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Condição, termo e encargo

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO CIVIL II – TEORIA GERAL DO DIREITO PRIVADO II 
Condição, termo e encargo (elementos acidentais do neg. jurídico) 
- Art. 121 a 137 do Código Civil > não é obrigatório do negócio jurídico > as partes podem colocar. 
- Tudo o que será dito será em relação a produção dos efeitos > plano da eficácia 
- Elementos acidentais: condição, termo e encargo/modo. 
Condição 
- Condiciona o negócio jurídico a um efeito incerto (e que está no futuro) > cláusula que pode ser inserida no 
negócio jurídico pela vontade das partes. 
- Se. 
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o 
efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto (algo que as partes não sabem). “Vou te pagar a dívida se 
na próxima colheita não houver prejuízo”. 
- Existem negócios e atos jurídicos de natureza patrimonial > bens. Existem negócios e atos jurídicos 
extrapatrimoniais (não tem a ver com patrimonial). Os atos de natureza extrapatrimonial/existencial não 
podem ser colocados como condição. Ex.: eu caso com você se o cruzeiro ganhar. Atos puros não podem ter 
condições. 
- E a morte? Não é condição > o indivíduo nasce e tem a certeza de que um dia irá morrer, mesmo sem saber 
quando > o testamento não é uma condição. 
Classificação das condições: 
● Lícitas e ilícitas: 
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; 
entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico (CONDIÇÃO PERPLEXA 
> impede que o negócio jurídico produza efeitos porque é contraditória/incompreensível > ex.: empresto o 
imóvel desde que não more nele e nem alugue), ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes 
(CONDIÇÃO PURAMENTE POTESTATIVA > que depende da vontade da parte > ex.: se eu quiser eu te 
empresto o imóvel). 
● Casuais, potestativas e mistas: 
- Casuais: evento exterior (natural) > doarei se chover. 
- Potestativa: depende da vontade das partes > doarei se concluir o curso. Obs.: é possível ter uma cláusula 
potestativa, só não pode ser totalmente/puramente potestativa > condição que não é válida é quando você 
não consegue de jeito nenhum. 
- Mistas: vontade + evento exterior > doarei se você formar sociedade com Fulano. 
● Suspensiva e resolutiva (IMPORTANTE): 
- Suspensiva: subordina o efeito do negócio à sua ocorrência > enquanto não ocorrer, o ato negocial não 
produz efeitos. PROVA Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, 
enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. Ex.: se um sujeito celebra um 
contrato de compra e venda com outro, subordinando-o a uma condição suspensiva, enquanto esta não se 
verificar, não se terá adquirido o direito que ele visa > contrato de advogado em que ele só recebe se ganhar 
a causa > enquanto ele não ganhar, não produzirá efeito (fica suspenso), só depois. 
- Resolutiva: se ocorrer, desaparecem os efeitos do ato negocial. Ex.: eu vou pagar sua mensalidade se você 
não for reprovado. Se você for reprovado, não vai pagar mais > desaparecem os efeitos do negócio. Art. 127. 
Se for resolutiva a condição, enquanto esta não se realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se 
desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. Verificada a condição, para todos os efeitos extingue-
se o direito a que ela se opõe > assim que ocorre a condição, os efeitos deixam de existir. 
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: 
I - As condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; Se é impossível, não tem o porquê 
ocorrer. Ex.: João se compromete a comprar um imóvel de Maria se ela fizer a usucapião desse imóvel que 
pertence ao município. 
II - As condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; Ex.: somente comprarei seu imóvel se você matar o outro 
morador que nele coabita. 
III - As condições incompreensíveis ou contraditórias. Ex.: vendo o bem sob a condição de não obter o bem. 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa 
impossível. Não invalidam o negócio jurídico, mas é inexistente. Ex.: José empresta o imóvel para Ana morar 
sob a condição resolutiva de que se ela tiver algum filho deverá desocupar o imóvel, porém Ana não pode 
ter filhos e José sabe desse fato. Logo essa condição é inexistente. O impossível nunca vai ocorrer. 
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta (condição suspensiva), 
fizer quanto àquela (coisa) novas disposições, estas (novas disposições/negócios) não terão valor, realizada a 
condição, se com ela (condição) forem incompatíveis. Ex.: José doa a João um bem sob condição suspensiva 
de João concluir o curso até o final do ano; mas, enquanto a condição não se realiza, José vende o bem a 
Paulo. A venda é nula, caso João conclua o curso e ocorra a condição. De acordo com esse artigo, um bem 
objeto de um negócio sob condição suspensiva não pode ser colocado em outro negócio incompatível sob 
pena desse último negócio ser nulo (se realizada a condição). Segurança das relações jurídicas. 
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva (ela acontece), extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que 
ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica (negócio que costuma ser 
renovado de tempos em tempos), a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto 
aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames 
de boa-fé. Quando ocorre a condição resolutiva, extingue os efeitos do negócio. Mas, se houve periodicidade 
no negócio, os atos já praticados não precisam ser ressarcidos (desde que dentro da boa-fé). Ex.: alugo esse 
bem para você por mil reais por mês. Mas só alugo se vc estiver trabalhando > no dia seguinte vc deixa de 
trabalhar > não vai poder alugar para vc mais, mas também não tem que devolver o que vc já pagou. 
Art. 129. Reputa-se verificada (aconteceu/tem-se verificada), quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo 
implemento (cumprimento) for maliciosamente obstado (impedir/obstáculo) pela parte a quem desfavorecer, 
// considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito (cumprida) por 
aquele a quem aproveita o seu implemento. 1ª parte: A parte age de má-fé para impedir o implemento da 
ação desfavorecendo uma parte > o juiz vai considerar essa condição como cumprida, mesmo que ela não 
tenha ocorrido. Ex.: João é vendedor de veículos e ganharia um carro no final do ano se vendesse 100 carros 
naquele ano. No final de dezembro, João vendeu o 100º carro, mas seu patrão tirou a nota fiscal do veículo 
somente em janeiro do ano seguinte para não ter que pagar o prêmio a João > o juiz irá considerar como 
verificada a condição. 2ª parte: a parte agiu de má-fé para implementar a condição que lhe favorecia > o 
juiz vai considerar como não verificada a condição. Ex.: quando a escola X atingir mil alunos ela receberá 
uma verba. Para receber o valor, a escola de má-fé elabora uma planilha falsa contendo o nome de mais de 
mil alunos. A empresa agiu de má-fé para implementar a condição > o juiz vai considerar como não 
verificada a condição. 
Art. 130. Ao titular do direito eventual (incerto), nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido 
praticar os atos destinados a conservá-lo. Conservar aquilo que ainda não é seu. Ex.: José irá comprar um 
imóvel de Pedro se o financiamento for aprovado pelo Banco. Até isso ocorrer Pedro pode praticar atos para 
resguardar esse imóvel – ex.: reintegração de posse. Ambos podem praticar algo para resguardar. 
Termo: 
- Subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e CERTO. Normalmente está relacionado com 
datas. 
- Quando. 
- Ex.: doarei o bem daqui a 2 meses.- Pode existir a conjugação de uma CONDIÇÃO E UM TERMO no mesmo negócio jurídico. Ex.: “Dou-te um 
consultório se te formares em medicina até os 25 anos”. 
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. Suspende o direito na hora da 
celebração do negócio jurídico, mas já se adquiriu esse direito para o futuro, pois é um termo (algo certo). 
Ex.: doarei o bem para João daqui a 2 meses. Dia inicial: hoje. Enquanto não completou os 2 meses, o bem 
não será de João (ele não pode exercer o direito sobre o bem no momento da celebração, mas é um direito 
adquirido para o futuro). 
Termo inicial: dies a quo > início da contagem de tempo. 
Termo final: dies ad quem > data limite (máximo para cumprir aquilo que foi colocado no negócio). 
Prazo: lapso temporal (intervalo) entre o termo inicial e o termo final. 
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do 
começo, e incluído o do vencimento. Não se conta o dia do início (a contagem começa no dia seguinte). Conta-
se o dia do vencimento. Isso não ocorre se existir lei dispondo de forma diferente ou se as partes 
combinaram de forma diferente (disposição convencional). *Prazos materiais e processuais = esse prazo é 
utilizado judicialmente na contagem de prazo > inicia no dia seguinte e termina no último dia. *Obs.: CPC/15 
- Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias 
úteis. Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo 
o dia do vencimento. 
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil. 
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. “Pagamento vai se dar no meado de 
janeiro” > dia 15 (metade do mês) > de qualquer mês. 
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata 
correspondência. Hoje é dia 22/03/2022. Daqui um mês será 22/04/2022. Não importa se são 30 ou 31 dias. 
O mesmo se dá com os anos. Daqui um ano é 22/03/2023. Se no dia 30/01 fixou um prazo de 1 mês > não 
há regra > contar o prazo a favor de quem não redigiu o contrato. 
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. 
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, 
salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício 
do credor, ou de ambos os contratantes. Em geral: beneficiar herdeiro em testamento e devedor em 
contratos. Mas, se tiver no contrato que na dúvida o prazo será melhor para o credor, assim será. Afasta a 
lei para proteger o caso concreto > princípio da autonomia privada. 
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis desde logo, salvo se a execução tiver de 
ser feita em lugar diverso ou depender de tempo. Quando não se fixam prazos, os atos devem ser feitos de 
imediato, exceto nos casos em que é impossível cumprir na hora. Ex.: A vai comprar o carro de B. Para B 
passar o carro, é preciso transferir as informações, mesmo que A já tenha pago. Logo, B não precisa entregar 
o carro de imediato, pois depende da transferência e etc. 
Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e 
resolutiva. Aplicação subsidiária (‘aquilo que faltar você aplica essa regra’). As regras de condição são 
aplicadas para o termo naquilo que for compatível > tem que olhar o que for compatível, porque o termo é 
certo e a condição é incerta. 
Encargo/modo 
- Gera uma obrigação > é um limitador > elemento acidental que traz um ônus (um trabalho que você vai ter) 
ao negócio jurídico para a produção dos efeitos. Peso atrelado a uma vantagem. 
*ônus da prova = quem tem que provar? 
- Normalmente, na prática, o encargo estará presente na doação e no testamento. 
- Ex.: doação de um terreno somente para a construção de um asilo. 
- Normalmente utiliza das expressões: “para que” “a fim de que” “com a obrigação de”. 
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto 
no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. A regra é que no encargo você vai receber 
de imediato, exceto se a parte transformou o negócio em uma condição. Ex.: doação de um imóvel após a 
construção de um hospital. Aquele imóvel vai ser seu, mas você deve cumprir uma condição. Você pode 
pegar o encargo e transformá-lo como uma condição. Se o encargo foi posto como condição, é preciso tratá-
lo como tal > logo, suspende a aquisição e/ou o exercício do direito até cumprir a condição. 
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da 
liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. Receberá o bem em razão de matar Fulano. Esse 
encargo é considerado não escrito porque é ilícito. Para anular, o motivo deve ser expresso. Quando as duas 
partes estão erradas, nenhuma das partes pode se beneficiar. O encargo ilícito e impossível não invalida o 
negócio jurídico, exceto se for motivo determinante da liberalidade (se estiver expresso no negócio jurídico 
que o encargo é o motivo determinante da liberdade, o negócio jurídico é invalidado.

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