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11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 1/78 Protistas fotossintetizantes Profª. Daniela Fernandes Descrição A caracterização dos grupos taxonômicos compostos por protistas fotossintetizantes e sua importância ecológica e biotecnológica. Propósito Conhecer os protistas fotossintetizantes, fator importante para você, futuro biólogo, pelo pequeno número de profissionais do país capaz de identificar amostras desses organismos para pesquisas científicas, produção de relatórios de impacto ambiental ou monitoramento de reservatórios de água para consumo humano, além do grande interesse da indústria farmacêutica e cosmética em compostos químicos produzidos por tais organismos. Objetivos Módulo 1 Protistas que possuem �cobilinas Reconhecer os caracteres dos filos de protistas que possuem ficobilinas. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 2/78 Módulo 2 Protistas que possuem cloro�la c Identificar as características dos principais filos de protistas que possuem clorofila c. Módulo 3 Protistas que possuem cloro�la b Distinguir os filos de protistas que possuem clorofila b. A teoria da endossimbiose será o nosso fio condutor no estudo dos protistas fotossintetizantes. Diversos estudos embasados nessa teoria foram realizados ao longo das últimas décadas, conseguindo iniciar um mapeamento da evolução do cloroplasto desde sua origem até as modificações que foram surgindo ao longo do tempo geológico e que se encontram nos diversos grupos taxonômicos atuais. Desse modo, após o primeiro e único evento de endossimbiose primária, foi formado um organismo eucarionte fotossintetizante. Há 1,5 bilhão de anos, a partir desse ancestral em comum, surgiram três linhagens de organismos contendo cloroplastos característicos de endossimbiose primária: Glaucophyta Rhodophyta Chlorophyta Essas linhagens tinham em comum a presença de clorofila a, DNA e cloroplastos com duas membranas circundando-os. Elas, porém, possuíam diferentes características estruturais e químicas, incluindo pigmentos fotossintetizantes. Por exemplo, Rhodophyta e Chlorophyta ancestrais unicelulares foram fagocitadas e não digeridas por diferentes linhagens de eucariotos unicelulares. As diferenças dessas novas linhagens de cloroplastos se ampliaram após esses eventos de endossimbiose secundária. Como resultado dos eventos de endossimbiose primária e secundária, foram formados grupos de protistas fotossintetizantes com diferentes pigmentos: alguns continham ficolibinas, outros estavam com clorofila c e ainda havia protistas com clorofila b. Detalharemos em seguida a endossimbiose ocorrida nessas linhagens de organismos, caracterizando seus integrantes atuais. Além disso, enfatizaremos sua importância ecológica, assim Introdução 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 3/78 1 - Protistas que possuem �cobilinas Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os caracteres dos �los de protistas que possuem �cobilinas. Teoria da endossimbiose e os protistas como para os próprios seres humanos. AVISO: Orientações sobre unidades de medida. Orientações sobre unidades de medida Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 4/78 com �cobilinas As ficobilinas são um conjunto de três diferentes pigmentos: Ficoeritrina; Ficocianina; Aloficocianina. Inicialmente, eles eram encontrados nas cianobactérias, mas esses pigmentos foram conservados em duas das três linhagens derivadas do primeiro eucarioto fotossintetizante. Estamos falando dos filos Glaucophyta e Rhodophyta. Nas células, os integrantes desses dois filos possuem cloroplastos contendo um DNA não individualizado por carioteca. Os pigmentos fotossintetizantes estão reunidos nos ficobilissomos associados às membranas tilacoides. Além disso, existem duas membranas delimitando o cloroplasto. A mais interna é proveniente da cianobactéria ancestral, enquanto a outra tem origem na membrana do hospedeiro após ele fagocitar a cianobactéria ancestral. O surgimento do primeiro cloroplasto e suas derivações ao longo da evolução. A seguir, reconheceremos quais organismos compõem estes dois filos: Este filo é um pequeno grupo de microalgas de água doce que apresenta apenas 15 espécies distribuídas entre quatro gêneros: Glaucocystis Cyanoptyche Gloeochaete Cyanophora Filo Glaucophyta 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 5/78 Chamados de cianelas, os cloroplastos encontrados nesses organismos auxiliam na sustentação da teoria da endossimbiose. Além disso, as cianelas retiveram resquícios da parede de peptidoglicano no seu envoltório e conservaram os carboxissomos contendo a enzima Rubisco no citoplasma do cloroplasto. Já nos ficobilissomos, são encontrados os pigmentos clorofila a, ficobilinas e carotenoides. Todas essas características também são encontradas nas cianobactérias, exceto pelo fato de os açúcares produzidos na fotossíntese serem armazenados no citoplasma. A coloração verde-azulada desses organismos é produzida pela preponderância de ficocianina e aloficocianina. Abaixo apresentamos uma colônia de Glaucocystis sp. contendo quatro células. Destaque para as cianelas. O Filo Rhodophyta é monofilético e possui grande número de espécies já descritas: cerca de 7 mil. Desse contingente, por volta de 200 espécies são de água doce ou terrestre; as demais, marinhas. No Brasil, foram identificadas quase 800 espécies entre dulcícolas e marinhas. Esse é o grupo de macroalgas mais representativo no nosso país. A grande maioria das espécies possui talos multicelulares. Chamamos o corpo das algas multicelulares de talos, pois não há tecidos especializados, como raízes, caules e folhas, por exemplo. Qualquer parte do talo é capaz de absorver nutrientes. Vamos seguir aprofundando nossos conhecimentos no Filo Rhodophyta. Filo Rhodophyta Pigmentos e ambiente Num primeiro momento, ao vermos o nome Rhodophyta, podemos pensar que, para fazer parte dele, todos os integrantes precisam ter uma cor visivelmente vermelha, já que rhodo significa vermelho e phyta significa Filo Rhodophyta 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 6/78 planta. Mas será que isso é verdadeiro? As rodófitas apresentam: Clorofila a; Ficobilinas: Ficoeritrina, ficocianina e aloficocianina; Carotenoides: β-caroteno; Xantofilas: Luteína, violaxnatina e zeaxantina (absorção de 400 a 450nm). Espectro de absorbância de pigmentos na fotossíntese. Elas absorvem luz em praticamente todo o espectro da luz visível, indo da cor azul até o vermelho profundo. Portanto, dependendo da proporção entre esses pigmentos, pode haver rodófitas com coloração verde, vermelha, roxa, amarronzada e ocasionalmente quase negra. O amplo espectro de absorção das rodófitas lhes possibilita aproveitar melhor a luz que recebem, podendo, por conta disso, sobreviver em profundidades maiores. A resposta é não. A cor das rodófitas, assim como em qualquer outro organismo fotossintetizante, é resultado da proporção dos diversos pigmentos que ela contém. Os pigmentos absorvem a energia luminosa que é direcionada para o processo da fotossíntese. Cada um deles vai ter uma faixa de comprimento de onda por meio da qual conseguem absorver mais luz. Contudo, esses mesmos pigmentosrefletem a luz naqueles comprimentos de onda que não é possível absorvê-la – e é essa reflexão da luz que produz as cores que vemos. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 7/78 Exemplo Há registros de espécimes encontrados na região entremarés, estendendo-se até 200 metros de profundidade em mar aberto. Nessas profundidades, ainda ocorre a penetrância de luz azul/verde. Esta luz pode ser absorvida por clorofilas, carotenoides, xantofilas e ficoeritrina. Essas algas também possuem a habilidade de sobreviver em diferentes temperaturas. Conforme exemplificado, a tolerância à variação de intensidade luminosa e temperatura faz com que existam espécies presentes em todas as latitudes, porém a maior abundância desse grupo se encontra em águas tropicais e temperadas. Espectros de luz absorvidos pelas águas em oceano aberto e pelas águas costeiras. Características das rodó�tas Existem muitos aspectos relacionados à estrutura celular e à bioquímica das espécies que são relevantes para o reconhecimento do grupo. Vamos conhecer cada um dos aspectos apresentados abaixo. Organelas e outras estruturas celulares; Envoltório celular; Caracterização quanto à morfologia, à anatomia e ao crescimento; Ciclo de vida. Organelas e outras estruturas celulares 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 8/78 Vista do cloroplasto de rodó�ta Os cloroplastos das rodófitas apresentam duas membranas os delimitando. Trata-se de uma característica típica dessas organelas quando elas são formadas por uma endossimbiose primária. Detalhe de tilacoides com �cobilissomos Nota-se também a presença de membranas tilacoides equidistantes entre si e de grânulos ao longo das tilacoides, que são os ficobilissomos nos quais os pigmentos fotossintetizantes estão agrupados. Durante a fotossíntese, as algas vermelhas produzem um açúcar similar ao glicogênio, mas que é exclusivo desse grupo: o amido das Florídeas, também conhecido por Rodamilo. Esse açúcar é acumulado no citoplasma das células e não dentro dos cloroplastos. As células das espécies multicelulares, que são a grande maioria, conectam-se por estruturas celulares que só ocorrem nas rodófitas. Na divisão celular, forma-se um septo, que é a nova parede a individualizar duas novas células. Entretanto, ele não se fecha totalmente, mantendo um pequeno espaço no qual a conexão celular é bloqueada por proteínas que formam um tampão (região central) envolvido por duas camadas: uma interna e outra externa. Microscopia eletrônica e esquema de conexão celular típica de Rhodophyta. Um diferencial desse grupo é a ausência da organela centríolo, a qual, por sua vez, é vinculada à divisão celular. Em seu lugar, existem anéis polares a organizar os microtúbulos, e são eles que auxiliam no deslocamento dos cromossomos durante a mitose. Dica 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 9/78 Durante o processo da mitose, a membrana do núcleo se mantém presente ao longo do processo, configurando uma mitose do tipo fechada. Outra característica peculiar das rodófitas é a ausência de células flageladas. É comum haver flagelos em espécies aquáticas, principalmente nos gametas masculinos, mas isso não ocorre em nenhuma fase do ciclo de vida das espécies. Chamado de espermácio, o gameta masculino sem flagelos necessita do movimento da água, assim como de alguma sorte, para encontrar o feminino. Envoltório celular As células possuem uma matriz gelatinosa externa à parede celular composta por microfibrilas de celulose associadas a polissacarídeos do tipo carragenana ou ágar. Essas substâncias estão presentes somente nas rodófitas, sendo importantes não só para a manutenção da humidade e da flexibilidade dessas macroalgas, mas também para nós, humanos, graças à aplicação biotecnológica dela em diversos produtos do nosso cotidiano. Observe a figura a seguir: Estrutura molecular de carragenana e ágar. Algumas espécies possuem o carbonato de cálcio associado às suas paredes em vez dos polissacarídeos, promovendo maior dureza e resistência aos talos dessas algas. Veja a seguir algumas peculiaridades das Rhodophyta calcárias: Crostosas Denominadas incrustantes, são as espécies que formam crostas. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 10/78 Articuladas São espécies que formam ramificações articuladas. Corais e rodolito As espécies de algas calcárias auxiliam na construção tridimensional dos recifes de corais e na formação de rodolitos. Rodolitos Estruturas compactas constituídas por uma ou mais espécies de rodófitas calcárias e crostosas associadas a outros organismos. Esses agregados aparecem em forma de nódulos esféricos, discoides ou elípticos. Caracterização quanto à morfologia, à anatomia e ao crescimento As rodófitas apresentam grande variabilidade na morfologia dos talos e na organização de sua estrutura interna (anatomia). Veremos a seguir as principais variações encontradas dentro do filo. Com isso, construiremos uma memória visual dos membros desse grupo: Unicelular As classes Cyanidiophyceae e Porphyridiophyceae são as únicas em Rhodophyta que apresentam 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 11/78 organismos unicelulares. Por muito tempo, elas foram confundidas com as cianobactérias. No entanto, estudos que analisaram a fisiologia, a citologia, a bioquímica e os dados moleculares dessas classes as confirmaram como rodófitas. Organismos unicelulares Os menores possuem 0,4µm. Gênero Cyanidium, um dos poucos com morfologia unicelular em Rhodophyta. Existem poucos gêneros associados a ambas. As espécies de Cyanidiophyceae são típicas de ambientes extremos, sendo encontradas em fumarolas com temperaturas entre 35°C e 55°C, águas ácidas (pH entre 0,5 e 3,0) e geralmente na presença de metais pesados. Já aquelas de Porphyridiophyceae possuem espécies dulcícolas e terrestres. Fumarolas Caracterizadas por uma abertura na crosta terrestre próximo de vulcões, as fumarolas emitem um vapor de água ao se aproximarem de aquíferos, além de gases, como dióxido de carbono e outros exemplos, que contêm enxofre em sua composição. Talo filamentoso As rodófitas filamentosas apresentam um único eixo principal, formando uma fileira de células. A anatomia e a morfologia são filamentosas. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 12/78 Filamento unisseriado de Erythrotrichia longistipitata com destaque para o plano de divisão. Filamentoso simples O crescimento desse tipo de talo ocorre com a divisão das células em um único plano, com a célula se dividindo transversalmente. Há espécies com esse padrão na ordem Bangiales. Aglaothamnion tripinnatum com filamento ramificado e seus planos de divisão celular. Filamentoso rami�cado O talo filamentoso ramificado cresce ao se dividir em dois planos. O primeiro plano, com divisões transversais, é responsável pelo crescimento do eixo principal (linha preta). Já o segundo plano forma novas células, havendo a divisão longitudinal das células do eixo principal (linha azul) que dão origem às ramificações. Podemos achar espécies com esse padrão nas ordens Bangiales e Ceramiales. Talo membranoso ou laminar Veja suas características abaixo: Vista do talo 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 13/78 Os talos membranosos apresentam um crescimento difuso, pois ocorre a divisão de quaisquer células ao longo da lâmina do talo. Vista super�cial Observe, na própria superfície do talo, onde as setas indicam células em divisão. Corte transversal Podemos encontrar umaou duas camadas de células quando fazemos um corte transversal ao talo. De modo geral, essa organização de talo tem morfologia flabelada. A ordem Bangiales possui membros com tais características, podendo atingir até 15cm. Talo pseudoparenquimatoso O termo “pseudoparenquimatoso” se refere à organização interna do talo das algas, ou seja, à sua anatomia. Numerosos filamentos ramificados partem de um ou mais eixos centrais na estrutura. Transparentes, esses filamentos se entrelaçam. Em alguns grupos taxonômicos, esse entrelaçamento é mais frouxo; em outros, mais compacto. Contudo, sempre há mucilagem (carragenana ou ágar) a preencher os espaços formados. Ao redor, circundando toda essa estrutura, há uma ou mais camadas de células corticais pigmentadas e fotossintéticas. Já a morfologia dos talos com esse tipo de constituição é bem variada. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 14/78 A morfologia dos talos pseudoparenquimatosos inclui filamentos de vários tamanhos e formatos. Veja a lista ao lado. Ramificados Sem ramificação Finos ou largos Cilíndricos ou achatados Flabelados, com forma de leque Crostosos Articulados A seguir conheça mais sobre a morfologia dos talos: Seu crescimento ocorre após divisões transversais e longitudinais de uma célula apical (Imagens A e B). Esse padrão de divisão forma um eixo central único evidente, assim como uma camada cortical com cloroplastos, formando talos geralmente ramificados que podem ser cilíndricos ou achatados. Gracilariaceae tem exemplares desse tipo que podem medir até 30cm (A). A) Gracilaria; B) Corte longitudinal exibindo estrutura uniaxial. Esse tipo de talo apresenta várias células apicais (B) que formam filamentos centrais (C) correspondentes a cada uma delas. Esses filamentos se ramificam, podendo formar uma estrutura Pseudoparenquimatoso uniaxial (morfologia ramificada) Pseudoparenquimatoso multiaxial 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 15/78 entrelaçada, frouxa e com muitos espaços (F) ou densamente compactada, com poucos espaços (D). Assim como no talo uniaxial, o pseudoparenquimatoso multiaxial também tem seus espaços preenchidos pelos polissacarídeos. Toda essa estrutura é envolvida por camadas de células corticais pigmentadas e fotossintetizantes. Os gêneros Pterocladiella, Galene, Kappaphycus e Solieira, além daqueles que constituem as algas calcárias articuladas, são alguns exemplos desse tipo anatômico. Os tamanhos de suas espécies variam muito, indo desde poucos centímetros até meio metro. Pterocladiella capillacea: A) Talo; B) Ápice; C) Corte longitudinal; D) Corte transversal. Galene meridionalis: E) Morfologia flabelada; F) Corte transversal. Ciclo de vida Dos organismos fotossintetizantes, somente as rodófitas apresentam um ciclo de vida trifásico, sendo formado por três indivíduos distintos que se alternam durante o ciclo. Os gametófitos, que podem ser masculinos ou femininos, são indivíduos independentes que formam os gametas. Ambos possuem uma única cópia de seu conjunto de cromossomos, sendo, portanto, haploides. O espermácio é o gameta masculino, não tendo flagelos. Já o feminino é o carpogônio, o qual, ao amadurecer, emite uma projeção denominada tricogine, local em que o espermácio adere para se dirigir até o carpogônio e realizar a formação do zigoto diploide. Dentro de um envoltório na planta feminina, o zigoto desenvolverá um novo organismo que será um parasita do gametófito feminino. Surge assim o carposporófito, que é diploide. Ao amadurecer, ele forma suas células reprodutivas diploides: os carpósporos. O carpósporo, ao germinar, suscita a formação do terceiro participante desse ciclo: o esporófito diploide. Esse esporófito é outro tipo de indivíduo independente, produzindo, por meiose, seus esporos (que, por esse motivo, são haploides). Portanto, nesse tipo de ciclo, ocorre a meiose espórica. Ao germinarem, esses esporos originam novos gametófitos e, assim, recomeça o ciclo. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 16/78 Há dois indivíduos independentes que se alternam (gametófito e esporófito) e um indivíduo intermediário que é parasita (carposporófito). O nome técnico desse ciclo pode ser encontrado de duas formas. Ele é chamado de diplobionte (diplo = dois; bionte = seres vivos), pois existem dois seres independentes no ciclo. Comentário Num primeiro momento, os ciclos de vida parecem complexos. No entanto, reconhecer os indivíduos que produzem as células reprodutivas, os tipos dessas células e em que fase do ciclo ocorre a meiose já ajuda muito na compreensão desse processo. Observe este esquema para auxiliar na fixação do conteúdo apresentado: Esquema mostrando as estruturas participantes do ciclo de vida de Polysiphonia. Agora que você já conhece o ciclo de Polysiphonia, vejamos as fotos das estruturas mais relevantes clicando no exemplo abaixo: Espermatângios (A): Produzem e armazenam os espermácios Carpogônio (B) Carposporófito: Planta parasita que produz e armazena os carpósporos (C) Tetrasporófito (D): Já sofreu a meiose em várias de suas células, formando os tetrásporos (E) Utilização das rodó�tas Exemplo 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 17/78 Muitos povos orientais se alimentam tradicionalmente de macroalgas. Um exemplo disso são os talos de Porphyra: coletados do mar, eles são secos e prensados para formar o que conhecemos como nori. Essas folhas ajudam a dar forma ao sushi. Os polissacarídeos entremeados na parede das células também são utilizados em produtos alimentícios, cosméticos, medicinais e tintas. As carragenanas e os agares possuem propriedades gelificantes, promovendo, assim, uma consistência suave para pudins, chocolate, flans e balas. Eles também compõem cremes hidratantes, xampus e pastas de dentes, gerando uma consistência de gel. O ágar é adicionado a diversos alimentos industrializados, como os sucos, sendo utilizado ainda na preparação de meios de cultura – inclusive como matéria-prima básica em análises de biologia molecular. As carragenanas podem ser extraídas das espécies Chondrus crispus e Kappaphycus alvarezii, enquanto os agares vêm daquelas de Gelidiaceae e Gracilaria. Rhodophyta e a biotecnologia Durante o vídeo, serão exemplificados usos atuais dessas algas e as pesquisas sobre aplicação biotecnológica de compostos vindos desses organismos. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Glaucophyta, Rhodophyta e Chlorophyta formam um grupo monofilético, pois derivam do mesmo evento de endossimbiose primária: um eucarioto heterotrófico fagocita uma cianobactéria e não a digere, aprisionando-a. Após diversas gerações e milhares de anos, a cianobactéria fagocitada passou a atuar como cloroplasto após realizar transferência lateral de genes. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 18/78 Selecione a resposta correta a indicar as características conservadas em Glaucophyta e Rhodophyta que sustentem a teoria da endossimbiose. A As células possuem membrana plasmática dupla, cromossomos e cloroplastos delimitados por paredes, além de clorofila c e ficobilinas como pigmentos. B Os cloroplastos possuem duas membranas circundando-os. A clorofila a e as ficobilinas estão em ficobilissomos associados às membranas tilacoides. C Os cloroplastos têm DNA, mas ele não está envolto por carioteca. Seus pigmentos estão em ficobilissomos associados às paredes de peptidoglicano. D As células possuem dois envoltórios, uma parede de peptidoglicano e uma membrana plasmática. Internamente, existem as membranas tilacoides com ficobilissomos associados. E Os cloroplastossão chamados de cianelas, apresentando um resquício de parede de peptidoglicano, enquanto as membranas tilacoides são agrupadas em grana. Parabéns! A alternativa B está correta. A pergunta se concentra nas características do cloroplasto comuns a Glaucophyta e Rhodophyta por ambos terem como origem um evento de endossimbiose primária. Os cloroplastos, originados desse modo, possuem duas membranas que o recobrem: uma membrana tem origem na cianobactéria ancestral, enquanto a segunda é formada pelo hospedeiro no momento da fagocitose. Contudo, diferenças na composição delas podem ser observadas na análise individual da Glaucophyta e da Rhodophyta. No primeiro filo, existe ainda um resquício de parede de peptidoglicano ausente nas rodófitas. Os dois filos possuem como pigmentos preponderantes a clorofila a e as ficobilinas. Ambas estão nos ficobilissomos associados às membranas tilacoides, as quais, nesse caso, não estão agrupadas em grana. Esse conjunto de características está presente até os dias de hoje nas cianobactérias. Tais fatores também reforçam a ocorrência da 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 19/78 aquisição dos cloroplastos por endossimbiose. As cianelas são os cloroplastos apenas de Glaucophyta. Questão 2 O filo Rhodophyta apresenta um conjunto de características exclusivas que auxilia a delimitar quais organismos pertencem a esse grupo. Marque a alternativa com as afirmações corretas. I. O filo Rhodophyta tem lipídios como seu principal produto de reserva. II. As rodófitas têm um septo incompleto entre as células e as proteínas envolvidas por duas membranas, formando um tampão que obstrui a conexão celular. III. Os anéis polares são estruturas que substituem os centríolos e organizam os microtúbulos durante a divisão. IV. Os espermácios são os gametas masculinos flagelados que nadam de encontro ao carpogônio. V. A carragenana e o ágar são os polissacarídeos que formam uma matriz gelatinosa com as microfibrilas de celulose, posicionando-se externamente à parede celular. A I, III e V B I, II e IV C II, III e V D II, III e IV E I, II e III Parabéns! A alternativa C está correta. Apenas a Rhodophyta possui uma conexão entre células obstruída por um tampão proteico envolto por duas membranas. Esse tampão está localizado em um septo incompleto a dividir duas células. Os centríolos estão ausentes na divisão celular, sendo substituídos por anéis polares. Os polissacarídeos, que formam a matriz gelatinosa preenchendo espaço entre as células, podem ser de dois tipos: carragenana ou ágar. Os produtos de reserva são um açúcar 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 20/78 2 - Protistas que possuem cloro�la c Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as características dos principais �los de protistas que possuem cloro�la c. Teoria da endossimbiose e os protistas com cloro�la c Os protistas fotossintetizantes que possuem a clorofila c derivaram de um evento de endossimbiose secundária entre um eucarioto heterotrófico e uma rodófita unicelular. Eles, portanto, têm um ancestral em comum, formando um clado monofilético. A maioria desses organismos possui cloroplastos com quatro membranas. As duas primeiras já estavam presentes nos cloroplastos primários; na formação dos secundários, foram incluídas a membrana da rodófita unicelular e a do segundo eucarioto hospedeiro quando ele realizou a fagocitose. A partir desse evento, novas linhagens de organismos foram formadas, o que levou ao surgimento dos diversos filos atuais. chamado de amido das florídeas ou rodamilo. Não existem células flageladas em nenhum momento do ciclo de vida trifásico de Rhodophyta. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 21/78 Endossimbiose Falaremos neste módulo sobre Cryptophyta Haptophyta As classes Bacillariophyceae e Phaeophyceae (pertencentes ao filo Heterokontophyta) O filo Dinophyta Atenção! A Heterokontophyta conta com 23 grupos entre as classes já estabelecidas e os clados ainda parafiléticos. Desse contingente, 15 são fotossintetizantes, mas só abordaremos aqueles com o maior número de espécies. Além disso, o filo Dinophyta possui cloroplastos com três membranas, pois uma delas foi perdida no processo evolutivo. A biologia molecular é, sem dúvida, uma ferramenta fundamental na elucidação das relações filogenéticas desses grupos taxonômicos. Cryptophyta Pigmentos e ambiente Existem aproximadamente 220 espécies descritas. A maior parte delas possui cloroplasto, mas algumas o perderam ao longo da evolução. Esses organismos unicelulares possuem até dois cloroplastos, os quais, por sua vez, são delimitados por quatro membranas. Os pigmentos encontrados são: Clorofilas a e c; 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 22/78 Ficobilinas (ficoeritrina e ficocianina); Carotenoides (α-caroteno e outros); Xantofilas (aloxantina, diatoxantina, monadoxantina, zeaxantina). Diferentemente das rodófitas, as ficobilinas estão no lúmen entre os pares de membranas tilacoides, pois não existem ficobilissomos. Esse conjunto de pigmentos permite um amplo espectro de absorção de luz para a Cryptophyta; portanto, isso permite que suas espécies vivam em diferentes ambientes. Foto em microscópio óptico. As ficobilinas podem ter coloração amarelada ou avermelhada. Elas são encontradas principalmente em água doce, mas também em marinha e salobra. Como caracterizamos as espécies de Cryptophyta? Esses organismos unicelulares medem, em média, entre 10µm e 50µm. Suas células são revestidas por um periplasto proteico; rígido, ele é constituído por placas poligonais. A forma geral deles é assimétrica e achatada dorsiventralmente; em um dos lados, um pouco abaixo do ápice, existe uma depressão que lembra um bolso – e é de onde saem os flagelos. Foto em microscópio de varredura. Os flagelos são dois. Com tamanhos desiguais, eles são cobertos por pelos e promovem o deslocamento da célula. Na extensão desse bolso, existem unidades da organela denominadas extrussomas que formam duas fitas em espiral conectadas sob tensão. Acionadas somente em condições ambientais de estresse, tais fitas impulsionam a célula, deslocando-a num movimento em zigue-zague para um ambiente mais equilibrado. Dentro da célula, estão os cloroplastos 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 23/78 contendo pirenoides projetados em direção ao lado externo. O DNA dessa organela se encontra condensado, formando pequenos nucleoides espalhados no seu interior. Pirenoides Projeções dos cloroplastos constituídas por proteínas que derivam dos carboxissomos das cianobactérias, os pirenoides armazenam a enzima rubisco, que é responsável por promover a fixação de carbono da fotossíntese. Observe nas imagens algumas das estruturas citadas. Ao redor do cloroplasto existe uma dobra de reticulo endoplasmático. No espaço entre essas duas organelas, encontram-se, em grânulos, o produto de reserva, que é o amido, e o nucleomorfo. Acredita-se que ele seja o núcleo residual da rodófita que se tornou o cloroplasto. As membranas tilacoides estão agrupadas em duas. Esses organismos se reproduzem assexuadamente por bipartição, realizando uma mitose aberta sem carioteca durante o processo, em que são formados zoósporos (esporos flagelados) e cistos (célula de resistência). Já foram registrados casos de reprodução sexuada. Por isso, são encontradas células haploides (reprodução assexuada) e diploides (sexuada). As criptófitas podem atuar como simbiontes de invertebrados marinhos, sendo chamados de zooxantelas. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html#24/78 Organelas. Haptophyta Pigmentos e ambiente Com aproximadamente 330 espécies, as haptófitas são organismos unicelulares com cloroplastos delimitados por quatro membranas. Elas têm como pigmentos: Clorofilas a e c; Carotenoides (α- e β-Caroteno); Xantofilas (Fucoxantina). Essa combinação confere uma coloração marrom-dourada às células. Geralmente, elas são planctônicas encontradas no ambiente marinho, embora haja registros em ambiente terrestre e corpos de água doce. As espécies com escamas calcárias também são abundantes como microfósseis, formando extensos depósitos de uma rocha sedimentar calcária e porosa chamada de giz. Elas têm um papel relevante no ciclo do carbono global por meio da fotossíntese e da calcificação. Atenção! Chrysochromulina e Prymnesium têm indivíduos sem um envoltório calcário, podendo provocar blooms tóxicos. Como caracterizamos as espécies de Haptophyta? As haptófitas são proximamente relacionadas às criptófitas e às heterocontófitas. Suas células medem entre 2,0μm e 75μm, fazendo colônias do tipo palmeloide ou, mais comumente, sendo livres e cocoides. Palmeloide Células embebidas em matriz gelatinosa. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 25/78 Dica Essas escamas são chamadas de cocolitos. Já as células que as contêm são os cocolitóforos. São caracteres importantes na identificação desses organismos: Padrão de ornamentação; Composição química; Número de escamas; Variação de tamanho. Observe, na imagem abaixo, alguns exemplos de espécies presentes nesse grupo: (A) Coccolithus pelagicus (B) Calcidiscus leptoporus (C) Braarudosphaera bigelowii (D) Gephyrocapsa oceanica (E) Emiliana huxleyi (F) Discosphaera tubifera (G) Rhabdosphaera clavigera (H) Calciosolenia murrayi (I) Umbellosphaera irregularis (J) Gladiolithus flabellatus (K-L) Florisphaera profunda (M) Syracosphaera pulchra (N) Helicosphaera carteri Diversidade de cocolitóforos. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 26/78 Flagelos (f) e haptonema (h) de Chrysochro mulina (Haptophyta). As haptófitas possuem uma estrutura exclusiva chamada de haptonema. Trata-se de um apêndice longo e fino utilizado para fixar e manusear o alimento. Elas são predominantemente autotróficas, mas podem realizar a heterotrofia. A maioria das espécies é móvel, tendo dois flagelos similares e lisos inseridos geralmente no ápice da célula. Pode existir uma fase no ciclo de vida que seja desprovida de flagelos. Internamente, há dois cloroplastos marrom-dourados por célula, sendo eles desprovidos de nucleomorfo. As membranas tilacoides estão empilhadas em grupos de três. O produto de reserva da fotossíntese é a crisolaminarina. Ela é armazenada externamente ao cloroplasto, ficando, portanto, no citoplasma da célula. Os cloroplastos são envolvidos por uma dobra de retículo endoplasmático contínuo ao envelope nuclear. Quanto à reprodução, existem registros de ciclos de vida com a alternância de duas fases: Fase haploide Estágio filamentoso e bentônico. Fase diploide Flagelada e planctônica. Bacillariophyceae (Heterokontophyta) Pigmentos e ambiente A classe Bacillariophyceae é composta por 15 mil espécies de microalgas. Informalmente chamadas de diatomáceas, elas estão distribuídas em todo o planeta. As diatomáceas são organismos unicelulares ou coloniais que possuem como pigmentos fotossintéticos: 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 27/78 Clorofilas a e c; β-caroteno; Xantofilas, como fucoxantina, diatoxantina e diadinoxantina, que conferem uma coloração marrom- esverdeada às células. Essas microalgas são encontradas em três tipos de água: do mar, doce e salobra. Elas podem ser planctônicas, estar em águas paradas ou em movimento. Existem espécies bentônicas e epífitas; outras, como simbiontes, atuam como zooxantelas. As diatomáceas estão presentes em diversos ambientes, mas muitas têm requisitos específicos de habitat. Por isso, elas têm sido usadas no monitoramento ambiental de longo prazo em ambientes dulcícolas. Saiba mais Estima-se que as diatomáceas sejam responsáveis por 20% da fixação mundial de carbono e 40% da produtividade primária marinha. Portanto, essas espécies contribuem na redução do efeito estufa e também são parte importante na base da teia alimentar marinha. Elas podem também causar grandes florações quando ocorre uma combinação ideal entre a intensidade luminosa e a concentração de nutrientes. As diatomáceas têm um comportamento oportunista; assim, nessas condições, acabam dominando a comunidade de fitoplâncton local. Como caracterizamos as diatomáceas? Por serem unicelulares, elas possuem caracteres relacionados à estrutura e à composição química das células relevantes na identificação desses organismos. As diatomáceas podem variar significativamente de tamanho: as células solitárias variam de 2µm a 200µm, enquanto as coloniais podem alcançar 1mm. Organelas e outras estruturas celulares As diatomáceas têm membrana celular composta por pectina impregnada por sílica, formando, assim, uma frústula de sílica. Essa frústula é típica desse grupo e confere a ele uma morfologia inconfundível. Lembrando placas de petri, suas células são divididas em duas partes (valvas): Epiteca Ela é a maior parte e fica por cima. Hipoteca É a menor parte, que se encaixa embaixo 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 28/78 Conforme exposto, observe a imagem abaixo: Diatomáceas: Parte da frústula de sílica Cíngulo (seta). Essas valvas são ligadas por bandas conectivas ou cíngulo. As frústulas possuem formas e padrões diversos de ornamentação.Seus cloroplastos são envolvidos por quatro membranas, sendo a mais externa interligada ao retículo endoplasmático. Assim como nas haptófitas, eles contêm os pirenoides, as membranas tilacoides empilhadas de três em três e o carboidrato de reserva crisolaminarina armazenado em grânulos no citoplasma da célula. Também produzem óleos como produto de reserva, e as gotículas de oléo ficam no seu citoplasma. Veja a seguir os cloroplastos: Dois em diatomácea penada. Os cloroplastos podem estar presentes de um a quatro nas diatomáceas penadas. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 29/78 Diversos estrelados em cêntrica. E podem ser numerosos nas diatomáceas cêntricas. Atenção! Os indivíduos adultos não possuem flagelos: eles só estão presentes nos gametas masculinos das células cêntricas, apresentando o padrão encontrado nas heterocontófitas, isto é, flagelos desiguais com pelos tripartidos. Caracterização quanto à morfologia Suas espécies podem: Ser de vida livre; Formar colônias filamentosas ramificadas (ou não). A forma das células pode variar entre circular, triangular e quadrada. Conheça, a seguir, como são chamadas: Cêntricas multipolares Biddulphia sp. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 30/78 Triceratium sp. Odontella sp. Cêntricas radiais com simetria radial Stephanodiscus sp. Melosira sp. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 31/78 Eupodiscos sp. Helipelta sp. Elípticas denominadas penadas com simetria bilateral Nitzschia sp. As diatomáceas penadas podem apresentar rafe: um sulco longitudinal no centro, tanto da epiteca quanto da hipoteca. A célula se move por uma adesão ao substrato promovida pela mucilagem liberada pela rafe. As cêntricas não a possuem, mas algumas espécies se deslocam, pois há um canal de sílica através do qual a mucilagem é excretada. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html#32/78 Diatomáceas: conexão entre frústulas de uma colônia em cadeia. As células dos organismos coloniais não possuem conexões celulares entre elas, mas costumam a ser revestidas e unidas por uma camada de mucilagem, enquanto outras se conectam pela frústula, formando cadeias. Há colônias formadas por diatomáceas cêntricas radiais, cêntricas multipolares, penadas unidas por mucilagem e penadas unidas por pedúnculo de mucilagem. Vamos ver alguns exemplos a seguir: Fragilaria sp. Chaetoceros sp. �alassionema sp. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 33/78 Licmophora sp. Ciclo de vida Usualmente, as diatomáceas se reproduzem assexuadamente por fissão binária. Uma célula-filha receberá da célula-mãe uma epiteca e formará uma nova hipoteca. Já a outra vai receber dela uma hipoteca que será a epiteca da célula-filha, a qual, por sua vez, formará uma nova hipoteca. Desse modo, todas as células que recebem da célula-mãe uma hipoteca reduzem seu tamanho a cada ciclo assexuado. Redução de tamanho das células a cada ciclo assexuado. Quando as células atingem um tamanho mínimo crítico, ocorre uma sinalização para realizar a reprodução sexuada. Nas diatomáceas penadas, dois indivíduos diploides maduros sofrem a meiose, gerando quatro núcleos haploides em cada célula. Dois desses núcleos se desintegraram, restando outros dois. As células pareiam lado a lado, doando um núcleo para cada, que se fundem e formam esporos de resistência chamados de auxósporos (que são diploides). Em uma condição ambiental adequada, os auxósporos desincistam, formando novas células diploides com o tamanho inicial máximo da espécie. Observe o esquema do ciclo de vida de uma diatomácea penada: 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 34/78 Ciclo de vida assexuado e sexuado de uma diatomácea penada. O ciclo reprodutivo das diatomáceas cêntricas é diferente do ciclo das penadas. Quando ocorre a meiose, são formados gametas masculinos flagelados e um gameta feminino séssil, que aguarda a chegada do masculino para haver a fecundação e a formação do auxósporo. Observe o esquema do ciclo de vida de uma diatomácea cêntrica: Ciclo de vida assexuado e sexuado de uma diatomácea cêntrica. Possíveis usos das diatomáceas Apesar de diminutos, seus usos são abundantes e úteis para nós. Com sua morte, é reunido um grande depósito das frústulas de sílica ao ponto de formar uma rocha sedimentar denominada diatomito. O Brasil possui grandes depósitos dela no Nordeste. Saiba mais O diatomito pode ser utilizado em sistemas de filtração e purificação de água. Abrasivo, ele é um ingrediente de produtos com tal finalidade. Essa rocha também é utilizada na fabricação de dinamite, atuando como um estabilizador dos compostos. Phaeophyceae (Heterokontophyta) Pigmentos e ambiente A Phaeophyceae possui por volta de 2.050 espécies de macroalgas multicelulares e predominantemente 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 35/78 encontradas no ambiente marinho. Menos de 1% delas é dulcícola. Essas algas estão distribuídas em todo o planeta, de polo a polo, embora suas espécies produzam uma grande quantidade de talos, inclusive de espécies de grande porte, nas regiões temperadas. As macroalgas apresentam como pigmentos fotossintéticos: Clorofilas a e c; β-caroteno; Xantofilas, como fucoxantina e violaxantina. Essa combinação de pigmentos promove uma coloração marrom-amarelada a essas algas conhecidas como algas pardas ou feofíceas. Bentônicas, suas espécies se distribuem desde a região entremarés até os mares profundos (a partir de 100 metros). Como caracterizamos as feofíceas? O reconhecimento desta classe é feito com base em elementos bioquímicos, como a identificação de seus pigmentos, dos produtos de reserva e dos polissacarídeos associados à parede celular. Os caracteres citológicos, os tipos de ciclos de vida e a morfologia de estruturas reprodutivas também auxiliam nessa identificação. Organelas e outras estruturas celulares Em uma célula hipotética de uma feofícea, é possível encontrar: Mitocôndrias (m); Retículo endoplasmático (re); Vacúolo (v); Núcleo (nu) com seu respectivo envoltório (en); Centríolos (cen), os quais, externos ao núcleo, auxiliam na realização de uma mitose fechada. Observe a imagem: Esquema de célula de feofícea. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 36/78 Os cloroplastos das feofíceas são delimitados por quatro membranas (rec + ec): rec Duas membranas como extensão do retículo endoplasmático do cloroplasto, o qual, por sua vez, também envolve o núcleo da célula. ec Duas membranas do envoltório dos cloroplastos. Esse conjunto de membranas é resultante de um evento de endossimbiose secundária entre uma rodófita e um hospedeiro eucarioto heterotrófico. Microscopia eletrônica das tilacoides. Esses cloroplastos ainda possuem pirenoides (p) e fibrilas de DNA com genes das cianobactérias ancestrais do cloroplasto (F). Internamente, as membranas tilacoides são empilhadas em grupos de três, os pigmentos fotossintetizantes estão associados a essas membranas, porém não mais em ficobilissomos. Laminarina e manitol são produtos de reserva da fotossíntese encontrados nas feofíceas. As feofíceas são as únicas algas exclusivamente multicelulares dentro de Heterokontophyta. Elas só apresentam células flageladas em seus esporos e gametas – e, nesse caso, os flagelos são desiguais e com pelos tripartidos. Envoltório celular Esse grupo apresenta no envoltório celular fibrilas de celulose associadas a outros dois tipos de polissacarídeos: a fucoidana e o ácido algínico. A proporção entre eles varia de acordo com a espécie e as condições ambientais. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 37/78 Algumas espécies, como as que pertencem ao Padina, possuem uma leve impregnação de carbonato de cálcio. Isso lhe confere alguma rigidez, mas em um grau muito menor que nas rodófitas calcárias. Nas espécies com organização do talo parenquimatoso, existe o plasmodesmata. Trata-se de diminutos canais entre as células que permitem o transporte de substâncias de uma para a outra. Caracterização quanto à morfologia, à anatomia e ao crescimento As feofíceas variam muito em tamanhos e formas, desde filamentos de poucos centímetros até organismos parenquimatosos com talos de até 60 metros de comprimento. Phaeophyceae e Rhodophyta apresentam organismos com talo filamentoso ou pseudoparenquimatoso. Entretanto, só as feofíceas apresentam um talo parenquimatoso, no qual as células se dividem em três planos formando estruturas compactas. Veja a seguir os três diferentes planos de divisão celular para a formação de parênquima: Periclinal Longitudinal 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 38/78 Transversal Tais planos formam estruturas compactas. Veremos a seguir alguns exemplos de grupos com esses padrões de anatomia: Talos filamentosos Talo filamentoso de Ectocarpus sp. A família Ectocarpaceae (Ectocarpales) apresenta talos cujos filamentos unisseriados ramificados têm uma porção prostrada, paralela ao substrato, e outra ereta. Seu crescimento é tricotálico, ou seja, a divisão das células ocorre a partir da base de cada ramificação. Isso é diferente dos filamentos de Rhodophyta, que possuem um crescimento apical. Seus filamentos apresentam duas estruturas reprodutivas, apresentadas abaixo, que atuam respectivamente na produção de esporos flagelados diploides e haploides em ciclos de vida complexos. Órgãos pluriloculares 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html#39/78 Órgãos uniloculares Talos pseudoparenquimatosos Nas feofíceas, esse tipo de organização de talo pode ocorrer em organismos com: A mesma organização em gametófitos e esporófitos; Anatomias distintas dependendo da fase do ciclo de vida. Nesse caso, eles têm uma fase pseudoparenquimatosa – em geral, com morfologia crostosa ou ereta e ramificada – que pode se alternar com outra fase com anatomia filamentosa ou parenquimatosa. Muitas espécies em Phaeophyceae possuem as fases gametofítica e esporofítica com morfologias distintas, podendo uma ser microscópica e a outra, macroscópica. Os órgãos reprodutivos também podem ser pluriloculares ou uniloculares. Lithodermataceae Heribaudiella spp. formando crosta em rocha. Os espécimes desta família são pequenas crostas compostas por filamentos compactados um ao lado do outro. Veja a seguir os filamentos em detalhe: 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 40/78 A parte mais antiga deles se �xa de forma paralela ao substrato. Já a parte mais jovem cresce ereta. Desmarestiaceae Seus organismos macroscópicos e pseudoparenquimatosos (esporófito) iniciam o desenvolvimento, emergindo de um pequeno talo emaranhado de filamentos (gametófito). O esporófito faz isso como um único filamento (eixo principal) de onde saem todas as ramificações (eixos secundários). Veja a sequência abaixo: Desenvolvimento de Desmarestia spp. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 41/78 Talo adulto. Tais ramificações levam à formação de um talo pseudoparenquimatoso. Observe as imagens e informações a seguir: Corte transversal ao talo A formação de córtex ocorre ao redor de cada eixo, resultando em uma estrutura compacta e complexa. No entanto, somente as camadas mais externas do talo possuem pigmentos fotossintetizantes. Corte longitudinal Esses organismos possuem, mais próximo do centro do talo, filamentos contendo células distintas, inclusive algumas com um aspecto similar ao das células de condução de água e seiva elaborada dos vegetais terrestres. Atenção! 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 42/78 Esse grupo não possui nenhuma relação evolutiva direta com as plantas terrestres. Talos parenquimatosos Os grupos taxonômicos mais representativos das feofíceas possuem uma anatomia parenquimatosa. Entre eles, podemos destacar as ordens: Dictyotales; Fucales; Laminariales; Durvillaeales. Desse grupo destacado, apenas a Durvillaeales não possui representantes no Brasil. Os talos dessas algas possuem crescimento tridimensional. Dos grupos mencionados, as espécies de Dictyotales e Fucales têm o menor porte (até 30cm). Dictyotales Possui anatomia mais simples, com poucas camadas de células. Exemplo 1 Exemplo 2 Fucales Já fucales é mais complexa, com mais camadas de células, contendo até vesículas para a flutuação: os aerocistos. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 43/78 Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Seus órgãos reprodutivos, por sua vez, estão dentro de conceptáculos Conceptáculo de Fucus sp. As ordens Laminariales e Durvillaeales, também chamadas informalmente de Kelps, possuem talos de grande porte. Tanto a anatomia quanto a morfologia de suas espécies são mais robustas. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 44/78 É visível a diferenciação dos talos em diferentes partes: apressório, estipe e lâmina. Essas porções são interligadas por um tecido meristemático. O crescimento dessas espécies ocorre a partir da multiplicação das células meristemáticas, principalmente na região da lâmina próximo do estipe (crescimento intercalar). Observe a imagem a seguir: Porções do talo de feofíceas tipo Kelp. Macrocystis. Espécimes de Macrocystis formam verdadeiras florestas submarinas, alcançando de 30 a 60 metros de comprimento e abrigando todo um ecossistema ao seu redor. Seus grandes aerocistos fazem com que as lâminas flutuem e consigam receber luz suficiente para realizar a fotossíntese, chegando a crescer 50cm por dia. As espécies de Laminaria e Durvillaea são menores (1 a 3 metros). As integrantes dessas duas ordens possuem tecidos diferenciados compondo sua anatomia. No corte transversal à lâmina, é possível notar um conjunto de células mais ao centro de menor largura, porém mais alongado. Laminaria e Durvillaea 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 45/78 Contínuas desde o estipe, essas células constituem a medula desses talos. Elas são similares àquelas que efetuam a condução de água e seiva elaborada das plantas terrestres. Corte transversal fértil Como são organismos de grande porte, passa a ser necessário otimizar o transporte das substâncias pelo talo. Entretanto, assim como ocorre nas Desmarestiaceae, esses organismos não têm relação evolutiva direta com as plantas. Ciclo de vida A maioria das feofíceas possui ciclos de vida nos quais os gametófitos haploides se alternam com os esporófitos diploides que realizam a meiose, havendo, portanto, um ciclo diplobionte. Ciclo de vida diplobionte de Dictyota. Em alguns grupos taxonômicos, os gametófitos e os esporófitos têm a mesma aparência, sendo distinguidos apenas pelos seus órgãos reprodutivos. Em outros, eles são completamente diferentes, sendo um deles microscópico e o outro, macroscópico. Fucales é a única ordem na qual existe apenas um indivíduo adulto: o gametófito. Ele é diploide e, para formar seus gametas haploides dentro dos receptáculos, realiza a meiose, caracterizando, com isso, um ciclo haplobionte diplonte. Em relação aos tipos de gametas produzidos, existe uma grande variação entre as ordens, assim como dentro delas. Eles podem ser: 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 46/78 Fucales Isogâmico Feminino e masculino iguais Anisogâmico Feminino e masculino diferentes Oogâmico Um tipo de anisogâmico no qual o gameta feminino é grande, sem flagelos e séssil, enquanto o masculino é pequeno e flagelado As feofíceas também têm diversas estratégias de reprodução assexuada. Podemos destacar a formação de zoósporos diploides (esporos flagelados) por mitose que ocorre em esporângios pluriloculares de esporófitos diploides. Ao germinarem, esses zoósporos dão origem a novos esporófitos diploides. Existe a possibilidade de ocorrer uma partenogênese na qual os gametas haploides isolados que não formaram zigotos podem germinar, originando gametófitos de seus respectivos sexos. Utilização das feofíceas As algas pardas são utilizadas como alimento há muitos séculos por orientais e outras culturas desenvolvidas próximo ao mar. Existe uma classe de moléculas produzida por essas algas. Chamadas de florotaninos, elas são promissoras por conta de seu uso farmacêutico como antioxidantes. O Dieckol é um exemplo disso. No entanto, milhões de dólares já são movimentados anualmente com o consumo do ácido algínico, polissacarídeo extraído das Kelps. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 47/78 Moléculas de importância econômica extraídas das feofíceas. Essa substância pode ser combinada com minerais, como cálcio e sódio, para a formação de alginatos. Eles são usados como: Eles são usados como: Espessantes; Estabilizantes para alimentos industrializados, como sorvetes; Cosméticos; Ajuda na elaboração de moldes, inclusive para odontologia; Auxílio na cicatrização de feridas e queimaduras. Dinophyta Pigmentos e ambiente O filo Dynophyta possui aproximadamente 2.300 espécies atuais conhecidas como dinoflagelados. Em suamaioria, elas são de origem marinha, embora também haja espécies de água doce. Algumas são endossimbiontes de animais, como, por exemplo, os corais, sendo chamadas, nesse caso, de zooxantelas. Mais frequentes em águas quentes, suas espécies têm vida livre: a maioria se desloca na coluna d’água. Além disso, são unicelulares, já que poucas formam colônias. Aproximadamente metade das espécies é fotossintetizante, sendo relevante na produção primária global. Elas possuem os seguintes pigmentos: Clorofilas a e c; Carotenoides (β-caroteno e outros); Xantofilas (peridinina, dinoxantina e outras). 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 48/78 Alexandrium sp., um exemplo de dinoflagelado colonial. Metade das espécies A outra metade é heterotrófica. As florações de dinoflagelados ocorrem em condições ambientais que combinam: Altas concentrações de nutrientes; Temperaturas da água a partir de 25°C; Intensa radiação solar. Existem espécies que produzem toxinas, como as que veremos mais à frente, enquanto outras são bioluminescentes como algumas pertencentes ao gênero Noctiluca. Bioluminescência de Noctluca scintilans vista em uma praia à noite. Durante as noites escuras, é possível observar na superfície do mar e na arrebentação das ondas a emissão de luzes azuis resultante da energia desprendida da quebra de algumas moléculas. Como caracterizamos os dino�agelados? O filo Dinophyta é próximo evolutivamente de outros grupos de protozoários, como, por exemplo, ciliados e outros que impactam na nossa saúde. É o caso dos Apicomplexa, que contêm parasitas, como o Plasmodium da malária. Os dinoflagelados pertencem ao clado Alveolata, cujos organismos possuem alvéolos. Eles variam bastante de comprimento, de 12400µm a 400µm, enquanto os coloniais podem alcançar até 2mm. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 49/78 Alvéolos Pequenas cavidades envolvidas por membranas e localizadas abaixo da membrana plasmática. Organelas e outras estruturas celulares Nos dinoflagelados, os alvéolos podem: Não conter celulose; Ser parcialmente preenchidos; Ser totalmente preenchidos, formando as placas tecais rígidas. Quando não há placas tecais, as células são flexíveis. Já a presença delas confere rigidez e uma morfologia inconfundível ao grupo. Gradiente de preenchimento dos alvéolos com celulose. Esses organismos rígidos possuem duas valvas, a epiteca (valva superior) e a hipoteca (inferior), formadas por diversas placas tecais suturadas. Em muitas espécies, os dois flagelos desiguais surgem do lado ventral da célula e são direcionados por dois sulcos superficiais: um longitudinal (sulco), cujo flagelo orienta a direção do movimento, e outro transversal (cíngulo), no qual ele faz com que a células rodopiem como peões, veja as imagens abaixo. Vista ventral 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 50/78 Vista dorsal Vamos conhecer mais sobre as principais estruturas celulares. Nas organelas, o cloroplasto é envolvido por três membranas, pois uma delas foi perdida ao longo do processo evolutivo. A membrana mais externa é um prolongamento do retículo endoplasmático com pirenoide, enquanto as tilacoides estão em grupos de três. O produto de reserva da fotossíntese é o amido, produzido e estocado em grãos no citoplasma da célula. Tricocistos são elementos finos ejetados das células em situações de estresse. Acredita-se que isso seja um mecanismo de defesa delas. Já os vacúolos celulares e a púsula estão ligados à osmorregulação e à absorção de nutrientes. O núcleo dos dinoflagelados é típico do grupo. Denominado dinocarion, ele tem seus cromossomos sempre condensados, inclusive durante a interfase da mitose. As histonas estão presentes em baixa quantidade. Durante a mitose, o envoltório nuclear é persistente (fechada). A presença ou não de dinocarion em alguma fase do ciclo de vida determina a classificação taxonômica no nível de classe. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 51/78 Observe o esquema de estruturas celulares em dinoflagelados: Caracterização quanto à morfologia Na identificação dos dinoflagelados, são considerados diversos caracteres morfológicos. Apontaremos alguns deles a seguir: Dimensões das células; Impregnação de celulose nos alvéolos; Presença de epiteca e hipoteca com placas tecais; Padrão de ornamentação dessas tecas; Morfologia externa geral da célula; Presença de cornos, sulco e cíngulo. Em sequência, é possível observar parte da diversidade das espécies em imagens: Diversidade de dinoflagelados. Ornamentação das tecas em dinoflagelados. Imagens de microscopia óptica Imagens de microscopia de varredura 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 52/78 Ciclo de vida A reprodução dos dinoflagelados foi uma das grandes armas para o sucesso evolutivo do grupo. Eles podem realizar reprodução assexuada e sexuada, podendo habitar, a depender do momento em que estão no ciclo, ambientes distintos. A forma ativa de vida livre é planctônica, enquanto a encistada de repouso e resistência é bentônica associada ao sedimento. O organismo adulto sempre é haploide. A seguir, observe o ciclo de vida assexuado e sexuado de dinoflagelados. Durante a reprodução assexuada, a mitose leva à fissão binária (A), mantendo a mesma ploidia, ainda que um período de encistamento possa ocorrer (B, C, D e E). Já na sexuada, cada indivíduo atua como gameta haploide (F); ao se fundir, forma um zigoto diploide (G). O zigoto pode passar: Por meiose zigótica (R!) resultamdo em organismos haploides (H). Ou por um período encistado (I e J) antes de se tornar haploide (L). 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 53/78 Toxinas de dino�agelados Diversas espécies de dinoflagelados excretam pelo menos um composto tóxico. Essas toxinas podem ter o papel ecológico de defesa contra predadores, mas também o de captura de alimentos, pois elas causam paralisia muscular e respiratória, matando organismos aquáticos. Peixes e moluscos sofrem os efeitos de alguns grupos de toxinas, como brevetoxinas e saxitoxinas. Saiba mais A saxitoxina também é conhecida como toxina paralisante de moluscos. Dinoflagelados tóxicos podem surgir em florações abundantes: as marés vermelhas. Em condições favoráveis de temperatura e de nutrientes, ocorre uma intensa reprodução e liberação de toxinas, causando a morte em massa de outras espécies aquáticas. Nós, humanos, também sofremos consequências dessas mesmas toxinas ao ingerirmos a água de reservatórios, assim como moluscos e peixes contaminados. Como exemplo, podemos citar diarreias e formigamentos nos casos mais leves; nos mais graves, descontrole motor, paralisia muscular e cardiorrespiratória, levando à morte. Toxinas, como o ácido ocadaico, o ácido domoico e as maiatoxinas fazem parte do arsenal químico dos dinoflagelados. Essas moléculas são complexas, não sendo degradadas pelo metabolismo de suas vítimas nem em altas temperaturas. Por conta disso, o cozimento de alimentos contaminados não elimina essas toxinas. Conheça as moléculas de toxinas de dinoflagelados: Listaremos agora exemplos de espécies potencialmente tóxicas: Alexandrium spp.; Dinophysis spp.; Gymnodinium spp.; 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 54/78 Pyrodinium spp.; Protoceratium spp.; Lingulodinium spp.; Gonyaulax spp.; Gambierdiscus spp.; Prorocentrum spp. Phaeophyceae e a biotecnologia Durante o vídeo serão exemplificados usos atuais e tradicionais dessas algas. Também serão pontuados resultados de pesquisas sobrea potencial aplicação farmacológica de compostos vindos das Phaeophyceae. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Cryptophyta, Haptophyta, Bacillariophyceae, Phaeophyceae e Dinophyta são grupos de protistas fotossintetitizantes. Quais características todos eles compartilham? A Cloroplastos oriundos de endossimbiose secundária de uma rodófita, quatro membranas delimitando o cloroplasto de todos e clorofilas a, b. B Cloroplastos oriundos de endossimbiose secundária de uma rodófita, a maioria com quatro membranas delimitando seus cloroplastos e clorofilas a, c. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 55/78 C Cloroplastos oriundos de endossimbiose primária de uma rodófita, a maioria com quatro membranas delimitando seus cloroplastos e clorofila c. D Cloroplastos oriundos de endossimbiose secundária de uma rodófita, quatro membranas delimitando o cloroplasto de todos e clorofilas a, c. E Cloroplastos oriundos de endossimbiose secundária de uma rodófita, três membranas delimitando o cloroplasto de todos e clorofilas a, c. Parabéns! A alternativa B está correta. Esses organismos possuem características comuns relacionadas a seus cloroplastos, pois eles adquiriram essas organelas a partir do evento de endossimbiose secundária de uma rodófita fagocitada por um hospedeiro eucarionte heterotrófico unicelular. Isso levou à formação de cloroplastos contendo como pigmentos as clorofilas a, c e delimitados por quatro membranas. Entretanto, os dinoflagelados perderam uma delas no processo evolutivo. Questão 2 Sobre a organização anatômica do talo das Phaeophyceae, podemos afirmar que: A Existem dois tipos básicos, o filamentoso e o parenquimatoso, sendo exemplos deles Ectocarpus e Sargassum, respectivamente. B Existem três tipos básicos, o filamentoso, o pseudoparenquimatoso e o parenquimatoso, sendo exemplos deles Ectocarpus, Laminaria e Desmarestia, respectivamente. C Existem dois tipos básicos, o filamentoso e o parenquimatoso, sendo exemplos deles Ectocarpus e Desmarestia, respectivamente. D Existem três tipos básicos, o filamentoso, o crostoso e o laminar, sendo exemplos deles Ectocarpus, Heribaudiella e Laminaria, respectivamente. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 56/78 3 - Protistas que possuem cloro�la b Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir os �los de protistas que possuem cloro�la b. E Existem três tipos básicos, o filamentoso, o pseudoparenquimatoso e o parenquimatoso, sendo exemplos deles Ectocarpus, Desmarestia e Laminaria, respectivamente. Parabéns! A alternativa E está correta. Phaeophyceae tem três tipos básicos de anatomia: talo filamentoso, pseudoparenquimatoso e o parenquimatoso. Dos gêneros mencionados, Ectocarpus, Desmarestia e Laminaria são os que possuem respectivamente tais organizações. Poderia ocorrer um engano em relação à Desmarestia, já que, apesar do grande porte, suas células se dividem em dois planos, formando filamentos densamente compactados, porém não parenquimatosos, pois não há divisão do terceiro plano. O termo crostoso não se refere à organização anatômica, e sim morfológica. Além disso, vincular o crescimento laminar à Laminaria é equivocado, pois, nesse crescimento, ocorrem, no máximo, duas camadas de células, enquanto a Laminaria tem uma organização parenquimatosa que gera diversas camadas. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 57/78 Teoria da endossimbiose e os protistas com cloro�la b Sabemos que o primeiro evento de endossimbiose gerou três diferentes linhagens (já estudamos duas delas). Essa terceira linhagem também levou à formação de organismos cujos cloroplastos possuem duas membranas circundando-os. Entretanto, houve alterações no cloroplasto. Ele não possui mais a parede de peptidoglicano nessa membrana. Além disso, as membranas tilacoides não estão mais individualizadas e equidistantes. As ficobilinas foram perdidas, enquanto os pigmentos fotossintetizantes não ficam mais agrupados em ficobilissomos. Essa linhagem originou o filo Chlorophyta ou as algas verdes, formando, com Glaucophyta e Rhodophyta, um grupo monofilético. Os cloroplastos de Chlorophyta apresentam clorofila b, assim como os cloroplastos de Euglenophyta que foram adquiridos por endossimbiose secundária de uma Chlorophyta. Falaremos sobre ambos a seguir: Chlorophyta Filo Chlorophyta Este filo tem origem monofilética, assim como Glaucophyta e Rhodophyta. Contudo, ele é parafilético em relação à maneira como suas classes estão estruturadas, sendo provável sua subdivisão em mais filos e classes. Ele apresenta cerca de 17.000 espécies entre organismos unicelulares, coloniais e multicelulares – a maioria, dulcícola. Concentraremos nossa atenção em duas classes que contêm organismos multicelulares: Ulvophyceae Possui 1.725 espécies predominantemente marinhas. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 58/78 Charophyceae Possui 700 espécies, incluindo representantes unicelulares e multicelulares, dulcícolas e de ambiente estuarino. Pigmentos e ambiente As classes de Chlorophyta têm coloração verde por causa da preponderância das clorofilas a e b sobre os carotenoides (β-caroteno e outros exemplos) e as xantofilas (luteína e demais exemplos). Elas são encontradas principalmente em latitudes tropicais e temperadas. Bloom da macroalga Ulva sp. na China. Diversas espécies têm um comportamento oportunista, reproduzindo-se excessivamente em ambientes poluídos por esgoto doméstico em associação com altas temperaturas e incidência luminosa. Há registros de florações de espécies de Ulva que se estendem por quilômetros. Como caracterizamos as cloró�tas? São utilizadas diversas características citológicas e ultraestruturais para tal. Destacaremos algumas delas a seguir: Padrão de mitose (cariocinese e citocinese); Modo de inserção de flagelos nas células; Polissacarídeos de parede celular; Tipo de organização do talo; Ciclo de vida e suas células reprodutivas; Sequências genéticas. Organelas e outras estruturas celulares As paredes celulares são constituídas por fibrilas de celulose. Em Ulvophyceae, são acrescentados polissacarídeos sulfatados (como a ulvana). Trata-se das glicoproteínas. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 59/78 Outras características distintivas de Ulvophyceae e Charophyceae estão listadas na tabela a seguir. Características Ulvophyceae Charophyceae Posição de fixação do flagelo na célula Apical Lateral Número de flagelos Anterozoides – dois Zoósporos - quatro Anterozoides – dois Zoósporos - dois Raiz de flagelos (ancoramento na célula) Quatro microtúbulos cruciados (A) Banda de microtúbulos em multicamadas (B) Mitose Fechada Aberta Citocinese Formação de sulco de clivagem (C) Formação de fragmoplasto e plasmodesmos (D) Estigma em células móveis (percepção da luz) Presente Ausente Tabela: Citologia e ultraestrutura de Ulvophyceae e Charophyceae. Elaborada por: Daniela Fernandes. Já em Bryopsidales, pode ocorrer uma impregnação de carbonato de cálcio nas paredes. Em Charophyceae, por sua vez, somam-se a essa composição as pectinas, a hemicelulose e os polímeros similares à lignina. Os cloroplastos de Ulvophyceae possuem formas variadas e geralmente contêm pirenoide. Em Charophyceae eles são discoides numerosos e sem pirenoide. As membranas tilacoides são empilhadas em número de três nas duas classes, assim como os grânulos de amido são acumulados dentro dos cloroplastos. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 60/78 Observe as imagens abaixo,considerando as sinalizaçõs representadas nas caracteristicas: Raiz de flagelos (A e B) e Citocinese (C e D). Ulvophyceae e Charophyceae: A-B) Raiz dos flagelos; C-D) Citocinese. Atenção! As características mencionadas para Charophyceae também são encontradas nos vegetais terrestres, sendo a ordem Coleochaetales a mais próxima dos vegetais terrestres, evolutivamente. Caracterização quanto à morfologia Organização dos talos em Ulvophyceae Esta classe tem muitas possibilidades de organização anatômica. Existem talos filamentosos simples ou ramificados e laminares que seguem a mesma lógica de crescimento encontrada nas rodofíceas. Ainda podemos destacar uma novidade: a organização cenocítica. Atenção! Considerando sua morfologia, as variações encontradas são ainda maiores na comparação com outros grupos de macroalgas. Talos filamentosos simples ou ramificados. Essas organizações ocorrem principalmente em Cladophorales, como, por exemplo, Chaetomorpha e Cladophora. Nessas espécies, a reprodução por fragmentação dos filamentos é facilitada. Veja os exemplos de Chaetomorpha (hábito geral e visão aproximada de suas células): 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 61/78 Chaetomorpha spp. Chaetomorpha spp. E, a seguir, exemplos de Cladophora (hábito geral e visão aproximada de suas células): Cladophora spp. Cladophora spp. Talos membranosos ou laminares 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 62/78 A Ulva possui espécies laminares que contêm duas camadas de células. Veja os exemplos a seguir: Ulva laminar Em vista super�cial Cortes transversais E espécies tubulares resultantes do descolamento dessas camadas logo no início da formação dos talos. Conforme você pode observar nas próximas imagens: Ulva tubular 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 63/78 Em vista super�cial Cortes transversais Talos cenocíticos Cenócitos são células cujos núcleos se dividem sucessivas vezes, porém sem haver a formação de novos envoltórios celulares os individualizando. As células são muito grandes, sendo até visíveis a olho nu. Elas estão repletas de citoplasmas, núcleos e outras organelas. Dizemos então que ocorreu a cariocinese, mas não a citocinese. A seguir, vamos conhecer exemplos de grupos que apresentam talos cenocíticos: Valonia Cujo talo é um único cenócito. Valonia sp. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 64/78 Caulerpa e Acetabularia São constituídas por poucos cenócitos. Caulerpa sp. Acetabularia sp. Codium, Halimeda e Udotea Estas possuem um cenócito característico denominado utrículo. Utrículo 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 65/78 Codium sp. Halimeda sp. Udotea sp. As espécies de Halimeda e Udotea possuem impregnação de carbonato de cálcio forte e suave, respectivamente. Sua morfologia é bem diversa, podendo ser esféricas, penadas, lembrando um guarda- chuva, apresentar ramificações dicotômicas, articuladas com placas, leques, e outras. Organização dos talos em Charophyceae Os talos são parenquimatosos, eretos, ramificados ao redor da região dos nós, como é o caso de Chara. Veja a seguir a diversidade de Charophyceae. Em detalhe a núcula (indicada pela seta) e o glóbulo (indicado pela cabeça de seta). 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 66/78 Chacra spp Chacra spp Chacra spp Os talos em Charophyceae também podem formar crostas circulares com algumas camadas de células, como, por exemplo, em Coleochaete (veja na imagem abaixo). Essas células se dividem em três planos sem deixar espaços entre elas, formando, assim, uma estrutura compacta. Coleochaete. Ciclo de vida 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 67/78 Ulvophyceae possui, além das estratégias de reprodução assexuada, grande diversificação de ciclos reprodutivos. Cada um dos tipos de ciclo de vida básicos ocorrem nesta classe. Nesses tipos de ciclos pode ocorrer oogamia, anisogamia e isogamia. Haplobionte haplonte. Ulothrix tem indivíduos adultos haploides que geram seus gametas por mitose. Os gametas se fundem; em seguida, a meiose ocorre após o zigoto para reestabelecer a ploidia inicial, configurando, assim, um ciclo haplobionte haplonte. Haplobionte diplonte. Já a Acetabularia tem indivíduos diploides como adultos que realizam a meiose para produzir seus gametas, pertencendo a um ciclo haplobionte diplonte. Diplobionte. Em Ulva, por sua vez, ocorre uma alternância entre os gametófitos e os esporófitos. O esporófito sofre a meiose para a produção de esporos, constituindo um ciclo diplobionte. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 68/78 Na reprodução de Charophyceae, os órgãos de reprodução em Chara são evidentes e especializados. A núcula abriga o oogônio; o glóbulo, os anterozoides. Após a fusão dos gametas, ocorre uma retenção do zigoto (oósporo) dentro da núcula. Quando existem condições ambientais favoráveis, ele sofre uma meiose e é liberado para que aconteça sua germinação. Nesse ciclo, só existem indivíduos haploides; o zigoto, portanto, é haplobionte haplonte. Núcula Usos de Ulvophyceae Caviar verde constituído de espécimes de Caulerpa lentilifera. Muitas espécies são utilizadas tradicionalmente na alimentação. Grandes arribações, naturais ou causadas por florações, podem ser utilizadas na agricultura como fertilizante. Além disso, compostos bioativos têm sido descobertos nos últimos 30 anos com potenciais aplicações na indústria farmacêutica. Euglenophyta Pigmentos e ambiente Atualmente, existem por volta de 1.000 espécies de euglenófitas descritas, sendo todas elas unicelulares. A maioria é aclorofilada, obtendo seu alimento por fagocitose ou mediante outras estratégias heterotróficas. O foco de nosso estudo está nas espécies autotróficas. Possuindo cloroplastos fotossintetizantes, elas têm: 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 69/78 Clorofilas a e b; Carotenoides (β-caroteno); Xantofilas (neoxantina, diadinoxantina, equinenona, diatoxantina e zeaxantina). Abaixo, seguimos com alguns pontos importantes: Coloração verde Por exemplo, a espécie Euglena sanguinea pode acumular em grânulos grandes quantidades de carotenoides e xantofilas com ação fotoprotetora, conferindo uma coloração vermelha ou alaranjada a essa floração. São exemplos de euglenófitas encontradas no Brasil: Lepocinclis; Euglena; Trachelomonas; Phacus. Nas imagens a seguir, você observa detalhes das espécies Lepocinclis e Phacus: As clorofilas são preponderantes, promovendo coloração verde. Elas são predominantemente dulcícolas, mas também estão presentes em ambientes marinhos, solos úmidos e águas ricas em matéria orgânica e amônia. Florações podem ocorrer em ambientes com grande disponibilidade de nutrientes sob condições de luz e temperatura favoráveis. Nem sempre uma floração de euglenófitas, contudo, terá coloração verde. As espécies exclusivamente fotossintetizantes, quando submetidas à baixa iluminação, podem sofrer uma desnutrição e reabsorver alguns de seus cloroplastos como forma de adquirir nutrientes. Além disso, as condições de baixa umidade/dessecação podem estimular o encistamento das células. 11/04/2022 20:57 Protistas fotossintetizantes https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02758/index.html# 70/78 Destaque para flagelo (seta) e estrias. Núcleo mesocarionte (seta) e estigma. Como caracterizamos as euglenó�tas? As espécies possuem
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