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Responsabilidade Social e Meio Ambiente - Temas 1 a 8

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Anhanguera Licenciatura Pedagogia – 2º Semestre 
Matéria: Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
Temas 1 ao 8 
 
 
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Tema 1 
Panorama Mundial e Nacional – Ecossistemas 
Os ecossistemas são unidades naturais complexas constituídas por dois grupos de 
componentes: os organismos vivos, constituintes da biota, ou seja, do conjunto dos 
seres vivos chamados de “bióticos”, e os não vivos, chamados de abióticos. Os dois 
grupos estão continuamente inter-relacionados. 
Um dos elementos fundamentais para a manutenção e sustentabilidade da vida na 
Terra é a manutenção dos ecossistemas. 
Se analisarmos, veremos que essa palavra é formada pelo prefixo “eco” associado à 
palavra “sistema”. Eco tem o significado de casa, domicílio, habitat. Logo, ecossistema 
pode ser entendido como o sistema onde se vive. 
Assim, ecossistemas são sistemas ecológicos constituídos por organismos vivos, 
chamados de bióticos, e por elementos não vivos, chamados de abióticos, que estão 
inter-relacionados. Os elementos bióticos são organismos vivos que correspondem às 
plantas, aos animais (incluindo o ser humano) e aos micro-organismos, enquanto os 
elementos abióticos correspondem aos elementos físicos e químicos do ambiente, tais 
como minerais, luz solar, água e gases. 
Assim, podemos definir ecossistema, conforme mencionado pelo ecólogo Eugene 
Odum, como qualquer região natural que inclua organismos vivos e substâncias 
abióticas interagindo para promover uma troca de matéria entre as partes vivas e não 
vivas (PEREIRA; SILVA; CARBONARI, 2011). 
Os elementos bióticos e abióticos interagem entre si, promovendo trocas entre os 
organismos vivos e os elementos não vivos. Nesses processos, são criadas correntes de 
energia que conduzem a uma estrutura trófica (relações alimentares entre as espécies), 
a uma estrutura biótica ou a ciclos biogeoquímicos. Podemos dividir essas trocas em 
dois grandes grupos: o fluxo de energia e os ciclos biogeoquímicos. 
O fluxo de energia inicia-se pela transferência da energia solar para as plantas através 
da fotossíntese, que é o processo de absorção da luz por meio do qual os vegetais 
produzem o seu próprio alimento, transformando dióxido de carbono, água e minerais 
em compostos orgânicos e liberando o oxigênio necessário para a manutenção de 
plantas, animais e seres humanos. 
 
 
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2 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
Essa energia é transferida para outros seres vivos, incluindo os seres humanos, através 
da cadeia alimentar, processo por meio do qual as espécies que vivem em um mesmo 
ambiente se alimentam e servem de alimento umas às outras. 
Através da cadeia alimentar, ou cadeia trófica, os produtores – seres que não se 
alimentam de outro ser vivo, obtendo do sol a energia que necessitam para realizar a 
fotossíntese – servem de alimento para os consumidores, que não produzem o seu 
próprio alimento, alimentando-se dos produtores ou de outros consumidores. Por 
exemplo, o ser humano, um consumidor, alimenta-se do boi, outro consumidor, que 
por sua vez se alimenta de capim – um produtor. Posteriormente, os decompositores 
irão atuar no processo de decomposição dos organismos produtores e dos 
consumidores, liberando energia e gerando substâncias orgânicas e inorgânicas que 
serão novamente utilizadas pelas plantas, reiniciando o processo. 
Frequentemente, cada organismo se alimenta de mais de um tipo de animal ou planta, 
tornando as relações alimentares (ou relações tróficas) mais complexas, dando origem 
a redes ou teias alimentares. Já os ciclos biogeoquímicos são processos cíclicos através 
dos quais os elementos químicos essenciais à vida e à manutenção dos ecossistemas – 
como a água, o carbono e o oxigênio – são transferidos do meio físico para os seres vivos 
e vice-versa, de forma que permita o reaproveitamento dos nutrientes. 
Verifica-se a importância dos ecossistemas através da observação das interações que 
tornam possíveis os serviços ambientais, também denominados serviços 
ecossistêmicos, ou seja, por meio da constatação de benefícios que os seres humanos 
obtêm da natureza. 
Segundo a Avaliação Ecossistêmica do Milênio (AEM, 2005), que consiste em um estudo 
publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2005, a provisão de 
alimentos, água e energia é o que mantém o planeta Terra habitável. Considerando o 
alto custo que o acelerado crescimento, tanto do consumo de bens e serviços quanto da 
população mundial, está impondo ao meio ambiente, enfatiza-se a necessidade de 
mudanças socioambientais drásticas, com a finalidade de promover um uso menos 
destrutivo do capital natural, ou seja, dos recursos naturais disponíveis, a fim de 
manter os serviços obtidos pelas populações humanas através de vários tipos de 
ecossistemas. 
Os serviços ambientais, segundo TEBB (2010, p. 20-22) são divididos em quatro 
categorias: 
1. Serviços de abastecimento são serviços ambientais referentes à produção 
material ou energética de ecossistemas. Incluem alimentos, água e outros 
recursos, como apresentado a seguir. 
 
 
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3 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
 
• Alimentos: os ecossistemas propiciam as condições para o cultivo de 
alimentos, provenientes principalmente da gestão de agro ecossistemas, 
mas florestas ou sistemas marinhos e de água doce também proporcionam 
alimentos para o consumo humano. 
• Matéria-prima: os ecossistemas fornecem uma grande diversidade de 
materiais, tanto para construção, quanto como combustível, incluindo 
madeira, biocombustíveis e óleos vegetais derivados diretamente de 
espécies de plantas silvestres e cultivadas. 
• Água doce: os ecossistemas desempenham um papel vital no ciclo 
hidrológico global, na medida em que controlam o fluxo e a purificação da 
água. A vegetação e as florestas influenciam na quantidade de água 
disponível num dado local. 
 
• Recursos medicinais: os ecossistemas e a biodiversidade são uma fonte 
potencial de recursos medicinais e oferecem muitas plantas utilizadas 
como medicamentos tradicionais, além de fornecerem matéria-prima para 
a indústria farmacêutica. 
2. Serviços de regulação são os serviços que os ecossistemas fornecem ao agirem 
como reguladores, como por exemplo, regulando a qualidade do ar e do solo ou 
fornecendo controle de enchentes e doenças. 
• Regulação do clima e da qualidade do ar local: as árvores fornecem 
sombra, ao passo que as florestas influenciam na precipitação pluvial e na 
disponibilidade de água, tanto local quanto regionalmente. Árvores e 
outras plantas também desempenham um papel importante na regulação 
da qualidade do ar, removendo poluentes da atmosfera. 
• “Sequestro” e armazenamento de carbono: os ecossistemas regulam o 
clima global por meio de armazenamento e “sequestro” de gases de efeito 
estufa. Enquanto árvores e plantas crescem, removem dióxido de carbono 
da atmosfera e efetivamente o retêm em seus tecidos. 
Neste sentido, ecossistemas florestais são estoques de carbono. A 
biodiversidade também desempenha importante papel ao melhorar a 
capacidade de adaptação dos ecossistemas aos efeitos da mudança 
climática. 
• Moderação de eventos climáticos extremos: eventos climáticos extremos 
ou ameaças naturais incluem enchentes, tempestades, tsunamis, 
 
 
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4 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
avalanches e desmoronamentos. Ecossistemas e organismos vivos criam 
amortecedores contra desastres naturais, prevenindo assim possíveis 
danos. Por exemplo, terras úmidas podem absorver água de enchentes, ao 
passo que árvores podem estabilizar encostas. Recifes de coral emanguezais ajudam a proteger o litoral de danos causados por 
tempestades. 
• Tratamento de águas residuais: os ecossistemas, tanto quanto as terras 
úmidas, filtram resíduos humanos e de animais e agem como 
amortecedores naturais para o ambiente. Por meio da atividade biológica 
de micro-organismos no solo, a maior parte dos resíduos é decomposta. 
Desse modo, agentes patogênicos (micróbios causadores de doenças) são 
eliminados e os níveis de nutrientes e de poluição são reduzidos. 
• Prevenção de erosão e manutenção da fertilidade do solo: a erosão do solo 
é um fator-chave no processo de degradação e desertificação da terra. A 
cobertura vegetal fornece um serviço de regulação vital ao prevenir a 
erosão. A fertilidade do solo é essencial ao crescimento de plantas e à 
agricultura, e o bom funcionamento de ecossistemas abastece o solo com 
os nutrientes básicos para tal crescimento. 
• Polinização: os insetos e o vento polinizam plantas e árvores, o que é 
essencial para o desenvolvimento de frutos, vegetais e sementes. A 
polinização animal é um serviço ecossistêmico proporcionado, sobretudo, 
por insetos, mas também por alguns pássaros e morcegos. Cerca de 87 das 
115 principais colheitas alimentares dependem de polinização animal, 
inclusive algumas de alto rendimento, como cacau e café. 
• Controle biológico: os ecossistemas são importantes para regular pragas 
e doenças transmitidas por vetores que atacam plantas, animais e pessoas. 
Sua regulação se dá por meio da atividade de predadores e de parasitas. 
Pássaros, morcegos, moscas, vespas, rãs e fungos agem como controles 
naturais. 
3. Serviços de apoio ou habitat sustentam quase todos os demais serviços. Os 
ecossistemas fornecem espaços para plantas e animais viverem, conservando 
uma diversidade de diferentes espécies. 
• Habitats para espécies: o habitat fornece tudo o que uma planta ou um 
animal precisa para sobreviver – alimento, água e abrigo. Cada ecossistema 
propicia diferentes habitats, que podem ser essenciais ao ciclo de vida de 
uma espécie. Espécies migratórias, entre as quais, pássaros, peixes, 
 
 
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5 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
mamíferos e insetos, dependem de diferentes ecossistemas durante suas 
migrações. 
• Preservação da diversidade genética: a diversidade genética é a variedade 
de genes em meio às populações de espécies. Ela distingue classes ou raças 
umas das outras, fornecendo assim a base para a realização de cultivos 
localmente bem adaptados, além de um conjunto de genes para o posterior 
desenvolvimento de colheitas comerciais e da pecuária. Alguns habitats 
têm um número excepcionalmente alto de espécies, sendo geneticamente 
mais diversificados do que outros. São conhecidos como “hotspots de 
biodiversidade”. 
4. Serviços culturais são os benefícios materiais que as pessoas obtêm a partir do 
contato com os ecossistemas. Esses benefícios podem ser estéticos, espirituais e 
psicológicos. 
• Recreação e saúde mental e física: caminhar e praticar esportes em áreas 
verdes, mais do que manter a boa forma através do exercício físico, ajuda a 
relaxar. O papel de áreas verdes na conservação da saúde mental e física 
das pessoas tem sido gradativamente reconhecido, apesar das dificuldades 
de medi-lo. 
• Turismo: os ecossistemas e a biodiversidade desempenham importante 
papel para muitos tipos de turismo, o que, por sua vez, fornece 
consideráveis benefícios econômicos e é uma fonte de renda vital para 
muitas regiões. O turismo cultural e o ecoturismo podem, também, educar 
as pessoas a respeito da importância da diversidade biológica. 
• Apreciação estética e inspiração para a cultura, a arte e o design: a 
linguagem, o conhecimento e o ambiente natural estiveram intimamente 
ligados ao longo da história humana. Biodiversidade, ecossistemas e 
encostas naturais têm sido fontes de inspiração para a arte, para as 
culturas e, cada vez mais, para a ciência. 
• Experiência espiritual e senso de lugar: em muitas partes do mundo, 
elementos naturais, como florestas, cavernas ou montanhas específicas, 
são considerados sagrados ou têm algum significado religioso. A natureza 
é um elemento comum entre todas as grandes religiões, e o conhecimento 
tradicional associado aos costumes possui grande importância para a 
criação de um senso de pertencimento. 
 
 
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6 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
Verifica-se, assim, que o conjunto de serviços ambientais representa o capital natural 
do planeta. No entanto, várias pesquisas e estudos realizados, principalmente a partir 
da segunda metade do século XX, demonstram que esse equilíbrio está em risco em 
diversas partes do mundo, podendo acarretar a escassez dos recursos naturais 
necessários para manter a vida humana na Terra. 
Segundo a Avaliação Ecossistêmica do Milênio (AEM), 60% desses serviços estão em 
estágio acelerado de degradação. Nessa análise, cientistas de todo o mundo avaliaram 
as consequências que as mudanças nos ecossistemas causam ao bem-estar humano e 
forneceram algumas bases científicas para orientar ações de melhoria na preservação 
dos ecossistemas e para promover o uso sustentável dos recursos naturais. 
Entre os problemas apontados no documento da AEM, estão as condições dramáticas 
de existência de várias espécies de peixes, a elevada vulnerabilidade de inúmeras 
pessoas que vivem em regiões secas, a queda da capacidade dos ecossistemas 
fornecerem água e as ameaças aos ecossistemas geradas pelas mudanças climáticas e 
pela poluição. Podemos destacar também que: 
• As atividades humanas levaram o planeta à beira de uma onda maciça de 
extinção de várias espécies animais e vegetais, ameaçando o nosso bem-estar. 
• As pressões sobre os ecossistemas aumentarão em escala global nas próximas 
décadas se as atitudes e os modelos de produção e de consumo não mudarem. 
• A tecnologia e o conhecimento de que dispomos hoje podem reduzir 
consideravelmente o impacto humano sobre os ecossistemas, mas utilizá-los em 
todo o seu potencial continuará difícil enquanto os serviços ecossistêmicos 
forem percebidos como gratuitos e ilimitados e não receberem o devido valor. 
• Esforços conjuntos de todos os setores da sociedade – governamentais, 
empresariais, institucionais, e até mesmo individuais – serão necessários para 
que o capital natural seja mais protegido. 
Assim, no atual contexto de escassez de muitos recursos naturais, decorrente das 
atividades humanas que estão usando os serviços ambientais em um ritmo 
extremamente intenso, verificasse o risco de não ser mais possível manter a capacidade 
dos ecossistemas de atenderem às necessidades das gerações futuras, fato que exige 
ações para minimização de impactos negativos, que podem fazer toda a diferença. 
Estes dados indicam, de forma bastante clara, que o desequilíbrio ecossistêmico pode 
colocar em risco a biodiversidade de determinado ecossistema, ou seja, a variedade do 
patrimônio genético vivo do planeta Terra e até mesmo a sobrevivência de sociedades 
humanas. 
 
 
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7 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
 
Cadeia trófica: também denominada cadeia alimentar, é processo por meio do qual as 
espécies que vivem em um mesmo ambiente se alimentam e servem de alimento umas 
às outras. 
Ciclos biogeoquímicos: são os percursos realizados por elementos químicos essenciais 
à vida – como nitrogênio, carbono, oxigênio – nos sistemas terrestres. É através destes 
ciclos que os elementos e compostos químicos são transferidos entre organismos e para 
diferentes partes do planeta. 
Ecossistema: ecossistemas são sistemas ecológicos constituídos por organismos vivos, 
chamados de bióticos, e elementos não vivos, chamados de abióticos, que estão 
interrelacionados.Elemento biótico: elementos bióticos são organismos vivos do ambiente, que 
correspondem às plantas, animais (incluindo o ser humano) e microrganismos. 
Elemento abiótico: elementos abióticos correspondem a elementos físicos e químicos 
do ambiente, tais como minerais, luz solar, água e gases. 
Fluxo de energia: consiste na fixação de energia solar na biomassa vegetal (plantas) por 
meio da fotossíntese, e sua transferência em vários níveis da cadeia alimentar, 
chegando até os seres humanos. 
Hotspot: a biodiversidade não está igualmente distribuída no planeta e as regiões que 
concentram os mais altos níveis de biodiversidade são os locais onde as ações de 
conservação são mais urgentes. Hotspot é, portanto, toda área prioritária para 
conservação, isto é, de alta biodiversidade e ameaçada no mais alto grau. 
Preservação: quer dizer proteção integral com intocabilidade para evitar perda de 
biodiversidade (espécie, ecossistema ou bioma) e para perenidade dos recursos 
naturais. 
Serviços ambientais: são os benefícios que os seres humanos obtêm da natureza e que 
são produzidos pelas interações que ocorrem no interior dos ecossistemas. 
 
 
 
 
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8 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
Tema 2 
Panorama mundial e nacional - mudanças climáticas e a atuação dos 
organismos internacionais 
Dois pontos centrais que envolvem as mudanças climáticas são: 
• A emissão, cada vez mais crescente, de gases de efeito estufa; e 
• A influência do ser humano sobre essas alterações ambientais. 
O aumento da emissão de gases de efeito estufa gera um acréscimo na temperatura do 
planeta, intensificando o efeito do aquecimento global. O aumento de temperatura, por 
sua vez, gera inúmeros outros impactos ambientais, tais como derretimento de 
geleiras, aumento do nível dos oceanos, mudanças nos regimes de chuva, entre outros, 
que podem gerar outros impactos ambientais, formando um efeito dominó. 
As influências do ser humano nesse processo estão relacionadas às atividades que 
desenvolve, que ocasionam o aumento das emissões de gases de efeito estufa, 
sobretudo devido à queima de combustíveis fósseis, principalmente relacionada ao 
setor de transportes, à degradação de áreas florestais, às atividades industriais e às 
alterações no ambiente natural. 
O modelo de desenvolvimento atual, baseado em padrões de consumo cada vez mais 
elevados, tem gerado impactos com consequências profundas, como ampla degradação 
dos recursos naturais, mudanças climáticas e crises econômicas e sociais. Além disso, 
o estilo de vida urbano, com elevada demanda energética e elevada taxa de emissão de 
gases de efeito estufa, pode ser considerado um dos responsáveis pelos principais 
problemas ambientais globais, o aquecimento global. 
A questão do aquecimento global só começou a ganhar importância com a realização 
da Primeira Conferência Mundial sobre o Clima, em 1979, pela Organização 
Meteorológica Mundial (OMM), ligada às Nações Unidas. Diante das evidências 
científicas sobre a possibilidade de mudanças no clima do Planeta, o Programa das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e a OMM criaram o Painel Intergovernamental 
sobre Mudanças do Clima – IPCC, durante a Primeira Conferência Climatológica 
Mundial, realizada em Toronto, em 1988. 
A principal meta da Convenção sobre Mudança do Clima é a estabilização das emissões 
de gases de efeito estufa, em níveis que evitem a interferência antrópica sobre o clima 
mundial. A Convenção é bastante ampla e depende de regulamentação por parte do 
Poder Executivo de cada um dos países, bem como de futuras negociações, que são 
realizadas no âmbito das Conferências das Partes – COPs. 
 
 
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9 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
De acordo com o quarto relatório do IPCC, lançado em 2007, a concentração de gases de 
efeito estufa como o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso na atmosfera global 
tem aumentado como resultado de atividades humanas desde 1750. O aumento global 
da concentração de dióxido de carbono ocorre principalmente devido ao uso de 
combustível fóssil e à mudança no uso do solo, enquanto o aumento da concentração 
de gás metano e de óxido nitroso ocorre principalmente devido à agricultura. 
O efeito estufa é um fenômeno natural através do qual alguns gases atmosféricos (gases 
de efeito estufa) deixam passar luz solar, mas aprisionam o calor, como se a Terra fosse 
de fato uma estufa. Com isso, esses gases garantem o aquecimento e, 
consequentemente, a manutenção da temperatura na Terra. 
O aumento da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera intensifica o efeito 
estufa, ou seja, a retenção de calor na atmosfera, o que gera o aquecimento global. 
As consequências das mudanças climáticas se refletem seja na agricultura – através do 
rendimento das colheitas, do aumento dos preços dos alimentos, do custo dos 
transportes, o que pode colocar em risco a segurança alimentar –, seja no mundo como 
um todo – com a destruição de ecossistemas, a redução de áreas congeladas, o aumento 
do nível do mar, a alteração nos regimes de chuvas, ocasionando secas em algumas 
localidades e, em outras, enchentes e deslizamentos. 
São muitos os desafios para que se consiga reduzir os impactos das mudanças 
climáticas. 
A redução das emissões dos gases de efeito estufa é uma questão chave neste contexto. 
Por envolver interesses econômicos e políticos, há a necessidade de uma mobilização 
das organizações internacionais. Contudo, até mesmo acordos feitos na esfera 
internacional necessitam ser negociados e implementados em âmbito nacional. 
O Protocolo de Quioto é um instrumento internacional, criado em 1997, que 
estabeleceu metas de redução de emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 5% 
para o período de 2008 a 2012, tomando como base os valores das emissões registradas 
em 1990, com metas diferenciadas para cada país “desenvolvido”, enquanto os países 
em desenvolvimento, apesar de se comprometerem em reduzir as emissões, não 
possuem metas de redução formais. 
Segundo as disposições do Protocolo, ele só poderia entrar em vigor quando 55% dos 
países que produzem, juntos, 55% das emissões de gases de efeito estufa aderissem a 
ele. 
 
 
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10 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
O Protocolo já foi ratificado por 175 países, mas não conta com a adesão dos Estados 
Unidos (uma das maiores emissões de dióxido de carbono do mundo), além de outros 
grandes emissores, o que fez com que ele só pudesse entrar em vigor somente em 2005. 
Em 2012, foi aprovado o segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto, que 
vai de 2013 a 2020, cujas metas de redução correspondem a 18% de emissões dos países 
desenvolvidos em relação às taxas de 1990. Os Estados Unidos, Canadá, Japão, Rússia e 
Nova Zelândia não estão participando do segundo período, enfraquecendo o novo 
acordo. 
O Protocolo de Quioto propôs mecanismos para auxiliar os países a cumprir suas metas 
ambientais, dos quais se destaca o Mercado de Créditos de Carbono ou Mecanismo de 
Desenvolvimento Limpo (MDL). Vamos ver como esse mercado funciona: 
A compra de créditos de carbono se dá de duas formas: 
• Mercado de projetos: compradores investem em projetos ou em empresas 
comprometidas com a redução das emissões de gases de efeito estufa. 
• Mercado de permissões: grandes empresas, como produtoras de energia, podem 
comprar permissões de emissões ao adquirir créditos de países que não têm limites ou 
que estão abaixo da meta estipulada. 
Estes mercados, contudo, perderam um pouco sua força devido à crise econômica 
mundial, que, por gerar menos produção, consequentemente gera menos emissões de 
gases de efeito estufa. Outro aspecto importante é o fato de que, em épocade crise, 
considera-se que há outras prioridades que precisam ser solucionadas, e as questões 
ambientais ficam em segundo plano. 
Outra iniciativa internacional que visa estimular as empresas a adotarem políticas de 
responsabilidade social corporativa e sustentabilidade é o Pacto Global, anunciado em 
1999 no Fórum Econômico Mundial pelo então secretário-geral da Organização das 
Nações Unidas Kofi Annan. 
Essa iniciativa reúne empresas, agências da ONU, sindicatos, ONGs e outros tipos de 
parceiros para a construção de um mercado global mais inclusivo e igualitário, através 
de adesões voluntárias. 
O pacto prevê a adoção de alguns princípios, sendo eles: 
• Princípios de Direitos Humanos: 
1. Respeitar e proteger os direitos humanos. 
2. Impedir violações dos direitos humanos. 
 
 
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11 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
• Princípios de Direitos do Trabalho: 
3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho. 
4. Abolir o trabalho forçado. 
5. Abolir o trabalho infantil. 
6. Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho. 
• Princípios de Proteção Ambiental: 
7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais. 
8. Promover a responsabilidade ambiental. 
9. Encorajar tecnologias que não agridem o meio ambiente. 
• Princípio Contra a Corrupção: 
10. Combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina. 
Kofi Annan também propôs uma reunião de cúpula, que recebeu o nome de Cúpula do 
Milênio, realizada em 2000, que teve como resultado a Declaração do Milênio, a qual 
estabeleceu oito objetivos de desenvolvimento do milênio (ODM), descritos como oito 
metas concretas a serem atingidas até 2015. 
Uma forma de contribuir para a redução dos impactos individuais no meio ambiente 
pode ocorrer através do cálculo da pegada ecológica. Mas, além da pegada ecológica, há 
também a pegada hídrica e a pegada de carbono. 
A pegada hídrica calcula a quantidade de água necessária para produzir os bens e 
serviços consumidos individualmente, por cada nação ou por tipo de produto e 
produção. 
 
Antrópico – Aquilo que é relativo às ações do ser humano. 
Aquecimento Global – Alteração climática planetária, causada, segundo cientistas do 
IPCC, pelo aumento do efeito estufa. 
 
 
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12 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
Efeito estufa – Fenômeno natural pelo qual alguns gases atmosféricos deixam passar a 
luz solar, mas aprisionam o calor e com isso garantem o aquecimento e, 
consequentemente, a manutenção da temperatura na Terra. 
Gases de efeito estufa – Substâncias gasosas que absorvem parte da radiação 
infravermelha, dificultando seu escape para o espaço, impedindo uma perda de calor 
para o espaço, mantendo a Terra aquecida. Entre estes gases destacam-se o dióxido de 
carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), Perfluorcarbonetos (PFC’s) e 
também o vapor de água. 
Mudanças climáticas – Alterações no sistema climático do planeta, tais como variações 
de temperatura, precipitação, nebulosidade e outros fenômenos climáticos em relação 
às médias históricas, geradas pelo aquecimento global. 
 
Tema 3 
O Caminho da Sustentabilidade 
Qual é a diferença entre “sustentabilidade” e “desenvolvimento sustentável”? 
Os termos “sustentabilidade” e “desenvolvimento sustentável” são, na realidade, 
complementares. O primeiro se relaciona ao fim, ao objetivo, ou seja, aonde se quer 
chegar, enquanto o segundo diz respeito ao meio, ou seja, à forma como se pretende 
chegar àquele objetivo. 
A sustentabilidade visa contribuir para o desenvolvimento sustentável por meio de 
processos, sistemas ou interações cujas características permitam que eles ocorram por 
certo período de tempo ou por tempo indeterminado. Nas últimas décadas, o termo 
tornou-se um princípio segundo o qual uso dos recursos naturais para a satisfação das 
necessidades presentes não deve comprometer a satisfação das necessidades das 
gerações futuras. Uma sociedade sustentável é aquela que não coloca em risco os 
recursos naturais – água, solo, vida vegetal, ar – dos quais depende. 
Assim, desenvolvimento sustentável é um modelo de desenvolvimento que segue os 
princípios da sustentabilidade, ou seja, é diferente de um modelo tradicional de 
crescimento, que se fundamenta, quase exclusivamente, em aspectos econômicos, 
como aumento da produção e consumo. 
Neste ponto, surge uma indagação importante: qual é a diferença entre crescimento e 
desenvolvimento econômico? 
 
 
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13 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
O crescimento econômico é puramente o crescimento da economia, ou seja, é o 
aumento do Produto Interno Bruto (PIB), representado pelo aumento da produção em 
uma região estudada, por exemplo, em um município, estado ou país. Isso pode ou não 
se refletir em melhoria das condições daquela região. 
Já o desenvolvimento econômico está, obrigatoriamente, relacionado à melhoria de 
condições, tais como educação, saúde e renda de determinada região. É comum apontar 
a Revolução Industrial, que ocorreu no século XVIII, como um marco importante na 
intensificação dos problemas ambientais. Mas apenas a partir do século XX foram 
evidenciados registros da evolução da preocupação com problemas ambientais em 
âmbito global. Assim, a proposta do desenvolvimento sustentável considera a finitude 
dos recursos naturais e o fato de que muitos danos ambientais, que vêm sendo causados 
pelos seres humanos, têm se mostrado irreversíveis. 
Em 1972, em Estocolmo, na Suécia, ocorreu a primeira grande reunião internacional, 
em que lideranças mundiais discutiram questões relacionadas ao meio ambiente: a 
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, que reuniu 113 países 
e 250 Organizações Não Governamentais e Organismos da ONU. Seu documento final, 
chamado de Declaração de Estocolmo sobre o Ambiente Humano, apontava para a 
necessidade de defender e melhorar o ambiente humano para as atuais e próximas 
gerações, e começou a delinear o conceito de sustentabilidade. 
A partir daí teve início uma mobilização no âmbito da ONU e em vários países, o que 
levou à difusão de novas ideias em relação ao modelo de crescimento econômico 
fundamentado na exploração irrestrita dos recursos naturais. Neste momento, começa 
a crescer a consciência em relação a problemas, como degradação ambiental, poluição 
e a necessidade de se buscar um modelo capaz de assegurar o equilíbrio entre a 
preservação ambiental e o desenvolvimento econômico. 
Dando continuidade a essas discussões e debates, em 1983, a ONU criou a Comissão 
Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Comissão 
Brundtland, que teve como resultado a publicação do relatório Our Common Future 
(Nosso Futuro Comum), em 1987. Esse relatório reforçava a crítica ao modelo de 
crescimento fundamentado na exploração excessiva de recursos naturais e difundiu o 
conceito de desenvolvimento sustentável, definindo-o como “aquele que satisfaz as 
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de 
suprir suas próprias necessidades”, que gradativamente passou a se tornar conhecido. 
Nos termos do relatório Nosso Futuro Comum, a definição de desenvolvimento 
sustentável envolve dois aspectos: 
 
 
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14 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
• A ideia de que as necessidades, principalmente as essenciais, das pessoas 
mais pobres do mundo devem ser priorizadas. 
• As limitações impostas pelo estágio de desenvolvimento da tecnologia e 
pela organização social sobre a capacidade de o meio ambiente atender às 
necessidades do presente e do futuro. 
Desta forma, o conceitode desenvolvimento sustentável deve fundamentar as políticas 
públicas, de modo que os objetivos do desenvolvimento econômico e social sejam 
definidos em termos de sustentabilidade. Nesta perspectiva, os governos, as empresas 
e as organizações, ao planejarem e executarem suas ações, devem considerar o 
equilíbrio entre três aspectos, a saber: 
• Econômicos (crescimento e desenvolvimento da economia). 
• Sociais (atendimento das necessidades humanas). 
• Ambientais (capacidade de regeneração/recuperação do ambiente natural). 
Deste modo, considerando o desenvolvimento sustentável, os objetivos das políticas 
públicas devem: 
• Mudar a lógica do crescimento econômico, com enfoque exclusivamente 
produtivo para o desenvolvimento sustentável fundamentado na busca pela sinergia 
ótima entre as três dimensões da sustentabilidade. 
• Proporcionar acesso sistêmico às necessidades essenciais, por exemplo, 
emprego, alimentação, energia, água e saneamento básico. 
• Manter o crescimento populacional em níveis sustentáveis de convivência em 
um planeta com recursos escassos. 
• Preservar e fortalecer as fontes dos recursos naturais. 
• Promover o desenvolvimento de tecnologias limpas e o gerenciamento de riscos 
socioambientais. 
• Integrar aspectos sociais e ambientais à economia. 
Outro evento de suma importância foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e o Desenvolvimento, que ocorreu no Rio de Janeiro em 1992 (conhecida 
como Rio-92 ou Eco 92) e aprovou a Agenda 21, um programa que deveria ser 
implementado pelos 175 países participantes, com o objetivo de incorporar os 
princípios do desenvolvimento sustentável em suas políticas públicas. 
 
 
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15 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
A Agenda 21 corresponde a um plano de ação e planejamento global que deve ser 
adotado em nível internacional, nacional e local, além de envolver diversos atores 
sociais (governos, empresas, organismos internacionais e Organizações Não 
Governamentais) que podem cooperar para a solução dos problemas socioambientais. 
A Agenda 21 deve subsidiar ações em quatro dimensões: 
• Dimensão socioeconômica. 
• Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento. 
• Fortalecimento do papel dos grupos principais. 
• Meios de execução. 
Com base no documento global, cada país criou sua própria Agenda 21. No Brasil, foram 
definidas como ações prioritárias, a saber: 
• A implantação de programas de inclusão social. 
• A sustentabilidade urbana e rural. 
• A preservação dos recursos naturais e minerais. 
• A ética política para o planejamento rumo ao desenvolvimento sustentável. 
Como um desdobramento, Agendas 21 estaduais, municipais e de organizações 
produtivas e prestadoras de serviço foram elaboradas, divulgadas e até mesmo 
implantadas. 
Em 1997, a ONU promoveu uma Conferência realizada no Rio de Janeiro, a qual ficou 
conhecida como Rio+5, com o objetivo de avaliar a implementação da Agenda 21. 
Em 2002, foi realizada a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável 
(conhecida como Rio+10), em Johanesburgo, com o mesmo objetivo de avaliar os 
avanços alcançados. Este encontro ocorreu em um momento turbulento, em razão do 
atentado terrorista ocorrido nos EUA em 2001. 
Em 2012, foi realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre 
Desenvolvimento Sustentável (conhecida como Rio+20), que buscou apontar 
estratégias para implementar o desenvolvimento sustentável, integrando plenamente 
a necessidade de promover prosperidade, bem-estar e proteção do meio ambiente. 
Nesses três encontros internacionais mencionados – 1997, 2002 e 2012 ‒, concluiu-se 
que ocorreram poucos avanços em comparação ao pretendido, e que deveriam ser 
fortalecidas políticas e ações capazes de operar mudanças econômicas, políticas, sociais 
 
 
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16 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
e culturais para viabilizar um novo modelo de desenvolvimento e organização social 
fundamentado na sustentabilidade. 
Contudo, a responsabilidade em relação ao futuro depende de mudanças de modelos e 
atitudes efetuadas no presente. Assim, vamos analisar com mais alguns detalhes o que 
abrange o desenvolvimento sustentável. 
Conforme mencionado anteriormente, o desenvolvimento sustentável está 
estruturado em três dimensões – Econômica, Ambiental e Social. Desta forma, deve ser 
economicamente viável, ambientalmente saudável e socialmente justo, conforme a 
ideia do tripé da sustentabilidade ou triple bottom line, de John Elkington (Figura 3.1): 
 
Figura 3.1 Tripé da sustentabilidade 
A ideia central de Elkington (2011) é que as organizações devem avaliar não apenas o 
desempenho financeiro, mas o impacto que causam sobre a sociedade em que atuam, já 
as organizações sustentáveis devem apresentar um retorno positivo nas três 
dimensões: econômica, ambiental e social, assim como os benefícios transferidos aos 
stakeholders. 
A perspectiva social envolve um processo de desenvolvimento que gera um 
crescimento estável, com distribuição igualitária de renda, diminuindo as atuais 
diferenças entre os níveis sociais e melhorando as condições de vida das populações. 
A perspectiva econômica está relacionada à alocação e gestão mais eficiente dos 
recursos e a um fluxo regular de investimento público e privado, levando em 
consideração aspectos macrossociais, como o impacto do fluxo monetário entre 
empresas, governo e população, sendo de suma importância que a organização 
mantenha sua competitividade no mercado. 
 
 
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17 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
A perspectiva ambiental tem como principal preocupação os impactos das atividades 
humanas sobre o ambiente. Assim, um modelo de negócios pautado na 
sustentabilidade deve desenvolver uma dinâmica com os stakeholders, propiciando 
maneiras por meio das quais os públicos afetados pela organização possam participar 
dos processos decisivos, gerando valores compartilhados entre todos os envolvidos. 
O termo stakeholders foi criado em 1984 pelo filósofo e professor norte-americano R. 
Edward Freemam, que o define como referente a qualquer pessoa que seja afetada – ou 
possa vir a ser afetada – pelo desempenho de uma organização (PEREIRA; SILVA; 
CARBONARI, 2011). 
Os stakeholders podem ser classificados em: 
 
• Stakeholders internos: os colaboradores, por exemplo. 
• Stakeholders da cadeia de valor: principalmente fornecedores e clientes. 
• Stakeholders externos: comunidades, investidores, ONGs, órgãos 
públicos, imprensa, entre outros. 
Em uma perspectiva mais ampla, são considerados stakeholders os cidadãos 
beneficiados pelo desenvolvimento, incluindo pessoas de baixa renda, grupos como 
mulheres, crianças, grupos étnicos, religiosos e as comunidades complexas nas quais 
vivem. 
Esse conceito também abrange governos, setor privado e sociedade civil – aí incluídos 
instituições de ensino superior e institutos de pesquisa, instituições religiosas, partidos 
políticos, a mídia e Organizações Não Governamentais (ONGs) em níveis local, estadual 
e nacional. Organismos internacionais e instituições financeiras, como a ONU e o 
Banco Mundial, também são stakeholders. 
Ao tomar a sustentabilidade como parâmetro e objetivo de suas atividades, as empresas 
modificam a maneira como se relacionam com os atores envolvidos em seu processo 
de produção. Neste novo cenário, a sustentabilidade de uma empresa não se resume à 
dimensão econômica, ou seja, à capacidade de manter seu bom desempenho econômico 
ao longo do tempo, mas deve englobar também o respeito ao meio ambiente e a 
equidade social. 
A implementação de um modelo de negócios pautado pela sustentabilidade perpassa o 
desenvolvimento de uma dinâmica com os stakeholders,por meio da criação de 
ambientes nos quais os públicos afetados pelos negócios da empresa possam 
manifestar suas opiniões e visões de mundo, além de participarem de negociações e até 
da tomada de decisões. Além disso, a participação, muitas vezes, tem efeito 
 
 
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18 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
multiplicador, promovendo o engajamento de um número maior de cidadãos, 
comunidades e organizações nos processos. 
Outro aspecto a considerar é que os investimentos feitos por uma organização em áreas 
afetadas por seu negócio recebem a denominação Investimento Social Privado, que se 
diferencia de ações assistencialistas, pois há uma preocupação com a obtenção de 
resultados, transformações e envolvimento da comunidade na qual a ação está se 
desenvolvendo. 
O Investimento Social Privado leva ao conceito de Responsabilidade Social Empresarial 
(RSE), que abrange duas dimensões: 
• Relação ética e transparente da empresa com todos os seus stakeholders. 
• Estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento 
sustentável da sociedade. 
Um componente essencial para a prática da responsabilidade social e que contribui 
efetivamente para que as formas de desenvolvimento sejam mais sustentáveis é a 
atuação das Organizações Não Governamentais (ou ONGs), organizações sem fins 
lucrativos que têm como objetivo o desenvolvimento de atividades de interesse 
público. As ONGs surgiram pela ineficiência por parte do poder público em atender às 
necessidades da sociedade. 
 
Desenvolvimento Sustentável: modelo de desenvolvimento econômico que satisfaz as 
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de 
suprir suas próprias necessidades. 
Investimento Social Privado: repasse voluntário de recursos privados de forma 
planejada, monitorada e sistemática para projetos sociais, ambientais e culturais de 
interesse público. 
Sociedade Sustentável: aquela cujo desenvolvimento está integrado à natureza, com 
respeito à diversidade biológica e sociocultural, exercício responsável e consequente da 
cidadania e com a distribuição equitativa das riquezas. Desta forma, uma sociedade 
sustentável deve equilibrar o crescimento econômico com a preservação do meio 
ambiente, a distribuição das riquezas, a justiça social e a qualidade de vida. 
 
 
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19 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
Stakeholder: refere-se a qualquer pessoa que seja afetada – ou possa vir a ser afetada – 
pelo desempenho de uma organização. 
Sustentabilidade: envolve uma relação equilibrada com o ambiente na sua totalidade, 
considerando as escolhas sobre as formas de produção, consumo, habitação, 
comunicação, alimentação, transporte e também os relacionamentos entre as pessoas 
e delas com o ambiente, considerando os valores éticos, solidários e democráticos. 
Tripé da Sustentabilidade: envolve a interação entre as três dimensões do 
desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental. Assim, um projeto de 
desenvolvimento deve ser economicamente viável, socialmente justo e 
ambientalmente adequado. 
 
Tema 4 
O Caminho da Sustentabilidade: Dimensões e Indicadores 
Os desdobramentos dos investimentos sociais privados levam ao conceito de 
Responsabilidade Social Empresarial (ou RSE), que se refere às ações relativas à 
sustentabilidade de uma organização e deve envolver as dimensões econômica, 
ambiental e social. 
O conceito de Responsabilidade Social Empresarial abrange duas dimensões: 
• Uma forma de gestão que seja definida pela relação ética e transparente da 
empresa com todos seus stakeholders. 
• O estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento 
sustentável da sociedade, com a preservação dos recursos ambientais e culturais, 
com o respeito à diversidade e com a promoção de ações que reduzam as 
desigualdades sociais. 
Desta forma, a RSE não se limita a investimentos que as empresas devem fazer em uma 
comunidade, pois abrange aspectos além da chamada Responsabilidade Social, que diz 
respeito apenas à dimensão social da sustentabilidade. 
No Brasil, a grande desigualdade social e a impossibilidade do Estado de atender às 
diversas demandas sociais impulsionaram o surgimento de entidades voltadas para a 
mobilização do setor privado, a partir dos anos 1980. 
Algumas delas são: 
• Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social: entidade que é referência 
entre os Institutos de Responsabilidade Social Empresarial, criado em 1998 por 
 
 
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20 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
um grupo de empresários e executivos do setor privado, com o foco na 
sistematização de conhecimentos e desenvolvimento de ferramentas que 
auxiliem as empresas a analisarem suas práticas de gestão. 
• Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE): tendo como um de 
seus fundadores o famoso sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, foi criado em 
1981 para democratizar as informações relativas à realidade econômica, política 
e social do Brasil. 
• Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE): existe informalmente desde 
1989, mas foi formalizado em 1995, tornando-se referência no Brasil sobre 
investimento social privado. Atualmente, reúne 131 associados que investem 
cerca de R$ 2 bilhões por ano na área social. 
• Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS): fundado 
em 1997 como representante do World Business Council For Sustainable 
Development (WBCSD), esse conselho integra uma rede global de mais de 50 
conselhos nacionais que trabalham para disseminar uma nova forma de se fazer 
negócios no mundo. A associação WBCSD reúne cerca de 200 empresas que 
trabalham exclusivamente com negócios e desenvolvimento sustentável, 
fornecendo uma plataforma para que as empresas compartilhem 
conhecimentos, experiências e boas práticas de desenvolvimento sustentável. 
Para que esses institutos possam medir e monitorar o desempenho das organizações 
em relação à sustentabilidade, são utilizados os indicadores de sustentabilidade. Um 
indicador é uma ferramenta que permite obter informações sobre dada realidade, 
sintetizando diversos tipos de informação e retendo apenas o significado essencial dos 
aspectos analisados. Um indicador pode ser um dado individual ou um agregado de 
informações, mas deve possuir os seguintes atributos: 
• Ser simples de entender, apresentar quantificação estatística e lógica coerente, 
além de comunicar eficientemente o fenômeno analisado. 
Em uma organização, os indicadores de sustentabilidade são úteis para: 
• Trazer reflexão sobre temas que não são discutidos. 
• Identificar processos de gestão e de metas. 
• Explicitar o processo de aprendizado e a situação das empresas diante de 
suas falhas e pontos fracos. 
• Quantificar impactos diversos. 
• Oferecer transparência e consistência à prestação de contas. 
• Contextualizar e tanger o desempenho. 
 
 
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21 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
• Permitir comparabilidade. 
• Evidenciar evoluções alcançadas. 
Um indicador, quando em conjunto com outro, pode aumentar a qualidade da 
informação, e, dependendo da forma como as informações se cruzam na composição 
do indicador, é possível analisar um contexto ou um cenário a partir de diversas 
dimensões de maneira sistêmica. 
Vejamos alguns indicadores corporativos de sustentabilidade utilizados atualmente: 
• Balanço Social IBASE/Betinho: possui um modelo de balanço social com 
dados expressos em valores financeiros ou dados de forma quantitativa. O 
balanço social é um demonstrativo que contém informações sobre 
projetos, benefícios e ações voltadospara funcionários, investidores, 
analistas de mercado, acionistas e comunidade (isto é, stakeholders). 
• Indicadores Ethos de Responsabilidade Empresarial: seus indicadores são 
fundamentados em um sistema de avaliação do estágio em que se 
encontram as práticas de responsabilidade social em uma empresa, e os 
indicadores econômicos que não possuem relação com questões sociais e 
ambientais não são levados em consideração. A empresa deve preencher 
um questionário que embasará a avaliação de seu desempenho. 
• Relatório de Sustentabilidade Dow Jones (Dow Jones Sustainability Index 
World – DJSI): indicador de desempenho lançado em 1999 como o primeiro 
na área em que as empresas que constam desse indicador, que é indexado 
à bolsa de valores de Nova York, são consideradas (e classificadas) como as 
mais capazes de criar valor para os acionistas, por meio de gestão de riscos 
associada a fatores econômicos, ambientais e sociais. 
Fatores Críticos para a Sustentabilidade 
Considerando o que foi exposto até o momento, se tivermos de elencar alguns fatores 
críticos para a sustentabilidade, eles serão: 
• Governança Corporativa: é o sistema por meio do qual as organizações são 
dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo práticas e 
relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, 
diretoria, órgãos de controle (ou seja, os stakeholders). As boas práticas de 
Governança Corporativa convertem princípios em orientações objetivas, 
alinham interesses para preservar e melhorar o valor da organização, para 
facilitar seu acesso ao capital e, por fim, para contribuir à sua longevidade. 
• Consumo Responsável: tipo de consumo que não está relacionado apenas 
às compras, mas à avaliação do impacto ambiental, social e econômico de 
 
 
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22 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
tudo o que consumimos, ou seja, a tudo o que “utilizamos” em todos os 
momentos do nosso dia, desde a hora que acordarmos (quando 
consumimos água, eletricidade, pasta de dente e sabonete, por exemplo) 
até o momento em que vamos dormir. 
• Processo Produtivo: os processos nas empresas necessitam ser 
remodelados com base em padrões mais sustentáveis. Entre os problemas 
fundamentais nos atuais padrões de produção, podemos citar o uso de 
materiais e processos que causam degradação ambiental e riscos para a 
saúde, ineficiência dos processos de produção, que gera desperdícios, 
falhas na consideração das externalidades negativas do processo 
produtivo no custo do produto, acesso aos recursos naturais de forma 
desigual, custos de transação significativamente mais elevados para 
pessoas de baixa renda. 
• Distribuição de Recursos Financeiros: é um fator essencial para a garantia 
de acesso a bens e serviços primordiais para a qualidade de vida. 
Norma Técnica ISO 26000 
Existe uma Norma Técnica que visa fornecer orientações sobre Responsabilidade Social 
para todos os tipos de organizações, chamada ISO 26000. É uma norma de diretrizes e 
de uso voluntário que não visa fins de certificação. Foi publicada em novembro de 2010, 
em Genebra (Suíça), após cinco anos de trabalho que envolveu cerca de 450 
especialistas de 99 países. 
Seus objetivos são: 
• Auxiliar as organizações a contribuírem para o desenvolvimento 
sustentável e estimulá-las a irem além da conformidade legal. 
• Promover uma compreensão comum da área de responsabilidade social e 
complementar outros instrumentos e iniciativas relacionados à 
responsabilidade social, e não substituí-los. 
A Responsabilidade Social pode ser individual, como vimos na Aula-Tema 2, quando 
estudamos a pegada ecológica, mas também é parte importante das organizações, que, 
por meio da Responsabilidade Social Empresarial, atuam de forma a abranger questões 
econômicas, ambientais e sociais. 
 
 
 
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23 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
 
Indicadores de sustentabilidade: ferramenta que permite obter informações sobre 
dada realidade, por meio do monitoramento de seu desempenho em relação à 
sustentabilidade. 
Investimento social privado: investimento feito por uma organização na área social 
ou em comunidades de seu entorno ou por áreas por ela afetadas por seus negócios. 
O repasse de seus recursos privados é feito de forma voluntária, planejada e 
sistemática. Envolve a preocupação com a obtenção de resultados, as 
transformações, a ascensão social e o envolvimento da comunidade no 
desenvolvimento da ação. 
ISO: sigla em inglês para Organização Internacional de Normalização, sediada em 
Genebra, na Suíça. Criada em 1946, tem como associados órgãos de normalização de 
aproximadamente 160 países. A ISO tem como meta estabelecer normas que 
facilitem o comércio e promovam boas práticas de gestão e o avanço tecnológico, 
além de disseminar conhecimentos. Além da ISO 26000, suas normas mais 
conhecidas são a ISO 9000, para gestão da qualidade, e a ISO 14000, para gestão do 
meio ambiente. 
Norma Técnica: é um documento que estabelece diretrizes, regras e padrões para 
processos e produtos. Algumas normas podem gerar certificações. A certificação, 
por sua vez, é um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo, 
independente da relação comercial, com o objetivo de atestar publicamente que 
determinado produto ou serviço está em conformidade com os requisitos 
especificados. 
Stakeholders: pessoas particularmente afetadas ou que possam ser afetadas por 
uma organização (fornecedores, colaboradores, clientes, organizações etc.). 
 
 
 
 
 
 
 
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24 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
Tema 5 
Preparando-se para o Mercado Sustentável – Nova Economia Global, Green 
Economy, Educação e Green Jobs 
Segundo alguns economistas, o crescimento econômico é considerado sinônimo de 
prosperidade. Sob essa perspectiva, um país gerador de riqueza, com alta renda per 
capita, deveria colocar seus cidadãos em condições de fazer as melhores escolhas no 
âmbito econômico. Entretanto, a história da humanidade, principalmente nas últimas 
décadas, mostra que essa visão de mundo deve ser reavaliada. 
O relatorio Prosperity without Growth? The Transition to a Sustainable Economy 
(Prosperidade sem Crescimento? A Transição para uma Economia Sustentável), 
publicado em 2009 pela Comissão de Desenvolvimento Sustentável do Reino Unido, 
traz informações importantes (PEREIRA; SILVA; CARBONARI, 2011): 
• O crescimento econômico tem provocado prosperidade de forma desigual, já que 
20% da população mundial detém 2% da riqueza gerada no mundo. 
• Nas últimas décadas, a economia mundial mais do que dobrou, mas 60% do 
ecossistema mundial foi degradado pela ação humana, direta ou indiretamente. 
• Enquanto os ricos se tornaram mais ricos, a renda per capita da classe média dos 
países do Ocidente já estava estagnada antes da crise financeira de 2008. 
Desta forma, este relatório traz algumas indagações importantes: 
• Que vantagens o modelo econômico atual poderia trazer a 9 bilhões de pessoas 
que desejam desfrutar da mesma qualidade de vida dos países desenvolvidos se, 
para isso, a economia mundial deveria crescer 15 vezes até 2050 e 40 vezes até o 
final deste século, sem deixar de lado a escassez dos recursos naturais provocada 
pela degradação do ecossistema? 
• O que almejamos para nossos pais, filhos, netos, amigos e colegas? Prosperidade 
de qualquer jeito ou prosperidade duradoura? 
Para entendermos esta situação complexa, vamos analisar a Economia Verde, que 
possui um papel importante a desempenhar nesta questão. 
A Economia Verde ou Nova Economia é aquela em que a produção, a distribuição e o 
consumo de bens e serviços ocorrem por meio de processos em que os recursos não são 
utilizados mais rapidamentedo que a capacidade que a natureza tem de renová-los. Por 
isso, também pode ser chamada de economia sustentável. A Nova Economia promove 
um equilíbrio entre a vitalidade ambiental, social e econômica, apoiada em processos 
 
 
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25 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
de produção que priorizem a sustentabilidade em todas as etapas, desde o emprego de 
recursos naturais até a reciclagem de bens já consumidos. 
A Nova Economia representa uma mudança de caráter disruptivo em relação aos 
paradigmas predominantes desde a Revolução Industrial do século XVIII, que 
resultaram em um modelo econômico e de desenvolvimento tecnológico 
fundamentado na exploração indiscriminada dos recursos naturais, no 
desenvolvimento tecnológico voltado para o aumento da produção e na expansão do 
consumo e do crédito não necessariamente responsáveis. 
Anthony Van Jones, advogado e escritor norte-americano, afirma que a economia 
norte-americana, a maior do mundo, vem se fundamentando nas últimas décadas em 
três falácias: no consumo em vez da produção; no crédito em vez da poupança; e na 
destruição ecológica em vez da recuperação do meio ambiente. Para ele, a crise da 
economia global – evidenciada pela crise de 2008-2009 – expõe essas falácias e os riscos 
inerentes a elas, pois atualmente milhões de norte-americanos estão no paraíso do 
consumo e no inferno do trabalho. 
A crise econômica de 2008-2009 foi um desdobramento da crise financeira 
internacional, desencadeada pela falência do banco de investimentos Lehman 
Brothers, nos Estados Unidos, causando um efeito dominó, que causou a quebra de 
outras grandes instituições financeiras norte-americanas e europeias. 
A origem dessa crise foi em 2001, quando o índice Nasdaq (que mede a variação de 
preços das ações de informática e telecomunicações) despencou em razão do “estouro 
da bolha da internet”. 
No início deste século, os negócios virtuais se expandiram e se fortaleceram, 
alimentando promessas de riquezas e possibilidades de negócios, atraindo muitos 
investidores, mas a onda de prosperidade não durou. A supervalorização de empresas e 
apostas em negócios malsucedidos causou o chamado “estouro da bolha”, levando 
pequenas empresas à falência e gerando prejuízos aos investidores. 
Para evitar maiores prejuízos, o Banco Central dos Estados Unidos passou a orientar os 
investimentos para o setor imobiliário, ampliando a oferta de dinheiro a duas agências 
de crédito imobiliário do país que financiavam imóveis para a população de baixa e 
média renda. Essas empresas concederam financiamentos de alto risco a famílias sem 
renda, sem emprego e sem patrimônio, e acabaram falindo, desencadeando uma crise 
que obrigou vários países europeus a concederem ajuda financeira a seus respectivos 
sistemas financeiros, gerando uma crise internacional. 
 
 
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26 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
A natureza dessa crise mostrou que limitar e exagerar o foco da sociedade nos retornos 
de curto prazo, deixando cada vez mais distante a perspectiva de construir um mundo 
melhor e mais justo, funciona como um empecilho para a prosperidade duradoura. 
Verifica-se que a Era Industrial possibilitou avanços tecnológicos que promoveram 
melhorias na condição de vida das pessoas e aumentaram seu grau de conforto, mas 
caracterizou-se pelo mito do progresso material ilimitado, ou seja, na crença de que não 
havia limites para a exploração dos recursos naturais. 
Esse modelo produtivo, fundamentado na exploração de combustíveis fósseis, tornou-
se insustentável do ponto de vista ambiental, gerando uma série de problemas que 
ameaçam a sobrevivência dos seres vivos na Terra. Assim, o modelo econômico atual 
gera muitos resíduos, provoca altos níveis de poluição, dificultando a preservação 
ambiental e melhorias na qualidade de vida da população, além de provocar a 
instabilidade do sistema financeiro e exacerbar a situação de pobreza extrema no 
mundo. 
A transição para uma Nova Economia envolve muitos desafios, como a inclusão social, 
a criação de oportunidades sustentáveis para a melhoria da qualidade de vida da 
sociedade, a recuperação da harmonia com o meio ambiente no curto, médio e longo 
prazos, o papel mobilizador do governo e as decisões e os comportamentos dos 
indivíduos, mas o principal desafio é preparar profissionais para a incorporação de 
ações de sustentabilidade em larga escala e curto espaço de tempo para liderar as 
mudanças necessárias. 
É preciso reformular o modelo de negócios atual, que ainda se pauta em crenças e 
valores que se tornaram predominantes na sociedade. Algumas ideias e propostas 
demonstram de que maneira se pode resgatar – ou, de certa forma, implementar – a 
sustentabilidade: 
• Gerar energia por meio de fontes renováveis, como a solar, a eólica e a biomassa. 
• Produzir máquinas, equipamentos e insumos com base em processos recicláveis, 
remanufaturados ou renovados. 
• Zelar pela qualidade ambiental da biosfera, visando benefícios às gerações atuais 
e futuras. 
• Reconhecer que somos mais um organismo vivo entre todos os outros, e que as 
espécies dependem umas das outras e do meio ambiente. 
• Criar estratégias que permitam entender que um ecossistema saudável 
representa valores positivos. 
 
 
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27 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
Na Nova Economia, um dos principais problemas é aumentar a oferta de Empregos 
Verdes, que envolvem desafios como eliminar certos tipos de emprego, como os que 
contribuem para o aumento da emissão de CO2 na atmosfera, e transformar alguns 
empregos existentes em outros que valorizem o equilíbrio entre o planeta e o ser 
humano. 
Em outras palavras, de um lado, existe a pressão para a geração de postos de trabalho 
que melhorem as condições de vida das parcelas empobrecidas da população mundial. 
De outro lado, está ocorrendo um processo introdutório de transformação dos tipos de 
atividades a serem desempenhadas por essas pessoas, tendo em vista a necessidade de 
reverter processos e práticas que dificultam o alcance da prosperidade duradoura. 
O Emprego Verde pode ser definido então como aquele que contribui para preservar e 
melhorar a qualidade de vida do indivíduo, assim como a qualidade ambiental. São 
apresentadas, a seguir, algumas características dos Empregos Verdes: 
• Reduzir o consumo de energia e de matérias-primas. 
• Evitar as emissões de gases do efeito estufa. 
• Minimizar a geração de lixo e poluição. 
• Proteger e restaurar ecossistemas e serviços ambientais. 
Os Empregos Verdes já são uma realidade em várias partes do mundo e em muitos 
setores; já existem em segmentos e atividades incorporadas ao nosso cotidiano e estão 
disponíveis para todos os tipos de trabalhadores. Por exemplo, em atividades no campo 
das tecnologias ambientais, das fontes de energia renováveis, no ecoturismo e nas 
atividades de reciclagem. 
Áreas como a construção civil sustentável, transporte alternativo, fornecimento de 
energia, agricultura orgânica e serviços ambientais (como aqueles relacionados à 
conservação de recursos hídricos) estão entre as áreas de fonte potencial para a geração 
de empregos verdes. 
A expansão dos empregos verdes pode ser favorecida se os governos, as empresas e a 
sociedade civil se mobilizarem e assegurarem recursos suficientes para a transição 
rumo à Nova Economia. 
O ritmo de crescimento da oferta de empregos verdes na economia pode ser acelerado 
a partir do momento em que os setores com uso intensivo de energia e recursos 
naturais passarem a adotar um sistema de gestão integrada com base na Visão 
Sistêmica dos negócios. 
 
 
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28 Anhanguera - Pedagogia– Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
A Visão Sistêmica consiste em olhar para a realidade como um sistema, ou seja, um 
conjunto de partes interagentes e interdependentes que, no conjunto, formam um todo 
unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função. Em outras 
palavras, é possível afirmar que ela está relacionada com o entendimento e a 
valorização da interconexão entre as partes. 
A visão sistêmica cria condições para a educação para a sustentabilidade florescer, ou 
seja, proporciona espaços formais e informais de ensino e aprendizagem para que, 
diante de problemas de qualquer ordem, as posturas individuais divergentes sejam 
substituídas por posturas coletivas inovadoras e orientadas para soluções sustentáveis. 
Partindo da visão da educação como um processo por meio do qual todos os seres 
humanos e sociedades podem alcançar seu potencial mais elevado, o conceito de 
educação para a sustentabilidade se delineia como uma nova perspectiva educacional 
que procura integrar todas as pessoas, para que elas assumam a responsabilidade de 
criar um futuro sustentável. 
A educação para a sustentabilidade configura-se na preparação de crianças, jovens e 
adultos para um novo modelo de civilização, o que implica o redirecionamento das 
dimensões econômicas, sociais, ambientais e culturais, possibilitando a formação de 
indivíduos que participem ativamente das diversas questões que envolvem a 
sociedade; além disto, ela envolve todas as áreas do conhecimento. 
A educação pode estimular as pessoas a lidarem de forma eficaz com as limitações dos 
recursos naturais, avaliando os limites e potenciais de suas decisões, conjugando ação 
e reflexão. 
Assim, as instituições de ensino superior (IES) possuem papel importante, já que 
podem contribuir para o desenvolvimento socioeconômico regional, pautado na 
sustentabilidade e na solução de problemas socioambientais por meio do diálogo com 
a comunidade e outros atores sociais. As instituições de ensino superior devem, assim, 
reinventar seus modelos pedagógicos, processos, tecnologias e produtos/serviços com 
foco na construção de um conhecimento que vise à inovação transformadora. 
Para tanto, é importante que a educação para a sustentabilidade se difunda ampla e 
rapidamente, tendo em vista a necessidade de preparar cidadãos responsáveis em um 
curto espaço de tempo, utilizando espaços formais e informais de aprendizagem, 
incluindo todos os atores sociais envolvidos de maneira produtiva. 
Este horizonte exige um esforço integrado e organizado, capaz de incorporar nos 
processos de formação temas relacionados ao desenvolvimento sustentável, de 
maneira interdisciplinar e por meio de uma plataforma diversificada de aprendizagem. 
 
 
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29 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
 
Economia Verde: aquela em que a produção, a distribuição e o consumo de bens e 
serviços ocorrem por meio de processos em que os recursos NÃO são utilizados mais 
rapidamente do que a capacidade que a natureza tem de renová-los. 
Educação para a Sustentabilidade: conceito que integra o processo de educação para os 
três pilares que constituem a sustentabilidade: ambiental, social e econômico, 
contribuindo para a construção de sociedades sustentáveis, ecologicamente 
equilibradas e socialmente justas. 
Emprego Verde: consiste em postos de trabalho decente em atividades econômicas que 
contribuem significativamente para melhorar a qualidade ambiental. 
Nova Economia: aquela que promove um equilíbrio entre a vitalidade ambiental, social 
e econômica, apoiada na inovação que dê origem a processos de produção que 
priorizem a sustentabilidade em todas as etapas, desde o empréstimo de recursos 
naturais até a reciclagem de bens já consumidos. 
Visão Sistêmica: está relacionada à compreensão e valorização da interconexão entre 
as diversas partes que formam um conjunto. 
 
Tema 6 
Preparando-se para o Mercado Sustentável – Modelo de Sustentabilidade 
Empresarial e Competência dos Profissionais da Sustentabilidade 
As questões ambientais passaram a fazer parte dos negócios das empresas devido à 
percepção de que a exploração intensa e inadequada dos recursos naturais gera um 
impasse para o desenvolvimento das sociedades, seja pelo esgotamento dos recursos 
naturais e/ou pelos problemas ambientais que surgiram desde a Revolução Industrial. 
As organizações vêm percebendo a necessidade de modificar seus modelos de negócios, 
através de uma atuação mais responsável e da criação de produtos e serviços que 
contribuam para a melhoria da sua performance socioambiental. 
Dentre os elementos que devem ser considerados no planejamento, implementação e 
na utilização de modelos de sustentabilidade empresarial, destacam-se: 
 
 
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30 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
• Sustentabilidade econômica: considerar as suas vantagens competitivas, os seus 
custos (fixos e variáveis), focar nos resultados, estudar e sempre considerar as 
alterações e o que ocorre no mercado, traçar metas reais e buscar alcançá-las, 
possuir uma estratégia de negócios bem definida. 
• Sustentabilidade ambiental: utilizar prioritariamente tecnologias limpas, 
praticar a reciclagem de materiais, utilizar os recursos naturais de forma 
sustentável, atender à legislação vigente, possuir um sistema de tratamento de 
efluentes e resíduos, utilizar produtos ecologicamente corretos e administrar os 
impactos gerados por suas atividades. 
• Sustentabilidade social: incorporar e promover práticas de responsabilidade 
social, auxiliar no crescimento comunitário, desenvolver os recursos humanos, 
promover, participar e apoiar a realização de projetos socioambientais. 
Dessa forma, pode-se considerar que os fatores essenciais para um modelo de 
sustentabilidade empresarial são: 
• Perfil da empresa: desempenho organizacional, estratégia e governança. 
• Forma de gestão da empresa: desempenho da organização em uma área 
específica. 
• Indicadores de desempenho: instrumento adotado para a verificação das suas 
performances no âmbito econômico, ambiental e social. 
Os indicadores de desempenho devem mensurar os impactos da organização em 
relação: 
• Aos sistemas sociais (práticas trabalhistas, direitos humanos, sociedade e 
responsabilidade por produtos e/ou serviços); 
• Às condições econômicas dos stakeholders (presença no mercado e 
responsabilidades indiretas); 
• E aos sistemas naturais vivos e não vivos (insumos, matérias-primas, consumo 
de energia e água, emissões de poluentes e resíduos, entre outros). 
Algumas práticas para que um profissional comprometido com a sustentabilidade se 
torne um líder são: 
• Ganhar e manter credibilidade. 
• Desenvolver e praticar a habilidade de dialogar. 
• Colaborar, educar e criar networking. 
• Buscar colaboradores. 
 
 
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31 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
• Influenciar formadores de opinião. 
• Utilizar iniciativas existentes. 
• Elaborar um plano para as oportunidades. 
Outro aspecto fundamental para se atuar com vistas à sustentabilidade é o 
empreendedorismo, cada vez mais real e concreto em várias partes do mundo, já que 
um empreendedor transforma ideias em oportunidades de negócio através da 
identificação e solução de problemas ou do atendimento de algum tipo de necessidade 
inexplorada. 
Dentre as oportunidades relacionadas ao desenvolvimento sustentável pode-se 
destacar áreas como a ecoeficiência, o consumo consciente, a educação ambiental, a 
reciclagem, a tecnologia limpa e a inclusão social. 
O empreendedor da sustentabilidade deve atuar de forma responsável, profissional e 
transparente no mercado. Ele possui algumas características que merecem destaque: 
• Assume riscos para inovarde forma sustentável. 
• Desenvolve atividades mobilizadoras que impactam positivamente no meio 
ambiente e na comunidade. 
• Constrói valores e princípios que prezam pela cultura da sustentabilidade e 
norteiam as estratégias perseguidas a curto, médio e longo prazo. 
• Encara a oportunidade como fator motivacional. 
Analisando as competências selecionadas, que vão ao encontro das práticas de 
liderança, percebesse que elas estão relacionadas ao papel central desse gestor, que deve 
compreender a organização e seu papel no ambiente macro, atuando como um 
“generalista estratégico” nas organizações. 
 
Empreendedor da Sustentabilidade: É aquele que consegue conciliar reflexão crítica 
com ação, através do desenvolvimento de inovações sustentáveis. 
Empreendedorismo: Envolve o ato de empreender, ou seja, colocar em prática ideias, 
projetos e propostas para criar novas oportunidades ou aproveitar oportunidades 
existentes. 
 
 
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32 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
Liderança: É o ato de influenciar, criar e manter relacionamentos baseados na 
confiança, de modo a obter o empenho de um indivíduo ou de um grupo para buscar 
objetivos e metas preestabelecidas. Envolve persuasão para que o indivíduo ou grupo 
faça o que o líder deseja, estando convencidos de que desejam fazê-lo. 
Modelo de Sustentabilidade Empresarial: É um modelo de negócios utilizado para criar 
produtos, serviços e procedimentos que contribuam para um resultado organizacional 
sustentável e promovam um enfoque no relacionamento com seus principais 
stakeholders. 
Performance socioambiental: É o desempenho de uma organização em âmbito 
ambiental, econômico e social. 
 
Tema 7 
Inovações em Sustentabilidade 
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a ciência e a tecnologia podem, sim, ser 
grandes aliadas na busca pela sustentabilidade. É claro que, para que o 
desenvolvimento de tecnologias sustentáveis seja útil, a sociedade (coletiva e 
individualmente) deve estar receptiva a essas tecnologias e agir de acordo com essa 
nova lógica de mercado, ou seja, da Economia Verde, ou Nova Economia, assunto que já 
foi abordado na Aula-Tema 5. 
Segundo o pensamento do francês Marc Giget, um dos mais reconhecidos especialistas 
em inovação da Europa, os recursos, instrumentos e mecanismos para esta Nova 
Economia já existem, e o caminho a seguir rumo à inovação sustentável deve estar 
ligado à cooperação entre as instituições de ensino e as empresas. 
Segundo Marc Giget, a cooperação é uma estratégia central para mudar a lógica da 
inovação, atualmente voltada para o desenvolvimento de produtos e processos que 
atendam às necessidades da lógica da economia tradicional, que é fundamentada no 
aumento da produtividade e do consumo, já que, ao contrário, a Nova Economia 
(Economia Verde) fundamenta-se na redução do consumismo exacerbado e na busca 
constante por um consumo sustentável, além da utilização responsável e mais eficiente 
dos recursos naturais, humanos e financeiros. Esta cooperação consiste, efetivamente, 
em parcerias e diálogo entre diferentes instâncias da sociedade (governo, iniciativa 
privada, sociedade civil), e a educação é uma área decisiva nos processos de 
desenvolvimento da sustentabilidade e da inovação. 
 
 
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33 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
Por meio da cooperação e da educação, pode-se realizar a transição para um modelo de 
economia mais sustentável, com a preparação de profissionais e líderes em 
sustentabilidade, tanto em relação à sua atuação no mercado de trabalho como também 
quanto à formação desses profissionais, tema que também já foi abordado 
detalhadamente na aula anterior. Porém, não podemos nos esquecer de que, neste 
contexto de transição para um modelo de desenvolvimento mais sustentável, o 
desenvolvimento da economia é igualmente importante, conforme ressaltado pelo 
tripé do desenvolvimento sustentável, estudado na Aula-Tema 3. Quanto a isso, 
inevitavelmente a cooperação precisa considerar de modo estratégico a questão do 
financiamento de todo o processo, para que a sustentabilidade aconteça. 
Na busca pela manutenção de um desenvolvimento econômico que ocorra em 
harmonia com a sustentabilidade, as formas como os recursos serão disponibilizados 
devem ser revistas, para que haja infraestrutura, capital humano, principalmente 
pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica que possibilitem uma mudança 
efetiva. E, para que essa mudança seja efetiva, ela deve conciliar interesses das 
empresas, das instituições de ensino, das ONGs, dos governos, enfim, de todas as 
organizações e indivíduos que compõem a sociedade. 
Para que todo esse processo de cooperação e educação aconteça, o qual contempla 
concomitantemente a manutenção das estruturas vigentes e a preparação de espaços 
para a Nova Economia sem que ocorra uma solução de continuidade, o planejamento 
participativo é essencial. O planejamento é um processo por meio do qual é possível 
avaliar a realidade, as opções existentes, construir um referencial futuro, fazendo uma 
projeção dos resultados possíveis. É uma ferramenta administrativa, por meio da qual 
se busca a melhor forma possível de se alcançar alguns objetivos predefinidos. É um 
processo cíclico e prático das determinações de um plano, que garante continuidade 
por meio de constante realimentação de situações, resultados e soluções. 
O planejamento participativo implica agir coletivamente para mudar determinada 
realidade, podendo ser utilizado para induzir a consciência da responsabilidade 
individual na obtenção dos resultados. 
Também pressupõe uma nova maneira de estruturar as organizações que se difira dos 
modelos verticalizados e hierarquizados. Nesse processo de planejamento 
participativo, as estruturas são mais horizontais, permitindo uma melhor distribuição 
das responsabilidades e a democratização na tomada de decisões, enfatizando a 
coordenação das ações entre os diferentes setores. Ao se proporcionar espaços 
estruturados e sistematizados para a educação na sustentabilidade, as posturas 
individuais divergentes dão lugar às posturas coletivas inovadoras. 
 
 
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34 Anhanguera - Pedagogia – Responsabilidade Social e Meio Ambiente 
Assim, a perspectiva do planejamento participativo é a cooperação e parceria entre 
todos os atores sociais envolvidos em um processo (seja em uma empresa ou em uma 
comunidade), com a finalidade de encontrar a melhor solução para todos eles. Um 
exemplo prático de planejamento participativo é a elaboração da Agenda 21, estudada 
na Aula-Tema 3. 
Outro aspecto fundamental, conforme mencionado no início deste tema, é que a ciência 
e a tecnologia podem ser grandes aliadas na busca pela sustentabilidade, o que ocorre 
por meio das inovações sustentáveis. Mas, o que são inovações sustentáveis? Para 
entendermos as inovações sustentáveis, antes precisamos entender o processo de 
geração de novas ideias e o modo como essas ideias se concretizam nos diversos setores 
da economia. 
De forma simples e geral, as novas ideias surgem para ocupar espaços vazios ou para 
substituir ideias antigas. Contudo, a introdução de novas ideias (como a criação de 
novos serviços e processos) envolve processos de pesquisa, testes e períodos para 
adequação, e não ocorre de maneira automática nas corporações e na sociedade em 
geral. A implementação de inovações exige a consciência de que, muitas vezes, as 
iniciativas pioneiras têm um tempo certo para acontecerem na prática. 
Alguns desafios relacionados ao processo de transição para uma sociedade mais 
sustentável, tais como o acesso da maioria da população a bens e serviços essenciais à 
qualidade de vida, por exemplo, processos produtivos, sistemas de transporte, hábitos 
de consumo,

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