerar caixa e equi-
valentes de caixa. 
A posição patrimonial e financeira da Entidade é afetada pelos recursos econô-
micos que ela controla. São eles:
• Estrutura financeira;
• Liquidez;
• Solvência. 
As informações históricas sobre situações do passado da Empresa são úteis 
para prever a capacidade que a Entidade tem de gerar caixa e equivalentes de 
caixa no futuro. Informações sobre a estrutura financeira são úteis para duas si-
tuações específicas:
• Previsão das futuras necessidades de financiamento;
• Orientação de como os lucros futuros devem ser distribuídos.
As informações referentes às mutações na posição financeira da Entidade são 
úteis para:
• Avaliar suas atividades de investimento; 
• Avaliar suas atividades de financiamento;
• Avaliar suas atividades operacionais.
Há uma inter-relação entre as partes componentes das Demonstrações Contábeis 
porque elas refletem diferentes aspectos das mesmas transações ou de outros eventos. 
As Demonstrações Contábeis também englobam:
• Notas explicativas;
• Quadros suplementares;
• Outras informações adicionais que sejam relevantes às necessidades dos usu-
ários, podendo, inclusive, apresentar divulgações sobre os riscos e incertezas 
que afetem a Entidade.
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Os pressupostos básicos
Após a atualização do CPC, ele não estabelece Princípios e Postulados, e sequer 
faz menção a essa palavra. 
A expressão utilizada para identificar os alicerces da Contabilidade são Pres-
supostos Básicos que, associados às características qualitativas das Demons-
trações Contábeis, montam o arcabouço teórico básico em que subjaz toda A 
Prática Contábil. 
Os pressupostos básicos são dois:
• Regime de competência: segundo esse regime, os efeitos das transações e 
outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando o caixa ou 
outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos Regis-
tros Contábeis e reportados nas Demonstrações Contábeis dos períodos a que 
se referem. Para que seus objetivos sejam atingidos, as Demonstrações Contá-
beis são preparadas conforme esse regime; 
• Continuidade: as Demonstrações Contábeis são preparadas no pressupos-
to de que a Entidade estará sempre em atividade, não havendo previsão da 
interrupção. Sendo assim, as Entidades devem considerar as expectativas de 
retorno e os benefícios nos exercícios subsequentes. Caso essa seja a intenção, 
pode haver a necessidade de elaboração em bases diferentes. A base utilizada 
deve ser divulgada (BRASIL, CPC, 2017).
As características qualitativas das Demonstrações Contábeis
As características qualitativas são as qualidades que tornam as Demonstrações 
Contábeis úteis para os usuários. As três características qualitativas descritas no 
CPC 00 são: relevância, confiabilidade e comparabilidade:
• Relevância: entende-se como informação útil aquela que pode influenciar as 
decisões futuras, aqueles relevantes às necessidades dos usuários na tomada 
de decisões;
• Materialidade: é um aspecto de relevância específico da Entidade baseado na 
natureza ou na magnitude (ou em ambas) dos itens para os quais a Informação 
está relacionada ao contexto do Relatório contábil-financeiro de uma Entidade 
em particular. A natureza e a materialidade das informações afetam diretamen-
te a relevância delas;
• Representação fidedigna: para que a representação seja considerada perfei-
tamente fidedigna, a realidade retratada precisa ter três atributos:
 » Deve ser completa;
 » Deve ser neutra;
 » Deve ser livre de erro.
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UNIDADE Evolução Histórica dos Princípios e Práticas Contábeis no Brasil
Além dessas quatro característicasiniciais, o pronunciamento discorre, ainda, so-
bre outras características qualitativas, que são:
• Comparabilidade: as decisões de usuários implicam escolhas entre alternativas. 
Comparabilidade não significa uniformidade. A comparabilidade permite que os 
usuários identifiquem e compreendam similaridades e diferenças entre itens;
• Verificabilidade: significa que diferentes observadores, entendidos e indepen-
dentes, podem chegar a um consenso, embora não cheguem necessariamente 
a um completo acordo. A verificação pode ser:
• Direta: significa verificar um montante ou outra representação por meio de 
observação direta;
• Indireta: significa checar os dados de entrada do modelo, fórmula ou outra técnica 
e recalcular os resultados obtidos por meio da aplicação da mesma metodologia;
• Tempestividade: em geral, a informação mais antiga possui menor valor em 
nossas mentes. Contudo, determinada informação pode ter o seu valor alte-
rado após o encerramento do Período Contábil, em decorrência de alguns 
usuários, por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências. Tempes-
tividade significa ter informação disponível para auxílio na tomada de decisão 
em tempo hábil podendo assim influenciá-los em suas decisões;
• Compreensibilidade: Relatórios Contábil-financeiros são elaborados para usu-
ários que têm conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas 
e que revisem e analisem a informação diligentemente. A ideia é: classificar, 
caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão. 
Por Que os Contabilistas 
Precisam de Princípios?
Desde o início da evolução histórica dos Princípios e Postulados da Contabilida-
de e com o surgimento das Escolas de pensamento contábil, houve grande cuidado 
em estabelecer de forma mais adequada os conceitos, as expressões e os procedi-
mentos da Contabilidade. 
Durante essa busca, certamente houve discussões, debates e contradições con-
ceituais, pensamentos diferentes a respeito de determinados Procedimentos Con-
tábeis e visões diferenciadas sobre a natureza e a abrangência da Ciência Contábil.
Os teóricos e os pesquisadores dos temas contábeis querem, acima de tudo, tor-
nar a Contabilidade mais eficaz, mais assertiva das necessidades a das Empresas. 
O foco nos Princípios tem um pressuposto básico: é necessário haver convergên-
cia das demandas e dos problemas contábeis, regras que sejam aceitas e assimiladas 
por todos, a fim de dar uniformidade e harmonia à Ciência Contábil.
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A palavra princípio tem origem no latim, e em nosso idioma apresenta signifi-
cados variados. Se utilizada no singular, por exemplo, pode significar “origem” ou 
“começo”, com a mesma conotação que apresenta no Gênesis, na Bíblia. Princípio 
também está associado a um “conjunto de regras para seguir”.
No plural, essa palavra é, geralmente, entendida como “convicções” e também como 
começo, na perspectiva de regra básica e inicial, da qual sobrevêm todas as demais 
normas. É nesse último sentido que a palavra princípio está associada à Contabilidade.
Os Princípios são, portanto, um conjunto de regras para seguir e devem consti-
tuir o que entendemos por essencial a todo profissional contábil, bem como a toda 
Prática Contábil e suas aplicações perante a Sociedade.
A busca por Princípios tem sido uma preocupação constante de vários profis-
sionais, em diversos países. No entanto, mais recentemente, o IASB, por meio 
do pronunciamento (IAS 1), no qual se baseou o pronunciamento do CPC (2017) 
sobre a estrutura conceitual básica, substitui a palavra Princípios por Pressupos-
tos Básicos. 
A ideia do fortificar os Princípios visava a não só formar uma uniformidade termino-
lógica, mas também criar bases para correta aplicação dos Procedimentos Contábeis.
Dentro dos embates técnicos/teóricos, muitas vezes conflitantes, advindas das 
diversas Escolas de Pensamento Contábil, todas elas concordavam com alguns con-
ceitos contábeis fundamentais tais como: o método das partidas dobradas, o balan-
ço, o diário, o razão, a organização dos lançamentos contábeis com os conceitos 
de débito e crédito etc. 
No entanto, com a evolução da Indústria e da Tecnologia, novos problemas e dile-
mas contábeis/financeiros, ou seja, na mesma monta que a Sociedade evoluía, novas 
abordagens e soluções iam surgindo para dirimir e/ou solucionar os problemas.
Sem o estabelecimento de Princípios e padrões, em muitas ocasiões o mesmo 
problema pode ter soluções diferentes pela ausência de parâmetros pré-estabelecidos.
Mesmo os Estados Unidos, que sempre nos auxiliam em melhorias contínuas 
com relação às Práticas Contábeis, ao passar por problemas semelhantes aos do 
Brasil, tais divergências também estavam presentes e alguns esforços começaram a 
ser feitos no intuito de eliminar variações aleatórias de procedimentos resultantes, 
não das peculiaridades de cada Empresa, mas das diferentes ideias de financistas e 
executivos (HENDRIKSEN; BREDA, 1999).
Já em 1922, um renomado contador e estudioso da área contábil norte-ame-
ricana, William Paton, publicou uma obra intitulada Accounting theory, na qual 
enunciava seis postulados.
A expressão Postulado objetivava enunciar algo mais genérico e abrangente do 
que a palavra Princípio e representava uma espécie de base conceitual para a rea-
lização dos próprios Princípios Contábeis. 
15
UNIDADE Evolução Histórica dos Princípios e Práticas Contábeis no Brasil
Eram eles:
• Entidade Empresarial;
• Continuidade;
• Equação do balanço;
• Postulado monetário;
• Custos;
• Reconhecimento de receitas.
Em todo esse cenário de mudança, um importante ponto na busca da harmo-
nização dos Princípios Contábeis foi a alteração do foco da Contabilidade, que 
passou do antigo paradigma de simples fornecedor de informações para o enfoque 
nos investidores e acionistas e as informações disponíveis para tomada de decisão.
A partir dessas mudanças de enfoque, a ênfase no Balanço Patrimonial foi aos poucos 
ofuscada, dando uma atenção para a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), 
visto que é nesse demonstrativo que se indica o valor do lucro apurado pela Companhia.
Com a grande crise de 29 da Bolsa de Nova Iorque, a população desorientada 
e sem confiança na Sociedade alimentou ainda mais a busca por uma Sociedade 
crível e estável. 
Em 1934, foi criada, nos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission 
(SEC), órgão fiscalizador independente do Governo federal, que tinha como objeti-
vo supervisionar o cumprimento das Leis e a organização para a emissão e nego-
ciação de títulos entre as Empresas na Bolsa de Valores.
Em 1938, após estudos de renomados professores de importantes Universidades 
americanas, originou-se um trabalho denominado A statement of accounting 
principles, que fazia alusão ao termo Convenção, que os autores definiam como 
práticas consolidadas subjacentes à preparação de Balanços (HENDRIKSEN; 
BREDA, 1999).
Em 1959, com a expressão Princípios de Contabilidade geralmente aceitos já 
sedimentada entre os Contadores locais, desenvolve-se, por meio de recomenda-
ções de um Comitê Especial de Programa de Pesquisa, atividades de pesquisa que 
pudessem municiar conceitualmente a Contabilidade em quatro níveis:
• Estabelecimento de postulados básicos;
• Formulação de Princípios amplos;
• Desenvolvimento de regras ou outras normas para aplicação de Princípios em 
situações específicas;
• Pesquisa.
Na década posterior, foi criado o FASB (Financial Accounting Standards Board), 
que propôs uma nova mudança de termos. Ao invés de padrões, sugeriram subs-
tituí-lo por Princípios e, dessa forma, a estrutura conceitual estaria organizada em 
objetivos, Princípios e diretrizes.
16
17
Princípios Contábeis e sua evolução no Brasil
Desde o início do século XX, o Brasil vinha carecendo de uma normatização 
mais adequada sobre questões relativas aos Princípios de Contabilidade. 
Existiam algumas regras que eram aceitas por quase todos os profissionais, mas 
não representavam unanimidade.
Pode-se afirmarque um dos fatores mais representativos para o fortalecimento e 
a busca de um arcabouço teórico da Contabilidade no Brasil foi a influência norte-
-americana no ensino de Graduação em Ciências Contábeis.
Além disso, a criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos moldes da 
SEC norte-americana e a edição da Lei 6.404/76, atualizada para Novas Leis das 
SAs – Lei 11638, de 2007, que também se basearam na Escola norte-americana, 
representaram importante impulso ao desenvolvimento de instrumentos legais que 
estabeleciam Princípios Básicos da Contabilidade nacional.
Essa é a razão, por exemplo, da utilização do termo Princípios de Contabilida-
de, na Lei 11.638/07, no artigo 10-A.
Atualmente, a Resolução 1282/10 atualiza e consolida os agora chamados Prin-
cípios de Contabilidade. Ela, além de apresentar a manutenção da antiga Resolução 
750/93, descreve os objetivos da Contabilidade e os Princípios de Contabilidade.
No escopo da Resolução 1282/10, constam os Princípios de Contabilidade:
• Entidade;
• Continuidade;
• Oportunidade;
• Registro pelo valor original;
• Competência;
• Prudência.
A seguir, será demonstrado cada um dos Princípios de forma clara e resumida 
(caso você queira se aprofundar nesse conhecimento, sugiro que leia as resoluções 
750/93 e 1282/10):
• Entidade: Nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aquele dos sócios 
ou proprietários, no caso de Sociedade ou Instituição. Este princípio reconhece 
o Patrimônio como objeto da Contabilidade, a necessidade da diferenciação de 
um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independente-
mente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma Sociedade ou 
uma Instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos.;
• Continuidade: Pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro 
e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio 
levam em conta esta circunstância;
17
UNIDADE Evolução Histórica dos Princípios e Práticas Contábeis no Brasil
• Oportunidade: Refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos 
componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. 
A falta de integridade e de tempestividade na produção e na divulgação da 
Informação Contábil pode ocasionar a perda de sua relevância. Dessa forma, 
é necessária a ponderação da relação entre a oportunidade e a confiabilidade 
da Informação;
• Registro pelo valor original: Os componentes do patrimônio devem ser ini-
cialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em mo-
eda nacional. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus 
distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:
 » I – Custo histórico: Os passivos são registrados pelos valores dos recursos 
que foram recebidos em troca da obrigação ou pelo valor em caixa (ou equi-
valente de caixa), os quais servirão para a liquidação do passivo no curso 
normal das operações. Já os ativos são registrados pelos valores pagos ou a 
serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recur-
sos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição;
 » II – Variação do custo histórico: Os componentes patrimoniais, ativos e 
passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: 
a) Custo corrente: os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar 
a obrigação na data ou no período das Demonstrações Contábeis, enquanto 
os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, 
os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem 
adquiridos na data ou no período das Demonstrações Contábeis;
b) Valor realizável: os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equi-
valentes de caixa, não descontados, que seriam pagos para liquidar as cor-
respondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade. Os 
ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais 
poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada;
c) Valor presente: os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado 
do fluxo futuro de saída líquida de caixa, que se espera seja necessário para 
liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade. Os ativos são 
mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida 
de caixa, que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações 
da Entidade;
d) Valor justo: em uma transação sem favorecimentos, equivale ao valor 
pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes 
conhecedoras, dispostas a isso;
e) Atualização monetária: os efeitos da alteração do poder aquisitivo da 
moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o 
ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.
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• Competência: Determina que, independentemente do recebimento ou do pa-
gamento, os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos 
períodos a que se referem;
• Prudência: Atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e de 
apresentação dos componentes patrimoniais, pressupõe o emprego de certo 
grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em 
certas condições de incerteza, no sentido de que:
• Ativos e receitas não sejam superestimados;
• Passivos e despesas não sejam subestimados. 
O foco no estudo nos Padrões, Princípios e Postulados na Contabilidade serve 
para manter a governança adequada ao foco.
Além da geração das Informações Contábeis, também se busca, agora, o foco 
no resultado, na rentabilidade, no lucro, enfim, a perpetuidade sadia da Empresa.
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UNIDADE Evolução Histórica dos Princípios e Práticas Contábeis no Brasil
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
CPC 00 – Estrutura conceitual elaboração e Divulgação Relatórios Contábeis
https://youtu.be/SItmRdunDDk
Aula de Contabilidade: Princípios Contábeis
https://youtu.be/8-3n5pX3e1c
 Leitura
CPC 00 (R1) – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro
https://bit.ly/2x9wlvM
Mudanças nos Princípios Contábeis, na evolução da Teoria e nas Normas de Contabilidade
https://bit.ly/2OIpPDK
Compreensão dos membros da Igreja Presbiteriana em Monteiro/PB em relação à transparência na prestação 
de contas com base nas instruções do CPC 00. Características qualitativas da Informação Contábil-financeira útil
https://bit.ly/2YIZlXv
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Referências
BRASIL. CPC – 00 – R1 – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronuncia-
mento Conceitual Básico (R1). Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação 
de Relatório Contábil-Financeiro com relação às Normas Internacionais de Conta-
bilidade. The Conceptual Framework for Financial Reporting, IASB – BV, Blue 
Book, 2011. Brasília: C FC, 2017.
______. Resolução CFC no 803, de 10 de outubro de 1996. In: Princípios Fun-
damentais de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade. Brasília: 
CFC, 1996
______. Resolução nº 1282/10. Atualiza e consolida dispositivos da Resolução 
CFC n.º 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, 
CFC, 2010. Brasília: CFC, 2010
______. Resolução nº 750/93. Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade (PC), 
Brasília: CFC, 1993.
HENDRIKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. São 
Paulo: Atlas, 1999.
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