Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Funções metabólicas O Hialoplasma Também chamado citoplasma fundamental ou ciclosol. Trata-se de um material viscoso, amorfo, no qual ficam mergulhados os orgânulos. Quimicamente, o hialoplasma é formado por água e moléculas de proteína, formando uma dispersão que os químicos denominam colóide. A abundância de água no hialoplasma facilita a distribuição de substâncias por difusão, como também a ocorrência de inúmeras reações químicas. Em algumas células vivas observadas ao microscópio óptico, percebe-se que a região mais externa do hialoplasma (ectoplasma) é bastante viscosa (citogel). A parte interna (endoplasma) já é mais fluida (citosol). Certos movimentos do hialoplasma podem ser observados em células vivas, envolvendo principalmente o endoplasma: a) Ciclose A ciclose pode ser facilmente observada em células vivas, especialmente em células vegetais; trata-se de uma corrente citoplasmática que afeta o endoplasma. A velocidade da ciclose é aumentada pela elevação da temperatura e pela luz. Anestésico, temperaturas baixas e ausência de oxigênio são fatores que retardam ou até anulam o movimento. b) Movimento amebóide Em certas células as correntes citoplasmáticas são orientadas de tal maneira que elas resultam na locomoção da própria célula por meio de pseudópodos. Esse fenômeno é comum em amebas e leucócitos. Leia a descrição a seguir, observando simultaneamente a figura. O endoplasma flui na direção do movimento; ao chegar na extremidade anterior, ele torna-se mais viscoso e se agrega às "paredes" de ectoplasma já existentes, então o ectoplasma "cresce" na parte interior. Na extremidade posterior, ocorre o oposto: o ectoplasma (viscoso) transforma-se em endoplasma que flui para frente. Então, na extremidade posterior, a parede de ectoplasma diminui constantemente. Em conclusão, a célula se move por meio de um fluxo de endoplasma, enviado pela extremidade posterior, e que se transforma em ectoplasma na região anterior da célula. Ainda no hialoplasma encontramos vários orgânulos e algumas inclusões. As inclusões são estruturas sem vida no citoplasma da célula. Ao conjunto das inclusões chamamos paraplasma: gotas de lipídios, grânulos de proteínas e pigmentos, substâncias cristalizadas (insolúveis). Organelas a) Retículo endoplasmático Estrutura No citosol das células eucariotas existe uma grande rede de canais e bolsas formadas por membranas semelhantes à do plasmalema. Essa rede de canais e bolsas forma o retículo endoplasmático. Existem dois tipos de retículos: rugoso ou granular e liso ou agranular. O retículo endoplasmático rugoso (RER) é constituído por um conjunto de bolsas membranosas que apresentam ribossomos aderidos à sua superfície externa, daí o aspecto granuloso. O retículo endoplasmático liso (REL), por sua vez, é formado por um conjunto de túlulos membranosos que, como não apresenta ribossomos, apresenta um aspecto liso ao microscópio eletrônico. O RER e o REL são interligados e a transição de um para outro é gradual. Funções O RE funciona como uma grande rede de distribuição de substâncias no interior da célula. Tais substâncias podem percorrer o interior da célula sem se misturarem com o citosol. O REL é responsável pela produção de lipídios e fosfolipídios como os glicerídeos a lecitina. A fabricação de hormônios esteróides a partir do colesterol, também é feita no REL (estrógenos, testosterona). Outras funções do REL estão ligadas a desintoxicação do organismo (células do fígado) e armazenamento de substâncias: água, açúcares, pigmentos e sais (regulação osmótica). O RER por possuir ribossomos é responsável pela síntese de proteínas da célula, além de executar as funções do REL. As proteínas produzidas pelo RER são transportadas até o complexo de Golgi pelo REL. b) Ribossomos Estrutura O ribossomo é composto de RNA do tipo ribossômico e proteínas. Cada ribossomo é formado por duas subunidades ligadas entre si, sendo uma delas maior que a outra. Os ribossomos podem ser encontrados soltos no citosol ou ligados ao RE. É comum a associação entre vários ribossomos livres do citosol; quando isso acontece o conjunto formado chama-sepolirribossomo. Os polirribossomos são formados sempre que está acontecendo síntese de proteínas. Funções Os ribossomos são responsáveis pela síntese de proteínas, tanto aqueles que estão livres no citosol quanto aqueles que estão associados ao RE. c) Aparelho ou complexo de Golgi Estrutura O complexo de Golgi é formado por um conjunto de dictiossomos. Cada dictiossomo, por sua vez, é formado por um conjunto de bolsas membranosas empilhadas. Nas células animais os dictiossomos estão juntos próximos ao núcleo, enquanto que nas células vegetais eles estão espalhados pelo citoplasma. Funções No CG ocorre o armazenamento, transformação, empacotamento e remessa de substâncias. Conforme o tipo de substância e sua função, elas poderão ser eliminadas da célula para o organismo ou permanecer no interior da célula. As células glandulares possuem o CG bastante desenvolvido. O processo de eliminação de substâncias que irão atuar fora da célula é chamado desecreção celular. O CG também elimina substâncias que irão permanecer no interior da célula; estas são eliminadas no interior de bolsas membranosas e a estrutura formada recebe o nome de lisossomo. Além da secreção celular, o CG tem um papel importante na formação do espermatozóide, pois este durante seu processo de formação perde quase todas as suas organelas, restando apenas o núcleo e o CG (acrossomo), que contém as enzimas digestivas necessárias para romper as membranas do óvulo e permitir a sua fecundação. O complexo de Golgi também pode ter outras funções bem específicas, dependendo do tipo de célula estudada, como a formação da lamela média durante a divisão da célula vegetal (fragmoplasto). Exemplo: Secreção da célula de ácino pancreático: Os ácinos são pequenas estruturas glandulares que secretam as enzimas do suco pancreático. Na figura abaixo, está representado um ácino em corte transversal, sendo que as células ficam ao redor de um espaço, chamado luz ou lúmen. A secreção dos grãos de zimógeno numa célula pancreática. Esta é a representação esquemática de uma das células do ácino vista ao microscópio eletrônico. Existe bastante ergastoplasma, o que indica que a célula é eficiente produtora de proteínas. Repare ainda que as vesículas brotando do complexo de Golgi, são os grãos de zimógeno. Nestas vesículas ficam as enzimas que a célula secreta. Algumas das vesículas despejam seu conteúdo na luz do ácino. Nesta célula então, a síntese de proteínas ocorre no ergastoplasma; o complexo de Golgi funciona como armazenador e empacotador da secreção, que acaba sendo lançada ao exterior. Secreção do muco nas células caliciformes do intestino: Na mucosa intestinal, existem células especiais em forma de cálice, que produzem uma solução lubrificante e protetora, chamada muco. O muco é constituído por proteínas associadas a polissacarídeos (glicoproteínas). A seguir, você vê o esquema de uma célula caliciforme. Uma célula caliciforme do intestino e a secreção de grãos de muco. Observe que do complexo de Golgi brotam vesículas de muco que, ao chegarem na superfície superior da célula, eliminam-no na luz intestinal. Isto ocorre porque a proteína produzida no ergastoplasma passa para o complexo de Golgi, onde ela se associa ao polissacarídeo pré- fabricado; o material é empacotado em vesículas ou grãos de muco e lançado para fora da célula. d)Lisossomo Estrutura Os lisossomos (lise = quebra destruição, soma = corpo) são estruturas compostas por bolsas membranosas que contém diversos tipos de enzimas digestivas. Função Os lisossomos são responsáveis pela digestão intracelular. As bolsas, com partículas, formadas pela fagocitose e pinocitose, fundem-se aos lisossomos dando origem aos vacúolos digestivos, onde ocorrerá a digestão intracelular. Conforme essas partículas vão sendo digeridas pelas enzimas presentes nos lisossomos, as pequenas moléculas formadas que são úteis à célula atravessam a membrana do lisossomo e passam para o citosol, onde serão aproveitadas. Ao final da digestão, resta no interior do vacúolo somente resíduos inúteis que deverão ser eliminados da célula. O vacúolo contendo os resíduos passa a se chamar vacúolo residual. O processo de eliminação do conteúdo do vacúolo residual para o meio extracelular chama- se clasmocitose ou defecação celular. O processo de digestão de substâncias que entraram na célula por fagocitose ou pinocitose chama-se processo heterofágico. A célula pode usar os lisossomos para digerirem partes de si mesmas num processo de autofagia, para destruir organelas velhas e desgastadas ou quando a célula não recebe alimentos suficientes para se manter viva. O lisossomo se aproxima da estrutura a ser digerida ou eliminada e se funde com ela, formando o vacúolo autofágico. Uma célula pode assim destruir e reconstruir seus componentes centenas de vezes. As enzimas lisossômicas são produzidas no ergastoplasma, daí passam ao complexo de Golgi, no qual são empacotadas e liberadas sob a forma de vesículas (lisossomos primários). Quando uma partícula de alimento é englobada, forma-se o vacúolo alimentar (fagossomo). Observe a figura a seguir. Um ou mais lisossomos se fundem ao fagossomo, despejando nele enzimas digestivas: está formado o vacúolo digestivo oulisossomo secundário. As pequenas moléculas provenientes da digestão são absorvidas pelo citoplasma. O vacúolo, agora cheio de resíduos, é chamado vacúolo residual, que em certas células, por clasmocitose, expulsa os resíduos para o meio externo. e) Peroxissomos Vesículas membranosas assemelhadas aos lisossomos. Diferem destes nos tipos de enzimas que possuem, as quais digerem gorduras e degradam aminoácidos. Armazenam grande quantidade de catalase, enzima que acelera a decomposição da água oxigenada (H2O2) resultante do metabolismo celular. Essa é uma nobre função protetora, pois a H2O2 é mutagênica no interior das células, podendo danificar o DNA. f) Mitocôndrias Estrutura As mitocôndrias são estruturas delimitadas por duas membranas lipoprotéicas, sendo a mais externa lisa e a interna cheia de dobras denominadas cristas mitocondriais. O seu interior é preenchido por um fluido que contém diversas enzimas, pequenos ribossomos, DNA, RNA, etc. Esse fluido chama-se matriz mitocondrial. Função As mitocôndrias são responsáveis pela respiração intracelular, isto é, produção e liberação de energia (ATP) para todas as atividades celulares. A respiração intracelular consiste na quebra de moléculas orgânicas (glicose) em presença de oxigênio e liberação de energia, CO2 e água. A energia liberada é armazenada em moléculas de adenosina trifosfato (ATP). Devido à presença de DNA e RNA as mitocôndrias são capazes de se autoduplicarem independentemente da duplicação celular, além disso, são capazes de sintetizar muitas das proteínas necessárias ao processo respiratório. g) Plastos Estrutura Os plastos são estruturas exclusivas de algas e vegetais. O seu número e forma varia muito conforme o organismo estudado. Existem basicamente dois tipos de plastos: cromoplastos e leucoplastos. Os cromoplastos apresentam pigmentos no seu interior (cromo = cor), os leucoplastos (leuco = branco), não contém pigmentos. O cromoplasto mais comum nos vegetais é o cloroplasto. Cloroplasto Os cloroplastos apresentam forma discoidal, são envolvidos por uma membrana externa e uma interna. Além destas, os plastos apresentam muitas membranas internas que formam bolsas chatas em forma de disco chamadas tilacóides. Estes, por sua vez, estão dispostos de modo a formar pilhas, semelhantes a uma pilha de moedas. A pilha de tilacóides recebe o nome de granum (plural = grana) . O interior do cloroplasto é preenchido por uma matriz gelatinosa chamada estroma, onde se encontram DNA, RNA, ribossomos, enzimas, etc. Nos tilacóides estão localizadas as moléculas de clorofilas, as quais estão organizadas de modo a poderem captar a maior quantidade de luz possível. Funções Nos cloroplastos acontece a fotossíntese, processo onde são fabricadas moléculas orgânicas, principalmente glicose, usada pelas mitocôndrias na respiração intracelular. Durante a fotossíntese a clorofila capta a energia luminosa que será transformada em energia química (ATP). Essa energia será usada na fabricação de glicose a partir de água e gás carbônico. Cloroplastos ou leucoplastos podem armazenar o excesso de glicose produzida em forma de amido (polissacarídeo). Esses reservatórios são os amiloplastos. Como as mitocôndrias, os cloroplastos são capazes de se autoduplicar independentemente da duplicação celular e sintetizar alguns tipos de proteínas. ORIGEM DE CLOROPLASTOS E MITOCÔNDRIAS Algumas evidências levaram alguns estudiosos a propor a Teoria da endossimbiose. Essa teoria diz que num passado distante cloroplastos e mitocôndrias deveriam ser bactérias de vida livre, que passaram a viver no interior de células eucariotas em busca de proteção, dando em troca alimento e energia para a célula. A estrutura dessas organelas é muito semelhante à estrutura de algumas bactérias atuais, além do fato dessas organelas apresentarem seu próprio DNA, RNA, ribossomos e poderem se autoduplicar. h) Centríolos Os centríolos estão presentes na maioria dos organismos eucariontes, com exceção das plantas Angiospermas. Cada célula possui um par de centríolos (diplossomo) que ficam localizados em uma região chamada centrossomo ou centro celular. Cada centríolo do par é formado por 9 triplas de microtúbulos dispostos de modo a formar um cilindro. Os dois centríolos do par estão dispostos perpendicularmente um em relação ao outro. Possuem DNA próprio com capacidade de autoduplicação, a qual executam antes da divisão celular.Os centríolos originarão cílios e flagelos responsáveis por várias formas de movimentação. Funções Estão envolvidos com a divisão celular. i) Cílios e Flagelos Estrutura São prolongamentos finíssimos que crescem a partir da superfície da célula. Sua estrutura interna chama-se axonema e é formada por 9 pares de microtúbulos dispostos de forma cilíndrica e um par central (haste). Embora tenham a mesma estrutura interna, cílios e flagelos diferem entre si da seguinte forma ; cílios são curtos e numerosos, flagelos são longos e pouco numerosos. Na base de cada cílio e flagelo encontramos uma estrutura semelhante a um centríolo chamado cinetossomo ou corpo basal, pois essas estruturas crescem a partir do centríolo. No corpo basal, diferentemente da haste, há 9 túbulos triplos e não apresenta o par central. Funções Cílios e flagelos têm funções de locomoção celular (algas, protozoários, espermatozóides), captura de alimentos (esponjas), limpeza do organismo (epitélio traqueal nas vias respiratórias), etc. Citoesqueleto O interior do citoplasma da célula eucariota possui uma rede de finíssimos tubos e filamentos interligados chamada decitoesqueleto. Estrutura O citoesqueleto é formado por microtúbulos,compostos de uma proteína chamada tubulina e microfilamentos, constituídos de uma proteína contráctil chamada actina. Existem outros tipos de filamentos, sendo os dois citados os principais. Funções O citoesqueleto é responsável pela forma, organização e movimentos da célula eucariota (pseudópodos), movimentos citoplasmáticos (ciclose) além de formar estruturas importantes para o funcionamento celular (deslocamento de orgânulos).
Compartilhar