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Unidade 2 Ambiente Financeiro Rosilda do Rocio do Vale Mercado Financeiro e de Capitais Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autora ROSILDA DO ROCIO DO VALE Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Rosilda do Rocio do Vale Olá. Meu nome é Rosilda do Rocio do Vale. Sou mestre em Administração com ênfase em finanças pela PUCPR, especialista em finanças corporativas e gestão organizacional e graduada em administração. Possuo experiência na área financeira, adquiridas ao longo dos anos realizando operações financeiras em empresa de comércio exterior. Faz sete anos que atuo no ensino superior, em disciplinas nas áreas de finanças e comércio exterior. Sou apaixonada pelo que faço. É muito gratificante poder transmitir meu conhecimento e minha experiência com quem está buscando aprendizado para atingir os seus objetivos pessoais e/ou profissionais. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Seja bem vindo e conte comigo! A AUTORA Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Introdução ao Sistema Financeiro Nacional ................................... 11 Principais conceitos do sistema financeiro nacional ...........................................11 Definição de sistema financeiro .......................................................................14 Sistema financeiro nacional ...................................................................................................19 Conselho Monetário Nacional – CMN ........................................................20 Banco Central do Brasil – BCB ou Bacen .................................................20 Comissão de Valores Mobiliários – CVM ..................................................21 O sistema Financeiro Nacional ............................................................. 22 Estrutura do sistema financeiro nacional .....................................................................22 Banco Central do Brasil - BACEN ...................................................................28 Comissão de Valores Mobiliários – CVM ..................................................28 Instituições especiais ..............................................................................................29 Bancos comerciais e múltiplos ........................................................................31 Política monetária ...................................................................................... 39 Instrumentos de política monetária ...............................................................................39 Recolhimentos compulsórios ...........................................................................41 Operações de mercado aberto .......................................................................42 Redesconto bancário e empréstimo de liquidez ...............................42 Títulos públicos ..............................................................................................................................44 Principais indicadores e títulos públicos .................................................44 Títulos privados ..............................................................................................................................48 Característica dos principais títulos privados ......................................49 Mercado Cambial ....................................................................................... 53 Preço Unitário (PU) de um ativo .........................................................................................53 Anuidades perpétuas .................................................................................................................53 Taxa Interna de Retorno ...........................................................................................................55 Taxa Over .............................................................................................................................................56 Mercado cambial ...........................................................................................................................56 Taxas de câmbio nominal e taxa de câmbio real ...............................61 Regimes cambiais......................................................................................................62 Mercado Financeiro e de Capitais8 UNIDADE 02 AMBIENTE FINANCEIRO Mercado Financeiro e de Capitais 9 Você sabia que o mercado financeiro é muito importante tanto para a vida das pessoas, quanto para as empresas, sejam elas nacionais ou internacionais? É importante, pois qualquer coisa que ocorra no mercado financeiro, vai interferir de forma financeira no caixa das empresas ou no bolso das pessoas em geral. Ultimamente sempre que ligamos a TV em um telejornal, ouvimos os apresentadores falarem que o dólar apresentou um alta ou teve uma leva queda, sim é isso mesmo, pois já fazem alguns meses que o dólar vem se mantendo em alta. E muitas vezes, podemos até pensar que isso não vai interferir em nosso dia a dia, mais sim. Vai impactar sim, pois o dólar impacta diretamente no sistema financeiro o que reflete no meu, no seu bolso e de todos, bem como no caixa das empresas e nos resultados. Entendeu? Ao longo deste estudo você vai mergulhar neste universo! Irá aprender quais são os principais conceitos do sistema financeiro nacional e a estrutura do mesmo e os principais conceitos dos órgãos que os compõe, além de estudar sobre a política monetária e o mercado cambial. INTRODUÇÃO Mercado Financeiro e de Capitais10 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2 - Ambiente Financeiro. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Entender os conceitos do sistema financeiro nacional, bem como seu impacto no sistema econômico. 2. Entender a estrutura e funcionamento do sistema financeiro nacional. 3. Compreender o funcionamento da política monetária. 4. Compreender o funcionamento do mercado cambial. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Mercado Financeiro e de Capitais 11 Introdução ao Sistema Financeiro Nacional INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender os principais conceitos do sistema financeiro nacional, bem como seu impacto no sistema econômico. Isto será fundamental para o entendimento dos demais conteúdos que serão abordados. Bem como no exercício de sua profissão, emespecial se você for atuar no setor financeiro de uma empresa, ou em bancos. Caso contrário você poderá ter dificuldades no entendimento dos demais conteúdos, bem como na execução de tarefas do seu dia a dia no trabalho. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Principais conceitos do sistema financeiro nacional Caro estudante, Lagioia (2011) sugere que para falar sobre sistema financeiro se faça uma abordagem fundamentada nos princípios das instituições que o formam. Particularmente é representado pelos bancos, uma vez que rodo o processo de intermediação financeira é baseado nas suas origens. VOCÊ SABIA? Que o primeiro Banco no Brasil foi instalado quando o Príncipe Regente D. João chegou ao Brasil e, aconselhado por D. Rodrigo, Conde de Linhares, Ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros, determinou a instalação de um banco “banco de troco” que tinha por finalidade fazer chegar aos cofres da coroa o ouro disponível em poder do público. Diante disso, o modelo bancário introduzido no Brasil obedeceu ao perfil europeu, pela influência da família real. Mercado Financeiro e de Capitais12 De acordo com Lagioia (2011) em 12 de outubro de 1808 pelo alvará do Príncipe Regente é criado o primeiro Banco do Brasil, definido como banco de depósitos, descontos e emissão e, a partir de 1836 surgiram novas instituições e também os primeiros bancos estrangeiros. A figura 1 mostra a logo do Banco Brasil, que como já vimos, foi o primeiro banco brasileiro. Figura 3 – Logomarca do Banco do Brasil Fonte: Logo Download De acordo com Lagioia (2011) o período pós-guerra (1946) foi marcado pelo crescimento industrial nos estados do sul do Brasil, quando se iniciava um processo de substituição de importações de bens de consumo duráveis. Época em que predominava a LEI DE USURA que limitava os juros a 12% ao ano, o que impedia o governo de financiar o crescimento industrial através da emissão de títulos públicos. Devido a isso, a emissão de moeda era a única forma de satisfazer às necessidades financeiras, o que contribui para acelerar o processo inflacionário. Na época o sistema financeiro se deparava com deficiências que impediam um processo de intermediação financeira capaz de mobilizar os investimentos, o que significa baixo nível de poupança oficializada. Você não sabe o que é LEI DA USURA? Quer saber mais? Então veja o que diz o Decreto 22.626 de abril de 1933. Mercado Financeiro e de Capitais 13 ACESSE: E leia na integra a publicação original do Decreto 22.626 disponível no link a seguir: https://bit.ly/2WeTsBy Lagioia (2011) diz que ao mesmo tempo em que a produção de automóveis, eletrodomésticos et. se expandia, o crédito era carente. E isso tudo aliado a um processo inflacionário crescente, fazendo com que não existissem os depósitos a prazo. E diante disso, os fundos disponíveis para operar eram em depósitos à vista. Sendo assim, por prudência os bancos só podiam emprestar no curto prazo, sob o risco de promover um desequilíbrio de seu caixa por saques inesperados. E você? Está conseguindo associar o que vimos no que se refere produção, risco e necessidade de recursos, com o que está sendo abordado aqui? Lagioia (2011) diz que enquanto os bancos remuneravam os correntistas a vista até o limite de 12%, ou seja, percentual máximo de juros pagos para os que faziam poupança, eles encontravam uma forma de burlar quando se tratava de fazer operações de crédito, ou seja, emprestar para os que necessitavam de recursos financeiros, os bancos aproveitavam a escassez de recursos em médio prazo que forçava cada vez mais as operações em prazos mais curtos e, passaram a levar significativa vantagem, com isso a rentabilidade proporcionada pela alta rotatividade era conseguida com uma diferença de taxa de até 50% a.a. a Figura 2 mostra o símbolo da porcentagem, pois sempre que nos referimos a taxas, e neste caso em específico taxa de juros, elas são representadas em porcentagem. Mercado Financeiro e de Capitais14 Figura 2 – Símbolo da porcentagem Fonte: Pixabay De acordo com Lagioia (2011) diante das situações apresentadas e outras que ocorreram, viu-se a necessidade de reestruturar o sistema Financeiro Nacional, por meio de uma revisão geral de normas e procedimentos, visando a adequação ao momento econômico e, nos anos 1964/1965 foi realizada a modificação estrutural, com a criação do Conselho Monetário Nacional (CMN) e Banco Central do Brasil (BACEN), e assim constitui a base atual do Sistema Financeiro Nacional (SFN) com a incorporação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 1979. Definição de sistema financeiro De acordo com Pinheiro (2012) o sistema financeiro pode ser visto como uma rede de mercados e instituições que tem por função transferir os fundos disponíveis dos agentes superavitários, ou seja, aqueles cuja renda é maior que seus gastos, para os agentes deficitários, ou seja, aqueles cujas oportunidades de gastos são maiores que sua renda. Parece que você já conhece este assunto? Muito bem. Na unidade 1 abordamos sobre noções de economia e finanças e dentre os temas tivemos a “intermediação financeira”, que tem relação com o tema que estamos abordando aqui. Vamos recordar um pouco? Mercado Financeiro e de Capitais 15 VOCÊ SABIA? Que em 2019 a produção de automóveis aumentou em 2,3% e que as vendas cresceram em 8,6%. Quer saber mais? Acesse o link https://glo.bo/2CdANPE Será que todas as pessoas compraram os automóveis e pagaram a vista? Ou precisaram financiar? E a empresa para produzir os 2,3% a mais de automóveis, talvez precisasse tomar recursos financeiros. Será? E quantos empregos ela gerou? Você já pensou o que essas pessoas que foram contratadas para suprir a demanda de produção, fizeram com sua renda? Em quantos outros setores talvez elas contribuíssem para aumentar a produção, por exemplo: de alimentos, vestuário, etc. E agora para finalizar suas reflexões. Pense em tudo o que já abordamos até agora e veja se você consegue fazer a relação entre (agente superavitário, agente intermediário e agente deficitário). Viu como é importante? Conseguiu? Muito bem. Para melhor compreensão do significado do sistema financeiro, que tal recordar de alguns conteúdos que você já estudou? Pois bem, imagine a renda gerada pelos fatores de produção, tais como trabalho, terra e capital. Esta renda, que pode ser representada pelo salário, aluguel e juros respectivamente, poderá gerar um excedente ou não. Caso gere um excedente, poderíamos denominar esta parte de poupança, ou seja, é a parcela da renda que não foi consumida. Então, aqueles que consomem menos que sua renda são chamados de agentes superavitários. E aqueles Mercado Financeiro e de Capitais16 que estão na posição inversa, ou seja, os que necessitam de poupança alheia para completar as suas necessidades de consumo ou investimentos são os agentes deficitários. Agentes superavitários são os poupadores são pessoas, empresas e instituições públicas que conseguem poupar e aplicam esses recursos e recebem uma remuneração, que é representado pelo juro o qual faz o dinheiro render, e do outro lado temos os agentes deficitários, que são os que necessitam de recursos financeiros e que também podem ser pessoas, empresas e instituições públicas, os quais pagam pelo uso dos recursos tomados, que também é representado pelos juros. Porém, para que os recursos financeiros dos agentes superavitários cheguem até os agentes deficitários, existe o agente intermediário, que são as instituições financeiras (ex. banco) os quais fazem a intermediação financeira. Pinheiro (2012) diz que sistema financeiro pode ser entendido como a soma das unidades operacionais que o compõem e dos responsáveis pelas políticas monetárias, creditícias, cambial e fiscal, que regulam seu funcionamento, bem como dos fluxos monetáriosentre os que dispõem de recursos financeiros e os que deles careçam, para suas atividades de produção e de consumo. Lagioia (2011) diz que o sistema financeiro possui outros valores agregados, mas fundamentalmente aproxima os agentes superavitários dos deficitários ou vice-versa, sem que os mesmos necessariamente precisem se conhecer. Você já havia parado para pensar de onde veem os recursos financeiros que o banco lhe fornece para você financiar seu imóvel, seu automóvel, etc. ou os recursos que financiam máquinas e equipamentos para as empresas? Para você entender melhor o que é e o que faz o sistema financeiro, a figura 3 a seguir mostra a dinâmica do sistema financeiro. Mercado Financeiro e de Capitais 17 Figura 3 - Dinâmica do sistema financeiro Fonte: Adaptado pela autora Pinheiro Você pode ver na figura que as instituições financeiras não realizam apenas empréstimos e financiamentos, realizam muitas outras operações financeiras, as quais serão abordadas no decorrer desta unidade, bem como nas demais unidades. Então, vamos em frente! Com Lagioia (2011) o sistema financeiro pode ser definido como um conjunto de mercados, instituições e instrumentos financeiros que possibilitam a transferência de recursos dos ofertadores finais para os tomadores finais. Sendo que os tomadores finais são os agentes deficitários, Mercado Financeiro e de Capitais18 ou seja, aqueles que não dispõem de excedente de renda e por isso necessitam de recursos para gastar com consumo ou investimento, os quais estão dispostos a pagar juros pelo capital tomado. Enquanto, que os ofertadores finais são os agentes superavitários, os quais possuem excedente de renda, ou seja, pretendem gastar menos do que ganham. E você, é um superavitário ou deficitário? Ou já foi os dois em diferentes momentos de sua vida? A figura 4 mostra a moeda brasileira, pois quando falamos em recursos financeiros ou renda estamos nos referindo ao Real. Figura 4 – “Real” a moeda brasileira Fonte: Pixabay Pinheiro (2012), diz que o sistema financeiro é um dos setores mais regulamentados no mundo. Isso ocorre porque os governos devem aumentar a informação disponível aos participantes, garantir o adequado funcionamento do sistema e melhorar ou exercer o controle sobre a oferta de moeda. Pinheiro (2012) também diz que o sistema financeiro deve acompanhar as exigências e modificações acusadas pela economia, pois se funcionar em sentido oposto, poderá tornar-se um grave obstáculo às atividades produtivas, desestimulando o esforço da coletividade. E agora você está conseguindo entender por que você teve que aprender noções de economia e finanças na Unidade 1? Está conseguindo fazer a relação Mercado Financeiro e de Capitais 19 Figura 5 – Modelo simplificado de intermediação financeira do que você estudou lá com o que está sendo abordado nesta unidade? Sim. Muito bem. Então, vamos adiante. De acordo com Pinheiro (2012) pode-se dizer que as principais funções de um sistema financeiro na economia são: promover a poupança; arrecadar e concentrar a poupança em grandes volumes; transformar a poupança em créditos especiais; encaminhar os créditos às atividades produtivas; e gerenciar as aplicações realizadas e manter um mercado para elas. Sistema financeiro nacional De acordo com Hoji (2012) o Sistema Financeiro Nacional (STF) é formado por instituições que têm como finalidade intermediar o fluxo de recursos entre os poupadores e investidores e os tomadores de recursos, em condições satisfatórias para o mercado. De uma forma simples a figura 5 a seguir, mostra como ocorre a intermediação financeira, ou seja, o sistema financeiro por meio do agente intermediário capta os recursos financeiros do ofertador final que é o agente superavitário e aplica junto ao tomador final que é o agente deficitário .Lhe ajudou? Fonte: Adaptado pela autora Pinheiro Hoji (2012) diz que o mercado financeiro é regulamentado e fiscalizado principalmente pelo Banco Central do Brasil (BCB ou Bacen) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que estão subordinados ao Conselho Monetário Nacional (CMN). Rogante (2009), diz que de acordo com o Banco Central do Brasil, em dezembro de 2005 o sistema financeiro brasileiro contava com 135 bancos. Diz também que os 20 maiores bancos detinham aproximadamente 80% do total de ativos do sistema, em 2001 essa concentração era de cerca Mercado Financeiro e de Capitais20 de 77%. A concentração é consequência da competitividade no setor, obrigando os bancos a atingirem uma maior escala operacional. REFLITA: E você é cliente de algum banco? É um cliente que utiliza os serviços por meio do sistema tradicional (vai até a agência bancária, enfrenta fila, realiza pagamentos no caixa) ou você é mais digital e faz tudo pela internet? Você sabe quais foram os melhores bancos em 2019? Não sabe? Então veja a reportagem que mostra uma pesquisa “Os cinco melhores bancos do Brasil em 2019” foi realizada pela Forbes em parceria com a Estatista e avaliaram os melhores bancos de 23 países, e dentre eles o Brasil. Ficou interessado, então veja quais foram os cinco melhores bancos do Brasil e porque foram eleitos. https://bit.ly/3j1k9Dr Conselho Monetário Nacional – CMN De acordo com Fortuna (2008) o Conselho Monetário Nacional, é um órgão normativo e não lhe cabem funções executivas, o mesmo é responsável pela fixação das diretrizes das políticas monetária, creditícia e cambial do país. A Medida Provisória 542 de 06/94, que criou o Plano Real, simplificou a composição da CMN, caracterizando seu perfil monetário, que passou a ser integrado pelo Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, e Presidente do Banco Central. Segundo Hoji (2012) o CMN é o órgão mais importante do Sistema Financeiro Nacional, ou seja, é a entidade superior do sistema financeiro e, é presidido pelo Ministro da Fazenda. Banco Central do Brasil – BCB ou Bacen De acordo com Fortuna (2008) o Banco Central do Brasil é a entidade criada para atuar como órgão executivo central do sistema financeiro, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as Mercado Financeiro e de Capitais 21 disposições que regulam o funcionamento do STF e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O Bacen está sediado em Brasília, possuindo representações regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Hoji (2012) diz que a missão institucional do Bacen é zelar pela estabilidade do poder de compra da moeda e solidez do sistema financeiro. Comissão de Valores Mobiliários – CVM De acordo com Fortuna (2008) a Comissão de Valores Mobiliários, foi criada pela Lei 6.385 em 07 de dezembro de 1976, até aquela data não tinha uma entidade que realizasse a regulamentação e a fiscalização do mercado de capitais, especialmente no que se referia às sociedades de capitais aberto. E a CVM foi fixada como o órgão normativo do sistema financeiro, especificamente voltado para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado de valores mobiliários, exceto os emitidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional. Segundo Hoji (2012) a principal atribuição da CVM é a regulação e fiscalização da emissão e negociação de títulos pelas companhias abertas. Você está lembrado o que é uma companhia aberta, ou seja, uma empresa de capital aberto? Lembrou? Isso mesmo, na unidade 1 quando foi abordado sobre decisão de financiamento, foi colocada uma definição por meio de uma nota. RESUMINDO: Neste capitulo foi lhe apresentado, como surgiu o primeiro banco no Brasil e os principais conceitos sobre o sistema financeiro nacional. Vale destacar que os agentes deficitários e superavitários são (governo, empresas e famílias) e que os agentes intermediários são as instituições financeiras, as quais possibilitam que os recursosfinanceiros dos agentes superavitários cheguem até os agentes deficitários. Mercado Financeiro e de Capitais22 O sistema Financeiro Nacional INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender a estrutura do Sistema financeiro nacional (SFN) e as principais características das instituições financeiras que o compõem. A necessidade de conhecimento do sistema financeiro é crescente ao longo do tempo, explicada pela importância que exerce na economia e no segmento empresarial de um país, como também pela maior complexidade que suas operações vêm apresentando no cotidiano. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Estrutura do sistema financeiro nacional De acordo com Assaf Neto (2014) o sistema financeiro é composto por um conjunto de instituições financeiras públicas e privadas existentes no país, e seu órgão normativo máximo Conselho Monetário Nacional (CMN), os quais visam transferir recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários. Assaf Neto (2014) diz que todo o processo de desenvolvimento de uma economia exige a participação crescente de capitais, os quais são identificados por meio da poupança disponível em poder dos agentes econômicos e direcionados para os setores produtivos carentes de recursos mediante intermediários e instrumentos financeiros. E é em função desse processo de distribuição de recursos no mercado que se evidencia a função econômica e social do sistema financeiro. Segundo Assaf Neto (2014) o Sistema Financeiro Nacional foi estruturado e regulado pela Lei de Reforma Bancária (1864), Lei do Mercado de Capitais (1965) e, mais recentemente, com a Lei de Criação dos Bancos Múltiplos (1988). Mercado Financeiro e de Capitais 23 De acordo com Assaf Neto (2014) as instituições podem ser classificadas em dois tipos: bancárias ou monetárias e não bancárias ou não monetárias. Segundo Assaf Neto (2014) as instituições financeiras bancárias são aquelas a quem se permite a criação de moeda por meio de depósitos à vista, operam basicamente com ativos financeiros monetários que representam os meios de pagamento da economia. Essas instituições são representadas fundamentalmente pelos bancos comerciais e múltiplos. Você sabe o que são Bancos Comercial e múltiplo? Não. Fique tranquilo que veremos mais adiante. SAIBA MAIS: As instituições bancárias (ou monetárias) são aquelas que podem captar depósitos a vista, e usar esses recursos para realizarem empréstimos e financiamentos, geralmente de curto e médio prazo, as pessoas físicas e jurídicas. São criadoras de moedas escritural através do efeito multiplicador do crédito. Enquanto que as instituições financeiras não bancárias (ou não monetárias) não recebem depósito à vista. A figura 6 exemplifica que os as instituições bancárias movimentam com moeda, (Real). Figura 6 – Moeda brasileira atual Fonte: Pixabay Mercado Financeiro e de Capitais24 Conforme Assaf Neto (2014) as instituições financeiras não bancárias, ao contrário das bancárias, não estão legalmente autorizadas a receber depósitos a vista e, portanto, não existe a faculdade de criação de moeda. Essas instituições trabalham basicamente com ativos não monetários, tais como ações, letras de câmbio, certificados de depósitos bancários, debêntures, etc. São constituídas por praticamente todas as instituições financeiras que operam no mercado financeiro, exceto bancos comerciais e bancos múltiplos. Você consegue identificar a diferença entre as instituições financeiras bancárias das não bancárias? Vou lhe apresentar um exemplo de instituições não bancárias, tenho certeza que vai lhe ajudar. As instituições não bancárias são sociedades corretoras, bancos de investimento, sociedades de arrendamento mercantil, etc. Conseguiu entender? Talvez agora você esteja se perguntando o que são corretoras de valores ou banco de investimento, nunca ouvi falar. Ouviu sim. Certamente você já deve ter visto na TV os comerciais da XP Investimentos. Ainda não. Então acesse o link a seguir e você saberá mais. Pode navegar a vontade, certamente vai lhe agregam muito conhecimento. EXEMPLO: https://bit.ly/2OpNcTq O Sistema Financeiro Nacional é composto por diversas instituições, as quais segundo Kerr (2011) podem ser agrupadas em dois grandes subsistemas. Sendo que o primeiro é o subsistema normativo, que edita as normas que regem o sistema financeiro e fiscaliza suas aplicações, o qual é composto dos órgãos normativos propriamente ditos e das entidades supervisoras. Conforme Kerr (2011) o segundo é o subsistema operador ou de intermediação financeira, que é composto das instituições que fazem a Mercado Financeiro e de Capitais 25 intermediação financeira entre agentes superavitários e agentes deficitários do Sistema Financeiro Nacional. Para que você possa entender melhor, vou lhe apresentar o conceito de outro autor, o qual detalha melhor cada um dos subsistemas. Vamos lá, ver o que Assaf Neto tem para nos dizer? Assaf Neto (2014) diz que subsistema normativo é responsável pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições, fiscaliza e regulamenta suas atividades por meio principalmente do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central do Brasil (Bacen). E a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão normativo de apoio do sistema financeiro, o qual atua mais especificamente no controle e fiscalização do mercado de valores mobiliários (ações e debêntures). Assaf Neto (2014) diz que se enquadram também no sistema normativo mais três outras instituições financeiras que apresentam um caráter especial de atuação, assumindo certas responsabilidades próprias e interagindo com vários outros segmentos do mercado financeiro, como é o caso do Banco do Brasil (BB), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal (CEF). No que se refere ao subsistema de intermediação ou operador, Assaf Neto (2014) diz que essas instituições são classificadas em bancárias e não bancárias, de acordo com a capacidade que apresentam de emitir moeda, instituições auxiliares do mercado e instituições definidas como não financeiras, porém integrantes do mercado financeiro. Também faz parte dessa classificação o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) O que são instituições bancárias e não bancárias, você lembra? Já abordamos anteriormente nesta unidade. Para que possa melhor entender a estrutura do sistema financeiro nacional, vou lhe apresentar a figura 7. Mercado Financeiro e de Capitais26 Figura 7 – Estrutura do sistema financeiro nacional Fonte: Adaptado pela autora Mercado Financeiro e de Capitais 27 Quer saber mais sobre as diversas instituições que compõem o sistema financeiro nacional? Vamos lá. Conselho Monetário Nacional - CMN De acordo com Assaf Neto (2014) o Conselho Monetário Nacional é um órgão eminentemente normativo, o mesmo não desempenha nenhuma atividade executiva. A CMN estabelece as diretrizes para o bom funcionamento e processa todo o controle do sistema financeiro nacional, influenciando as ações de órgãos normativos como BNDES. A principal atribuição do Conselho Monetário é a formulação de toda a política de moeda e do crédito, que tem como objetivo atender aos interesses econômicos e sociais do país. De acordo com Assaf Neto (2014, p. 43) as principais atribuições do Conselho Monetário são: • fixar as diretrizes e as normas da política cambial, regulamentar as operações de câmbio, visando ao controle da paridade da moeda e ao equilíbrio do balanço de pagamentos; • regulamentar, sempre que julgar necessário as taxas de juros, comissões e qualquer outra forma de remuneração praticada pelas instituições financeiras; • regular a constituição e o funcionamento das instituições financeiras, bem como zelar pela liquideze solvência; • estabelecer as diretrizes para as instituições financeiras; • acionar medidas de prevenção ou correção de desiquilíbrio econômicos, surtos inflacionários, etc; • disciplinar todos os tipos de créditos e orientar as instituições financeiras no que se refere a aplicação de seus recursos, tendo como objetivo promover desenvolvimento equilibrado da economia; • regular as operações de redescontos e as operações no âmbito do mercado aberto. Mercado Financeiro e de Capitais28 Assaf Neto (2014) diz que o Conselho Monetário Nacional é atualmente composto pelo Ministro da Fazenda o qual é o presidente, Ministro do Planejamento e o Presidente do Banco Central. Banco Central do Brasil - BACEN Conforme Assaf Neto (2014) o Banco Central do Brasil é o principal poder executivo das políticas traçadas pelo Conselho Monetário Nacional é órgão fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional. Assaf Neto (2014) diz que se pode tratar o Banco Central como um banco fiscalizador e disciplinador do mercado financeiro, também é considerado um executor da política monetária, ao executar o orçamento monetário em um banco do governo, na gestão da dívida pública interna e externa. O Banco Central atua em negociações de títulos públicos de emissão do Tesouro Nacional, tendo como objetivo regular a demanda e a oferta da moeda na economia e as taxas de juros. De acordo com Kerr (2011) o Banco Central responde pela defesa do poder de compra da moeda nacional e, tem como objetivos: zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas internacionais em nível adequado; estimular a formação de poupança; zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro. No Brasil a cunhagem (impressão) da moeda é realizada com exclusividade pela Casa da Moeda, e a emissão da moeda (entrega do numerário ao sistema bancário) é de responsabilidade do Banco Central. Comissão de Valores Mobiliários – CVM Segundo Assaf Neto (2014) a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia vinculada ao poder executivo (Ministério da Fazenda), que age sob a orientação do Conselho Monetário Nacional, é administrada por um presidente e quatro diretores, todos nomeados pelo Presidente da República. A CVM tem por finalidade básica a normatização, fiscalização e o controle do mercado de valores mobiliários, representado principalmente por ações, partes beneficiárias e debêntures, commercial Mercado Financeiro e de Capitais 29 papers e outros títulos emitidos pelas sociedades anônimas e autorizadas pelo Conselho Monetário Nacional. De acordo com Kerr (2001) as principais funções da CVM são assegurar o funcionamento eficiente e regular os mercados de bolsa e de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários; evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado; assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham emitido; assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; estimulara a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular aplicação permanente em ações do capital social das companhias abertas. Caro estudante, são muitas informações a respeito da CVM, infelizmente não é possível abordar tudo aqui neste material, por isso abordei somente as principais informações, mas sei que você quer saber mais a respeito da CVM. Por isso, estou lhe disponibilizando o site da CVM lá você encontrará muitas informações importante que certamente vão agregar muito para seu conhecimento. Vamos lá? Acesse o link a seguir. https://bit.ly/3gYV9Li . Instituições especiais Conforme você observou na figura que mostra a estrutura do Sistema Financeiro Nacional (STF), temos as instituições especiais que são: o Banco do Brasil, o BNDES e a Caixa Econômica Federal, agora vamos saber um pouco mais sobre cada uma dessas instituições. Segundo Assaf Neto (2014) o Banco do Brasil é uma sociedade anônima de capital misto, cujo controle acionário é exercido pela União. No desenvolvimento de suas atividades o Banco do Brasil assume três funções: agente financeiro do Governo Federal, na execução de sua política creditícia e financeira e atua sob a supervisão do CMN, e dentre as operações realizadas ele recebe os tributos e rendas federais, realiza os pagamentos da União, recebe depósitos compulsórios, bem como pode executar a política de comércio exterior, etc. A outra função Mercado Financeiro e de Capitais30 é de Banco Comercial, quando exerce atividades tais como: mantém conta corrente de pessoas físicas e jurídicas, opera com caderneta de poupança, concede créditos de curto prazo aos vários segmentos da economia, executa operações de descontos, além de outras funções de bancos comerciais. A terceira função exercida é a de um Banco de Investimento e Desenvolvimento. É um Banco de investimento quando operar em algumas modalidades de crédito a médio e longo prazo, podendo financiar atividades rurais, comerciais, industriais e de serviços. E atua como Banco de Desenvolvimento quando fomenta a economia de diferentes regiões, ao atender a suas necessidades creditícias, objetiva o fortalecimento do setor empresarial do país por meio do apoio a setores estratégicos e às pequenas e médias empresas nacionais. De acordo com Pinheiro (2012) o BNDES é um órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e tem como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do Brasil, que resultem na melhoria da competitividade da economia brasileira e a elevação da qualidade de vida da sua população. O objetivo principal dos bancos de desenvolvimento é proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médios e longos prazos, de programas e projetos que visem promover o desenvolvimento econômico e social, conforme determinação governamental. De acordo com Assaf Neto (2014) a Caixa Econômica Federal (CEF) é uma instituição financeira pública que atua de forma autônoma e apresenta um objetivo claramente social, pois é o principal agente do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), atuando no segmento da casa própria, principalmente no segmento de baixa renda. A CEF ao longo do tempo vem alternando os diversos programas de financiamento à aquisição ou construção da casa própria, procurando viabilizar o acesso da população mais pobre à moradia. Assaf Neto (2014) diz que a CEF também executa atividades características de bancos comerciais e múltiplos, como recebimento de depósitos a vista e a prazo, cadernetas de poupança, concessão de empréstimos sob consignação com desconto em folha de pagamento, Mercado Financeiro e de Capitais 31 etc. Segundo Assaf Neto (2014) os estatutos da CEF preveem outros objetivos, tais como: administrar com exclusividade os serviços das lotéricas federais; constituir-se no principal arrecadador do FGTS; ter o monopólio das operações de penhor. Você sabia que o principal objetivo da Caixa Econômica Federal é social? SAIBA MAIS: Atualmente a Caixa Econômica Federal (CEF) é o maior banco público da América Latina, focado em grandes operações comerciais, mas ainda assim não perdendo seu lado social, pois a mesma é centralizadora de operações como FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), PIS (Programa de Integração Social) e Habitação Popular (PAR – Programa de Arrendamento Residencial, por meio de carta de crédito, FGTS entre outros). É agente pagador do Bolsa-Família, o qual é um programa de complementação de renda do Governo Federal e do Seguro Desemprego. Bancos comerciais e múltiplos Conforme você já viu na estrutura do sistema financeiro nacional temos o subsistema de intermediação ouoperacional, o qual é composto por instituições bancárias e não bancárias, as quais atuam em operações de intermediação financeira, e elas estão divididas em cinco grandes grupos de instituições (Bancárias; Não Bancárias; Sistema de Poupança e Empréstimo – SPE; Auxiliares e Instituições Não Financeiras). Que tal sabermos mais sobre essas instituições? Assaf Neto diz (2014) diz que as instituições financeiras bancárias, englobam os Bancos Comerciais, Bancos Múltiplos e Caixas Econômicas. Então vamos saber quais são as principais características dessas instituições financeiras bancárias. De acordo com Assaf Neto (2014) os Bancos Comerciais são instituições financeiras constituídas obrigatoriamente sob a forma de sociedades anônimas. Mercado Financeiro e de Capitais32 NOTA: De acordo com o artigo 1º do capítulo 1, da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, a companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. De acordo com Hoji (2012) os Bancos Comerciais, por suas múltiplas funções, constituem a base do sistema monetário. Os mesmos são intermediários financeiros que têm o objetivo de conseguir os recursos necessários para financiar a curto e médio prazo o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas. No que refere-se às atividades realizadas pelos bancos comerciais, segundo Assaf Neto (2014) os bancos comerciais têm a prestação de serviços como uma importante atividade, podendo realizar pagamentos de cheques, transferências de fundos e ordens de pagamentos, cobranças diversas, recebimentos de impostos e tarifas públicas, aluguel de cofres e custódia de valores. De acordo com Assaf Neto (2014) os bancos vêm apresentando rápida evolução em sua estrutura de funcionamento, procurando adaptar suas operações e produtos a um mercado cada vez mais exigente e globalizado. Com relação ao tipo de atendimento dispensado, de acordo com Assaf Neto (2014) as instituições financeiras costumam atuar como private bank, em que atendem pessoas físicas de elevada renda e/ ou patrimônio; personal bank, em que dão atendimento a pessoas físicas de alta renda e, muitas vezes, a pequenas e médias empresas; corporate bank, são voltados preferencialmente para empresas (pessoa jurídica) de grande porte. Sei que você está aí tentando lembrar-se de uma empresa de grande porte. Então vou lhe ajudar, estou disponibilizando o link com o ranking das 20 maiores empresas brasileiras de capital aberto em 2019. Vamos acessar e conferir quais são? https://bit.ly/2Ca4WQ2 Mercado Financeiro e de Capitais 33 De acordo com Assaf Neto (2014) o Governo vem incentivando os bancos a realizarem fusões e incorporações, e assim diminuindo consideravelmente o número de redes bancárias e promovendo um acentuado incremento na quantidade de agências. Assaf Neto (2014) diz que os objetivos de concentração, são para reduzir, via economia de escala, o custo operacional e, consequentemente, o custo final do dinheiro, e elevar a eficiência administrativa e produtividade das instituições, capacitando-os a atuar em contextos de maior competitividade. Maia (2014) diz que o setor bancário brasileiro foi palco de grandes fusões, em 1996, havia no Brasil 247 bancos, em 1998, apenas 208. Poucos foram os liquidados de pelo Banco Central, a grande diferença deve-se a fusões ou aquisições. Você lembra de algum banco que fez fusão ou incorporação? Não lembrou? Então vou lhe ajudar, acesse o link a seguir e leia a matéria sobre a incorporação do HSBC pelo Bradesco. SAIBA MAIS: Sobre incorporação do banco HSBC pelo banco Bradesco: https://bit.ly/2ZpOVyi De acordo com Assaf Neto (2014) os bancos múltiplos surgiram como reflexo da própria evolução dos bancos comerciais e crescimento do mercado. Hoji (2012) diz que os bancos múltiplos foram criados com a finalidade de racionalizar a administração das instituições financeiras. Pois várias instituições financeiras do mesmo grupo econômico constituem-se em uma única instituição financeira com personalidade jurídica própria, com a consequente redução de custos operacionais. Um banco múltiplo pode ter as seguintes carteiras: comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de desenvolvimento e de arrendamento mercantil. Assaf Neto (2014) diz que para que uma instituição seja configurada como um banco múltiplo, ela deve operar pelo menos duas das carteiras apresentadas, sendo que uma delas necessariamente deve ser de banco comercial ou Mercado Financeiro e de Capitais34 de banco de investimento. Para que você possa melhor entender, o banco múltiplo é como se fosse vários bancos dentro de um único banco. Ficou mais claro o que é um banco múltiplo? Que tal, lembrar-se de um ou mais banco múltiplo. Os bancos múltiplos podem ser bancos privados ou públicos. A Caixa Econômica Federal é um banco público e, também um banco múltiplo, pois ela trabalha com mais de uma carteira. Está lembrado da figura que mostra a estrutura do Sistema Financeiro Nacional? Sim? Ótimo, como vimos na figura, no subsistema de intermediação temos as instituições financeiras não bancárias, é o que veremos agora. Vamos lá? De acordo com Assaf Neto (2014) as instituições classificadas como instituições financeiras não bancárias são as que não apresentam capacidade de emitir moeda ou meios de pagamentos, como os bancos comerciais. Dentre elas estão os bancos de investimento; bancos de desenvolvimento; as sociedades de crédito, financiamento e investimento; as sociedades de arrendamento mercantil; as cooperativas de crédito, as sociedades de crédito imobiliário e, as associações de poupança e empréstimo. Quer saber mais sobre eles? Vamos lá? De acordo com Hoji (2012) a principal função dos Bancos de Investimentos é a de intermediar recursos de médio e longo prazo para financiamento de capital fixo ou de giro das empresas. Esses bancos não podem captar recursos por meio de depósitos a vista, eles captam recursos por meio de Certificados de Depósitos Bancário (CDBs) e Recibos de Depósito Bancário (RDBs), ou pela venda de cotas de fundos de investimento. Assaf Neto (2014) diz que os bancos de investimentos podem dedicar-se também a prestação de vários tipos de serviços, tais como: avais, fianças, custódias, administração de carteiras de títulos e valores mobiliários, etc. Hoji (2012) diz que dentre os Bancos de Desenvolvimento, o BNDES destaca-se como o principal agente do Governo Federal para financiamento de médio e longo prazo. As instituições de fomento regionais são o Banco do Nordeste do Brasil e o Banco da Amazônia. Os Mercado Financeiro e de Capitais 35 bancos de desenvolvimento estaduais são controlados pelos governos estaduais, e repassam recursos oficiais e externos. Assaf Neto (2014) diz que os bancos de desenvolvimento apóiam formalmente o setor privado da economia, por meio principalmente de operações de empréstimos e financiamentos, arrendamento mercantil, garantias entre outras. Segundo Assaf Neto (2014) as sociedades de crédito, financiamento e investimento, mas conhecidas como financeiras, dedicam-se basicamente ao financiamento de bens duráveis às pessoas físicas (usuários finais) por meio do mecanismo denominado crédito direto ao consumidor – CDC. As financeiras podem também realizar repasses de recursos governamentais, financiar profissionais autônomos legalmente habilitados e conceder crédito pessoal. Você conseguiu entender o que é uma financeira? Não? Então vou lhe disponibilizar De acordo com Hoji (2012) as sociedades de arrendamento mercantil são mais conhecidas por empresas de leasing. Essas empresas captam recursos por meio da emissão de debentures e empréstimos de médio e longo prazo e financia a compra de bens como máquinas e veículos.Assaf Neto (2014) diz que essas instituições também praticam operações de cessões de créditos, que consistem na negociação das contraprestações dos contratos de arrendamento realizados com outras instituições financeiras. Os principais tipos de leasing, são: leasing operacional, leasing financeiro e lease-back. Assaf Neto (2014) diz que as cooperativas de crédito são instituições voltadas a oferecer créditos a prestar determinados serviços financeiros a seus associados. De acordo com a legislação em vigor a cooperativa de crédito é equiparada a uma instituição financeira, tendo seu funcionamento regulado e autorizado pelo Banco Central. Os recursos são captados dos associados através de depósitos a vista e a prazo, e também de empréstimos, repasses e refinanciamentos de outras instituições financeiras, bem como podem receber doações. A concessão de crédito pode ser realizada mediante empréstimos, descontos de títulos e financiamentos. Mercado Financeiro e de Capitais36 Segundo Assaf Neto (2014) as sociedades de crédito imobiliário são voltadas para o financiamento de operações imobiliárias, que envolvem a compra e venda de bens imóveis. Também prestam apoio financeiro a outras operações do setor imobiliário, como vendas de loteamentos, incorporações de prédios, etc. Os recursos são levantados por meio de letras imobiliárias e caderneta de poupança. VOCÊ SABIA? Que a MRV e Participações S.A. é a maior incorporadora e construtora brasileira no segmento de empreendimentos residenciais populares, e já está no mercado a mais de 40 anos. Conforme Assaf Neto (2014) as sociedades de poupança e empréstimos (APEs) são instituições financeiras que atuam também na área habitacional, por meio de financiamentos imobiliários, fazem parte do Sistema Brasileiro de Poupança (SBPE) atuam de forma restrita em determinada região e, a principal alternativa de captação financeira é a caderneta de poupança, cujos depositantes são pessoas físicas. Você está lembrado que na figura da estrutura do SFN, temos o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE, e Assaf Neto (2014) diz que com a extinção do Banco Nacional de Habitação (BNH), o sistema financeiro de habitação do Brasil passou a ser constituído praticamente pelas instituições integrantes do SBPE, que são: Caixa Econômica Federal, sociedade de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimos e bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário. A captação de recursos é identificada principalmente pelas cadernetas de poupança e pelos fundos do FGTS. De acordo com a estrutura do SFN no subsistema de intermediação, estão as instituições auxiliares, que são formadas pelas bolsas de valores, sociedades corretoras, sociedades distribuidoras e, agentes autônomos de investimentos. Vamos ver o que os autores têm a nos dizer a respeito delas? Mercado Financeiro e de Capitais 37 De acordo com Hoji (2012) as bolsas de valores, de mercadorias e de futuros são instituições constituídas pelas corretoras de valores para fornecer a infraestrutura do mercado de ações, mercadorias e futuros. A principal função da bolsa é a de manter um local adequado para as negociações de compra e venda de ações, mercadorias e índices. Esse local chama-se pregão e, as operações feitas fora das bolsas são chamadas operações de balcão. A única bolsa que negocia ações no Brasil é a BM&FBovespa, criada em 2008 com a fusão entre a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e a Bolsa de valores de São Paulo (Bovespa). Porém em 22 de março de 2017, a partir de uma fusão da Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip) com a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa) foi criada a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), é uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro no mundo, com atuação em ambiente de bolsa e de balcão, a mesma está localizada na cidade de São Paulo, na rua XV de novembro no Centro da cidade. Caro estudante, se você ainda não visitou, sugiro realizar uma visita, assim que tiver uma oportunidade. Duas vezes no ano eu levo meus alunos e posso lhe afirmar que vale a pena pelo conhecimento que se adquire lá, já teve alunos meus que a partir da visita passaram a realizar investimentos em ações. Ficou interessado e quer saber mais sobre a B3, acesse o site o que está disponível no link a seguir e navegue a vontade. https://bit.ly/2ZpPzvI De acordo com Assaf Neto (2014) as sociedades corretoras são instituições que efetuam, com exclusividade, a intermediação financeira nos pregões das bolsas de valores. No que refere-se as sociedades distribuidoras, Assaf Neto (2014) diz que são instituições intermediárias de títulos e valores mobiliários, cujo os objetivos básicos se assemelham aos das corretoras. Assaf Neto (2014) diz que os agentes autônomos de investimentos são pessoas físicas credenciadas pelas instituições financeiras intermediárias (corretoras, distribuidoras, bancos e financeiras) para Mercado Financeiro e de Capitais38 atuarem na colocação de títulos e valores mobiliários e outros serviços financeiros no mercado, recebendo em troca uma comissão. Vamos recordar a estrutura do SFN, lá temos as instituições não financeiras, que de acordo com Assaf Neto (2014) as sociedades de fomento comercial – factoring são empresas comerciais (não financeiras) que operam por meio de aquisições de duplicatas, cheque, etc, de forma similar a uma operação de desconto bancário. Hoji (2012) diz que as factoring não estão sujeitas às normas do Banco Central. RESUMINDO: Neste capítulo você aprendeu como que é composta a estrutura do Sistema Financeiro Nacional e quais são os principais conceitos e as atividades de cada um dos órgãos que compõem. Mercado Financeiro e de Capitais 39 Política monetária INTRODUÇÃO: Ao término deste estudo você será capaz de compreender o funcionamento da política monetária. Irá adquirir conhecimentos a respeito de quais são os títulos públicos e privados disponíveis no mercado financeiro. Se um dia desejar se tornar um investidor já terá os conhecimentos básicos. Vamos lá aprender! Instrumentos de política monetária De acordo com Assaf Neto (2014) a política monetária enfatiza sua atuação sobre os meios de pagamento, títulos públicos e taxas de juros, modificando o custo e o nível de oferta do crédito. A política monetária é geralmente executada pelo Banco Central de cada país, o qual possui poderes e competência próprios para controlar a quantidade de moeda na economia. Conforme Assaf Neto (2014) o Banco Central administra a política monetária por intermédio dos seguintes instrumentos clássicos de controle monetário: recolhimento de compulsórios; operação de mercado aberto (open market) e, políticas de redesconto bancário e empréstimos de liquidez. De acordo com Assaf Neto (2014) uma política monetária é expansionista quando eleva a liquidez da economia, injetando maior volume de recursos nos mercados e elevando, em consequência, os meios de pagamentos. Com isso, dinamizando o consumo e o investimento agregados, o que gera reflexos positivos sobre a expansão da atividade econômica. Essa situação é geralmente adotada em momentos de retração do nível da economia. Assaf Neto (2014) diz que por outro lado, uma política é restritiva quando as autoridades monetárias promovem redução dos meios de pagamento da economia, retraindo a demanda agregada (consumo e investimento) e a atividade econômica. As medidas restritivas são tomadas Mercado Financeiro e de Capitais40 sempre que o crescimento da demanda e dos investimentos empresariais se situarem acima da capacidade da oferta de moeda da economia. Essa política visa restringir a oferta de crédito e elevar seu custo de forma a adequar ao consumo e o investimento agregado à oferta monetária da economia. De acordo com Assaf Neto (2014) devido à falta desincronização entre os momentos dos recebimentos e os vencimentos dos compromissos financeiros, faz com que as pessoas e empresas mantenham dinheiro disponível em caixa para efetuar seus pagamentos correntes; o dinheiro deixado em caixa como precaução para despesas imprevistas; e o aproveitamento de oportunidades especulativas com relação a certos ativos (ações, imóveis, etc.). Diante dos motivos expostos, pode-se afirmar que a demanda por moeda numa economia se eleva à medida que se produz mais renda, ou seja, que a atividade produtiva agrega mais riqueza. Por outro lado, a procura decresce, quando as taxas de juros crescem, gerando maiores expectativas de ganhos aos investidores, e também o aumento intenso do processo inflacionário, o qual destrói a capacidade de compra da moeda pela alta provocada nos preços dos bens e serviços. A figura 8 representa que a moeda (dinheiro) pode induzir ao consumo e investimento e que a velocidade que ela gira é importante para o equilíbrio. Figura 8 - Moeda X consumo e investimento Fonte: Pixabay Mercado Financeiro e de Capitais 41 Assaf Neto (2014) também diz que a velocidade com que a moeda circula é relevante no estabelecimento de um equilíbrio monetário, pois indica como o estoque de moeda está girando na economia. O exemplo a seguir vai lhe ajudar entender melhor como ocorre. EXEMPLO: Se Existe um montante de $ 3 bilhão de unidades monetárias lastreando os fluxos de pagamentos e recebimentos de uma economia, e cada moeda é utilizada uma única vez no ano, então o lastro monetário cobre exatamente operações no valor de $3 bilhões. Porém, se a moeda for utilizada mais de uma vez, sua quantidade será capaz de financiar um volume também maior de transações. Se a moeda girar duas vezes, ela será capaz de financiar operações no montante de $6 bilhões; se girar três vezes viabiliza negócios de $9 bilhões. Assaf Neto (2014) diz que a velocidade com que uma moeda gira na economia ajusta-se no tempo pelas taxas de juros, alterações de hábitos de pagamentos dos agentes (uso do cartão de crédito), expectativas conjunturais, etc. Recolhimentos compulsórios De acordo com Hoji (2012) o Banco Central utiliza o depósito compulsório para inibir o crescimento indesejado do multiplicador bancário e regular o nível de expansão monetária. Assaf Neto (2014) diz que os recolhimentos compulsórios representam o percentual incidente sobre os depósitos captados pelos bancos (comerciais, múltiplos e caixas econômicas) que devem ser colocados a disposição do Banco Central. É um instrumento de controle monetário bastante eficiente, já que atua diretamente sobre os meios de pagamentos através do multiplicador bancário. De acordo com Assaf Neto (2014) sempre que as autoridades monetárias alterarem as taxas de recolhimento compulsório, é modificado o multiplicador bancário e, consequentemente, os meios de pagamento da economia, determinando a expansão ou a retração da atividade econômica. Mercado Financeiro e de Capitais42 EXPLICANDO MELHOR: Quanto maior o recolhimento compulsório, menor o volume de dinheiro disponível na economia e maior é a taxa de juros cobrada pelos bancos nos empréstimos. Enquanto que, recolhimento compulsório menor libera mais recursos na economia, elevando a oferta de dinheiro e reduzindo, em consequência a taxa de juros cobrada. Operações de mercado aberto Segundo Assaf Neto (2014) as operações de mercado aberto (open Market) funcionam como um instrumento bastante ágil de política monetária a fim de melhor regular o fluxo monetário da economia e influenciar os níveis das taxas de juros em curto prazo. As operações de mercado aberto são fundamentadas por meio da compra e venda de títulos da dívida pública no mercado. Sendo que uma expansão no volume dos meios de pagamentos da economia eleva a liquidez e reduz as taxas de juros, então, as autoridades monetárias intervêm no mercado, resgatando (adquirindo) títulos públicos em poder dos agentes econômicos. Sendo que, ao contrário ao desejar limitar a oferta monetária (reduzir a liquidez do mercado) e ao mesmo tempo elevar as taxas de juros vigentes em curto prazo, a postura assumida é de emitir e colocar em circulação novos títulos da dívida pública. Redesconto bancário e empréstimo de liquidez De acordo com Assaf Neto (2014) o Banco Central costuma realizar diversos empréstimos para as instituições financeiras, conhecidos por empréstimos de assistência a liquidez, visando equilibrar suas necessidades de caixa diante de um aumento mais acentuado de demanda por recursos de seus depositantes, a taxa de juros cobrada pelo Banco Central nessas operações é denominada de taxa de redesconto. Assaf Neto (2014) dia que a taxa de redesconto age, ao mesmo tempo, sobre o nível de liquidez monetária da economia e, também, sobre as taxas de juros praticados pelos bancos. Se a taxa cobrada no redesconto for menor àquela adotada pelo mercado, as instituições Mercado Financeiro e de Capitais 43 financeiras são incentivadas a elevar a oferta de crédito, porém, se ao se elevar a taxa de redesconto, reduz-se em consequência, a oferta de crédito no mercado, incentivando um aumento das taxas de juros. NOTA: O instrumento de redesconto é muito utilizado como forma de incentivar a atividade econômica, elevando a oferta de empréstimos em longo prazo para determinados setores estratégicos ao desenvolvimento econômico. No Brasil essa política vem sendo adotada como auxílio financeiro aos bancos que passam eventualmente por dificuldades financeiras, colaborando para o saneamento do seu caixa. O Quadro 1, mostra um resumo das decisões tomadas para promover a contração ou expansão da liquidez da economia, pode-se observar que na 1ª coluna os instrumentos de controle monetário, os quais já foram conceituados anteriormente, e são utilizados para contrair ou expandir a liquidez da economia, observe quais são as ações e/ou impactos quando apresenta maior liquidez e quando se tem menor liquidez. Quadro 1 - Decisões para contrair ou expandir a liquidez da economia Fonte: Adaptado pela autora EXPANSIONISTA Maior Liquidez RESTRITIVA Menor Liquidez Depósitos Compulsórios Diminui o percentual de recolhimento Aumenta o percentual de recolhimento Mercado Aberto Open Market Governo injeta dinheiro na economia adquirindo títulos públicos Governo retira dinheiro da economia vendendo títulos públicos Política de Redesconto Bancário Autoridade monetária reduz a taxa de juro e aumenta o prazo da operação Autoridade monetária aumenta a taxa de juro e reduz o prazo da operação Mercado Financeiro e de Capitais44 Títulos públicos De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) os títulos públicos são a forma pela qual o poder público se financia no mercado financeiro, com finalidades específicas, como o refinanciamento da dívida pública, o financiamento do déficit orçamentário, bem como outras operações com fins específicos e definidos em lei. Os títulos públicos são acessíveis ao grande público através do sistema do Tesouro Direto. NOTA: No Tesouro Direto o mercado tem acesso a um sistema de negociação de títulos públicos federais em mercado de varejo, que funciona diretamente com o investidor e, a operação pode ser feita diretamente pela internet. Uma das principais características dos negócios com o Tesouro Direto é que a liquidez é garantida pelo Tesouro Nacional. Principais indicadores e títulos públicos De acordo com Assaf Neto (2014) no Brasil os títulos públicos podem ser emitidos pelos três níveis do poder executivo (Federal, Estadual e Municipal) com rendimentos Pós-fixados, Prefixados e Indexados ao dólar. Porém, Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) dizem que na prática os títulos de grande circulação no mercado financeiro são os títulos federais, os quais são de responsabilidade do Tesouro Nacional e distribuídos sob iniciativado Banco Central do Brasil. De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) os títulos públicos são ativos de renda fixa que se constituem em opção de investimento para investidores em geral. Nos governos federal, estadual e municipal, as emissões servem para: refinanciar a dívida pública; financiar o déficit orçamentário e, realizar operações com fina específicos definidos em lei. Mercado Financeiro e de Capitais 45 Conforme Assaf Neto (2014) os títulos públicos federais são adquiridos no mercado primário por instituições financeiras por meio de leilões, promovidos pelo Banco Central e, posteriormente, podem ser negociadas no mercado secundário para outras instituições financeiras ou não financeiras. Entende-se por mercado primário onde são negociados, pela primeira vez, os valores são emitidos pelas companhias, ou seja, quem vende os valores mobiliários (ações, por exemplo) são as próprias companhias emissoras, as quais utilizam os recursos para financiar seus investimentos. Esses valores são, em sequência revendidos no mercado secundário para os investidores em geral. O mercado secundário registra unicamente a transferência de propriedade dos títulos e valores mobiliários. O funcionamento do mercado secundário ocorre principalmente nas Bolsas de Valores, as quais viabilizam aos investidores a oportunidade de realizarem novos negócios com títulos anteriormente emitidos. De acordo com Assaf Neto (2014) os títulos pós fixados tem a rentabilidade atrelada à variação de algum índice de preços previamente selecionadas ou taxa de juros, alguns dos indexadores são o IPCA, IGPM, taxa SELIC, e assim por diante. Você lembrou-se desses indicadores? Isso mesmo, nós já os vimos na unidade 1. Muito bem, vamos em frente. Assaf Neto (2014) diz que os títulos prefixados não possuem indexadores e tem a rentabilidade definida no momento da compra, sendo garantida ao investidor desde que permaneça com o papel até o seu vencimento, ou seja, não realize venda antecipada. Segundo Assaf Neto (2014) os títulos federais negociados no mercado financeiro, visam: à consecução da política monetária estabelecida pelo Governo, regulando o fluxo dos meios de pagamentos da economia; financiar o déficit orçamentário e de caixa do governo e; prover o Governo de fundos para realizar os investimentos públicos necessários na economia. Assaf Neto (2014) diz que a gestão da dívida pública federal, interna e externa, é de responsabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional Mercado Financeiro e de Capitais46 (STN) e que o Banco Central é o agente financeiro do Tesouro Nacional, e responsável pelos negócios (compra e venda) com títulos mobiliários internos, visando exclusivamente a execução da política monetária. O quadro 2, apresenta o principais títulos federais do Tesouro Nacional em negociação no Brasil, bem como o tipo de rentabilidade e a forma de resgate de cada um dos títulos. Quadro 2 - Principais títulos do Tesouro Nacional TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL PRINCIPAIS INFORMAÇÕES DO TÍTULO Letras do Tesouro Nacional (LTN) Títulos com rentabilidade definida (taxa fixa) no momento da compra. Forma de pagamento: no vencimento. Letras Financeiras do Tesouro (LFT) Títulos com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros básica da economia (taxa média de operações diárias com títulos públicos registrados no sistema SELIC, ou, simplesmente, taxa Selic). Forma de Pagamento: no vencimento. Notas do Tesouro Nacional (NTN–C série - C) Título com rentabilidade vinculada à variação do IGP-M, acrescida de juros definidos no momento da compra. Ideal para formar poupança de médio e longo prazo, garantindo seu poder de compra. Forma de pagamento: semestralmente (juros) e no vencimento (principal). Nota do Tesouro Nacional (NTN–B – série B Título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra. Ideal para formar poupança de médio e longo prazo, garantindo seu poder de compra. Forma de pagamento: semestralmente (juros) e no vencimento (principal). Mercado Financeiro e de Capitais 47 Fonte: Adaptado pela autora Nota do Tesouro Nacional (NTN –B Principal)–série B: Título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra. Não há pagamento de cupom de juros semestral, e é ideal para formar poupança de médio e longo prazo, garantindo seu poder de compra. Forma de pagamento: no vencimento (principal). Nota do Tesouro Nacional (NTN-F)- série F: Título com rentabilidade prefixada, acrescida de juros definidos no momento da compra. Forma de pagamento: semestralmente (juros) e no vencimento (principal). Certificado do Tesouro Nacional (CTN) Tem como objetivo levantar recursos visando cobrir déficits orçamentários. É atualizado por um indicador da economia. Certificado Financeiro do Tesouro (CFT) O objetivo é atender as finalidades específicas em lei. O prazo de emissão é definido no momento do seu lançamento, bem como a taxa de juro oferecida também é definida na emissão, sendo calculada sobre o valor nominal atualizado. Certificado da Dívida Pública (CDP) Tem como objetivo exclusivo a quitação de débitos junto ao Instituto Nacional de Segurança (INSS). NOTA: O investidor não é obrigado a manter o título até o seu vencimento, pois a negociação desses papéis ocorre à taxa do dia, podendo ser diferente da taxa da contratação. Porém o investidor garante a rentabilidade do título somente se manter o título até o seu vencimento. Mercado Financeiro e de Capitais48 Títulos privados De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) as ações das companhias, que circulam nos mercados de bolsa de valores e de balcão organizado, atingiram novo patamar nos últimos anos, e estão entre as alternativas de investimentos mais em evidência entre os investidores. Kerr (2011) diz que no mercado de capitais negociam-se valores mobiliários, como ações, comercial papers e debentures. De acordo com Pinheiro (2012) os ativos financeiros podem ser diferenciados em ativos de renda fixa e ativos de renda variável ou ações. Sendo que os ativos de renda fixa representam promessas de pagamento futuros de valores específicos e em datas estipuladas, nesses ativos os investidores conhecem antecipadamente os fluxos monetários que vão obter, os títulos de renda fixa podem ser emitidos pelo governo ou por uma empresa. Enquanto que os ativos de renda variável são aqueles em que não há um conhecimento prévio dos rendimentos futuros e o valor de resgate pode assumir valores, iguais ou inferiores ou igual ao valor aplicado. As ações e as debêntures conversíveis em ações são os produtos de renda variável de mais destaque e, talvez, os mais popularmente conhecidos pelos investidores no mercado de capitais. Pinheiro (2012) diz que as características principais dos ativos financeiros concentram-se em: liquidez, que é a facilidade e rapidez em recuperar o valor nominal investido, ou seja, a capacidade de conversibilidade em outros bens ou ativos; risco, que dependerá de um conjunto de variáveis relacionadas com o emissor, o mercado e outros fatores diversos e; rentabilidade, que é a capacidade de ganho que esses ativos podem auferir aos seus possuidores. Em geral a rentabilidade depende da liquidez e do risco. SAIBA MAIS: Um ativo financeiro é um instrumento que canaliza a poupança até o investimento. Sendo que as empresas em sua busca por financiamento podem acudir ao mercado mediante os ativos financeiros emitindo ações ou emitindo títulos de dívida. Pode-se dizer que um ativo, consiste em algo que possuímos e que tem um valor de troca. Mercado Financeiro e de Capitais 49 Característica dos principais títulos privados De acordo com Ferreira (2012) as ações são títulos de participação negociáveis, que representam parte do capital social de umaempresa, ou seja, as ações são títulos de propriedade de uma parte do capital social da empresa que a emitiu e, que confere ao seu possuidor o direito de participação no resultado da mesma. O acionista é, portanto, proprietário de uma parcela da empresa, correspondente ao número de ações que possui. Ferreira (2012) diz também, que as ações são títulos de renda variável e que apesar da oscilação de preço no curto prazo, é preciso ter em mente que uma ação é um ativo real que dá direito a participar da rentabilidade da empresa e, que cedo ou tarde o preço de uma ação acaba convergindo para a evolução dos lucros. Segundo Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) as ações podem ser negociadas em mercados organizados (bolsa de valores) e por serem objetos de negociação diária, os preços das ações podem aumentar ou diminuir de acordo com o maior ou menor interesse dos investidores. Caro estudante observe a figura 9 a seguir ela ilustra o painel de uma bolsa de valores, na qual pode observar que determinada ação aumentou ou diminuiu, e você pode observar olhando o sinal de positivo ou negativo junto a cada percentual que aparece na tela, sendo o percentual que está acompanhado do sinal positivo a ação está operando em alta em relação ao dia anterior, enquanto que o percentual que está acompanhado do sinal negativo a ação está operando em baixa em relação ao dia anterior. E dessa forma uma determinada ação pode render mais ou menos no decorrer de um dia, dependendo da movimentação da mesma. Essa oscilação pode ocorrer por diversos motivos, algo que aconteça no mercado interno ou externo, seja positivo ou negativo. Lembra o que aconteceu com as ações da Petrobras na época de início das investigações da operação Lava Jato? Lembrou? De acordo com Kerr (2011) atualmente as ações funcionam como uma conta corrente cujos valores são lançados a débito ou a crédito dos acionistas, e não há movimentação física de documentos, mas nominativa. Kerr (2012) diz que hoje em dia, no Brasil, há somente ações escriturais Mercado Financeiro e de Capitais50 nominativas, as ON (ordinárias nominativas) e as PN (preferenciais nominativas), que podem ser emitidas em séries diferentes identificadas pelas letras do alfabeto. Sendo assim. Uma mesma empresa pode ter ações ON, PNA, PNB. SAIBA MAIS: Ações escriturais são ações que não são representadas por cautelas ou certificados, funcionando como um registro eletrônico, no qual os valores são lançados a débito ou crédito dos acionistas, não havendo movimentação física de documentos. Nesse caso, elas são escriturado por um banco, também conhecido como escriturador, que é fiel depositário das ações da companhia, processa os pagamentos de direitos e resultados e as transferências de propriedade na forma da lei, comprovando esse processamento através de extratos bancários. Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) apresentam algumas características essenciais das ações: a ação é considerada contabilmente como um crédito não exigível do acionista para com a companhia; não tem prazo de resgate; do ponto de vista da companhia, é o instrumento básico para levantar recursos financeiros a fim de cumprir com seus objetivos sociais; é representada materialmente por um certificado denominado cautela; atualmente, é predominantemente em formato escritural, através de extrato bancário comprovador da propriedade. De acordo com Kerr (2012) debênture é um título emitido por uma sociedade anônima, previamente autorizada pela CVM, com a finalidade de captar recursos de médio e de longo prazo, destinados normalmente a financiamento de projetos de investimentos ou alongamento de perfil do passivo, ou seja, são títulos emitidos por empresas quando precisam captar recursos a médio e longo prazos. Caracteriza-se como um título de valor mobiliário, com remuneração baseada em taxas de renda fixa. As debêntures podem ser emitidas por sociedades anônimas ou em comandita por ações, de capital aberto ou fechado. Mercado Financeiro e de Capitais 51 As sociedades anônimas de capital fechado geralmente são empresas familiares e têm um número restrito de sócios portadores das ações. Já as sociedades anônimas de capital aberto estão necessariamente registradas na CVM, e são obrigadas a fornecer ao mercado uma série de informações de caráter econômico, social e financeiro, pois suas ações podem ser negociadas na bolsa de valores ou no mercado de balcão. Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) as debêntures estão entre os mais antigos tipos de investimentos do Brasil e que a legislação original, do tempo do império, que regula a comunhão de debenturistas, mantém- se até o momento. Pela legislação atual, a debênture pode ser emitida por companhia aberta ou fechada, ou por sociedades em comandita por ações, mas a emissão pública é reservada apenas às companhias abertas com registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Caro estudante, sei do seu anseio por conhecimento e que você ficou interessado em querer saber mais, então estou lhe disponibilizando o link no qual você encontrará muita informação referente debêntures. https://bit.ly/30aSuaM. De acordo com Assaf Neto (2014) commercial papers, são títulos de crédito emitidos visando à captação pública de recursos para o capital de giro das empresas, ou seja, no curto prazo. O título é negociado no mercado, constituindo-se em importante mecanismo de financiamento para as companhias de capital aberto. Como vantagem em relação às operações convencionais de empréstimos, o baixo custo financeiro e a maior agilidade em tomar recursos no mercado. Além dos juros pagos, a empresa emitente dos títulos incorre também nas despesas de emissão, tais como registro na CVM, publicações, etc. Esses títulos são negociados sem garantia, podendo oferecer garantia de fiança bancária. Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) dizem commercial papers que são títulos que podem ter remuneração prefixada ou pós fixada, sendo que a prefixada é a mais comum. Você já deve ter lido na internet ou visto em telejornais algo do tipo, o Brasil foi rebaixado por uma determinada agência de risco. Então para que da próxima vez que você assistir isso na Mercado Financeiro e de Capitais52 TV, lei o que está no Saiba Mais, bem como acesse o link que estou lhe disponibilizando. De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) nos países desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos, tanto as debentures como os comercial papers têm um forte mercado secundário, e esses títulos costuma ser avaliados e classificados pelas agências especializadas em classificação de risco, principalmente as debêntures. Há inúmeras agências classificadoras de risco, algumas com nomes bem conhecidos como: Moody’s, Standard & Poors, Fitc Ratings e Tompson. ACESSE: Acesse o link e tenha mais informações a respeito das agências classificadoras de risco. https://bit.ly/2Wkw0Tr De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudge (2009 alguns títulos privados de investimentos, emitidos por instituições financeiras, de modo a agilizar e respaldar operações de intermediação financeira para companhias e para pessoas físicas e outras sociedades comerciais, são: Certificado de Depósito Bancário (CDB); Cédula de Crédito Bancário (CCB); Cédula de Crédito Imobiliário (CCI); Cédula de Produto Rural (CPR); Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI); Certificado de Potencial Adicional de Construção (CEPAC); Letra de Crédito Imobiliário (LCI), etc. RESUMINDO: Neste capítulo você teve a oportunidade de aprender sobre a política monetária, sua importância para a economia, bem como aprendeu quais são os principais títulos públicos e privados do sistema financeiro. Mercado Financeiro e de Capitais 53 Mercado Cambial INTRODUÇÃO: Ao término deste estudo você será capaz de compreender o funcionamento do mercado cambial. Verá que o mercado cambial inclui as operações
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