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Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 1 de 19 Direito Penal Sumário – Itens previstos em edital 1. Princípios de Direito Penal ................................................................................................ 2 2. Aplicação da Lei Penal .................................................................................................... 12 3. Lei Seca(CP, Art. 1° ao 12) ............................................................................................... 18 SEJA CONSCIENTE! NÃO COMPARTILHE ESTE MATERIAL SEM AUTORIZAÇÃO! Contatos: marcos.kelsch@gmail.com ou Whatsapp – 053981407925 Data da confecção deste material: 24Jul2021 mailto:marcos.kelsch@gmail.com Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 2 de 19 1. Princípios de Direito Penal 1. CEBRASPE (CESPE) - Policial Rodoviário Federal/2019 O art. 1.º do Código Penal brasileiro dispõe que “não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”. Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as repercussões jurídicas dele decorrentes, julgue o item que se segue. A norma penal deve ser instituída por lei em sentido estrito, razão por que é proibida, em caráter absoluto, a analogia no direito penal, seja para criar tipo penal incriminador, seja para fundamentar ou alterar a pena. ( ) Certo ( ) Errado • Comentários: Gabarito: ERRADO. CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 5º - (...) XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; CÓDIGO PENAL Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. SÓ LEI PODE CRIAR CRIME ou PENA. É o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PENAL, ou, que no Direito Penal, coincide com o PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL. Reserva Legal porque esse assunto (criar crimes e penas) está RESERVADO PARA AS LEIS. É um assunto PERTENCENTE (RESERVADO) a LEI. Além disso, a lei incriminadora (que cria crimes) deverá ser ESCRITA. Isso significa que a ANALOGIA NÃO PODE CRIAR CRIMES (ou aumentar pena). Mas o que se proíbe no direito penal é a ANALOGIA que prejudique, que cause um MAL PARA A PARTE (IN MALAM PARTEM). NÃO HÁ CRIME, NEM PENA, SEM LEI ESCRITA. É uma ideia restrita. Não se fala que o direito penal só pode ser tratado por lei escrita. Não. O que se fala é que não há crime, nem pena, sem lei escrita. Assim, é permitida a ANALOGIA PARA O BEM DA PARTE (IN BONAM PARTEM). Logo, a norma penal deve ser instituída por lei em sentido estrito, no entanto, a analogia no direito penal não tem caráter absoluto. 2. CEBRASPE (CESPE) - Policial Rodoviário Federal/2019 O art. 1.º do Código Penal brasileiro dispõe que “não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”. Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as repercussões jurídicas dele decorrentes, julgue o item que se segue. O presidente da República, em caso de extrema relevância e urgência, pode editar medida provisória para agravar a pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena agravada ocorra somente após a aprovação da medida pelo Congresso Nacional. ( ) Certo ( ) Errado • Comentários: Gabarito: ERRADO. Vamos entender o que é o PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL. Como o próprio nome já diz significa que algo está RESERVADO PARA A LEI. No caso, a criação de tipos penais (crimes) é RESERVADO PARA A LEI, ou seja, é uma RESERVA LEGAL. Ora, você já deve ter RESERVADO um quarto de hotel. Com a reserva, aquele quarto está garantido para você, está reservado para você. Mesma coisa é a criação de crimes, é uma tarefa RESERVADA para a lei. Somente lei pode criar tipos penais (crimes). Medida Provisória não é lei. Portanto, criar tipos penais por meio de medida provisória viola o princípio da reserva legal. O princípio da reserva legal tem índole constitucional Art. 5º (…) XXXIX - Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Veja que o texto é claro. Não há crime SEM LEI. O texto não diz “não há crime sem lei ou medida provisória”. O texto é explicito: se não houve LEI, não haverá crime. Logo, medida provisória NÃO PODE CRIAR CRIME. Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 3 de 19 Além disso, a Constituição Federal é expressa ao proibir o uso de medida provisória em matéria penal: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (...) b) direito penal, processual penal e processual civil; Assim, o presidente da República não pode em nenhuma hipótese editar medida provisória para agravar a pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena agravada. 3. CEBRASPE (CESPE) - Auditor de Controle Interno (COGE CE)/Correição/2019 O desvio punível não é o que, por características intrínsecas ou ontológicas, é reconhecido em cada ocasião como imoral, como naturalmente anormal, como socialmente lesivo ou coisa semelhante. É aquele formal e previamente indicado pela lei como pressuposto necessário para a aplicação de uma pena. Luigi Ferrajoli. Direito e razão: teoria do garantismo penal. 3.ª ed. São Paulo: RT, 2002, p. 30 (com adaptações). O texto precedente faz referência, principalmente, aos princípios penais da a) legalidade e da anterioridade. b) anterioridade e da individualização da pena. c) culpabilidade e da extra-atividade da lei penal. d) individualização da pena e da culpabilidade. e) extra-atividade da lei penal e da legalidade. • Comentários: GABARITO - LETRA A. a) legalidade e da anterioridade. CORRETA. O que evidencia esses dois princípios, no texto, é o uso dos seguintes termos, que passamos a destacar: O desvio punível não é o que, por características intrínsecas ou ontológicas, é reconhecido em cada ocasião como imoral, como naturalmente anormal, como socialmente lesivo ou coisa semelhante. É aquele formal e previamente indicado pela lei como pressuposto necessário para a aplicação de uma pena. FORMALMENTE: significa dizer que, para que um fato seja considerado crime, deve haver lei - em sentido formal - capitulando-o como tal. PREVIAMENTE: significa dizer que o crime deve estar previsto na lei para, depois disso, poder ser punido pelo Estado. b) anterioridade e da individualização da pena. INCORRETA. Vimos que a anterioridade ficou evidenciada pelo uso do termo previamente. Todavia, não há no texto destaque para o princípio da individualização da pena, cuja previsão está no artigo 5o, XLVI, da Constituição, que prevê que - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; Portanto, a sentença condenatória deverá especificar as razões que levaram ao convencimento quanto à aplicação do tipo penal simples ou qualificado, da incidência das causas de aumento e diminuição etc. Além disso, o regime de cumprimento ou a substituição da pena devem ser devidamente motivados, individualizando-se a punição. São vedadas punições genéricas, sem motivação. É vedado ainda fixação de regime fechado assim fixado com base exclusivamente na natureza do crime cometido, ou de vedação a progressão de regime. Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande doSul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 4 de 19 Vide STF: Súmula Vinculante 26 Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico. Tese de Repercussão Geral ● É inconstitucional a fixação ex lege, com base no art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/1990, do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da condenação, ater-se aos parâmetros previstos no artigo 33 do Código Penal. [Tese definida no ARE 1.052.700 RG, rel. min. Edson Fachin, P, j. 2-11-2017, DJE 18 de 1º-2-2018, Tema 972.] c) culpabilidade e da extra-atividade da lei penal. INCORRETA. A culpabilidade tem como pressuposto a imputabilidade e depende ainda do cumprimento dos requisitos da exigibilidade de conduta diversa e potencial consciência da ilicitude. Ausente qualquer dos três, não se fala em culpabilidade e, pela teoria tripartite, não haverá crime. Já a extra-atividade da lei penal tem a ver com a aplicação, ainda que tenha sido revogada, de lei penal mais benéfica ao réu. d) individualização da pena e da culpabilidade. INCORRETA. Vide explicações às letras B e C. e) extra-atividade da lei penal e da legalidade. INCORRETA. Vide explicação à letra C. GABARITO - LETRA A. 4. CEBRASPE (CESPE) - Notário e Registrador (TJDFT)/Remoção/2019 Aplicado no direito penal brasileiro, o princípio da alteridade a) determina que o juiz analise as especificidades do fato e do autor do fato durante o processo dosimétrico. b) assevera que a pena não passará da pessoa do condenado. c) afasta a tipicidade material de fatos criminosos, ao definir que não haverá crime sem ofensa significativa ao bem tutelado. d) reconhece que o direito penal deve abarcar o máximo de bens possíveis para promover a paz. e) assinala que, para haver crime, a conduta humana deve colocar em risco ou lesar bens de terceiros, e é proibida a incriminação de atitudes que não excedam o âmbito do próprio autor. • Comentários: GABARITO - LETRA E. Alter é um prefixo de origem latina e significa outro. Nesse contexto, alteridade é a capacidade de se colocar no lugar do outro. No âmbito técnico-jurídico, alteridade está ligado ao fato de o direito penal não proteger bens jurídicos que digam respeito ao âmbito do próprio autor. P. ex., o Direito Penal, segundo esse princípio, não pode incriminar a conduta do homicida: se ele vier a morrer ou se sofrer sequelas da tentativa do suicídio, só terá causado lesão a bem jurídico pertencente a ele mesmo - vida ou integridade física. Portanto, o GABARITO encontra-se na LETRA E. Analisemos as demais alternativas: a) determina que o juiz analise as especificidades do fato e do autor do fato durante o processo dosimétrico. INCORRETA. Não se trata de alteridade, mas sim de individualização da pena. b) assevera que a pena não passará da pessoa do condenado. INCORRETA. Trata-se da intranscendência da pena, previsto no art. 5º, XLV, da Constituição da República. Ele também é denominado princípio da pessoalidade ou, ainda, da personalidade da pena, e preconiza que somente o condenado, mais ninguém, poderá responder pelo fato praticado, pois a pena não pode passar da pessoa do condenado. Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 5 de 19 c) afasta a tipicidade material de fatos criminosos, ao definir que não haverá crime sem ofensa significativa ao bem tutelado. INCORRETA. Vimos que não é isso que ele diz. O princípio que legitima a afirmação lançada na LETRA C é o da insignificância, ligado à tipicidade material. d) reconhece que o direito penal deve abarcar o máximo de bens possíveis para promover a paz. INCORRETA. Além de essa afirmação não se relacionar com o princípio em estudo, na verdade o direito penal é regido pelo princípio da Intervenção Mínima, do qual decorrem a subsidiariedade (só entra em ação se outros ramos forem incapazes de, por si só, porem freio às transgressões jurídicas) e fragmentariedade (só protege aqueles bens jurídicos mais caros ao ordenamento). Vide https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/1.... GABARITO - LETRA E. 5. FUNDATEC - Técnico Administrativo (DPE SC)/2018 Assinale a alternativa que apresenta as garantias penais, de acordo com o Artigo 5º da Constituição Federal de 1988. a) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem. b) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. c) A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. d) Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. e) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. • Comentários: A alternativa CORRETA é a C. Veja o que diz a Constituição Federal: Art. 5º (...) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Assim, a alternativa indica uma garantia penal. Trata-se do princípio da irretroatividade da lei penal gravosa. As demais alternativas indicam dispositivos previstos na Constituição Federal, no entanto, não se tratam de garantia PENAIS. 6. CEBRASPE (CESPE) - Juiz Federal (TRF 5ª Região)/2017/XIV Assinale a opção que apresenta princípios que devem ser observados pelas leis penais por expressa previsão constitucional. a) legalidade, irretroatividade, responsabilidade pessoal, economicidade, individualização da pena b) legalidade, irretroatividade, responsabilidade pessoal, presunção da inocência, eficiência da pena c) legalidade, irretroatividade, responsabilidade pessoal, presunção da inocência, individualização da pena d) legalidade, irretroatividade, moralidade, presunção da inocência, individualização da pena e) legalidade, impessoalidade, irretroatividade, presunção da inocência, individualização da pena • Comentários: A alternativa CORRETA é a C. Legalidade O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PENAL está previsto na CONSTITUIÇÃO FEDERAL e no CÓDIGO PENAL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 5º - (...) XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; CÓDIGO PENAL Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/121924449/principio-da-intervencao-minima-fragmentariedade-subsidiariedade Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 6 de 19 Irretroatividade Veja a CF: Art. 5º (...) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Responsabilidade pessoal Veja o que diz a Constituição Federal: Art. 5º (…) XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado.... Trata-se do princípio da INTRANSCENDÊNCIA/PESSOALIDADE. Presunção da inocência Veja o que diz a Constituição Federal: Art. 5 (...) LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; Trata-se do princípio da presunção da inocência do réu. No caso, presume-se inocente, ou seja, ninguém será considerado culpado, até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Individualização da pena O princípio da individualização da pena está assim previsto na Constituição Federal: Art. 5º (…) XLVI - a lei regulará a individualizaçãoda pena e adotará, entre outras, as seguintes: (...) Por esse princípio deve-se levar em conta na previsão, aplicação e execução da pena a culpabilidade do agente e as circunstâncias existentes. Não são princípios constitucionais que devem ser observados na lei penal: a) economicidade. b) eficiência da pena. d) moralidade. e) impessoalidade. 7. CEBRASPE (CESPE) - Procurador do Ministério Público junto ao TC-DF/2021 Com relação a aspectos gerais do direito penal brasileiro, julgue o item a seguir. Pelo princípio da fragmentariedade, o direito penal só deve intervir em ofensas realmente graves aos bens jurídicos mais relevantes. ( ) Certo ( ) Errado • Comentários: Gabarito: CERTO. Com relação a aspectos gerais do direito penal brasileiro, julgue o item a seguir. Pelo princípio da fragmentariedade, o direito penal só deve intervir em ofensas realmente graves aos bens jurídicos mais relevantes. (CORRETA). O princípio da fragmentariedade ou caráter fragmentário do Direito Penal estabelece que nem todos os ilícitos configuram infrações penais, mas apenas os que atentam contra valores fundamentais para a manutenção e o progresso do ser humano e da sociedade. Em resumo, todo ilícito penal será também ilícito perante os demais ramos do Direito, mas a recíproca não é verdadeira. Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 7 de 19 Imagem disponível em: Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1 / Cleber Masson. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019. Veja-se a seguir. "[...] No atual estágio da dogmática penal, pode-se dizer que o caráter fragmentário do direito penal significa que este não pretende abarcar com seus efeitos todas as condutas ilícitas, mas somente aquelas que constituem ataques intoleráveis contra bens jurídicos essenciais à convivência pacífica. Mas não é só. A limitação imposta pela fragmentariedade é ainda maior, pois além de não se admitir a tutela penal de todos os bens jurídicos, mesmo em relação àqueles que merecem a tutela penal, somente intervirá o Direito Penal quando o ataque for demasiadamente gravoso." (Direito penal: parte geral / Humberto Barrionuevo Fabretti; Gianpaolo Poggio Smanio. – 1. ed. – São Paulo: Atlas, 2019). 8. CEBRASPE (CESPE) - Juiz Estadual (TJ BA)/2019 De acordo com a doutrina predominante no Brasil relativamente aos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção correta. a) O princípio da taxatividade, ou do mandado de certeza, preconiza que a lei penal seja concreta e determinada em seu conteúdo, sendo vedados os tipos penais abertos. b) O princípio da bagatela imprópria implica a atipicidade material de condutas causadoras de danos ou de perigos ínfimos. c) O princípio da subsidiariedade determina que o direito penal somente tutele uma pequena fração dos bens jurídicos protegidos, operando nas hipóteses em que se verificar lesão ou ameaça de lesão mais intensa aos bens de maior relevância. d) O princípio da ofensividade, segundo o qual não há crime sem lesão efetiva ou concreta ao bem jurídico tutelado, não permite que o ordenamento jurídico preveja crimes de perigo abstrato. e) O princípio da adequação social serve de parâmetro ao legislador, que deve buscar afastar a tipificação criminal de condutas consideradas socialmente adequadas. • Comentários: A alternativa CORRETA é a letra E. O princípio da adequação social significa que apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é , se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada. Qual o motivo de um lutador de boxe não responder criminalmente por Lesão Corporal? Qual o motivo de uma mãe não responder criminalmente por furar a orelha da filha? Qual o motivo de não responder por lesão corporal o profissional que coloca um piercing em parte de seu corpo, ou, ainda, faz-lhe uma tatuagem? Agora veja doutrina de Rogério Greco: O princípio da adequação social, na verdade, possui uma dupla função. Uma delas, já destacada acima, é a de restringir o âmbito de abrangência do tipo penal, limitando a sua interpretação, e dele excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade. A sua segunda função é dirigida ao legislador em duas vertentes. A primeira delas orienta o legislador quando da seleção das condutas que deseja proibir ou impor, com a finalidade de proteger os bens mais importantes. Se a conduta que está na mira do legislador for considerada socialmente adequada, não poderá ele reprimi-la valendo-se do Direito Penal. Tal princípio serve-lhe, portanto, como norte. A segunda vertente destina-se a fazer com que o legislador repense os tipos penais e retire do ordenamento jurídico a proteção sobre aqueles bens cujas condutas já se adaptaram perfeitamente à evolução da sociedade. Assim, da mesma forma que o princípio da intervenção mínima, o princípio da adequação social, nesta última função, destina-se precipuamente ao legislador, orientando-o na escolha de condutas a serem proibidas ou Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 8 de 19 impostas, bem como na revogação de tipos penais. GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal – Parte Geral. 5.ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2005. Vol. I.P. 59 Assim, considerando a doutrina apontada, o princípio da adequação social serve de parâmetro ao legislador, que deve buscar afastar a tipificação criminal de condutas consideradas socialmente adequadas. Erros das demais alternativas: Letra a) SE A LEI INCRIMINADORA (que cria crimes) TEM QUE SER CERTA, DETERMINADA, TAXATIVA, O QUE DIZER DOS TIPOS PENAIS ABERTOS? Tipos penais abertos são aquele em que não há uma descrição detalhada da conduta criminosa, ou seja, a conduta não é totalmente individualizada.O exemplo clássico são os crimes culposos, veja o que diz o Código Penal: Art. 121 (...) Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. Observe que o TIPO PENAL não diz o que é homicídio culposo, ou seja, o tipo penal está em aberto. O juiz irá analisar em cada caso se houve uma conduta culposa. Veja que no tipo penal ABERTO o complemento é VALORATIVO, ou seja, o juiz usará seus “valores” para dizer o que é uma conduta culposa. Quanto a eventual violação ao princípio da determinação, tudo dependerá do caso concreto, no caso do “homicídio culposo”, por exemplo, prevalece o entendimento que a lei apresenta uma mínima determinação. Podemos resumir tanto a situação da norma penal em branco, quanto dos tipos penais abertos com a seguinte lição: Saliente-se, porém, que não há violação do princípio da reserva legal, pois os referidos tipos penais contêm um mínimo em determinação. O princípio da definição foi fornecido por lei, sendo perfeitamente lícita a complementação conceitual por meio de atos administrativos. Conforme já antes salientado, a definição do crime não precisa ser completada. Basta um mínimo de determinação, isto é, um princípio de definição a ser complementado pelo juiz (tipos penais abertos) ou por certos atos administrativos (normas penais em branco em sentido estrito). BARROS, Flávio Augusto Monteiro. Direito Penal, parte geral: Volume 1, São Paulo: Editora Saraiva. Letra b) A ideia de insignificância penal centra-se no conceito MATERIAL de crime. Grosso modo, devemos entender que um crime deve ter uma FORMA, que é aquilo que está ESCRITO na Lei Penal, é o conceito FORMAL do crime. É um conceito frio e legalista. Por outro lado, o crime também deve tem um caráter MATERIAL, ou seja, UMA CONSEQUÊNCIA NO MUNDO MATERIAL, NO MUNDO REAL. Não basta violar o queestá ESCRITO na lei (Crime Formal), a conduta deve ter SIGNIFICANTE consequência no mundo material (Crime Material). Assim, o Judiciário vem entendendo, que em alguns casos, a lesão ao bem jurídico protegido (tutelado) é tão pequena, tão INSIGNIFICANTE, que não haverá crime, que não haverá TIPICIDADE MATERIAL, por mais que haja tipicidade formal (o fato se encaixe perfeitamente ao tipo penal). Exemplificando: a mãe que furta um litro de leite do supermercado para dar ao filho. Ela realmente cometeu formalmente um furto, ou seja, a conduta dessa mãe é perfeitamente enquadrada no tipo penal do furto. Entretanto, a lesão ao bem jurídico é tão pequena, tão insignificante, que não haverá crime, pois entende-se que não houve lesão ao bem tutelado (não lesão ao patrimônio), não houve tipicidade material. Esse tipo de crime, que se aplica o princípio da insignificância, também recebe o nome de crime de bagatela, ou infração bagatelar. Essa explicação diz respeito a infração bagatelar própria, e está ligada ao desvalor do resultado e(ou) da conduta e é causa de exclusão da tipicidade material do fato. Há ainda a infração bagatelar imprópria, essa exige o desvalor ínfimo da culpabilidade em concurso necessário com requisitos post factum que levam à desnecessidade da pena no caso concreto. Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 9 de 19 Em outras palavras, as circunstâncias indicam que a pena não é mais necessária, veja o didático julgado do STJ: Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS. CÁRCERE PRIVADO. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.PRINCÍPIO DA BAGATELA IMPRÓPRIA. IRRELEVÂNCIA PENAL DO FATO. AÇÃ OPENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. AUSÊNCIA DE REQUISITOS SUBJETIVOSPOSITIVOS. MAUS ANTECEDENTES. RECONHECIMENTO DA DESNECESSIDADE DAPENA. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. I. O reconhecimento do princípio da bagatela imprópria permite que o julgador, mesmo diante de um fato típico, deixe de aplicar a pena em razão desta ter se tornado desnecessária, diante da verificação de determinados requisitos. II. No vertente caso, o Tribunal a quo reconheceu a incidência do princípio da bagatela imprópria quanto ao crime de lesão corporal, tendo em vista que este se processa mediante ação penal pública condicionada. Contudo, deixou de aplicar o citado princípio para o crime de cárcere privado, por se tratar de delito que se processa através de ação penal pública incondicionada. III. A ação penal pública incondicionada não se submete ao juízo de oportunidade e conveniência da vítima para se manifestar sobre seu interesse na persecução penal do autor do fato criminoso. IV. Ademais, o paciente não reúne requisitos subjetivos positivos, pois foi condenado anteriormente por outros delitos igualmente graves, o que não permite o reconhecimento da desnecessidade da pena. V. Ordem denegada, nos termos do voto do Relator.STJ - HABEAS CORPUS HC 222093 MS 2011/0249226-0 (STJ), Data de publicação: 14/08/2012. O princípio da bagatela PRÓPRIA (e não imprópria) implica a atipicidade material de condutas causadoras de danos ou de perigos ínfimos. Letra c) O princípio da FRAGMENTARIEDADE (e não o da subsidiariedade) determina que o direito penal somente tutele uma pequena fração dos bens jurídicos protegidos. O princípio da fragmentariedade é dirigido ao legislador penal, ou seja, a quem vai criar os crimes. Pensem assim: o que a lei pode considerar crime? Qualquer tipo de conduta? A lei poderia considerar crime “usar boné”? Não. O princípio da FRAGMENTARIEDADE de TODAS as condutas existentes, só PARTE DE TODAS AS CONDUTAS podem ser consideradas crimes. SÓ FRAGMENTOS DE TODAS AS CONDUTAS podem ser consideradas crimes. Só as condutas mais gravosas, perigosas, reprováveis, intoleráveis. Em outras palavras, o Direito Penal não se preocupa com todas as condutas sociais, mas só com ALGUMAS (FRAGMENTOS) condutas, as reprováveis. Letra d) Na classificação de crimes, são CRIMES DE PERIGO ABSTRATO os tipos penais que punem o mero PERIGO de ocorrer um dano. Na verdade, a lei presume um perigo, é um perigo considerado ABSTRATAMENTE existe pela lei. Qual é o perigo abstrato? O perigo própria de uma arma de fato de uso proibido. Uma metralhadora, por exemplo, representa um perigo abstrato para a sociedade. Veja o entendimento do STF: PENAL. HABEAS CORPUS. PORTE DE MUNIÇÃO. ATIPICIDADE DA CONDUTA. ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA. MATÉRIA QUE NÃO FOI ANALISADA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. AUSÊNCIA DE LESIVIDADE DA CONDUTA. INTELIGÊNCIA DO ART. 14 DA LEI 10.826/2003. TIPICIDADE RECONHECIDA. CRIME DE PERIGO ABSTRATO. WRIT PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO, DENEGADA A ORDEM. (...) II - A objetividade jurídica da norma penal em comento transcende a mera proteção da incolumidade pessoal, para alcançar também a tutela da liberdade individual e do corpo social como um todo, asseguradas ambas pelo incremento dos níveis de segurança coletiva que a lei propicia. III - Mostra-se irrelevante, no caso, cogitar-se da lesividade da conduta de portar apenas a munição, porque a hipótese é de crime de perigo abstrato, para cuja caracterização não importa o resultado concreto da ação. Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 10 de 19 IV – Habeas corpus conhecido em parte e, nessa extensão, denegada a ordem. (STF, Processo:HC 113295 SP, Min.RICARDO LEWANDOWSKI, Julgamento: 13/11/2012) No caso, no perigo abstrato há uma ameaça de lesão, o que não importa em violação do princípio da ofensividade. 9. CEBRASPE (CESPE) - Auditor de Controle Externo (TC-DF)/2021 No tocante à disciplina do direito penal, julgue o item a seguir. Para a abolitio criminis, não basta a revogação formal da lei penal anterior, impondo-se, para a sua caracterização, o fato de que o mesmo conteúdo normativo não tenha sido preservado nem deslocado para outro dispositivo legal. ( ) Certo ( ) Errado • Comentários: A questão está CERTA. O que é abolitio criminis? Pensem em uma “Lei Velha” que defina determinado o “FATO A” como CRIME. Agora imaginem: uma “Lei Nova” deixou de considerar crime o “FATO A”, ou seja, a “Lei Nova” ABOLIU esse crime, ocorreu a abolitio criminis. Quais são os efeitos das abolitio criminis? O Código Penal diz assim: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Desta forma, ninguém pode ser PUNIDO por fato que lei posterior deixa de considerar crime, logo, deixando de existir o crime (descriminalizando), impõe-se a EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, ou seja, impõe o FIM DA PUNIÇÃO. Ressalta-se que a ABOLITIO CRIMINIS só ocorrerá se a conduta realmente deixar de ser crime. Em outras palavras, não basta o "artigo" do crime ser revogado (revogação formal), é necessário que a conduta não seja mais considera crime (não estando prevista como crime em um "novo artigo". Em outros termos, não haverá abolitio criminis quando os elementos do tipo penal incriminador revogado passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma revogadora. Trata-se do PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVA-TÍPICA. Por exemplo, com a nova redação dada ao Código Penal em 2009, o que antes era considerado o crime de atentado violento ao pudor (ATO LIBIDINOSO DIVERSO DE CONJUNÇÃO CARNAL) passou a ser considerado estupro. Em outras palavras, não existe mais o crime de atentado violento ao pudor, mas a conduta "ATO LIBIDINOSO DIVERSO DE CONJUNÇÃO CARNAL", continuou sendo típica, agora é considerado ESTUPRO. Logo, mesmo sendo revogado o dispositivo do “crime de atentado violento ao puder” não houve abolitio criminis, visto que se aplica- o princípio da continuidade normativa-típica.Assim, nos termos da questão, para a abolitio criminis, não basta a revogação formal da lei penal anterior, impondo-se, para a sua caracterização, o fato de que o mesmo conteúdo normativo não tenha sido preservado nem deslocado para outro dispositivo legal. 10. CEBRASPE (CESPE) - Procurador do Ministério Público junto ao TC-DF/2021 Com relação a aspectos gerais do direito penal brasileiro, julgue o item a seguir. A novatio legis in mellius se aplica aos fatos anteriores já decididos por sentença condenatória transitada em julgado, sem violar a proteção constitucional à coisa julgada. ( ) Certo ( ) Errado • Comentários: Gabarito: CERTO. Com relação a aspectos gerais do direito penal brasileiro, julgue o item a seguir. A novatio legis in mellius se aplica aos fatos anteriores já decididos por sentença condenatória transitada em julgado, sem violar a proteção constitucional à coisa julgada. (CORRETA). A lei penal benéfica, também conhecida como lex mitior ou novatio legis in mellius, é a que se verifica quando, ocorrendo sucessão de leis penais no tempo, o fato previsto como crime ou contravenção penal tenha sido praticado na vigência da lei anterior, e o novel instrumento legislativo seja mais vantajoso ao agente, favorecendo-o de qualquer modo (CP, art. 2º, parágrafo único). Além disso, a expressão "de qualquer modo" deve ser compreendida na acepção mais ampla possível. Nos termos do art. 5º, inciso XL, da CF/88, a abolitio criminis e a novatio legis in mellius devem retroagir, por configurar nítido benefício ao réu. A retroatividade é automática, dispensa cláusula expressa e alcança inclusive os fatos já definitivamente julgados. Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 11 de 19 Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 11. CEBRASPE (CESPE) - Agente Federal de Execução Penal/2021 A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. Lei posterior que deixe de considerar crime determinado fato faz cessarem tanto os efeitos penais quanto os efeitos cíveis de eventual sentença condenatória. ( ) Certo ( ) Errado • Comentários: Gabarito: ERRADO. A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. Lei posterior que deixe de considerar crime determinado fato faz cessarem tanto os efeitos penais quanto os efeitos cíveis de eventual sentença condenatória. (ERRADA). Abolitio criminis (CP, art. 2º, caput) é a nova lei que exclui do âmbito do Direito Penal um fato até então considerado criminoso. Alcança a execução e os efeitos penais da sentença condenatória, não servindo como pressuposto da reincidência, e também não configura maus antecedentes. No entanto, sobrevivem os efeitos civis de eventual condenação, quais sejam, a obrigação de reparar o dano provocado pela infração penal e constituição de título executivo judicial. Lei penal no tempo Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 12. FUNDATEC - PC RS 2018 A regra geral em direito é a aplicação da lei vigente à época dos fatos (tempus regit actum). No campo penal, não ocorre de maneira diferente, pois, ao crime cometido em determinada data, aplicar-se-á a lei penal vigente ao dia do fato. Considerando o conceito e o alcance da lei penal no tempo, assinale a alternativa INCORRETA. a) A exceção à regra geral é a extratividade, ou seja, a possibilidade de aplicação de uma lei a fatos ocorridos fora do âmbito de sua vigência. O fenômeno da extratividade, no campo penal, realiza-se em dois ângulos: retroatividade e ultratividade. b) A ultratividade é a aplicação da norma penal benéfica a fato criminoso acontecido antes do período da sua vigência. c) O Código Penal Brasileiro, no artigo 2º, faz referência somente à retroatividade, pelo fato de estar analisando a aplicação da lei penal sob o ponto de vista da data do fato. Desta maneira, ou se aplica o princípio-regra (tempus regit actum), se for o mais benéfico, ou se aplica a lei penal posterior, se for a mais benigna (retroatividade). d) Para a definição da lei penal mais favorável, deve-se ter em vista, como marco inicial, a data do cometimento da infração penal, e, como marco final, a extinção da punibilidade pelo cumprimento da pena ou outra causa qualquer. De toda sorte, durante a investigação policial, processo ou execução da pena, toda e qualquer lei penal favorável, desde que possível a sua aplicação, deve ser utilizada em favor do réu. e) A abolição do delito (abolitio criminis) é um fenômeno que ocorre quando uma lei posterior deixa de considerar crime determinado fato. Essa hipótese gera a extinção da punibilidade. • Comentários: A alternativa INCORRETA é a B. Como tudo, a lei penal NASCE, fica ATIVA, passa a ter ATIVIDADE. Em regra, a lei tem atividade enquanto está em vigor. No entanto, existem exceções, são os casos das leis extrativas, ou seja, leis penais que produzem efeitos fora do período de atividade. Elas podem ser RETROATIVAS (produzem efeitos no passado) ou ULTRATIVAS (produzem efeitos no futuro). Assim, a RETROATIVIDADE (e não a ultratividade) é a aplicação da norma penal benéfica a fato criminoso acontecido antes do período da sua vigência. As demais alternativas estão corretas. Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 12 de 19 Letra a) Perfeito, não há o que acrescentar. A exceção à regra geral é a extratividade, ou seja, a possibilidade de aplicação de uma lei a fatos ocorridos fora do âmbito de sua vigência. O fenômeno da extratividade, no campo penal, realiza-se em dois ângulos: retroatividade e ultratividade. Letra c) Veja o que diz o Código Penal: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Assim, o Código Penal Brasileiro, no artigo 2º, faz referência somente à retroatividade, pelo fato de estar analisando a aplicação da lei penal sob o ponto de vista da data do fato. Desta maneira, ou se aplica o princípio- regra (tempus regit actum), se for o mais benéfico, ou se aplica a lei penal posterior, se for a mais benigna (retroatividade). Letra d) Veja o que diz o Código Penal: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Se durante a investigação policial, processo ou execução da pena, toda e qualquer lei penal favorável, desde que possível a sua aplicação, deve ser utilizada em favor do réu. Letra e) O que é abolitio criminis? Pensem em uma “Lei Velha” que defina determinado o “FATO A” como CRIME. Agora imaginem: uma “Lei Nova” deixou de considerar crime o “FATO A”, ou seja, a “Lei Nova” ABOLIU esse crime, ocorreu a abolitio criminis. Quais são os efeitos das abolitio criminis? O Código Penal diz assim: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Desta forma, ninguém pode ser PUNIDO por fato que lei posterior deixa de considerarcrime, logo, deixando de existir o crime (descriminalizando), impõe-se a EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, ou seja, impõe o FIM DA PUNIÇÃO. Assim, a abolição do delito (abolitio criminis) é um fenômeno que ocorre quando uma lei posterior deixa de considerar crime determinado fato. Essa hipótese gera a extinção da punibilidade. 2. Aplicação da Lei Penal 13. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018 Disposições constitucionais e disposições legais tratam do tema aplicação da lei penal no tempo, sendo certo que existem peculiaridades aplicáveis às normas de natureza penal. Sobre o tema, é correto afirmar que: a) a lei penal posterior mais favorável possui efeitos retroativos, sendo aplicável aos fatos anteriores, desde que até o trânsito em julgado da ação penal; b) a abolitio criminis é causa de extinção da punibilidade, fazendo cessar os efeitos penais e civis da condenação; c) a lei penal excepcional, ainda que mais gravosa, possui ultratividade em relação aos fatos praticados durante sua vigência; d) os tipos penais temporários poderão ser criados através de medida provisória; e) a combinação de leis favoráveis, de acordo com a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é admitida no momento da aplicação da pena. Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 13 de 19 • Comentários: A alternativa CORRETA é a letra C. Veja o Código Penal: Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. A lei temporária é aquela com prazo de vigência prefixado, ou seja, a própria lei já impõe seu “prazo de validade”. Em outras palavras, a lei fixa em seu próprio texto, quando ela “nasce” e quando ela “morre”. A lei excepcional é aquela com vigência determinada por circunstancias excepcionais. Por exemplo, uma lei diz ter vigência em períodos de “enchentes”; “secas”; “guerras”. Enquanto ocorrer tal circunstancia, a lei permanecerá em vigor. É importante entender que a lei excepcional e a lei temporária se aplicam aos fatos ocorridos durante sua vigência (sua vida, sua ATIVIDADE), permanecendo seus efeitos depois de cessada sua vigência. Em outros termos, essas leis tem o poder da ULTRATIVIDADE, ou seja, produzem efeitos mesmo depois de acabada sua vigência. Pensar o contrário seria ilógico. Imagine que uma lei penal aponte ser crime determinado “FATO A” praticado durante a “COPA DO MUNDO” (lei temporária). Se não houvesse a ULTRATIVIDADE da lei temporária, as pessoas praticariam o “FATO A” durante a “COPA DO MUNDO” com a certeza que não seriam punidos quando terminasse sua vigência. Não haveria respeito a lei temporária/excepcional. Assim, a lei penal excepcional, ainda que mais gravosa, possui ultratividade em relação aos fatos praticados durante sua vigência; Vamos aos erros das demais alternativas. Letra a) Veja o que diz o Código Penal: Art. 2º (...) Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. A lei penal posterior mais favorável possui efeitos retroativos, sendo aplicável aos fatos anteriores, AINDA QUE trânsito em julgado da ação penal. Letra b) O que é abolitio criminis? Pensem em uma “Lei Velha” que defina determinado o “FATO A” como CRIME. Agora imaginem: uma “Lei Nova” deixou de considerar crime o “FATO A”, ou seja, a “Lei Nova” ABOLIU esse crime, ocorreu a abolitio criminis. Quais são os efeitos das abolitio criminis? O Código Penal diz assim: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Desta forma, ninguém pode ser PUNIDO por fato que lei posterior deixa de considerar crime, logo, deixando de existir o crime (descriminalizando), impõe-se a EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, ou seja, impõe o FIM DA PUNIÇÃO. Nesse contexto, os efeitos penais são cessados (encerrados). No entanto, os efeitos civis (extrapenais) persistem (continuam existindo). Letra d) Não é possível a criação de tipos penais por meio de medida provisória. Vamos entender o que é o PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL. Como o próprio nome já diz significa que algo está RESERVADO PARA A LEI. No caso, a criação de tipos penais (crimes) é RESERVADO PARA A LEI, ou seja, é uma RESERVA LEGAL. Ora, você já deve ter RESERVADO um quarto de hotel. Com a reserva, aquele quarto está garantido para você, está reservado para você. Mesma coisa é a criação de crimes, é uma tarefa RESERVADA para a lei. Somente lei pode criar tipos penais (crimes). Medida Provisória não é lei. Portanto, criar tipos penais por meio de medida provisória viola o princípio da reserva legal. O princípio da reserva legal tem índole constitucional Art. 5º (…) XXXIX - Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 14 de 19 Veja que o texto é claro. Não há crime SEM LEI. O texto não diz “não há crime sem lei ou medida provisória”. O texto é explicito: se não houve LEI, não haverá crime. Logo, medida provisória NÃO PODE CRIAR CRIME. Além disso, a Constituição Federal é expressa ao proibir o uso de medida provisória em matéria penal: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (...) b) direito penal, processual penal e processual civil; Letra e) Para o STF, é proibida a combinação de leis: Com base no princípio unitário, a 1ª Turma denegou habeas corpus em que se pleiteava a mescla da legislação nova com a antiga, nos trechos em que mais favoráveis ao paciente. Na espécie dos autos, ele fora condenado a 17 anos e 6 meses de reclusão e, em grau de recurso, o STJ concedera a ordem, de ofício, a fim de reduzir a pena para 13 anos e 4 meses de reclusão, nos termos dispostos pela Lei 12.015/2009 — que revogou o art. 9º da Lei 8.072/90 e criou o tipo específico de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A). Alegava-se que o acórdão questionado prejudicara o paciente, visto que a sentença condenatória estabelecera a pena-base em 6 anos e, pela nova regra, aplicada pelo STJ, esta fora fixada em 8 anos. Considerou-se, ademais, que não houvera qualquer decisão contrária aos interesses do paciente, porque reduzida a pena final, de 17 para 13 anos.(HC 104193/RS, rel. Min. Marco Aurélio, 9.8.2011) 14. CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário de Procuradoria (PGE PE)/2019 Com relação ao tempo e ao lugar do crime e à aplicação da lei penal no tempo, julgue o item seguinte. O Código Penal adota a teoria da atividade, segundo a qual o delito deverá ser considerado praticado no momento da ação ou da omissão e o local do crime deverá ser aquele onde tenha ocorrido a ação ou a omissão. ( ) Certo ( ) Errado • Comentários: A questão está ERRADA. Quando considera-se ocorrido um crime? No momento da ação, ou seja, quando alguém “dá um tiro para matar”? No momento do resultado, ou seja, quando a vítima “morre”? O artigo 4º do Código Penal responde isso: Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. No Brasil, portanto, quanto ao tempo do crime, aplica-se da TEORIA DA ATIVIDADE, ou seja, considera-se ocorrido no momento da ação ou da omissão. Ilustrando, o tempo do crime seria quando alguém “dá um tiro para matar”. Assim, considera-se praticadoo crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. No entanto, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Aqui consta o erro da questão. A previsão está no Código Penal em seu artigo 6º: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Existem três teorias que busca resolver o conflito de leis no espaço: ✓ Teoria da Ação/Atividade – considera lugar do crime o da conduta criminosa. ✓ Teoria do Resultado/Efeito – considera lugar do crime o do resultado/consumação. ✓ Teoria da Ubiquidade/Unidade/Mista – considera lugar do crime tanto o da conduta quanto do resultado. Como vimos, adota-se no Brasil a Teoria da Ubiquidade ou Mista. Mas o que é ubiquidade? Vamos entender o significado desse termo. Segundo o Dicionário Aurélio UBIQUIDADE é o “fato de estar presente em toda a parte ao mesmo tempo”. É um sinônimo de Onipresença. Assim, segundo o cristianismo, Deus teria o dom da ubiquidade. A Teoria da Ubiquidade Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 15 de 19 parte da mesma lógica, considera o crime onipresente, ou seja, o crime teria o “dom” da ubiquidade, sendo considerado ocorrido tanto no lugar da ação/omissão quanto no do resultado. 15. CEBRASPE (CESPE) - Agente Federal de Execução Penal/2021 O item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, acerca de direito penal. Aldo invadiu uma residência e furtou objetos eletrônicos. Nessa situação, configura-se caso de subsidiariedade, uma vez que a invasão da residência é um crime meio e o furto é um crime fim. ( ) Certo ( ) Errado • Comentários: O item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, acerca de direito penal. Aldo invadiu uma residência e furtou objetos eletrônicos. Nessa situação, configura-se caso de subsidiariedade, uma vez que a invasão da residência é um crime meio e o furto é um crime fim. (ERRADA). No princípio da consunção, ocorre a absorção de um delito por outro, tornando-se uma unidade complexa. Além disso, para que um delito seja absorvido por outro, entende-se que deve haver uma relação de meio e fim, ou um dos crimes deve se mostrar como fase necessária para a realização do outro, como no caso de Aldo que invadiu (crime-meio) uma residência e furtou (crime-fim) objetos eletrônicos. Leia-se abaixo. "[...] Princípio da consunção ou da absorção De acordo com o princípio da consunção, ou da absorção, o fato mais amplo e grave consome, absorve os demais fatos menos amplos e graves, os quais atuam como meio normal de preparação ou execução daquele, ou ainda como seu mero exaurimento." (Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1 / Cleber Masson. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019). 16. CEBRASPE (CESPE) - Juiz Estadual (TJ PA)/2019/"Prova Anulada" André, de vinte e dois anos de idade, com o propósito de ferir Bernardo, seu desafeto, agrediu-o com socos no abdome, lesionando-o significativamente. Durante a agressão, André decidiu matar Bernardos; com o emprego de uma barra de ferro, ele golpeou a cabeça de Bernardo, que, em virtude dos ferimentos provocados por esse instrumento, veio a falecer ainda no local do fato. Nessa situação hipotética, André deverá ser punido. a) Pelo delito de lesão corporal seguida de morte. b) Pelo delito de homicídio apenas, sendo o caso de crime progressivo. c) Pelos delitos de lesão corporal e homicídio em continuidade delitiva. d) Pelo delito de homicídio apenas, consistindo em progressão criminosa a evolução de lesão corporal para homicídio. e) Pelos delitos de lesão corporal e homicídio em concurso formal. • Comentários: Gabarito: Letra D. André, de vinte e dois anos de idade, com o propósito de ferir Bernardo, seu desafeto, agrediu-o com socos no abdome, lesionando-o significativamente. Durante a agressão, André decidiu matar Bernardos; com o emprego de uma barra de ferro, ele golpeou a cabeça de Bernardo, que, em virtude dos ferimentos provocados por esse instrumento, veio a falecer ainda no local do fato. Nessa situação hipotética, André deverá ser punido. d) Pelo delito de homicídio apenas, consistindo em progressão criminosa a evolução de lesão corporal para homicídio. (CORRETA). De fato, houve progressão criminosa, pois verifica-se que ocorreu uma mutação no dolo de André, que inicialmente realizou um crime menos grave (lesão corporal) e, após, quando já alcançada a consumação, decidiu praticar outro delito de maior gravidade (homicídio). Nessa hipótese, há 2 (dois) crimes (lesão corporal e homicídio), mas André responderá por apenas 1 (um) deles, o mais grave (homicídio), em face do princípio da consunção. Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 16 de 19 Confira-se abaixo: "[...] Progressão criminosa Dá-se quando o agente pretende inicialmente produzir um resultado e, depois de alcançá-lo, opta por prosseguir na prática ilícita e reinicia outra conduta, produzindo um evento mais grave. Exemplo: O agente que, após praticar vias de fato, opta por produzir lesões corporais na vítima, e, ainda não satisfeito, acaba por matá-la responde exclusivamente pelo homicídio. O sujeito é guiado por uma pluralidade de desígnios, havendo alteração em seu dolo, razão pela qual executa uma diversidade de fatos (mais de um crime), cada um correspondente a uma vontade, destacando-se a crescente lesão ao bem jurídico. Por tal motivo, a resposta penal se dará somente para o fato final, mais grave, ficando absorvidos os demais." (Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1 / Cleber Masson. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019). a) Pelo delito de lesão corporal seguida de morte. (ERRADA). Responderá apenas pelo homicídio (vide comentário da alternativa D). b) Pelo delito de homicídio apenas, sendo o caso de crime progressivo. (ERRADA). Crime progressivo ocorre quando o agente desde o início de sua conduta possui a intenção de alcançar o resultado mais grave, de modo que seus atos violam o bem jurídico de forma crescente. O que, de fato, não aconteceu no caso concreto, pois André primeiramente possuía a intenção de ferir Bernardo e, somente após isso, decidiu matar a vítima. c) Pelos delitos de lesão corporal e homicídio em continuidade delitiva. (ERRADA). Responderá apenas pelo homicídio (vide comentário da alternativa D). e) Pelos delitos de lesão corporal e homicídio em concurso formal. (ERRADA). Responderá apenas pelo homicídio (vide comentário da alternativa D). 17. CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TJ PA)/Direito/2020 Com relação ao tempo e ao lugar do crime, o Código Penal brasileiro adotou, respectivamente, as teorias do(a) a) resultado e da ação. b) consumação e do resultado. c) atividade e da ubiquidade. d) ubiquidade e da atividade. e) ação e da consumação. • Comentários: Gabarito: LETRA C De acordo com o Código Penal: Tempo do crime Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. TEMPO -> ATIVIDADE De acordo com o Código Penal: Lugar do crime Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. LUGAR -> UBIQUIDADE 18. FUNDATEC - Advogado (Pref Gramado)/"Sem Área"/2019 De acordo com o Código Penal, ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos noestrangeiro, os crimes: I. Contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. II. Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 17 de 19 III. Contra a administração pública. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Apenas I e III. • Comentários: GABARITO - LETRA D I. Contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. CORRETA: vide art. 7o, I, a, CP. II. Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. CORRETA: vide art. 7o, I, b, CP. III. Contra a administração pública. INCORRETA. O examinador não narrou todos os requisitos previstos no art. 7o, I,c, CP. Nem todo crime contra a Administração Pública cometido no estrangeiro implicará a aplicação das regras de extraterritorialidade previstas no CP, mas somente se o autor for pessoa a serviço da própria administração pública. Confira a seguir, nos destaques em negrito, os fundamentos para as respostas acima: Vejamos o que diz o art. 7o, CP: Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 18 de 19 § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Portanto, corretas as assertivas I e II: GABARITO - LETRA D. 3. Lei Seca(CP, Art. 1° ao 12) PARTE GERAL TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Anterioridade da Lei Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Lei penal no tempo Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Tempo do crime Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art3http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 Polícia Civil e Polícia Penal do Rio Grande do Sul Concurso 2021 e 2022 – Pré-Edital - Marcos Kelsch Jamais haverá diálogo entre leões e hienas 19 de 19 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art10 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art10 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art11 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art11 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art12 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art12
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