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Declaração de Caracas e Lei No 10 216 de 06_04_2001

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UNIVERSIDADE PAULISTA
CAMPUS BRASÍLIA
Resenha dos textos Declaração de Caracas e Lei No 10.216 de 06/04/2001
Data: 12/05/2022
Ariane Barbosa do Nascimento - N4709J0 \ PS7P30
Dara dos Santos Paulino - N4558D4 \ PS7P30
Gabrielle Torres- N4531D0/ PS7P30 .
Giovanna Alexandria Mafra - N487AD9 \ PS7P30
Tamires Silva de Carvalho - N478390 \ PS7P30
Brasília/DF
2022
A) Resumo dos textos Declaração de Caracas e Lei N° 10.216 de 06/04/2001
A publicação da Lei N° 10.216 datada no dia 6 de abril de 2001, formulada pelo
deputado federal do estado de Minas Gerais, Paulo Delgado, sancionada pelo presidente da
época, Fernando Henrique Cardoso. Essa lei foi um grande marco, no que se refere aos
direitos dos usufruidores e seus familiares, na saúde mental, que discorre, além dos direitos
dos portadores de transtornos mentais, a modificação do método assistencial em saúde mental
(BRASIL, 2001).
O indivíduo deve ser assegurado do acesso ao sistema de saúde pública, sendo
ofertado um tratamento humanitário e uma hospitalização, caso haja necessidade. O ambiente
terapêutico deve comunicar ao sujeito sobre as características de sua doença, tratamento e
medicação, informações essas de cunho totalmente sigiloso (BRASIL, 2001).
A internação psiquiátrica é subdividida em voluntária, quando há o consentimento do
paciente; involuntária, quando não se tem a aprovação do paciente, sendo efetuada a pedido
de terceiros; e compulsória, realizada por deliberação judicial. A instituição deve contar com
uma equipe multiprofissional, contendo médico, assistência social, psicológico e recursos
ocupacionais, serviços estes ofertados de forma integral (BRASIL, 2001).
Cabe ao Estado desenvolver políticas públicas e garantir a promoção de saúde aos
portadores de transtornos mentais, objetivando a qualidade de vida deste sujeito e sua
interação com o meio social (BRASIL, 2001).
A Declaração de Caracas antecede a Lei N° 10.216, visto que a mesma foi
promulgada em novembro de 1990, pela Conferência Regional para uma nova reestruturação
da Atenção Psiquiátrica na América Latina, no âmbito dos Sistemas Locais de Saúde
(SILOS). A documentação é um marco das reformas na atenção à saúde mental nas Américas.
Tem como objetivo promover o respeito aos direitos humanos e civis das pessoas com
condições específicas de saúde mental (NASCIMENTO, 2012).
Foi visto que, a assistência psiquiátrica não atendia aos objetivos relacionados a
comunidade, e que por ser o único modelo clínico, não contribuia para a melhora passiva do
indivíduo, pois o mesmo era isolado da sociedade e exposto a riscos a sua integridade. Sendo
assim, a Organização Mundial de Saúde levantou metas para um plano de Saúde para Todos,
tendo o foco nos Sistemas Locais de Saúde (SILOS) para melhor alcance (NASCIMENTO,
2012).
Outro ponto relevante que a Declaração citada expõe, no tocante de que o tratamento
também objetiva a reinserção social do paciente em seu âmbito, ofertando assistência de
forma integral, por meio da equipe multidisciplinar (NASCIMENTO, 2012).
A Declaração de Caracas juntamente com a Lei N° 10.216 revolucionam
juridicamente a assistência psiquiátrica, estabelecendo uma atenção de base comunitária,
completa e contínua, integrada à atenção primária em saúde e que dispensa a utilização
obrigatória de hospitais psiquiátricos. Estas documentações em análise são fruto da luta
antimanicomial, portanto designa o tratar humanitário para qualquer sujeito independente de
sua situação psíquica, respeitando a integridade do sujeito, capacitação dos recursos humanos
e comprometimento com os serviços prestados aos mesmos (NASCIMENTO, 2012).
B) Pontos que chamaram atenção
- A tardia definição dos direitos básicos dos portadores de transtornos mentais
- O hospital psiquiátrico isolar o indivíduo do seu meio.
- A Declaração de Caracas forneceu a justificativa ideológica e suas
recomendações estimularam a discussão de alternativas técnicas no cuidado ao doente mental.
- A lei representa um grande avanço jurídico no que concerne aos direitos dos
usuários e de seus familiares em saúde mental.
- O papel norteador e relevante da Declaração de Caracas a partir de 1990
- Os efeitos positivos na promulgação da Lei Federal 10.216 de 2001, que foi o
marco indispensável para a reforma psiquiátrica no Brasil
- Carecimento de legislação protetiva específica e da fiscalização de seu
desempenho por conselhos sociais e pelo Ministério Público com a finalidade de garantir-lhe
a efetividade.
- O pouco conhecimento por parte dos profissionais, sobre a grande relevância
da Lei Federal 10.216 de 2001.
C) Relação com os conteúdos vistos nos encontros e a partir de outras leituras
Conhecemos nos dias atuais que os conceitos de normalidade e anormalidade foram
e são conceitos históricos, baseados em opiniões, juízos e princípios da época vigente.
Comportamentos e atitudes que em estipulada época foram consideradas anormais ou fora dos
padrões, em outras foram vistas satisfatoriamente normais e até estimuladas. Com a história
da loucura não é diferente. Roger Bastide afirma que "o normal é o que está conforme a
norma e o patológico é o desvio da norma". (1965, apud GONÇALVES, 2004) É
significativo observar que os transtornos mentais sempre existiram, mas a sociedade nem
sempre os submeteu à necessidade de tratamento e correção de comportamento. Vale ressaltar
o movimento da antipsiquiatria, que se propunha formas mais humanizadas de tratamento da
“doença” mental, denunciando as causas que poderiam ser familiares ou sociais
(GONÇALVES, 2004).
Mediante a implementação da Declaração de Caracas e a Lei Federal 10.216 de 2001
ocorreu expressiva redução dos leitos em hospitais psiquiátricos e a reversão do
financiamento para o novo modelo proposto (GONÇALVES, 2004).
Um modelo que busca a defesa dos direitos humanos e sociais, saindo do modelo
assistencial tradicional e sim humanizado, definindo pessoas com transtornos mentais como
parte vulnerável da sociedade e faz com que “ocorra” legalmente condições para o
fortalecimento da rede comunitária em saúde mental. Assim, não excluindo-as da sociedade
mas incluindo-as (GONÇALVES, 2004).
A segurança dessa reforma, mesmo que fundamentada em lei nacional, não tem sido
considerada um trabalho comum por causa do legado da política de massificação da proposta
procedente e a resistência dos grupos de interesses empresariais e profissionais
(GONÇALVES, 2004).
D) Referências
BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das
pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
mental. Diário Oficial da União, Brasília/DF, 6 abr. 2001. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm>. Acesso em: 9 maio 2022.
GONÇALVES, Flávio José Moreira. Manicômios e o princípio da dignidade da pessoa
humana: estudos preliminares à luz do direito e da bioética. Revista Opinião Jurídica
(Fortaleza), v. 2, n. 4, p. 57-68, 2004. Disponível em:
<https://periodicos.unichristus.edu.br/opiniaojuridica/article/view/2901>. Acesso em: 29 mai
2022.
NASCIMENTO, Domingos Sávio; FAGUNDES, Paulo Roberto; DO ROSÁRIO, Nilson.
Êxitos e desafios da reforma psiquiátrica no Brasil, 22 anos após a declaração de Caracas.
Medwave, v. 12, n. 10, 2012. Disponível em:
<https://www.medwave.cl/link.cgi/Medwave/Revisiones/RevisionTemas/5545?ver=sindiseno
?ver=sindiseno>. Acesso em: 29 mai 2022.

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