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25 - Direito e Legislação para Computação - SAGAH

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A Tecnologia como Área do 
Conhecimento Humano: conceito e 
evolução histórica
APRESENTAÇÃO
Vivemos na época em que a tecnologia tornou-se um elemento essencial. Ela está presente nos 
meios corporativos, educacionais, comerciais, além ter impactado fortemente as relações 
humanas. Atualmente, convivemos com o grande impacto desses recursos em nossas vidas, pois 
nos comunicamos por meio das redes sociais, trabalhamos em ambientes virtuais de 
aprendizagem e intranets, realizamos transações financeiras de forma eletrônica. De modo que a 
geração atual, não imagina a sua vida sem a influência da tecnologia. Tais reflexões nos levam a 
pensar sobre as origens desses recursos, verificando como eles evoluíram até chegar aos tempos 
dos computadores e da internet.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá os conceitos de tecnologia e verá como ela 
evoluiu através do tempo até se constituir como uma área do conhecimento humano. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer o conceito de tecnologia.•
Analisar a evolução histórica da tecnologia.•
Identificar a tecnologia como uma área do conhecimento humano.•
DESAFIO
A tecnologia se tornou um elemento chave para o desenvolvimento do homem nas mais diversas 
áreas do conhecimento. Percebemos esse domínio tecnológico ao entrar em uma farmácia, 
supermercado, clínicas e hospitais, entre outros. Usamos a tecnologia em casa, em nosso 
ambiente de trabalho, de estudos, em nosso lazer e esta se tornou parte do nosso dia a dia.
1
Notavelmente a forma como os alunos estudam hoje é diferente do que era no tempo que você 
tinha 10 anos de idade, as tecnologias utilizadas para auxiliar na aprendizagem, os métodos de 
ensino, a interação oferecida... diversos aspectos sofreram modificações. Agora, imagine que 
você está escolhendo uma escola para matricular o seu filho e tem tido a oportunidade de 
observar o trabalho que vem sendo desenvolvido com os alunos em sala de aula.
1. Descreva abaixo um comparativo sobre o que você está observando sobre o uso da tecnologia
na sala de aula atual e o que era usado na sua época de escola.
2. Exponha neste comparativo a sua opinião sobre vantagens e desvantagens que a tecnologia
trouxe para a educação.
INFOGRÁFICO
Veja no Infográfico uma síntese da evolução histórica do desenvolvimento da tecnologia no 
mundo!
CONTEÚDO DO LIVRO
A tecnologia é o conjunto dos instrumentos, métodos e técnicas que permitem o aproveitamento 
2
prático do conhecimento científico. Em resumo, é possível ver que a tecnologia pode ser 
relacionada ao uso de instrumentos, arte, sociedade e ideologia. Esse termo vai além do 
conhecimento de determinadas ferramentas, indo até a sua influência nas formas de pensar e agir 
em uma sociedade. Portanto, é possível perceber o quanto esse conceito é amplo, e se aplica a 
vários contextos, daí vem a importância de esclarecer a diferença existente entre os termos 
tecnologia e técnica.
O capítulo A tecnologia como área do conhecimento humano: conceito e evolução histórica, da 
obra "Educação e Tecnologias", base teórica desta Unidade de Aprendizagem, aborda os 
principais conceitos de tecnologia, além da evolução histórica desse conceito desde os tempos 
da pré-história!
Boa leitura!
3
A tecnologia como 
área do conhecimento 
humano: conceito e 
evolução histórica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Conceituar tecnologia.
 Analisar a evolução histórica da tecnologia.
 Identificar a tecnologia como uma área do conhecimento humano.
Introdução
O conceito de tecnologia é amplo e se aplica a diversas áreas, podendo 
estar relacionado com a arte, a sociedade, o uso de instrumentos, entre 
tantos outros contextos, desde os pré-históricos até os mais modernos. 
Para os arqueólogos, a tecnologia diz respeito à evolução das ferramentas 
utilizadas pelo homem ao longo da história, bem como à evolução das 
ferramentas que permitem estudar os elementos históricos de forma 
cada vez mais eficiente e eficaz. Para os biólogos, a tecnologia é aquilo 
que facilita o estudo das células e da evolução da vida no planeta Terra 
e fora dele. Já para as pessoas que trabalham com computadores e que 
acompanham as novidades nesse meio, a tecnologia tem relação com o 
desenvolvimento de sistemas e aparelhos que trocam informações entre 
si, de forma cada vez mais rápida, com um alcance crescente de pessoas 
e empregando técnicas cada vez mais avançadas. 
4
Neste capítulo, você vai verificar que a tecnologia sempre existiu e faz 
parte da história do ser humano na Terra. Você vai estudar o conceito de 
tecnologia, analisar a sua evolução histórica e identificar os pontos que 
fazem da tecnologia uma área do conhecimento humano.
Conceito de tecnologia
Quando se aborda o tema da tecnologia, é comum as pessoas pensarem nos 
avanços tecnológicos, como computadores cada vez mais potentes, robôs que 
imitam os seres humanos e carros autônomos utilizados para o deslocamento 
no trânsito. Porém, o conceito de tecnologia é muito mais amplo do que o 
utilizado nos sistemas computacionais, por exemplo.
Segundo Karasinski (2013), a palavra tecnologia tem sua origem do grego 
techne, que significa técnica, e logia, que significa estudo de algo ou discussão. 
De acordo com o dicionário on-line Michaelis, a tecnologia trata do conjunto 
de processos, métodos, técnicas e ferramentas relacionados à arte, à indústria, 
à educação, entre outras, bem como do conhecimento técnico e científico e 
suas aplicações em uma área em particular (TECNOLOGIA, 2019).
Dessa forma, é possível concluir que tecnologia é o uso de técnicas e de co-
nhecimento adquirido ao longo do tempo para facilitar ou aperfeiçoar os estudos 
e trabalhos com artes, a resolução de problemas ou a execução de atividades 
específicas. Ela pode ser aplicada em diversas tarefas e atividades, até mesmo 
naquelas em que as pessoas não percebem a tecnologia, como as técnicas desen-
volvidas na Pré-História para garantir a sobrevivência dos seres humanos na Terra.
Evolução histórica da tecnologia
A utilização da tecnologia é observada na humanidade desde os primórdios, 
quando as civilizações antigas dominaram o fogo e produziram suas próprias 
ferramentas com pedras e materiais rústicos, antes mesmo de dominarem a 
escrita, buscando sobreviver, melhorar a qualidade de vida e, posteriormente, 
realizar estudos e experimentos. Segundo Pinsky (2011), lascar pedras batendo 
umas nas outras foi uma das primeiras técnicas desenvolvidas pelos humanos, 
com o objetivo de afi á-las para caçar e manusear os alimentos. Nesse contexto, 
eram desenvolvidas pontas de lanças, como os exemplos da Figura 1.
A tecnologia como área do conhecimento humano: conceito e evolução histórica
5
Figura 1. Pedras lascadas na forma de pontas de lanças.
Fonte: Rodrigues ([20--], documento on-line).
A técnica de lascar pedras começou a ser usada no período Paleolítico. Era 
uma técnica demorada e trabalhosa e foi a responsável pela descoberta do fogo, 
que é considerado uma das tecnologias mais importantes da humanidade. Com 
o fogo, era possível aquecer o grupo e cozinhar alimentos, proporcionando
maior sobrevivência e aumento demográfico, além de possibilitar a fundição
de metais.
O fim do período Paleolítico e o início do período Neolítico são marcados 
pela Revolução Neolítica, quando os grupos começaram a se fixar em um único 
local, por conta do domínio da terra e da agricultura, e passaram a utilizar 
a metalurgia para o desenvolvimento de ligas metálicas fundidas com cobre 
e estanho, para produzir utensílios e ferramentas. Com o domínio dessas 
técnicas, reduziram-se os riscos relacionados à caça, à busca por alimento e 
à migração de um lugar para o outro. 
Revoluções industriais
A Primeira Revolução Industrial se caracteriza pelas mudanças na forma 
de interação da sociedade com a natureza e pela criação de novasformas de 
produção. De acordo com Branco ([20--]), ela começou na Inglaterra, em 
meados do século XVIII, tendo a máquina a vapor e sua aplicação na indústria 
têxtil como uma das suas principais invenções. Esse maquinário causou grande 
impacto na economia e na sociedade.
Como consequência dessa revolução, as cidades cresceram rapidamente, 
novas profissões começaram a surgir e os campos passaram a utilizar pro-
cessos mecanizados para melhorar e acelerar a produção. Houve a criação 
das primeiras ferrovias, para deslocar pessoas e produtos de um local para o 
A tecnologia como área do conhecimento humano: conceito e evolução histórica
6
outro de forma mais eficiente. Nesse período, houve crescimento na utilização 
da agricultura e na extração mineral, o que causou a exploração de muitos 
povos, como os africanos.
Na Segunda Revolução Industrial, destacou-se o avanço tecnológico, 
com o surgimento de novas indústrias e o aumento da capacidade produtiva 
delas — ou seja, novos níveis de industrialização foram atingidos. O ferro, a 
energia a vapor e o carvão deram lugar ao aço, ao petróleo e à eletricidade, 
que geraram a possibilidade de automatização do trabalho, como é possível 
observar na Figura 2. Surgiram indústrias elétricas e químicas, e as tecnologias 
das indústrias siderúrgicas evoluíram.
Figura 2. Automatização dos processos industriais para aumentar a produção industrial.
Fonte: Souza ([20--], documento on-line)
Com o final da Segunda Guerra Mundial, surgiu a Terceira Revolução 
Industrial, também conhecida como Revolução Técnico-Científica, que 
teve como característica principal o surgimento da eletrônica como o centro 
da modernização industrial. Houve a criação dos primeiros computadores, 
produtos eletrônicos, satélites e robôs, além da criação de produtos de alto 
valor agregado, como consequência de investimentos de anos em pesquisas, 
estudos e testes. Assim, o valor do produto passou a ir além do valor da 
matéria-prima.
A tecnologia como área do conhecimento humano: conceito e evolução histórica
7
Indústria 4.0
De acordo com Ortega (2019), o conceito da Quarta Revolução Industrial, 
também conhecida como Indústria 4.0, foi desenvolvido pelo diretor e fun-
dador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab. Schwab defende que 
a industrialização mais recente tem como resultado a mudança na forma de 
viver, trabalhar e se relacionar (ORTEGA, 2019). Isso se deve à mudança de 
paradigma ocasionada pelos avanços nas indústrias, que tendem a ser total-
mente automatizadas, combinando robôs com sistemas e processos digitais.
Como é possível observar na Figura 3, essa fase é marcada pelos sistemas 
cibernéticos, pela internet das coisas, pela inteligência artificial, além de nano-
tecnologias e robôs. Existe a possibilidade de milhões de vagas de empregos nos 
países mais industrializados do mundo serem extintas. A consequência disso 
são os empregos do futuro, que dizem respeito a vagas que ainda não existem.
Figura 3. As quatro revoluções industriais.
Fonte: Perin (2013, documento on-line).
Assim, a tecnologia é utilizada como ferramenta para auxiliar o ser humano 
a lidar com o presente e, também, preparar-se para o futuro. Atualmente, 
dados são produzidos de forma exponencial; a maior parte dos dados do 
A tecnologia como área do conhecimento humano: conceito e evolução histórica
8
mundo foi criada nos últimos anos e funciona como uma forma de alimento 
para a inteligência artificial. Quanto maior a quantidade de dados, maior a 
precisão das predições.
Tecnologia como área do conhecimento humano
De acordo com a Portaria nº. 9 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pes-
soal de Nível Superior, de 23 de janeiro de 2008, foi criada a Grande Área 
Multidisciplinar, que possui a subárea Interdisciplinar, entre outras, e que, por 
sua vez, possui a subárea Engenharia, Tecnologia e Gestão, além das subáreas 
agrárias, de meio ambiente, de saúde e biológicas (CAPES, 2008). Ou seja, 
a tecnologia é considerada uma área interdisciplinar, isto é, possui aspectos 
comuns a duas ou mais disciplinas ou áreas de conhecimento. 
Assim, é possível concluir que, independentemente da área de conheci-
mento, é possível utilizar a tecnologia para alcançar melhores resultados e 
obter os avanços desejados, causando alto impacto no processo da educação. 
Com os avanços tecnológicos causados pela Indústria 4.0, surgiu também o 
termo Educação 4.0. Este, segundo Caron (2017), gera a reflexão sobre as 
necessidades educacionais das novas gerações, em tempos em que a informação 
e o conteúdo são fartos, abundantes e se somam para dinamizar os processos 
nos mais diversos segmentos da indústria.
Assista ao vídeo disponível no link a seguir e obtenha mais informações sobre a 
Educação 4.0 — por exemplo, o que esperar dela e como seus aspectos mudam a 
forma de ensinar e de aprender.
https://qrgo.page.link/To6CB
Como pode ser observado na Figura 4, no novo modelo de educação, os 
estudantes utilizam a sala de aula para praticar os conceitos estudados antes de 
ir para a sala, de forma independente, bem como para tirar dúvidas, caso elas 
surjam ao longo do processo. Após as aulas, os estudantes precisam revisar 
o conteúdo e expandir seus aprendizados.
A tecnologia como área do conhecimento humano: conceito e evolução histórica
9
Figura 4. Sala de aula invertida.
Fonte: Aula... ([201-], documento on-line).
Dessa forma, as atividades de sala precisam do apoio da tecnologia para 
atrair a atenção dos estudantes. Além disso, as atividades independentes 
precisam do apoio da tecnologia, para que o processo de aprendizagem seja 
mais efetivo.
AULA invertida. EdTech, [201-]. Disponível em: https://sites.google.com/a/ctmsenai.
com.br/googleeducator/recursos/aula-invertida. Acesso em: 26 ago. 2019.
BRANCO, A. L. Revoluções industriais: primeira, segunda e terceira revoluções. UOL Educa-
ção, [20--]. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/revolucoes-
-industriais-primeira-segunda-e-terceira-revolucoes.htm. Acesso em: 26 ago. 2019.
CAPES. Portaria no. 9, de 23 de janeiro de 2008. Diário Oficial da União, 25 jan. 2008. 
Disponível em: https://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/Por-
taria_009.pdf. Acesso em: 26 ago. 2019.
CARON, A. A educação 4.0 já é realidade! Positivo Tecnologia Educacional, 2017. Dispo-
nível em: https://www.positivoteceduc.com.br/educacao-4-0/a-educacao-40-ja-e-
-realidade/. Acesso em: 26 ago. 2019.
A tecnologia como área do conhecimento humano: conceito e evolução histórica
10
KARASINSKI, L. O que é tecnologia? Tecmundo, 2013. Disponível em: https://www.tec-
mundo.com.br/tecnologia/42523-o-que-e-tecnologia-.htm. Acesso em: 26 ago. 2019.
ORTEGA, J. Indústria 4.0: entenda o que é a quarta revolução industrial. StartSe, 2019. 
Disponível em: https://www.startse.com/noticia/nova-economia/60414/industria-4-
-0-entenda-o-que-e-quarta-revolucao-industrial. Acesso em: 26 ago. 2019.
PERIN, C. Indústria 4.0: qual o grau de maturidade digital da sua empresa? Blog Cláudio 
Perin, 2013. Disponível em: https://claudioperin.com.br/industria-4-0-qual-o-grau-de-
-maturidade-digital-da-sua-empresa/. Acesso em: 26 ago. 2019.
PINSKY, J. As primeiras civilizações. São Paulo: Editora Contexto, 2011.
RODRIGUES, P. E. Idade da Pedra. InfoEscola, [20--]. Disponível em: https://www.info-
escola.com/pre-historia/idade-da-pedra. Acesso em: 26 ago. 2019.
SOUSA, R. Segunda revolução industrial. Brasil Escola, [20--]. Disponível em: https://
brasilescola.uol.com.br/historiag/segunda-revolucao-industrial.htm. Acesso em: 26 
ago. 2019.
TECNOLOGIA. In: DICIONÁRIO Michaelis On-line. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2019. 
Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-
-brasileiro/tecnologia/. Acesso em: 26 ago. 2019.
Leituras recomendadas
ABRANTES, B. Terceira revolução industrial: tudo sobre a chamada revolução infor-
macional! Stoodi, 2018. Disponível em: https://www.stoodi.com.br/blog/2018/08/14/
terceira-revolucao-industrial/.Acesso em: 26 ago. 2019.
CAPES. Tabela de áreas de conhecimento. 2009. Disponível em: http://www.ufrb.edu.
br/pibic/images/repositorio/pdfs/areas_de_conhecimento_capes.pdf. Acesso em: 
26 ago. 2019.
O QUE é quarta revolução industrial? SalesForce Blog, 2018. Disponível em: https://
www.salesforce.com/br/blog/2018/Janeiro/O-que-e-Quarta-Revolucao-Industrial.
html. Acesso em: 26 ago. 2019.
A tecnologia como área do conhecimento humano: conceito e evolução histórica
11
DICA DO PROFESSOR
A tecnologia tem grande influência na vida da sociedade, atuando em diversas áreas presentes 
no seu cotidiano. A Dica do Professor desta Unidade de Aprendizagem abordará uma área 
específica, em que essa evolução trouxe bastante mudança e, hoje, também é aproveitada pelo 
setor de educação.
Acompanhe!
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Segundo Karasinski (2013), a palavra tecnologia tem sua origem do grego techne, que
significa técnica, e logia, que significa estudo de algo ou discussão. É possível
encontrar diferentes definições, mas que conduzem à mesma ideia, ou seja, trata-se
de do conjunto de processos, métodos, técnicas e ferramentas relacionados às mais
diversas áreas do conhecimento humano.
Nessa perspectiva podemos reconhecer que o termo não é simples e objetivo, mas
abrangente, tanto em possibilidades quanto nas formas de ser entendido. Diante
disso, assinale a alternativa correta:
A) É fundamental associarmos a técnica ao estudo desta, se quisermos compreender a
tecnologia como um processo que se desenvolve cada vez mais nas universidades.
B) Somente depois da primeira revolução industrial que, realmente, podemos dizer que houve
o surgimento da tecnologia, pois antes, não havia a máquina realizando o trabalho humano.
C) A tecnologia pode ser identificada desde os primeiros instrumentos pré-históricos quando
os primitivos criaram as primeiras ferramentas para facilitar o seu trabalho.
A automação é a principal característica da técnica associada aos estudos sobre esta, pois éD)
12
no momento em que há autonomia homem-máquina que a ciência reconhece o termo 
tecnologia.
E) O termo é complexo e apoia-se em vertentes ideológicas diversas, dessa forma, ao falar em
tecnologia é fundamental a compreensão de qual é a técnica e sua finalidade social.
2) A tecnologia pode ser descrita como o recurso utilizado pelo homem para facilitar seu
trabalho, representa diferentes formas de apropriação da natureza em benefício da
vida humana. Se observar a evolução tecnológica a partir da 1ª Revolução Industrial
pode-se notar:
I – A cada cem anos, aproximadamente, ocorreu uma nova revolução tecnológica até
o surgimento da automação, robótica, internet, entre outros.
II – O desenvolvimento tecnológico tende a crescer nos próximos cem anos, tanto 
quanto vem crescendo desde a Indústria 1.0.
III – A chamada indústria 4.0 evidencia um crescimento exponencial do parque 
tecnológico.
IV – Uma das maiores mudanças trazidas pela indústria 4.0 foi a capacidade de 
predição cada vez mais precisa em função do aumento do número de informações.
Após analisar as assertivas acima, assinale a alternativa correta:
A) I, II e IV.
B) II, III e IV.
C) I, III e IV.
D) III e IV.
E) I, II, III e IV.
13
3) A tecnologia, como resultado de grandes transformações é, em si, um dos maiores
exemplos da quebra de paradigmas. Segundo o dicionário Aurelio (2008) paradigma
é um padrão, modelo. Assim, ao quebrar paradigmas, podemos dizer que os modelos
ou padrões foram modificados, transformados. Dessa forma, para melhor
compreendermos as transformações, relacione o evento ao paradigma que foi
alterado:
I – 1ª Revolução Industrial
II – 2ª Revolução Industrial
III – 3ª Revolução Industrial
IV – 4ª Revolução Industrial
( ) Seu desenvolvimento foi causado pelo surgimento de novas fontes de energia, como
o petróleo e a eletricidade, o paradigma da produção modificou-se e o processo
ganhou velocidade.
( ) o paradigma vencido foram as barreiras espaciais, essa revolução modificou o 
modo de comunicação e transferência de informações e, pelos elevados investimentos 
o produto passou a ser mais valorizado que sua matéria de origem.
( ) O crescimento urbano e a mudança no modo de produção foram apenas algumas 
das mudanças, principalmente porque o paradigma vigente era artesanal e havia 
pouco movimento populacional ou de produtos.
( ) Dentre os paradigmas quebrados podemos citar o modo de trabalho, muitos 
profissionais ainda não podem prever sua profissão, porque esta ainda não foi criada, 
mas o esforço de muitas tarefas foi substituído por um simples comando de voz.
A relação correta aparece na alternativa:
A) I, III, IV e II.
B) II, III, IV e I.
C) I, IV, III e II.
14
D) IV, III, II e I.
E) II, III, I e IV.
4) Como um conhecimento amplo e multidisciplinar, a tecnologia pode ser considerada
em diferentes áreas e subáreas, inclusive na Educação. A indústria 4.0 e a Educação
4.0 pertencem a esse momento.
Sobre a Educação 4.0, é correto o que se afirma em:
A) Com o desenvolvimento da indústria 4.0 foram modificados os materiais com que as
escolas realizam suas atividades de ensino, ou seja, cadernos estão sendo substituídos por
tablets e as carteiras passa a ser feitas com material antialérgico.
B) A interdisciplinaridade é o ponto forte na Educação 4.0, pois por meio da tecnologia todas
as disciplinas estão conectadas e os temas discutidos ficam mais claros aos alunos que
podem estudar a partir de materiais mais abstratos e voláteis.
C) O grande paradigma está na velocidade com que as informações circulam e se modificam,
dessa forma, a Educação 4.0 tem como prioridade orientar os alunos quanto ao
armazenamento de informações em nuvens e utilização de recursos tecnológicos.
D) A Educação 4.0, seguindo as mudanças sociais e no mundo do trabalho passa a oferecer
aos alunos novas práticas de ensino, pois informar já não é necessário tendo em vista os
meios de comunicação existentes, assim, as metodologias são alteradas.
E) A automação e os processos de inteligência artificial chegam às escolas e,aos poucos os
professores são substituídos por robôs, os livros por imagens holográficas ou máquinas
inteligentes, por isso a educação está se modificando rapidamente.
I - A revolução científica representou uma transformação nos modos de produção 
com apoio de satélites e robôs, além de agregar maior valor aos produtos 
industrializados.
5)
15
PORQUE
II – O surgimento da eletrônica possibilitou mais pesquisas e estudos sobre materiais, 
modernizando a indústria.
Assinale a alternativa correta:
A) As assertivas I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I.
B) A assertiva I é uma proposição verdadeira e a assertiva II é uma proposição falsa.
C) As assertivas I e II são proposições verdadeiras e a II não é uma justificativa correta da I.
D) A assertiva I é uma proposição falsa e a assertiva II é uma proposição verdadeira.
E) As assertivas I e II são proposições falsas.
NA PRÁTICA
Cinco recursos tecnológicos impactaram profundamente a vida do homem e mudaram o mundo! 
Veja como estes recursos influenciaram estas mudanças!
16
17
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A evolução cognitiva e as revoluções tecnológicas
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Mapa do conhecimento humano
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Uso da tecnologia em sala de aula desperta interesse
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
18
Liberdade de expressão, privacidade e 
direitos humanos 
APRESENTAÇÃO
A liberdade de expressão, o direito à privacidade e o respeito aos direitos humanos são 
elementos centrais à prática do jornalismo. Como estabelece o próprio Código de Ética do 
Jornalismo, o direito à informação é fundamental ao cidadão. E, como tal, os jornalistas não 
podemadmitir que ele seja impedido, razão pela qual a informação deve ser correta, pautada em 
fatos e com responsabilidade social.
No entanto, isso não equivale a dizer que, sob a bandeira da informação, tudo é permitido e que 
e toda e qualquer informação pode e deve ser divulgada, pois os mesmos princípios reconhecem 
que todo indivíduo tem direito a ter sua intimidade e vida privada respeitadas. A polêmica 
principal versa sobre os limites necessários e/ou desejáveis para tal e tem profundo impacto na 
forma como os jornalistas atuam.
Nesta unidade de Aprendizagem, você vai se aprofundar nestes importantes conceitos: liberdade 
de expressão, privacidade e direitos humanos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir liberdade de expressão.•
Relacionar liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos.•
Analisar os limites da liberdade de expressão e da privacidade.•
DESAFIO
A liberdade de expressão é tida por juristas e filósofos como um dos princípios basilares de 
qualquer democracia, sintetizada de forma brilhante na frase da escritora Evelyn Hall (1906): 
"Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até o último instante o teu direito 
de dizê-la". 
19
A tênue linha que divide a liberdade de expressão e informação e o direito à privacidade é 
constantemente testada na prática jornalística, em especial na sessão de "colunismo social". 
Embora sejam consideradas por alguns autores como um "jornalismo menor", publicações de 
coberturas acerca da vida de personalidades notórias e famosas fazem parte da realidade 
jornalística há mais de um século, ficando famosa a palavra paparazzo, cunhada para designar 
repórteres fotográficos que cobrem a vida dos famosos. 
A própria Constituição brasileira já determina que a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas são invioláveis (inciso X do artigo 5.º), afirmando categoricamente que a 
casa é o asilo inviolável do indivíduo, sendo que ninguém pode penetrá-la sem o consentimento 
do morador (inciso XI do mesmo artigo). 
O desafio a seguir irá colocá-lo no papel de editor-chefe da versão digital de um grande 
jornal que deverá tomar uma decisão ética acerca de uma publicação. Observe:
20
21
INFOGRÁFICO
A Lei dos Direitos Humanos obriga os governos a fazerem algumas coisas e os impede de 
fazerem outras. Os indivíduos também têm responsabilidades: usufruindo dos seus direitos 
humanos, devem respeitar os direitos dos outros. Nenhum governo, grupo ou indivíduo tem o 
direito de fazer qualquer coisa que viole os direitos de outra pessoa.
A Organização das Nações Unidas (ONU) é um dos maiores divulgadores e defensores dos 
direitos humanos, principalmente por conta do seu Fundo das Nações Unidas para a Infância 
(Unicef), órgão das Nações Unidas que tem como objetivo promover a defesa dos direitos das 
crianças.
Neste Infográfico, você verá os principais direitos humanos baseados no documento Uma 
introdução à abordagem baseada em direitos humanos, UNICEF Finlândia 2015. Confira. 
22
23
CONTEÚDO DO LIVRO
Por que o princípio da liberdade de expressão é considerado tão importante que sua proteção 
teve de ser destacada nas Constituições de diversos países? Onde termina a livre expressão e 
começa a calúnia, a injúria e a difamação? Os direitos humanos têm sido respeitados?
Embora a discussão acerca desses temas já se estenda por décadas, nos últimos 20 anos ela se 
tornou ainda mais premente por conta das redes sociais e da Internet e da imensa amplitude e 
alcance que elas conferiram a todos seus integrantes. No cerne dessa discussão, está o jornalista 
e sua prática profissional, não só no tocante aos direitos e aos limites, mas principalmente aos 
ataques que vem sofrendo. 
Reflita mais sobre o assunto. Ele será parte fundamental de sua vida profissional, e, neste exato 
momento, ocorrem em todo mundo ações, manifestações e determinações que terão impacto 
positivo ou negativo na forma como você irá exercer sua profissão. 
No capítulo Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos, da obra Legislação 
aplicada à Comunicação Social — ênfase em Jornalismo, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, você verá como a liberdade de expressão implica muito mais do que 
simplesmente falar o que se pensa. Você também entenderá essas implicações para um 
profissional da comunicação, assimilando as relações entre liberdade de expressão, privacidade 
e direitos humanos.
Boa leitura.
24
Liberdade de 
expressão, privacidade 
e direitos humanos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Definir liberdade de expressão.
 Relacionar liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos.
 Analisar os limites da liberdade de expressão e da privacidade.
Introdução
É bem provável que, em nenhum outro momento na história da huma-
nidade, o debate acerca da liberdade de expressão, privacidade e direitos 
humanos tenha se tornado assunto tão controverso. Sabemos que a 
internet trouxe inúmeros benefícios para a humanidade. A comunicação 
atravessou fronteiras geográficas, permitindo a divulgação de informações 
em tempo real, facilitou a comunicação entre pessoas, contribuindo para 
estreitar laços, e beneficiou as relações comerciais. Por outro lado, para 
muitos estudiosos, o advento da rede trouxe consigo alguns malefícios, 
como o distanciamento das relações, porque as pessoas se falam muito 
mais por redes sociais ou aplicativos de conversas do que por ligações, 
por exemplo. 
No entanto, de maneira pragmática, podemos entender que a internet 
não trouxe malefícios. O que acontece é que muitas pessoas não sabem 
usar a tecnologia de forma responsável. Com isso, tornou-se habitual 
dizer que a internet é “terra sem sei”, o que não procede, afinal, o Marco 
Civil da Internet foi proposto justamente para dirimir tal argumento. 
Um dos principais direitos do cidadão, os direitos humanos, mantém-se 
preservado, o que inclui, entre outros, a liberdade de opinião e expressão, 
pilares essenciais à democracia, bem como o direito à privacidade.
25
Neste capítulo, você vai estudar a liberdade de expressão, conside-
rando que ela significa muito mais do que simplesmente falar o que 
pensa. Também vai ler sobre a extensão da nossa liberdade de expressão 
enquanto profissionais da comunicação. Além disso, você vai conhecer 
a relação entre liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos. 
Por fim, com base em exemplos reais que repercutiram na mídia, vai 
conferir os limites que devem nortear o direito à liberdade de expressão 
e à privacidade.
1 Conceito de liberdade de expressão
A liberdade de expressão é um direito garantido na Constituição Federal de 
1988, fi xado no art. 5º, parágrafo IV, que diz que “[…] é livre a manifestação 
do pensamento, sendo vedado o anonimato” e no parágrafo IX, que afi rma 
que “[…] é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científi ca e de 
comunicação, independente de licença ou censura” (BRASIL, 1988, documento 
on-line). Além disso, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), 
proclamada em 10 de dezembro de 1948, na Assembleia Geral das Nações 
Unidas em Paris, considera esse direito um elemento essencial à democracia: 
Art. 19 – Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, 
este direito implica a liberdade de manter as suas próprias opiniões sem inter-
ferência e de procurar, receber e difundir informações e ideias por qualquer 
meio de expressão independentemente das fronteiras (NAÇÕES UNIDAS, 
2009, documento on-line).
A liberdade de expressão é uma cláusula pétrea da Constituição Federal, ou 
seja, é inviolável, não pode ser modificada nem mesmo por decreto ou emenda 
constitucional. O Marco Civil da Internet foi fundamentado nesse direito.
Se analisarmos a definição de cada uma das palavras, liberdade significa 
“ser livre”, e expressão,“expressar por palavras”. O próprio termo, portanto, 
corresponde ao fato de ser livre para falar, expressar-se. Por isso, assegura-
dos pela lei, todos temos direito a manifestar nossas opiniões sem medo de 
represálias. Na mesma proporção, temos o direito de receber informação por 
diferentes meios, de forma independente e sem censura, conforme consta no 
art. 1° da Lei nº. 5.250, de 9 de fevereiro de 1967, chamada de Lei de Im-
prensa: “É livre a manifestação do pensamento e a procura, o recebimento 
e a difusão de informações ou ideias, por qualquer meio, e sem dependência 
Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos
26
de censura […]” (NEVES, 2000, p. 111). Isso significa, em partes, que temos 
o direito de manifestar nossa opinião pessoal ou de um grupo. No entanto, o
fato de uma pessoa ter o direito a falar o que quiser, por exemplo, em sua rede
social, não quer dizer que ela pode ofender ou xingar a imagem de outra, nem
fazer acusações sem comprovação. A célebre frase de Augusto Branco define
bem esse contexto: “As pessoas gostam do ideal de liberdade de expressão
até o momento em que começam a ouvir aquilo que elas não gostariam que
dissessem a respeito delas” (IMAGINIE, 2019, documento on-line).
Certamente, a máxima da comunicação nos últimos tempos tem sido “O 
seu direito termina quando começa o meu” ou “O meu direito termina quando 
começa o do outro”. A própria Constituição estabelece limites legítimos para 
a liberdade de expressão do indivíduo, conforme consta no art. 5º (BRASIL, 
1988, documento on-line):
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem; 
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação.
A discussão sobre liberdade de expressão é ampla e muito complexa, 
pois, constantemente, há situações em que a pessoa se sente censurada ao 
expressar um pensamento sobre algo ou alguém. Porém, o que é preciso 
levar em consideração é que existem direitos constitucionais importantes 
que resguardam o indivíduo e que são instrumentos de proteção do direito 
penal, por meio dos crimes de injúria, calúnia e difamação, conhecidos como 
crimes contra a honra.
Como profissionais da comunicação, o que precisamos ter em mente é que, 
sempre que a liberdade de expressão acontecer em excesso, de forma a ofender 
ou atacar outra pessoa sem provas e com o intuito de depreciar ou caluniar, a 
lei permite a responsabilização do autor do ato infrator, o que não configura 
censura. Quando isso acontece, é comum vermos manifestações contra o 
“politicamente correto”, mas, legalmente falando, trata-se do resguardo de 
direitos tão indispensáveis quanto o da liberdade de expressão. Trata-se de 
uma medida de ponderação do próprio direito, em que nenhuma norma ou 
princípio são absolutos.
Como formadores de opinião, os jornalistas precisam considerar que ne-
nhuma pessoa é condenada, civil ou criminalmente, por emitir opinião sobre um 
assunto, ou por fazer humor, ou expor sua visão de mundo. Ela será condenada 
Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos
27
pelo abuso do seu direito sempre que este ferir os direitos fundamentais de 
outra pessoa que merece igual proteção. Portanto, injúria, calúnia e difamação 
são crimes que não devem, de forma alguma, ser confundidos com o direito 
de liberdade de expressão e manifestação do pensamento.
Para saber mais sobre a liberdade do jornalista de manifestar livremente aquilo que o 
incomoda enquanto profissional da comunicação e cidadão, assista ao filme O custo 
da coragem, de 2003, dirigido por Joel Schumacher.
2 Liberdade de expressão, privacidade e 
direitos humanos
A relação estabelecida entre os princípios de liberdade de expressão, pri-
vacidade e direitos humanos é justamente o direito que cada cidadão tem 
para se expressar e manifestar sua opinião acerca de qualquer assunto sem a 
intervenção do Estado. 
A DUDH, por meio da Resolução 217 A (III), garante — entre muitos 
outros direitos, como o direito à vida e à liberdade — o direito ao trabalho e 
à educação, o direito à liberdade de opinião e o direito à expressão, conforme 
consta em seu art. 19: “Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e 
expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões 
e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios 
e independentemente de fronteiras” (NAÇÕES UNIDAS, 2009, documento 
on-line). Portanto, os direitos humanos são diretrizes que reconhecem e res-
guardam a dignidade de todos os povos e regem o modo como a sociedade se 
relaciona entre si. Segundo Lebre (2018, p. 2):
Os direitos humanos, constituindo parte integrante da essência do Homem, e 
fundamentalmente, enquanto ser social e gregário, tomam um papel determi-
nante na manutenção na harmonia e salvaguarda da liberdade, paz e justiça 
entre os indivíduos, de forma que estes se sintam protegidos de abusos como 
a discriminação, a intolerância, a injustiça, a opressão e a escravidão que 
podem surgir nesta convivência bem como sentirem vontade e liberdade em 
se assumirem com a dignidade daquilo que são — seres humanos. 
Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos
28
Os direitos humanos, então, não são simplesmente transferidos por outros 
indivíduos; são, na verdade, características inerentes à condição de ser humano 
e, por essa razão, não podem ser cassadas por outrem.
Um dos campos em que o embate entre a liberdade de expressão e a cen-
sura é mais explícito é o das artes. Observe as Figuras 1 e 2. Apesar estarem 
separadas por quase 100 anos, ambas foram consideradas “degeneradas” e 
alvo de reprimenda e censura.
Figura 1. Imagem censurada — Ecce Homo, de Lovis Corinth (1925).
Fonte: Corinth (2020, documento on-line).
Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos
29
A Figura 1 apresenta a pintura Ecce Homo, criada pelo pintor expressionista 
Lovis Corinth, em 1925. Corinth, juntamente com dezenas de artistas, foi 
classificado como “degenerado” pelo Partido Nazista alemão. Todas as obras 
de arte e movimentos culturais que não estavam de acordo com a concepção de 
arte e o ideal de beleza dos nacional-socialistas receberam essa classificação.
Figura 2. Imagem censurada — Cruzando Jesus Cristo com Deusa Schiva de Fernando 
Baril (1996).
Fonte: Baril (1996, documento on-line).
A Figura 2 apresenta a obra Cruzando Jesus Cristo com Deusa Schiva, 
de Fernando Baril, de 1996. A obra fez parte da exposição Queermuseu, 
realizada em 2017, e foi alvo de muita polêmica. Segundo os críticos, a obra é 
Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos
30
um “desrespeito a figura religiosa” e poderia ser tipificada como crime penal 
por “[…] vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”, de acordo 
com art. 208 do Código Penal (BRASIL, 1940, documento on-line). 
Cientes de que a comunicação é essencial para as relações humanas, a 
liberdade de expressão é fundamental para o direito ao livre pensamento 
e expressão do indivíduo. Conforme destacado no início deste capítulo, a 
Constituição Federal brasileira, em seu art. 5º (BRASIL, 1988), garante a 
liberdade de pensamento e expressão. Por sua vez, o conceito de liberdade de 
expressão é extremamente amplo e tem diferentes implicações, que envolvem, 
desde uma pessoa expor sua opinião até um estadista expor sua ideologia, um 
jornalista, sua apuração, um artista, sua arte, etc. Da mesma forma, além de 
garantir a expressão, o direito também corresponde ao livre acesso à infor-
mação, partindo de diferentes fontes de informação, independente de licença 
ou censura. Conforme Cabral (2010, documento on-line):
É direito de qualquer um manifestar, livremente, opiniões, ideias e pensamen-
tos pessoais sem medo de retaliação ou censura por partedo governo ou de 
outros membros da sociedade. É um conceito fundamental nas democracias 
modernas nas quais a censura não tem respaldo moral.
Liberdade de pensamento e liberdade de expressão são os dois princípios 
que norteiam as democracias representativas, que se conciliam com outros 
direitos, por exemplo, direito à informação, direito à privacidade, etc. Não 
diferente do que vimos até aqui, o direito à privacidade também é resguardado 
por leis. Conforme já mencionado, no art. 5º da Constituição Federal, são 
“[…] direitos invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem 
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação” (BRASIL, 1988, documento on-line). Tal direito 
também é resguardo no art. 12, da Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, do 
Código Civil: “A vida privada da pessoa natural é inviolável e o juiz, a reque-
rimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou 
fazer cessar ato contrário a esta norma” (BRASIL, 2002, documento on-line).
Há uma estreita relação entre os três direitos citados aqui. O direito à liber-
dade de expressão, os direitos humanos e o direito à privacidade se relacionam 
paralelamente e com uma única finalidade: resguardar o cidadão. Para Alves 
(2003, p. 287), a privacidade é um direito pessoal e:
É, portanto, a exclusão do conhecimento alheio em relação àquilo que só diz 
respeito à própria pessoa, especificamente, quanto ao seu modo de ser. É o 
Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos
31
direito de resguardar-se a pessoa da ingerência alheia na sua vida privada. 
É o direito que a pessoa possui de resguardar-se dos sentidos alheios, prin-
cipalmente da vista e ouvidos dos outros. Em suma, é o direito de estar só.
Esses direitos têm suportes regulamentários garantidos em um mesmo 
estatuto jurídico: a Constituição Federal. Por isso, como jornalista, você pre-
cisa atentar-se aos limites que circundam esses direitos para que não infrinja 
a lei. Além disso, é de estrema importância compreender que estabelecer 
limites para a liberdade de expressão não é censurar, e sim resguardar outros 
direitos, como o da privacidade. Veja no Quadro 1 as definições de liberdade, 
pensamento e expressão.
 Fonte: Adaptado de Lebre (2018). 
Liberdade
É um conceito que encerra em si mesmo uma opção 
ou vontade própria e um constrangimento — o 
conflito com a liberdade de outra pessoa.
Pensamento
Natureza racional e exclusiva no homem, é uma 
manifestação da subjetividade humana, um fenômeno 
reservado à mente do próprio indivíduo. Pode ser 
considerado ou representado como uma não ação, 
no sentido de que não afeta diretamente outrem, 
exceto quando manifestado ou expressado por uma 
ação de comunicação (falar, escrever, agir, etc.).
Expressão
É ação concreta: uma comunicação, uma manifestação 
objetiva do pensamento. A natureza da interação é sempre 
em relação com outro, isto é, a expressão é manifestação 
exterior e objetiva do nosso pensamento em outrem. 
Ainda assim, a liberdade da expressão não é absoluta, 
porque ela pode estar limitada na sua ação quando, no 
seu pleno exercício, corre o risco de colidir com outras 
liberdades individuais, designadamente, o direito à honra, à 
integridade moral, à imagem, ao bom nome e à reputação.
 Quadro 1. Definição de liberdade, pensamento e expressão 
No próximo tópico, veremos alguns exemplos de veículos ou profissionais 
que excederam o direito à liberdade de expressão.
Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos
32
3 Liberdade de expressão e privacidade
Com a expansão da internet e, especialmente, das redes sociais, as relações 
humanas saíram do espaço privado e ganharam destaque no espaço público. 
Legitimamente, espaço público é caracterizado por aquele ambiente de uso 
comum, onde exercemos atividades coletivas e onde é pleno o direito de ir 
e vir. São os ambientes de circulação, como ruas, avenidas, praças, parques 
e praias. Já espaço privado é aquele ambiente de propriedade privada, seja 
por parte de um indivíduo, seja por parte de uma empresa, como casas, lojas 
comerciais, escolas particulares, shoppings, entre outros.
As redes sociais surgem como um espaço público, como forma de interação 
entre os sujeitos sociais. Para Recuero (2009, p. 16) “[…] essa comunicação 
[a internet], mais do que permitir aos indivíduos comunicar-se, amplificou a 
capacidade de conexão, permitindo que redes fossem criadas e expressas nesses 
espaços: as redes sociais mediadas pelo computador”. Como bem sabemos, 
nesse ambiente virtual, podemos reencontrar amigos que não vemos há tempos, 
acompanhar a vida de personalidades da mídia, comprar, ficar informados e 
nos comunicar. Com muita exposição na internet, como é possível separar o 
direito à liberdade de expressão e à privacidade? 
Diariamente, vemos pessoas se posicionando nas redes sociais e fazendo 
uso do seu direito de fala para dizer o que pensam, muitas vezes sem prestar 
atenção na forma como se expressam e sem levar em consideração o impacto 
que sua fala pode provocar. Um exemplo dessa postura é o caso do jornalista 
Stanley Gusman, apresentador do programa Alterosa Alerta, da TV Alterosa, 
afiliada do SBT em Minas Gerais. 
Em julho de 2019, o apresentador afirmou no programa: “Eu sei quem é 
o dono do Ibope. O nome do cara é Montenegro. Se ele fosse do bem, ele ia
chamar Montebranco”. Em seguida, ao que tudo indica, o apresentador foi
advertido pelo ponto eletrônico e, rindo desconcertado, desabafou: “Não é
de cor não gente. É escuro, escuridão. Céu branco, inferno negro. Ih, vocês
também são muito, né?!”. A fala do jornalista repercutiu rapidamente nas redes
sociais e gerou revolta pelo teor racista. Os internautas pediram sua prisão
por injúria racial, direito previsto em lei. Mostrando-se contrário à postura do
jornalista, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais emitiu
nota condenando a fala do apresentador e destacando que, em vez de usar a
liberdade de expressão para promover temas construtivos e de valorização
da igualdade, ele transmitiu uma ideia racista (APRESENTADOR..., 2019,
documento on-line).
Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos
33
Ao contrário do caso citado acima, que tratou do limite da liberdade de 
expressão, o exemplo a seguir diz respeito ao direito à privacidade. Em abril de 
2020, a atriz Grazi Massafera reclamou, em suas redes sociais, que fotos suas 
foram tiradas por um pararazzi sem a sua permissão. Na ocasião, a atriz, que 
estava em distanciamento social por conta da pandemia de coronavírus, estava 
junto de seu namorado Caio Castro na sacada da varanda de seu apartamento, 
admirando o pôr do sol da praia de São Conrado, no Rio de Janeiro. Logo, 
a foto ganhou as páginas dos principais sites do Brasil (OLIVEIRA, 2020). 
Tempo depois, a atriz voltou às redes sociais e postou a foto de sua cachorri-
nha na janela com a seguinte frase: “E noixxx tá como?!” com a observação 
“Aos que fazem fotos sem permissão da janela das pessoas, apenas parem por 
favor, ok? Entendedores entenderão” (GRAZI..., 2020a, documento on-line).
Automaticamente, a atriz recebeu apoio de amigos indignados com a 
invasão de privacidade, uma delas a também atriz Fabíula Nascimento, que 
afirmou: “Um absurdo! É impressionante a confusão feita de: invasão de pri-
vacidade com o ‘é o preço da fama’. Uma coisa é estar na rua, num evento… 
Outra é ter sua casa vigiada” (GRAZI..., 2020b, documento on-line). A fala de 
Fabíula merece atenção, pois representa exatamente os limites que precisam 
ser estabelecidos entre liberdade de expressão e privacidade. 
Por mais que se trate de uma pessoa pública, o direito à privacidade de 
Grazi Massafera foi violado a partir do momento em que ela foi fotografada 
em sua casa e a foto divulgada sem sua autorização. Naquele momento, a atriz 
não estava em seu ambiente de trabalho, muito menos na rua. Além disso, os 
veículos de comunicação que compartilharama imagem contribuíram para 
a invasão de privacidade.
Nos meios de comunicação, é cada vez mais comum que profissionais 
cometam abusos em suas publicações. A ética e a responsabilidade em noticiar 
perdem espaço para a busca por audiência e, muitas vezes, o resultado é a 
demissão do profissional. Um exemplo a esse respeito ocorreu no fim de 2019. 
Aaron Tura, responsável pelo site TV Foco e colunista do programa Melhor 
da Tarde (Bandeirantes), cometeu dois abusos: violou a privacidade da atriz 
Isis Valverde e distorceu informações sobre a família do falecido apresentador 
Gugu Liberato.
A respeito da atriz Isis Valverde, Aaron Tura destacou a manchete “Isis 
Valverde mostra os peitos em foto íntima e faz grande anúncio: ‘hoje tem’”, 
acompanhada de uma foto que a atriz havia publicado na sua rede social. No 
entanto, ao contrário do que a matéria induzia, a foto mostrava Ísis amamen-
tando o filho, e a legenda (escrita pela atriz) dizia: “Hoje tem amor de mãe” 
(ISIS, 2019, documento on-line). A atriz se manifestou, reclamando pela 
Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos
34
distorção da notícia e, principalmente, por explorar sua imagem de forma 
sensual/sexual. Neste caso, a atriz também recebeu apoio de outras atrizes e 
mulheres anônimas que se solidarizam com a deturpação da imagem de uma 
mãe amamentando seu filho. O site TV Foco, muitas outras vezes, publicou 
notícias sensacionalistas e apelativas para gerar audiência. Com isso, tornou-se 
um meio de comunicação sem credibilidade na rede.
Em outra ocasião, Aaron Tura publicou mais uma matéria com informa-
ção deturpada. Neste caso, foi a respeito da família do apresentador Gugu 
Liberato, que faleceu em novembro de 2019. A manchete no site destacava 
afirmava: “Roberto Cabrini faz descoberta avassaladora na morte de Gugu e 
é ameaçado pela família: ‘A verdade vai aparecer’” (JORNALISTA..., 2019, 
documento on-line). A publicação do colunista fazia menção à reportagem 
feita pelo jornalista Roberto Cabrini, do SBT. 
As duas polêmicas custaram o emprego do colunista no Melhor da Tarde. 
Sob forte pressão, o diretor do programa, Rodrigo Riccó, demitiu o profissional, 
visando não ter a imagem do programa relacionada à postura do colunista. Isso 
porque, não apenas os envolvidos ficaram indignados com a falta de ética, mas 
também o público fez críticas e cobrou um posicionamento da apresentadora 
Cátia Fonseca nas redes sociais do programa. O impacto dos fatos, a revolta 
dos internautas e a demissão fizeram com que o colunista se afastasse das redes 
sociais por um tempo e, quando regressou, emitiu um comunicado pedindo 
desculpas e reconhecendo o erro (JORNALISTA..., 2019).
A respeito do direito à privacidade, conforme o inciso X do art. 5º da 
Constituição, “X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material 
ou moral decorrente de sua violação” (BRASIL, 1988, documento on-line). 
Para os juristas, a chave para a compreensão do inciso está nos conceitos 
de intimidade, que diz respeito a suas relações sociais mais próximas com 
a família, e vida privada, que é a relação do indivíduo com a sociedade de 
forma mais ampla. 
Imagine um indivíduo que viva em uma casa com sua mãe e seu irmão. 
Os fatos que ocorrem em sua casa formam a esfera de sua intimidade. Já os 
fatos que envolvem sua interação com seus colegas e amigos fazem parte de 
sua vida privada. A privacidade inclui todas as relações que não são públicas, 
mesmo as que não são tão próximas como a relação que se tem com familiares.
Porém, muitas vezes, para informar algum assunto importante à sociedade, 
a imagem de algumas pessoas é divulgada. Nessas situações, pode haver 
“[…] um choque entre o direito à imagem e o direito à informação” (CHAGAS, 
Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos
35
2019, documento on-line). Para não cometer abusos, deve-se, então, observar 
os seguintes fatores, de acordo com o caso em questão (CHAGAS, 2019):
▪ Veracidade da informação: a informação exposta junto com a imagem
era verdadeira?
▪ Justificativa: houve um motivo justo para que a imagem fosse divulgada?
Ela era fundamental para a compreensão da matéria?
▪ Grau de consciência do indivíduo: a pessoa cuja imagem foi divulgada
sabia que estava sendo fotografada? 
▪ Publicidade do local: o local onde a imagem foi captada era público?
▪ Grau de preservação do contexto original da foto: a imagem foi utilizada 
dentro do contexto em que foi tirada?
▪ Grau de identificação do indivíduo: a pessoa pode ser facilmente reco-
nhecida na foto, por exemplo por meio de sua roupa ou de sua identificação
na legenda da foto?
▪ Utilização da imagem: a imagem foi usada de forma jornalística ou co-
mercial?
▪ Grau de publicidade da pessoa: a pessoa que teve sua imagem utilizada 
era uma figura pública ou conhecida?
Dependendo da resposta a tais perguntas, pode ser que a divulgação de fotos 
do indivíduo em questão não tenha configurado uma violação à sua imagem.
Podemos concluir, desse modo, que é imprescindível ter responsabilidade 
na hora de se comunicar. O jornalista precisa entender bem a distinção entre 
responsabilização e censura. Quando uma pessoa comete abuso, ela deve ser 
penalizada por suas ações. Isso não quer dizer que ela está sofrendo censura. 
Portanto, compreender conceitos como espaço público, espaço privado, inti-
midade e, sobretudo, direito à privacidade e direito à liberdade de expressão, 
é essencial para o jornalista.
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IMAGINIE. Limites entre a liberdade de expressão e o politicamente correto. Belo Horizonte, 
2019. Disponível em: https://www.imaginie.com.br/enem/exemplo-de-redacao/limites-
-entre-a-liberdade-de-expressao-e-o-politicamente-correto/2231900. Acesso em: 5
maio 2020.
ISIS Valverde comenta polêmica do TV Foco no ‘Encontro’ ao vivo. [S. l.]: Catraca Livre, 
2019. Disponível em: https://catracalivre.com.br/entretenimento/isis-valverde-comenta-
-polemica-do-tv-foco-no-encontro-ao-vivo/. Acesso em: 13 maio 2020.
JORNALISTA que distorceu notícias sobre Gugu e Isis Valverde sairá da Band. Claudia, 14 
dez. 2019. Disponível em: https://claudia.abril.com.br/famosos/jornalista-que-distorceu-
-noticias-sobre-gugu-e-isis-valverde-saira-da-band/. Acesso em: 13 maio 2020. 
Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos
37
LEBRE, L. T. S. B. Liberdade de expressão e privacidade na internet: dialéctica de dois direitos 
humanos na terra de ninguém. [S. l.]: Pisicologia.pt, 2018. Disponível em: https://www.
psicologia.pt/artigos/textos/A1182.pdf. Acesso em: 8 abr. 2020.
NAÇÕES UNIDAS. Declaração universal dos direitos humanos. Rio de Janeiro: UNIC Rio, 
2009. Disponível em: https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.
pdf. Acesso em: 26 mar. 2020. 
NEVES, R. J. Vade mecum da comunicação social. São Paulo: Rideel, 2000.
OLIVEIRA, S. Grazi Massafera reclama de fotos sem permissão ao lado de Caio Castro: 
“apenas parem”. Recife: Blog Social, 2020. Disponível em: https://blogs.ne10.uol.com.
br/social1/2020/04/08/grazi-massafera-reclama-de-fotos-sem-permissao-ao-lado-de-
-caio-castro-apenas-parem/. Acesso em: 13 maio 2020.
RECUERO, R. C. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei nº. 5.250, de 9 de fevereiro de 1967. Regula a liberdade de manifestação do 
pensamento e de informação. Brasília, DF, 1967. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L5250.htm. Acesso em: 5 maio 2020.
CUSTÓDIO, R. M. Os limites da liberdade de expressão: uma coisa é censura, outra é 
responsabilização. [S. l.]: Justificando, 2019. Disponível em: http://www.justificando.
com/2019/05/03/os-limites-da-liberdade-de-expressao-censura-e-responsabilizacao. 
Acesso em: 8 abr. 2020.
LEMOS, A. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 4. ed. Porto 
Alegre: Sulina, 2008.
OAB SP. O limite entre a privacidade e a liberdade de expressão. São Paulo, 2017. Disponí-
vel em: http://www.oabsp.org.br/noticias/2017/10/o-limite-entre-a-privacidade-e-a-
-liberdade-de-expressao.12012. Acesso em: 9 abr. 2020.
VELHO, G. Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade con-
temporânea. 5. ed. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1999.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos
38
DICA DO PROFESSOR
Liberdade de expressão, direito à privacidade e defesa dos direitos humanos são temas 
historicamente relacionados à prática profissional do jornalista, que há séculos exerce a difícil 
tarefa de buscar equilíbrio entre esses pontos, investigando, apurando e denunciando ações dos 
poderosos para a sociedade. De fato, muitos consideram a imprensa o "quarto poder". 
Dado o alcance e a facilidade de uso, vários jornalistas começaram a utilizar as redes sociais 
como ferramenta de divulgação de seu trabalho. O que se pode constatar é que o respeito à 
privacidade, em muitos casos, está longe de ser efetivo, em especial no caso de jornalistas 
mulheres.
Na Dica do Professor, você entenderá melhor essa relação, tendo como foco de análise o 
Twitter. 
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EXERCÍCIOS
1) A liberdade de expressão é um importante preceito democrático, fundamental para a
manutenção e a ordem, em grande parte, das sociedades modernas. Justamente por
causa disso, o Poder Legislativo reiteradamente busca assegurar tal direito.
Dos documentos listados a seguir, somente um não faz alusão à liberdade de
expressão. Qual?
A) Declaração Universal dos Direitos Humanos.
B) Constituição da República Federativa do Brasil.
C) Código de Defesa do Consumidor.
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D) Marco Civil da Internet.
E) Código de Ética do Jornalista.
2) Considerando que "Os direitos humanos, constituindo parte integrante da essência
do homem, e fundamentalmente, enquanto ser social e gregário, tomam um papel
determinante na manutenção na harmonia e salvaguarda da liberdade, paz e justiça
entre os indivíduos, de forma que estes se sintam protegidos de abusos como a
discriminação, a intolerância, a injustiça, a opressão e a escravidão que podem surgir
nesta convivência, bem como sentirem vontade e liberdade em se assumirem com a
dignidade daquilo que são – seres humanos", observe as seguintes asserções:
I - Os direitos humanos são características inerentes à condição de ser humano.
Por isso:
II - Podem ser cassados por outrem e transferidos por outros indivíduos.
Assinale a alternativa correta.
A) A asserção I é falsa, e a asserção II é verdadeira.
B) A asserção I é verdadeira, e a asserção II é falsa.
C) As asserções I e II são verdadeiras, sendo que a II é uma consequência da I.
D) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma consequência da I.
E) As asserções I e II são falsas.
O artigo 5.o da Constituição assegura os direitos dos cidadãos no tocante à liberdade 
de pensamento e expressão. "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País 
3)
40
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade". Com base nesse artigo, considere as seguintes afirmações:
I - Os brasileiros só podem ser obrigados a fazer ou deixar de fazer algo se uma lei 
assim o definir.
II - Sendo o catolicismo, a religião oficial do Brasil, seguir outra religião viola o 
direito de pensamento.
III - A expressão artística, intelectual e científica necessita do selo de aprovação dos 
respectivos Ministérios (das Artes, Cultura e Ciência).
IV - O brasileiros podem se associar da forma como quiserem, desde que a associação 
não seja para fins paramilitares.
Estão corretas as afirmativas:
A) I e II.
B) I e III.
C) I e IV.
D) II e III.
E) II e IV.
Em relação à prática do jornalismo, o atual contexto tecnológico cria oportunidades e 
amplia as modalidades de trabalho e investigação do jornalista. Ao mesmo tempo, 
com a crescente amplitude de alcance dada pela rede digital, cresce também uma 
força contrária exercida no sentido de cercear a atuação do jornalista. Considere as 
seguintes afirmações:
I - A liberdade de expressão via canais digitais não é universal, sendo restrita em 
alguns lugares do planeta.
4)
41
II - Atos terroristas contra órgãos da imprensa são também atentados à liberdade de 
expressão.
III - O narcotráfico e o crime organizado atuam contra os jornalistas muitas vezes 
com a conivência do aparato de segurança do Estado.
IV - Alguns presidentes de países da América têm criticado ou desabonado a prática 
do jornalismo.
Quais das afirmações aplicam-se ao contexto brasileiro?
A) I e II.
B) I e III.
C) I e IV.
D) II e III.
E) III e IV.
Considere o seguinte: No início de 2018, a atriz Paolla Oliveira estava em set de 
filmagem da Rede Globo de Televisão, em Avaré (SP), onde se realizavam as 
filmagens da série "Assédio". A atriz foi fotografadaclandestinamente no processo 
de troca de roupas, e essas fotos passaram a circular pela rede digital. A Rede Globo 
de TV, em comunicado à imprensa, se solidarizou com a atriz, afirmando que 
ocorreu um crime de violação do direito à privacidade da atriz.
Com base no inciso X do art. 5.o da Constituição, que versa sobre os direitos da 
privacidade, considere as seguintes afirmativas:
I - A atriz não estava ciente de que estava sendo fotografada.
II - O local onde a imagem foi captada não era público.
5)
42
III - A personagem interpretada pela atriz aparece nua na minissérie.
IV - Sendo uma figura notória, o direito à privacidade da atriz é relativo.
Quais afirmações justificam o argumento de que um crime contra o direito à 
privacidade foi cometido?
A) I e II.
B) I e III.
C) I e IV.
D) Ii e III.
E) II e IV.
NA PRÁTICA
A questão acerca da liberdade de expressão é polêmica e tem sido palco de acaloradas 
discussões há pelo menos um século. Com o advento da Internet e das redes sociais, essa 
discussão não apenas tornou-se mais complexa como também passou a relacionar-se com os 
direitos dos cidadãos. 
A evolução dos meios de comunicação e das tecnologias digitais traz novas vantagens e 
possibilidades para os cidadãos, mas também cria a oportunidade para novos crimes. À medida 
que os brasileiros passam a viver e a depender dos seus dados digitais, armazenando 
informações pessoais e profissionais, passam a ser alvos de criminosos em busca de dados como 
números de cartões de crédito e informações pessoais. Muitos desses crimes ainda não são 
tipificados pelo Código Penal brasileiro. 
Um fato que trouxe notoriedade e incentivou a discussão acerca do direito à privacidade e dos 
limites à liberdade de expressão ocorreu em 2012 com a atriz Carolina Dieckmann, que teve 
fotos íntimas roubadas e divulgadas na rede digital, as quais foram acessadas mais de 8 milhões 
43
de vezes em apenas quatro dias. Na ocasião da captura dos criminosos, não existia o crime de 
"invasão de dispositivo informático".
Veja, Na Prática, a discussão que se instaurou sobre o direito à privacidade e que gerou a lei que 
ficou conhecida como "Lei Carolina Dieckmann". 
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Observatório da Imprensa – Uma antologia de crítica de mídia no Brasil de 1996 a 2018
O Observatório da Imprensa abriga um extenso acervo de 22 anos de crítica de mídia no Brasil e 
deu origem à criação de um espaço autônomo e plural de crítica do jornalismo. Textos 
relevantes desse acervo compõem a compilação “Observatório da Imprensa – Uma antologia de 
crítica de mídia no Brasil de 1996 a 2018”, organizada pelos jornalistas Pedro Varoni e Lucy 
Oliveira e publicada em formato de e-book pela Editora Casa da Árvore. Recomendamos a 
leitura do capítulo 5 - "2016 até hoje — desinformação em rede."
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Ele riu da condenação? Com a palavra, Danilo Gentili
O comediante e apresentador do programa "The Noite" foi condenado a seis meses de prisão por 
piada que fez com a Deputada Maria do Rosário. Nesta entrevista concedida a Leda Nagle, ele 
explica em detalhes o ocorrido.
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Liberdade, privacidade e direitos humanos
O Comitê Gestor da Internet, ao longo do ano de 2015, realizou um Ciclo de Conferências com 
a participação de cientistas, pensadores, inventores, ativistas e personalidades da Internet. A 
mesa "Liberdade, Privacidade e Direitos Humanos" contou com a participação de Frank La Rue 
(especialista em direitos humanos e direitos trabalhistas) e James Bamford (jornalista americano 
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especialista em órgãos de inteligência). Confira. 
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Como a China "apagou da memória" o Massacre da Praça da Paz Celestial, que completa 
30 anos
A liberdade de expressão não é um direito garantido em todos os países do mundo. Em alguns 
deles, o Estado utiliza de seu poderio para impedir a livre circulação de informações, e a China é 
um exemplo. Nesta matéria da BBC, o jornalista John Sudworth mostra como a China apagou 
fatos do passado recente, como o Massacre da Praça da Paz Celestial.
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Bem-vindo a Fahrenheit 451 (Leia-o ou queime-o!)
"Se não quiser um homem politicamente infeliz, não lhe dê os dois lados de uma questão para 
resolver; dê-lhe apenas um. Melhor ainda, não lhe dê nenhum. Deixe que ele se esqueça de que 
há uma coisa como a guerra. Se o governo é ineficiente, despótico e ávido por impostos, melhor 
que ele seja tudo isso do que as pessoas se preocuparem com isso." Fahrenheit 451 é um 
romance de ficção de Ray Bradbury que fala sobre um mundo onde o controle da informação é 
tamanho que existe uma equipe de profissionais cuja função é queimar livros. Confira essa 
reflexão do canal "Quebrando a Caixa" sobre o tema.
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45
Responsabilidade civil subjetiva, objetiva 
(teoria do risco) e culpa presumida
APRESENTAÇÃO
A responsabilidade civil prevê que um dano causado a alguém deve ser indenizado pelo agente 
causador. Assim, no tocante ao elemento subjetivo, a responsabilidade civil tem como espécies: 
a subjetiva e a objetiva, sendo a culpa elemento integrante ou não da obrigação de reparar o 
dano.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre os tipos de responsabilidade civil. 
Vai estudar a evolução histórica do instituto, dos primórdios até os dias atuais, com enfoque na 
culpa como seu elemento subjetivo. Verá os tipos de responsabilidade civil, os quais são 
definidos com base na análise da existência ou não do elemento subjetivo, qual seja, a culpa. 
Além disso, como muitos temas novos surgem com o desenvolvimento da sociedade, você 
estudará o tratamento dado à responsabilidade civil pelas Cortes Superiores brasileiras.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Verificar a evolução histórica das espécies de responsabilidade civil.•
Explorar as espécies de responsabilidade civil.•
Analisar a aplicação da responsabilidade civil pelas Cortes Superiores.•
DESAFIO
Os conceitos de responsabilidade civil se baseiam na obrigação de reparar um dano causado, 
mesmo que involuntariamente. Com a evolução histórica do instituto, o Estado assumiu a 
função de regular a resolução de tais conflitos.
Analise o seguinte caso e verifique a melhor solução para ele.
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INFOGRÁFICO
Com o Código Civil de 2002 a responsabilidade objetiva ingressou efetivamente no 
ordenamento jurídico brasileiro, mas a prevalência da culpa (responsabilidade subjetiva) 
continua sendo a regra, porém, com a previsão da responsabilidade objetiva em várias 
situações. 
Neste Infográfico você verá os tipos de responsabilidade civil a partir da comprovação ou não 
do elemento culpa.
47
48
CONTEÚDO DO LIVRO
A responsabilidade civil nasceu da necessidade da sociedade resolver de forma 
institucionalizada os conflitos, oriundos do não cumprimento de uma obrigação. O tema 
desenvolveu-se passando de uma ideia de vingança até a reparação pecuniária do dano.
Leia o capítulo Responsabilidade civil subjetiva, objetiva (teoria do risco) e culpa presumida, da 
obra Responsabilidade civil, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem, em que você verá 
os tipos de responsabilidade civil, como a subjetiva, a objetiva e a culpa presumida, e também 
como o tema é tratado pelas Cortes Superiores brasileiras.
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Responsabilidade civil 
subjetiva, objetiva (teoria 
do risco) e culpa presumida
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Verificar a evolução histórica das espéciesde responsabilidade civil.
 Explorar as espécies de responsabilidade civil.
 Analisar a aplicação da responsabilidade civil pelas Cortes Superiores.
Introdução
A responsabilidade civil pressupõe a reparação de um dano causado à 
vítima por meio de uma indenização. Neste capítulo, você vai aprender 
sobre os tipos de responsabilidade civil. Estudará a evolução histórica 
do conceito, dos primórdios até os dias atuais, com enfoque na culpa 
como o seu elemento subjetivo. Verá os tipos de responsabilidade civil, 
os quais são definidos com base na análise da existência ou não do 
elemento subjetivo, ou seja, a culpa. Assim, a culpa define o tipo de 
responsabilidade, que pode ser subjetiva, objetiva e de culpa presumida. 
Além disso, como muitos temas novos surgem com o desenvolvimento 
da sociedade, você estudará o tratamento dado à responsabilidade civil 
pelas Cortes Superiores brasileiras.
Evolução histórica das espécies 
de responsabilidade civil
O instituto da responsabilidade civil se baseia em uma concepção moderna 
da reparação de danos. Nos primórdios da civilização, não existia a noção 
de responsabilidade civil como hoje conhecemos e não se avaliava o seu 
elemento subjetivo: a culpa. 
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As concepções de justiça que regiam as sociedades antigas embasavam o 
pensamento de que o dano injusto, decorrente do descumprimento de um de-
ver contratual ou pela desobediência a um preceito legal, deveria acarretar ao 
devedor o dever de indenizar o ofendido. Embora sejam essas as mesmas ideias 
que perpassam o Direito atual, nem sempre o dever de indenizar recaía sobre o 
patrimônio do devedor. Nesse sentido, a Lei de Talião — “olho por olho, dente 
por dente” — transmitiu ao Direito Romano clássico a concepção de que o credor 
tinha direito de exigir corporalmente do devedor a satisfação da ofensa à obrigação 
contratual ou a lesão a preceito legal (TEPEDINO, 2006). Em contrapartida, a 
Lei de Talião traz a primeira ideia de proporcionalidade na reparação do dano. 
Posteriormente, passou-se à chamada fase da composição tarifada, na qual 
a Lei das 12 Tábuas fixava, em casos concretos, o valor da pena a ser paga pelo 
ofensor, a qual deveria ser proporcional àquele sofrido por ela. Nesse momento, 
o Estado passou a ocupar a posição da vítima, suprindo a sua vontade ao dosar 
a pena a ser paga pelo agente ofensor, substituindo a composição voluntária por 
uma composição obrigatória e, inclusive, tarifada, sendo estipulados valores
para as diversas espécies de lesão ou dano. Essa evolução teve o seu marco
histórico quando, ao assumir a função de punir, o Estado se tornou responsável 
pela ação repressiva, dando origem à ação de indenização.
 Prevaleceu no Direito Romano, inicialmente, a responsabilidade civil 
objetiva, pois não havia a exigência de comprovação do elemento subjetivo 
“culpa” para a exigência das cruéis penas impostas. Porém, a comprovação da 
culpa passou a ser necessária a partir da percepção de que as penas corporais 
constituíam meio impróprio de satisfação do direito lesado e que a sua não 
exigência acarretava situações injustas (TARTUCE, 2011).
A maior evolução da responsabilidade civil ocorreu com o advento da Lex 
Aquilia, que deu origem à denominação da responsabilidade civil delitual ou 
extracontratual, também chamada de responsabilidade aquiliana. Nasceu, 
nesse momento, um princípio geral regulador da reparação do dano, trazendo 
as primeiras ideias de culpa. Foi também nesse momento que surgiram as 
primeiras divisões entre responsabilidade civil e responsabilidade penal.
Com o advento da Lei Poetelia Papiria (326 a.C.), a responsabilidade civil 
passou a ser um vínculo jurídico, isto é, imaterial, sendo que o devedor passou 
a responder pelo débito não mais com seu corpo, mas com o seu patrimônio. 
Essa é a evolução mais próxima do que atualmente se entende por reparação 
civil, que é a compensação do dano em valor pecuniário correspondente. 
Com a criação do código de Napoleão, em 1804, temos o nascimento de um 
modelo da legislação moderna. Ele buscava impedir a interferência abusiva do 
Estado na vida dos cidadãos, trazendo o preceito básico da responsabilidade 
Responsabilidade civil subjetiva, objetiva (teoria do risco) e culpa presumida
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civil extracontratual, com fundamento na culpa efetiva e provada. O art. 
1.382 do Code é claro ao exigir a culpa como elemento da responsabilidade 
civil, enunciando que todo ato de homem que cause dano a terceiro obriga 
o responsável que agiu com culpa a repará-lo (PEREIRA, 1994). Assim, o
código francês instituiu um princípio geral, “[...] obrigando a reparar todos os
danos que uma pessoa causar a outra por sua culpa” (PEREIRA, 1994, p. 6).
A culpa, como condição essencial do dever de indenizar, foi, assim, durante 
muito tempo ao longo da história, a única regra — e cumpria satisfatoriamente a 
sua função na responsabilidade civil. Porém, com o passar dos tempos, percebe-
mos que a culpa sozinha não poderia embasar todo o instituto da responsabilidade 
civil, pois existiam situações que exigiam uma reparação de danos mesmo 
sem a análise do elemento subjetivo culpa. Surgiu, então, a responsabilidade 
objetiva. No ano de 1897, Louis Josserand apontou a responsabilidade objetiva 
como marco evolutivo do tema da responsabilidade civil (PEREIRA, 1994).
A visão de Josserand era diferenciada e inovadora para a sua época, pois, para ele, o 
dano levaria em conta o sujeito passivo do prejuízo, ou seja, a vítima. Como aponta 
Almeida (2007, p. 62), analisando a responsabilidade civil e a obra de Josserand: 
É verdade que a relevância da matéria está intimamente ligada ao 
progresso da humanidade. Tal fato não passou despercebido a Louis 
Josserand, que, já em 1936, observava a existência de causas profundas, 
ao mesmo tempo de ordem social e mecânica, científica e material, 
responsáveis pela prodigiosa e acelerada evolução do instituto da res-
ponsabilidade civil. O desenvolvimento científico, gerador de conforto 
por um lado, mas de perigos e acidentes, por outro, tornou-se fonte 
relevante da responsabilidade civil.
Mais adiante, o autor (ALMEIDA, 2007) refere que a responsabilidade civil, a partir dos 
estudos de Josserand, foi redimensionada para se preocupar mais com a reparação 
do lesado, chegando-se até a excessos nesse sentido.
Da evolução do Direito francês, surgiram dois campos distintos na área da res-
ponsabilidade civil. Na maioria dos casos, continuava-se a examinar a conduta 
do autor do dano e a responsabilidade civil dependia da prova da culpa ou da 
sua presunção. Porém, em outras situações, surgiu a teoria da responsabilidade 
Responsabilidade civil subjetiva, objetiva (teoria do risco) e culpa presumida
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objetiva, na qual se visava garantir a segurança da vítima com base na teoria do 
risco ou na desigualdade de condições entre o autor do dano e a vítima.
Josserand (1941), defensor da teoria do risco desenvolvida por Raymond 
Saleilles, traz como causas da evolução da responsabilidade civil o caráter 
sucessivamente mais perigoso da então vida moderna, na qual o perigo havia se 
intensificado diante da Revolução Industrial, aliada ao aumento da preocupação 
com a reparação do dano e com a vítima do prejuízo. A teoria do risco surge 
como base para a responsabilidade objetiva, na qual os autores defendem que 
todos devem ser responsáveis não somente por seus atos culposos, mas por 
todos aqueles atos que causem dano a terceiros. 
No Brasil, as primeiras noções de responsabilidade civil objetiva surgiram 
com o Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990), o qual prevê algumas 
hipóteses de proteção do consumidor contra produtos e serviços que lhe ofereces-
sem riscos, sem a análise da existência da culpa por parte do causador

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