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st TRADIÇÕES RELIGIOSAS-AULA 2 (2)

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Tradições Religiosas
Aula 3: A relação entre religião, mito e cultura
Apresentação
Na aula anterior, estudamos as vertentes teóricas que analisam a religião a partir de duas perspectivas diferentes: A religião vista como coisa, e a religião como algo complexo que não pode ser entendida como una (existem religiões, não religião).
Nesta aula, abordaremos a religião a partir de dois conceitos que se interligam e ampliam a discussão da aula anterior. Analisaremos a religião sob o ponto de vista antropológico, abordando dois conceitos que norteiam todas as discussões sobre as tradições religiosas: mito e cultura.
Estudar a relação existente entre mito, cultura e religião permitirá entender que as tradições religiosas são mais que simples representações simbólicas ou repetições de rituais milenares. Elas fazem parte da história dos povos que as
realizam. Compreenderemos como a religião e as tradições religiosas ajudam a ordenar as sociedades, dando unidade ao criar uma identidade étnica e cultural entre seus praticantes.
Bons estudos!
Objetivo
Analisar a relação existente entre religião e mito;
Examinar a relação existente entre religião e cultura;
Descrever como a relação existente entre a religião, mito e cultura cria um sentimento de identidade entre seus praticantes lhes dando unidade social.
Primeiras palavras
Compreender a relação existente entre mito, cultura e religião é essencial para entendermos as tradições religiosas. É
importante deixar isso claro, porque, a partir desta aula, ampliaremos as discussões sobre religião, estudando as semelhanças que existem entre coisas diferentes: Caos e Cosmo; Céu e Terra; Vida e Morte; Bem e Mal.
 (
A
 
Queda
 
dos
 
Anjos
 
Rebeldes
 
de
 
Pieter
 
Bruegel
 
|
 
Fonte:
 
Wikipedia
)Abordaremos a religião com ênfase na perspectiva
antropológica. Conceitos que são bases de sustentação de todas as religiões como os de Sagrado, Profano, e
Transcendência, entre outros, serão estudados como algo construído, criado pelo homem para compreender a realidade.
Tudo o que as religiões afirmam que é Sagrado (rituais, objetos, pessoas etc.) será estudado como crença criada
pelo homem para esclarecer algum acontecimento que ele não consegue explicar de forma racional, como algo que tem o poder de eliminar o que é entendido como normal no dia a dia de uma comunidade, ou que é capaz de destruir explicações tradicionais. Já o Profano será estudado como o contraponto do Sagrado.
A religião e o mito: A alegoria como forma de ordenamento social
Você já deve ter lido em algum lugar que mito significa narrativa ou relato sagrado sobre o arché, o elemento primordial. Talvez não com essas palavras, mas já deve ter lido ou ouvido em alguma aula de Filosofia.
O mito realmente é uma narrativa sobre algo sagrado e usa metáforas ou alegorias, mas não é uma fantasia.
O mito não é uma fantasia. Ele reflete a realidade e o momento histórico que foi criado.
Normalmente, as pessoas entendem a palavra mito como algo que não existe, e fazem associação errada com a palavra lenda.
O mito é bem mais que uma lenda, ele desempenha funções específicas dentro da sociedade capazes de ordená-la.
O mito é usado para explicar o presente a partir de ações ou fatos que ocorreram no passado.
Exemplo
Qual o motivo dos homens terem sido expulsos do paraíso e hoje viverem na Terra? Eva ter colhido a fruta da árvore proibida e oferecido para Adão, segundo a tradição judaico-cristã.
O mito também pode ser usado para ordenar as relações sociais.
Ele pode legitimar e também garantir a conservação de normas complexas pautadas no controle das condutas humanas, algumas vezes proibindo, em outras permitindo ações dos indivíduos no meio social.
Exemplo
No Islamismo, as normas que organizam a sociedade nascem na Sharia, um conjunto de leis, inspiradas no Alcorão, que ditam como deve ser o comportamento social de um mulçumano.
O mito também tem a função de consolar as pessoas quando sofrem alguma perda, como a morte de alguém querido, ou para garantir que um erro do passado seja consertado no presente.
Exemplo
Já ouviram alguém falar “foi castigo de Deus!”, quando uma pessoa que cometeu uma injustiça passa por alguma provação ou sofre algum tipo de perda?
Essa seria uma forma de consolo: aqui se faz e aqui se paga. Essa forma de compensação ajuda a regular as relações comunitárias, pois todos partem do princípio que são observados ou comandados por uma entidade superior, divina.
Como afirma a filósofa Marilena Chauí, o mito tem um caráter educativo, porque nele encontramos mensagens ou normas que nos orientam e ditam os comportamentos que temos que ter para vivermos em sociedade de forma harmônica.
O mito não é racional e nem pode ser explicado pela Ciência.
Ele existe e é aceito porque sua base de sustentação é a emoção, a afetividade ou sentimento de intimidade nascido dentro de uma comunidade. O mito ou conhecimento mítico é respaldado pela fé e pela revelação divina.
Exemplo
Não adianta tentar explicar para um cristão que é impossível, biologicamente falando, alguém ressuscitar dos mortos. Ele vai falar mais ou menos assim: “Homem de pouca fé! Cristo veio a nós para fazer uma nova aliança e depois voltou ao Pai”.
A religião e as tradições religiosas usam as funções do mito a todo momento. Veja a seguir:
Usam a função de:
 (
1
) (
2
)
Explicação
Para esclarecer a origem do mundo
Organização social
Para respaldar a obediência ao credo e as normas ditadas pelos líderes religiosos
 (
3
)
Compensatória
Para explicar porque as pessoas necessitam passar por provações aqui na Terra
O mito sempre trata de situações que são comuns a todos os seres humanos ou pelas quais todas as pessoas passaram um dia. Eles tratam de temas ligados à biologia, como o nascimento e o envelhecimento e também tratam de relações
interpessoais como o casamento e a família.
O que diferencia o mito da biologia e da sociologia é a forma como esses temas são tratados, explicados por ele. A imaginação e o ato de acreditar no que é narrado mexem com a estrutura psicológica dos que ouvem. Ele promove transformações, tanto no individual como no coletivo de uma sociedade, pois passa a fazer parte da cultura.
Exemplo
 (
Quadro
 
do
 
pintor
 
Bénigne
 
Gagneraux
 
intitulado
 
“The
 
Blind
 
Oedipus
 
Commending
 
his
 
Children
 
to
 
the
 
Gods
 
|
 
Fonte:
 
Wikipedia
)Você conhece o mito de Édipo?
Um rei da cidade de Tebas, chamado Laio, foi informado por um Oráculo que seria assassinado por seu filho, e que este filho se casaria com sua mulher. Para evitar que isso acontecesse, o rei mandou que seu filho fosse levado para um lugar bem distante e deixado lá para morrer. Mas ele não morre, um pastor o encontra e lhe dá o nome de Édipo. Logo depois desse episódio o rei da cidade de Corinto o adota. Depois de crescido, Édipo encontra um Oráculo que lhe narra a mesma profecia que seu pai
biológico ouviu. Ele pensa que a profecia falava de seus pais adotivos e, por isso, foge da cidade de Corinto para não matar o homem que lhe criou.
Na sua fuga, Édipo se dirige para a cidade de Tebas, mas, no caminho, entra em uma briga com um grupo de negociantes e mata todos, inclusive o líder do grupo — o líder dos negociantes era seu pai biológico, Laio. Quando Édipo chega à cidade de Tebas, ele decifra o enigma da Esfinge, livra a cidade de suas ameaças, vira rei, casa-se com a viúva do rei Laio, a rainha
Jocasta, e com ela tem quadro filhos. Nas suas mãos, o reino de Tebas próspera, mas, em determinado momento, a cidade é assolada por uma peste.
Édipo e sua mulher, Jocasta, vão consultar um Oráculo para saber como devem agir para acabar com a praga que assola a
cidade de Tebas e lá descobrem que são mãe e filho. No desespero que se seguiu à revelação, Jocasta se mata e Édipo fura os dois olhos como forma de penitência por não ter reconhecido a mãe.
O mito de Édipo ensina várias coisas, entre elas, que é errado cometer parricídio (matar o pai) e incesto(relacionamento sexual entre parentes próximos: mãe e filho, pai e filha, irmão e irmã).
Essas ações são proibidas em quase todas as sociedades. Esse mito é tão marcante que ainda provoca reflexões hoje. A Psicologia o usa para explicar alguns impulsos e sentimentos que têm origem na infância.
 (
Mulheres
 
balinesas
 
|
 
Fonte:
 
CW
 
Pix
 
/
 
Shutterstock
)Atividade
1 - O mito proporciona um conhecimento que explica o mundo a partir da ação de entidades — ou seja, forças, energias, criaturas, personagens — que estão além do mundo natural, que o transcendem, que são sobrenaturais. Partindo dessa
afirmação, explique como a religião e as tradições religiosas usam as diversas funções do mito para respaldar seus símbolos e costumes.
Cultura e religião: uma relação simbiótica e de interdependência
A palavra cultura faz parte do nosso dia a dia, mas muitas pessoas que usam a palavra não sabem o seu significado real. O que elas normalmente chamam de cultura é somente uma expressão cultural.
Cultura, no seu sentido antropológico, possui uma definição bem mais complexa. Ela soma, de uma maneira geral, todas as coisas abstratas e materiais que foram pensadas ou construídas pelo homem.
Edward Tylor (1832-1917), um grande estudioso do tema, deu uma definição para cultura que até hoje serve de base para os outros pesquisadores.
Cultura engloba ao mesmo tempo todos os conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra habilidade ou tradições adquiridos por uma pessoa quando vive em sociedade.
A visão de Tylor foi, e ainda é, um marco histórico dentro da Antropologia, porque negou a teoria que dizia que algumas raças já nasciam com capacidades que as direcionavam e as faziam ter determinados comportamentos culturais específicos. Essa teoria fortaleceu preconceitos, porque ajudou a sedimentar teorias etnocêntricas, que diziam que algumas raças eram mais evoluídas que outras.
 (
Cultura:
São
 
todos
 
os
 
conhecimentos
 
e
 
crenças
 
que
 
permitem
 
que
 
as
 
pessoas
 
vivam
 
em
 
sociedade.
São
 
sistemas
 
simbólicos
 
criados
 
e
 
transmitidos
 
pelas
 
pessoas
 
que
 
servem
 
para
 
organizar
 
a
 
sociedade
 
por
 
meio
 
da
criação
 
de
 
princípios
 
estruturais
 
norteadores,
 
como
 
os
 
mitos,
 
o
 
conceito
 
de
 
família,
 
a
 
religião,
 
entre
 
outros.
Não
 
cria
 
princípios
 
norteadores
 
e
 
sim
 
sistemas
 
de
 
controle
 
social.
 
Ela
 
organiza,
 
classifica
 
e
 
dá
 
significados
 
a
 
fatos
 
e
 
ações
 
realizadas
 
pelas
 
pessoas.
 
Essa
 
forma
 
de
 
entender
 
a
 
cultura
 
nega
 
o
 
princípio
 
que
 
diz
 
que
 
cultura
 
são
 
só
 
expressões
materiais
 
do
 
cotidiano.
)Além de Tylor, outros estudiosos buscaram entender o que é a cultura. Vejamos alguns conceitos:
Ao afirmar que cultura não se resume a materialidade, o último conceito inclui o sobrenatural, a expressão religiosa e a religiosidade. Essa teoria afirma que a cultura cria padrões de comportamentos que são ditados pela sociedade. Todas as
pessoas que fazem parte da sociedade são educadas e também coagidas a seguir esses padrões culturais. Compreendendo cultura dessa forma é possível afirmar que as pessoas agem de acordo com o meio cultural em que foram criados.
A cultura é a base do nascimento e da manutenção das tradições religiosas.
Sem ela não haveria transmissão de conhecimentos, crenças e rituais que mantêm as tradições religiosas vivas, porque elas são expressões culturais. As tradições religiosas possuem todo um simbolismo próprio que guia as pessoas reforçando os símbolos, as crenças e os rituais que as caracterizam. Desse modo:
Religião é cultura, pois possui significado para quem crê.
A religião é cultura porque é pública, ou seja, mesmo para quem não acredita, ela possui um significado e ordena o comportamento da pessoa descrente.
Exemplo
Natal, Carnaval, Páscoa, dias santos. Mesmo para quem não crê no Cristianismo, esses dias possuem um significado. O Natal
constrói um sistema de controle social do qual poucas pessoas conseguem fugir. O período natalino cria um clima que obriga as pessoas a buscarem harmonia e a deixarem as diferenças de lado.
Você pode perceber isso quando participa da brincadeira de amigo secreto, quando compra um presente para dar a uma pessoa que você acha especial, quando participa da ceia natalina com a família ou um grupo de amigos. Nesses momentos, a harmonia e a camaradagem entre as pessoas são cobradas e, às vezes, até exigidas (quando a família é reunida).
 (
João
 
Cherelus
 
(à
 
dir.)
 
e
 
a
 
mulher
 
Lurene
 
Jenti
 
(ao
 
lado)
 
passam
 
primeiro
 
Natal
 
longe
 
da
 
filha
 
de
 
quatro
 
anos
 
|
 
Fonte:
 
Bruno
 
Ropelato
 
/
 
ndonline
)As tradições religiosas não nasceram espontaneamente. Foi necessária a criação de mecanismos culturais que transformaram a expressão religiosa e a religiosidade em uma Tradição. Foi necessário organizar a fé, o ato de crer em algo, em estruturas que pudessem fazer sentido para as pessoas. O mito, os objetos sagrados ou consagrados foram — e ainda são usados — para dar significado à religião e às tradições religiosas.
Só a fé e o ato de acreditar no sobrenatural não criam tradições religiosas. É necessária a criação de mecanismos culturais capazes de canalizar o credo no sobrenatural, e transformá-lo em coisas capazes de serem entendidas, seguidas e
transmitidas para as outras gerações. É isso que mantém viva uma tradição religiosa.
"A coerência de um hábito cultural somente pode ser analisada a partir do sistema a que pertence."
- LARAIA, 2005, p.87
Seguindo essa linha de raciocínio, é possível afirmar que existem pelo menos duas práticas, dentro de todas as religiões, que ajudam a enraizar tradições religiosas em uma sociedade: o ritual e os tabus.
Toda as religiões possuem um conjunto de costumes e normas que devem ser seguidas sem contestação.
Exemplo
O ritual mulçumano de se ajoelhar todos os dias, em cinco momentos diferentes, para fazer suas preces voltados em direção à cidade de Meca.
A maioria das religiões também possui algum tipo de gesto, formula mágica ou objeto sagrado capaz de criar o êxtase religioso todas as vezes que é realizado ou exposto.
Exemplo
A Transubstanciação ou transmutação do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo, realizado pelo padre no culto católico.
Os dois exemplos citados são formas ritualísticas que organizam os fiéis praticantes. São cerimônias que ajudam a reforçar a religião Islâmica e o Cristianismo Católico por meio da criação de hábitos, via orações e atos de fé, que devem ser seguidos por todos os crentes.
Exemplo
O mulçumano acredita que a oração diária o conecta com Deus, e que todos os fiéis que rezam voltados para Meca nos horários predefinidos se conectam entre si. Já a transmutação na oração eucarística tem como objetivo lembrar ao fiel católico da paixão de Jesus Cristo e reforçar o credo em sua volta.
Os tabus religiosos possuem essa mesma função social.
Exemplo
O Judeu não pode comer vários tipos de alimentos porque são considerados impuros. Os Indus não comem vacas porque são sagradas.
Como é possível perceber nos exemplos, os tabus limitam e definem as ações e os comportamentos das pessoas. Ele impõe limites, que somados aos rituais, acabam por controlar o dia a dia do crente.
Atividade
2 - Segundo Ruth Benedict, a cultura é como a lente, através da qual o homem vê o mundo. Analise a afirmação e explique o que ela quer dizer.
A religião como agente aglutinador
Depois de estudar o mito e a cultura, é possível entender como as tradições religiosas podem ser marcadores culturais que definem um povo, uma sociedade.
 (
Folia
 
de
 
reis
 
Autor:
 
Samuel
 
Macedo
 
|
 
Fonte:
 
Diário
 
do
 
nordeste
)Se você observar os comportamentos sociais das pessoas que estão ao seu redor será capaz de perceber isso. O grupo social do qual você faz parte possui uma visãode mundo que une os integrantes. Todos os povos possuem uma herança cultural,
passada de pai para filho ao longo do tempo, que os educa, e os condiciona a ter determinados comportamentos.
É por meio dessa herança cultural, passada de pai para filho, que as tradições religiosas se perpetuam. Ao educar seus filhos, as pessoas ensinam o que acham correto e também os obrigam, às vezes sem perceber, a participar de rituais e manterem tabus.
Exemplo
Rezar antes de dormir, ir à missa ou ao culto, participar de procissões, não comer ou comer certos alimentos.
Essas tradições religiosas, ensinadas desde a infância, são absorvidas pelas pessoas e passam a fazer parte de suas vidas, de sua cultura.
Para finalizar, guarde essa informação:
As tradições religiosas podem ser definas, de modo geral, como um
conjunto de rituais e tabus que conectam as pessoas ao mundo sobrenatural de forma organizada, ordenada.
Elas criam parâmetros, definem costumes e perpetuam conhecimentos que devem ser seguidos e aprendidos por todos que as realizam.
A religião, por meio das tradições religiosas, cria uma identidade cultural que diferencia seus praticantes do restante do mundo. Ela possibilita às pessoas perceberem no outro o reflexo de si mesmas.
Atividade
3 - As tradições religiosas criam laços que conectam as pessoas e as fazem sentir emoções relacionadas à ideia de
comunidade. O ato de acreditar em algo, e compartilhar essa crença com outras pessoas é capaz de uni-las. Partindo dessa afirmação, explique a importância das tradições religiosas para a construção da comunidade.
Referências
Notas
FILORAMO, Giovanni; PRANDI, Carlo. As ciências das religiões. São Paulo: Paulus, 2005. GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.
GEERTZ, C. Nova Luz sobre a Antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
GIARD, L. Cozinhar. In: Certeau, M.; Giard, L.; Mayol, P. A invenção do cotidiano – 2: morar, cozinhar. Petrópolis: Vozes, 2005. LARAIA, R. B. cultura: um conceito antropológico. 14.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. Trad. Tânia Pellegrini. Campinas: Papirus, 2008. SAHLINS, M. cultura e razão prática. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
TERRIN, A.N. Antropologia e horizontes do sagrado. culturas e religiões. São Paulo: Paulus, 2004.
Próxima aula
Religião Tribal, suas diferenças e diversidade;
Origem étnica e tribal como base histórica e formador do ethos das comunidades africanas;
Religiões grega e romana e o politeísmo como base mitológica.
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Assista ao documentário Obrigações e Proibições, produzido pelo Canal Curta e dirigido por Bárbara Kahane Belisario Franca, faz parte da série No caminho do Bem. Ele se propõe a entender quais as funções e como as pessoas entendem as proibições e obrigações religiosas.
Leia o artigo A religião nos limites da simples educação: notas sobre livros didáticos e orientações curriculares de ensino religioso, de Emerson Giumbelli intitulado.

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