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DIREITO E CIDADANIA
Houseman Maia
1
Assuntos abordados para N1
9. Relação entre Sociedade, Direito e Estado;
10. Instituições do Direito Privado: Sujeito de direito privado; 
11. Instituições do Direito Público: Sujeito de direito público; 
12. Principais ações constitucionais;
13. O Direito e a educação para a diversidade; 
14. O Direito e a proteção as minorias: Afro-brasileiros e indígenas;
15. Direitos Humanos e Políticas transversais. 
9.- Objeto e finalidade da introdução ao estudo do direito
Função do Direito na sociedade 
O Direito e o homem se influenciam mutuamente. Enquanto o Direito faz parte do processo de adaptação do homem, devendo este se adequar e obedecer às normas, o homem também influencia na criação do Direito, vez que este deve estar focado e adaptado ao meio para o qual foi produzido, obedecendo aos valores que a sociedade elege como essenciais. 
O Direito possui importante missão: serve como instrumento para gerar a paz e harmonia nas diversas relações sociais. É importante salientar que o Direito não deve refletir interesses individuais, mas interesses de toda a coletividade, que muitas vezes colidem com os interesses individuais, gerando conflitos que serão resolvidos pelo próprio Direito. 
O Direito, por ser fruto da elaboração humana, sofre influência do tempo e do local em que se aplica, e por isso, ele deve estar sempre aberto às mudanças que ocorrem durante as diferentes épocas. As inúmeras e constantes transformações que se verificam com o passar do tempo refletem nas normas de conduta impostas pelo Direito, motivo pelo qual se deve buscar atualizações recorrentes.
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9.- Objeto e finalidade da introdução ao estudo do direito
Função do Direito na sociedade 
O reflexo do Direito na sociedade ocorre de duas maneiras principais, tendo em vista o sistema normativo que constrói a ordem social: são as normas positivadas e as normas de costume. Em geral, as normas de costume acabam sendo positivadas; porém, as que não são, continuam valendo com igual força. O direito à vida é um exemplo de norma de costume que também é uma norma positivada, pois, trata-se de um valor social que prepondera nas sociedades em geral. Já a união de pessoas do mesmo sexo é uma norma de costume, que a sociedade reconhece como válida, mas que ainda sofre um processo de positivação no Brasil, não sendo absoluta: a sociedade se transformou e agora cabe ao Direito tornar essa norma de costume, também uma norma positivada.
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9.- Objeto e finalidade da introdução ao estudo do direito
Relação entre Direito e Estado 
O Estado é a sociedade politicamente organizada, que utiliza a aplicação do Direito para estabelecer uma ordem da conduta humana: apresenta as condições universais da ordem social em determinados território, povo e governo. O Estado, portanto, caracteriza-se pela soberania, internamente representada pela faculdade de impor a sua vontade, por meio da força, se necessária, independente da vontade do cidadão em particular, o que se legitima com o Direito. Com relação aos demais Estados (países), a afirmação máxima da soberania é a independência absoluta, admitindo que todos estão no mesmo nível de hierarquia, não admitindo que nenhum Estado que superior a outro. A relação entre Direito e Estado, no entanto, se explica por meio de três teorias básicas: teoria monista, teoria dualista e teoria do paralelismo.
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9.- Objeto e finalidade da introdução ao estudo do direito
Relação entre Direito e Estado 
Para a teoria monista, também conhecida como teoria do estatismo jurídico, o Estado e o Direito se confundem em uma única realidade. No entendimento monista, só existe o Direito estatal, não se admitindo a ideia de qualquer regra jurídica fora do Estado. E o Estado é a fonte única do Direito, pois só ele dispõe de força coativa para estabelecer normas. Logo, como só existe o Direito emanado do Estado, ambos se confundem em uma só realidade. 
Já a teoria dualista, também conhecida como teoria pluralista, sustenta que o Estado e o Direito são duas realidades distintas, independentes e inconfundíveis. Nessa teoria, o Estado não é a única fonte do Direito, nem com este se confunde. O que provém do Estado é apenas uma categoria especial do Direito: O Direito Positivo. Em conjunto com o Direito Positivo, existem e vigoram os princípios do Direito Natural, as normas do Direito Costumeiro e as regras que se firmam na consciência coletiva. Essa corrente afirma que o Direito é uma criação social, não estatal, pois, é um fato social em contínua transformação. A função do Estado é positivar o Direito, isto é, traduzir em normas escritas os princípios que se firmam na consciência social.
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9.- Objeto e finalidade da introdução ao estudo do direito
Relação entre Direito e Estado 
A teoria do paralelismo entende que o Estado e o Direito são realidades distintas, mas de natureza interdependentes. Essa corrente, procurando solucionar a antítese monismo–dualismo, reconhece que o Direito não é estatal — sustenta que vários centros de determinação jurídica surgem e se desenvolvem fora do Estado, obedecendo a uma graduação de positividade. Sobre todos esses centros particulares do ordenamento jurídico, prepondera o Estado como centro de irradiação da positividade.
Diante disso, o Estado se compõe de três elementos, tornando a teoria tridimensional a mais aceita pela doutrina para explicar a relação entre sociedade e Direito: 
 fato, que consiste na determinação de uma relação permanente do poder, com uma discriminação entre governantes e governados; 
 valor, em virtude do qual o poder é exercido (o ideal de justiça, por exemplo); 
 norma, que expressa a medição do poder na atualização dos valores da convivência social (o próprio Direito).
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9.- Objeto e finalidade da introdução ao estudo do direito
Direito como meio de controle social 
É de ressaltar, de início, que o Direito não é o único responsável pela harmonia da vida em sociedade. A religião, a moral e as regras de trato social igualmente contribuem para o sucesso das relações sociais. Se devemos dizer que o direito não é o único valor, nem o mais alto, ele é, contudo, a garantia da vida em sociedade.
Há outros instrumentos de controle social, e cada um o é na sua faixa própria. A do Direito, por exemplo, é regrar a conduta social, com vistas à ordem e à justiça, e os fatos sociais mais importantes para o convívio social é que são juridicamente disciplinados. 
Portanto, como o Direito decorre da criação humana, isto é, da vontade da sociedade em se autorregulamentar, ele se manifesta como controlador do homem social ou como sistema de controle social. Sob esse prisma, o Direito é utilizado como instrumento de dominação da sociedade, pois esta se submete, em grau de obediência, às regras de controle instituídas para organizar a sua convivência.
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10.- Instituições do Direito Privado: Sujeito de direito privado
Sujeitos de Direito Privado 
Conforme trata o art. 1º do Código Civil, o ser humano, para ser considerado sujeito de direitos e deveres, basta existir. Dessa forma, a pessoa é o sujeito de direito dotado de capacidade plena ou ilimitada na ordem civil, então toda pessoa é dotada de personalidade, isto é , tem capacidade para figurar em uma relação jurídica. Com exceção dos animais e dos seres inanimados, todos têm competência genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. 
Já o art. 2º do Código Civil aborda a distinção entre pessoa e nascituro, dispondo que pessoa é o ser humano nascido com vida e o nascituro é o ser humano não nascido ou ainda em ventre materno. Todavia, ambos são sujeitos de direito, personalizado e não personalizado, respectivamente.
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10.- Instituições do Direito Privado: Sujeito de direito privado
Sujeitos de Direito Privado 
Os sujeitos de direito não personalizados são os seres humanos concebidos ou não, aos quais o direito empresta consequências jurídicas ou tutela, não havendo a necessidade, para esses casos, de se atribuir personalidade. Dessa forma, são sujeitos de direito: o nascituro (art. 2º do Código Civil); 
 os embriões excedentários, concebidos in vitro e ainda não implantados no útero de mulher, crioconservados até 3 anos da concepção, desde que considerados aptos para procriação (art. 1.597, IV, do Código Civil); 
 os ainda não concebidos, entes humanos futuros ou prole eventual, destinatários de sucessão testamentária (art. 1.799, I, do Código Civil), ou de outros negócios jurídicos unilaterais, ou de estipulações em favor de terceiro; 
 as futuras gerações humanas, como titulares de preservação do meio ambiente, que lhes permita vida digna, quando nascerem (art. 225 da Constituição Federal).
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10.- Instituições do Direito Privado: Sujeito de direito privado
Sujeitos de Direito Privado 
A capacidade é a medida da personalidade. A capacidade, presente no art. 1º do Código Civil, é a que todo indivíduo possui, pois é a capacidade de direito, de aquisição ou de gozo de direitos. No entanto, não são todos os indivíduos que possuem essa capacidade de fato, que é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil. Dessa maneira, os recém-nascidos e os amentais sob curatela têm somente a capacidade de direito, podendo, por exemplo, herdar, mas não havendo a capacidade de fato.
Há, ainda, o sujeito de direito na forma das pessoas jurídicas, que são apresentadas na forma de entidades que a lei empresta personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações. A personalidade jurídica é diversa da dos indivíduos que a compõem, pois inicia no momento do registro da pessoa jurídica no órgão competente. O registro corresponde à inscrição do contrato social ou estatuto perante o órgão competente, surgindo, com esse ato, a personalidade jurídica da própria pessoa jurídica, distinta, portanto, da personalidade dos seus membros. O Código Civil, art. 44, traz o rol de pessoas jurídicas de Direito Privado assim consideradas pela lei:
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10.- Instituições do Direito Privado: Sujeito de direito privado
Sujeitos de Direito Privado 
Art. 44 São pessoas jurídicas de Direito Privado: 
I — as associações; 
II — as sociedades; 
III — as fundações. 
IV — as organizações religiosas; 
V — os partidos políticos.
As associações são compostas pela reunião de pessoas físicas, para realização de um fim comum, sem fins lucrativos.
As sociedades reúnem pessoas com a finalidade de exercer uma atividade empresária, com intuito de obter retorno financeiro, ou seja, lucro. Sejam elas sociedades empresariais ou sociedades simples, possuem uma finalidade lucrativa.
As fundações se constituem a partir do patrimônio destinado a um determinado fim específico, sendo esse patrimônio derivado de testamento ou escritura pública. As fundações de Direito Privado nada têm de relação com as fundações estatais, que são autárquicas e pertencentes ao objeto de estudo do Direito Administrativo.
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10.- Instituições do Direito Privado: Sujeito de direito privado
Sujeitos de Direito Privado 
Art. 44 São pessoas jurídicas de Direito Privado: 
I — as associações; II — as sociedades; 
III — as fundações. 
IV — as organizações religiosas; 
V — os partidos políticos.
Os partidos políticos e as organizações religiosas foram incluídos no rol de pessoas jurídicas de Direito Privado pela Lei nº. 10.825, de 22 de dezembro de 2003, tornando-se entidades autônomas e diferentes das associações. As constituições das organizações religiosas não podem sofrer qualquer interferência do Poder Público, e a criação de partidos políticos deve seguir o que estipula a lei. O Quadro 1 apresenta a distinção entre personalidade e capacidade jurídica.
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10.- Instituições do Direito Privado: Sujeito de direito privado
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11.- Instituições do Direito Público: Sujeito de direito público
O direito reconhece como sujeitos de direitos as pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas. As pessoas físicas, também chamadas de pessoas naturais, são reconhecidas pelo direito e ganham a declaração de existência com o registro do nascimento. Do mesmo modo, o direito reconhece a existência de pessoas criadas juridicamente. São as chamadas pessoas jurídicas, que ganham vida com o registro dos seus atos constitutivos (contrato ou estatuto social) perante os órgãos competentes. As pessoas podem ser de direito público ou de direito privado. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
Por sua vez, são pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
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11.- Instituições do Direito Público: Sujeito de direito público
Pessoas jurídicas de direito público externo 
Por sua vez, são pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo Direito Internacional Público. Como exemplo de pessoas jurídicas de direito público externo temos os Estados, tais como: o Uruguai, a China, o Congo, a Costa do Marfim, o Canadá, entre outros. 
Contudo, temos outros exemplos de jurídicas de direito público externo, como a Santa Sé e os organismos internacionais (ONU, OEA, União Europeia, Mercosul, Unesco, FAO etc.).
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12.- Principais ações constitucionais
Considerações gerais sobre ações constitucionais 
Aqui, você deve partir do entendimento de que os direitos fundamentais são um conjunto de regras que garantem ao indivíduo viver de forma digna em sua atuação social. Por isso, a Constituição da República Federativa do Brasil disponibiliza à população brasileira instrumentos jurídicos para que seja possível requerer a sedimentação dos direitos fundamentais destinados à consecução do direito ao desenvolvimento. Assim, os direitos fundamentais devem ser reconhecidos como instrumentos que ficam à disposição das pessoas para reclamarem, em juízo, uma proteção a seus direitos. Por esse motivo, esses direitos também são conhecidos como remédios constitucionais.
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12.- Principais ações constitucionais
Sendo assim, a Constituição estabelece instrumentos que ficam à disposição dos indivíduos como forma de resguardar seus direitos perante as ilegalidades ou abusos de poder cometidos pelo Poder Público. Estão disponíveis os seguintes remédios constitucionais, previstos no decorrer do art. 5º da Constituição Federal (BRASIL, 1988): 
 habeas corpus (art. 5º, LXVIII); 
 habeas data (art. 5º, LXXII); 
 mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX); 
 direito de petição (art. 5º, XXXIV); 
 mandado de injunção (art. 5º, LXXI); 
 ação popular (art. 5º, LXXIII).
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12.- Principais ações constitucionais
Habeas Corpus 
É proposto sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de ir e vir, por abuso de poder ou ilegalidade. É uma medida que que visa a salvaguardar o direito de locomoção. Não pode ser utilizado em favor de pessoa jurídica, sendo também universal, ou seja, aplicável a qualquer povo nacional ou estrangeiro, independentemente da capacidade civil, política ou profissional, de idade, sexo ou estado mental. Existem duas modalidades de habeas corpus, como você pode ver a seguir.
 Habeas corpus liberatório: faz cessar o constrangimento legal que priva o indivíduo da sua liberdade. Sendo concedido, será expedido o alvará de soltura. 
 Habeas corpus preventivo: ocorre quando há apenas a ameaça a esse direito. Sendo assim, nessa hipótese poderá ser parte do habeas corpus qualquer pessoa física que se achar ameaçada de sofrer lesão a seu direito de locomoção, sendo chamada de “paciente” no processo; e o acusado de cessar esse direito será denominado “coator”.
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12.- Principais ações constitucionais
Habeas Data 
É proposto para garantir o acesso de uma pessoa aos seus dados, ou informações pessoais, que façam parte de arquivos ou bancos de dados de entidades governamentais ou públicas. Também visa apedir a correção de dados incorretos. Ex: Assim, por exemplo, dados pessoais de cidadãos que existem em órgãos públicos, como a Agência Brasileira de Informação – ABIN ou de entidades de natureza privada, como o SPC – Serviço de Proteção ao Crédito, podem vir a ser obtidos por meio de habeas data.
Mandado de Segurança Coletivo 
É um instrumento aplicado para garantir o direito líquido e certo que esteja sendo ameaçado ou violado por ato de uma autoridade. Esse ato se caracteriza como inconstitucional ou ilegal e ainda tem amplitude coletiva. Ex: São exemplos de grupos autorizados a impetrar um mandado de segurança coletivo: partidos políticos; organizações sindicais; entidades de classe; e associações em funcionamento há mais de um ano. 
Mandado de Injunção 
O mandado de injunção é o remédio constitucional a ser concedido sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania (BARRETO, 2012).
Nesse sentido, o objetivo precípuo do mandado de injunção é controlar, com o uso de atos jurisdicionais, possibilidades de omissão normativa do Estado. A ideia é tentar integrar o ordenamento jurídico do Estado às necessidades dos indivíduos.
Mandado de Injunção: Um dos exemplos práticos e verídicos da utilização do mandado de injunção ocorreu em 2007, no julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dos mandados de injunção 670, 708 e 712, todos relacionados ao direito de greve dos servidores públicos.
Na época, representantes do Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Espírito Santo (Sindpol), Sindicato dos Trabalhadores em Educação de João Pessoa (Sintem) e Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Pará (Sinjep) entraram com os pedidos, afirmando que não havia leis que regulamentassem o direito de greve, assegurado pela Constituição Federal.
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12.- Principais ações constitucionais
Ação Popular 
A ação popular tem por objeto a invalidação de condutas da administração que se mostrem lesivas ao patrimônio público, à probidade administrativa ou aos interesses difusos gerenciados pelo Estado. É importante você notar que a ação popular possui uma demanda constitucional negativa, visto que o objetivo essencial é a desconstrução de um ato executado pela ordem pública. A ação popular é um remédio constitucional que está posto à disposição de qualquer cidadão que esteja no gozo dos seus direitos políticos (BARRETO, 2012). 
Ex: se algum órgão público determina que um prédio histórico tombado deve ser demolido, um cidadão pode entrar com uma ação popular pedindo a suspensão desse ato, evitando que a demolição aconteça.
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13.- O Direito e a Educação para a Diversidade
A diversidade é um termo abrangente. Refere-se às diversas formas e modelos culturais, étnicos e sociais. A existência de uma sociedade multifacetada, como tem se tornado o mundo globalizado, revela a necessidade de preparar esta e as futuras gerações para o respeito mútuo e a compreensão de que a tolerância com as diferenças deve ser o caminho. A melhor forma de preparar as gerações futuras é por meio da educação. Nesse sentido, é preciso educar para a diversidade e isso é possível a partir de um modelo educacional inclusivo, crítico e propositivo. E o que o Direito tem a ver com isso? O Direito regulamenta as políticas educacionais adotadas com a finalidade de alcançar os objetivos da educação para a diversidade. Uma série de normas, tais como elas, leis, decretos, portarias, resoluções e pareceres, regulamenta como as instituições públicas e privadas devem alcançar os objetivos propostos.
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13.- O Direito e a Educação para a Diversidade
As temáticas da diversidade contemplam a educação de jovens e adultos, a educação do campo, a educação integral, a educação escolar indígena, a educação ambiental, a educação patrimonial, a educação para os direitos humanos, a educação das relações étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual, entre outros. 
O Direito, portanto, contribui para a regulamentação das atividades e ações que devem ser desenvolvidas pelo Governo, pelas instituições de ensino e pela sociedade. No que diz respeito aos aspectos pedagógicos, pode-se citar algumas previsões normativas que orientam as instituições de ensino. Vejamos: -*Previsão de ensino relativo à educação das relações étnico-raciais e para o ensino de História e cultura afro-brasileira, africana e Indígena, nos termos da Lei nº 9.394/96, com a redação dada pelas Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, e na Resolução CNE/CP nº 1/2004, fundamentada no Parecer CNE/CP nº 3/2004. 
*Previsão de ensino relativo a políticas de educação ambiental, conforme o disposto na Lei nº 9.795/1999, no Decreto nº 4.281/2002 e na Resolução CNE/CP nº 2/2012. 
*Previsão de ensino relativo ao desenvolvimento nacional sustentável, conforme o disposto no Decreto nº 7.746, de 05/06/2012, e na Instrução Normativa nº 10, de 12/11/2012. 
*Previsão de ensino relativo à educação em direitos humanos, conforme o disposto no Parecer CNE/CP nº 8/2012, de 06/03/2012, que originou a Resolução CNE/CP nº 1, de 30/05/2012.
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14.- O Direito e a proteção às minorias: Afro-brasileiros e indígenas.
Necessidade de proteção às minorias 
Observa-se, contemporaneamente, uma crescente preocupação com questões de natureza multicultural; ou seja, questões referentes à identidade, à diferença e aos direitos das minorias. Sabe-se que as minorias são grupos humanos ou sociais que se encontram em uma situação de inferioridade ou subordinação em relação a outro, considerado majoritário ou dominante. Essa posição de inferioridade pode ter como fundamento diversos fatores — socioeconômico, legislativo, psíquico, etário, físico, de gênero, étnico ou religioso. Esses grupos, que estavam relegados à invisibilidade, com o passar do tempo começaram a reivindicar seus direitos perante os governos e a sociedade, que antes os tratavam com discriminação e preconceito. Nesse sentido, pode-se destacar as lutas travadas pelas mulheres, pelos afrodescendentes e pelos homossexuais.
O movimento dos afro-brasileiros, o movimento indígena e os movimentos de gênero são movimentos de identidade e culturais, porque conferem aos seus participantes uma identidade centrada em fatores étnicos/raciais. Acredita-se que as minorias são um grupo não dominante de indivíduos que partilham certas características nacionais, étnicas, religiosas ou linguísticas.
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14.- O Direito e a proteção às minorias: Afro-brasileiros e indígenas.
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14.- O Direito e a proteção às minorias: Afro-brasileiros e indígenas.
Identificação dos afro-brasileiros e indígenas como minorias 
O problema racial há muito deixou de ser um problema individual do negro ou da comunidade negra. O movimento dos afro-brasileiros deixou de ser predominantemente um movimento de manifestações culturais para ser um movimento de luta contra a discriminação racial. As comunidades negras conhecem bem a realidade de injúrias, assédios e discriminações no ambiente de trabalho, a partir da sua história e de seus antepassados, nos processos de sofrimento e de luta relacionados à superação do racismo.
Ao nos referirmos ao movimento indígena no Brasil, não devemos nos esquecer das diferenças que existem entre ele e o movimento dos indígenas de outros países da América Latina. No Brasil, historicamente, a maioria da população indígena foi eliminada ou confinada em áreas não urbanizadas/industrializadas. A mão de obra popular básica sempre foi a dos negros e mulatos. Em vários países da América Latina que não tiveram escravidão de origem africana, a maioria dos pobres das cidades e dos vilarejos é indígena ou descendente direta destes. 
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14.- O Direito e a proteção às minorias: Afro-brasileiros e indígenas.
Princípios que regulam a proteção às minorias 
Ao analisar a trajetória do Direito em relação aos grupos minoritários, são visíveis algumas mudanças na luta pelo direito de igualdade, mas ainda há muito a ser desenvolvido.Em relação aos grupos minoritários, podemos trazer as seguintes legislações federais que tratam de matérias exclusivas para os grupos: Lei Maria da Penha (Lei nº. 11.340, de 07 de agosto de 2006), Estatuto do Índio (Lei nº. 6.001, de 19 de dezembro de 1973), Lei da Fundação do Índio — FUNAI (Lei nº. 5.371, de 05 de dezembro de 1967), Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº. 12.288, de 20 de julho de 2010) e Lei dos crimes contra preconceito de raça ou de cor (Lei nº. 7.716, de 05 de janeiro de 1989).
Estes são alguns exemplos de leis federais direcionadas aos grupos minoritários, mas não podemos deixar de apresentar outros âmbitos. Na esfera criminal, tem-se o Código Penal, a Lei de Execução Penal (Lei nº. 7.210, de 11 de julho de 1984) e a Lei das Contravenções Penais (Decreto-lei nº. 3.688, de 03 de outubro de 1941). Já na área administrativa, temos o Estatuto do Servidor Público (Lei nº. 8.112, de 11 de dezembro de 1990). Na esfera processual, tanto civil quanto penal, temos: Código de Processo Civil (CPC), Código de Processo Penal (CPP), Leis dos Juizados Especiais (Lei nº. 9.099, de 26 de setembro de 1995, Lei nº. 10.259, de 12 de julho de 2001, e Lei nº. 12.153, de 22 de dezembro de 2009). Por fim, a esfera trabalhista apresenta o tema na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e na Lei da Discriminação no Emprego (Lei nº. 9.029, de 13 de abril de 1995). Todos esses diplomas legais apresentam artigos que protegem os grupos minoritários. 
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14.- O Direito e a proteção às minorias: Afro-brasileiros e indígenas.
Princípios que regulam a proteção às minorias 
A população indígena possui um diploma legislativo próprio, que é o Estatuto do Índio. Há ainda crimes mais severamente punidos quando praticados contra o índio, como o previsto nos art. 207 do CP: “Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional” (BRASIL, 1940). 
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15.- Direitos humanos e políticas transversais
Premissa fundamental é que os Direitos Humanos podem e devem alcançar uma perspectiva e uma validade universais, mas que isso não será alcançado se não levarmos em conta o desde onde se consideram e o para quem e para que se proclamam.
Segundo, os direitos humanos não têm sentido em um mundo que nega as possibilidades legítimas de todos os seres humanos de serem felizes e de alcançarem cotas de bem-estar que lhes permitam satisfazer as necessidades básicas e um nível de vida digno. Por último, esses direitos foram proclamados não apenas para normalizar as relações das pessoas no seio de qualquer sociedade, mas também como um conjunto de critérios de valor com os quais medir o progresso e a orientação da própria sociedade. Sem dúvida, para satisfazer mais eficazmente as necessidades materiais e espirituais das pessoas, as sociedades necessitam da participação de todos os seus membros através de uma organização social que as favoreça.
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15.- Direitos humanos e políticas transversais
VALORES DEMOCRÁTICOS E FINALIDADES EDUCATIVAS 
Nesse contexto, a educação com vocação universal alcançou um compromisso político referendado pela necessidade da universalização da democracia. Assim, se analisamos os documentos universais das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos, especialmente os relativos à esfera do ensino e da educação, embora o termo “democracia” seja de inclusão tardia, já a partir do Congresso Internacional sobre Educação em Direitos Humanos e em Democracia, celebrado em Montreal em março de 1993, proclamar-se-á que os valores democráticos são um requisito para o exercício efetivo dos direitos humanos. A Declaração resultante desse congresso estabelece que: 
a necessidade do ensino e da educação em valores democráticos é requisito para o exercício dos direitos humanos; 
tal educação é em si um direito fundamental e condição essencial para o pleno desenvolvimento da justiça social, da paz e do desenvolvimento; 
a educação em direitos humanos e em democracia é um instrumento valioso de proteção desses direitos e de prevenção contra qualquer tipo de abuso; 
a finalidade de tal educação deve ser alcançada através de um processo dinâmico baseado na participação.
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15.- Direitos humanos e políticas transversais
VALORES DEMOCRÁTICOS E FINALIDADES EDUCATIVAS 
Nesse contexto, a educação com vocação universal alcançou um compromisso político referendado pela necessidade da universalização da democracia. Assim, se analisamos os documentos universais das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos, especialmente os relativos à esfera do ensino e da educação, embora o termo “democracia” seja de inclusão tardia, já a partir do Congresso Internacional sobre Educação em Direitos Humanos e em Democracia, celebrado em Montreal em março de 1993, proclamar-se-á que os valores democráticos são um requisito para o exercício efetivo dos direitos humanos. A Declaração resultante desse congresso estabelece que: 
a necessidade do ensino e da educação em valores democráticos é requisito para o exercício dos direitos humanos; 
tal educação é em si um direito fundamental e condição essencial para o pleno desenvolvimento da justiça social, da paz e do desenvolvimento; 
a educação em direitos humanos e em democracia é um instrumento valioso de proteção desses direitos e de prevenção contra qualquer tipo de abuso; 
a finalidade de tal educação deve ser alcançada através de um processo dinâmico baseado na participação.
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