Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gestão de Resíduos Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Nilza Maria Coradi de Araújo Revisão Técnica: Prof.ª Dr.ª Marjolly Priscilla Bais Shinzato Revisão Textual: Prof.ª Me. Selma Aparecida Cesarin Práticas de Gestão de Resíduos 5 • Introdução • Metodologia para o gerenciamento dos resíduos • A Reciclagem pelo Mundo • Considerações Finais · Nesta Unidade, temos como objetivo compreender como são realizados os processos de reciclagem de materiais como: papel, plásticos, aço, alumínio, vidro e embalagens tetra pak. Vamos conhecer melhor a prática dos 3Rs – reduzir, reutilizar e reciclar. Nesta Unidade, vamos conhecer a principal prática adotada no gerenciamento de resíduos sólidos que são os 3Rs – reduzir, reutilizar e reciclar. Também vamos comparar o gerenciamento de resíduos na Alemanha e em algumas cidades brasileiras que conseguiram implantar a coleta seletiva. Vamos verificar os dados de reciclagem sobre os principais materiais recicláveis, que são papel, plástico, aço, alumínio, vidro e embalagem tetra pak. Vamos aproveitar para conhecer melhor o processo de reciclagem destes materiais e alternativas de reciclagem para alguns deles. Fique atento às atividades propostas e aos prazos de realização e de entrega. Não deixe de participar de nosso Fórum de Discussões. Convite à leitura: leia cada aula, faça anotações e, se necessário, pesquise outros materiais além do que é fornecido. Práticas de Gestão de Resíduos 6 Unidade: Práticas de Gestão de Resíduos Contextualização A principal prática atualmente adotada para o gerenciamento dos resíduos sólidos é o con- ceito dos 3Rs – reduzir, reutilizar e reciclar, sendo que se prioriza buscar reduzir o consumo de embalagens, além de reutilizá-las para outros fi ns. A reciclagem é o principal processo que permite conservar os recursos naturais utilizados como matérias-primas dos produtos, além de prolongar a vida útil dos aterros sanitários. Muitos municípios estão buscando por alternativas como a PPP que é a Participação Público- -Privada para contornar os altos custos dos programas de coleta seletiva de materiais recicláveis. Hoje, a coleta seletiva alcança quase 20% dos municípios brasileiros. Em contrapartida, o alumínio no Brasil é reciclado em quase 98%. Os materiais como papel, plásticos, aço, vidro e embalagem tetra pak também são signifi cativamente reciclados. Para aumentar a participação nos processos de coleta seletiva é importante aumentar os pontos de coleta destes materiais e conscientizar a população sobre a importância disso. 7 Introdução Abordaremos as principais metodologias e práticas para a gestão dos resíduos. Vamos entender melhor a metodologia dos 3Rs – Reduzir, Reutilizar e Reciclar, e como podemos praticá-la no nosso dia a dia. Vamos acompanhar como o processo da Reciclagem está evoluindo ao longo dos anos no Brasil, por meio de dados de coleta seletiva e reciclagem do papel, alumínio, vidro, aço, plásticos e tetra pak. Aproveitando o processo de reciclagem e coleta seletiva, vamos conhecer como podem ser gerenciados os resíduos urbanos dos municípios, comparando a metodologia de tratamento de resíduos adotada na Alemanha e como está o processo de coleta seletiva em algumas cidades brasileiras. Vamos aprofundar sobre como é o processo de reciclagem do papel, plásticos, aço, alumínio, vidro e tetra pak. Metodologia para o gerenciamento dos resíduos Programa 3Rs A principal metodologia estabelecida e utilizada mundialmente para tentarmos minimizar os impactos ambientais gerados pelo lixo é o princípio dos 3Rs – Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Reduzir O primeiro R – Reduzir vem do conceito de reduzir a geração de resíduos. E como podemos fazer isso se os produtos que compramos vêm com uma quantidade cada vez maior de embalagens dos mais variados tipos de materiais? Podemos praticar o primeiro R que é reduzir, mudando nossa conduta. Quando vamos comprar produtos, procurar por produtos que apresentem menos embalagens. Quando vamos a uma loja, podemos pedir para embrulhar para presente, caso seja realmente para presente! Se comprarmos mais de um item na loja, podemos aceitar que sejam colocados na mesma sacola. Podemos tentar usar menos sacolas. Levarmos sacolas retornáveis para fazer as compras. E os descartáveis? É necessário mesmo que usemos tantos descartáveis? Será que não podemos encher a garrafi nha de água algumas vezes ao dia ao invés de usar tantos copinhos descartáveis? Reduzir a geração de resíduos não quer dizer que devemos reduzir o consumo, mas termos um consumo mais consciente! Procurar por produtos que tenham embalagens fáceis de reciclar ou com poucas embalagens. Devemos ter a consciência sobre cada resíduo que geramos ao longo do dia. Consumo Consciente: https://youtu.be/h-SJQalRAng 8 Unidade: Práticas de Gestão de Resíduos Reutilizar O segundo R – Reutilizar está embasado no conceito de reutilizar os produtos que compramos para outras situações, como, por exemplo, as sacolas plásticas disponibilizadas pelas redes de supermercados e outras lojas podem ser utilizadas para colocar o lixo gerado em casa. Sacolas de papelão que ganhamos quando compramos roupas ou outros objetos também podem ser reutilizadas. Será que o conceito de retornável não poderia estar empregado nesse R também? Quando retornamos vasilhames de bebidas, por exemplo, estamos reutilizando um vasilhame mais de uma vez. Reciclar A Reciclagem é a última etapa do programa 3Rs. Ela está relacionada ao conceito de ciclo de vida do produto, quando ele pode passar novamente pelo processo de industrialização e ser colocado novamente no mercado. Quase todos os materiais são passíveis de reciclagem e se não conseguem ser reprocessados no mesmo produto que antes, podem ser reprocessados em outros tipos de produtos. Por exemplo, o papel é o produto que mais se recicla, mas o vidro, os metais, os plásticos, quase todos os materiais podem ser reciclados. Existe um padrão mundial de cores da coleta seletiva, que é: Fonte: iStock/Getty Images Vermelho Pláticos Verde Vidro Azul Papel Amarelo Metais 9 É por meio da coleta seletiva que podemos desencadear o processo de reciclagem, pois os produtos fi nais que podem ser reciclados não precisam ser misturados aos resíduos orgânicos (resíduos de cozinha e banheiro). Quando separamos os resíduos ao menos em dois recipientes, sendo um para resíduos orgânicos e outro para resíduos recicláveis, já estamos contribuindo muito com o processo. A mistura de resíduos orgânicos aos resíduos recicláveis diminui o valor agregado deste. Mas existem resíduos que não são recicláveis como alguns tipos de plásticos e embalagens. Porém, a tecnologia de reciclagem permite, atualmente, reciclar até as famosas embalagens tetra pak compostas por papel, alumínio e plástico. A empresa Tetra Pak disponibiliza em seu site um link que permite localizar todos os pontos de coleta das embalagens tetra pak em cada cidade do Brasil. Confira no link a seguir, o ponto de coleta destas embalagens no município em que você mora: http://www.rotadareciclagem.com.br/index.html O conceito de reciclagem é o mais antigo dos 3Rs, pois o homem sempre buscou reciclar materiais produzindo outros. O exemplo mais comum é o papel. No Brasil, em 1992 foi criado o CEMPRE – Compromisso Empresarial para a Reciclagem, com a ideia de estruturar o processo de reciclagem no Brasil, envolvendo a comunidade, o governo e as empresas. Desde 1994, o CEMPRE coleta e divulga dados referentes à coleta seletiva no Brasil. No site do CEMPRE, é possível acessar esses indicadores desde 1994: www.cempre.org.br Conforme dados do CEMPRE, em 2014, 927 municípios brasileiros operaram programas de coleta seletiva. O gráfico a seguir mostra essa evolução desde 1994: Municípios com coleta seletiva no Brasil 81 1994 1999 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 135 192 237 327 405 443 766 927 Fonte: cempre.org.br 10 Unidade:Práticas de Gestão de Resíduos Veja que em 1994 apenas 81 municípios tinham programas de coleta seletiva dos aproximadamente 4.491 municípios existentes, o que correspondia a aproximadamente 2% dos municípios. Vinte anos depois, esse indicador cresceu quase 10 vezes, apresentando 927 municípios com coleta seletiva dos 5.570 municípios existentes no Brasil, o que corresponde a 17% de abrangência dos programas de coleta seletiva. Mas o custo da coleta seletiva ainda é alto comparado ao custo da coleta normal. Conforme dados do CEMPRE, o custo médio da coleta seletiva nas cidades pesquisadas em 2014 foi de US$ 195,23 por tonelada (ou R$ 439,26) com o dólar a R$ 2,25. Este custo da coleta seletiva é alto porque a forma como foi implementado não é boa, quando o programa de coleta seletiva é bom, a adesão da comunidade é expressiva e o valor de arrecação supera o valor gasto na operação da coleta seletiva. Já o valor médio da coleta regular de lixo é de US$ 42,22 (R$ 95,00) por tonelada de lixo. Isso mostra que o custo da coleta seletiva foi 4,6 vezes maior que o custo da coleta convencional por tonelada de lixo. No entanto, este custo pode baixar dependendo do quanto os municípios irão investir na questão da reciclagem. A reciclagem é o último R. Antes, precisamos pensar nos dois primeiros Rs que são reduzir e reutilizar. Mas, é fato que sempre iremos gerar resíduos e caso os municípios não pensem no planejamento da gestão dos resíduos sólidos, provavelmente, fi carão sem as verbas da união destinadas a esta questão conforme a Lei 12.305/10. Esta lei obriga a elaboração de programa de gerenciamento dos resíduos sólidos por todos os municípios brasileiros. Esse programa deve considerar a questão da coleta seletiva e a reciclagem. Para que a população do município participe da coleta seletiva, é necessário que esta seja amplamente divulgada e condições sejam oferecidas. Por exemplo, caso o município não disponha de coleta diferenciada, ou não implante pontos estratégicos de coleta seletiva, os moradores não conseguirão praticar muito a separação dos resíduos gerados, pois não conseguirão destinar corretamente. Os programas de coleta seletiva devem ser feitos em parceria com a população, por meio de campanhas de conscientização, principalmente, veiculadas nas escolas, pois quando as crianças entendem algo, elas rapidamente aplicam e condicionam os adultos próximos a executarem também. Muitos municípios dispõem de Pontos de Entrega Voluntária – PEV, que são locais onde se pode deixar os resíduos recicláveis. Destes pontos, os materiais são separados e encaminhados para os processos de reciclagem. 11 A Reciclagem pelo Mundo Alemanha A Alemanha é pioneira e líder quando falamos de reciclagem. Segundo estudo do Programa Cidades Sustentáveis, a política de gerenciamento dos resíduos na Alemanha está sustentada nas seguintes etapas: 1 Prevenção: Que pode ser entendida como a redução dos 3Rs, que seria reduzir ao máximo a geração de resíduos; 2 Recuperação Primária: Que podemos entender como o segundo R dos 3Rs que seria a reutilização; 3 Recuperação Secundária: Que seria o terceiro R dos 3Rs referente à reciclagem do produto; 4 Recuperação Terciária Disposição alternativa: priorizando a destinação para a produção de energia e outros processos de recuperação dos materiais; 5 Disposição fi nal em aterros que seria a última opção para os resíduos. Ainda conforme este estudo, em 2011, 63% dos resíduos sólidos urbanos foram recuperados, sendo 45% reciclados e 18% por compostagem. Brasil No Brasil, a prática da reciclagem está começando a se tornar mais efetiva após a Lei 12.305, de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e que tem como uma das práticas de gerenciamento dos resíduos a coleta seletiva. Como exemplos no Brasil, temos o caso de Londrina no estado do Paraná, que iniciou o programa de coleta seletiva em 1996. Em 2001, por meio de um programa municipal, todos os catadores formaram cooperativas e associações. O programa teve o apoio da prefeitura, que atuou na fonte, divulgando o programa e apoiando tecnicamente os catadores de lixo para se organizarem. Veja que a prefeitura deve desempenhar um papel importante para que o programa vingue e se solidifi que. Dois outros exemplos de cidades no estado de São Paulo são as cidades de São Bernardo do Campo e de Itu. A cidade de São Bernardo do Campo, localizada na Região Metropolitana de São Paulo, por meio de uma Parceria Público-Privada – PPP, implantou programa de coleta seletiva e também um incinerador para gerar energia. Itu, cidade turística localizada no interior do estado de São Paulo, também por uma PPP – Parceria Público-Privada, implantou contêineres em vários pontos da cidade para receber resíduos recicláveis. 12 Unidade: Práticas de Gestão de Resíduos Assim, a prefeitura não precisa mais coletar o resíduos recicláveis de porta em porta, o que é um processo oneroso, e a população participa levando os resíduos até os contêineres. Os municípios brasileiros alegam que o maior problema para a implantação da coleta seletiva são os custos para a coleta dos materiais nos domicílios. Mas, esse problema pode ser resolvido como o município de Itu resolveu, com os contêineres instalados por uma empresa privada que faz a coleta e destina para as empresas de papel, plástico, alumínio e tem o retorno do investimento. Quando o processo da coleta seletiva é dividido entre administração pública, cooperativas e o comprometimento da população, torna-se viável em qualquer município. Porém o poder público deve investir, principalmente, na educação ambiental, conscientizando a população sobre como participar do programa. A reciclagem dos recicláveis Sabemos que muitos materiais são recicláveis, mas como são esses processos após esses materiais serem separados pelas cooperativas e centros de triagem? Vamos conhecer a reciclagem do papel, do alumínio, do vidro, do plástico, do aço e das embalagens de Tetra Pak. O gráfi co a seguir mostra a evolução da quantidade desses materiais reciclados entre os anos de 1993 a 2008. Podemos ver que de todos esses materiais, o alumínio foi o material mais reciclado. Essa porcentagem pode ser melhorada, se houver participação maior da sociedade quanto às práticas de coleta seletiva, acompanhadas de programas de conscientização ambiental implantados pela administração pública. 91,5% Latas de alumínio Proporção de material reciclado em atividades industriais selecionadas Brasil - 1993-2008 Embalagens PET Vidro Papel Embalagens longa vida Latas de aço 100 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 54,8% 47,0% 46,5% 43,7% 26,6% Fonte: ABAL, Bracelpa, Abividro, Abipet, Abeaço, ABLV, Cempre 13 Papel Agora vamos abordar a reciclagem do papel, que é um dos materiais mais antigos que reciclamos. O processo de reciclagem do papel se inicia nos pontos de triagem e cooperativas que fazem fardos com os papéis conforme o tipo destes que podem ser papel ou papelão e enviam para as indústrias de papel e celulose. Outros segmentos como indústrias que fabricam caixas de ovos também utilizam papel vindo da coleta seletiva. O processo nas indústrias é o seguinte: os fardos de papéis são abertos e jogados com água em um equipamento, o hidrapulper, que funciona como um grande liquidifi cador, onde os papéis são transformados numa pasta de celulose. Essa pasta é então jogada numa peneira que retém impurezas como plásticos, arames, ferros, entre outros. Esta pasta de celulose ainda passa por mais alguns processos de retenção de impurezas e depois segue para os tanques de branqueamento para então serem feitos os vários tipos de papéis. A fi gura a seguir mostra a sequência do processo de reciclagem do papel. Fonte: comosefaz.eu Conforme dados da BRACELPA – Associação Brasileira de Celulose e Papel, em 2011, o consumo de papelno Brasil foi em torno de 9,6 milhões de toneladas de papel e a recuperação de aparas foi em torno de 4,4 milhões de toneladas. Isso quer dizer que apesar da coleta seletiva chegar a menos de 20% dos municípios brasileiros, a reciclagem do papel quase chega à metade do que é produzido. Se contarmos a quantidade de papel produzida que não é descartada, essa relação é ainda melhor. 14 Unidade: Práticas de Gestão de Resíduos Alumínio O alumínio é um material que pode ser reciclado infi nitas vezes sem perder sua propriedade. O Brasil é campeão mundial na reciclagem de alumínio, conforme dados da ABAL – Associação Brasileira do Alumínio, sendo que reciclou em 2011, 97,9% de todas as latas de alumínio. Esse alto índice pode ser explicado devido ao retorno fi nanceiro signifi cativo do alumínio quando vendido pelos sucateiros em comparação aos outros materiais recicláveis. As empresas LATASA e Novelis são as principais empresas de reciclagem de latas de Alumínio no Brasil. A Latasa foi fundada em 1991, no estado de São Paulo, sendo a pioneira no setor de reciclagem de alumínio integrando as etapas de coleta e fundição. A Latasa atua no Brasil em 22 pontos de coleta distribuídos em 13 estados. O vídeo institucional a seguir, da Latasa, resume o processo de coleta e fundição do Alumínio. Vídeo Institucional – Mar/13 https://www.youtube.com/watch?v=OxqUUhOtKfo Na fi gura a seguir, é possível ver o ciclo da produção do alumínio com o início da exploração da bauxita e depois com a entrada das latas de alumínio coletadas, criando um ciclo de vida infi nito do alumínio. A reciclagem do alumínio ajuda a preservar os depósitos de bauxita existentes e aumentar a vida útil dos aterros sanitários. Fonte: novelis.com 15 Aço O aço, assim, como o alumínio, permite sua reciclagem inúmeras vezes. A reciclagem do aço reduz a exploração de minério e aumenta a vida útil dos aterros. A fi gura a seguir demonstra o processo de produção do aço a partir da exploração do minério e da reciclagem de sucatas. Fonte: acobrasil.org.br Vidro O vidro é um dos materiais mais antigos que o homem descobriu. Há registros da existência do vidro de pelo menos 4.000 a.C. Assim como o alumínio, o vidro é infi nitamente reciclável, além de não se perder material no processo de reciclagem, ou seja, a quantidade de vidro a ser reciclada é a mesma depois da reciclagem. A fi gura a seguir mostra o processo cíclico de reciclagem do vidro. 16 Unidade: Práticas de Gestão de Resíduos Limpeza e seleção Caco Ciclo in�nito do vidro Matérias- primas Fabricação Envase Embalagem Distribuição Consumo Coleta Fonte: Adaptado de abividro.org.br Segundo dados da CEBRACE, empresa multinacional de vidros, a matéria-prima do vidro é a areia, com aproximadamente 72% de sílica, 14% de sódio, 9% de cálcio, 4% de magnésio, 0,7% de alumínio e 0,3% de potássio. Para obter os vidros coloridos, são adicionados ao processo corantes como o Selênio (Se), óxido de ferro e cobalto para obter as diferentes cores de vidros, mas que normalmente se apresentam em transparente, verde e âmbar. 17 A fi gura a seguir mostra de forma esquemática os componentes do vidro com seu percentual. Fonte: cristalpremium.com.br O vídeo a seguir detalha melhor o processo da reciclagem do vidro. Reciclagem de vidro em São Paulo - Jornal Futura - Canal Futura https://www.youtube.com/watch?v=5o9pYIXmyjE Plásticos Os plásticos entraram na vida dos consumidores no século passado, e foram ganhando cada vez mais espaço, principalmente sendo utilizados nas inúmeras embalagens existentes. Há uma variedade grande de plásticos, sendo que praticamente quase todos são passíveis de reciclagem. 18 Unidade: Práticas de Gestão de Resíduos A tabela a seguir mostra os tipos de plásticos e os possíveis produtos nos quais são transformados a partir da reciclagem: Tipos de Plásticos Símbolo Produtos Produtos reciclados PET – Polietileno tereftalato ou politereftalato de etileno 1 PET Garrafas de refrigerantes e água, garrafas de detergentes, embalagens de produtos de limpeza, embalagens de cosméticos. Fibra de carpete, tecido, vassoura, embalagem de produtos de limpeza. PEAD – Polietileno de alta densidade 2 PEAD Composição de engradados de bebidas, embalagens rígidas para equipamentos, baldes, tambores, autopeças, sacolas plásticas, embalagens de cosméticos. Frascos para produtos de limpeza, embalagens de óleos lubri� cantes, tubulações de esgoto, conduítes. PVC – Cloreto de polivinila 3 PVC Comum em tubos e conexões e garrafas para água mineral e mangueiras. Mangueiras, tubulações de esgoto, cones para sinalização de trânsito, tubos em geral. PEBD – Polietileno de baixa densidade 4 PEBD Usado em embalagens de alimentos, � lmes plásticos, sacos plásticos pretos de lixo. Filmes plásticos, sacos para lixo. PP – Polipropileno 5 PP Compõe embalagens de massas e biscoitos, potes de margarina, utilidades domésticas e embalagens de salgadinhos. Caixas e cabos de baterias, vassouras, escovas, caixas e bandejas em geral. PS – Poliestireno 6 PS Utilizado na fabricação de eletrodomésticos e copos descartáveis. Placas para isolamento térmico, bandejas. O processo mais usual de reciclagem do plástico é o mecânico, considerada reciclagem mecânica, mas o plástico também pode ser transformado quimicamente em outros produtos por meio da reciclagem química ou ser incinerado gerando energia pela combustão, considerada reciclagem energética. 19 Vamos focar na reciclagem mecânica, exempli� cada na � gura a seguir: Fonte: alpambiental.com.br A reciclagem mecânica é dividida em 4 etapas: 1 Separação Dos diferentes tipos de plásticos; 2 Moagem Quando são triturados em pequenas partes; 3 Lavagem e aglutinação Quando, após a lavagem, passam por um equipamento que provoca a secagem e aglutinação do material que se transforma numa massa plástica (nesse momento também pode ser incorporado o pigmento no processo); 4 Extrusão Quando a massa plástica é fundida, tornando- se homogênea, na forma de tubos que são resfriados. Esses tubos, na forma de espaguete, são cortados em grãos pellets, num equipamento chamado granulador. Embalagem Tetra Pak As embalagens tetra pak foram um avanço na tecnologia para a conservação de alimentos. Elas começaram a ser pesquisadas nos anos 40 pelo Dr. Ruben Rausing, fundador da empresa sueca Tetra Pak. 20 Unidade: Práticas de Gestão de Resíduos A ideia era uma embalagem higiênica que pudesse ser mais bem estocada e que garantisse a conservação do alimento. A inovação foi tão efi ciente que rapidamente foi sendo levada para todos os países. Porém, essa embalagem se tornou inimiga do meio ambiente, pois ela é composta por 6 camadas alternadas de papel, alumínio e polietileno que, em conjunto, demandam longo tempo de decomposição. Esse foi um desafi o para a empresa Tetra Pak que buscou alternativas para a reciclagem de suas embalagens, sendo que, atualmente, há dois processos. Um deles é a separação do papel, do plástico e do alumínio, que podem ser reciclados separadamente em novos produtos de papel, plástico e alumínio e a alternativa é somente a separação do papel, sendo que o plástico e o alumínio são prensado, formando chapas parecidas com compensado de madeira que podem ser usadas para a fabricação de móveis, divisórias e telhas. O vídeo a seguir mostra como pode ser reciclado o material das embalagens tetra pak produzindo telhas. Reciclagem de Tetra Pak - Momento Ambiental https://www.youtube.com/watch?v=IZHJ-oGOeaw. 21 Considerações Finais A destinação dos resíduos sempre foi um desafi o para o homem devido, principalmente, à sua quantidade e características. Podemos dizer que, atualmente, na nossa sociedade, a reciclagem ainda é a forma mais abrangente de amenizar esse impacto. Porém, a reciclagem só é efi ciente quando consegue abranger um percentual signifi cativo dos materiais descartados. Para quea reciclagem consiga absorver uma porcentagem alta de materiais descartados é necessário que esses materiais sigam para os processos de reciclagem ao contrário do caminho dos aterros e, infelizmente, ainda de muitos lixões existentes no país. Para que este material seja encaminhado à reciclagem é preciso que toda a população participe dos programas de coleta seletiva que consistem em dispor os materiais recicláveis em pontos específi cos de coleta deste material. Infelizmente, a reciclagem precisa ser melhor praticada pela população que, por vezes, nem tem acesso a programas de reciclagem. O poder público, em conjunto com as grandes empresas, precisa se engajar em promover a coleta seletiva nos municípios e não simplesmente dispor da coleta de lixo e depois lançar todo o resíduo nos lixões. A população, por sua vez, precisa participar dos programas e buscar pontos de coleta; separar os materiais em casa e enviar os recicláveis para os pontos de recebimento, ajudando, assim, com sua parcela de ação na melhoria do meio ambiente. 10 formas de poluir menos o planeta Terra: https://youtu.be/4bcBifYGLgk 22 Unidade: Práticas de Gestão de Resíduos Material Complementar Para aprofundar seus conhecimentos, consulte: Vídeos: Vídeo Institucional – Mar/13 https://www.youtube.com/watch?v=OxqUUhOtKfo; Reciclagem de vidro em São Paulo – Jornal Futura – Canal Futura https://www.youtube.com/watch?v=5o9pYIXmyjE; Reciclagem de Tetra Pak – Momento Ambiental https://www.youtube.com/watch?v=IZHJ-oGOeaw Sites: Visite os seguintes sites: Onde reciclar embalagens Longa Vida (Tetra Pak) e outros materiais http://www.rotadareciclagem.com.br/index.html; Compromisso Empresarial para Reciclagem www.cempre.org.br Radiografando a Coleta Seletiva http://cempre.org.br/ciclosoft/id/2; 23 Referências A CIDADE de Londrina conseguiu aliar coleta seletiva com responsabilidade social empresarial. Programa Cidades Sustentáveis. Disponível em: http://www.cidadessustentaveis.org.br/ boas-pr%C3%A1ticas/coleta-seletiva-com-responsabilidade-social-0. Acesso em: maio 2015. ABAL. Associação Brasileira do Alumínio. Disponível em: http://www.abal.org.br/. Acesso em: maio 2015. ABIVIDRO. Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro. Disponível em: http://www.abividro.org.br/. Acesso em: maio 2015. AMBIENTE Brasil. Reciclagem de Plásticos. Disponível em: http://ambientes.ambientebrasil. com.br/residuos/reciclagem/reciclagem_de_plastico.html. Acesso em: maio 2015. BRACELPA. Associação Brasileira de Celulose e Papel. Disponível em: http://bracelpa. org.br/bra2/index.php. Acesso em: maio 2015. CEBRACE. Cristal Plano Ltda. Disponível em: http://www.cebrace.com.br/v2/. Acesso em: maio 2015. CEMPRE Review. Compromisso Empresarial para a Reciclagem. São Paulo, 2013. ______. Compromisso Empresarial para a Reciclagem. Disponível em: http://www.cempre. org.br/. Acesso em: maio 2015. GESTÃO de Resíduos Sólidos na Alemanha. Programa Cidades Sustentáveis. Disponível em: http://www.cidadessustentaveis.org.br/boas-pr%C3%A1ticas/gest%C3%A3o-de- res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos-na-alemanha. Acesso em: maio 2015. GIRARDI, G. Bons exemplos de gestão de resíduos estão surgindo no Brasil. O Estado de São Paulo. Maio, 2014. Disponível em: http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/ geral,bons-exemplos-na-gestao-dos-residuos-estao-surgindo-no-brasil-imp-,1171624. Acesso em: maio 2015. TETRA Pak Brasil. Reciclagem. Disponível em: http://www.tetrapak.com/br/reciclagem/ ciclo-de-vida-da-embalagem/reciclagem. Acesso em: maio 2015. 24 Unidade: Práticas de Gestão de Resíduos Anotações
Compartilhar