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ALFABETIZAÇÃO DA CRIANÇA SURDA NAS SÉRIES INICIAIS
RESUMO
Hoje em dia ainda muito se discute sobre o oralismo, na questão de aprendizagem e alfabetização do aluno surdo. Pesquisas revelam a importância da Língua de Sinais para os surdos e o quanto elas os influenciam, quebrando essa visão que as pessoas têm de ver o surdo como deficiente e ver ele como pessoa. O presente trabalho tem como objetivo pesquisar como ocorre a alfabetização da criança surda, procurando entender quais as maiores dificuldades encontradas pelo professor, pelo intérprete e pelo aluno e estratégias utilizadas por estes para que a criança surda possa ser alfabetizada. O presente trabalho constituiu-se de uma revisão crítica da literatura existente sobre a Alfabetização da criança surda, sendo selecionados materiais datados de 2003 a 2014, a partir dos descritores: alfabetização da criança surda, bilinguismo, inclusão e educação dos surdos. Através de tudo o que foi visto podemos concluir que ainda há muito que se estudar sobre a alfabetização da criança surda, há muitos estudos, porém não há materiais adaptados suficientes para que haja a alfabetização adequada da criança surda.
Palavra-Chave: alfabetização da criança surda, bilínguismo, inclusão e educação dos surdos
INTRODUÇÃO
Hoje em dia ainda muito se discute sobre o oralismo, na questão de aprendizagem e alfabetização do aluno surdo. Pesquisas revelam a importância da Língua de Sinais para os surdos e o quanto elas os influenciam, quebrando essa visão que as pessoas têm de ver o surdo como deficiente e ver ele com pessoa. Peixoto (2006) diz que é de suma importância que o surdo seja reconhecido e aceito se fizer uso da Língua Brasileira de Sinais e que seja aceito também como uma pessoa bilíngue.
Silva e Oliveira (2014) e também Lorenzini (2006) dizem que na antiguidade a concepção sobre os surdos mudava muito de uma cultura para a outra, e também eram considerados inferiores a uma pessoa ouvinte, pois eles consideravam que sem a linguagem não se desenvolvia o pensamento e com isso acabavam não tendo direitos legais. No Egito os surdos eram considerados pessoas privilegiadas e que eram enviadas por deuses a terra, os surdos eram protegidos, porém eles não eram educados e tinham uma vida inerte. Porém nas sociedades gregas e romanas eram considerados como um estorvo, se não fossem condenados a morte, após o nascimento era rejeitados por seus familiares e do convivio social.
 Lorenzini (2006) diz também que a primeira possibilidade do surdo aprender por meio de Língua de Sinais ou língua oral, veio através do advogado e escritor Bartollo Della Marca D’ Ancona Bartollo, pois o surdo até então não era alfabetizado, pois por ser considerado incapaz de aprender. Através disso Girolano Cardano teve ideias que ajudassem na educação e integração dos surdos, assim as crianças surdas começaram a ser oralizadas e alfabetizadas, pois aprendendo a ler e a escrever podiam ser reconhecidas como pessoa e herdar coisas de suas familias.
Sá (2011) diz que em 1880, em Milão, Itália, aconteceu um Congresso onde pessoas ouvintes decidiram que a educação dos surdos seria somente em línguagem oral, proibindo assim a Língua de Sinais. Desta forma a o oralismo voltava a ser prioritário, privando assim o surdo de se comunicar através de sua própria Língua, além de retroceder a educação dos surdos em vários aspectos. Na década de 60, os surdos voltaram a usar LIBRAS publicamente, e em 1984 a UNESCO declarou que a Língua de Sinais deveria ser reconhecida assim como as outras línguas.
 Lacerda (2006) diz que a partir da década de 90, o mundo difundiu-se em prol da defesa de uma política educacional de inclusão, contemplando todas as pessoas com decifiência, inclusive os surdos. Com isso muitos alunos surdos passaram por essa fase de escolarização sem ter uma responsabilidade por parte dos professores em ensiná-los da forma correta.
Ainda Sá diz que no Brasil, a Língua de Sinais foi oficializada com a lei federal 10.436 de 24 de Abril de 2002. E na lei diz que:
Art. 1° É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais- Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais- Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguistico de natureza visual- motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguistico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Art. 2° Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar uso e difusão da Língua Brasileira de Sinai- Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Art. 3° As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.
Art 4° O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior do ensino da Língua Brasileira de Sinais- Libras, como parte integrante dos Paâmetros Curriculares Nacionais, PCNs, conforme a legislação vigente.
Parágrafo único. Alíngua Brasileira de Sinais- Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa. (Sá, 2011, p. 16).
 Silva e Oliveira (2014) dizem também que atualmente o momento em que vivemos deu ao surdo a possibilidade de reconhecimento como uma comunidade, pois com reconhecimento da LIBRAS ( Língua Brasileira de Sinais), houve mudanças também no âmbito educacional, assim com a oficialização do tradutor e intérprete de LIBRAS.
Tenor et al. ( 2009) dizem que se tratando de inclusão alguns alunos surdos estão inseridos dentro de ambientes escolares estruturados, porém outros não, pois ainda é um grande desafio garantir a essa população direito de acesso de conhecimento por Língua Brasileira de Sinais. Os autores ainda sugerem que se tenha uma implementação de uma política de inclusão acompanhada por grupos de surdos que possam reivindicar uma escola pública de qualidade em Língua de Sinais, professores bilíngues e professores surdos.
O presente trabalho tem como objetivo principal pesquisar como ocorre a alfabetização da criança surda, procurando entender quais as maiores dificuldades encontradas pelo professor, pelo intérprete e pelo aluno e estrategias utilizadas por estes para que a criança surda possa ser alfabetizada.
 
Métodos 
O presente trabalho constituiu-se de uma revisão crítica da literatura existente sobre a Alfabetização da criança surda nas séries iniciais. A coleta de materiais foi feita por meio de busca bibliográfica na base de dados da Bireme, Google acadêmico e Scielo.
Foram pesquisados livros, artigos e periódicos, sendo selecionados materiais datados de 2003 a 2014 sendo utilizados como critério de exclusão os materiais com data inferiores a 2003. A pesquisa foi realizada a partir das palavras chave: alfabetização da criança surda, bilínguismo, inclusão e educação dos surdos.
 DISCUSSÃO
Siqueira (2012) considera que durante um longo período a alfabetização foi considerada apenas como aprendizado do alfabeto, a sua utilização por comunicação e como um processo onde o aluno constrói a gramática considerando suas variações. Todo esse processo não é apenas a aquisição dessas habilidades, mas também na capacidade de interpretar, criticar, produzir conhecimento, compreender e resignificar o conhecimento. 
 Segundo Oliveira (2011), a alfabetização é muito além de entender e interpretar as letras, do aprender a escrever e ler, é preparar para a vida, onde a pessoa possa participar da sociedade agindo de maneira correta, além de saber se posicionar diante de problemas e conflitos.
O autor, diz também que alfabetizar é um conjuntode desenvolvimento na forma de compreensão e utilização de diversas linguagens. Para o aluno surdo a alfabetização se dá com a ajuda do ouvinte, sendo este o professor ou o intérprete, que deve utilizar a Língua Portuguesa como método na alfabetização, para que essa criança consiga se tornar competente na escrita e leitura, além de realizar a compreensão do que foi lido e saber fazer o uso da palavra escrita e da Língua de Sinais. Desta forma podemos dizer que as pessoas surdas que fazem uso da língua de sinais e da linguagem escrita para se comunicar, podem ser consideradas bilíngues.
Segundo Quadros e Schmiedt (2006), a Língua de Sinais é uma língua espacial-visual, com isso há diversas maneiras da mesma ser explorada durante todo desenvolvimento da criança surda para que se tenha um processo de alfabetização com sucesso. Todos os alunos surdos precisam primieramente se tornar leitores na língua de sinais, para depois se tornarem leitores na língua portuguesa.
Segundo Sá (2011), o decreto 5626, de dezembro de 2005, reconhece como direito dos surdos a educação bilíngue, na qual a Língua de Sinais é a primeira língua e a Língua Portuguesa é a segunda. O aluno precisa saber não apenas a ler e a escrever, também é necessário que ele se envolva nas práticas sociais da escrita e leitura.
Para Gonçalves e Santos (2012) o bilinguismo é:
A abordagem educacional para surdos, estabelecendo que as crianças devam ser ensindas em duas línguas: a língua de sinais considerada como primeira e a língua portuguesa como segunda, a utilização do bilínguismo aumenta as capacidades cognitivas e línguistica dos surdos, possibilitando melhores resultados educacionais que os conseguidos com a linguagem oral. (Gonçalves e Santos, 2012, p. 233).
Segundo Quadros e Schmiedt (2006), o processo de alfabetização se dá com base na descoberta da própria língua e das relações expressadas por meio da língua, assim as informações para o aluno surdo vão se tornando fundamentais e a alfabetização terá um valor importante para ele, pois em nosso país geralmente isso é pulado e a criança é alfabetizada na Língua Portuguesa sem ter sido alfabetizada na Língua de Sinais.
Os autores, dizem também, que os alunos surdos necessitam de alguns aspectos de suma importância para que se consiga ter a aquisição da segunda língua:
(a) o processamento cognitivo espacial especializado dos surdos;
 (b) o potencial das relações visuais estabelecidas pelos surdos;
(c) a possibilidade de transferência da língua de sinais para o portugês;
(d) as diferenças nas modalidades das línguas no processo educacional;
(e) as diferenças dos papéis sociais e acadêmicos cumpridas por casa língua;
(f) as fiderenças entre as relações que a comunidade surda estabelece com a escrita tendo em vista sua cultura;
(g) um sistema de escrita alfabética diferente do sistema de escrita da língua de sinais;
(h) a existência do alfabeto manual que representa uma relação visual com as letras usadas na escrita do portugês.
(Quadros e Schmiedt, 2006, p. 32 e 33).
 Assim, os autores dizem também que como as palavras não são ouvidas pelos surdos, não tem como eles discutirem sobre seus significados, porém isso acontece na língua de sinais, com isso a escrita do português é significada a partir da língua de sinais. 
Lorenzzetti (2003) afirma que a inclusão da criança surda no âmbito educacional, fez com que houvessem grandes reflexões, devido ao fato de que não basta ter o aluno surdo dentro de sala, todas as suas necessidades devem ser supridas. Segundo a lei n° 9394/1996 os sistemas de ensinos devem assegurar que os professores sejam capacitados, para que possam atuar em sala com qualquer tipo de deficiência.Todavia essa não é a nossa realidade,pois o despreparo dos proficionais da área da educação, faz com que haja o uso da linguagem totalmente oralista, assim o aluno surdo é tratado como ouvinte.
Gonçalves e Santos (2012) dizem também para que tudo isso aconteça é necessário que a escola e professores estejam preparadas, com isso é necessário que o educador tenha uma formação em LIBRAS. Porém é bem claro que esse tipo de escola não é oferecido a todos como determina as leis, poucos tem o privilégio de ter em sala um professor capacitado ou um intérprete educacional. 
Sá (2011) concorda com Gonçalves e Santos (2012) ao que se diz respeito ao ensino de Língua Portuguesa, que é falho e limita o aluno surdo, pois muitas vezes o fracasso do aluno se deve ao fato da proposta pedagógica ser inadequada. Aluno surdo necessita de uma importante fixação e ampliação do vocabulário na Língua Portuguesa para que possa ser desenvolvido a escrita e leitura. Necessita também que palavras novas sejam usadas dentro de textos, pois trabalhar palavras soltas fora de contexto fará com que os resultados não sejam bons no aprendizado da língua.
Siqueira (2012) diz que toda criança passa pelo processo de alfabetização, porém a criança ouvinte reconhece os sons e consegue assicia-los à escrita e fala. Já a criança surda consegue compreender o significado por meio de imagens e não de sons. A criança surda primeiro constroe a imagem e as associa ao conceito, vendo cada palavra como imagem, então cada palavra será memorizada para que ele possa aprender o seu significado e como usá-la. Com isso é de suma importância que a professora faça escolhas de textos com figuras ilustrativas para que o aluno faça essa conexão e compreenda o texto.
O autor relata também, que alguns autores sugerem que sejam trabalhadas com o aluno surdo em sala de aula receitas de bolo, bulas de remédio, panfletos, entre outros materiais que são utilizados no dia- a- dia, para que eles possam ampliar o vocabulário e associar a imagem do que está escrito.
Gesueli e Moura (2006) relatam que a imagem tem um papel de suma importância no processo de aprendizagem do aluno surdo, porém poucos educadores sabem disso. O letramento visual do aluno não ocorre somente dentro da escola, ocorre também na vida em que essa criança tem fora do ambiente escolar, porém, mesmo assim, o mesmo deve estar dentro do currículo escolar, isso mostra o quão impotante é os educadores da área refletirem sobre o papel da imagem no processo de escolarização dos surdos.
Capovilla et al.(2005) dizem que há três estágios para a alfabetização,nos quais são desenvolvidos diferentes estratégias,o primeiro é o logográfico onde a criança irá realizar o reconhecimento visual de certas propiedades da palavra com base no contexto, na cor e forma, não se preocupando com quais letras a palavra é formada,exceto pela primeira letra,pois a criança trata a palavra como se fosse desenho e só consegue fazer o reconhecimento da palavra com a qual está familiarizada,exemplo: MCDONALD’S, a criança reconhece pela cor amarelo e vermelho; no segundo é o alfabético, a criança já associa a imagem a palavra e passa a decodificar palavras novas,porém essa fase só é bem sucedida se a criança dominar a habilidade de decodificação grafofonêmica e que a imagem resultante de decodificação for familiar a criança; e no terceiro estágio a criança aprende a ler ,faz reconhecimento visual direto da forma ortográfica das palavras,por fim conseguindo ler não cometendo mais erros,desde de que a criança esteja familiarizada com as palavras a serem lidas.
 Silva realizou, por meio de um quadro comparativo, mostrando quis as especifidades principais do processo de aprendizado de escrita do aluno surdo, comparado ao processo de aprendizagem de alfabetização da criança ouvinte: 
	Procedimentos adotados na alfabetização
	Implicações para aprendizagem de alunos surdos
	- Parte do conhecimento prévio da criança, explorando-se a oralidade: narrativas, piadas, parlendas, trava-línguas, rimas, etc...
	- Não há conhecimento prévio internalizado: a criança não estrutura narrativas orais e desconhece o universo “folclórico” da oralidade.
	- O alfabeto é introduzido relacionando-se letras a palavras do universo da criança: nomes, objetos da sala de aula, brinquedos, frutas, etc. Exemplo: A de abellha, B de bola, O de ovo...- Impossibilidade de estabelecer relações letra X som: a criança desconhece o léxico( vocabulário) da Língua Portuguesa, já que no ambiente familiar sua comunicação restringe-se a gestos naturais ou caseiros( na ausência de Língua de Sinais).
	-As sílabas iniciais ou finais das palavras, são destacadas para a constituição da consciência fonológica e percepção que palavra tem uma reorganização interna (letras e sílabas)
	- A percepção de sílabas não ocorre já que a palavra é percebida por suas propriedades visuais (ortográficas) e não auditivas 
	- A leitura se processa de forma linear e sintática (da parte para o todo): ao pronunciar sequências silabicas a criança busca a relação entre as imagens acústicas internalizadas e as unidades de significado (palavras) 
	- A leitura se processa de forma simultânea e analitica (do todo para todo): a palavra é vista como uma unidade compacta, na ausência de imagens acústicas que lhes confiram significado, as palavras são memorizadas mecanicamente sem sentido.
TABELA 1: As especifidades fundamentais do aprendizado da escrita pelo surdo, em oposição ao processo de alfabetização que frequentemente conduz a aprendizagem da criança ouvinte. Silva, Tânia dos Santos Alvarez , 2008, p. 19.
O autor refere-se também, que a criança surda quando exposta a língua espaço-visual ela consegue relacionar a relação dos movimentos da língua de sinais e a materialização gráfica dos sinais, para assim conseguir memorizar. Assim a criança surda irá aprender a palavra associando a combinação gestual- visual.
Quadros e Schmiedt dizem que a estratégia a ser utilizada com aluno surdo deve ser através de registros, principalmente os visuais, refletindo assim na complexidade da língua de sinais. Onde a leitura é a chave principal para o processo de alfabetização, pois ler sinais é fundamental para que esse processo se concretize. Quadros retrata quais são os principais objetivos a serem trabalhados pelo professor em sinais:
- desenvolver o uso de estratégias específicas para resolução de problemas;
- exercitar o uso de jogos de inferência;
- trabalhar com associações;
- desenvolver as habilidades de discriminação visual;
- explorar a comunicação espontânea;
- ampliar constantemente o vocabulário;
- oferecer constantemente literatura na escrita em sinais
- proporcionar atividades para envolver a criança no processo de alfabetização como autora do próprio processo (Quadros e Schmiedt, 2006, p. 29 e 30).
Todos os autores concordam quando se diz respeito às quais são as maiores dificuldades encontradas tanto pelo aluno surdo, quanto pelo professor e/ou intérprete, pois como Silva (2008) salienta, representar uma língua espaço-visual é extremamente difícil, pois a Língua de Sinais não possui relação com a escrita alfabética. Além de que quase não há materiais para serem trabalhados com os alunos surdos, tudo tem que ter uma adaptação do que é dado para o aluno ouvinte, já que não há um próprio para o aluno surdo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os autores no geral dizem que apesar de considerarem o bilínguismo, contemplando a LIBRAS como primeira língua ainda existe algumas barreiras que impedem de que isso seja realizado com sucesso. Algumas dessas barreiras são: falta de formação adequada dos professores alfabetizadores de surdos com domínio da Libras; esclarecimento quanto ao bilínguismo e o domínio de metodologias adequadas ao processo de alfabetização; muita valorização do oralismo como forma de alfabetização; não há uma seleção adequada na hora em que se seleciona o professor que irá participar do processo de alfabetização da criança surda.
Siqueira (2012) diz que a inclusão do aluno surdo está acontecendo, porém para que isso ocorra de fato deverão ocorrer adaptações por parte dos professores e materiais adequados para a alfabetização e ensino dos alunos surdos.
Realizar pesquisas sobre alfabetização de surdos é extremamente gratificante e enriquecedor, pois nos permite ver qual a real situação que se encontra a educação das crianças surdas. E ao ver resultados a partir das pesquisas realizadas nos faz enxergar qual o ponto especifico em que a criança surda apresenta as dificuldades, na fase de alfabetização. Somente as pessoas que trabalham com essas crianças sabem o quanto isso é importante, quais as reais dificuldades e estratégias serem utilizadas.
Através do que foi pesquisado, podemos concluir que ainda há muito que se estudar sobre a alfabetização da criança surda, pois há muitos estudos, porém não há materiais adaptados suficientes para que haja a alfabetização adequada da criança surda e muitas vezes também o professor de sala não sabe também lidar com aquela determinada situação e também necessite de uma formação adequada, para que possa aprender qual a forma em que a criança surda deve ser alfabetizada e quais materiais devem ser utilizados. Com isso sugere-se que haja mais pesquisas, afim de que se descubram outras formas que possam ajudar ainda mais na alfabetização da criança surda nas séries iniciais.
REFERÊNCIAS
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