Buscar

M7_COMPETÊNCIAV_ENEM2021 (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ATENÇÃO! 
 
O conteúdo presente neste material é sigiloso e não pode ser 
divulgado, distribuído, impresso ou utilizado para qualquer 
outra finalidade que não faça parte do objetivo específico do 
curso de capacitação. No caso de quebra de sigilo, a Fundação 
Getulio Vargas aplicará todas as medidas legais cabíveis e 
desligará do processo a pessoa envolvida. 
 
Alertamos também que o conteúdo pedagógico foi atualizado e 
aprimorado. O cursista deve estudar o material de forma 
cuidadosa, mesmo que tenha participado do curso de 
capacitação de 2020, para que possa assimilar as mudanças e 
ampliar seus conhecimentos. 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 3 
Sumário 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5 
2. A AVALIAÇÃO DA COMPETÊNCIA V ................................................................... 6 
2.1. A Matriz de Referência ............................................................................... 6 
2.2. A Grade Específica ...................................................................................... 7 
2.3. A Competência V e sua relação com as Competências II e III ..................... 8 
2.4. A Competência V e sua relação com os Direitos Humanos ......................... 9 
3. A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ...................................................................... 14 
3.1. Identificação da proposta de intervenção ................................................ 14 
3.2. Identificação e contabilização dos elementos .......................................... 17 
3.2.1. Os elementos: ação, agente, modo/meio, efeito e detalhamento .... 19 
3.3. Considerações sobre o gerúndio na identificação dos elementos ............ 37 
3.4. Roteiro de avaliação ................................................................................. 39 
4. DESCRIÇÃO DOS NÍVEIS ................................................................................... 41 
4.1. Nível 0 (nota 0) ......................................................................................... 42 
4.1.1. Ausência de proposta de intervenção ............................................... 42 
4.1.2. Proposta de intervenção que desrespeita os direitos humanos ........ 43 
4.1.3. Proposta de intervenção não relacionada sequer ao assunto ........... 44 
4.2. Nível 1 (nota 40) ....................................................................................... 45 
4.2.1. Tangenciamento do tema ................................................................. 45 
4.2.2. Apenas elemento(s) nulo(s)............................................................... 47 
4.2.3. Um elemento válido .......................................................................... 48 
4.3. Nível 2 (nota 80) ....................................................................................... 49 
4.3.1. Dois elementos válidos ...................................................................... 50 
4.3.2. Caso Especial: orações condicionais .................................................. 51 
4.4. Nível 3 (nota 120) ..................................................................................... 53 
4.5. Nível 4 (nota 160) ..................................................................................... 55 
4.6. Nível 5 (nota 200) ..................................................................................... 57 
4.6.1. Consideração sobre a proposta de intervenção na CIII e na CV ......... 61 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 4 
5. PROPOSTA FORA DO PARÁGRAFO CONCLUSIVO ............................................ 63 
6. CONCLUSÃO .................................................................................................... 65 
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 66 
 
 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 5 
1. INTRODUÇÃO 
 
A prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) diferencia-se 
das provas de produção de texto dissertativo-argumentativo de outros exames 
porque exige a elaboração de uma proposta de intervenção para o problema 
apresentado pelo tema, considerando os direitos humanos. Essa proposição vai 
ao encontro do que promulgam a Constituição Federal de 1988 e a Lei de 
Diretrizes e Bases (LDB) no que tange aos seguintes objetivos da formação do 
estudante: o pleno desenvolvimento do educando e seu preparo para o exercício 
da cidadania (BRASIL, 1988; 1996). 
Na prova de redação, essa exigência é avaliada na Competência V, a qual, 
segundo a Matriz de Referência para Redação do Enem, determina que o 
participante deve “Elaborar proposta de intervenção para o problema 
abordado, respeitando os direitos humanos” (BRASIL, 2019, p. 8). Desde a 
Fundamentação Teórico-Metodológica do Enem, temos que a Competência V se 
refere à realidade e à “capacidade [do participante] de agir sobre e nessa 
realidade” (BRASIL, 2005, p. 94). Além disso, o exame contempla princípios 
estabelecidos nas Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos, ao 
solicitar que o participante demonstre uma forma de atuar na sociedade com 
ética e responsabilidade. 
Assim, verifica-se, na Competência V, se o participante demonstra ter 
construído, ao longo de sua formação, conhecimentos para propor, em seu 
texto, uma intervenção para um problema de ordem social, científica, cultural ou 
política, sem ferir os direitos humanos. Neste Módulo, estudaremos como a 
proposta de intervenção elaborada pelo participante deve ser avaliada no Enem 
2021. 
 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 6 
2. A AVALIAÇÃO DA COMPETÊNCIA V 
 
2.1. A Matriz de Referência 
A Matriz de Referência para Redação do Enem é o que pauta a avaliação das 
redações desse processo e nos permite fundamentar critérios, como 
detalharemos na apresentação da Grade Específica, para identificar o que 
compõe uma boa proposta de intervenção para um participante nesta etapa de 
escolaridade − Ensino Médio completo. Na Matriz, a divisão em seis níveis (de 0 
a 5) considera, além da construção da proposta de intervenção em si, a sua 
relação com o tema e com a discussão desenvolvida no texto. 
Segue a descrição desses níveis pela Matriz de Referência para Redação do 
Enem: 
 
COMPETÊNCIA V 
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, 
respeitando os direitos humanos 
 
0 
Não apresenta proposta de intervenção ou apresenta proposta não 
relacionada ao tema ou ao assunto. 
1 Apresenta proposta de intervenção vaga, precária ou relacionada apenas ao 
assunto. 
2 
Elabora, de forma insuficiente, proposta de intervenção relacionada ao tema, 
ou não articulada com a discussão desenvolvida no texto. 
3 Elabora, de forma mediana, proposta de intervenção relacionada ao tema e 
articulada à discussão desenvolvida no texto. 
4 
Elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à 
discussão desenvolvida no texto. 
5 Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema 
e articulada à discussão desenvolvida no texto. 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 7 
2.2. A Grade Específica 
A partir da Matriz de Referência, com base na necessidade de gradação para um 
nivelamento justo e objetivo das redações, e com base nos textos produzidos 
pelos participantes, estabelecemos uma Grade Específica com seis níveis (0 a 5) 
para a avaliação dos textos. De acordo com essa grade, a proposta de 
intervenção deve apresentar 5 elementos básicos: ação, agente, modo/meio de 
execução dessa ação, seu efeito e detalhamento de algum desses elementos. 
Mesmo que o participante apresente muitas propostas de intervenção em seu 
texto, nosso objetivo é avaliar, dentre elas, a mais completa a partir desses 
elementos. 
Segue a descrição desses níveis pela Grade Específica: 
 
 
COMPETÊNCIA V 
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, 
respeitando os direitos humanos 
Elementos:AÇÃO + AGENTE + MODO/MEIO + EFEITO + DETALHAMENTO 
0 
• Ausência de proposta OU 
• Proposta de intervenção que desrespeita os direitos humanos OU 
• Proposta de intervenção não relacionada sequer ao assunto 
1 
• Tangenciamento do tema OU 
• Apenas elemento(s) nulo(s) OU 
• 1 elemento válido 
2 2 elementos válidos 
Estruturas condicionais com 2 
ou mais elementos válidos 
não devem ultrapassar este 
nível 
3 3 elementos válidos 
4 4 elementos válidos 
5 5 elementos válidos 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 8 
Portanto, atingirá o nível máximo na Competência V a proposta de intervenção 
que, em um texto com abordagem completa do tema, apresentar os 5 
elementos válidos: 
AÇÃO + AGENTE + MODO/MEIO + EFEITO + DETALHAMENTO 
 
2.3. A Competência V e sua relação com as Competências II e III 
Respeitando o conceito de unidade textual, a distribuição dos níveis estabelecida 
pela Matriz evidencia o estreito diálogo da Competência V com as Competências 
II e III, uma vez que a construção da proposta de intervenção necessariamente se 
relaciona ao tema, cuja abordagem é avaliada na Competência II, e à discussão 
desenvolvida no texto, aspecto avaliado na Competência III. Para uma justa 
atribuição de nível na Competência V, é preciso estar atento à forma como isso 
será cobrado de acordo com a Grade Específica, para que uma mesma 
característica do texto não seja avaliada em duas competências diferentes. 
A partir da definição do que será avaliado como abordagem completa do tema e 
tangência ao tema, aspectos verificados pela Competência II, são estabelecidas 
algumas diretrizes para a avaliação da Competência V. É importante ressaltar 
que, em função do tema, a avaliação e a consideração dos elementos 
constituintes da proposta de intervenção podem variar, como veremos no item 
3.2.1. Além disso, casos específicos de desrespeito aos direitos humanos 
também podem ser direcionados pelo tema. Em 2020, por exemplo, foi 
necessário discutir aspectos ligados aos direitos de pessoas acometidas por 
doenças mentais para decidir se determinadas propostas de intervenção 
deveriam ser consideradas desrespeito aos direitos humanos ou não. 
A relação entre as Competências II e V fica mais explícita quando se observa a 
gradação dos níveis na Grade Específica. Como veremos, o nível 0 da 
Competência V deve ser atribuído às redações com proposta de intervenção que 
se mostra não relacionada sequer ao assunto. Já o nível 1 dessa competência é 
atribuído às redações em que há proposta de intervenção e o texto é tangente 
ao tema − em outras palavras, a proposta de intervenção também é tangente ao 
tema. A partir do nível 2, o texto tem abordagem completa do tema, e, 
consequentemente, a proposta de intervenção também está relacionada ao 
tema, a não ser que o participante prove explicitamente o contrário. 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 9 
Ao mesmo tempo, evidencia-se o diálogo da Competência V com a III por meio 
da articulação da proposta de intervenção com a discussão desenvolvida pelo 
participante no texto. Como visto na Competência III, a relação entre as 
informações, os fatos e as opiniões que compõem o texto dizem respeito ao 
projeto de texto, que, necessariamente, compreende também a proposta de 
intervenção. Verifica-se, portanto, que a articulação entre a proposta de 
intervenção e a discussão do texto já é avaliada na Competência III. Se essa 
articulação for avaliada também na Competência V, um mesmo aspecto do texto 
será avaliado duas vezes, em duas competências diferentes. É importante 
enfatizar que isso não deve, em hipótese alguma, acontecer. No item 4.6.1, 
analisaremos uma redação destacando as particularidades do que se avalia nas 
Competências III e V no que se refere à proposta de intervenção. 
2.4. A Competência V e sua relação com os Direitos Humanos 
Deverão ser avaliadas no nível 0 da Competência V as redações que 
desrespeitarem, na proposta de intervenção, de forma explícita e deliberada, 
os direitos humanos afirmados na Constituição da República Federativa do 
Brasil, seguindo as Diretrizes para Educação em Direitos Humanos, a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos, a Carta da ONU e a Declaração de Durban. Essa 
recomendação tem como base a descrição da competência na Matriz de 
Referência para Redação do Enem. 
Para a avaliação das redações, são considerados os seguintes princípios 
norteadores dos direitos humanos, pautados no Artigo 3º da Resolução nº 1, de 
30 de maio de 2012, o qual estabelece as Diretrizes Nacionais para a Educação 
em Direitos Humanos: 
• Dignidade humana; 
• Igualdade de direitos; 
• Reconhecimento e valorização das diferenças e diversidades; 
• Laicidade do Estado; 
• Democracia na educação; 
• Transversalidade, vivência e globalidade; 
• Sustentabilidade socioambiental. 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 10 
É importante ressaltar que, na avaliação das redações, o que se considera 
desrespeito aos direitos humanos está fundamentado em princípios 
estabelecidos em documentos que possuem força de lei. Portanto, ofender, 
exibir preconceitos ou fazer apologia à violência são comportamentos que 
podem ser considerados crimes, de acordo com o Código Penal Brasileiro. 
Ressaltamos também que uma assertiva que desrespeite os direitos humanos só 
será considerada motivo para atribuição do nível 0 na Competência V quando for 
uma proposta de intervenção construída pelo participante, e não quando for 
uma constatação de opinião ou comportamento expressos por outrem. Cabe 
observar que, para que essa constatação seja considerada a expressão de uma 
perspectiva de outrem, isso deve estar explícito e claro. No exemplo “Grupos 
sugerem que os doentes mentais sejam excluídos permanentemente da 
sociedade. Tal ideia é errada, pois pessoas com doenças mentais devem ter 
atendimento psicológico adequado.”, a segregação de certa parte da população, 
que é uma forma de desrespeito aos direitos humanos, não é sugerida pelo 
participante, mas sim apresentada apenas como constatação de uma ideia 
sustentada por terceiros e não constitui a proposta de intervenção do 
participante (“pessoas com doenças mentais devem ter atendimento psicológico 
adequado.”); portanto, a redação não deverá ser avaliada no nível 0 da 
Competência V. 
Com relação ao tema de redação proposto na edição do Enem 2020, “O estigma 
associado às doenças mentais na sociedade brasileira”, foram consideradas 
propostas que desrespeitam os direitos humanos aquelas que negavam 
quaisquer dos direitos humanos, tratamento digno ou acesso à saúde da pessoa 
com doença mental; discriminavam a pessoa com doença mental, sugerindo 
tratamento degradante e tortura, ou qualquer ação que feria a dignidade da 
pessoa humana. Já as propostas de intervenção que sugeriam algum tipo de 
regulamentação ou recomendação de conduta a favor de pessoas com doenças 
mentais não foram consideradas desrespeito aos direitos humanos. 
Ao longo do processo de avaliação das redações, nós nos referimos aos casos de 
desrespeito aos direitos humanos por meio da sigla DDH. Essa identificação nos 
auxilia a distinguir propostas de intervenção que são nível 0 por DDH daquelas 
redações que não apresentam proposta de intervenção e que, por isso, também 
são avaliadas no nível 0 da Competência V. 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 11 
Seguem alguns exemplos de desrespeito aos direitos humanos encontrados nas 
redações produzidas pelos participantes. O trecho considerado DDH de cada um 
dos exemplos está destacado pelas marcações em retângulo verde. 
Exemplo 1 
 
 
Exemplo 2 
 
 
Exemplo 3 
 
 
Exemplo 4 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 12 
Exemplo 5 
 
 
Essas redações receberam nota 0 por DDH na Competência V porque propõem 
soluções que atentam contra a liberdade das pessoas acometidas por doenças 
mentais (exemplos 1, 2 e 5), que incitam a violência (exemplo 4) e até que visam 
a exterminar a sociedade (exemplo 3). 
Oentendimento do que é ou não DDH também é muito importante, para que 
nenhuma injustiça seja cometida com o participante. Não é raro que algumas 
formulações possam ser confundidas com DDH. Por esse motivo, elencamos a 
seguir alguns casos específicos que não foram considerados DDH para a 
proposta de 2020. Em cada uma das propostas, o trecho que pode causar dúvida 
está sublinhado em vermelho. 
Exemplo 6 
 
 
Nesse exemplo, embora a ideia de “criar instituições unicamente para os 
autistas” pareça segregacionista à primeira vista, a proposta não foi considerada 
DDH. A proposta sugere a criação de instituições especializadas em pessoas 
autistas para a superação das dificuldades e problemas por elas enfrentados. 
Diferentemente do Exemplo 5, em que o participante explicita o objetivo de 
excluir determinado grupo do meio social, nesse trecho, o participante propõe a 
criação de instituições destinadas a determinado público, sem impedir a livre 
circulação dessas pessoas em outros espaços da sociedade. 
 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 13 
Exemplo 7 
 
 
Nesse caso, a censura de conteúdo não representa a intenção de restringir 
conteúdos com base em critérios que ferem a dignidade humana. Nos trechos 
“sugere-se um controle de filmes, séries e propagandas com critérios definidos 
por especialistas a fim de evitar conteúdos sensíveis” e “censura qualificada”, o 
participante propõe a regulamentação do governo para determinados produções 
audiovisuais que veiculam concepções distorcidas sobre as doenças mentais e, 
desse modo, fomentam o estigma. Assim, a proposta em questão traz apenas 
uma regulamentação e, por isso, não foi avaliada como DDH. 
Exemplo 8 
 
No trecho “ele devera ir no psicologo pelo menos uma vez na semana”, o 
participante propõe uma recomendação de conduta para a resolução do 
problema relacionado às doenças mentais, sem atentar contra a dignidade 
humana. Essa recomendação não consiste em ação imposta aos trabalhadores 
contra sua vontade e, por isso, essa proposta não foi considerada DDH. 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 14 
3. A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 
 
Propor uma intervenção para o problema apresentado pelo tema significa 
sugerir uma iniciativa que busque, mesmo que minimamente, enfrentá-lo. É 
importante ressaltar que, considerando que os temas de redação do Enem 
normalmente abordam problemas sociais complexos, muitas vezes de difícil 
resolução, as mais diversas formas de intervenção serão consideradas para a 
avaliação, desde uma sugestão de combate até uma solução efetiva da questão 
em foco. 
Para essa avaliação, é preciso reconhecer se há proposta de intervenção na 
redação e se ela é bem elaborada. Para isso, é necessário identificar estruturas 
que explicitam o desejo do participante de intervir no problema e contabilizar 
corretamente os 5 elementos que esperamos encontrar na composição dessa 
proposta: AÇÃO, AGENTE, MODO/MEIO, EFEITO e DETALHAMENTO. 
Nesse sentido, mesmo que o participante apresente muitas propostas de 
intervenção em seu texto, nosso objetivo é avaliar, dentre elas, a mais completa 
a partir da presença desses elementos. Por esse motivo, é de extrema 
importância que a Grade Específica seja rigorosamente aplicada, com base na 
contabilização dos elementos, buscando garantir objetividade para o processo e, 
desse modo, uniformidade ao trabalho dos avaliadores, com justiça na avaliação 
do que foi apresentado pelo participante. 
3.1. Identificação da proposta de intervenção 
 
Para reconhecer a proposta de intervenção no texto, precisamos, 
primeiramente, identificar estruturas que explicitam um claro desejo do 
participante de indicar uma iniciativa que interfira no problema em questão. É 
preciso ficar atento a certas estruturas linguísticas que evidenciam o caráter 
interventivo, ou seja, que manifestam desejo de intervir em uma dada situação a 
fim de modificá-la. Esse é o caso, por exemplo, do verbo modalizador “dever” 
ou, ainda, de algumas construções com o verbo “ser” + adjetivo, como “é 
necessário”, “é preciso”, “é importante” etc. Observe que, entre outras, essas 
estruturas revelam a capacidade do participante de propor algo. Uma estrutura 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 15 
como “As secretarias de saúde oferecem apoio psicológico gratuito à 
população” apenas apresenta um fato, uma constatação, enquanto estruturas 
como “As secretarias de saúde devem oferecer apoio psicológico gratuito à 
população” e “É necessário que as secretarias de saúde ofereçam apoio 
psicológico gratuito à população” apresentam a intenção do participante de 
claramente propor uma intervenção. 
Também é preciso estar atento a estruturas que, embora se assemelhem às 
anteriormente descritas, a exemplo daquelas iniciadas com o verbo “dever”, não 
serão consideradas propostas de intervenção, por não expressarem um desejo 
do participante de intervir na realidade. Isso ocorre em casos em que o 
participante traz, para o texto, trechos de leis ou citações que parecem indicar 
uma proposta, mas são constatações, justamente porque apenas reproduzem 
algo já posto, como nos trechos “Alguns profissionais da saúde afirmam que é 
necessário sempre buscar ajuda de alguém mais próximo” e “Segundo a OMS, é 
dever das nações criar programas de apoio psicológico a pessoas afetadas por 
doenças mentais”. 
Outro aspecto que merece atenção são os casos em que o participante, ao invés 
de propor uma ação a ser executada para resolução do problema, apenas 
menciona uma prática já existente – como em “Hoje a internet disponibiliza 
textos e vídeos motivacionais que ajudam a população a entender melhor o 
problema das doenças mentais” – ou uma ação já realizada no passado – como 
em “Durante a pandemia, alguns psicólogos criaram serviço de apoio psicológico 
remoto para ajudar aqueles que precisavam”. Nesses dois casos, há apenas 
constatações de práticas ou ações em curso ou já efetuadas e não propostas do 
participante. 
 
Para efeitos de esclarecimento, comparemos os seguintes trechos: 
 
Exemplo 9 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 16 
Exemplo 10 
 
 
No Exemplo 9, o participante não formula uma proposta de intervenção, pois 
apenas apresenta uma campanha nacional de combate à depressão, o Setembro 
Amarelo, que já existe. Trata-se de uma constatação que não indica a intenção 
do participante de propor uma solução para o problema. Já no Exemplo 10, além 
de expor a existência de campanhas de conscientização correntes, o participante 
propõe a sua continuidade. Nesse sentido, ao sugerir tal continuação, o 
participante apresenta uma solução para o combate ao estereótipo relacionado 
às doenças mentais. Portanto, o trecho do Exemplo 10 deve ser avaliado como 
proposta de intervenção para a atribuição do nível na Competência V, enquanto 
o trecho do Exemplo 9 não deve ser avaliado dessa forma. 
 
IMPORTANTE 
Um tipo de constatação que é comum nas redações e que costuma 
gerar dúvidas é a “constatação de falta”, como ocorre em: 
“Tendo em vista esses pontos pode-se observar que a falta de 
investimento para projeto ou anúncios que tenham como objetivo 
divulgar a importância do cuidado da saúde mental atrapalha para 
que os cidadãos possam pedir auxílio profissional para evitar ou 
tratar de problemas mentais”. 
Embora essa construção possa esbarrar na tentativa de apresentar 
uma proposta de intervenção, ela, sozinha, aponta para um 
problema, não para sua solução; por isso, não deve ser considerada 
uma proposta de intervenção. Note que essa construção aponta para 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 17 
 
o que falta, e o leitor é quem preenche essa lacuna, a partir da falta, 
com o que poderia ser a proposta de intervenção. 
Exemplo: “a falta de investimento para projeto ou anúncios que 
tenham como objetivo divulgar a importância do cuidado da saúde 
mental”. 
Preenchimento do leitor: “É necessário que haja investimento para 
projeto ou anúnciosque tenham como objetivo divulgar a 
importância do cuidado da saúde mental”. 
Construções como “É preciso que haja investimento para projeto ou 
anúncios” e “É necessário que haja investimento para projeto ou 
anúncios” são propostas de intervenção, ao contrário da 
“constatação de falta”, porque apontam para a solução de um 
problema. 
Outro aspecto relacionado à proposta de intervenção e que precisa ser tratado 
com atenção é que a proposta não está sempre localizada apenas no parágrafo 
de conclusão, como muitas vezes se imagina. Além de compor o que tem se 
chamado de “conclusão-solução”, ela pode ainda fazer parte da argumentação 
ou até mesmo da introdução do texto. A proposta pode constituir todo um 
parágrafo ou aparecer “diluída” em mais de um parágrafo. Por isso, a avaliação 
deve ser feita, como nas outras competências, com atenção ao texto todo, uma 
vez que o avaliador que deixar de fazê-lo corre o risco de cometer uma injustiça 
com o participante. 
3.2. Identificação e contabilização dos elementos 
Como já foi mencionado, os seis níveis de nota na Competência V devem ser 
atribuídos em função da qualidade do que é elaborado, avaliado pela contagem 
de ELEMENTOS, e não em função da quantidade de propostas apresentadas em 
uma redação. Esses elementos são: AÇÃO, AGENTE, MODO/MEIO, EFEITO e 
DETALHAMENTO. 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 18 
Com o objetivo de interferir no problema apresentado pelo tema, a proposta de 
intervenção deve exprimir, minimamente, o que deve ser feito de maneira ativa. 
Nesse sentido, a ação é o elemento essencial, que auxiliará na identificação 
dessa proposta, ao qual se relacionam o agente indicado para executar essa 
ação, seu modo/meio de execução e seu efeito, pretendido ou alcançado, além 
do detalhamento de um dos elementos anteriores. Portanto, a proposta de 
intervenção muito bem elaborada, de forma detalhada, é aquela que apresenta 
esses 5 elementos. Essa concepção de avaliação destaca os elementos que 
materializam, na superfície textual, a concretude e, na sua ausência, a vagueza 
da proposta de intervenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODO/MEIO AGENTE 
AÇÃO 
EFEITO 
DETALHAMENTO 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 19 
Há, ainda, mais uma consideração importante: alguns participantes, 
preocupados em garantir uma boa nota nesta competência, elaboram listas de 
propostas de intervenção, por vezes até se afastando do caráter dissertativo-
argumentativo que se espera do texto produzido. Esse procedimento, contudo, 
não garante a boa elaboração de uma proposta. Portanto, atenção: se o texto 
apresentar mais de uma proposta de intervenção, deve ser avaliada somente a 
mais completa delas. 
Além disso, se uma mesma proposta apresentar algum elemento repetido, ele 
deve ser contabilizado apenas uma vez (dois agentes ou dois efeitos, por 
exemplo). Vale ressaltar que, em todos os níveis, os elementos podem assumir 
as mais diversas formas, dada a heterogeneidade da língua. Isso não deve ser 
entendido como um problema em si, porém demanda atenção do avaliador para 
que seja feita a correta identificação dos elementos e sua justa contagem, 
conforme explicaremos ao longo deste Módulo. Para uma avaliação da 
Competência V com uniformidade e isonomia, portanto, é importante conhecer 
melhor cada um desses elementos e verificar como eles se materializam nos 
textos. 
3.2.1. Os elementos: ação, agente, modo/meio, efeito e detalhamento 
Como mencionado anteriormente, a ideia de concretude (não vagueza) que se 
espera de uma proposta de intervenção bem elaborada está ancorada em 
elementos explicitados textualmente, conforme explicado a seguir. 
 
 AÇÃO 
Ação é o elemento que diz respeito à ação prática apontada pelo participante 
como necessária para a solução do problema apresentado pelo tema. É a partir 
da ação que reconhecemos a intenção do participante de propor uma 
intervenção para o problema abordado e que os demais elementos se 
organizam. A pergunta a ser respondida a fim de identificar a ação é “O que 
deve ser feito?”. 
 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 20 
São exemplos de ações: 
1. “Portanto, é imperativo que o Ministério da Saúde, junto com o Governo 
Federal, construa postos de atendimento à saúde mental da população em 
áreas de vulnerabilidade social, a fim de acabar com as doenças mentais, por 
meio da inclusão na base de diretrizes orçamentais, com o intuito de promover 
uma vida melhor para esses cidadãos. Feito isso, toma-se uma sociedade 
permeada pela efetivação dos elementos elencados na Magna Carta.” 
2. “Em suma, é irrefutável constatar a problemática apresentada. Todavia, 
com a implementação de acompanhamento psicológico por parte das escolas e 
do Ministério da Educação, buscar-se-ia a atenuação desse panorama. Assim, 
não só normatizaria essa situação, como a facilitaria.” 
3. “O melhor a ser fazer com pessoas que estão passando por algo desse 
gênero como depressão é estar presente, ajudando-as com motivações e 
ajudas de profissionais.” 
4. “No entanto, deveria haver palestras sobre a importância da saúde 
mental aplicadas pelo governo, em empresas e até mesmo nas escolas porque 
muitos jovens sofrem com isso.” 
 
Na avaliação da proposta de intervenção, a ação equivale a 1 elemento válido, 
desde que tenha caráter interventivo. Quando uma ação se distancia desse 
caráter, é considerada “elemento nulo”. Nesse caso, esse elemento não é 
contabilizado na contagem dos elementos válidos para atribuição de nível à 
proposta, pois se trata de uma ação normalmente vaga ou genérica. Entende-se 
por ação vaga ou genérica aquela que ainda é muito inespecífica e impede que o 
leitor saiba “o que/qual atividade”, de fato, será executado(a). 
Também se considera ação nula aquela formulada na negativa, ou seja, quando 
o participante expressa o que não precisa ser feito. Um exemplo disso é: “Não 
podemos deixar que doença nenhuma tome conta da gente e leve nossa alegria 
embora”. Nesse caso, entende-se que o participante considera uma situação 
inadequada (“deixar que doença nenhuma tome conta da gente e leve nossa 
alegria embora”) e deseja que ela não aconteça. No entanto, ainda não é 
possível saber qual ação, de fato, o participante propõe para resolução do 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 21 
problema, uma vez que não é possível identificar o que precisa ser feito. É 
importante destacar que entendemos como ações formuladas na negativa 
somente aquelas que forem precedidas por expressões de negação, como “não”, 
“nem”, “nunca”, “jamais”, “de modo algum” e “de forma nenhuma”. 
São exemplos de ações nulas: 
1. “Nesse sentido, fica evidente que, o estigma associado às doenças é 
prejudicial à sociedade brasileira e por isso providências devem ser tomadas.” 
(ação muito vaga ou genérica) 
2. “Portanto, é necessário fazermos algo sobre isso, para resolver esse 
impasse” (ação muito vaga ou genérica) 
3. “Portanto, indiscutivelmente, as autoridades competentes precisam agir 
para reverter a questão” (ação muito vaga ou genérica) 
4. “Não devemos criticar ninguém que passar por isso, porque só quem tem 
depressão sabe o que está sentindo” (ação negativa) 
 
É preciso ficar atento, no entanto, a casos em que a ação nula é acompanhada 
de uma estrutura que lhe atribui concretude, tornando-a, portanto, válida. Por 
exemplo, na frase “as autoridades competentes precisam agir”, temos uma ação 
nula, pois não se sabe qual a ação que deve ser realizada pelo agente. 
Entretanto, na frase “as autoridades competentes precisam agir na difusão de 
conhecimentos sobre doenças mentais”, temos uma ação válida, pois o trecho 
“na difusão de conhecimentos sobre doenças mentais” complementa a ideia da 
ação proposta, tornando-a mais específica. 
Há duas observações muito importantes sobre a nulidade da ação: 
i. É a partir do tema da redação que será definido o que deve ser 
considerado ação válida e o quedeve ser considerado ação nula; portanto, 
atualizações nesse aspecto podem ocorrer quando um novo tema de 
redação for trabalhado. Assim, ações de conscientização, que em anos 
anteriores já foram consideradas nulas, no Enem 2020, foram consideradas 
válidas, pois o tema “O estigma associado às doenças mentais na 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 22 
sociedade brasileira” possibilitava uma discussão relativa à esfera do 
comportamento humano, individual ou coletivo. 
Nesse sentido, são também exemplos de ações válidas: 
1. “É preciso conscientizar a população sobre os preconceitos contra as doenças 
mentais.” 
2. “O indivíduo precisa tomar consciência de sua fragilidade psíquica.” 
3. “É necessário ter a mente aberta.” 
4. “Urge refletirmos sobre o estigma associado às doenças mentais.” 
 
ii. O caráter de nulidade provocado por ideias vagas ou genéricas se aplica 
apenas à ação. Em alguns casos, as mesmas formulações podem aparecer 
constituindo outro elemento, como modo/meio, efeito ou detalhamento, 
porém, nessas situações, devem ser consideradas elementos válidos, pois 
o caráter de nulidade não se aplica ao modo/meio, nem ao efeito, nem 
ao detalhamento. Por exemplo, a formulação “providências urgentes 
devem ser tomadas” é considerada uma ação nula, mas, caso apareça na 
posição de modo/meio (como em “O Ministério da Saúde precisa dar 
melhor assistência aos doentes mentais, tomando providências urgentes”) 
deve ser aceita como elemento válido. 
 
 AGENTE 
Agente é o elemento que identifica o ator social apontado para executar a ação 
que se propõe. Para determinar o agente, o participante deve considerar o 
problema abordado pelo tema, sobre o qual se deseja intervir, e a ação 
apresentada. Apesar de os possíveis atores sociais variarem em função do tema 
e do problema, eles se enquadram em determinados níveis de ação: individual, 
familiar, comunitário, social, político, governamental e mundial. A pergunta a ser 
respondida para identificar o agente da ação proposta é “Quem executa?”. 
Cabe aqui destacar que o agente não é, necessariamente, o sujeito da oração ou, 
simplesmente, o agente da voz passiva. Mais importante do que observar a 
função sintática dos elementos é atentar para os aspectos semânticos. Algumas 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 23 
vezes, inclusive, o agente e a ação podem estar em períodos ou até mesmo em 
parágrafos diferentes. 
Seguem alguns exemplos de como o agente pode aparecer textualmente 
expresso: 
1. “Para que esta situação amenize ou se resolva, cabe aos familiares e 
amigos, que são os mais próximos do indivíduo, reintegrá-lo à sociedade, 
levando-o a palestras motivacionais e a grupos de apoio.” 
2. “Logo, se faz necessária a aplicação de tal conhecimento, pelo Ministério 
da Educação, na grade curricular dos estudantes, para evitar-se o pré-
julgamento de seus portadores.” 
3. “Depreende-se, portanto, que, para resolver esse impasse, é de extrema 
necessidade que o governo juntamente com órgãos da saúde dos estados 
invistam mais no Sistema Único de Saúde a fim da população ter um tratamento 
psicológico digno.” 
4. “Assim pode-se concluir que devemos cuidar da nossa saúde mental, 
buscando ajuda ou até mesmo conversando com alguém.” 
5. “Em suma, diante dos problemas citados, torna-se necessária uma maior 
participação governamental em meio ao tratamento da saúde mental do povo.” 
 
Reforçamos que, na avaliação da proposta de intervenção, o agente equivale a 1 
elemento válido, independentemente de quantos ou quais deles sejam 
identificados em uma mesma proposta, como vimos no exemplo 3 do quadro 
anterior (em que os agentes são o governo e os órgãos da saúde dos estados). 
Quando o agente é expresso por termos que não permitem a precisa 
identificação do ator social indicado para a execução da ação, ele deve ser 
considerado “elemento nulo”, o qual não é contabilizado na contagem dos 
elementos válidos na avaliação de nível da Competência V. 
 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 24 
São agentes nulos: 
1. Alguém, ninguém, alguns, uns, uns e outros, outros e você*. 
* “Você” é nulo desde que não haja definição desse agente (Por exemplo: em “Você, que 
está sofrendo de ansiedade, vá ao médico”, temos um agente que já está definido. Esse não 
é, portanto, um caso de agente nulo). 
2. Verbo no modo imperativo**. 
** desde que não haja vocativo ou qualquer outra formulação que identifique o agente 
(como em “Crie programas de combate à depressão, governador!”, em que o agente está 
definido) e com exceção do uso da 1ª pessoa do plural (como em: “façamos nossa parte”, em 
que o “nós” oculto é agente válido). 
Os agentes listados no quadro são considerados elementos nulos porque não 
conseguimos especificá-los. Por exemplo, ao usar o pronome “alguém”, o 
participante não define quem é o agente; há, aí, claramente, a imprecisão desse 
ator social e, portanto, a identificação de um elemento nulo. É importante 
lembrarmos que apenas os agentes listados no quadro acima são nulos. 
A seguir, apresentamos alguns exemplos desses agentes nulos em propostas: 
 
1. “Alguém precisa tomar uma decisão.” 
2. “Denuncie quem maltrata as pessoas com doença mental!” 
É necessário observar, também, os casos comuns de agentes que, 
eventualmente, podem ser erroneamente identificados como nulos, mas são 
válidos, como “todos”, “as pessoas” e “nós” (nesse último exemplo, deve-se 
considerar tanto o uso do pronome quanto apenas o uso da desinência verbal de 
1ª pessoa do plural). Ao analisar as redações, percebemos que tais agentes se 
aproximam mais de um ator social considerado bem definido. Assim, deve-se 
considerar “todos”, “as pessoas” e “nós” (ou “a gente”) como se considera “a 
sociedade”, como um ator social preciso e, por isso, elemento válido. 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 25 
Para a correta avaliação do agente, deve-se: 
• considerar apenas o agente textualmente marcado, ainda que oculto. Quando 
o agente não é marcado textualmente, significa que não há agente na 
proposta. Se o participante escreve, por exemplo, “Portanto, com 
investimentos na área da saúde e mobilização para maior conhecimento sobre 
a doença, o problema será resolvido”, a proposta não apresenta agente. Não 
podemos determinar que o agente é “o Governo” ou “empresas privadas” 
apenas por pressupor que são esses agentes que fazem investimentos e 
mobilizações na área da saúde; 
• considerar o agente que, embora não corresponda especificamente à ação 
proposta, relaciona-se a ela pelo campo semântico a que pertence. Por 
exemplo, em “Cabe ao Tribunal de Contas da União fomentar políticas 
públicas que priorizem atendimento a pessoas que passam por tal situação”, 
por mais que saibamos que o “Tribunal de Contas da União” não é um agente 
adequado para implementar programas sociais, entendemos que, para um 
jovem concluinte do Ensino Médio, essas competências podem não estar 
muito claras. Garante-se, assim, a contabilização desse elemento. 
ATENÇÃO 
Deve-se enviar ao supervisor, como ocorrência pedagógica, textos 
em que as propostas de intervenção apresentem agentes 
absurdamente incompatíveis com a ação, como “Crianças devem dar 
atendimento psicológico a outras crianças com doenças mentais”. Na 
amostra analisada, não foram encontradas propostas com esse tipo 
de ocorrência, mas, caso aconteça, é importante que o supervisor 
seja consultado. 
 
 
 MODO/MEIO 
Modo/meio é o elemento que diz respeito à maneira e/ou aos recursos pelos 
quais a ação é realizada. Esse elemento dialoga com a exequibilidade, 
concretude e interventividade da ação, características indispensáveis à proposta 
de intervenção. A pergunta a ser respondida para identificar o modo/meio 
apontado é “Como se executa/Por meio do quê?”. 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 26 
Na avaliação da proposta de intervenção, o modo/meio equivale a 1 elemento 
válido, independentemente de quantos ou quais deles sejamidentificados em 
uma mesma proposta. É importante lembrar que não existe modo/meio 
considerado elemento nulo. 
São estruturas indicativas de modo/meio: 
1. “Dessarte, é preciso que o Ministério da Saúde, responsável por assegurar 
direitos basilares da saúde populacional, crie projetos acessíveis de combate a 
tal questão por meio de psicólogos nos postos de saúde.” 
2. “Para proteger a dignidade das pessoas que têm doenças mentais, o 
Ministério da Saúde, com o governo federal, deve assegurar a segurança delas, 
a partir da implementação de câmeras no centro e da criação de um Disk 
denúncia reservado apenas para pessoas que sofreram violência por sua 
condição psicológica.” 
3. “Por fim, cabe ao governo federal investir em tratamentos psicológicos e 
psiquiátricos, disponibilizando no SUS um número maior de psicólogos e 
psiquiatras, a fim de abranger de forma igualitária todas as classes sociais.” 
4. “Sendo assim, é imprescindível, com o fito de reter a problemática citada, 
que o Ministério da Saúde, grande promotor da saúde no país, crie palestras, em 
escolas, através da disponibilização de médicos, para educar a população sobre 
as doenças mentais.” 
 
IMPORTANTE 
 
Devemos fazer clara distinção entre estruturas que expressam mais 
de um agente em conjunto e estruturas que expressam modo/meio. 
Observe os exemplos a seguir: 
1. “Portanto, para não estigmatizar indivíduos com doenças mentais, 
o Ministério da Saúde deve, em parceria com a Secretaria da 
Cultura, incentivar artistas nacionais a produzirem conteúdos que 
normalizem esses contextos.” 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 27 
 
2. “Cabe ao governo, por meio dos Ministérios da Educação e da 
Saúde, promover palestras e distribuição de cartilhas, para 
conscientização da sociedade e aumentar a visibilidade dos 
transtornos mentais.” 
No primeiro exemplo, o trecho destacado deve ser considerado parte 
do agente, equivalente a “o Ministério da Saúde e a Secretaria da 
Cultura”. Já no segundo, o trecho destacado deve ser considerado 
modo/meio, porque há clara intenção do participante de indicar o 
modo pelo qual a ação será realizada, como em “O governo, 
recorrendo ao Ministério da Educação e da Saúde [...]”. 
Ou seja, o participante, ao formular a proposta de intervenção, pode 
apresentar a mesma informação sob a forma de elementos 
diferentes. Em cada caso, o procedimento a ser seguido é identificar 
o elemento considerando a forma escolhida pelo participante para 
apresentá-lo. 
 
Outro aspecto importante a ser observado é que não serão consideradas modo/ 
meio construções que, embora expressem circunstância de modo, ainda não 
respondem à pergunta “Como se executa/Por meio do quê?”. Por exemplo, em 
“O governo precisa combater o estigma das doenças mentais de forma 
adequada”, a expressão “de forma adequada” ainda não basta para identificar o 
meio de execução prática da ação e, consequentemente, não é contabilizada 
como um elemento. 
 EFEITO 
Efeito é o elemento que corresponde aos resultados pretendidos ou alcançados 
pela ação proposta. Ele pode vir expresso por meio de uma estrutura indicativa 
de finalidade, consequência ou conclusão. A pergunta a ser respondida para 
identificar esse elemento é “Para quê?”. 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 28 
Na avaliação da proposta de intervenção, o efeito equivale a 1 elemento válido, 
independentemente de quantos ou quais deles sejam identificados em uma 
mesma proposta. Tal como o modo/meio, não há efeito considerado elemento 
nulo. 
São estruturas indicativas de efeito: 
1. “Conclui-se que o estigma ligado às doenças mentais no Brasil é 
preconceituoso e ignorante. Para corrigir essa marca negativa na sociedade, é 
necessário campanhas informativas sobre depressão e outras doenças mentais, 
organizadas pelos Ministérios da Saúde e da Educação, além de continuar 
fornecendo acompanhamento psicológico na rede pública de saúde.” 
2. “Uma forma de amenizar o alto número de indivíduos com saúde mental 
debilitada seria a conscientização da necessidade de acompanhamento 
psicológico e a disponibilização de psicólogos por parte do Governo Federal nos 
postos de saúde do SUS.” 
3. “Para solucionar estes problemas, deve-se ter empatia a essas pessoas e 
cativá-las.” 
4. “Diante disso, entende-se que qualquer um está suscetível a ter uma 
mente não equilibrada em algum momento da vida. Por esse motivo, a inserção 
deste assunto em canais de comunicação, mídias e escolas deve existir, 
facilitando o entendimento e a aceitação de algo que é necessário para a 
vida.” 
 
É importante observar as possibilidades de localização do efeito na proposta de 
intervenção. É comum o participante iniciar a proposta de intervenção com esse 
elemento (como nos exemplos 1, 2 e 3 do quadro anterior), normalmente com o 
indicativo de finalidade. Não raro, porém, o efeito aparece no final da proposta 
(como no exemplo 4), mas, nessa posição, além da finalidade, são comuns as 
construções indicativas de consequência e conclusão. 
Cabe, também, destacar que um mesmo efeito pode servir a várias propostas de 
intervenção. O avaliador deve ficar atento, a fim de verificar se, mesmo estando 
estruturalmente distante da proposta (em outro período ou até em outro 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 29 
parágrafo), o efeito pode estar semanticamente relacionado a ela, como ocorre 
no exemplo seguinte: 
“Portanto, é necessário que o governo federal junto a influenciadores digitais 
falem sobre saúde mental nas redes sociais, realizando campanhas sobre a 
importância do diálogo entre amigos e família. Outra possível ação é a inserção 
de psicólogos em escolas. Tal ação deve ser feita por todas as escolas do país, 
sendo o governo federal um importante agente, que tornaria a presença desses 
especialistas da saúde obrigatória através de um decreto. Dessa maneira, o 
estigma poderá ser superado.” 
Note que o exemplo anterior apresenta duas propostas de intervenção (cujas 
ações são “falem sobre saúde mental nas redes sociais” e “é a inserção de 
psicólogos em escolas”) e apenas um efeito, no fim, que serve a ambas. 
 
 DETALHAMENTO 
Detalhamento é o elemento que acrescenta informações à ação, ao agente, ao 
modo/meio ou ao efeito. Ele tem papel fundamental para uma formulação mais 
concreta e mais elaborada da proposta de intervenção. Por esse motivo, damos 
ao detalhamento a mesma relevância concedida aos demais elementos, pois 
todos cumprem o papel de completar a ação da proposta de intervenção. A 
pergunta a ser respondida para identificar o detalhamento é: “Que outra 
informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo participante?”. 
É importante enfatizar que não há detalhamento considerado elemento nulo. 
Cabe observar que, na proposta de intervenção, o detalhamento pode estar 
relacionado a uma ação ou a um agente considerado elemento nulo e, mesmo 
assim, ser contabilizado, pois a ação e o agente considerados elementos nulos 
não são inexistentes – ou seja, embora não sejam contabilizados como 
elementos válidos, tais ações e tais agentes compõem uma proposta de 
intervenção e podem ter um detalhamento relacionado a eles. O detalhamento, 
por sua vez, é, justamente, um outro elemento, aquele que acrescenta 
informações à ação, ao agente, ao modo/ meio ou ao efeito. 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 30 
O detalhamento da ação, do agente e do modo/meio é variado, podendo se 
apresentar na forma de uma exemplificação, explicação ou justificativa. 
São exemplos do detalhamento da ação: 
1. “Diante da situação deveria haver mais campanhas de acolhimento, pois a 
maioria dos casos uma palavra, gestos ou algum projeto são importantes para 
as pessoas que estão passado por algo pessoal.” (Justificativa) 
2. “Sendo assim, cabe ao Ministério da Saúde, em parceria com criadores de 
conteúdo digital, a promoção de campanhas conscientizadoras, como por 
exemplo vários dias ‘amarelos’ inspirados nomês setembro amarelo, com 
finalidade de enaltecer a importância do autocuidado e do cuidado com o 
próximo.” (Exemplificação) 
 
IMPORTANTE 
Nos anos anteriores, uma das dúvidas mais recorrentes sobre a 
Competência V dizia respeito à análise de orações adjetivas na 
composição da proposta de intervenção. Muitos questionamentos 
referem-se à identificação de orações subordinadas adjetivas 
restritivas como parte da ação e de orações subordinadas adjetivas 
explicativas como detalhamento. 
Sabe-se que, mesmo recorrendo a explicações gramaticais, pode ser 
difícil fazer uma distinção precisa entre esses tipos de oração. Uma 
maneira de observar essa diferença seria pelo emprego da vírgula 
nas orações explicativas, porém, é preciso considerar os diferentes 
níveis de domínio do uso da vírgula pelos participantes, que, em 
alguns casos, não empregam esse tipo de pontuação corretamente. 
Assim, entendemos que nos basearmos na distinção entre restritivas 
e explicativas para definir se a oração consiste ou não em 
detalhamento seria improdutivo. 
A partir do estudo de amostras de redações dos anos anteriores, 
percebeu-se que, de forma geral, as orações adjetivas são usadas 
como uma complementação no elemento ação, portanto, 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 31 
convencionou-se que as orações adjetivas tanto restritivas como 
explicativas não serão consideradas detalhamento da ação. 
Analisemos, então, as seguintes propostas: 
1. “Com base nesses acontecimentos, deveria ampliar novas leis que 
punem esse tipo de atitude em geral.” (Ideia que complementa 
“novas leis” e, por isso, é parte da ação) 
2. “Destarte, urge que o Ministério da Educação – órgão responsável 
por aprendizagem – faça campanhas informativas que promovam 
altruísmo e senso crítico por meio das plataformas da mídia.” 
(Ideia que complementa “campanhas informativas” e, por isso, é 
parte da ação) 
Note que essa convenção serve exclusivamente para o elemento 
ação. Quando a oração adjetiva (restritiva ou explicativa) aparece 
ligada a um agente ou a um modo/meio, é necessário fazermos a 
pergunta “Que outra informação sobre esses elementos foi 
acrescentada pelo participante?” para considerarmos a existência de 
um detalhamento ou não. 
 
São exemplos do detalhamento do agente: 
1. “Logo, urge que os deputados federais e senadores, responsáveis pelo 
Poder Legislativo, aprovem uma lei que proíba os manicômios em todo 
território nacional.” (Explicação) 
2. “Portanto, os representantes governamentais e órgãos responsáveis como 
o Ministério da Educação e da Saúde devem apresentar propostas de 
conscientização.” (Exemplificação) 
São exemplos do detalhamento do modo/meio: 
1. “Portanto, para amenizar o estigma negativo associado a doenças 
mentais, é de suma importância que as escolas desconstruam a ideia de que 
saúde mental é algo ruim, por meio de palestras informativas sobre saúde – que 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 32 
seriam ministradas por profissionais competentes na área da saúde –, com o 
objetivo de normalizar essa pauta desde cedo.” (Explicação) 
2. “A mídia em parceria com o Ministério da Saúde deve criar propagandas e 
companhas por meio de plataformas digitais como: Facebook, Instagram, 
YouTube e WhatsApp, com a finalidade de conscientizar e ajudar essas pessoas 
com doenças mentais.” (Exemplificação) 
Os exemplos estudados evidenciam que o detalhamento, como elemento, tem 
papel fundamental para uma formulação mais concreta e mais elaborada da 
proposta de intervenção. Quando identificamos um detalhamento, é preciso 
delimitá-lo como algo além do elemento a que está ligado, ou seja, uma 
informação a mais. 
 
IMPORTANTE 
Para aqueles que participaram do processo do ano passado, é 
importante destacar que este ano não iremos considerar adjuntos 
adverbiais com especificação de lugar (por exemplo, “nas cidades”) 
como detalhamento da ação ou do modo/meio. Essas expressões 
terão o mesmo tratamento que o público-alvo, uma vez que elas 
complementam a ação ou o modo/meio. 
Observemos os seguintes exemplos: 
1. “O Ministério da Saúde, em parceria com o MEC, deve propor 
campanhas em redes sociais e nas escolas com a finalidade de 
explicar sobre problemas mentais, para que seja um assunto 
esclarecido.” (Especificação de lugar não é detalhamento) 
2. “Portanto, o governo federal em parceria com hospitais e ONG’s 
necessitam criar projetos para a sociedade que sofre como essas 
doenças – como consultas gratuitas aos cidadãos que não tem 
condições financeiras.” (Público-alvo não é detalhamento) 
 
Diferentemente do detalhamento da ação, do agente e do modo/meio, que 
pode ser variado (exemplificação, explicação ou justificativa), para o 
detalhamento do efeito admitiremos apenas uma possibilidade. Consideraremos 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 33 
detalhamento do efeito somente quando o participante estabelecer uma 
relação semântica de gradação entre dois ou mais efeitos. Em outras palavras, 
caso haja mais de um efeito na proposta de intervenção, devemos observar se 
há alguma relação de gradação entre esses dois efeitos, por exemplo, um 
desdobramento ou uma expansão. Se houver, devemos contabilizar a presença 
de um efeito e de um detalhamento do efeito. 
São exemplos do detalhamento do efeito: 
1. “Portanto cabe ao Ministério da Educação junto a mídia conscientizar e 
desmitificar a mente da sociedade sobre esse assunto, através de palestras e 
propagandas, objetivando mostrar a seriedade dessa área. Destarte, é possível 
surgir, na humanidade, um significado mais amplo do campo de saúde e 
doença mental.” 
Efeito: “objetivando mostrar a seriedade dessa área” 
Detalhamento do efeito: “Destarte, é possível surgir, na humanidade, um 
significado mais amplo do campo de saúde e doença mental” 
 
2. “Portanto, para diminuir as implicações econômicas e individuais das doenças 
mentais, é necessário o Governo Federal e os Governos Estaduais criarem 
campanhas públicas de conscientização sobre a saúde mental, como palestras, 
cartazes e programas sociais de discussão sobre o assunto. Assim, será possível 
combater o estigma em relação a essas doenças.” 
Efeito: “para diminuir as implicações econômicas e individuais das doenças 
mentais” 
Detalhamento do efeito: “Assim, será possível combater o estigma em relação a 
essas doenças” 
 
3. “Portanto, é fundamental que os Ministérios da Saúde, Educação e Tecnologia 
se reúnam fomentando e desenvolvendo projetos que acolham esses jovens e 
seus familiares, além de criar palestras, lives e publicações online que abordem o 
assunto doenças mentais, e mostrem a importância de conhecer e tratar essas 
doenças. Com isso acabaremos com esse estigma que a sociedade impõe, e 
assim futuramente viveremos em uma sociedade unida e sem preconceito, 
onde todos terão o respeito e aceitação como princípio. 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 34 
Efeito: “Com isso acabaremos com esse estigma que a sociedade impõe” 
Detalhamento do efeito: “e assim futuramente viveremos em uma sociedade 
unida e sem preconceito, onde todos terão o respeito e aceitação como princípio” 
 
4. “Para melhorar o problema de saúde mental da população brasileira, é 
necessário que o Poder Público dê mais atenção às camadas mais vulneráveis, 
por meio de consultas individuais ao paciente, para promover a compreensão do 
controle emocional.” 
Efeito: “Para melhorar o problema de saúde mental da população brasileira” 
Detalhamento do efeito: “para promover a compreensão do controle emocional” 
 
A identificação semântica de uma relação de gradação entre os efeitos pode dar 
margem para diferentes interpretações entre os avaliadores e, em uma avaliação 
em larga escala, precisamos eliminar leituras conflitantes. Dessa forma, após 
estudos com a amostra de redações e com as correções de anos anteriores, 
definimos que há detalhamento do efeito se o participante apresentar dois ou 
mais efeitos, excetoquando ele provar textualmente que esses efeitos não 
estão em uma relação de gradação. Há apenas duas formas de provar que não 
há relação de gradação entre os efeitos: 
i. os efeitos têm o mesmo sentido, portanto, trata-se da repetição do mesmo 
efeito; e 
ii. os efeitos estão em uma relação exclusiva de adição e, portanto, são 
independentes. 
A seguir, há um exemplo do primeiro caso em que o participante prova que não 
há uma relação de gradação entre os dois efeitos, pois o sentido dos elementos 
articulados é o mesmo. Devemos avaliá-los, então, como dois efeitos (1 
elemento válido). Vejamos: 
“Para amenizar os casos, poderia ser investido na ideia de pôr atendimento psicológico 
gratuito em escolas e postos de saúde públicos. Prezando diminuir o número de casos 
de estigma associado a doenças.” 
Nesse exemplo, os efeitos “Para amenizar os casos” e “Prezando diminuir o 
número de casos de estigma associado a doenças” estão no mesmo nível 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 35 
semântico, haja vista que o sentido de “amenizar os casos” e “diminuir o número 
de casos” é muito parecido. Portanto, nessa proposta, não temos detalhamento 
do efeito, mas dois efeitos (contabilizando apenas 1 elemento válido). 
A proposta de intervenção a seguir refere-se ao segundo caso, em que o 
participante prova que não há uma relação de gradação entre os efeitos, porque 
esses são apresentados a partir de uma relação exclusiva de adição. Ao elaborar 
os efeitos desse modo, devemos avaliar que o participante os considerou de 
forma independente e não explicitou uma relação de gradação. Portanto, 
também devemos avaliá-los como dois efeitos (1 elemento válido). Vejamos: 
“Após a análise desses fatos, podemos concluir que infelizmente esse é um dos 
problemas de saúde mais graves e mais ignorados ao mesmo tempo. Diante do 
aumento dos mesmos, o mínimo a se fazer é promover melhorias nos canais de ajuda, 
como o CVV e acredito que promover campanhas sociais e disponibilizar maiores 
fontes de ajuda sem custo, como conselheiros em escolas e outras áreas de trabalho, já 
ajudaria a conter o aumento dos transtornos além de promover maior felicidade e 
satisfação da população.” 
 
No exemplo anterior, consideramos como dois efeitos independentes os trechos 
“já ajudaria a conter o aumento dos transtornos” e “promover maior felicidade e 
satisfação da população”, pois a presença apenas da conjunção “além de” 
garante que não há desdobramento entre esses dois efeitos, mas que eles 
ocorreriam simultaneamente, caso a ação fosse posta em prática. Portanto, 
nesse caso, devemos avaliar os trechos como dois efeitos (1 elemento válido). 
Ainda sobre o exemplo anterior, caso houvesse, no trecho, alguma outra 
expressão que indicasse outra relação além da adição, poderíamos considerar a 
presença de um detalhamento do efeito. É o que ocorre no terceiro exemplo 
apresentado no box sobre detalhamento do efeito e retomado a seguir: 
 “Portanto, é fundamental que os Ministérios da Saúde, Educação e Tecnologia se 
reúnam fomentando e desenvolvendo projetos que acolham esses jovens e seus 
familiares, além de criar palestras, lives e publicações online que abordem o assunto 
doenças mentais, e mostrem a importância de conhecer e tratar essas doenças. Com 
isso acabaremos com esse estigma que a sociedade impõe, e assim futuramente 
viveremos em uma sociedade unida e sem preconceito, onde todos terão o respeito e 
aceitação como princípio.” 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 36 
É importante observar que, nessa proposta de intervenção, temos a presença 
do efeito “Com isso acabaremos com esse estigma que a sociedade impõe” e 
do detalhamento do efeito “e assim futuramente viveremos em uma 
sociedade unida e sem preconceito, onde todos terão o respeito e aceitação 
como princípio”, porque o participante apresentou os dois trechos articulados 
por “e assim futuramente”. Apenas a presença da conjunção “e” determinaria 
a existência de dois efeitos, porém, ao acrescentar “assim” e “futuramente”, o 
participante explicita uma relação de consequência e expansão, o que já 
consideramos como uma relação de gradação. Portanto, nesse exemplo, há 
efeito e detalhamento do efeito (2 elementos válidos). 
 
NOVIDADE 
Diferentemente do que foi convencionado no processo de avaliação 
das redações do Enem 2020 (em que apenas o uso da conjunção “e” 
determinava a identificação de dois efeitos independentes, não 
havendo, portanto, detalhamento do efeito), em 2021, 
consideraremos qualquer conjunção ou expressão de adição para a 
identificação de dois efeitos independentes. 
Assim, quando o participante utilizar apenas conjunções ou 
expressões aditivas (e, além de, também, não só... mas também, 
entre outras) para relacionar efeitos, devemos considerá-los dois 
efeitos independentes e não como efeito e detalhamento do efeito. 
 
Devemos lembrar que, assim como os outros elementos, o detalhamento deve 
ser contabilizado apenas uma vez. Por exemplo, se a proposta válida apresentar 
um detalhamento da ação e um detalhamento do agente, contabilizamos apenas 
um detalhamento. Da mesma maneira, se houver dois ou mais detalhamentos 
de um mesmo elemento, contabilizamos apenas um detalhamento (1 elemento 
válido). 
 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 37 
3.3. Considerações sobre o gerúndio na identificação dos elementos 
Normalmente, as orações reduzidas de gerúndio e sem conjunção demandam 
uma atenção maior por parte do avaliador, pois podem ser consideradas efeito, 
modo/meio ou detalhamento, dependendo do caso. Uma forma eficiente de 
perceber a diferença entre esses elementos é fazer as perguntas que os 
identificam. 
1. “Cabe ao Ministério da Saúde (MS), juntamente com o Ministério da Educação 
(MEC) propor campanhas de conscientização sobre essas doenças por meio de 
cursos, palestras, cartazes e propaganda, tornando a sociedade um local mais 
protetor, principalmente no momento delicado em que vivemos.” 
 
O que deve ser feito? “propor campanhas de conscientização sobre essas 
doenças”. (Ação) 
Quem executa? “Ministério da Saúde (MS), juntamente com o Ministério da 
Educação (MEC)”. (Agente) 
Como se executa?/Por meio do quê? “por meio de cursos, palestras, cartazes e 
propaganda”. (Modo/meio) 
Para quê? “tornando a sociedade um local mais protetor, principalmente no 
momento delicado em que vivemos”. (Efeito) 
Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo 
participante? Não há. 
A partir das perguntas, percebemos que o trecho destacado deve ser 
identificado como efeito, pois o uso do verbo “tornar” no gerúndio, nessa 
ocorrência, indica um objetivo da proposição de campanhas de conscientização 
sobre as doenças. Em outras palavras, o trecho destacado responde à pergunta 
“PARA QUE propor campanhas?” – PARA tornar a sociedade um local mais 
protetor, principalmente no momento delicado em que vivemos. 
 
2. “Sendo assim, diante de tantos estigmas é necessário que o governo ajude 
essas pessoas investindo na melhoria dos tratamentos desses transtornos, e 
também incentivando a população a discutir mais o tema com a função de 
conscientizar e incentivar a procura de ajuda e conhecimento.” 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 38 
O que deve ser feito? “ajude essas pessoas”. (Ação) 
Quem executa? “o governo”. (Agente) 
Como se executa?/Por meio do quê? “investindo na melhoria dos tratamentos 
desses transtornos, e também incentivando a população a discutir mais o tema”. 
(Modo/meio) 
Para quê? “com a função de conscientizar e incentivar a procura de ajuda e 
conhecimento”. (Efeito) 
Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo 
participante? Não há. 
O trecho destacado deve ser identificado como modo/meio, pois o uso dos 
verbos “investir” e “incentivar” no gerúndio, nessa ocorrência, indica formas de 
realizar a ação “ajude essas pessoas”. Ou seja, o trecho responde à pergunta 
“COMO será possível ajudaressas pessoas?” – POR MEIO DE investimento na 
melhoria dos tratamentos desses transtornos e incentivo da população a 
discutir mais o tema. 
 
3. “Portanto, é essencial que o Ministério da Educação junto com Ministério da 
Saúde adicione uma matéria na grade curricular dos Ensinos Fundamentais, 
Médio e Superior a fim de ensinar esse nicho da importância da saúde mental, 
mitigando o estigma relacionado às doenças mentais.” 
 
O que deve ser feito? “adicione uma matéria na grade curricular dos Ensinos 
Fundamentais, Médio e Superior”. (Ação) 
Quem executa? “o Ministério da Educação junto com Ministério da Saúde”. 
(Agente) 
Como se executa? Por meio do quê? Não sabemos. 
Para quê? “a fim de ensinar esse nicho da importância da saúde mental”. (Efeito) 
Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo 
participante? “mitigando o estigma relacionado às doenças mentais”. 
(Detalhamento do efeito) 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 39 
O trecho destacado deve ser identificado como detalhamento do efeito, pois o 
uso do verbo “mitigar”, nessa ocorrência, acrescenta um desdobramento do 
efeito, uma informação a mais sobre o efeito. Ou seja, o trecho responde à 
pergunta QUE OUTRA INFORMAÇÃO sobre o efeito foi acrescentada pelo 
participante – o ensino a esse nicho da importância da saúde mental (efeito) 
possibilitará a mitigação do estigma relacionado às doenças mentais (efeito do 
efeito, detalhamento). 
3.4. Roteiro de avaliação 
Para finalizarmos esta seção, retomemos brevemente o passo-a-passo mais 
adequado para se fazer a identificação e a contabilização dos elementos. É 
importante compreender que a ação é o elemento essencial de uma proposta de 
intervenção e é a partir dela que identificamos os outros elementos. Com isso, 
pretendemos explicitar que uma proposta pode ter mais de um agente, mais de 
um modo/meio, mais de um efeito ou mais de um detalhamento, mas nunca 
poderá ter mais de uma ação. Isso ocorre porque, justamente, cada ação 
equivale a uma proposta de intervenção específica. Vejamos um exemplo de 
propostas de intervenção de uma redação com abordagem completa do tema: 
Exemplo 11 
 
 
O primeiro passo é identificar a ação ou as ações. 
A ação é o elemento central da proposta de intervenção, a partir do qual todos 
os outros elementos se organizam. Se houver mais de uma ação, teremos mais 
de uma proposta. Na proposta acima, identificamos três ações, portanto, temos 
três propostas. 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 40 
AÇÃO 1: criar mais políticas públicas de promoção e prevenção de saúde 
AÇÃO 2: investir em treinamentos dos profissionais da atenção primária 
AÇÃO 3: investir em campanhas publicitárias voltadas para a empatia, 
acolhimento, preconceito e a valorização da humanidade em um mundo onde 
as redes sociais minimizou a socialização das pessoas 
Em seguida, devemos identificar a presença dos elementos agente, modo/meio e 
efeito. Como há mais de uma ação no mesmo trecho, é possível que essas ações 
compartilhem esses mesmos elementos. As três propostas compartilham o 
mesmo agente: 
AGENTE DA AÇÃO 1: Governo Federal 
AGENTE DA AÇÃO 2: Governo Federal 
AGENTE DA AÇÃO 3: Governo Federal 
No trecho acima, identificamos também dois efeitos, mas esses elementos 
servem apenas à segunda ação. 
DOIS EFEITOS DA AÇÃO 2: para que os mesmo possa identificar a doença e 
direcionar para o tratamento adequado 
Nenhuma das três propostas apresenta modo/meio. 
Após a identificação da ação, agente, modo/meio e efeito, devemos verificar a 
presença de detalhamento relacionado aos elementos identificados. No 
exemplo, não há nenhum detalhamento. 
O último passo é a contabilização dos elementos, para identificarmos a proposta 
mais completa. No trecho identificamos três propostas: 
PROPOSTA 1: ação (“criar mais políticas públicas de promoção e prevenção de 
saúde”) e agente (“Governo Federal”) = 2 elementos válidos 
PROPOSTA 2: ação (“investir em treinamentos dos profissionais da atenção 
primário”), agente (“Governo Federal”) e 2 efeitos (“para que os mesmo possa 
identificar a doença e direcionar para o tratamento adequado” – apenas um 
deverá ser contabilizado) = 3 elementos válidos 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 41 
PROPOSTA 3: ação (“investir em campanhas publicitárias voltadas para a 
empatia, acolhimento, preconceito e a valorização da humanidade em um 
mundo onde as redes sociais minimizou a socialização das pessoas”) e agente 
(“Governo Federal”) = 2 elementos válidos 
 
A proposta com o maior número de elementos válidos no Exemplo 11 é a 
proposta 2. Por apresentar 3 elementos válidos, o nível 3 deve ser atribuído a 
essa redação na Competência V. 
Após conhecermos cada um dos elementos e observarmos como eles se 
manifestam textualmente, é importante saber, agora, como eles se distribuem 
pelos níveis de notas e analisar, a partir de redações dos participantes, como 
podem ser identificados. 
4. DESCRIÇÃO DOS NÍVEIS 
Apresentados os 5 elementos que servirão de critério para a atribuição dos 
níveis de 0 a 5 às propostas de intervenção, como visto na Grade Específica, 
precisamos, então, compreender como eles devem ser contabilizados por nível 
de nota. 
Utilizaremos a seguinte legenda para as marcações nas redações analisadas: 
 
 Proposta mais completa, aquela que é considerada para a 
atribuição do nível. 
 
 
Proposta menos completa ou pertencente a um texto tangente. 
 
 
 
Trecho com desrespeito aos direitos humanos. 
 
 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 42 
4.1. Nível 0 (nota 0) 
0 
• Ausência de proposta OU 
• Proposta de intervenção que desrespeita os direitos humanos OU 
• Proposta de intervenção não relacionada sequer ao assunto 
 
Há três situações que permitem a atribuição de nível 0 à Competência V: o texto 
não apresenta proposta de intervenção; há desrespeito aos direitos humanos 
na proposta de intervenção; ou a proposta não está relacionada sequer ao 
assunto. 
 
4.1.1. Ausência de proposta de intervenção 
A primeira possibilidade de atribuição desse nível é quando o texto não 
apresenta qualquer proposta de intervenção. Já vimos como identificar a 
proposta no texto, no item 3.1. Logo, se a clara intenção do participante de 
propor algo não for identificada, ou seja, se o texto não apresentar uma 
proposta de intervenção, ele deverá ser avaliado no nível 0 da Competência V. 
Vejamos o exemplo a seguir: 
 
Exemplo 12 
 
 
O texto do Exemplo 12 é avaliado no nível 0 porque não apresenta proposta de 
intervenção. Há menção a doenças mentais nas linhas 1 e 2 (“donças mentais”) e 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 43 
o participante aborda o estigma associado às doenças mentais entre as linhas 6 e 
7 (“muitas pessoas consideram isso como besteira, frescura”). Contudo, o 
participante faz apenas constatações ao longo do texto, não apontando que tal 
cenário deve ser modificado, nem o que deve ser feito para mudá-lo. Como o 
participante não expressa claramente o desejo de propor algo para interferir na 
questão, não identificamos a presença de uma proposta de intervenção. 
 
4.1.2. Proposta de intervenção que desrespeita os direitos humanos 
O nível 0 também será atribuído a propostas que desrespeitem os direitos 
humanos, como é o caso do exemplo a seguir. 
Exemplo 13 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 44 
Na redação do Exemplo 13, há abordagem completa do tema, porque o 
participante trata de doenças mentais nas linhas 3 e 4 (“transtomos 
psicológicos”) e menciona o estigma associado às doenças mentais na linha 6 
(“estigma”). A partir da leitura do texto, conclui-se que deve ser atribuído o nível 
0 na Competência V, pois o participante apresenta uma proposta de intervenção, 
entre as linhas 21 e 29, que sugere que pessoas com doenças mentais ou 
dificuldades financeiras sejam proibidas de ter filhos. Essa proposição configura 
desrespeito aos direitos humanos, uma vez que contraria o princípio de que 
toda pessoa temo direito de ter filhos e formar uma família. 
É importante ressaltar que, devido à gravidade verificada no desrespeito aos 
direitos humanos, a identificação de uma proposta enquadrada nesse perfil 
deverá levar o texto a ser avaliado sempre no nível 0 desta Competência, 
independentemente da existência de outras propostas, na mesma redação, que 
não firam os direitos humanos, ainda que mais completas (com mais elementos). 
4.1.3. Proposta de intervenção não relacionada sequer ao assunto 
Por fim, as propostas de intervenção identificadas como não relacionadas 
sequer ao assunto, o que inclui aquelas totalmente incompatíveis com ele, 
também serão avaliadas no nível 0. 
Se um texto for avaliado como “fuga ao tema”, é porque nem na proposta de 
intervenção foi identificada a abordagem temática; portanto, ele não é avaliado 
em qualquer uma das competências. No entanto, caso um texto avaliado na 
Competência II com abordagem completa do tema ou, pelo menos, como 
tangente apresente uma proposta de intervenção completamente alheia ao 
tema ou ao assunto, é preciso verificar, primeiramente, se não se trata de algum 
caso de “parte desconectada”, como vimos no Módulo 2 − Situações que levam à 
nota zero. Descartada essa hipótese, devemos verificar se o participante 
estabeleceu alguma relação entre a sua proposta de intervenção e seu projeto 
de texto. Ele pode, por exemplo, apresentar uma proposta que não está 
diretamente relacionada ao tema ou ao assunto, ou uma proposta muito vaga, 
mas que está relacionada à discussão desenvolvida por ele ao longo do texto. 
Nesses casos, podemos recuperar a relação da proposta com o tema e/ou o 
assunto pelo projeto de texto e avaliá-la normalmente. Porém, se a proposta não 
estiver diretamente relacionada ao assunto ou ao tema da prova nem à 
discussão desenvolvida e não for identificado um caso de PD, devemos 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 45 
considerar a proposta como não relacionada sequer ao assunto e atribuir o nível 
0 na Competência V. Esses casos são raros e são observados apenas com 
determinados temas. No Enem 2020, não foi encontrado nenhum caso de 
proposta de intervenção não relacionada sequer ao assunto. 
É importante lembrar que, caso o texto contenha outra proposta compatível, ela 
deve ser avaliada normalmente, mesmo apresentando menos elementos, ou 
seja, não sendo a mais completa. 
 
ATENÇÃO 
Deve-se enviar ao supervisor, como ocorrência pedagógica, textos 
com proposta de intervenção sequer relacionada ao assunto, para 
uma verificação mais detalhada. 
 
 
4.2. Nível 1 (nota 40) 
1 
• Tangenciamento do tema OU 
• Apenas elemento(s) nulo(s) OU 
• 1 elemento válido 
Há três situações para a atribuição do nível 1 na Competência V: a proposta de 
intervenção pertencente a um texto tangente, aquela com apenas elemento(s) 
nulo(s) ou aquela com apenas 1 elemento válido. Vejamos os exemplos a seguir. 
4.2.1. Tangenciamento do tema 
Se um texto foi considerado tangente na Competência II, significa que a 
abordagem completa do tema não foi identificada nem mesmo na proposta de 
intervenção; portanto, caso apresente uma proposta com um ou mais elementos 
válidos, deve ser avaliado no nível 1 na Competência V. Contudo, é preciso 
atenção, pois um texto tangente pode ainda: não conter proposta de 
intervenção; apresentar proposta que desrespeite os direitos humanos; ou 
apresentar apenas proposta não relacionada sequer ao assunto − condições que 
levam à atribuição do nível 0 nesta Competência. 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 46 
No exemplo a seguir, as propostas de intervenção, ainda que cada uma 
apresente dois elementos válidos, encontram-se em um texto tangente; por isso, 
a redação enquadra-se no nível 1 da Competência V. 
Exemplo 14 
 
Na redação do Exemplo 14, há tangenciamento do tema, porque o participante 
aborda as doenças mentais na linha 1 (“doenças mentais”), mas não trata do 
estigma associado às doenças mentais. Nas linhas 7 a 14, há seis propostas com 
2 elementos cada. A primeira, entre as linhas 7 e 8, apresenta o efeito (“Uma 
forma de acabar com isso”) e a ação (“é deixar as pessoas viverem mais”). A 
segunda, entre as linhas 7 e 9, apresenta a ação (“é deixar as pessoas fazerem o 
que gostam”) e compartilha o efeito com a primeira proposta. A terceira, entre 
as linhas 7 e 10, apresenta a ação (“deixar com que eles aprendam com os 
erros”) e compartilha o mesmo efeito das propostas anteriores. No último 
parágrafo, a quarta proposta apresenta, entre as linhas 11 e 12, o agente (“A 
sociedade”) e a ação (“tem que deixar de impor padrões de beleza”). A quinta 
proposta, na linha 12, apresenta o agente (“Cada um”) e a ação (“tem que viver 
como gosta”). Por fim, a sexta proposta, entre as linhas 12 e 14, apresenta a 
ação (“se vestir como gosta e não do jeito que a sociedade impõe.”) e 
compartilha o agente com a proposta anterior. Embora cada uma das propostas 
de intervenção apresente dois elementos válidos, a redação deve ser avaliada no 
nível 1, porque o texto é tangente. 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 47 
4.2.2. Apenas elemento(s) nulo(s) 
Se a proposta de intervenção se encontra em um texto que já apresenta 
abordagem completa do tema, devemos avaliá-la conforme sua construção a 
partir da variedade dos elementos que apresenta. 
Em um texto com abordagem completa do tema, a primeira situação de 
atribuição de nível 1 nessa Competência refere-se à proposta de intervenção que 
apresenta somente elementos(s) nulos(s). 
Exemplo 15 
 
No Exemplo 15, o tema é abordado de forma completa, pois trata de doenças 
mentais nas linhas 2 e 3 (“O estado mental de uma pessoa implica muito mais 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 48 
que a ausência de uma doença”) e menciona o estigma na linha 10 (“estigma”). 
Na linha 25, há uma proposta de intervenção de nível 1, com apenas um 
elemento nulo, a ação (“[a doença] que não deve ser tratada como uma 
‘frescura’”). É importante lembrar que ações na negativa são consideradas nulas. 
4.2.3. Um elemento válido 
Por fim, a última possibilidade de atribuição do nível 1 na Competência V refere-
se à proposta que apresenta apenas um elemento válido. 
Exemplo 16 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 49 
No Exemplo 16, o tema é abordado de forma completa, tratando das doenças 
mentais na linha 2 (“depressão”) e da estigmatização associada às doenças 
mentais na linha 4 (“Boa parte da população acham que deve ser frescura”). Nas 
linhas 23 a 25, há quatro propostas de intervenção de nível 1, porque todas 
apresentam apenas um elemento válido, a ação. A primeira proposta apresenta 
uma ação (“Poderia falar mais sobre o assunto”). A segunda proposta apresenta 
uma ação (“criar campanhas nas escolas”). A terceira proposta apresenta uma 
ação (“mais psicólogos nos postos de saude”). E a quarta proposta também 
apresenta apenas uma ação (“apoio ao trabalhador no ambiente de trabalho”). 
Nessa redação, em todas as propostas, faltou explicitar o agente da ação, o seu 
modo/meio de execução, o efeito e algum detalhamento; por isso, ela deve ser 
avaliada no nível 1. 
4.3. Nível 2 (nota 80) 
2 2 elementos válidos 
Estruturas condicionais com 2 
ou mais elementos válidos 
não devem ultrapassar este 
nível 
A proposta de intervenção avaliada no nível 2 é aquela que apresenta apenas 2 
elementos válidos ou que, apesar de apresentar 2 ou mais elementos válidos, é 
escrita por meio de estruturas condicionais. 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO 07 | COMPETÊNCIA V 50 
4.3.1. Dois elementos válidos 
Vejamos o exemplo a seguir: 
Exemplo 17 
 
O Exemplo 17 apresenta abordagem completa do tema, pois, na linha 3, há 
menção a doenças mentais (“doenças mentais”) e, na linha 11, alusão ao estigma 
associado a doenças mentais (“As pessoas tendem a não compreender”). A 
redação apresenta três propostas de intervenção de nível 2 entre as linhas 15 e 
18. Na primeira, temos a ação (“Devem ser feitas a conscientização

Continue navegando