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20142014 Técnicas de Investigação de Áreas Contaminadas: Água Subterrânea 2018 A T U A L I Z A Ç Ã O P R O F I S S I O N A L CETESB • COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO MISSÃO Promover e acompanhar a execução das políticas públicas ambientais e de desenvolvimento sustentável, assegurando a melhoria contínua da qualidade do meio ambiente de forma a atender às expectativas da sociedade no Estado de São Paulo. VISÃO Buscar a excelência na gestão ambiental e nos serviços prestados aos usuários e à população em geral, aprimorando a atuação da CETESB no campo ambiental e na proteção da saúde pública. VALORES Ética, legalidade, transparência, eficiência, eficácia, isonomia, imparcialidade, responsabilidade, valorização do capital humano e compromisso com a empresa. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Governador SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE Secretário CETESB • COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Diretor-Presidente Diretoria de Gestão Corporativa Diretoria de Controle e Licenciamento Ambiental, em exercício Diretoria de Avaliação de Impacto Ambiental Diretoria de Engenharia e Qualidade Ambiental Márcio França Eduardo Trani Carlos Roberto dos Santos Waldir Agnello Carlos Roberto dos Santos Ana Cristina Pasini da Costa Eduardo Luís Serpa Coordenação Técnica Engº MSc. Vicente de Aquino Neto Docente Jesse Soares Eng. Marcelo Rodrigues de Sousa Miguel Singer - ERM Téc. Paulo Henrique Geól. Paulo Lojkasek Lima Farm.Bioq. Rosana M. de Macedo Borges Eng. Vicente de Aquino Neto Geóf. Wagner França Aquino TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS: ÁGUA SUBTERRÂNEA São Paulo, Novembro de 2018 CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo Av. Profº. Frederico Hermann Júnior, 345 - Alto de Pinheiros - CEP: 05459-900 - São Paulo - SP http://www.cetesb.sp.gov.br / e-mail: cursos@cetesbnet.sp.gov.br https://www.facebook.com/escolasuperiordacetesb/ © CETESB, 2018 Este material destina-se a uso exclusivo dos participantes dos Cursos e Treinamentos Práticos Especializados, sendo expressamente proibida a sua reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização da CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Carlos Ibsen Vianna Lacava Gerente do Departamento de Apoio Operacional - ET Tânia Mara Tavares Gasi Gerente da Divisão de Gestão do Conhecimento - ETG Irene Rosa Sabiá Setor de Cursos e Transferência de Conhecimento ETGC Coordenação Executiva Claudia Maria Zaratin Bairão Esta apostila foi diagramada pelo ETGC - ETGC - ETGC - ETGC - ETGC - Setor de Cursos e Transferência de Conhecimento Editoração Gráfica: Rita de Cassia Guimarães - ETGC / Capa: Vera Severo / Impressão: Gráfica-CETESB Equipe Técnica do ETGC: Bruno Marcondes Conceição, Carolina Regina Morales, Celia Buani, Claudia Maria Zaratin Bairão, Elizeu Vasconcelos O. Barreto, Ladir Santana dos Santos, Marcia Ubyratan Bispo Fabbri, Miyuki Kanashiro, Renato Medice Kacinskis, Rita de Cassia Guimarães, Sonia Vera Beani de Carvalho, Wanda Fernandes Carrilho e Yhoshie Watanabe Takahashi. APRESENTAÇÃO A CETESB, é o primeiro órgão de controle ambiental na América Latina a possuir um sistema organizado de gerenciamento de áreas contaminadas e se estruturar para enfrentar os problemas por elas causados. O gerenciamento de áreas contaminadas (ACs) visa minimizar os riscos a que estão sujeitos a população e o meio ambiente, em virtude da existência das mesmas, por meio de um conjunto de medidas que assegurem o conhecimento das características dessas áreas e dos impactos por elas causados, proporcionando os instrumentos necessários à tomada de decisão quanto às formas de intervenção mais adequadas. Com o objetivo de otimizar recursos técnicos e econômicos, a metodologia utilizada no gerenciamento de ACs baseia-se em uma estratégia constituída por etapas seqüenciais, em que a informação obtida em cada etapa é a base para a execução da etapa posterior. Nos processos de identificação e recuperação de áreas contaminadas, existe a necessidade de confirmar a existência de contaminação, quantificá-la e comprovar a sua recuperação, o que se realizará pelo emprego métodos diretos e indiretos de investigação, sendo a coleta de amostras representativas dos meios investigados procedimentos indispensáveis no desenvolvimento destes processos. Dentro desta perspectiva é que se insere o curso de Técnicas de Investigação de Áreas Contaminadas: Água Subterrânea, desenvolvido pelo Setor de Áreas Contaminadas, com a finalidade de apresentar a visão do órgão de controle ambiental no que diz respeito aos aspectos técnicos necessários ao desenvolvimento de um programa de investigação representativo, que permita a coleta de amostras com a qualidade necessária para subsidiar a tomada de decisões dentro dos processos que compõe o Gerenciamento de Áreas Contaminadas. Engº. Agrônomo Vicente de Aquino Neto Coordenador Técnico SUMÁRIO Decisão de Diretoria 038/2017/C - Eng. Rodrigo César De Araujo Cunha, Dr. ............................................................................. 9 Fluxo de Águas Subterrâneas - Marcelo Sousa, PhD ........................................................................................................... 37 Transporte de Contaminantes em Águas Subterrâneas - Marcelo Sousa, PhD ........................................................................................................... 69 Fase líquida não-aquosa (NAPLs) - Marcelo Sousa, PhD ......................................................................................................... 107 Investigação da Água Subterrânea - Eng. Vicente de Aquino Neto ............................................................................................ 147 Procedimentos de Amostragem de Água Subterrânea - Eng. Vicente de Aquino Neto ............................................................................................ 289 Água Subterrânea - Marcelo Sousa, PhD ......................................................................................................... 313 Investigação na Rocha Fraturada - Geól. Paulo Lojkasek Lima ................................................................................................ 369 Metodologias de Alta Resolução para Avaliação de Sites Contaminados - Dr. Marco Aurelio Zequim Pede ......................................................................................... 419 Geofísica Aplicada” à Investigação de Áreas Contaminadas - Geóf. Wagner França Aquino ............................................................................................ 443 Controle de Qualidade na Amostragem - Farm.Bioq. Rosana M. de Macedo Borges .......................................................................... 469 Água Subterrânea - Marcelo Sousa, PhD ......................................................................................................... 491 Programa do Curso ............................................................................................................. 507 Cadernos daCadernos daCadernos daCadernos daCadernos da Gestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do Conhecimento ENG. RODRIGO CÉSAR DE ARAUJO CUNHA, DR. DECISÃO DE DIRETORIA 038/2017/C 9 10 Decisão de Diretoria 038/2017/C ENG. RODRIGO CÉSAR DE ARAUJO CUNHA, DR. CETESB, 2017 Evolução do número de áreas cadastradas 1002 (17,7%) 300 (5,3%) 172 (3%) 4137 (73%)Outras fontes: 51 (1%) DISTRIBUIÇÃO DAS ACs POR ATIVIDADE R.C.A.Cunha,2017 11 CETESB, 2017 Distribuição do número de áreas cadastradas quanto à classificação (74) 1% LEGISLAÇÃO APLICADA 2009 • Lei Estadual nº 13577 2013 • Decreto Estadual nº 59263 2017 • Resolução SMA 10 • Resolução SMA 11 R.C.A.Cunha, 2017 DECISÕES DE DIRETORIA PARA ÁREAS CONTAMINADAS 2000 • Cerca de 200 áreas conhecidas • Aprovação prévia de relatórios 2007 • Cerca de 2300 áreas conhecidas • Dispensada aprovação prévia de relatórios • Manifestação por meio de ParecerTécnico 2017 • Cerca de 5700 áreas conhecidas • Estabelecimento de procedimentos detalhados • Autuação R.C.A.Cunha, 2017 12 ANEXO 1 - Procedimento para a Proteção da Qualidade do Solo e das Águas Subterrâneas ANEXO 2 - Procedimento para o Gerenciamento de Áreas Contaminadas ANEXO 3 - Diretrizes para Gerenciamento de Áreas Contaminadas no Âmbito do Licenciamento Ambiental DECISÃO DE DIRETORIA Nº 038/2017/C R.C.A.Cunha, 2017 ANEXO 1 - Procedimento para a Proteção da Qualidade do Solo e das Águas Subterrâneas R.C.A.Cunha, 2017 Monitoramento Preventivo - Obrigatório • Áreas com Potencial de Contaminação (AP) onde ocorre o lançamento de efluentes ou resíduos no solo como parte de sistemas de tratamento ou disposição final; • Áreas com Potencial de contaminação (AP) onde ocorre o uso de solventes halogenados; • Áreas com Potencial de Contaminação (AP) onde ocorre a fundição secundária ou a recuperação de chumbo ou mercúrio. R.C.A.Cunha, 2017 13 SD LICENÇA DE INSTALAÇÃO SD RENOVAÇÃO DA LICENÇA DE OPERAÇÃO PROGRAMA DE MONITORAMENTO PREVENTIVO DA QUALIDADE DO SOLO E DA ÁGUA SUBTERRÂNEA R.C.A.Cunha, 2017 Programa de Monitoramento Preventivo da Qualidade do Solo e da Água Subterrânea Elaborado por responsável técnico habilitado Implantado sem aprovação prévia Apresentação periódica de relatórios R.C.A.Cunha, 2017 Monitoramento Preventivo Ultrapassagem dos Valores de Intervenção Notificar a CETESB Adotar as ações previstas no Anexo 2 R.C.A.Cunha, 2017 14 Monitoramento Preventivo – causas para autuação Programa inadequado Não execução do programa Relatórios inadequados Ultrapassagem dos Valores de Intervenção R.C.A.Cunha, 2017 Monitoramento Preventivo – Amostragem de Solo • Realizar amostragem de solo na caracterização inicial da área. Nas áreas que utilizem o solo como meio de tratamento o monitoramento do solo deverá ser continuado devendo ser proposto cronograma para novas amostragens; R.C.A.Cunha, 2017 ANEXO 2: PROCEDIMENTO PARA GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS R.C.A.Cunha, 2017 15 Identificação/Priorização de APs Avaliação Preliminar Investigação Confirmatória Investigação Detalhada Avaliação de Risco Processo de Identificação de Áreas Contaminadas Relação de APs Empresas SIPOL Resolução SMA 10 R.C.A.Cunha, 2017 XIII Painel de Debates sobre Áreas Contaminadas 16 Relação de APs prioritárias Resolução SMA 11 Relação de APs Processo de identificaçã o de ACs Definição da região de interesse Identificação de áreas com potencial de contaminação Cadastro de ACs Priorização 1 Avaliação preliminar Classificação 2 Classificação 3 Investigação confirmatória Priorização 2 Exclusão Exclusão Processo de reabilitação de ACs Investigação detalhada Avaliação de risco Concepção da remediação Remediaç ão da AC Classi ficação 1 Exclusão Monitoram ento Projeto de remediação AP AS AC AP áreas com potencial de contaminação. AS áreas suspeitas de contaminação. AC áreas contaminadas. Exclusão áreas excluídas do cadastro de á reas contaminadas. AI AR AI áreas contaminadas sob investigação. áreas reabilitadas para o uso declarado. AR AMR AMR áreas em processo de monitoramento para reabilitação. Definição da região de interesse Levantamento das bases para a definição dos limites da região de interesse e o posicionamento dos bens a proteger Considerar as atribuições e interesses do órgão gerenciador AC AS AP Cadastro de ACs Representação gráfica da região de interesse e bens a proteger Definição dos objetivos do gerenciamento de ACs 17 Regiões Prioritárias – Critérios de Seleção • Região onde ocorreu ou está ocorrendo mudança de uso do solo, especialmente para o uso residencial ou comercial; • Região com evidências de contaminação regional de solo e de água subterrânea; • Região com restrições legais ambientais; • Região com utilização de recursos hídricos para abastecimento. R.C.A.Cunha, 2017 R.C.A.Cunha, 2017 500 m500 m Poços não licenciados: 10Poços não licenciados: 10 N SP Market (Shopping) Cnaga Avon Baxter UnipacMWM Viena Refugiu’s (Hotel) Ergomat Fibra Ferlex Auto-Posto Sucesso Projeto 1 Fiat Multimix Poços licenciados: 14Poços licenciados: 14 JURUBATUBA Santo Amaro Antiga ZUPI em processo de mudança de uso com contaminação extensa do aquífero fraturado e grande exploração da água subterrânea 18 APs Prioritárias – Critérios de Seleção • Áreas com Potencial de Contaminação (AP) onde ocorre ou ocorreu o uso de solventes halogenados. • Áreas com Potencial de Contaminação (AP) ativas. Outros critérios de priorização poderão ser adotados pela CETESB, caso necessário. Anualmente a Relação de Áreas com Potencial de Contaminação Prioritárias será atualizada e as Regiões Prioritárias para o Gerenciamento de Áreas Contaminadas selecionadas serão publicadas no site da CETESB. R.C.A.Cunha, 2017 PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS Convocação Monitoramento Preventivo Licenciamento Desativação R.C.A.Cunha, 2017 R.C.A.Cunha, 2017 Licenciamento Convocação Desativação Avaliação Preliminar Investigação Confirmatória 19 ENTREGA DOS RELATÓRIOS – SOMENTE arquivo digital (pdf) - Declaração de Conteúdo R.C.A.Cunha, 2017 R.C.A.Cunha, 2017 Processo de identificaçã o de ACs Definição da região de interesse Identificação de áreas com potencial de contaminação Cadastro de ACs Priorização 1 Avaliação preliminar Classificação 2 Classificação 3 Investigação confirmatória Priorização 2 Exclusão Exclusão Processo de reabilitação de ACs Investigação detalhada Avaliação de risco Concepção da remediação Remediaç ão da AC Classi ficação 1 Exclusão Monitoram ento Projeto de remediação AP AS AC AP áreas com potencial de contaminação. AS áreas suspeitas de contaminação. AC áreas contaminadas. Exclusão áreas excluídas do cadastro de á reas contaminadas. AI AR AI áreas contaminadas sob investigação. áreas reabilitadas para o uso declarado. AR AMR AMR áreas em processo de monitoramento para reabilitação. 20 Avaliação Preliminar Coleta de dados existentes Inspeção de reconhecimento da área Estudo histórico Estudo sobre meio físico Vistoria (observ. em campo) Entrevistas Classificação 1 exclusão Modelo conceitual 1 AC AS AP Cadastro de ACs Ficha Cadastral de ACs CROQUI DA ÁREA / MODELO CONCEITUAL Croqui/Seção Esquemática A’ B’ B C C’ A REPRESA casa casa escritório Área de Produção Infiltração de efluente Disp. de resíduos poço poço poço poço residências residências Depósito de MP e P xxxxxx xxxx xxxxx horta xxxxx xxxxx xxxxx horta corte A-A’ corte B-B’ corte C-C’ NA A A’ NA B B’ NA C C’ ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? rachaduras A’ Resíduos espalhados MCA 1A Situação em que foi possível identificar todas as áreas fonte existentes (atuais e pretéritas) e obter dados e informações adequadas e completas para cada uma delas - Estratégia 1 Modelo Conceitual Inicial MCA 1B Situação em que foram determinadas incertezas quanto à identificação, caracterização e localização de áreas fonte e/ou das fontes potenciais de contaminação associadas a essas áreas fonte - Estratégia 2 MCA 1C Situação em que não há informações sobre a localização e características das áreas fonte - Estratégia 2 21 Estratégia 1 Plano de InvestigaçãoConfirmatória poderá se basear em uma estratégia de amostragem voltada às substâncias químicas de interesse e direcionada a todas as fontes potenciais de contaminação identificadas. Modelo Conceitual Inicial Estratégia 2, Emprego de métodos de investigação que proporcionem informações sobre o meio físico ou sobre a natureza e a distribuição das substâncias químicas de interesse (como por exemplo, métodos de screening e geofísicos), ou Plano de amostragem adote abordagem probabilística, de modo a possibilitar o direcionamento, ou o posicionamento adequado das amostragens. Processo de identificaçã o de ACs Definição da região de interesse Identificação de áreas com potencial de contaminação Cadastro de ACs Priorização 1 Avaliação preliminar Classificação 2 Classificação 3 Investigação confirmatória Priorização 2 Exclusão Exclusão Processo de reabilitação de ACs Investigação detalhada Avaliação de risco Concepção da remediação Remediaç ão da AC Classi ficação 1 Exclusão Monitoram ento Projeto de remediação AP AS AC AP áreas com potencial de contaminação. AS áreas suspeitas de contaminação. AC áreas contaminadas. Exclusão áreas excluídas do cadastro de á reas contaminadas. AI AR AI áreas contaminadas sob investigação. áreas reabilitadas para o uso declarado. AR AMR AMR áreas em processo de monitoramento para reabilitação. AC AS AP Cadastro de ACs Investigação confirmatória Modelo conceitual 1 Plano de amostragem Coleta de Amostras Realização das análises Interpretação dos resultados Classificação 2 Métodos geofísicos e de "screening" Valores naturais Listas de padrões Modelo conceitual 2exclusão Ficha Cadastral de ACs Definição do responsável pela contaminação 22 RUA UM R U A D O IS RUA SEIS R U A T R Ê S R U A C IN C O RUA QUATRO R U A S E TE RUA SEIS REPRESA * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * Rachaduras no piso Escoamento superficial de resíduos Investigação geofísica 30 μS/m 60 μS/m 90 μS/m Depósito de matérias primas e produtos Área de disposição de resíduos Área de produção Área de infiltração de efluentes Escritório Relatório de estabelecimento de Valores Orientadores para Solos e Águas Subterrâneas (CETESB, 2001) • valores de referência de qualidade • valores de alerta • valores de intervenção – Valores revisados em 2005 (Decisão de Diretoria n. 195/2005/E); – www.cetesb.sp.gov.br subsidiam as ações de controle e de gerenciamento. É a concentração de determinada substância no solo ou na água subterrânea, que define um solo como limpo ou a qualidade natural da água subterrânea VALOR DE REFERÊNCIA DE QUALIDADE É a concentração de determinada substância, acima da qual podem ocorrer alterações prejudiciais à qualidade do solo e da água subterrânea. VALOR DE PREVENÇÃO É a concentração de determinada substância no solo ou na água subterrânea acima da qual existem riscos potenciais, diretos ou indiretos, à saúde humana, considerado um cenário de exposição genérico VALOR DE INTERVENÇÃO Relatório de estabelecimento de Valores Orientadores para Solos e Águas Subterrâneas (CETESB, 2005) 23 Avaliação Preliminar/ Investigação Confirmatória • Área Contaminada sob Investigação (ACI) Classificação “I – Contaminantes no solo ou na água subterrânea em concentrações acima dos Valores de Intervenção; II – Produto ou substância em fase livre; III – Substâncias, condições ou situações que, de acordo com os parâmetros específicos, possam representar perigo, conforme artigo 19, § 3º deste decreto; IV – Resíduos perigosos dispostos em desacordo com as normas vigentes.” Processo de identificaçã o de ACs Definição da região de interesse Identificação de áreas com potencial de contaminação Cadastro de ACs Priorização 1 Avaliação preliminar Classificação 2 Classificação 3 Investigação confirmatória Priorização 2 Exclusão Exclusão Processo de reabilitação de ACs Investigação detalhada Avaliação de risco Concepção da remediação Remediaç ão da AC Classi ficação 1 Exclusão Monitoram ento Projeto de remediação AP AS AC AP áreas com potencial de contaminação. AS áreas suspeitas de contaminação. AC áreas contaminadas. Exclusão áreas excluídas do cadastro de á reas contaminadas. AI AR AI áreas contaminadas sob investigação. áreas reabilitadas para o uso declarado. AR AMR AMR áreas em processo de monitoramento para reabilitação. Investigação detalhada Coleta de dados Caracterização hidrogeológica AC AS AP Cadastro de ACs Plano de investigação Modelo conceitual 2 Caracterização da fonte de contaminação Mapeamento da pluma de contaminação Monitoramento Modelagemmatemática Interpretação dos resultados Modelo conceitual 3 24 Investigação Detalhada • Observação 1: Recomenda-se a utilização de métodos de investigação de alta resolução na investigação de áreas com complexidades associadas ao meio físico e à distribuição das substâncias químicas de interesse, além da localização de fontes primárias de contaminação não identificadas nas etapas de Avaliação Preliminar e Investigação Confirmatória. Investigação Detalhada • caracterização do meio físico, com plantas e seções estratigráficas e modelos tridimensionais representativos das rochas, sedimentos, solos e aterros identificados no local. • Perfil de cada sondagem realizada, indicando as unidades hidroestratigráficas ou materiais observados (definidos a partir de observações em campo e de análises granulométricas); Investigação Detalhada • Descrição dos procedimentos efetuados durante a instalação de cada poço de monitoramento (perfuração, montagem e desenvolvimento); • Perfil construtivo de cada poço de monitoramento, com a justificativa para o seu posicionamento e da seção filtrante, levando em consideração a distribuição das substâncias químicas de interesse, unidades hidroestratigráficas responsáveis pelo armazenamento e pela movimentação preferencial dos contaminantes; 25 Investigação Detalhada • Descrição dos procedimentos efetuados durante a instalação de cada poço de monitoramento (perfuração, montagem e desenvolvimento); • Perfil construtivo de cada poço de monitoramento, com a justificativa para o seu posicionamento e da seção filtrante, levando em consideração a distribuição das substâncias químicas de interesse, unidades hidroestratigráficas responsáveis pelo armazenamento e pela movimentação preferencial dos contaminantes; Investigação Detalhada • Resultados e interpretação dos métodos de investigação de alta resolução (quando esses forem utilizados), com a apresentação em planta e seções transversais e longitudinais; • Interpretação dos ensaios destinados à caracterização das propriedades físicas e químicas dos materiais; Investigação Detalhada • Dados hidrogeológicos obtidos para todos os materiais identificados (porosidade total e efetiva, condutividade hidráulica); • Identificar as unidades hidroestratigráficas de importância para o transporte e a retenção dos contaminantes; 26 Investigação Detalhada • Plantas e seções representando as superfícies de mesmo potencial hidráulico (nos planos horizontal e vertical) e as relações hidráulicas com os corpos d’água superficiais,poços de captação, nascentes e sistemas de drenagem ou de rebaixamento do nível d’água; Investigação Detalhada • Quantificação e caracterização das contaminações associadas a todas as fontes primárias de contaminação; • Concentrações das substâncias químicas de interesse a elas associadas que possam estar presentes em fase livre, dissolvida, gasosa e retida; Investigação Detalhada • Delimitação tridimensional das plumas de contaminação; • Estimativa calculada das massas das substâncias químicas de interesse nas diferentes unidades hidroestratigráficas identificadas; 27 Investigação Detalhada • Planta e seções, com a localização e dimensionamento das fontes potenciais, primárias e secundárias de contaminação, com a representação da localização dos pontos de amostragem executados; • Texto com justificativa da escolha do posicionamento dos pontos de amostragem e das profundidades de investigação; • Texto com descrição dos métodos de investigação e amostragem utilizados, justificando as escolhas realizadas Investigação Detalhada • Texto e representações gráficas da distribuição das substâncias químicas de interesse (tridimensional), em fase livre, retida, dissolvida e gases/vapores; • Modelagem matemática para o tempo em que será atingida a concentração máxima onde estão localizados os receptores identificados, quando aplicável; • Atualização do Modelo Conceitual (MCA 3); RUA UM R U A D O IS RUA SEIS R U A T R Ê S R U A C IN C O RUA QUATRO R U A S E TE RUA SEIS REPRESA 0.3 0.2 0.9 1.4 1.2 0.8 1.55 1.8 2.3 2.6 2.4 0.0 0.5 1.5 2.0 0.2 1.75 0.8 1.6 -0.7 -0.6 -0.9 0.3 0.6 0.9 1.3 1.41.1 1.0 28 Processo de identificaçã o de ACs Definição da região de interesse Identificação de áreas com potencial de contaminação Cadastro de ACs Priorização 1 Avaliação preliminar Classificação 2 Classificação 3 Investigação confirmatória Priorização 2 Exclusão Exclusão Processo de reabilitação de ACs Investigação detalhada Avaliação de risco Concepção da remediação Remediaç ão da AC Classi ficação 1 Exclusão Monitoram ento Projeto de remediação AP AS AC AP áreas com potencial de contaminação. AS áreas suspeitas de contaminação. AC áreas contaminadas. Exclusão áreas excluídas do cadastro de á reas contaminadas. AI AR AI áreas contaminadas sob investigação. áreas reabilitadas para o uso declarado. AR AMR AMR áreas em processo de monitoramento para reabilitação. RISCO Risco à saúde humana Risco ecológico Padrões Legais Padrões Legais e modelagem Risco à vida R.C.A.Cunha, 2017 Gerenciamento do risco Avaliação de risco AC AS AP Cadastro de ACs Modelo conceitual 3 Coleta e avaliação de dados Avaliação da toxicidade Avaliação da exposição Caracterização do risco Forma de intervenção?Remediação Compatibilização do uso do solo Modelo conceitual 4 29 Meta de Risco Padrão Genérico Custo Total ($) Risco Total Processo de Remediação Concentração do Poluente O que deve-se esperar de um Processo de Ações Corretivas? Resultados Protetores e Atingíveis Conduzir ações de remediação quando apropriadas para atingir os critérios legais. Concentração do poluente avaliada com base na exposição e no risco. Redução de massa pode ou não resultar na redução de risco mais eficiente. Avaliação de Risco Classificação da Área como ACRi • I – Ultrapassagem do risco aceitável à saúde humana; • II – Risco inaceitável para organismos presentes nos ecossistemas, por meio da utilização de resultados de Avaliação de Risco Ecológico; • III – Ultrapassagem dos padrões legais aplicáveis ao enquadramento dos corpos d’água e de potabilidade; • IV – Nas situações em que os contaminantes gerados possam atingir corpos d’água superficiais ou subterrâneos, determinando a ultrapassagem dos padrões legais aplicáveis, comprovadas por modelagem do transporte dos contaminantes; • V – Nas situações em que haja risco à saúde ou à vida em decorrência de exposição aguda a contaminantes, ou à segurança do patrimônio público e privado." 30 Elaboração do Plano de Intervenção Execução do Plano de Intervenção Monitoramento para Encerramento Emissão do Termo de Reabilitação Processo de Reabilitação de Áreas Contaminadas Processo de identificaçã o de ACs Definição da região de interesse Identificação de áreas com potencial de contaminação Cadastro de ACs Priorização 1 Avaliação preliminar Classificação 2 Classificação 3 Investigação confirmatória Priorização 2 Exclusão Exclusão Processo de reabilitação de ACs Investigação detalhada Avaliação de risco Concepção da remediação Remediaç ão da AC Classi ficação 1 Exclusão Monitoram ento Projeto de remediação AP AS AC AP áreas com potencial de contaminação. AS áreas suspeitas de contaminação. AC áreas contaminadas. Exclusão áreas excluídas do cadastro de á reas contaminadas. AI AR AI áreas contaminadas sob investigação. áreas reabilitadas para o uso declarado. AR AMR AMR áreas em processo de monitoramento para reabilitação. Ações decorrentes da Avaliação de Risco Técnicas de Remediação Contenção Tratamento Ação emergencial Monitoramento PerigoRisco à saúdeRisco aceitável Gerenciamento do Risco Monitoramento da eficiência Controle Institucional Recuperação para uso declarado Controle de Engenharia Risco ecológico 31 MEDIDAS DE CONTROLE INSTITUCIONAL • Restrição de uso do solo • Restrição de uso de água subterrânea • Restrição de uso de água superficial • Restrição ao consumo de alimentos • Restrição ao uso de edificações PROCEDIMENTO PARA GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS MEDIDAS DE CONTROLE DE ENGENHARIA – Pavimentação da superfície do solo (por exemplo: concreto, asfalto, manta sintética, solo limpo, etc.) – Impermeabilização de edificações de modo a evitar a migração de vapores para o interior das mesmas PROCEDIMENTO PARA GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS RUA UM R U A D O IS RUA SEIS R U A TR Ê S R U A C IN C O RUA QUATRO R U A S ET E RUA SEIS REPRESA CDT IG+CDT IA PQ+IA+CD MCI ME 32 Investigação para remediação AC AS AP Cadastro de ACs Ensaios piloto em campo Ensaios piloto em laboratório Modelo conceitual 4 Modelo conceitual 5 Plano de investigação Monitoramento Modelagemmatemática Interpretação dos resultados Levantamento das técnicas de remediação Definição das técnicas de remediação Plano de Intervenção Objetivos Medidas de Intervenção Técnicas de Remediação Monitoramento Operacional Projeto Executivo R.C.A.Cunha, 2017 Plano de Intervenção Aprovação obrigatória Apresentação obrigatória Áreas em processo de Reutilização Áreas Críticas 33 Plano de Intervenção Projeto Executivo Relatório de Implantação (as built) R.C.A.Cunha, 2017 CETESB ACRi - Apresentação do Plano de Intervenção Processo de Aprovação do Plano de Intervenção – Áreas Contaminadas em Processo de Reutilização CETESBSD ParecerTécnico Projeto da Edificação Plano de Intervenção PREÇO = 750 + W √ A W - fator de complexidade da atividade (Anexo 5, Decreto 8468/76) A - área total do empreendimento Preço - UFESP R.C.A.Cunha, 2017 CETESBResponsávelLegal Projeto da Edificação Plano de Intervenção Projeto Executivo Relatório de Instalação Parecer Técnico favorável R.C.A.Cunha, 2017 34 • Período de Vigência • Programa de Acompanhamento Medidasde Controle Institucional • Período de Vigência • Programa de Acompanhamento Medidas de Engenharia • Monitoramento da Eficácia • Seguro Ambiental Medidas de Remediação por Contenção R.C.A.Cunha, 2017 Elaboração do Plano de Intervenção Implantação do Plano de Intervenção Monitoramento para Encerramento R.C.A.Cunha, 2017 Emissão do Termo de Reabilitação Metas de remediação atingidas Medidas de Controle Institucional Plano de Intervenção – causas para autuação Relatórios inadequados Elaboração por profissional não habilitado Não execução do Plano de Intervenção Execução em desacordo com os procedimentos Paralisar a operação R.C.A.Cunha, 2017 35 36 Cadernos daCadernos daCadernos daCadernos daCadernos da Gestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do Conhecimento FLUXO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS MARCELO SOUSA, PHD 37 38 Conceitos de Fluxo e Transporte da Água Subterrânea Parte 1: Fluxo de Águas Subterrâneas São Paulo, 05 de novembro, 2018 Curso “Técnicas de Investigação de Áreas Contaminadas - Parte 2 - Água Subterrânea” Marcelo Sousa, PhD 1. Fluxo de águas subterrâneas Técnicas de Investigação de Áreas Contaminadas: Parte 2 – Água Subterrânea Juliana Gardenalli de Freitas jgfreitas@unifesp.br http://soloeagua-unifesp.webs.com Fluxo e transporte Por que? Definição do modelo conceitual Plano de amostragem/investigaçãoIdentificação de potenciais fontes e receptoresOnde e quando monitorar?...O que esperar? 39 FLUXO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Ciclo Hidrológico Sistemas de Fluxo regionalgwflow.iah.org Configuração depende de: (1) condições hidráulicas/hidrológicas (2) propriedades do meio Muda com o tempo (longo prazo e sazonal) e com intervenções humanas (pavimentação, irrigação, poços, etc.) 40 Sistemas de Fluxo regionalgwflow.iah.org O fluxo de águas subterrâneas é dividido em diferentes sistemas de fluxo (e.g.: local, intermediário, regional) (adapted from Winter et al., 1998). Sistemas de Fluxo Relacionado com tempos de trânsito (tempo que a água permanece em subsuperfície) Bacia de águas subterrâneas Área de recarga regional Linhas de fluxo Sistema de fluxo regional Sistema de fluxo local Sistema de fluxo local Área de descarga regional Corpo d’água Corpo d’água Área de descarga local Nível d’água Fonte: Rosswall et al. (1988) Divisor de águas subterrâneas Coincidência dos divisores de águas subterrâneas e superficiais no SISTEMA LOCAL Sistemas de Fluxo 41 Sistemas de Fluxo Sistemas de Fluxo e o diagrama de Tóth József Tóth Sistemas de fluxo - Sistemas locais: normalmente mais impactados - Sistemas mais profundos podem impactados também e são extremamente importantes como recurso hídrico - Investigação caracterização desses sistemas 42 Meio Meio poroso (granular ) Meio poroso fraturado Meio fraturado não poroso Areia, cascalho, argila não-fraturada Arenito, argila fraturadaGranito, mármore Conceitos básicos Parâmetros importantes para o fluxo Distribuição granulométricaSaturaçãoPorosidade – total e efetivaCarga hidráulicaGradiente hidráulico – horizontal e verticalCondutividade hidráulica Granulometria e Textura Tamanho e distribuição dos grãos Tamanho e distribuição dos poros Para tubos lisos em regime laminar: Q α r4 (!!!!) Principal fator que define a condutividade hidráulica (K) Uma das principais razões para as descrições litológicas 43 Distribuição granulométrica Classificação com o tamanho Classificação Diâmetro dos grãos Argila menor que 0,002 mm Silte entre 0,06 e 0,002 mm Areia entre 2,0 e 0,06 mm Pedregulho entre 60,0 e 2,0 mm Distribuição granulométrica Bem selecionada mal selecionada Remediation hydraulics / Fred C. Payne, Joseph A. Quinnan, Scott T. Potter, 2008, CRC Press Distribuição granulométrica Diâmetros variam ordens de magnitude Comparison of grain- size distributions for glacial till, dune sand and hydraulically dredged silt (adapted from Perloff and Baron, 1976). Remediation hydraulics / Fred C. Payne, Joseph A. Quinnan, Scott T. Potter, 2008, CRC Press 44 Cuidado para não subestimar importância das partículas mais finas! Remediation hydraulics / Fred C. Payne, Joseph A. Quinnan, Scott T. Potter, 2008, CRC Press Well sorted sand Nordhouse Dunes, Lake Michigan 0.2 to 0.5 mm Well sorted sand Pacific Ocean intertidal zone,California 0.2 to 0.5 mm. Well sorted sand Makaha Beach, Oahu, Hawaii 0.5 to 1.5 mm. Poorly sorted sand and gravel 20 meters bgs, Quebec, Canada 0.01 to 5 mm Remediation hydraulics / Fred C. Payne, Joseph A. Quinnan, Scott T. Potter, 2008, CRC Press Distribuição granulométrica Solos tropicais – Estruturados! 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Sand Silt Clay Sand Silt Clay Sand Silt Clay LatossoloVermelhoAmarelo LatossoloVermelho NeossoloQuartzarênico (Renata Rollo & Fernanda Oliveira) 45 Distribuição granulométrica Solos tropicais – Estruturados! 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Sand Silt Clay Sand Silt Clay Sand Silt Clay LatossoloVermelhoAmarelo LatossoloVermelho NeossoloQuartzarênico Sem dispersante Microagregados extrememamente estáveis POROSIDADE Conceitos básicos Fração ou porcentagem do volume total composto por poros(ex., 0,1 ou 10%) www.geo.duke.edu/geo41 a b c d Espaço de poros fraturas Volume de vaziosVolume totaln= Porosidade 46 Porosidade Porosidade (n, η) ( 0 < n < 1) T sT T v V VV V V − == η VV : volume de vazios VT : volume total VS : volume de sólidos meio Porosidade (%) Brita, grossa 24 – 36 Brita, fina 25 – 38 Areia grossa 31 – 46 Areia fina 26 – 53 Silte 34 – 61 Argila 34 – 60 Rochas sedimentares Arenito 5 – 30 Siltito 21 – 41 Calcário, Dolomita 0 – 40 Rochas cristalinas Rochas cristalinas fraturadas 0 – 10 Basalto 3 – 35 Porosidade total Porosidade Porosidade (n, η) ( 0 < n < 1) Porosidade efetiva – considera somente os poros conectados, pelos quais há fluxo meio Porosidade (%) total Efetiva Calcário, dolomita 0,5 - 5 0,05 – 0,5 Arenito 5 - 15 0,5 – 10 Xisto 1 - 10 0,5 – 5 Granito 0,1 0,0005 Porosidade efetiva Transporte porosidade móvel × porosidade imóvel efetiva Fração da porosidade total que contribui para o fluxo e transporte Atua como reservatório de água imóvel (ou muito lenta) 47 Porosidade Porosidade (n, η) Remediation hydraulics / Fred C. Payne, Joseph A. Quinnan, Scott T. Potter, 2008, CRC Press SATURAÇÃO Conceitos básicos Franja capilar Zona não-saturada NA no poço Topo da franja capilar Distribuição de água no solo 48 sólidos águaar Distribuição de água no solo Saturação Definição: • Saturação pode ser definida para qualquer fluido • Curva de saturação S = 1 θ = á = á = ó = Porosidade (Φ ou n) Teor de Umidade Volumétrica (θ) Saturação (S) Capillary fringe Unsaturated zone Water level in well Por que estudar a zona não-saturada? - Recarga - Escoamento superficial - Mecânica dos solos (estabilidade) - Armazenamento de água para plantas - Parte do caminho entre fontes e receptores de contaminantes - Atua como reservatório de água e contaminantes 49 CARGA HIDRÁULICA E GRADIENTE HIDRÁULICO Conceitos básicos Carga hidráulica Carga hidráulica (h) z h z = 0 Ψ = P/ρw g h = + zψ Poço filtro Nível d’água elevação pressão (Beth Parker, Earth 458, 1999) Carga hidráulica Sentido de fluxo Maior carga Menor carga (Beth Parker, Earth 458, 1999) hp1 z1 hp2 z2 Q z1 z2 hp1 hp2 z1 z2 h p1 hp2 1 2 z1 z2 hp1 hp2 - Sempre da maior para menor carga hidráulica - Nem sempre da maior pressão para menor ( a ) ( b ) ( c ) ( d ) 50 Carga hidráulicaFluxo da maior para menor carga NA e RelevoEm geral, NA é uma réplica do relevo TLTH, fig. 16.2 Gradiente hidráulico Gradiente hidráulico (i) Variação de carga hidráulica dividido pela distância= = ∆ Gradiente hidráulico Gradiente hidráulico – horizontal (Beth Parker, Earth 458, 1999) 36 m z = 0 L = 200 m 34 m Gradiente hidráulico = i = h Δ i = h Δ Δ L 36 - 34 200 = 0.01 [ - ]= dimensionless SI units m m A B h = 2mΔ Δ Δ L flow 51 Gradiente hidráulico Gradiente hidráulico – vertical www.uri.edu/cels/nrs/whl/Teaching/361-10/6_Groundwater/Mapping_Groundwater_Flow_Patterns.pdf Gradiente hidráulico Gradiente hidráulico – vertical www.epa.gov/athens/learn2model/part-two/onsite/vgradient02.html http://serc.carleton.edu/woburn/student-modules/hydrology/potent-profile.html = = ∆ Gradiente hidráulico Gradiente hidráulico – verticalFerramenta de cálculo: www.epa.gov/athens/learn2model/part-two/onsite/vgradient02.html = = ∆ 52 FLUXO - QUANTIFICAÇÃO Henry Darcy 1803-1858 Lei de Darcy Fluxo - Quantificação Lei de Darcy q: fluxo de DarcyVolume / área * tempo (não é velocidade!) volume de solução que passa por uma área do meio poroso por unidade de tempo: m3/(m2 s) área total da seção = A 53 Fluxo - Quantificação Lei de Darcy q: fluxo de DarcyVolume / área * tempo (não é velocidade!) q α gradiente hidráulico área total da seção = A Lei de Darcy K: Condutividade hidráulicaÉ uma constante de proporcionalidade Depende do fluidoDepende do meio porosoPermeabilidade (k) l hKq Δ Δ −= μ ρgkK = Velocidade da água Velocidade da água subterrânea q: fluxo de Darcy (m/s) → unidade de velocidadeÉ igual a velocidade da água subterrânea? Não! n: porosidade dxdHKq −= dxdHnKnqv −== 54 Relação entre q (Fluxo de Darcy) e velocidade “Porosidade” = 1 TUBO Definição: “Porosidade” = 0.5“Porosidade” = 1 TUBOTUBO Relação entre q (Fluxo de Darcy) e velocidade 51 “Porosidade” = 0.5 en qv = xA Qv = “Porosidade” = 0.5 TUBO MEIO POROSO Relação entre q (Fluxo de Darcy) e velocidade 55 Marion King Hubbert 1903-1989 Exemplos de Fluxos descritos por potenciais Fluxo de Fluidos em Meios Porosos (Lei de Darcy) Condução de Temperatura em Sólidos (Lei de Fourier) Difusão de contaminantes em água (Lei de Fick) Hubbert (1940): Potencial Potencial: quantidade física que descreve o fluxo em um sistema. O fluxo sempre vai das áreas de maior potencial para menor potencial Lei de Darcy aplicada a sistemas naturais FONTE RECEPTOR Como se existissem diversas “colunas” de Darcy CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA 56 Condutividade hidráulica l hKq Δ Δ −= Freeze and Cherry (1979) Condutividade hidráulica Dingman (2002) Condutividade hidráulica Faixa de variação de K para diferentes materiais 57 Condutividade hidráulica Faixa de variação Só vale para material bem selecionado, não estruturado, 25% < n < 45%, ...! Remediation hydraulics / Fred C. Payne, Joseph A. Quinnan, Scott T. Potter, 2008, CRC Press Condutividade hidráulica Pode ser mais complicado ainda Latossolos Bastante comum no Brasil~40% do território brasileiro Let’s take a look at one soil... 58 Distribuição Granulométrica 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 0,001 0,01 0,1 1 10 Po rc en ta ge m m en or diâmetro (mm) 70% argila 8% silte 22% areia (fina) (Freeze and Cherry, 1979) 70% argila 8% silte 22% areia (fina) Resultados 10-3 cm/s Areia? 59 O que acontece? Soil is structured in microaggregates 0 20 40 60 80 100 120 clay silt sand pe rc en ta ge dispersed without dispersion Extremely stable Condutividade hidráulica Solo com ~ 70% argila Água subterrânea flui com velocidade equivalente ao que seria em areia... http://soils.usda.gov/use/worldsoils/mapindex/order.html Does it matter? How? 60 HETEROGENEIDADE E ANISOTROPIA Heterogeneidade e Anisotropia Homogêneo x Heterogêneo K(x,y,z) = constante → Homogêneo Isotrópico x Anisotrópico Kx = Ky = Kz → Isotrópico (Beth Parker, Earth 458, 1999) Heterogeneidade e Anisotropia Heterogeneidade, AnisotropiaHomogêneo x HeterogêneoIsotrópico x Anisotrópico Kx Kz ( x , z )1 1 ( x , z )2 2 x z Homogeneous, Isotropic Homogeneous, Anisotropi Heterogeneous, Isotropic Heterogeneous, Anisotrop (Beth Parker, Earth 458, 1999) 61 Heterogeneidade e Anisotropia Heterogeneidade – Importância da ESCALAEx. camadas 1 km 100 m 1 m 10 cm Unidades estratigráficas Variações em pequena escala dentro de uma mesma camada (Beth Parker, Earth 458, 1999) Heterogeneidade e Anisotropia HeterogeneidadeDescontinuidades (falhas, dobras, contato rocha-solo) (Beth Parker, Earth 458, 1999) Heterogeneidade e Anisotropia HeterogeneidadeTendências espaciaisEspaçamento e frequência de fraturas Deposição (Beth Parker, Earth 458, 1999) DEPTH 62 Heterogeneidade e Anisotropia Anisotropia Orientação dos grãos Orientação de fraturas Kz Ky Kx (Beth Parker, Earth 458, 1999) Fig.5 Outcrop photography of the Lower portion of the Madison Limestone divided into two large-scale fracturing units (FU1) and ten intermediate-scale fracturing units (FU2) (modified from Barbier et al., 2012a and Barbier et al., 2012b). Mickael Barbier , Remi Lepretre , Jean-Paul Callot , Marta Gasparrini , Jean-Marc Daniel , Youri Hamon , Olivier Lacombe, Marc Floquet Impact of fracture stratigraphy on the paleo-hydrogeology of the Madison Limestone in two basement-involved folds in the Bighorn basin, (Wyoming, USA) Tectonophysics Volumes 576-577 2012 116 - 132 http://dx.doi.org/10.1016/j.tecto.2012.06.048 Heterogeneidade e Anisotropia Heterogeneidade e Anisotropia AnisotropiaCamadas (Beth Parker, Earth 458, 1999) Kz Kx KyK1 K2 K3 ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ = ∑ = n i i i z K l lK 1 ∑ == n i iix Kl l K 1 1 Dominado pela camada MENOS condutiva Dominado pela camada MAIS condutiva 63 COMO MAPEAR O FLUXO Como mapear o fluxo? HidráulicaCargas hidráulicasCondutividade hidráulica Testes com traçadores Como mapear o fluxo? Carga hidráulicaPiezômetros ou poçosDiferentes posiçõesDiferentes profundidadesVariável no espaço (x, y, z) e tempo Condutividade hidráulica Diferentes posiçõesDiferentes profundidadesComo: slug testes, testes de bombeamento, determinações em laboratório Mapa potenciométrico 64 Como mapear o fluxo? Mapa potenciométrico NA é uma superfíciecurva de nível dessa superfície Mapa potenciométrico Mapa potenciométrico 1. Elevações do NA em vários poços 2. Interpolar as elevações entre os pontos 3. Se material for homogêneo e isotrópico, direção do fluxo é perpendicular aos contornos TLTH, fig. 16.3 Como mapear o fluxo? Hidráulica (Schwartz and Zhang, 2002) Mapa potenciométrico Seção transversal linhas equipotenciais 65 Como mapear o fluxo? Hidráulica (Schwartz and Zhang, 2002) linhas equipotenciais Nesse caso:- Fluxo perpendicular as linhas equipotenciais Seção transversal Ponto de medida (centro do filtro de um poço ou piezômetro) Como mapear o fluxo? Hidráulica (Schwartz and Zhang, 2002) Mapa potenciométrico • Superfície que coincide com carga hidráulica num aquífero (para aquíferos não confinados ≌ nível d’água) • Deve ser relacionado a um único aquífero • Gradiente hidráulico é inversamente proporcional a distância entre linhas equipotenciais Como mapear o fluxo? Condutividade hidráulica Alexander, et al. (2011). Field Study of Hydrogeologic Characterization Methods in a Heterogeneous Aquifer. Ground Water, 49(3), 365–382. 66 Como mapear o fluxo? Condutividade hidráulica Avaliação1. K estimado por granulometria: análises granulométricas realizadas a cada mudança observada e K estimado por Hazen2. Testes em permeâmetro: Amostras coletadas a cada 10cm e K medido em laboratório3. Testes de slug: 28 testes realizados nos poços CMT4. Testes de bombeamento: 6 testes realizados em níveis isolados Alexander, et al. (2011). Field Study of Hydrogeologic Characterization Methods in a Heterogeneous Aquifer. Ground Water, 49(3), 365–382. Como mapear o fluxo? Condutividade hidráulica Dados foram avaliados usando modelo numérico para simular teste de bombeamento Alexander, et al. (2011). GroundWater, 49(3), 365–382. Como mapear o fluxo? Condutividade hidráulica Nenhum método se destacou como o melhor“the model performed poorly for ports that exhibited large drawdowns that were hydraulically connected to the pumped zone”Necessidade de maior resolução horizontal para definirconectividade entre camadasExtremamente difícil prever fluxo em aquíferosheterogêneos Alexander, et al. (2011). Ground Water, 49(3), 365–382. 67 Como mapear o fluxo? Testes de traçadores Traçadores ideaisÍons: Cl-, Br-,Isótopos ambientais: 2H, 3H, 18OTraçadores orgânicos (rodamina, fluoresceina...) Vamos voltar a traçadores na parte de transporte... Como mapear o fluxo? Testes de traçadores - Vantagens:Identificação de caminhos preferenciaisCaracterização de anisotropia 68 Cadernos daCadernos daCadernos daCadernos daCadernos da Gestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do Conhecimento TRANSPORTE DE CONTAMINANTES EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS MARCELO SOUSA, PHD 69 70 Conceitos de Fluxo e Transporte da Água Subterrânea Parte 2: Transporte de Contaminantes em Águas Subterrâneas São Paulo, 05 de novembro, 2018 Curso “Técnicas de Investigação de Áreas Contaminadas - Parte 2 - Água Subterrânea” Marcelo Sousa, PhD 2. Transporte em águas subterrâneas Juliana Gardenalli de Freitas jgfreitas@unifesp.br http://soloeagua-unifesp.webs.com Técnicas de Investigação de Áreas Contaminadas: Parte 2 – Água Subterrânea Comportamento dos poluentes Produto puro – fase separada (NAPL) Fase dissolvidadissolução volatilização sorção Fase vapor Fase sorvida 71 TRANSPORTE EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Transporte Contaminantes dissolvidos em águaAdvecçãoDispersãoRetardamento (Sorção)Reações Processos FONTE Fluxo de água subterrânea Distância Advecção Dispersão Retardamento Reação 72 ADVECÇÃO Advecção Deslocamento do soluto acontece devido ao fluxo da água subterrânea Deslocamento ao longo das linhas de fluxo com velocidade igual a velocidade média da água subterrânea Força atuando é o gradiente hidráulico Advecção L L 73 Advecção Advecção x x C t0 t3t2t1 Concentração máxima (pico) é constante: Advecção não causa diluição! x = ? s = s0 + v t x2 = v t2 Advecção Curva de chegada (breakthrough curve) xi tempo C Dado x = xi t = ? s = s0 + v t ti = xi / v 74 Advecção Lei de Darcy (fluxo da água subterrânea) q: fluxo de Darcy (m/s)K: condutividade hidráulica (m/s)dH/dx: gradiente hidráulico dxdHKq −= volume de solução que passa por uma área do meio poroso por unidade de tempo: m3/(m2 s) área total da seção = A Advecção Transporte de soluto Fluxo advectivo (JA): massa de soluto passando pela seção A por tempo dxdHKq −=volume de solução que passa por uma área do meio poroso por unidade de tempo: m3/(m2s) Aágua injetada contém traçador concentração C CqJA ×= Advecção Transporte de solutoFluxo advectivo (JA): massa de soluto passando pela seção A por tempo soluçãovolume solutomassatempoárea soluçãovolumeJA ××= CqJA ×= tempoárea solutomassaJA ×= 75 Advecção • Direção do fluxo • Mapa potenciométrico 40m 38m 36m 34m 32m Advecção • Direção do fluxo • Mapa potenciomátrico 40m 38m 36m 34m 32m 100m K = 10 -4 m/s n = 0.35 • Velocidade da água subterrânea dL dh n K An Qv ⋅= ⋅ = 100 2 35.0 10v 4 ⋅= − d cm50 s m107.5v 6 ≈×= − A água demora aproximadamente 200 dias para andar 100 m Transporte – Fase dissolvida Plumas de contaminaçãoCompostos dissolvidos 40m 38m 36m 34m 32m 40m 30m 20m 50m 100m 76 Qual a velocidade da água subterrânea? Transporte – Fase dissolvida cloro tetracloreto de carbono fluxo de água subterrânea ~ 50 m v = ΔS / Δ t v = 50/ 647 v = 0,07 m/dia v = 7 cm/dia Porque a pluma aumenta de tamanho? Dispersão Transporte cloro fluxo de água subterrânea DISPERSÃO 77 Longitudinal Transversal (horizontal)Limite da pluma pluma formadapor advecção somente Fluxo uniforme Barker 2007, after John Cherry, 1999Co ncentra ção(C/ C o) frente da plumaafetada pordispersão C = Co Dispersão Fonte Dispersão Qualquer processo que faz com que diferentes solutos se movam com velocidades diferentes Espalhamento ao redor do centro de massa http://thayer.dartmouth.edu/~cushman/courses/engs43.html Dispersão Em geral: Dispersão longitudinal >dispersão transversal cloro fluxo de água subterrânea 78 Dispersão Em geral: Dispersão longitudinal >dispersão transversal >dispersão vertical cloro fluxo de água subterrânea 0 -2 -4 -6 0 10 20 30 40 50 60 Distance ( m ) Z ( m ) 1 day 462 days Dispersão Aterro Pluma de cloro gerada por aterro sanitário Freeze and Cherry, Groundwater, 1979 Dispersão - Exemplo 79 Dispersão - Mecanismos Dispersão Difusão molecular Dispersão mecânica Dispersão mecânica mistura devido a variações de velocidade Difusão molecularmistura devido a gradientes de concentração (movimento aleatório) DISPERSÃO MECÂNICA Dispersão Dispersão Mecânica Mistura devido a gradientes de velocidade velocidade média Na escala de poros, a velocidade varia... dxdHnKnqv −== 80 Dispersão MecânicaVariação devido a diferentes canais Variação de velocidade em um poro Variações de velocidade devido a mudanças de tamanho dos poros u Dispersão Mecânica Fluxo devido à dispersão mecânica n: porosidadeDm: coeficiente de dispersão mecânicadC/dx: gradiente de concentração http://thayer.dartmouth.edu/~cushman/courses/engs43.html dxdCDnJ mM −= Dispersão Mecânica Mistura devido a gradientes de velocidade Se v=0, o que acontece com a dispersão mecânica? Não tem! Dm = α v Dm: coeficiente de dispersão mecânicaα: dispersividade (função do meio) 81 DIFUSÃO Dispersão Difusão Movimentação aleatória das moléculas C1 C2 Não existe fluxo preferencial do fluido de uma caixa pra outra (C1+C2)/2 (C1+C2)/2t t Difusão Movimentação aleatória das moléculas http://ocw.mit.edu/courses/civil-and-environmental-engineering/1-061-transport-processes-in-the- environment-fall-2008/lecture-notes/ 82 Difusão Movimentação aleatória das moléculasAdolf Eugen Fick(1829-1901) 1855: artigo sobre difusãoC1 C2Δx vv' dxdCDJ dd −= Dd: coeficiente de difusão molecular,difusividade Difusão Fluxo por difusão molecular C1 C2 Δx vv' dxdCDnJ dd −= Dd: coeficiente de difusão molecular,difusividade Difusão Coeficiente de difusão molecular: Dd [Dd] = L2 T-1 ; ex.: m2/s Dd = f (composto, meio) dxdCDnJ dd −= 83 Difusão Coeficiente de difusão: D dxdCDj −= Schwarzenbach, Gschwend, Imboden, 2003. Environmental Organic Chemistry. No ar: Na água: Difusão molecular Papel muito importante em meios fraturados e aquitardesFluxo de água somente pelas fraturas Chapman & Parker, 2005. WRR. 41: W12411, doi: 10.1029/2005WR 32(5):805-820. Pré-remediação Conc. Perfil de concentração Conc. Perfil de concentraçãoaquífero aquitarde aquífero aquitarde pluma nova pluma Pós-remediação Difusão molecular Remediation hydraulics / Fred C. Payne, Joseph A. Quinnan, Scott T. Potter, 2008, CRC Press PLATE 10 - Results of back-diffusion experiments at Colorado State University. 84 DISPERSÃO Dispersão Dispersão ou dispersão hidrodinâmicaFluxo (JH): JH = JM + Jd ( )dxdCDDndxdCDndxdCDnJ dmdmH +−=−−= dh DvD +α= difusão moleculardispersão mecânica dxdCDnJ hH −= Dispersão Dispersão em meio anisotrópico Massa lançada em: x = 0, y = 0, t = 0 Difusão anisotrópica:Dx = 4 Dy Atenção!Homogêneo × HeterogêneoIsotrópico × Anisotrópico http://ocw.mit.edu/courses/civil-and-environmental-engineering/1-061-transport-processes-in-the- environment-fall-2008/lecture-notes/ 85 4. ADVECÇÃO + DISPERSÃO Aula 2 Advecção e Dispersão Advecção Advecção + dispersão 500 m Linha equipotencial 500 m 50 m Linha equipotencial Fonte Pluma formada por advecção Domenico and Schwartz, 1998 Advecção + Dispersão x x C t0 t3t2t1 Só advecção Advecção+ dispersão 86 Advecção e dispersão Fonte tipo pulso – Injeção Seção transversal Planta t1 t2 t01 0 xΔ distance C/Co t1 t2 Fonte t1 t2 Advecção + Dispersão Fluxo fluxo advectivo: fluxo dispersivo: Total: dxdCDncqJ −⋅= cqJA ⋅= dxdCDnJ hh −= Tipos de Fontes Pulso × Contínuas x C Só advecção! x C t t C C Mais dispersão... 87 Fonte Tipo Pulso Pulso: x=0, y=50Fluxo uniforme Advecção e dispersão simultaneamente http://ocw.mit.edu/courses/civil-and-environmental-engineering/1-061-transport- processes-in-the-environment-fall-2008/lecture-notes/ Fonte Contínua Fonte: contínuaX=0, y=50Velocidade do fluxo: constante = 1 cm/s http://ocw.mit.edu/courses/civil-and-environmental-engineering/1-061-transport- processes-in-the-environment-fall-2008/lecture-notes/ Advecção e dispersão simultaneamente PLUMAS 88 Plumas Plumas em meios porosos Migração dos poluentes controlada por advecção e dispersão Recarga Aquífero arenoso Resíduo Lixiviado Pluma DETALHE A : ZONA DE DISPERSÃO NA FRENTE DA PLUMA A Cherry, 1999 Plumas Plumas em meios fraturados não-porosos Migração dos poluentes controlada por advecção e dispersão Resíduo Migração do poluente ADVECÇÃO NAS FRATURAS Matriz rocha não porosa Fratura A A Cherry, 1999 Plumas Plumas em meios fraturados porosos Migração dos poluentes controlada por advecção e dispersão Resíduo B Migração do poluente ADVECÇÃO E DIFUSÃO Matriz rocha porosa Zona de Difusão Fratura B Cherry, 1999 89 Desenvolvimento de pluma 3-D em funçãodo tempo Perfil de concentrações ao longo da pluma (t →∞ ) transiente 1000 2000 3000 4000 5000 days 0 100 200 300 400 500 600 0.5 1.0 0 C/C0 Distância (m) Fonte constante pluma h w h = 2 m w = 2 m Retardamento R = 1 = 0.1 cm = 3 cm = 30 cm = 10 cm/day PARAMÊTROS αTV L αTH α u Sem reações John Cherry, 1999 Pluma – desenvolvimento no tempo Concentrações constantes num poço significam que a pluma não está mais avançando? Plumas em meios heterogêneos Aquíferos nunca são homogêneos Pequenas variações podem não ser significativas para entender o fluxo de água subterrânea, mas interferem significativamente no transporte de poluentes Plumas em meios heterogêneos ExemploDistribuição da condutividade hidraúlica (areia fina) K1 90 Plumas em meios heterogêneos Meio homogêneo Meio heterogêneo Plumas em meios heterogêneos Sempre existe heterogeneidade J. Barker Transporte de soluto no meioindicado na sondagem ao lado RETARDAMENTO 91 Alguns compostos se movem mais devagar Transporte – Fase dissolvida cloro tetracloreto de carbono fluxo de água subterrânea vcloro = vágua = 7cm/diavCCl4 = ?vCCl4 = 25/633 vCCl4 = 4 cm/diaFator de retardamento (R)R = 7 / 4 = 1,75 Transporte – Fase dissolvida cloro tetracloreto de carbono fluxo de água subterrânea 25m Retardamento Fator de retardamento R = vágua / vpoluente Acontece devido a sorção no solo poluentes hidrofóbicos → R ↑ 92 Retardamento Fator de retardamento R = vágua / vpoluente Vale para compostos orgânicos ou inorgânicos Retardamento Exemplo Aterro de Vejen, DinamarcaSorção do cloro não é significativaSódio migrou distância menor, devido a sorção no solo (Christensen et al., 2001) Retardamento Fator de retardamento – estimativa Hipóteses sobre sorçãoRápidaReversívelIsoterma linear Dunnivant, Anders, 2006. A Basic Introduction to Pollution Fate and Transport. Wiley Interscience. 93 Retardamento Fator de retardamento – estimativa v: velocidade média da água subterrâneavc: velocidade do contaminanteρb: densidade aparente do solo (valores típicos de 1,6 a 2,1 g/cm3)η: porosidade (valores típicos de 0,2 a 0,4)Kd: coeficiente de distribuição, ou coeficiente de partição - Kd ≅ Koc × foc ≅ foc × 0,41 Kow dbc K1vvR ×ηρ+== Então: R ~ 1+ 7 Kd Exercício Qual distância os seguintes poluentes vão migrar em um ano num aquífero arenoso, onde a velocidade da água é de aproximadamente 20 cm/dia? Dados:porosidade = 0,25densidade aparente = 1,8 g/cm3fOC = 0,5%Log Kow:benzeno 2,13antraceno 4,54benzo(a)pireno 6,50 Sorção em meios fraturados Fratura Meio não-fraturado Penetração por difusão Matriz porosa matriz porosa t 1 t 1 t 1 Penetração por difusão SEM sorção COM sorção C on ce nt ra çã o re la ti va ( C /C ) oIn pu t ( C ) o In pu t ( C ) o In pu t ( C ) o 1 0 x x x x1 x3 x2 Freeze and Cherry, 1979 94 Retardamento Retardamento ocorre devido a sorção nos sólidos Sorção é um processo reversível Atrasa o transporte, NÃO causa redução na massa Retardamento Exemplo – coluna com injeção contínua 1 0 t o Tempo C/C0Injeção contínua de substância emconcentração C0após tempo t0 saída da substância com concentração C 1 0 a b compostos nãoretardados concen tração relativa (C/C 0) Distância compostosretardados Retardamento Exemplo: coluna com injeção em pulso Injeção de substância com concentração C0 empulso no tempo t0 saída da substância com concentração C 1 0 t o Tempo C/C0 1 0 a b compostos nãoretardados concen tração relativa (C/C 0) Distância compostosretardados 95 (Allen-King et al. in Pankow and Cherry, p.246, 1996) Retardamento Valores estimados × Medidos em campo Retardamento Limitações da estimativa de R a partir de Kd Quando o modelo é aplicável? Compostos orgânicosSem carga, hidrofóbicos (Kow > ~100)Todos os compostos em baixas concentrações (competição, cosolvência)Meiofoc > 0,1% Retardamento Limitações da estimativa de R a partir de KdCompetição: Exemplo - Sorção de PCE com e sem TCE Rivett & Allen-King, 2003 96 Retardamento Limitações da estimativa de R a partir de KdCompostos inorgânicosDesde os anos 80 o uso de Kd para compostos inorgânicos têm diminuídoProblema: Kd não é constante!Só aplicável para ions em baixas concentrações, quando a geoquímica está em equilíbrio em todo o percurso (ex. radionuclídeos em baixissímas concentrações) Retardamento - Inorgânicos Processos - Troca iônicaConsidera competição dos íons por sites de sorção Mg2+Mg2+ Mg2+ Ca2+ Mg2+ Na Ca concen tração Volume de água injetado Teste de coluna Na Ca C=? Retardamento - Inorgânicos Processos - Troca iônicaCTC: capacidade de troca catiônica Mg2+ Mg2+ Mg2+ Ca2+ Mg2+ Estimativa de CTC: proporcional ao conteúdo de argila + carbono orgânico 97 Retardamento - Inorgânicos Processos - Reações de superfícieFunção do pH Appel e Ma, 2001. J. Env. Quality. Retardamento Curvas de chegada “reais” – medidas em laboratório Time (Pore Volume) C /C o non-sorptive sorptive 1 0 t o Tempo C/C0Injeção contínua de substância emconcentração C0após tempo t0 saída da substância com concentração C (Allen-King et al. in Pankow and Cherry, p.246, 1996) Retardamento Curvas de chegada “reais” – medidas em campo curva não é simétrica – “cauda” 98 Retardamento Motivos para comportamento “não-ideal” Efeitos em escala de porosSorção não-linear, sem atingir equilíbriohisterese (sorção ≠ dessorção)difusão para dentro da partícula e/ou matéria orgânicaEfeitos na escala de campoHeterogeneidades Retardamento Resumo...Causado por sorção do poluente no soloFator de retardamento: R = vágua / vpoluenteR estimado usando Kd, desde que:Sorção seja rápida, reversível, isoterma linearUsualmente para compostos orgânicosInorgânicos em concentrações muito baixas Processos FONTE Fluxo de água subterrânea Distância Advecção Dispersão Retardamento Reação 99 Pluma inferida distância concen tração Planta Direção do fluxo estabelecida Pluma real concentrações medidas ao longoda linha de fluxo concentrações “reais” ao longo da linha de fluxo Planta Desafio para interpretação do comportamento de plumas (Barker, 2007) seção transversal planta Pluma “mergulhando” Fluxo mudando de direção seção transversal planta Solução? melhorar o monitoramento (Barker, 2007) Desafiopara interpretação do comportamento de plumas TRANSPORTE NA FRANJA CAPILAR 100 Franja capilar Zona não-saturada NA no poço Topo da franja capilar Distribuição de água no solo (Marcelo Sousa) Poços multinívei s vapor sondagen s direção do fluxo Transporte na franja capilar 4 m Transporte na franja capilar Benzeno Tolueno 101 TESTES COM TRAÇADORES Testes com traçadores Informações que podem ser obtidasParâmetros de transportePorosidadeVelocidadeDispersividadesIdentificação de caminhos preferenciaisCaracterização de anisotropia Testes com traçadores IdeiaInjeção + monitoramentoEstimativa dos parâmetros: soluções analíticas, modelagem numérica inversa, análise de momentos TiposTraçadores conservativos × traçadores reativosGradiente natural × gradiente forçadoMonitoramento integrado × monitoramento de alta resolução Sais (NaCl, NaBr), fluorescentes (fluoresceina), radioativos, gases dissolvidos (He, SF6) 102 Exemplo 1 Testes de diluição em 1 poçoGradiente naturalMonitoramento de alta resoluçãoTraçador conservativo Exemplo 1 Teste de diluição em 1 poço Hall, S. H. (1993). Single well tracer tests in aquifer characterization. Ground Water Monitoring & Remediation, 118–124. Gradiente natural Gradiente natural, monitoramento de alta resoluçãoConhecimento prévio da direção e velocidade de fluxoMonitoramento precisa ser muito detalhado 103 Exemplo 2 Gradiente natural, monitoramento de alta resolução Mackay, D.M., Freyberg, D.L., Roberts, P.V., 1986. Water Resources Research 22, 2017-2029. Gradiente forçado ConvergenteBombeamento de um poçoInjeção do traçador em poços próximo DivergenteInjeção de água em um poçoInjeção do traçador no mesmo poço e monitoramento em poços adjacentes Divergente e convergenteInjeção em um poçoBombeamento do mesmo poço Exemplo 2 Gradiente forçado, monitoramento de alta resolução, multi traçadores Injeção simultânea detraçador conservativo e reativoDiferença é devido a reação Ptak, T., Piepenbrink, M., Martac, E., 2004. Journal of Hydrology 294, 122-163. 104 Referências – testes com traçadoresPtak, T., Piepenbrink, M., Martac, E., 2004. Tracer tests for the investigation of heterogeneous porous media and stochastic modelling of flow and transport—a review of some recent developments. Journal of Hydrology 294, 122-163. Hall, S.H., 1993. Single well tracer tests in aquifer characterization. Ground Water Monitoring & Remediation 118-124. 105 106 Cadernos daCadernos daCadernos daCadernos daCadernos da Gestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do ConhecimentoGestão do Conhecimento FASE LÍQUIDA NÃO- AQUOSA (NAPLS) MARCELO SOUSA, PHD 107 108 Conceitos de Fluxo e Transporte da Água Subterrânea Parte 3: Fase líquida não-aquosa (NAPLs) São Paulo, 05 de novembro, 2018 Curso “Técnicas de Investigação de Áreas Contaminadas - Parte 2 - Água Subterrânea” Marcelo Sousa, PhD 3. NAPLs Juliana Gardenalli de Freitas jgfreitas@unifesp.br http://soloeagua-unifesp.webs.com/ Técnicas de Investigação de Áreas Contaminadas: Parte 2 – Água Subterrânea Transporte Contaminantes dissolvidos em águaAdvecçãoDispersãoRetardamentoReações Contaminantes em fase separada (imiscíveis)Propriedades dos NAPLsFase livre e fase residualFontes e plumas - DNAPL / LNAPL 109 NAPL Fase separada → INTERF�CENAPL: non-aqueous phase liquids (fase líquida não-aquosa) interface águaNAPL NAPL – E daí? Problema!Não são completamente imiscíveis! Baixa solubilidade Muito maior que limites de potabilidadesDissolução lenta Fonte de contaminação de longa duração NAPL – E daí? Problema!Ocorrência muito comum www.precodoscombustiveis.com.br/ Postos de gasolina+ Indústrias + transporte+ serviços+ ... 110 NAPL – E daí? Importância Toronto, 9 de setembro de 2011 PROPRIEDADES DOS NAPLs NAPL – Propriedades PropriedadesComposiçãoDensidadeViscosidadeSolubilidadePressão de vaporTensão interfacial / superficial 111 NAPL – Composição Composto puro MisturaCompostos com diferente propriedades TCE - tricloroetileno Gasolina (>200 compostos ≠) Exemplo: gasolina API 91-01 a lista continua... NAPL - Composição NAPL – Densidade Importância decisiva no comportamento!Relativo a densidade da água:ρw ~ 1 kg/LCompostos mais leves flutuam, mais densos afundamDivisão em 2 grupos ρ < ρw – LNAPL: light NAPL ρ > ρw – DNAPL: dense NAPL 112 LN�PL Flutuam, ficam no topo da zona saturada Exemplos:GasolinaBenzenoXilenos DN�PL Tem uma têndencia de afundar, atravessar o nível d’água e continuar migrando Exemplos: Solventes clorados como PCE, TCE, TCA NAPL - Densidade LN�PL DN�PL NAPL - Densidade Mayer, A.S., Hassanizadeh, S.M., 2005. NAPL - Densidade MisturasDensidade estimadapela média ponderada pelo volume ri: fração volumétrica do composto iρi: densidade do composto i ∑ ρ⋅=ρ n 1 iim r 1,03 kg/L 113 NAPL - Densidade Gasolina 0.75 g/cm3 TCE 1.46 g/cm3 Gasolina + TCE proporção 2:1 (≈ 0.9 g/cm3) Gasolina + TCE proporção 1:2 (≈ 1.2 g/cm3) NAPL – Viscosidade Propriedade do fluido (μ)Tendência de um fluido de reduzir diferenças de velocidade no fluxo → Impacto no fluxo(μ: viscosidade dinâmica) Unidade: Pascal . s (1 Pa.s = 10 P) μ ρ gkK ⋅⋅= NAPL - Viscosidade Exemplos Viscosidade (cP) Densidade (g/cm3) Água 1 1 Gasolina 0.36 - 0.49 0.72 - 0.78 Jet fuel 0.83 0.75 Benzeno 0.60 0.87 TCE 0.55 1.46 TCA 0.90 1.35 Creosoto 10 - 70 1.02 – 1.20 LNAPLs DNAPLs fontes: Lide (ed.) 2009, CRC Handbook 2009; Mayer and Hassanizadeh 2005, Giese and Powers, 2002, J. Cont. Hyd. 58: 147-167. 114 NAPL - Viscosidade ExercícioUm aquífero tem uma condutividade hidráulica de 10-4 m/s. Calcule a condutividade para o TCE e para o creosoto. Viscosidade (cP) Densidade (g/cm3) Água 1 1 TCE 0.55 1.46 Creosoto 10 - 70 1.02 – 1.20 fontes: Lide (ed.) 2009, CRC Handbook 2009; Mayer and Hassanizadeh 2005, Giese and Powers, 2002, J. Cont. Hyd. 58: 147-167. μ ρ gkK ⋅⋅= KTCE = 2,65 E-4 Kcreosoto = 2,75 E-6 Líquido ou sólido NAPL - Solubilidade Máxima concentração de uma substância que pode estar presente em uma solução em condições de equilíbrio Solubilidade em água: mols/L, mg/L água Líquido ou sólido NAPL - Solubilidade Máxima concentração de uma substância que pode estar presente em uma solução em condições de equilíbrio Solubilidade em água: mols/L, mg/L água C = S equilíbrio 115 NAPL - Solubilidade DefiniçãoEquílibrio: fluxo de moléculas do composto orgânico para a água e da água para o NAPL é igual Água - NAPL - composto PURO Solubilidade do composto orgânico na fase aquosa: concentração do composto orgânico na água em condições de equilíbrio(também pode-se definir solubilidade da água no composto orgânico) Solubilidade - Orgânicos Valores determinados em laboratórioDifı́cil determinação → Muitos valores diferentes na literatura Dunnivant, Anders, 2006. A Basic Introduction to Pollution Fate and Transport. Wiley Interscience. NAPL - Solubilidade Mistura de Compostos Lei de Raoult Cágua = xN�PL × SCágua: concentração na águaxNAPL: fração molar do composto no NAPLS: solubilidade 116 NAPL - Pressão de vaporPressão do vapor de um composto em equílibrio com sua fase condensada pura, nas condições normais de temperatura e pressão (25°C, 1 atm) Determina se um composto vai volatilizar, e quão rápido gás - p líquido ou sólido NAPL – Pressão de Vapor Equilíbrio: taxa de evaporação = taxa de condensação www.chem.purdue.edu/gchelp/liquids/vpress.html sólido - vapor líquido - vapor ↑ T líquido - vapor NAPL - Pressão de vapor Grande faixa de variação com o composto Exemplos:Metano: 275 atmTolueno: 0,03 atm Dunnivant, Anders, 2006. A Basic Introduction to Pollution Fate and Transport. Wiley Interscience. 117 NAPL – Pressão de vapor Lei de Raoultpi0: pressão de vapor do composto ixi: fração molar do composto i na mistura (xi = ni/ntotal)0iii pxp ⋅= NAPL - Propriedades Referências: Livro: Schwarzenbach, Gschwend, Imboden. Environmental Organic Chemistry.USEPApriority organic contaminants:http://www.epa.gov/region9/superfund/prg/International Programme on Chemical Safetyhttp://www.inchem.org/SRC - Interactive PhysProp Database Demohttp://www.syrres.com/what-we-do/databaseforms.aspx?id=386 NAPL – Propriedades PropriedadesComposiçãoDensidadeViscosidadeSolubilidadePressão de vaporTensão interfacial / superficial 118 TENSÃO SUPERFICIAL, INTERFACIAL E PRESSÃO CAPILAR interface Tensão Superficial / Interfacial 2 fluidos imiscíveis Forças coesivas em cada fluidoForças adesivas entre fluidos Diferença em energia entre moléculas na interface e moléculas na fase⇩ Tensão interfacial Tensão Superficial / Interfacial 2 fluidos imiscíveis Tensão interfacial:Tangencial a interface entre os fluidosInterface comporta-se como membrana esticada www.sciencephoto.com/media/86444/enlarge http://fusedglass.org/learn/project_tutorials/kiln_pressed_glass_surface_tension 119 2 líquidos imiscíveis interface águaNAPL Tensão interfacial (σ) Tensão Superficial / Interfacial Tensão Superficial / Interfacial Tensão superficialinterfaces entre um líquido e o seu próprio vapor oulíquido-ar Tensão interfacialpara interfaces entre líquido-líquido ou líquido-sólido Unidadeforça/comprimento (dina/cm, mN/m) Tensão Superficial / Interfacial Valores típicos (dinas/cm) Composto Fluido – artensão superficial Fluido – água tensão interfacial Água 72 - Gasolina 21 - 25 15 - 25 Benzeno 28 35 Pentano 15 50 TCE 30 35 PCE 33 44 Fontes: Lide (ed.) 2009, CRC Handbook 2009; Goebel and Lunkenheimer 1997, API; McDowell et al. 2003; Oliveira 1997 Mercúrioσ = 435 dinas/cm www.britannica.com/EBchecked/media/157735/Liquid-mercury- beads-and-a-glass-container 120 Tensão Superficial / Interfacial 3 Fases gás (ar) água óleo σágua-ar σóleo-ar σágua-óleo Equilíbrio: σágua-ar σóleo-ar σágua-óleo Tensão Superficial / Interfacial 3 Fases θ < 90°fluido é a fase molhanteθ θ > 90°fluido é a fase não-molhanteθ Tensão Superficial / Interfacial Usual: Fase molhante água – ar: água água – N�PL: água N�PL – ar: N�PL 3 Fases:Água é molhante, ar é não molhante, NAPL é intermediário Fase molhante tende a envelopar os grãos de solo, não-molhante ocupa poros maiores 121 Molhabilidade 2 fases after Mayer et al., 2005 Wilson et al., 1990Fig. XVa from Schwille, 1988 3 fases Tensão Superficial / Interfacial 2 líquidos imiscíveis interface águaNAPL Pi P0 Tensão interfacial (σ) Para equilíbrio: Pi > P0 Tensão Superficial / Interfacial 2 fluidos imiscíveis Pi P0 σ Pi > P0 Pc = Pi – P0Semprepositivo! não-molhante molhante Pressão Capilar 122 Exemplo Tubo capilar cilíndricoraio: r Água é molhante do vidro em relação ao ar σ Pressão Capilar Ascensão Capilar �scensão capilar: Água - �r gr h w ⋅⋅ ⋅ = ρ θσ cos2 Tipo de solo h (cm)Areia 7Silte 62Argila siltosa 200Argila 125 Mayer e Hassanizadeh, 2005 DISTRIBUIÇÃO DO NAPL 123 Fase livre Móvel ContínuaEx. Pode ser bombeada a partir de um poço Fase residual ImóvelDescontínuaFilmes ou bolhas Fases livre e residual As duas são fases separadas ! (óleo, ar...) DIFERENÇA - MOBILIDADE Fase livre 2 modelos Canal: Cada fase estabelece seu caminho, com continuidade de poros Funicular: 2 fases nos mesmos poros FASE RESIDUAL 124 Fase residual Como surge? Quando migra, NAPL vai deixando traços... Quando a água desloca NAPL, também sobra uma fase residual Fase residual Modelo em escala de poro: água + n-decanoQuem é a fase molhante?Exemplo de formação de fase residual - molhante Chatzis e Dullien, 1983 Fase residual Modelo em escala de poro: água + n-decanoÁgua deslocando n-decano: Imbibição Chatzis e Dullien, 1983 NESSE caso, não houve formação de fase residual 125 Fase residualFormação de fase residual depende da geometria dos poros Imbibição: n-decano deslocando ar(Chatzis e Dullien, 1983) Fase residual O que acontece com a fase livre de gasolina quando o nível d’água sobe? Migração de LNAPLs – Oscilação NA Exemplo: M. Oostrom, C. Hofstee & T. W. Wietsma (2006): Behavior of a Viscous LNAPL Under Variable Water Table Conditions, Soil and Sediment Contamination: An International Journal,15:6, 543-564, LNAPL: 90% (volume) of Peacock lard oil and 10% 1-iodoheptane μ = 3.23 × 10−2 Pa s ρ = 971 kg/m3 126 400 mL Aumento do NA 15 dias depois 45 dias depois 127 Fase residual ÁGU� → TCE: drenagemCaixa inicialmente saturada com água filme TCE_flood – Mayer e Hassanizadeh, 2005 Fase residual ÁGU� → TCE: drenagem filme TCE_flood – Mayer e Hassanizadeh, 2005 Relação pressão capilar × Saturação Fase residual ÁGU� → TCE → ÁGU� : imbibição filme water_flood – Mayer e Hassanizadeh, 2005 128 Fase residual Usual: Fase molhante água – ar: água água – N�PL: água N�PL – ar: N�PL 3 Fases:Água é molhante, ar é não molhante, NAPL é intermediário Fase molhante tende a envelopar os grãos de solo, não-molhante ocupa poros maiores Fase residual 2 fases after Mayer et al., 2005 Wilson et al., 1990 Fig. XVa from Schwille, 1988 3 fases Fase residual Valores típicos Tipo de solo Saturação residual Zona não saturada Zona saturada Areia 3% 26% Sandy loam 5% 23% Silty loam 7% 17% Argila arenosa 7% 10% Argila siltosa 4% 5% Mayer and Hassanizadeh, 2005 129 FONTES E PLUMAS Fontes e plumas Água subterrânea flui por essas zonas com produto em fase separada imóvel formando plumas dissolvidas (Bedient et al., 1994) Linhas de fluxo água limpa N�PL Água contaminada formando as plumas dissolvidas Fontes e plumas Dissolução de N�PLs Em geral, assume-se equílibrio entre fases Meio subterrâneo tem fluxo e transferência de massa lentos, favorecendo que se aproxime de condições de equílibrio 130 Fontes e plumas Como são pouco solúveis, essas zonas com fase separada de produto permanecem por longo tempo, e as plumas crescem FONTES! Linhas de fluxo água limpa N�PL Fontes e plumas John Cherry, 1999; revised by D. Mackay, 2000 Pluma Área Fonte Massa móvelMassa imóvel(resíduo sólido, NAPL) poço Fontes e plumas Fase residual Por que é muito raro encontrar concentrações na água igual a solubilidade? 131 DNAPL LNAPLsolvente óleo After John Cherry, 1999 aquitarde aquífero Fontes e Plumas LN�PL X DN�PL Fontes e plumas (L ou D) N�PL na zona não-saturada (acima do nível d’água) Zona não- saturada vapores do N�PL N�PL na zona não-saturada direção de fluxo Infiltração, lixiviação Porção da pluma de contaminantesdissolvidos que se originou da infiltração na área do NAPLPorção da pluma de contaminantes dissolvidosque se originou dos vaporesdo NAPL (John Cherry, 1999) LNAPL 132 Fontes e plumas Sw 1 Franja capilar Distribuição de água no solo Fontes e plumas Sharma and Mohamed, 2003, Geotechnique, 53: 225–239 Infiltração de LN�PL LN�PL (Gasolina: ρ = 0,75 g/cm3) http://soloeagua-unifesp.webs.com/extras Fontes e plumas LNAPL (light non-aqueous phase liquid) 133 Fontes e plumas LN�PL na zona saturada Fonte LNAPL (fase residual) Vapor Zona não-saturada Volatilização dos contaminantes franja capilar Zona saturada Fluxo LNAPL fase livre Pluma (John Cherry, 1999) Migração de LNAPLs Você instalou um poço de monitoramento num posto de gasolina, e mediu uma fase livre de 80 cm: Onde está o NA?Qual a saturação de NAPL no solo? Interface água - óleo Interface óleo - ar Migração de LNAPLs Perfis de saturação Baseado em Lenhard and Parker, 1990 Sw (antes do derramento) Stotal SwSnapl 134 Migração de LNAPLs After Lenhard and Parker, 1990 LNAPL water total - A distribuição de LNAPL no solo é diferente do que naausência de meiosporosos- Modelo “panqueca” representa bem a distribuição de LNAPL num copo, mas capilaridademuda a distribuiçãodo NAPL LNAPL water Modelo conceitual “panqueca” Migração de LNAPLs Extração hidráulica de LN�PL (poços de bombeamento ou trincheira) oil water LNAPL water total Vazão de NAPL é função de:- permeabilidade do solo- kr (SNAPL) Migração de LNAPLs time V ol um e cu m ul at iv
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