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SILVA, V. B. - DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS AO MEIO AMBIENTE

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Prévia do material em texto

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE 
 
VANDERSON BANDEIRA DA SILVA 
 
 
 
 
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E SUAS 
CONSEQUÊNCIAS AO MEIO AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ariquemes-RO 
2015 
 
 
Vanderson Bandeira da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E SUAS 
CONSEQUÊNCIAS AO MEIO AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de Gestão 
Ambiental da Faculdade de Educação e Meio 
Ambiente como requisito parcial à obtenção 
do título de Tecnólogo em Gestão Ambiental. 
 
Orientador: Prof. André Luiz Neves da Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ariquemes-RO 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica 
Biblioteca Júlio Bordignon 
 FAEMA 
 
S586d Silva, Vanderson Bandeira da. 
 
Degradação ambiental e suas consequências ao meio ambiente./Vanderson Bandeira da 
Silva: FAEMA, 2015. 
 37 f. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso - Graduação em Gestão Ambiental - Faculdade de 
Educação e Meio Ambiente - FAEMA. 
 
Orientador:Prof. André Luiz Neves da Costa 
 
1. Meio ambiente. 2. Degradação ambiental 3. Impacto ambiental.I.Costa, André Luizs 
Neves. II. Título. III. FAEMA. 
 
 CDD304 
 
 
Bibliotecária responsável: 
Elayne Cristina Nobre de Souza 
 CRB-2/1368 
 
 
 
 
 
Vanderson Bandeira da Silva 
 
 
 
 
 
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS AO 
MEIO AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
 
_________________________________________________ 
Orientador Prof. André Luiz Neves da Costa 
FAEMA - Faculdade de Educação e Meio Ambiente 
 
 
 
_________________________________________________ 
Profª. 
FAEMA - Faculdade de Educação e Meio Ambiente 
 
 
 
_________________________________________________ 
Profª. 
FAEMA - Faculdade de Educação e Meio Ambiente 
 
 
 
 
 
Ariquemes, 15 de junho de 2015. 
Monografia apresentada ao curso de Gestão 
Ambiental, da Faculdade de Educação e 
Meio Ambiente como requisito parcial à 
obtenção do titulo de Tecnólogo em Gestão 
Ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico aos meus pais, pelo o dom da vida; aos 
meus familiares, pelo amor incondicional em 
todos os momentos em que precisei Obrigado 
por vocês fazerem parte da minha história. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, o grande arquiteto do universo e condutor da minha vida; 
Ao professor Orientador André Luiz, pelo seu profissionalismo em transmitir 
seus conhecimentos. 
Aos meus familiares, que sem dúvida também foram decisivos na concepção 
desta caminhada tão importante em minha vida. 
Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a concretude 
deste estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A ambição do homem polui rios e mares, queima 
florestas, exaure o solo, resseca mananciais, 
extingue espécies marítimas, aéreas e terrestres, 
altera os ciclos das estações e envenena a 
atmosfera” 
 Frei Betto 
 
 
RESUMO 
 
 
Este estudo versa sobre degradação ambiental e suas consequências ao meio 
ambiente, pois é cediço que a degradação ambiental causa enormes prejuízos à 
sustentabilidade, além de prejudicar o futuro das novas e futuras gerações. É 
inegável admitir que a poluição da água e do ar, a devastação de florestas, o uso 
inadequado da terra, entre outros fatores, contribui para problemas ambientais sem 
precedentes que pode comprometer a qualidade de vida no planeta. Neste passo, 
o principal objetivo consiste em analisar a importância da preservação do meio 
ambiente e as ações do ser humano no sentido do desenvolvimento sustentável 
sem prejudicar a natureza e as suas vertentes, bem como descrever as principais 
causas que contribui para a deterioração do meio ambiente, e as suas 
consequências à preservação da vida. Para tanto, recorreu-se a pesquisa 
bibliográfica em diversas fontes que ofereceram o fundamento necessário acerca 
do tema. As principais informações coletadas remetem a dizer que existe um 
desrespeito à lei de preservação, mas, sobretudo, que há uma fiscalização 
deficiente por parte do Estado em punir aqueles que depredam e promovem a 
degradação ambiental e as consequências ao meio ambiente são incomensuráveis 
prejudicando a vida no planeta. 
 
 
Palavras-Chave: Meio ambiente. Degradação ambiental. Impacto ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 This study deals with environmental degradation and its consequences to the 
environment as it is musty that environmental degradation causes huge losses to 
sustainability, and jeopardize the future of the new and future generations. It is 
undeniable admit that pollution of water and air, the devastation of forests, 
inappropriate land use, among other factors, contributes to unprecedented 
environmental problems which can compromise the quality of life on the planet. In 
this step, the main objective is to analyze the importance of preserving the 
environment and the actions of human beings towards sustainable development 
without harming nature and its aspects, as well as describing the main causes 
contributing to the deterioration of the environment , and its consequences to the 
preservation of life. To do so, it resorted to literature from various sources that 
provided the necessary foundation on the subject. The main information collected 
refer to say that there is a disregard for the preservation of law, but above all there is 
poor supervision by the state to punish those who prey upon and promote 
environmental degradation and the consequences for the environment are 
immeasurable harm to life on the planet. 
 
 
Keywords: Environment. Environmental degradation. Environmental impact. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ANA Agência Nacional da Água 
APA Áreas de Proteção Ambiental 
CF/88 Constituição Federal de 1988 
DNA Ácido Desoxirribonucleico 
EPIA Estudo Prévio de Impacto Ambiental 
ISOs International Organization for Standardization 
MMA Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal 
ONU Organização das Nações Unidas 
PPP Princípio do Poluidor-Pagador 
RIMA Relatório de Impacto Ambiental 
SciELO Scientific Electronic Library Online 
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente 
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
STJ Supremo Tribunal de Justiça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11 
 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 12 
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 12 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 12 
 
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 13 
 
4 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 14 
4.1 OS EFEITOS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SOBRE O MEIO 
AMBIENTE ................................................................................................................ 14 
4.2 CLASSIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ........................................................... 16 
4.2.1 Meio ambiente natural .................................................................................. 16 
4.2.2 Meio ambiente artificial ................................................................................ 16 
4.2.3 Meio ambiente cultural ................................................................................. 17 
4.2.4 Meio ambiente dotrabalho .......................................................................... 18 
4.3 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL NO DANO AMBIENTAL .. 18 
4.4 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL ............ 21 
4.4.1 Princípios do meio ambiente ecologicamente equilibrado ........................ 21 
4.4.2 Princípio da prevenção e da precaução ....................................................... 22 
4.4.3 Princípio do desenvolvimento sustentável .................................................. 22 
4.4.4 Princípio do poluidor pagador ...................................................................... 23 
4.5 POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO AMBIENTAL .............................................. 24 
4.5.1 Objetivos da gestão ambiental ...................................................................... 26 
4.6 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO NORTEADORA PARA COMBATER A 
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................... 27 
4.6.1 A educação ambiental como ampliadora de consciência da sociedade-
educação .................................................................................................................. 29 
4.7 OS IMPACTOS DA DEGRADAÇÃO NAS BACIAS HIDROGRÁFICAS .............. 30 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 33 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
INTRODUÇÃO 
 
De acordo com Machado (2008), a responsabilidade ambiental implica que 
todo aquele que causar dano ao meio ambiente tem o dever e obrigação de repará-
lo independente de culpa, pois se trata de um patrimônio inerente a todos. Assim, as 
organizações, sejam elas na esfera pública ou privada, necessitam ter a consciência 
da preservação e o interesse para questões relacionadas ao meio ambiente 
saudável e para uma verdadeira conscientização ecológica (MACHADO, 2008). 
O autor supracitado diz ainda que essa conscientização somente se dará por 
meio de uma educação ambiental, pois através dela é que se pode transformar as 
pessoas, tornando os indivíduos conscientes para desenvolver uma sociedade com 
sustentabilidade. Milaré (2009, p. 172) define educação ambiental como sendo: 
“transformações da sociedade em direção a novos paradigmas de justiça social e 
qualidade ambiental, e essa definição é antes de tudo uma proposta política 
pedagógica”. 
Compreende-se, então, que a educação ambiental se faz condição 
imprescindível para modificar um cenário de crescente degradação socioambiental 
presenciada na sociedade contemporânea, pois o impacto dos humanos sobre o 
meio ambiente tem levado a consequências sem precedentes, isso tanto em termos 
quantitativos quanto qualitativos (JACOBI, 2003). 
Segundo este raciocínio, a proteção ambiental visa, sobretudo, proteger toda 
e qualquer vida como bem destaca Fiorillo (2009, p. 18) “Já não é mais possível 
considerar a proteção da natureza como um objetivo decretado pelo homem em 
benefício exclusivo do próprio homem”. É possível dizer que o progresso é 
inevitável, mas não é necessário devastar, degradar ou prejudicar a natureza para 
que aconteça o desenvolvimento pode perfeitamente ser feito com sustentabilidade 
respeitando os recursos naturais (FIORILLO, 2009). 
Logo, a questão ambiental na sociedade contemporânea torna-se um assunto 
que não se pode mais ignorar, mesmo porque ele está em evidência em todos os 
discursos, sejam eles econômicos políticos ou sociais. Logo, o tema desta pesquisa 
é também de fundamental importância para levar a reflexão e não serem coniventes 
com aquelas pessoas ou empresas que não desenvolvem a responsabilidade 
ambiental (MARTINS et al., 2001). 
12 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
Destacar a importância de se preservar o meio ambiente para a 
sustentabilidade das presentes e futuras gerações. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Apontar as principais consequências nocivas da degradação ambiental ao 
meio ambiente; 
 Contextualizar o meio ambiente e a sua relação com a sustentabilidade 
de uma vida saudável; 
 Descrever os impactos ambientais nocivos à preservação de um meio 
ambiente sadio e com qualidade de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
3 METODOLOGIA 
 
Os procedimentos metodológicos deste estudo compreendem a pesquisa 
bibliográfica com caráter descritivo, exploratório. Cervo e Bervian (2002, p. 69), no 
mesmo entendimento, inclusive indo mais além, pois segundo esses autores, 
“qualquer tipo de pesquisa em qualquer área do conhecimento, supõe e exige 
pesquisa bibliográfica prévia, quer para o levantamento da situação em questão, 
quer para a fundamentação teórica”. Logo, como bem colocado por Cervo e Bervian 
(2002), pode-se dizer que a pesquisa bibliográfica é um excelente mecanismo que 
contribui para a formação acadêmica, sem contar que ao lado da técnica de resumo 
de assunto ou revisão de literatura, compõe frequentemente a gênese de toda 
pesquisa científica. Por isso é importante utilizá-la seja qual for o tipo de pesquisa, 
seja ela descritiva ou experimental. 
Assim, esse estudo buscou fundamentação na pesquisa bibliográfica com 
ênfase à revisão de literatura, tendo como norte doutrinas, periódicos eletrônicos, 
legislações e teóricos que permitiram compreender questões relativas à degradação 
ambiental e suas consequências ao meio ambiente. As principais informações 
acerca do assunto encontram-se sistematizados conforme segue. 
O fundamento na revisão de literatura permitiu rever conceitos e discuti-los, 
com base em autores de referência na área, contrastando com referências 
publicadas nas bases de dados, Google acadêmico, Scientific Electronic Library 
Online (SciELO), Biblioteca Virtual em matéria ambiental; Sites do Ministério do meio 
Ambiente dentre outros periódicos que discorrem sobre o tema em questão. 
Para melhor compreensão e análise dos dados, os referenciais científicos 
foram agrupados quanto as semelhança dos objetivos em três categorias: questões 
envolvidas com o Direito Ambiental o Brasil, principais questões envolvendo o meio 
ambiente e seus problemas correlacionados, principalmente referentes à 
degradação ambiental. 
O delineamento do estudo foi 1998 a 2014 (16 anos), os critérios de inclusão 
para revisão de literatura foram todos os periódicos disponíveis nas bases de dados, 
nacionais e com as palavras chave: Direito Ambiental, Meio ambiente, Degradação 
ambiental e responsabilidade ambiental. Já os critérios de exclusão de revisão de 
literatura foram os periódicos que não estavam disponíveis completos, em outro 
idioma e que não coerentes com as categorias propostas na pesquisa. 
14 
 
4 REVISÃO DE LITERATURA 
 
4.1 OS EFEITOS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SOBRE O MEIO 
AMBIENTE 
 
Andes de adentrar na seara dos efeitos impactantes do desenvolvimento 
econômico sobre o meio ambiente, faz necessário conceituar o que vem a ser meio 
ambiente. Conforme preceitua a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº. 
6.938/81) compreende como sendo: “Art. 3º Para os fins previstos desta Lei, 
entende-se por: I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas”. Analisando o artigo destacado é possível dizer que esta 
definição tem uma amplitude tremenda, pois trata-se de um conceito jurídico de 
forma indeterminada, em que busca-se a criação de espaço positivo da incidência 
da norma. 
Nesta vertente, é por isso que conforme Trennepohl (2010), enfatiza que 
atualmente vivencia uma sociedade tomada pelo medo dos grandes desastres 
ambientais. Sociedade que está cerceada pelo risco desses desastres. Uma 
sociedade moderna, globalizada, avançada, e concomitantemente próximados 
riscos ambientais. Nessa sociedade, não raro as vezes em que se tem de ponderar 
se é mais importante a prevalência das normas de proteção ambiental ou as normas 
que dão direito ao desenvolvimento (TRENNEPOHL, 2010). 
Carneiro apud Trennepohl (2010), comunga com esse pensamento e diz que 
A crise ambiental que surge no limiar deste milênio é consequência do modelo de 
crescimento econômico e populacional implementado ao longo do século XX, e que 
já apresenta sinais claros de insustentabilidade, bastando um lance de olhos nas 
crises mais recentes: desertificação, erosão de solos férteis, alterações climáticas 
substanciais, extinção de espécies da flora e fauna, diminuição da camada de 
ozônio, mudanças climáticas e o aquecimento global. 
Sem dúvida que os avanços do progresso, sobretudo a partir do século XX 
trouxeram condições favoráveis à população, tais como: erradicação de algumas 
endemias, cura de doenças, o entendimento do DNA humana e o prolongamento da 
vida, entre outras coisas. Contudo, trouxeram também problemas incomensuráveis 
de ordem global, ou seja, a degradação ambiental (TRENNEPOHL, 2010). 
15 
 
É por isso que a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81), visa a 
preservação, trazendo em seu arcabouço no art. 4º, inciso I e VI, que: 
 
I – à compatibilização do desenvolvimento econômico social com a 
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; [...] VI 
– à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua 
utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a 
manutenção ambiental e do equilíbrio ecológico. 
 
Oliveira e Machado (2007), ao discorrerem sobre o desenvolvimento 
econômico enfatizam que, toda e qualquer atividade econômica sempre se inicia 
com um saque sobre algum bem ambiental: a terra, os minérios, a vegetação, o ar, 
as águas, os animais. 
O desenvolvimento econômico, por implicar uma intensificação da atividade 
econômica, acentua o processo de saque sobre a natureza e a devolução ao meio 
ambiente dos resíduos de fabricação ou utilização dos bens econômicos. Como 
consequência, há uma interação entre esses dois sistemas, ou seja, o sistema 
econômico e o sistema natural. Aquilo que se retira e aquilo que volta ao meio 
ambiente, por obra da atividade econômica, passam a ganhar relevância para 
ambos, não podendo mais ser ignorado (JACOBI, 2001). 
No entendimento do autor acima, na medida em que se completa o ciclo da 
produção-consumo, o bem já utilizado de certa forma é inserido novamente ao meio, 
quando não compensadora sua sucatagem para seu reaproveitamento, ele é 
abandonado no meio ambiente. 
A Declaração de Estocolmo/72, no que se refere ao reaproveitamento do 
produto em seu princípio 5 dispõe: “os recursos não renováveis do Globo devem se 
explorados de tal modo que não haja risco de serem exauridos e que as vantagens 
extraídas de sua utilização sejam partilhadas a todo a humanidade”. 
No bem da verdade, Coelho (2001), argumenta que essas considerações 
indicam que o processo de desenvolvimento econômico igualmente apresenta seus 
custos sociais e que eles carecem ser contidos, como qualquer custo, sob pena de 
se prejudicar o próprio desenvolvimento, indica também que se torna imprescindível, 
antes de qualquer coisa, encontrar uma reorientação de todo esse processo, a fim 
de que o mesmo torne-se menos predatório em termos ambientais. 
 
 
16 
 
4.2 CLASSIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE 
 
De acordo com o entendimento de Fiorillo (2009), dividir o meio ambiente em 
aspectos que o compõem tem como escopo facilitar a identificação da atividade 
degradante e do bem agredido, mesmo porque o direito ambiental visa, sobretudo, 
tutelar a vida saudável, assim essa classificação meramente identifica os aspectos 
em que os valores foram aviltados. Assim, é possível classificá-los em: meio 
ambiente natural, meio ambiente artificial, meio ambiente cultural e meio ambiente 
do trabalho. 
 
4.2.1 Meio ambiente natural 
 
O meio ambiente natural ou físico como diz Fiorillho (2009), é composto pela 
atmosfera, os elementos da biosfera, pelas águas, solo, pela fauna e flora e o 
subsolo [incluindo ai os recursos minerais]. O ambiente natural deve concentrar o 
fenômeno da homeostase1, que é fundamental para manter o equilíbrio entre o meio 
e os seres vivos. Ter um ambiente saudável é determinante à sobrevivência dos 
seres humanos, por isso que a Constituição Federal de 1988 em seu art. 225 caput 
dispõe que todos têm direito ao meio ambiente equilibrado, sendo este primordial a 
vida com qualidade. 
 
4.2.2 Meio ambiente artificial 
 
Pode-se dizer que o meio ambiente artificial encontra-se relacionado ao 
conceito de cidade. Logo, compreende os espaços urbanos e suas construções 
denominados “espaço urbano fechado”, e pelos equipamentos públicos “espaço 
urbano aberto”. (FIORILLO, 2009, p. 31). Em que pese à questão do 
desenvolvimento urbano, a Constituição Federal no art. 182, traz em seu bojo que é 
 
1 A homeostase (homeo = igual; stasis = ficar parado) é uma condição na qual o meio interno do 
corpo permanece dentro de certos limites fisiológicos. O meio interno refere-se ao fluido entre as 
células, chamado de líquido intersticial (intercelular). Um organismo é dito em homeostase quando 
seu meio interno contém: i) a concentração apropriada de substâncias químicas; ii) mantém a 
temperatura e; iii) a pressão adequadas. Quando a homeostase é perturbada, pode resultar m 
doença. Se os fluidos corporais não forem trazidos de volta pode ocasionar até a morte. (ROCHA 
JR, S/D) 
17 
 
preciso ordenar as funções sociais da cidade garantindo o bem-estar de seus 
habitantes. 
Nesta seara de pensamento a Lei nº. 10.257 de julho de 2001, que estabelece 
diretrizes da política urbana ou Estatuto das Cidades em seu art. 1º dispõe. 
 
Art. 1o. Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da 
Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta Lei. 
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da 
Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam 
o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do 
bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. 
 
Verifica-se pelos ditames do Estatuto das Cidades, conforme preconiza 
Jacobi (2001), não é possível desvencilhar o meio ambiente artificial do direito dos 
cidadãos de ter uma sadia qualidade de vida, em que se respeite a função social da 
cidade a fim de garantir a eficácia dos valores da dignidade da pessoa humana e, 
por conseguinte, a própria vida. 
 
4.2.3 Meio ambiente cultural 
 
O meio ambiente cultural engloba todo o patrimônio cultural brasileiro e de 
certa forma são bens produzidos pelo homem ao longo dos tempos. Assim se 
expressa Silva (2012, p. 3) a esse respeito: “o meio ambiente cultural é integrado 
pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico, que embora 
artificial, em regra, como obra do homem, difere do artificial (que também é cultural) 
pelo sentido de valor especial”. 
A Constituição de 1988 especifica no art. 216 a proteção ao meio ambiente 
cultural, assim: “Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de 
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores 
de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da 
sociedade brasileira”. Pode-se dizer então que o patrimônio cultural revela a história 
de um povo, a sua formação, cultura, bem como os elementos da sua cidadania, 
constituindo assim o princípio fundamental que norteia a República Federativa do 
Brasil (COELHO, 2001). 
 
 
18 
 
4.2.4 Meio ambiente do trabalho 
 
Segundo ressalta Oliveira (2010), constitui meio ambiente do trabalho o local 
onde as pessoas desempenham suas atividadeslaborais relacionadas à sua saúde, 
sejam remuneradas ou não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio e 
na ausência de agentes que comprometam a incolumidade físico-psíquica dos 
trabalhadores, independente da condição que ostentem (homens, mulheres, maiores 
ou menores de idade, celetistas, servidores públicos, autônomos entre outros). 
A Carta Magna de 1988, tutela o meio ambiente do trabalho da seguinte 
maneira: “art. 200. Ao sistema único de saúde, compete, além de outras atribuições, 
nos termos da lei: [...] omissis. VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele 
compreendido o do trabalho”. Sem dúvida que sendo no ambiente do trabalho que o 
homem passa a maior parte da sua vida produtiva, então nada mais justo que este 
ambiente constitui uma fase imprescindível para o equilíbrio ambiental. 
Acerca desse assunto, Oliveira (2010, p. 83), traz o seguinte entendimento, o 
ambiente do trabalho deve contemplam primeiro o ser humano, o operador, “para só 
depois ajustar as máquinas, as ferramentas, as rotinas de trabalho, as cadências e 
tudo que está em volta, numa exigência de dignificação das condições de trabalho”. 
Em suma, é possível dizer que o direito ao meio ambiente do trabalho sadio e 
equilibrado, como parte do meio ambiente global e elemento primordial à vida digna 
e com qualidade ao trabalhador é, indubitavelmente, um direito fundamental ao ser 
humano. Desse modo, emerge ai responsabilidade ambiental (OLIVEIRA, 2010). 
 
4.3 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL PELO DANO AMBIENTAL 
 
A sociedade do conhecimento trouxe inúmeras discussões, entre elas o 
meio ambiente, em 1992 (ECO/92), autoridades do mundo inteiro se reuniram no Rio 
de Janeiro para discutir o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Neste 
evento, através da homologação da agenda 21 capítulo 8, deu-se um marco 
importante à adoção de mecanismos para medir danos e impactos ao meio 
ambiente. 
Schiel et al (2003, p. 95) destacando a Conferência das Nações Unidas para 
o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO/92, Rio de Janeiro), na Declaração, 
sobretudo no princípio 15 traz o seguinte texto: 
19 
 
De modo a proteger o princípio da precaução deve ser amplamente 
observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando 
houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta 
certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas 
eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental. 
 
Além da ECO/92, foi realizado também no Rio de Janeiro nos dias 13 a 22 de 
junho de 2012, a Rio+20 tidas como uma das maiores Conferência da Organização 
das Nações Unidas (ONU) sobre o desenvolvimento sustentável, já realizada, em 
que participaram líderes dos setores privados, do governo e da sociedade civil, além 
de colaboradores da ONU, acadêmicos, jornalistas do mundo inteiro e o público em 
geral. Todos preocupados com a questão ambiental (BRASIL, 2012). 
Conforme destaca os números da ONU para este evento com tamanha 
magnitude, foram positivados compromissos para se investir maciçamente em 
projetos sustentáveis como se pode ver pelos números abaixo destacados. No total, 
os investimentos foram em torno de 513 bilhões de dólares somente nos 13 
principais projetos, além das demais parcerias, programas e ações nos próximos 10 
anos nos segmentos que envolvem transporte, energia, economia verde, redução de 
desastres e proteção ambiental, desertificação, mudanças climáticas, entre outras 
questões envolvendo o desenvolvimento sustentável2 (BRASIL, 2012). 
De acordo com Oliveira (2010), a proteção ambiental intrinsecamente é 
preventiva. No entanto, embora que o empreendedor tome todas as medidas 
preventivas para impedir os impactos ambientais e, ainda assim ocorra o dano, este 
tem o dever e a obrigação de reparar o dano ambiental. A partir da edição da 
Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81) o ordenamento jurídico adotou a 
responsabilidade objetiva. 
Seguindo essa linha de raciocínio, Machado (2000, p. 322) argumenta que: 
“A responsabilidade objetiva ambiental significa que quem danificar o ambiente tem 
o dever jurídico de repará-lo. Presente, pois, o binômio dano/reparação. Não se 
pergunta a razão da degradação para que haja o dever de reparar”. Sendo assim, ao 
acusado caberá provar que a degradação era necessária, natural ou impossível de 
evitar-se. Logo, o Direito não permite haver enriquecimento ter lucro à custa da 
degradação ambiental. 
No que se refere à responsabilidade civil ambiental, a Lei 6.938/81, em seu 
art. 14 § 1º em sua forma objetiva é “o poluidor obrigado, independentemente da 
 
2 Extraído do site: <http://www.onu.org.br/rio20/rio20-em-numeros/>. Acesso em: 30 mar. 2013. 
20 
 
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a 
terceiros, afetados por sua atividade”. De acordo com Milaré (2009, p. 131) dano 
ambiental pode ser definido como: “a lesão aos recursos ambientais, com 
consequente degradação (alteração adversa), do equilíbrio ecológico e da qualidade 
de vida”. 
Neste sentido, a reparação do dano ambiental conforme Oliveira (2010, p. 
136) incide sobre três quesitos, a saber: Reparação in natura: constitui a reparação 
da lesão originada pelo dano ambiental e, por decorrência, o retorno ao equilíbrio 
ecológico; Compensação ambiental: adota-se quando não há possibilidade da 
reparação in natura que incide na adoção de medidas equivalente à reparação em 
outro ambiente; Indenização: é a sanção civil, através do pagamento em espécie 
pelo dano causado, importante dizer que a reparação do dano ambiental é 
imprescritível. 
A Constituição Federal/88 dispõe que essa responsabilidade recai também 
as pessoas jurídicas de direito público ou privado. O quadro 1 traz uma classificação 
e a responsabilidade do dano ambiental para se ter uma visualização mais sucinta 
acerca desse assunto. 
 
Quadro 1 – Classificação e responsabilidade por dano ambiental 
DANO AMBIENTAL 
Classificação do dano 
ambiental 
a) Dano ambiental de reparabilidade direta; 
b) Dano ambiental de reparabilidade indireta; 
a) Dano ambiental patrimonial; 
b) Dano ambiental extrapatrimonial 
a) Dano ambiental ecológico; 
b) Dano ambiental lato sensu; 
c) Dano ambiental individual e coletivo. 
Responsabilidade objetiva a) Teoria do risco criado: admite excludente; 
b) Teoria do risco integral: não admite excludente 
Responsabilidade do Estado a) Dano ambiental provocado pelo próprio Poder Público ou 
por concessionária de serviço público: responsabilidade 
objetiva; 
b) Dano ambiental causado pela omissão do Poder Público 
no exercício do poder de polícia, responsabilidade 
subjetiva 
Reparação do dano 
ambiental 
a) Reparação in natura; 
b) Compensação ambiental; 
c) Indenização. 
Fonte: Oliveira (2010, p. 136) 
21 
 
Interessante destacar o que vem a ser reparação in natura, compensação 
ambiental e indenização. O autor acima citado diz que, a reparação in natura 
consiste na reparação do dano ambiental e, por conseguinte o equilíbrio ecológico; 
compensação ambiental, diz respeito a adotar medidas que permita reparar o dano 
em outro ambiente; a indenização, nada mais é que a sanção civil, por meio do 
pagamento em espécie pelo dano causado (MACHADO, 2000). 
 
4.4 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL 
 
No dia-a-dia das pessoas uma multiplicidade de atos são praticados, e, 
assim, se não se tomar certos cuidados esses atos podem acarretar danos a 
outrem. A esse respeito, as Leis brasileiras e as doutrinas restam claro que todo 
aquele que contribuir para lesionar algo ou alguém tem o dever de reparar ou 
compensar o lesionado, no intuito maior de garantir a ordem e o respeito para com a 
sociedade (COELHO, 2001). 
Desse modo, emerge ai o Direito, que por sua vez é regido por princípios 
quese procura a sua definição em Guerra e Guerra (2010) que diz, princípios são 
normas jurídicas que não possuem uma situação fática determinada, sendo que 
alguns estão positivados no Texto Constitucional e outros em leis esparsas. 
Mello (2008), trazendo o entendimento de princípios destaca que, estes 
compõem uma ordem nuclear de um sistema, real fundamento dele, dispositivo 
imperativo que se destaca sob diferentes regras compondo lhes a cerne e atuando 
como critério no sentido de compreensão e inteligência, precisamente porque define 
a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá 
sentido harmônico. 
Logo, de acordo com Carraza (2003), é o conhecimento dos princípios que 
preside a intelecção das diferentes partes componentes do todo unitário que há por 
nome sistema jurídico positivo em relação ao meio ambiente, vários são os 
princípios que o regem, passa-se a discorrer acerca de alguns desses princípios: 
 
4.4.1 Princípios do meio ambiente ecologicamente equilibrado 
 
Este princípio encontra-se plenamente resguardo pela Conferencia de 
Estocolmo, a Lei Maior do País e a ECO/92, no documento constitucional o art. 225 
22 
 
deixa claro que “todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”. Já 
o documento da ECO/92 em seu princípio primeiro diz que: “os seres humanos 
estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Tem direito 
a uma vida saudável e produtiva em harmonia com a natureza” (BRASIL, 1992). 
Por meio desse princípio pretende-se garantir em todas as vertentes os 
aspectos basilares a uma qualidade de vida sadia e a plena dignidade da pessoa 
humana. 
 
4.4.2 Princípio da prevenção e da precaução 
 
De acordo com Trennepohl (2009), o princípio da prevenção é aquele em que 
verifica, previamente, a dificuldade ou a impossibilidade da reparação ambiental. 
Consiste em coibir imediatamente algumas atividades, potencialmente poluidoras, 
em razão dos resultados danosos para o meio ambiente. Um importante mecanismo 
utilizado na prevenção é o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA/RIMA3), 
previsto no inciso IV, § 1º. Do art. 225 da Carta Magna/88. 
Em relação ao princípio da precaução é a prudência ou cautela para a 
intervenção, liberação ou plantio de substâncias de que ainda não se conheçam as 
consequências para o meio ambiente e a saúde humana. Faria, e Coutinho (2010, p. 
183) dizem que: “Tem-se utilizado o postulado da precaução quando se pretende 
evitar o risco mínimo ao meio ambiente, nos casos de incerteza científica acerca da 
sua degradação”. Deste modo, na medida em que houver dúvidas quanto à 
potencialidade do dano ao meio ambiente em relação a conduta a ser adotada, 
sobrevém o princípio da precaução a fim de prevenir o meio ambiente de um risco 
futuro. 
 
4.4.3 Princípio do desenvolvimento sustentável 
 
Este princípio versa sobre preservar as necessidades presentes, sem, 
contudo comprometer as possibilidades de gerações futuras atenderem suas 
próprias necessidades. Encontra-se respaldo jurídico no art. 2º caput da Lei da 
Política Nacional do Meio ambiente (Lei nº. 6.938/81). 
 
3 RIMA – Relatório de Impacto Ambiental 
23 
 
Em relação ao princípio do desenvolvimento sustentável, Oliveira (2010, p. 
43) citando a ADIn 3.540 do Supremo Tribunal Federal (STJ) aduz; 
 
O princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter 
eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador em 
compromissos internacionais assumidos pelo Estado Brasileiro e representa 
fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e os 
da ecologia [...]. 
 
Tendo por base o entendimento do STF, as defesas das atividades 
econômicas não devem comprometer o ambiente acerca dos produtos e serviços e 
os impactos que estas atividades podem vir a causar a um meio ambiente 
equilibrado e sustentável, compreende funções basilares não apenas dos entes 
governamentais, mas toda a sociedade, visto que o meio ambiente sustentável deve 
ser o objetivo precípuo para uma qualidade de vida mais saudável e, 
consequentemente mais qualificada e durável (MARTINS et al., 2001). 
 
4.4.4 Princípio do poluidor pagador 
 
 Segundo Trennepohl (2009), o princípio do poluídos pagador visa à tentativa 
de impor ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar o dano causado. Para 
ele o poluidor deve arcar com todos os ônus de seus atos, tendo em vista o custo da 
produção. Acerca desse princípio o autor em questão diz que: “O fundamento do 
princípio, portanto, é o ônus do custo econômico de toda a coletividade e repassá-lo 
ao particular que, de alguma forma, retira proveito do dano e das implicações que o 
meio ambiente sofrerá com o seu empreendimento”. (TRENNEPOHL, 2009, p. 56). 
Portanto, a finalidade do princípio do poluidor-pagador (PPP) é a de impedir 
riscos e responsabilizar o custo ambiental coletivo, em nome da privatização dos 
lucros advindos da exploração de alguma atividade que importe degradação 
(FIORILLO, 2009). 
Já o princípio do usuário pagador pode ser considerado um complementar 
do PPP, na medida em que este visa atender ao usuário, ou seja, conforme 
preceitua a Lei 6.938/81 art. 4º inciso VII: “ao usuário da contribuição pela utilização 
de recursos ambientais com fins econômicos”. Esse princípio valora 
economicamente os recursos naturais. Vale ressaltar que toda cobrança acerca de 
24 
 
bens ambientais deve ter previsão legal, demonstrando assim a relação com o 
princípio da legalidade. 
 
4.5 POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO AMBIENTAL 
 
As leis ambientais e políticas públicas no Brasil, em função da percepção 
surgida a partir da década de 70, quando a degradação aumentava de forma 
dramática, devido às maiores mobilizações sociais em torno das questões 
ambientais, passaram a ser tratadas pelo governo com o enfoque de assunto 
estratégico. As manifestações e críticas nacionais e internacionais que exigiam uma 
definição na política ambiental, receberam especial atenção, particularmente durante 
a elaboração da Constituição de 1988, resultando em um capítulo inteiramente 
dedicado às questões ambientais (SILVA, 2012). 
Efetivamente, houve a elaboração e implementação de políticas públicas com 
caráter marcadamente ambiental e com forte tendência descentralizadora. Para 
Godard (1997), as políticas públicas e as suas instituições, devem procurar 
organizar a cooperação entre as diversas atividades produtivas de um determinado 
local, a fim de desenvolver sinergias possíveis na utilização dos recursos e alcançar 
uma gestão global dos meios e dos equilíbrios naturais. 
De acordo com Cunha e Coelho (2003), é possível identificar, nitidamente, 
pelo menos três tipos de políticas ambientais: as regulatórias, as estruturadoras e as 
indutoras de comportamento. 
 Regulatórias - referem-se à “elaboração de legislação específica para 
estabelecer ou regulamentar norma e regras de uso e acesso ao ambiente natural e 
a seus recursos, bem como à criação de aparatos institucionais que garantam o 
cumprimento da lei”. Como alguns exemplos mais recentes: criação, em 1973, da 
Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA); Resolução sobre a obrigatoriedade 
do EIA/RIMA (1986); promulgação de leis dos crimes relativos aos agrotóxicos e à 
poluição (1989); criação da Secretaria do Meio Ambiente (1990) e do Ministério do 
Meio Ambiente e da Amazônia Legal (MMA) (1993); Promulgação da Lei dos Crimes 
Ambientais (1998); criação da Agência da Água (ANA) (2000) e do Sistema Nacional 
de Unidades de Conservação (SNUC) (2000); 
 Estruturadoras - tais políticas “implicam intervenção direta do poder 
público ou de organismos não-governamentais na proteção ao meio ambiente”. 
25 
 
Como exemplos: formulação da Política Nacional do Meio Ambiente (1981); 
elaboração da Política Nacional do Meio Ambiente edo Sistema de Licenciamento 
de Atividades Poluidoras (1981); formulação da Política Nacional do Meio Ambiente 
(1989); definição e criação de Áreas de Proteção Ambiental (APA) (criadas em 1981 
e regulamentadas em 1990); formulação da Política Nacional do Meio Ambiente e 
dos Recursos Hídricos (1999); e 
 Indutoras - refere-se “a ações que objetivam influenciar o comportamento 
de indivíduos ou grupos sociais, normalmente identificadas com a noção de 
desenvolvimento sustentável e são implementadas por meio de linhas especiais de 
financiamento ou de políticas fiscais e tributárias”. Dessa forma, representam 
iniciativas destinadas a otimizar a alocação de recursos, inviabilizando práticas 
capazes de resultar em degradação ambiental. Como exemplos: implantação de 
certificação ambiental (selo verde) e das ISOs (International Organization for 
Standardization), ISO 9000 e ISO 14000; construção da Agenda 21 Local/Regional 
(a partir de 1992); promoção de ações de educação ambiental, incentivos aos 
processos de gestão ambiental para a reversão de práticas agropecuárias (década 
de 1990). 
Recentemente, essas políticas têm promovido transformações em todos os 
segmentos da sociedade. Esta tem adotado uma postura diferenciada, exigindo das 
empresas maiores cuidados com o meio ambiente durante os processos de 
produção e comercialização, além de cobrar, do poder público, maior atuação nos 
seus fiscalização e monitoramento (CUNHA; COELHO, 2003). 
Porém, deve-se estar consciente, que o modelo estatal ou tecnocrata de 
regulação, quando não é acompanhado de políticas estruturadoras e indutoras, 
frente à carência de pessoal, fundos e equipamentos necessários para a execução 
dessas atividades, de fiscalização e monitoramento das regras de uso e acesso aos 
recursos naturais, estabelecidos por leis e decretos, particularmente nos países em 
desenvolvimento, por não possuírem bancos de dados com informações disponíveis 
às instituições públicas, além do seu elevado custo, impossibilitam o Estado de atuar 
de forma eficiente (TRENNEPOHL, 2009). 
Bernardes e Ferreira (2003) afirmam, que apesar da poluição estar piorando 
em algumas partes do mundo, as políticas públicas, influenciadas por movimentos 
ecológicos, vêm provocando algumas mudanças significativas de atitude, tais como: 
a) o estilo de vida da classe média ocidental está em transformação; b) o consumo 
26 
 
de produtos ecológicos cresce sistematicamente; c) o tamanho das famílias 
diminuiu; d) a economia doméstica de recursos é uma realidade; e) mundialmente, 
aumentam as implantações de reservas naturais e a preservação de áreas 
históricas; f) há um crescimento de agências governamentais (internacionais, 
nacionais e locais) relacionadas à questão ambiental; e g) aumento de leis 
ambientais. 
Para o Relatório de Conferência das Nações Unidas (1991), as políticas 
públicas devem constituir mais do que uma aspiração, “uma necessidade biológica 
para a própria manutenção dos sistemas naturais que tornam possível a vida”. 
Porém, impõe-se que o direcionamento seja na busca do desenvolvimento 
sustentável, necessitando que as atividades antrópicas pratiquem a exploração 
criteriosa dos recursos naturais, em face do reconhecimento que a humanidade 
atravessa um período de transição ecológica: em virtude dos modelos de produção e 
de desenvolvimento que priorizam o consumo e o desenvolvimento econômico, a 
sociedade mostra-se incapaz de enfrentar adequadamente os desafios dessa 
transição (BRASIL, 1991). 
Essa dificuldade pode ser entendida por meio do estudo de Cunha e Coelho 
(2003), onde explicitam que até meados da década de 1980, cabia ao Estado ditar, 
de forma centralizada, a política ambiental a ser seguida no Brasil. Somente a partir 
dessa época, o processo de formulação e implementação da política ambiental no 
país passou a ser, cada vez mais, produto da interação entre ideias, valores e 
estratégias de ação de atores sociais diversos, num campo marcado por 
contradições, alianças e conflitos que emergem da multiplicidade de interesses 
envolvidos com o problema da proteção do meio ambiente. 
 
4.5.1 Objetivos da gestão ambiental 
 
Para Bellia (1996), o objetivo básico da gestão, considerando a consciência 
de que os recursos naturais são finitos, é a obtenção dos maiores benefícios por 
meio da aplicação dos menores esforços. Dessa forma, o indivíduo, a comunidade e 
as empresas, buscam otimizar o uso dos recursos disponíveis, sejam eles de ordem 
financeira, material ou humana. Para GODARD (1997), a gestão de um sistema tem 
por objetivo assegurar seu bom funcionamento e seu melhor rendimento, mas 
também sua perenidade e seu desenvolvimento. 
27 
 
O SGA busca melhorar o desempenho ambiental e a operacionalização de 
uma organização, levando a empresa a adotar uma postura preventiva ao invés de 
corretiva. Dessa forma, são evitados os desperdícios, por meio da redução no uso 
de matéria-prima e da prática de reciclagem dos resíduos. Com essa medida, 
economizam-se recursos e a própria produção de resíduos, reduzindo os impactos 
ao meio ambiente (GESTÃO; NEGOCIO, 2003). 
A humanidade que vem se preocupando com os impactos do crescimento 
econômico sobre o meio ambiente, deve agora se preocupar com os impactos do 
desgaste ecológico sobre nossas perspectivas econômicas. Assim, o objetivo final 
da gestão ambiental é favorecer o desenvolvimento sustentável, garantindo que ele 
atenda às necessidades humanas atuais, sem o comprometimento das gerações 
futuras atenderem às suas (BRASIL, 1991). 
 
4.6 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO NORTEADORA PARA COMBATER A 
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL 
 
A educação ambiental cada vez mais assume um papel de transformação, em 
que se responsabiliza em tornar os indivíduos conscientes para desenvolver uma 
sociedade com sustentabilidade. Nesta seara, Guimarães apud Milaré (2009, p. 172) 
define educação ambiental como sendo: “transformações da sociedade m direção a 
novos paradigmas de justiça social e qualidade ambiental, e essa definição é antes 
de tudo uma proposta política pedagógica”. 
Logo, na visão de Milaré (2009), compreende-se, então, que a educação 
ambiental se faz condição imprescindível para modificar um cenário de crescente 
degradação socioambiental presenciada na sociedade contemporânea, pois o 
impacto dos humanos sobre o meio ambiente tem levado a consequências sem 
precedentes, isso tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. 
O educador sob esta nova concepção exerce uma função mediadora na 
construção de referenciais ambientais e, deve saber usá-los como mecanismo para 
o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza. A 
problemática da sustentabilidade assume neste novo século um papel central na 
reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se 
configuram (JACOBI, 2003). 
28 
 
A questão do desenvolvimento sustentável emerge para enfrentar a crise 
ecológica, tendo como crítica ambientalista ao estilo de vida contemporânea, e teve 
sua difusão com a Conferência de Estocolmo em 1972, em que os seus 
pressupostos têm como essência a sustentabilidade social, econômica e ecológica. 
Destacando os prejuízos da degradação ambiental, dentre as transformações 
mundiais dos últimos tempos e a crescente distinção entre as regiões adotam uma 
posição de destaque ao reforçar esquemas integradores. Convencionam assim, de 
um lado os impactos da crise econômica presenciados nos anos 80 e a necessidade 
de “repensar os paradigmas existentes; e de outro, o alarme dado pelos fenômenos 
de aquecimento global e a destruição da camada de ozônio, dentre outros 
problemas. Na Rio 92, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades” 
(JACOBI, 2003, p. 193-4). 
A degradação ambiental é um problema emergente e precisa ser combatido 
não apenas pela sociedade organizada, mas por todas as pessoas, visto que se a 
consciência não estiverintrínseca nas pessoas, as consequências serão mais 
desastrosas do que já se presencia atualmente. E como diz Meyer (1991), a 
degradação ambiental, mundialmente falando, tem inserido nas discussões ser 
necessária uma mudança de mentalidade e consciência, em que e busca novos 
valores através de uma ética regulamentadora. 
Essa consciência aponta para a necessidade de tornar ajustada a melhoria 
dos níveis e qualidade de vida aliada com a preservação ambiental. É preciso, pois 
oferecer uma resposta à necessidade de conciliar os processos ambientais com os 
socioeconômicos, maximizando a produção dos ecossistemas a fim de tornar 
possível um meio ambiente favorável às necessidades humanas presentes e futuras. 
(JACOBI, 2001). 
Sob esta ótica, Reigota (2001), a educação ambiental assinala para propostas 
pedagógicas conscientizadoras na qual engloba mudanças de comportamento, 
incremento de competências e, sobretudo habilidades de avaliação e participação 
efetiva dos educandos no sentido de estimular maior integração harmônica dos 
seres humanos com o meio ambiente. 
 
 
 
29 
 
4.6.1 A educação ambiental como ampliadora de consciência da sociedade-
educação 
 
O relacionamento envolvendo meio ambiente e educação para a cidadania 
adquirem um papel mais desafiador, exigindo emergencialmente novos saberes de 
aprendizado em que estão presentes os processos sociais que se completam e os 
riscos ambientais que se tornam mais intensificadores. 
Meyer (1991), diz que, no entanto, é preciso reconhecer que as instituições 
escolares não são os únicos locais de aprendizado, bem como, atentar que o 
processo educativo não tem seu inicio e nem tampouco se exaure no espaço 
escolar, torna-se imperativo haver um dialogo acerca dos conhecimentos que as 
pessoas possuem do ambiente, estudado informalmente e empiricamente em sua 
vivência e pratica social, levando-os a repensarem seus conhecimentos. Em suma, 
criar possibilidades para que estes formulem e expressem suas ideias e 
descobertas, elaborando os seus próprios enunciados e propostas. 
Contudo, não se deve jogar uma descarga de responsabilidades pela 
preservação do meio ambiente apenas na escola, pois como bem expressa Meyer 
(1991), a educação ambiental não é a solução que erradicará a degradação do meio 
ambiente, bem como educar os jovens sexualmente não fez com que se 
diminuíssem as adolescentes grávidas e nem tampouco a proliferação da AIDS. “A 
educação é um processo contínuo de aprendizagem de conhecimento e exercício 
da cidadania, capacitando o indivíduo para uma visão crítica da realidade e uma 
atuação consciente no espaço social” (MEYER, 1991, p. 41). 
Nas palavras de Meyer (1991), é possível dizer que a concretude de um 
modelo de um ecodesenvolvimento, somente atingirá o seu intento para minimizar e 
diminuir a degradação ambiental, na medida em que se buscar estabelecer outras 
relações sociais entre as pessoas, o universo e os demais seres vivos, onde os 
direitos humanos, a cidadania, a solidariedade e, sobretudo a ética seja o cerne 
dessas relações no sentido de respeitá-las e cumpri-las em toda a sua plenitude. 
O grande desafio que se apresenta é, pois, o de estabelecer uma educação 
ambiental com espírito crítico e inovador abrangendo dois níveis, quais sejam: em 
sua essência formal e informal. Portanto, a educação ambiental deve agir como um 
ato político tendo em vista a transformação social. O seu foco principal carece 
buscar uma perspectiva holística de ação, relacionando o homem, a natureza e o 
30 
 
universo, mesmo porque os recursos naturais não são ad aeternum e neste cenário 
devastador o único e senão o principal responsável pela sua degradação é o homem 
(COELHO, 2001). 
Neste sentido, conforme apontado por Coelho (2001), as políticas ambientais 
e os programas educativos devem contemplar a conscientização da crise ambiental 
que não raro, focaliza uma realidade incongruente que emana desigualdades, 
superando na maioria das vezes puramente a aplicação dos conhecimentos 
epistemológicos e tecnológicos disponíveis na contemporaneidade. 
 
4.7 OS IMPACTOS DA DEGRADAÇÃO NAS BACIAS HIDROGRÁFICAS 
 
 
É inegável admitir que, em sua grande maioria, os problemas relacionados 
com a erosão, volume e qualidade das águas nas bacias hidrográfica seriam 
resolvidos se a taxa de infiltração nos solos fosse maior. A importância da infiltração 
é possibilitar maior permanência da água na bacia hidrográfica (GUERRA, SILVA; 
BOTELHO, 2005). 
Essa infiltração permite que o ciclo hidrológico se complete. Como bem 
explica Botelho e Silva (2004, p. 167): “As alterações na paisagem, como, por 
exemplo, a retirada da floresta, impedem que a água da chuva sirva de suprimento 
para os vegetais, abasteça o lençol freático, recarregue os aquíferos e, finalmente, 
abasteça os cursos d’água durante a estação chuvosa”. A infiltração atua como um 
elemento conservador e inibidor para que a água siga o seu curso normal sem 
prejudicar o solo e, assim provocar erosão, por isso preservar as florestas e as 
matas ciliares em torno dos rios é imprescindível à preservação. 
Essa questão está clarividente na Constituição Federal de 1988, em seu art. 
20 que dispõe: 
 
Art. 20. São bens da União [...] 
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu 
domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros 
países, ou se estendam a territórios estrangeiros ou dele provenham, bem 
como os terrenos marginais e as praias fluviais. 
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: 
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e com 
depósito, ressalvadas nesse caso, na forma da lei, as decorrentes de obras 
da União. 
 
31 
 
Portanto, esses preceitos devem ser rigorosamente cumpridos, pois devido a 
escassez de água potável e a sua relevância no cenário brasileiro esta é 
fundamental para a sobrevivência dos seres humanos, seres vivos e o 
desenvolvimento sustentável. Um exemplo clássico de desobediência prejudicando 
os rios é destacado no por Oliveira (2010, p. 133), exemplo um rio que tem em seu 
curso inúmeras indústrias que lancem efluentes. Caso venha a ser saturado, com a 
perda de suas qualidades, “qualquer dessas indústrias poderá ser responsabilizada, 
se a necessidade de discutir causa ou concausas. O simples fato de lançar efluentes 
é suficiente para reparar-lhes a responsabilidade pela eventual saturação do rio”. 
Neste sentido, nasce aí a obrigação de restaurar, reparar ou recuperar o 
meio ambiente agredido, conforme ensina Machado (2000, p. 333). Quando, por 
exemplo, o lançamento de poluentes causa a morte de peixes num rio, seria 
inadequada uma indenização meramente monetária ao proprietário, seja o Poder 
Público ou o particular. Destarte, seria tarefa difícil estabelecer o montante a pagar. 
A reparação poderia, no caso, ser uma recomposição efetiva e direta do ambiente 
prejudicado. [...] A reparação também seria atribuir aos poluidores as despesas de 
purificação do ambiente agredido. 
Também a Política Nacional do Meio Ambiente Lei 6.938/81 entre seus 
objetivos prevê que o poluidor e o predador têm a obrigação de recuperar e/ou 
indenizar os danos causados ao meio ambiente, independentemente se houver 
culpa ou não (Art. 4º, VII, § 1º). 
Seria relevante que o Município, ao planejar seu desenvolvimento, leve em 
conta sua capacidade de receber rejeitos de outros municípios, como faça uma 
avaliação de sua própria capacidade de tratar os rejeitos de seus munícipes. O 
crescimento de um Município não pode ser sem limites. A própria natureza, isto é, a 
realidade geológica, geográfica, climatológica, hidrológica, como a biota do 
Município, é que indica o número aceitável de pessoas que poderão utilizar-se, de 
um modo sustentado, de seus recursos naturais (MACHADO, 2000). 
Portanto, diz ainda o art. 30 da Constituição Federal que, “compete aosMunicípios [...] VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, 
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo 
urbano”. Verifica-se ai a competência municipal em preservar e ordenar a ocupação 
territorial sem, contudo, degradar o meio ambiente. 
32 
 
No sentido de fiscalizar e minimizar os piores efeitos que a devastação 
possa trazer a humanidade, no Brasil, criou-se o Conselho Nacional de Recursos 
Híbridos (Lei nº. 9.433/97 e regulamentado pelo Decreto nº 4.613 de 11 de março de 
2003) que visa coordenar a política e o sistema nacional de recursos híbridos. 
No tocante a agência reguladora a Agência Nacional de Águas (ANA), criada 
pela Lei nº. 9984 de 1 de junho de 2000, é o órgão responsável pela implementação 
da Política Nacional de Recursos Híbridos e como evidenciam Botelho e Silva (2004, 
p. 184): “implantando o sistema de gerenciamento do uso das águas nos rios cujas 
bacias estejam localizadas em mais de um estado da Federação [...]. Para os rios de 
domínio estaduais devem ser constituídos conselhos estaduais”. 
Percebe-se, assim, que a questão do saneamento básico, envolvendo 
tratamento de água, coleta e tratamento de esgoto, adequação e manutenção do 
sistema de drenagem urbana e coleta, e disposição final do lixo e limpeza urbana 
exerce papel relevante nas áreas urbanas, seja na manutenção dos recursos 
naturais e do sistema físico-biótico ou na manutenção da qualidade de vida das 
comunidades, ou seja, no equilíbrio ambiental, no seu mais amplo sentido 
(GUERRA; SILVA; BOTELHO, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Após o estudo das teorias relacionados à degradação ambiental, observou-
se que as ações do homem em busca do progresso e/ou interesses pessoais do 
momento não se preocupam com a coletividade e da sua própria existência, visto 
que não procuram preservar o próprio ambiente onde vive, colocando em primeiro 
plano, questões econômicas em detrimento da conservação do meio ambiente 
saudável. 
É do conhecimento de todos que ações irresponsáveis na natureza 
prejudicam cada vez mais a destruição dos recursos naturais tais como: o ar puro, a 
água potável, a massa vegetal, os recursos não renováveis, entre outros igualmente 
importantes e que compõem a qualidade ambiental e de vida no planeta Terra. 
Percebeu-se também que apesar da existência de leis a respeito da preservação do 
ambiente, as pessoas não a respeitam, quiçá em virtude da falta de fiscalização do 
Estado e aplicação de sanções. 
No que tange à degradação ambiental que prejudica sobremaneira a própria 
sobrevivência do planeta, é preciso que haja medidas protetivas das áreas que 
ainda estão conservados e a recuperação daquelas que já se encontram 
prejudicados, constituem alternativas para a conservação da água que ainda existe. 
Portanto, havendo a proteção e preservação da floresta nativa certamente 
ter-se-ia um ambiente mais puro e com qualidade de vida. Necessita-se também, ter 
cuidados com o solo, no sentido de que não haja a erosão, essa preocupação deve 
ser estendida e direcionada para áreas de proteção ambiental como as áreas de 
mata ciliar, que exercem extrema importância, não somente às bacias hidrográficas, 
mas, sobretudo para a manutenção da biodiversidade dos ecossistemas. 
Neste sentido, essas considerações advertem que o processo de 
desenvolvimento econômico também apresenta seus custos sociais e que eles 
precisam ser contidos, como qualquer custo, sob pena de se inviabilizar o próprio 
desenvolvimento, como também prejudicar consideravelmente a qualidade de vida 
do ser humano. 
 
 
 
34 
 
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