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Atividade Individual Avaliativa Pensamento Político

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Atividade Individual Avaliativa
Nome: Thiago Chavantes Correia Borges (20182102076)
Curso: Jornalismo
Matéria: Pensamento Político no Ocidente (Eletiva)
Professora: Verônica Moreira 
Nicolau Maquiavel nasceu em Florença, Itália, no dia 3 de maio de 1469 e morreu também em Florença, aos 58 anos, no dia 21 de junho de 1527. Maquiavel estava inserido no contexto do Renascimento italiano e viveu durante o governo de Lourenço de Médici. 
Seus pais, Bernardo Maquiavel e Bartolomea Nelli, eram de origem Toscana. Seu pai era jurista e tesoureiro de uma província italiana e sua mãe próxima a uma família nobre de Florença. Maquiavel era o terceiro dos quatro filhos do casal. Embora seus poucos recursos, Maquiavel sempre se interessou pelos estudos. Estudou latim, ábaco e fundamentos da língua grega antiga. 
Ao falarmos do contexto histórico na qual Maquiavel cresceu, lembramos que em tal período existiu diversas transformações nas estruturas sociais. Em primeiro lugar devemos lembrar que a Idade Média havia terminado há pouco tempo, tendo ligação direta com a ascensão burguesa, crucial nas demais mudanças. As movimentações das cruzadas permitiram o surgimento de rotas comerciais e feiras, que possibilitaram o crescimento de uma classe média, não nobre, mas que foi capaz de articular formações de Estados Nacionais e se colocar uma nova economia mercantil. 
Para que se estabelecesse a nova mentalidade crescente, foi necessário desvincular-se da Igreja Católica, que condenava o lucro. A reforma protestante foi chave para este processo, visto que a nova ética permitia tal prática, sendo que em nações como a Inglaterra o rei era o próprio mestre religioso.
Analisando as obras de Maquiavel podemos notar que a preocupação deste sempre foi o Estado. Não o melhor Estado, aquele tantas vezes imaginado, mas que nunca existiu, mas o Estado real, capaz de impor a ordem. Seu ponto de partida e de chegada é a realidade concreta, daí a ênfase na verità effettuale - a verdade efetiva das coisas. Esta é sua regra metodológica: ver e examinar a realidade tal como ela é e não como se gostaria que ela fosse. A substituição do reino do dever ser, que havia marcado a filosofia anterior - pelo reino do ser, da realidade, leva Maquiavel a se perguntar: como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado estável? O problema central de sua análise política é descobrir como pode ser resolvido o inevitável ciclo de estabilidade e caos.
Ao formular e buscar resolver esta questão, Maquiavel provoca uma ruptura com o saber repetido pelos séculos. Trata-se de uma indagação radical e de uma nova articulação sobre o pensar e fazer política, que põe fim à ideia de uma ordem natural e eterna. A ordem, produto necessário da política, não é natural, nem a materialização de uma vontade extraterrena, e tampouco resulta do jogo de dados do acaso. Ao contrário, a ordem tem um imperativo: deve ser construída pelos homens para se evitar o caos e a barbárie, e, uma vez alcançada, ela não será definitiva, pois há sempre a ameaça de que seja desfeita.
A história é cíclica, repete-se indefinidamente, já que não há meios absolutos para "domesticar" a natureza humana. Assim, a ordem sucede à desordem e esta, por sua vez, clama por "uma nova ordem”. Como, no entanto, é impossível extinguir as paixões e os instintos humanos, o ciclo se repete. O que pode variar - e nesta variação encontra-se o âmago da capacidade criadora humana e, portanto, da política - são os tempos de duração das formas de convívio entre os homens. 
O poder político tem, pois, uma origem mundana. Nasce da própria “malignidade” que é intrínseca à natureza humana. Além disso, o poder aparece como a única possibilidade de enfrentar o conflito, ainda que qualquer forma de "domesticação" seja precária e transitória. Não há garantias de sua permanência. A perversidade das paixões humanas sempre volta a se manifestar, mesmo que tenha permanecido oculta por algum tempo.
Os conceitos de virtù e fortuna são empregados várias vezes por Maquiavel em suas obras. Para ele, a virtù seria a capacidade de adaptação aos acontecimentos políticos que levaria à permanência no poder. A virtù seria como uma barragem que deteria os desígnios do destino. Mas segundo o autor, em geral, os seres humanos tendem a manter a mesma conduta quando esta frutifica e assim acabam perdendo o poder quando a situação muda.
 A ideia de fortuna em Maquiavel vem da deusa romana da sorte e representa as coisas inevitáveis que acontecem aos seres humanos. Não se pode saber a quem ela vai fazer o bem ou o mal, ela pode tanto levar alguém ao poder como tirá-lo de lá, embora não se manifeste apenas na política. Como sua vontade é desconhecida, não se pode afirmar que ela nunca lhe favorecerá.
Nesse conceito de virtú e fortuna que se concentra a chave para o sucesso do príncipe. Quando Maquiavel se refere ao poder do príncipe para governar, não se trata de modo restrito à utilização da violência e da força bruta; e sim, a sabedoria do uso da força, em outras palavras, a utilização “virtuosa da força”. O governante não é o mais forte, mas aquele que conquista e sabe se manter no poder, através da virtú.
Para Maquiavel uma coisa era clara: pessoas boas não vão longe e os maldosos tendem a ganhar, e isto ocorre pelo triste fato de que tais seres não são limitados por amarras morais que os bons carregam, estão dispostos a usar de todos artifícios, por mais sombrios e tóxicos, para alcançar os seus objetivos. Diante disso podemos concluir que a obra “O Príncipe” não é um guia para a maldade, e sim um ensinamento para as boas pessoas utilizarem dos métodos do vil e aplicá-los quando necessário; para que, desta forma, o bondoso não caia em ruína e seja eficiente em suas ações.

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