Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Formas de Não Pagamento de Tributos Os regimes tributários se referem às formas de apuração dos tributos federais, em que a legislação prevê o regime pelo: Lucro Real, Presumido, Arbitrado e Simples Nacional. Verificamos que a forma de apuração Lucro Real, significa que o lucro de fato apurado em um determinado exercício, ou seja, é o lucro ajustado considerando as adições, exclusões ou compensações devidas, para se formar a base de cálculo para o IRPJ e CSLL. O Lucro Presumido, refere-se a uma forma simplificada de se apurar o lucro auferido pela organização, para formar aquela mesma base de cálculo que ocorre no regime do Lucro Real, a fim de, então, calcular o IRPJ e CSLL. Entretanto, a diferença está exatamente no fato de a autoridade tributante presumir o lucro da empresa, utilizando como referência um percentual de presunção daquilo que possa ser considerado como lucro da empresa naquele período. O sistema simplificado se refere a um tipo de arrecadação que congrega um conjunto de tributos incidentes sobre a atividade da organização. Porém é importante ressaltar que não se trata de imposto único, mas sim uma forma diferenciada de arrecadação, para atender às microempresas e empresas de pequeno porte. A abrangência desse sistema envolve a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, cujos tributos são calculados de acordo com a atividade da organização, utilizando como base de cálculo as receitas da empresa, em que as alíquotas são discriminadas em anexos específicos, de acordo com a legislação. Esses mecanismos refletem as formas de apuração para os pagamentos dos tributos, ou seja, existindo a obrigatoriedade, haverá, também, um fato gerador da obrigatoriedade que, por sua vez, implicará o uso de uma base para o cálculo do tributo, gerando como consequência o pagamento, e esse processo está estabelecido em lei. No contexto tributário, como em tantos outros, as práticas podem se direcionar pela legalidade ou ilegalidade dos atos no âmbito das organizações. Esses fatos podem ser evidenciados sob a perspectiva da legislação vigente como elisão fiscal e evasão fiscal. Primeiramente será visto o que é ilícito. A evasão fiscal, segundo Sabbag (2013) caracteriza-se como a prática durante ou posteriormente à incidência do tributo formada por atos ilícitos à ordem tributária, como a fraude, a sonegação e a simulação, objetivando o não pagamento do tributo ao Estado. Em outras palavras, Lima (2016) argumenta ser uma dissimulação do pagamento do tributo após o fato gerador, em que o sujeito passivo (devedor) busca maneiras de não evidenciar de forma parcial ou total o fato gerador, dissimulando-o para não recolher o tributo devido, junto à autoridade tributante. É importante destacar que a evasão fiscal está tipificada como crime contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, conforme a Lei nº 8.137/90. Crimes Contra a Ordem Tributária: Artigo 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: omitir informação ou prestar declaração falsa I – fraudar a fiscalização tributária. II - falsificar ou alterar nota fiscal. III - elaborar, emitir ou utilizar documento falso. V - negar ou deixar de fornecer nota fiscal. IV - Artigo 2º Constitui crime da mesma natureza: fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos I - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo, descontado ou cobrado. II - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem III - sobre a parcela dedutível ou deduzida de tributo como incentivo fiscal. deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de IV - imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento. utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da V - obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. De acordo com Gutierrez (2006), a evasão fiscal pode ser classificada : em Evasão omissiva e Evasão comissiva. Evasão Omissiva É aquela em que o sujeito passivo deixa de realizar uma ação. Conceito: Características: Evasão imprópria: situação em que o sujeito passivo deixa de realizar uma ação relevante, para não gerar o fato gerador de um tributo. Evasão por inação: é a situação em que o sujeito passivo se nega a pagar o tributo, depois da ocorrência do fato gerador Evasão Comissiva É aquela em que o sujeito passivo pratica o ato que poderá ser lícito ou ilícito. Conceito: Características: Evasão ilícita: situação em que o sujeito passivo age de forma consciente e voluntária para eliminar, reduzir ou protelar o pagamento do tributo (fraude fiscal). se verifica quando o sujeito passivo, após realizar as A evasão com característica por inação vendas dos produtos de sua loja, de maneira proposital ou não, deixa de realizar os pagamentos referentes, por exemplo, ao imposto sobre circulação de mercadoria e serviços – ICMS, à autoridade tributante. , com características de ilícita, o sujeito emite documentação Quando ocorre evasão comissiva fiscal que não representa a realidade, frauda registros, com o único fim de deixar de pagar um tributo, reduzir o seu pagamento, ou simplesmente protelar o máximo possível o pagamento devido à autoridade tributante. caracterizados contra a ordem tributária. Na evasão temos os elementos ilícitos , porém, com características lícitas Na elisão temos uma forma de não pagamento do tributo de acordo com a lei. Nesse contexto, Bastos (2010) argumenta que o termo elisão fiscal é utilizado no ordenamento jurídico para designar uma forma legítima de evitar, retardar ou diminuir o pagamento do tributo devido, antes da ocorrência do fato gerador, fazendo surgir, então, a obrigação tributária. Essa prática tem o total respaldo jurídico, além de estar dentro dos princípios constitucionais. Tipos de elisão fiscal: Ocorre em função do princípio da legalidade negativa associado à livre 1. Lacuna na Lei: iniciativa. Ninguém é obrigado a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei que expressamente a proíba. Dessa forma, poderá o contribuinte escolher a melhor forma de administrar seus negócios e, portanto, de reduzir seus gastos tributários. Na elisão induzida pela lei, o próprio ordenamento jurídico dispõe 2. Induzida pela Lei: no sentido de diminuir a tributação suportada pelo contribuinte, para tanto, normalmente, requer, para o gozo do benefício, o preenchimento de certos requisitos em prol do interesse nacional ou regional. motivada pelas brechas que possam estar contidas na legislação, tem sido A elisão fiscal, sistematicamente combatida pelas autoridades tributantes, pois dentro do princípio da legalidade, em linhas gerais, “o que não está escrito na lei, não pode ser cobrado”. Quando se observa a elisão fiscal na perspectiva da simulação, Alexandre (2014) argumenta não ser um típico caso ilícito, apesar de lançar mão do formato artificioso, com o objetivo de se isentar do pagamento do tributo ou ao menos minimizá-lo. Dentro do ordenamento jurídico, alguns autores classificam esse tipo de situação como elusão fiscal, ou até mesmo de elisão ineficaz (ALEXANDRE, 2014). É bom que você saiba que a elisão fiscal geralmente acaba ocorrendo antes de o fato gerador se concretizar, ou seja, é a fase do planejamento tributário propriamente dito, em que o sujeito passivo, como as organizações, procura estudar as possíveis formas de minimizar o impacto do tributo nos resultados. Entretanto, há formas de ocorrer elisão fiscal em um período posterior à ocorrência do fato gerador, como quando o contribuinte faz a declaração anual do imposto sobre a renda de pessoafísica e opta por um dos modelos de declaração, ou seja, a declaração completa ou a simplificada, conforme o valor do imposto devido (ALEXANDRE, 2014). Referência: Planejamento Tributário - Edilson Reis do Nascimento
Compartilhar