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eBookdaUnidade2 economia mercado financeiro e capitais

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Unidade 2
Ambiente 
Financeiro
Rosilda do Rocio do Vale
Mercado 
Financeiro e de 
Capitais
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autora 
ROSILDA DO ROCIO DO VALE
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
 Rosilda do Rocio do Vale
Olá. Meu nome é Rosilda do Rocio do Vale. Sou mestre em 
Administração com ênfase em finanças pela PUCPR, especialista 
em finanças corporativas e gestão organizacional e graduada em 
administração. Possuo experiência na área financeira, adquiridas ao longo 
dos anos realizando operações financeiras em empresa de comércio 
exterior. Faz sete anos que atuo no ensino superior, em disciplinas 
nas áreas de finanças e comércio exterior. Sou apaixonada pelo que 
faço. É muito gratificante poder transmitir meu conhecimento e minha 
experiência com quem está buscando aprendizado para atingir os seus 
objetivos pessoais e/ou profissionais. Por isso fui convidada pela Editora 
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito 
feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Seja 
bem vindo e conte comigo!
A AUTORA
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo 
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha 
de aprendizagem toda vez que:
ICONOGRÁFICOS
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova com-
petência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Introdução ao Sistema Financeiro Nacional ................................... 11
Principais conceitos do sistema financeiro nacional ...........................................11
Definição de sistema financeiro .......................................................................14
Sistema financeiro nacional ...................................................................................................19
Conselho Monetário Nacional – CMN ........................................................20
Banco Central do Brasil – BCB ou Bacen .................................................20
Comissão de Valores Mobiliários – CVM ..................................................21
O sistema Financeiro Nacional ............................................................. 22
Estrutura do sistema financeiro nacional .....................................................................22
Banco Central do Brasil - BACEN ...................................................................28
Comissão de Valores Mobiliários – CVM ..................................................28
Instituições especiais ..............................................................................................29
Bancos comerciais e múltiplos ........................................................................31
Política monetária ...................................................................................... 39
Instrumentos de política monetária ...............................................................................39
Recolhimentos compulsórios ...........................................................................41
Operações de mercado aberto .......................................................................42
Redesconto bancário e empréstimo de liquidez ...............................42
Títulos públicos ..............................................................................................................................44
Principais indicadores e títulos públicos .................................................44
Títulos privados ..............................................................................................................................48
Característica dos principais títulos privados ......................................49
Mercado Cambial ....................................................................................... 53
Preço Unitário (PU) de um ativo .........................................................................................53
Anuidades perpétuas .................................................................................................................53
Taxa Interna de Retorno ...........................................................................................................55
Taxa Over .............................................................................................................................................56
Mercado cambial ...........................................................................................................................56
Taxas de câmbio nominal e taxa de câmbio real ...............................61
Regimes cambiais......................................................................................................62
Mercado Financeiro e de Capitais8
UNIDADE
02
AMBIENTE FINANCEIRO
Mercado Financeiro e de Capitais 9
Você sabia que o mercado financeiro é muito importante tanto para 
a vida das pessoas, quanto para as empresas, sejam elas nacionais ou 
internacionais? É importante, pois qualquer coisa que ocorra no mercado 
financeiro, vai interferir de forma financeira no caixa das empresas ou no 
bolso das pessoas em geral. Ultimamente sempre que ligamos a TV em 
um telejornal, ouvimos os apresentadores falarem que o dólar apresentou 
um alta ou teve uma leva queda, sim é isso mesmo, pois já fazem alguns 
meses que o dólar vem se mantendo em alta. E muitas vezes, podemos 
até pensar que isso não vai interferir em nosso dia a dia, mais sim. Vai 
impactar sim, pois o dólar impacta diretamente no sistema financeiro o 
que reflete no meu, no seu bolso e de todos, bem como no caixa das 
empresas e nos resultados. Entendeu? Ao longo deste estudo você vai 
mergulhar neste universo! Irá aprender quais são os principais conceitos 
do sistema financeiro nacional e a estrutura do mesmo e os principais 
conceitos dos órgãos que os compõe, além de estudar sobre a política 
monetária e o mercado cambial.
INTRODUÇÃO
Mercado Financeiro e de Capitais10
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2 - Ambiente Financeiro. Nosso 
propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de 
aprendizagem até o término desta etapa de estudos:
1. Entender os conceitos do sistema financeiro nacional, bem 
como seu impacto no sistema econômico.
2. Entender a estrutura e funcionamento do sistema financeiro 
nacional. 
3. Compreender o funcionamento da política monetária.
4. Compreender o funcionamento do mercado cambial. 
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho! 
OBJETIVOS
Mercado Financeiro e de Capitais 11
Introdução ao Sistema Financeiro 
Nacional
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender os 
principais conceitos do sistema financeiro nacional, bem como 
seu impacto no sistema econômico. Isto será fundamental para 
o entendimento dos demais conteúdos que serão abordados. 
Bem como no exercício de sua profissão, emespecial se você 
for atuar no setor financeiro de uma empresa, ou em bancos. 
Caso contrário você poderá ter dificuldades no entendimento 
dos demais conteúdos, bem como na execução de tarefas do 
seu dia a dia no trabalho. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá. Avante!
Principais conceitos do sistema financeiro 
nacional
Caro estudante, Lagioia (2011) sugere que para falar sobre sistema 
financeiro se faça uma abordagem fundamentada nos princípios das 
instituições que o formam. Particularmente é representado pelos bancos, 
uma vez que rodo o processo de intermediação financeira é baseado nas 
suas origens.
VOCÊ SABIA?
Que o primeiro Banco no Brasil foi instalado quando o 
Príncipe Regente D. João chegou ao Brasil e, aconselhado 
por D. Rodrigo, Conde de Linhares, Ministro da Guerra e dos 
Negócios Estrangeiros, determinou a instalação de um banco 
“banco de troco” que tinha por finalidade fazer chegar aos 
cofres da coroa o ouro disponível em poder do público. Diante 
disso, o modelo bancário introduzido no Brasil obedeceu ao 
perfil europeu, pela influência da família real.
Mercado Financeiro e de Capitais12
De acordo com Lagioia (2011) em 12 de outubro de 1808 pelo alvará 
do Príncipe Regente é criado o primeiro Banco do Brasil, definido como 
banco de depósitos, descontos e emissão e, a partir de 1836 surgiram 
novas instituições e também os primeiros bancos estrangeiros. A figura 1 
mostra a logo do Banco Brasil, que como já vimos, foi o primeiro banco 
brasileiro.
Figura 3 – Logomarca do Banco do Brasil
Fonte: Logo Download
De acordo com Lagioia (2011) o período pós-guerra (1946) foi 
marcado pelo crescimento industrial nos estados do sul do Brasil, quando 
se iniciava um processo de substituição de importações de bens de 
consumo duráveis. Época em que predominava a LEI DE USURA que 
limitava os juros a 12% ao ano, o que impedia o governo de financiar o 
crescimento industrial através da emissão de títulos públicos. Devido a 
isso, a emissão de moeda era a única forma de satisfazer às necessidades 
financeiras, o que contribui para acelerar o processo inflacionário. Na 
época o sistema financeiro se deparava com deficiências que impediam 
um processo de intermediação financeira capaz de mobilizar os 
investimentos, o que significa baixo nível de poupança oficializada. Você 
não sabe o que é LEI DA USURA? Quer saber mais? Então veja o que diz o 
Decreto 22.626 de abril de 1933.
Mercado Financeiro e de Capitais 13
ACESSE:
E leia na integra a publicação original do Decreto 22.626 
disponível no link a seguir: https://bit.ly/2WeTsBy
Lagioia (2011) diz que ao mesmo tempo em que a produção de 
automóveis, eletrodomésticos et. se expandia, o crédito era carente. E 
isso tudo aliado a um processo inflacionário crescente, fazendo com que 
não existissem os depósitos a prazo. E diante disso, os fundos disponíveis 
para operar eram em depósitos à vista. Sendo assim, por prudência os 
bancos só podiam emprestar no curto prazo, sob o risco de promover 
um desequilíbrio de seu caixa por saques inesperados. E você? Está 
conseguindo associar o que vimos no que se refere produção, risco e 
necessidade de recursos, com o que está sendo abordado aqui?
Lagioia (2011) diz que enquanto os bancos remuneravam os 
correntistas a vista até o limite de 12%, ou seja, percentual máximo de 
juros pagos para os que faziam poupança, eles encontravam uma forma 
de burlar quando se tratava de fazer operações de crédito, ou seja, 
emprestar para os que necessitavam de recursos financeiros, os bancos 
aproveitavam a escassez de recursos em médio prazo que forçava 
cada vez mais as operações em prazos mais curtos e, passaram a levar 
significativa vantagem, com isso a rentabilidade proporcionada pela alta 
rotatividade era conseguida com uma diferença de taxa de até 50% a.a. a 
Figura 2 mostra o símbolo da porcentagem, pois sempre que nos referimos 
a taxas, e neste caso em específico taxa de juros, elas são representadas 
em porcentagem.
Mercado Financeiro e de Capitais14
Figura 2 – Símbolo da porcentagem
Fonte: Pixabay
De acordo com Lagioia (2011) diante das situações apresentadas 
e outras que ocorreram, viu-se a necessidade de reestruturar o sistema 
Financeiro Nacional, por meio de uma revisão geral de normas e 
procedimentos, visando a adequação ao momento econômico e, nos 
anos 1964/1965 foi realizada a modificação estrutural, com a criação do 
Conselho Monetário Nacional (CMN) e Banco Central do Brasil (BACEN), e 
assim constitui a base atual do Sistema Financeiro Nacional (SFN) com a 
incorporação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 1979.
Definição de sistema financeiro
De acordo com Pinheiro (2012) o sistema financeiro pode ser visto 
como uma rede de mercados e instituições que tem por função transferir 
os fundos disponíveis dos agentes superavitários, ou seja, aqueles cuja 
renda é maior que seus gastos, para os agentes deficitários, ou seja, 
aqueles cujas oportunidades de gastos são maiores que sua renda. 
Parece que você já conhece este assunto? Muito bem. Na unidade 1 
abordamos sobre noções de economia e finanças e dentre os temas 
tivemos a “intermediação financeira”, que tem relação com o tema que 
estamos abordando aqui. Vamos recordar um pouco? 
Mercado Financeiro e de Capitais 15
VOCÊ SABIA?
Que em 2019 a produção de automóveis aumentou em 2,3% e 
que as vendas cresceram em 8,6%. Quer saber mais? Acesse 
o link https://glo.bo/2CdANPE 
Será que todas as pessoas compraram os automóveis e pagaram 
a vista? Ou precisaram financiar? E a empresa para produzir os 2,3% a 
mais de automóveis, talvez precisasse tomar recursos financeiros. Será? 
E quantos empregos ela gerou? Você já pensou o que essas pessoas 
que foram contratadas para suprir a demanda de produção, fizeram com 
sua renda? Em quantos outros setores talvez elas contribuíssem para 
aumentar a produção, por exemplo: de alimentos, vestuário, etc. E agora 
para finalizar suas reflexões. Pense em tudo o que já abordamos até agora 
e veja se você consegue fazer a relação entre (agente superavitário, agente 
intermediário e agente deficitário). Viu como é importante? Conseguiu? 
Muito bem.
Para melhor compreensão do significado do sistema financeiro, 
que tal recordar de alguns conteúdos que você já estudou? Pois bem, 
imagine a renda gerada pelos fatores de produção, tais como trabalho, 
terra e capital. Esta renda, que pode ser representada pelo salário, aluguel 
e juros respectivamente, poderá gerar um excedente ou não. Caso gere 
um excedente, poderíamos denominar esta parte de poupança, ou seja, é 
a parcela da renda que não foi consumida. Então, aqueles que consomem 
menos que sua renda são chamados de agentes superavitários. E aqueles 
Mercado Financeiro e de Capitais16
que estão na posição inversa, ou seja, os que necessitam de poupança 
alheia para completar as suas necessidades de consumo ou investimentos 
são os agentes deficitários.
Agentes superavitários são os poupadores são pessoas, empresas 
e instituições públicas que conseguem poupar e aplicam esses recursos 
e recebem uma remuneração, que é representado pelo juro o qual faz o 
dinheiro render, e do outro lado temos os agentes deficitários, que são 
os que necessitam de recursos financeiros e que também podem ser 
pessoas, empresas e instituições públicas, os quais pagam pelo uso dos 
recursos tomados, que também é representado pelos juros. Porém, para 
que os recursos financeiros dos agentes superavitários cheguem até os 
agentes deficitários, existe o agente intermediário, que são as instituições 
financeiras (ex. banco) os quais fazem a intermediação financeira. 
Pinheiro (2012) diz que sistema financeiro pode ser entendido como 
a soma das unidades operacionais que o compõem e dos responsáveis 
pelas políticas monetárias, creditícias, cambial e fiscal, que regulam seu 
funcionamento, bem como dos fluxos monetáriosentre os que dispõem 
de recursos financeiros e os que deles careçam, para suas atividades 
de produção e de consumo. Lagioia (2011) diz que o sistema financeiro 
possui outros valores agregados, mas fundamentalmente aproxima os 
agentes superavitários dos deficitários ou vice-versa, sem que os mesmos 
necessariamente precisem se conhecer. Você já havia parado para pensar 
de onde veem os recursos financeiros que o banco lhe fornece para você 
financiar seu imóvel, seu automóvel, etc. ou os recursos que financiam 
máquinas e equipamentos para as empresas? Para você entender melhor 
o que é e o que faz o sistema financeiro, a figura 3 a seguir mostra a 
dinâmica do sistema financeiro.
Mercado Financeiro e de Capitais 17
Figura 3 - Dinâmica do sistema financeiro
Fonte: Adaptado pela autora Pinheiro
Você pode ver na figura que as instituições financeiras não realizam 
apenas empréstimos e financiamentos, realizam muitas outras operações 
financeiras, as quais serão abordadas no decorrer desta unidade, bem 
como nas demais unidades. Então, vamos em frente!
 Com Lagioia (2011) o sistema financeiro pode ser definido como 
um conjunto de mercados, instituições e instrumentos financeiros que 
possibilitam a transferência de recursos dos ofertadores finais para os 
tomadores finais. Sendo que os tomadores finais são os agentes deficitários, 
Mercado Financeiro e de Capitais18
ou seja, aqueles que não dispõem de excedente de renda e por isso 
necessitam de recursos para gastar com consumo ou investimento, os 
quais estão dispostos a pagar juros pelo capital tomado. Enquanto, que 
os ofertadores finais são os agentes superavitários, os quais possuem 
excedente de renda, ou seja, pretendem gastar menos do que ganham.
E você, é um superavitário ou deficitário? Ou já foi os dois em 
diferentes momentos de sua vida? 
A figura 4 mostra a moeda brasileira, pois quando falamos em 
recursos financeiros ou renda estamos nos referindo ao Real.
Figura 4 – “Real” a moeda brasileira
Fonte: Pixabay
Pinheiro (2012), diz que o sistema financeiro é um dos setores mais 
regulamentados no mundo. Isso ocorre porque os governos devem 
aumentar a informação disponível aos participantes, garantir o adequado 
funcionamento do sistema e melhorar ou exercer o controle sobre a oferta 
de moeda. Pinheiro (2012) também diz que o sistema financeiro deve 
acompanhar as exigências e modificações acusadas pela economia, pois 
se funcionar em sentido oposto, poderá tornar-se um grave obstáculo às 
atividades produtivas, desestimulando o esforço da coletividade. E agora 
você está conseguindo entender por que você teve que aprender noções 
de economia e finanças na Unidade 1? Está conseguindo fazer a relação 
Mercado Financeiro e de Capitais 19
Figura 5 – Modelo simplificado de intermediação financeira
do que você estudou lá com o que está sendo abordado nesta unidade? 
Sim. Muito bem. Então, vamos adiante.
De acordo com Pinheiro (2012) pode-se dizer que as principais 
funções de um sistema financeiro na economia são: promover a poupança; 
arrecadar e concentrar a poupança em grandes volumes; transformar a 
poupança em créditos especiais; encaminhar os créditos às atividades 
produtivas; e gerenciar as aplicações realizadas e manter um mercado 
para elas.
Sistema financeiro nacional
De acordo com Hoji (2012) o Sistema Financeiro Nacional (STF) é 
formado por instituições que têm como finalidade intermediar o fluxo de 
recursos entre os poupadores e investidores e os tomadores de recursos, 
em condições satisfatórias para o mercado.
De uma forma simples a figura 5 a seguir, mostra como ocorre 
a intermediação financeira, ou seja, o sistema financeiro por meio do 
agente intermediário capta os recursos financeiros do ofertador final que 
é o agente superavitário e aplica junto ao tomador final que é o agente 
deficitário .Lhe ajudou?
Fonte: Adaptado pela autora Pinheiro
Hoji (2012) diz que o mercado financeiro é regulamentado e 
fiscalizado principalmente pelo Banco Central do Brasil (BCB ou Bacen) e 
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que estão subordinados ao 
Conselho Monetário Nacional (CMN). 
Rogante (2009), diz que de acordo com o Banco Central do Brasil, em 
dezembro de 2005 o sistema financeiro brasileiro contava com 135 bancos. 
Diz também que os 20 maiores bancos detinham aproximadamente 80% 
do total de ativos do sistema, em 2001 essa concentração era de cerca 
Mercado Financeiro e de Capitais20
de 77%. A concentração é consequência da competitividade no setor, 
obrigando os bancos a atingirem uma maior escala operacional.
REFLITA:
E você é cliente de algum banco? É um cliente que utiliza os 
serviços por meio do sistema tradicional (vai até a agência 
bancária, enfrenta fila, realiza pagamentos no caixa) ou você é 
mais digital e faz tudo pela internet? Você sabe quais foram os 
melhores bancos em 2019? Não sabe?
Então veja a reportagem que mostra uma pesquisa “Os cinco 
melhores bancos do Brasil em 2019” foi realizada pela Forbes em parceria 
com a Estatista e avaliaram os melhores bancos de 23 países, e dentre 
eles o Brasil. Ficou interessado, então veja quais foram os cinco melhores 
bancos do Brasil e porque foram eleitos. https://bit.ly/3j1k9Dr
Conselho Monetário Nacional – CMN
De acordo com Fortuna (2008) o Conselho Monetário Nacional, é 
um órgão normativo e não lhe cabem funções executivas, o mesmo é 
responsável pela fixação das diretrizes das políticas monetária, creditícia 
e cambial do país. A Medida Provisória 542 de 06/94, que criou o Plano 
Real, simplificou a composição da CMN, caracterizando seu perfil 
monetário, que passou a ser integrado pelo Ministro da Fazenda, Ministro 
do Planejamento, Orçamento e Gestão, e Presidente do Banco Central. 
Segundo Hoji (2012) o CMN é o órgão mais importante do Sistema 
Financeiro Nacional, ou seja, é a entidade superior do sistema financeiro 
e, é presidido pelo Ministro da Fazenda.
Banco Central do Brasil – BCB ou Bacen
De acordo com Fortuna (2008) o Banco Central do Brasil é a 
entidade criada para atuar como órgão executivo central do sistema 
financeiro, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as 
Mercado Financeiro e de Capitais 21
disposições que regulam o funcionamento do STF e as normas expedidas 
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O Bacen está sediado em 
Brasília, possuindo representações regionais em Belém, Belo Horizonte, 
Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Hoji (2012) diz 
que a missão institucional do Bacen é zelar pela estabilidade do poder de 
compra da moeda e solidez do sistema financeiro.
Comissão de Valores Mobiliários – CVM
De acordo com Fortuna (2008) a Comissão de Valores Mobiliários, 
foi criada pela Lei 6.385 em 07 de dezembro de 1976, até aquela data não 
tinha uma entidade que realizasse a regulamentação e a fiscalização do 
mercado de capitais, especialmente no que se referia às sociedades de 
capitais aberto. E a CVM foi fixada como o órgão normativo do sistema 
financeiro, especificamente voltado para o desenvolvimento, a disciplina 
e a fiscalização do mercado de valores mobiliários, exceto os emitidos 
pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional. Segundo Hoji (2012) a 
principal atribuição da CVM é a regulação e fiscalização da emissão e 
negociação de títulos pelas companhias abertas. Você está lembrado o 
que é uma companhia aberta, ou seja, uma empresa de capital aberto? 
Lembrou? Isso mesmo, na unidade 1 quando foi abordado sobre decisão 
de financiamento, foi colocada uma definição por meio de uma nota.
RESUMINDO:
Neste capitulo foi lhe apresentado, como surgiu o primeiro 
banco no Brasil e os principais conceitos sobre o sistema 
financeiro nacional. Vale destacar que os agentes deficitários 
e superavitários são (governo, empresas e famílias) e que 
os agentes intermediários são as instituições financeiras, as 
quais possibilitam que os recursosfinanceiros dos agentes 
superavitários cheguem até os agentes deficitários.
Mercado Financeiro e de Capitais22
O sistema Financeiro Nacional
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender a 
estrutura do Sistema financeiro nacional (SFN) e as principais 
características das instituições financeiras que o compõem. 
A necessidade de conhecimento do sistema financeiro é 
crescente ao longo do tempo, explicada pela importância que 
exerce na economia e no segmento empresarial de um país, 
como também pela maior complexidade que suas operações 
vêm apresentando no cotidiano. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Estrutura do sistema financeiro nacional
De acordo com Assaf Neto (2014) o sistema financeiro é composto 
por um conjunto de instituições financeiras públicas e privadas existentes 
no país, e seu órgão normativo máximo Conselho Monetário Nacional 
(CMN), os quais visam transferir recursos dos agentes econômicos 
(pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários.
Assaf Neto (2014) diz que todo o processo de desenvolvimento de 
uma economia exige a participação crescente de capitais, os quais são 
identificados por meio da poupança disponível em poder dos agentes 
econômicos e direcionados para os setores produtivos carentes de 
recursos mediante intermediários e instrumentos financeiros. E é em 
função desse processo de distribuição de recursos no mercado que se 
evidencia a função econômica e social do sistema financeiro.
Segundo Assaf Neto (2014) o Sistema Financeiro Nacional foi 
estruturado e regulado pela Lei de Reforma Bancária (1864), Lei do 
Mercado de Capitais (1965) e, mais recentemente, com a Lei de Criação 
dos Bancos Múltiplos (1988). 
Mercado Financeiro e de Capitais 23
De acordo com Assaf Neto (2014) as instituições podem ser 
classificadas em dois tipos: bancárias ou monetárias e não bancárias ou 
não monetárias.
Segundo Assaf Neto (2014) as instituições financeiras bancárias são 
aquelas a quem se permite a criação de moeda por meio de depósitos 
à vista, operam basicamente com ativos financeiros monetários que 
representam os meios de pagamento da economia. Essas instituições são 
representadas fundamentalmente pelos bancos comerciais e múltiplos. 
Você sabe o que são Bancos Comercial e múltiplo? Não. Fique tranquilo 
que veremos mais adiante.
SAIBA MAIS:
As instituições bancárias (ou monetárias) são aquelas que 
podem captar depósitos a vista, e usar esses recursos para 
realizarem empréstimos e financiamentos, geralmente 
de curto e médio prazo, as pessoas físicas e jurídicas. São 
criadoras de moedas escritural através do efeito multiplicador 
do crédito. Enquanto que as instituições financeiras não 
bancárias (ou não monetárias) não recebem depósito à 
vista. A figura 6 exemplifica que os as instituições bancárias 
movimentam com moeda, (Real).
Figura 6 – Moeda brasileira atual
Fonte: Pixabay
Mercado Financeiro e de Capitais24
Conforme Assaf Neto (2014) as instituições financeiras não bancárias, 
ao contrário das bancárias, não estão legalmente autorizadas a receber 
depósitos a vista e, portanto, não existe a faculdade de criação de moeda. 
Essas instituições trabalham basicamente com ativos não monetários, 
tais como ações, letras de câmbio, certificados de depósitos bancários, 
debêntures, etc. São constituídas por praticamente todas as instituições 
financeiras que operam no mercado financeiro, exceto bancos comerciais 
e bancos múltiplos. Você consegue identificar a diferença entre as 
instituições financeiras bancárias das não bancárias? Vou lhe apresentar 
um exemplo de instituições não bancárias, tenho certeza que vai lhe 
ajudar. As instituições não bancárias são sociedades corretoras, bancos 
de investimento, sociedades de arrendamento mercantil, etc.
Conseguiu entender? Talvez agora você esteja se perguntando 
o que são corretoras de valores ou banco de investimento, nunca ouvi 
falar. Ouviu sim. Certamente você já deve ter visto na TV os comerciais 
da XP Investimentos. Ainda não. Então acesse o link a seguir e você 
saberá mais. Pode navegar a vontade, certamente vai lhe agregam muito 
conhecimento.
EXEMPLO: https://bit.ly/2OpNcTq
O Sistema Financeiro Nacional é composto por diversas instituições, 
as quais segundo Kerr (2011) podem ser agrupadas em dois grandes 
subsistemas. Sendo que o primeiro é o subsistema normativo, que edita as 
normas que regem o sistema financeiro e fiscaliza suas aplicações, o qual 
é composto dos órgãos normativos propriamente ditos e das entidades 
supervisoras. 
Conforme Kerr (2011) o segundo é o subsistema operador ou de 
intermediação financeira, que é composto das instituições que fazem a 
Mercado Financeiro e de Capitais 25
intermediação financeira entre agentes superavitários e agentes deficitários 
do Sistema Financeiro Nacional. Para que você possa entender melhor, 
vou lhe apresentar o conceito de outro autor, o qual detalha melhor cada 
um dos subsistemas. Vamos lá, ver o que Assaf Neto tem para nos dizer?
Assaf Neto (2014) diz que subsistema normativo é responsável pelo 
funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições, fiscaliza 
e regulamenta suas atividades por meio principalmente do Conselho 
Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central do Brasil (Bacen). E a 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão normativo de apoio 
do sistema financeiro, o qual atua mais especificamente no controle e 
fiscalização do mercado de valores mobiliários (ações e debêntures).
Assaf Neto (2014) diz que se enquadram também no sistema 
normativo mais três outras instituições financeiras que apresentam um 
caráter especial de atuação, assumindo certas responsabilidades próprias 
e interagindo com vários outros segmentos do mercado financeiro, como 
é o caso do Banco do Brasil (BB), do Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal (CEF).
No que se refere ao subsistema de intermediação ou operador, 
Assaf Neto (2014) diz que essas instituições são classificadas em bancárias 
e não bancárias, de acordo com a capacidade que apresentam de emitir 
moeda, instituições auxiliares do mercado e instituições definidas como 
não financeiras, porém integrantes do mercado financeiro. Também faz 
parte dessa classificação o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos 
(SBPE) O que são instituições bancárias e não bancárias, você lembra? 
Já abordamos anteriormente nesta unidade. Para que possa melhor 
entender a estrutura do sistema financeiro nacional, vou lhe apresentar 
a figura 7.
Mercado Financeiro e de Capitais26
Figura 7 – Estrutura do sistema financeiro nacional
Fonte: Adaptado pela autora
Mercado Financeiro e de Capitais 27
Quer saber mais sobre as diversas instituições que compõem o 
sistema financeiro nacional? Vamos lá. 
Conselho Monetário Nacional - CMN
De acordo com Assaf Neto (2014) o Conselho Monetário Nacional 
é um órgão eminentemente normativo, o mesmo não desempenha 
nenhuma atividade executiva. A CMN estabelece as diretrizes para o bom 
funcionamento e processa todo o controle do sistema financeiro nacional, 
influenciando as ações de órgãos normativos como BNDES. A principal 
atribuição do Conselho Monetário é a formulação de toda a política 
de moeda e do crédito, que tem como objetivo atender aos interesses 
econômicos e sociais do país.
De acordo com Assaf Neto (2014, p. 43) as principais atribuições do 
Conselho Monetário são: 
 • fixar as diretrizes e as normas da política cambial, 
regulamentar as operações de câmbio, visando ao 
controle da paridade da moeda e ao equilíbrio do balanço 
de pagamentos;
 • regulamentar, sempre que julgar necessário as taxas de 
juros, comissões e qualquer outra forma de remuneração 
praticada pelas instituições financeiras;
 • regular a constituição e o funcionamento das instituições 
financeiras, bem como zelar pela liquideze solvência;
 • estabelecer as diretrizes para as instituições financeiras;
 • acionar medidas de prevenção ou correção de desiquilíbrio 
econômicos, surtos inflacionários, etc;
 • disciplinar todos os tipos de créditos e orientar as 
instituições financeiras no que se refere a aplicação de seus 
recursos, tendo como objetivo promover desenvolvimento 
equilibrado da economia;
 • regular as operações de redescontos e as operações no 
âmbito do mercado aberto.
Mercado Financeiro e de Capitais28
Assaf Neto (2014) diz que o Conselho Monetário Nacional é 
atualmente composto pelo Ministro da Fazenda o qual é o presidente, 
Ministro do Planejamento e o Presidente do Banco Central.
Banco Central do Brasil - BACEN
Conforme Assaf Neto (2014) o Banco Central do Brasil é o principal 
poder executivo das políticas traçadas pelo Conselho Monetário Nacional 
é órgão fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional. Assaf Neto (2014) 
diz que se pode tratar o Banco Central como um banco fiscalizador e 
disciplinador do mercado financeiro, também é considerado um executor 
da política monetária, ao executar o orçamento monetário em um banco 
do governo, na gestão da dívida pública interna e externa. O Banco Central 
atua em negociações de títulos públicos de emissão do Tesouro Nacional, 
tendo como objetivo regular a demanda e a oferta da moeda na economia 
e as taxas de juros. 
De acordo com Kerr (2011) o Banco Central responde pela defesa 
do poder de compra da moeda nacional e, tem como objetivos: zelar pela 
adequada liquidez da economia; manter as reservas internacionais em 
nível adequado; estimular a formação de poupança; zelar pela estabilidade 
e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro.
No Brasil a cunhagem (impressão) da moeda é realizada com 
exclusividade pela Casa da Moeda, e a emissão da moeda (entrega do 
numerário ao sistema bancário) é de responsabilidade do Banco Central.
Comissão de Valores Mobiliários – CVM
Segundo Assaf Neto (2014) a Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM) é uma autarquia vinculada ao poder executivo (Ministério da 
Fazenda), que age sob a orientação do Conselho Monetário Nacional, é 
administrada por um presidente e quatro diretores, todos nomeados pelo 
Presidente da República. A CVM tem por finalidade básica a normatização, 
fiscalização e o controle do mercado de valores mobiliários, representado 
principalmente por ações, partes beneficiárias e debêntures, commercial 
Mercado Financeiro e de Capitais 29
papers e outros títulos emitidos pelas sociedades anônimas e autorizadas 
pelo Conselho Monetário Nacional. 
De acordo com Kerr (2001) as principais funções da CVM são 
assegurar o funcionamento eficiente e regular os mercados de bolsa e 
de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários; evitar ou coibir 
modalidades de fraude ou manipulação no mercado; assegurar o acesso 
do público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as 
companhias que os tenham emitido; assegurar a observância de práticas 
comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; estimulara a 
formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; promover 
a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações 
e estimular aplicação permanente em ações do capital social das 
companhias abertas.
Caro estudante, são muitas informações a respeito da CVM, 
infelizmente não é possível abordar tudo aqui neste material, por isso 
abordei somente as principais informações, mas sei que você quer saber 
mais a respeito da CVM. Por isso, estou lhe disponibilizando o site da CVM 
lá você encontrará muitas informações importante que certamente vão 
agregar muito para seu conhecimento. Vamos lá? Acesse o link a seguir. 
https://bit.ly/3gYV9Li .
Instituições especiais
Conforme você observou na figura que mostra a estrutura do 
Sistema Financeiro Nacional (STF), temos as instituições especiais que 
são: o Banco do Brasil, o BNDES e a Caixa Econômica Federal, agora 
vamos saber um pouco mais sobre cada uma dessas instituições.
Segundo Assaf Neto (2014) o Banco do Brasil é uma sociedade 
anônima de capital misto, cujo controle acionário é exercido pela União. 
No desenvolvimento de suas atividades o Banco do Brasil assume 
três funções: agente financeiro do Governo Federal, na execução de 
sua política creditícia e financeira e atua sob a supervisão do CMN, e 
dentre as operações realizadas ele recebe os tributos e rendas federais, 
realiza os pagamentos da União, recebe depósitos compulsórios, bem 
como pode executar a política de comércio exterior, etc. A outra função 
Mercado Financeiro e de Capitais30
é de Banco Comercial, quando exerce atividades tais como: mantém 
conta corrente de pessoas físicas e jurídicas, opera com caderneta de 
poupança, concede créditos de curto prazo aos vários segmentos da 
economia, executa operações de descontos, além de outras funções 
de bancos comerciais. A terceira função exercida é a de um Banco de 
Investimento e Desenvolvimento. É um Banco de investimento quando 
operar em algumas modalidades de crédito a médio e longo prazo, 
podendo financiar atividades rurais, comerciais, industriais e de serviços. 
E atua como Banco de Desenvolvimento quando fomenta a economia de 
diferentes regiões, ao atender a suas necessidades creditícias, objetiva o 
fortalecimento do setor empresarial do país por meio do apoio a setores 
estratégicos e às pequenas e médias empresas nacionais.
De acordo com Pinheiro (2012) o BNDES é um órgão vinculado 
ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) 
e tem como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam para o 
desenvolvimento do Brasil, que resultem na melhoria da competitividade 
da economia brasileira e a elevação da qualidade de vida da sua 
população. O objetivo principal dos bancos de desenvolvimento é 
proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários 
ao financiamento, a médios e longos prazos, de programas e projetos 
que visem promover o desenvolvimento econômico e social, conforme 
determinação governamental.
De acordo com Assaf Neto (2014) a Caixa Econômica Federal 
(CEF) é uma instituição financeira pública que atua de forma autônoma 
e apresenta um objetivo claramente social, pois é o principal agente do 
Sistema Financeiro de Habitação (SFH), atuando no segmento da casa 
própria, principalmente no segmento de baixa renda. A CEF ao longo 
do tempo vem alternando os diversos programas de financiamento à 
aquisição ou construção da casa própria, procurando viabilizar o acesso 
da população mais pobre à moradia.
Assaf Neto (2014) diz que a CEF também executa atividades 
características de bancos comerciais e múltiplos, como recebimento 
de depósitos a vista e a prazo, cadernetas de poupança, concessão de 
empréstimos sob consignação com desconto em folha de pagamento, 
Mercado Financeiro e de Capitais 31
etc. Segundo Assaf Neto (2014) os estatutos da CEF preveem outros 
objetivos, tais como: administrar com exclusividade os serviços das 
lotéricas federais; constituir-se no principal arrecadador do FGTS; ter o 
monopólio das operações de penhor. Você sabia que o principal objetivo 
da Caixa Econômica Federal é social? 
SAIBA MAIS:
Atualmente a Caixa Econômica Federal (CEF) é o maior banco 
público da América Latina, focado em grandes operações 
comerciais, mas ainda assim não perdendo seu lado social, 
pois a mesma é centralizadora de operações como FGTS 
(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), PIS (Programa 
de Integração Social) e Habitação Popular (PAR – Programa 
de Arrendamento Residencial, por meio de carta de crédito, 
FGTS entre outros). É agente pagador do Bolsa-Família, o qual 
é um programa de complementação de renda do Governo 
Federal e do Seguro Desemprego.
Bancos comerciais e múltiplos
Conforme você já viu na estrutura do sistema financeiro nacional 
temos o subsistema de intermediação ouoperacional, o qual é composto 
por instituições bancárias e não bancárias, as quais atuam em operações 
de intermediação financeira, e elas estão divididas em cinco grandes 
grupos de instituições (Bancárias; Não Bancárias; Sistema de Poupança 
e Empréstimo – SPE; Auxiliares e Instituições Não Financeiras). Que tal 
sabermos mais sobre essas instituições? 
Assaf Neto diz (2014) diz que as instituições financeiras bancárias, 
englobam os Bancos Comerciais, Bancos Múltiplos e Caixas Econômicas. 
Então vamos saber quais são as principais características dessas 
instituições financeiras bancárias.
 De acordo com Assaf Neto (2014) os Bancos Comerciais são 
instituições financeiras constituídas obrigatoriamente sob a forma de 
sociedades anônimas.
Mercado Financeiro e de Capitais32
NOTA:
De acordo com o artigo 1º do capítulo 1, da Lei nº 6.404, de 15 
de dezembro de 1976, a companhia ou sociedade anônima 
terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos 
sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das 
ações subscritas ou adquiridas. 
De acordo com Hoji (2012) os Bancos Comerciais, por suas múltiplas 
funções, constituem a base do sistema monetário. Os mesmos são 
intermediários financeiros que têm o objetivo de conseguir os recursos 
necessários para financiar a curto e médio prazo o comércio, a indústria, 
as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas.
No que refere-se às atividades realizadas pelos bancos comerciais, 
segundo Assaf Neto (2014) os bancos comerciais têm a prestação de 
serviços como uma importante atividade, podendo realizar pagamentos 
de cheques, transferências de fundos e ordens de pagamentos, cobranças 
diversas, recebimentos de impostos e tarifas públicas, aluguel de cofres 
e custódia de valores. 
De acordo com Assaf Neto (2014) os bancos vêm apresentando 
rápida evolução em sua estrutura de funcionamento, procurando adaptar 
suas operações e produtos a um mercado cada vez mais exigente e 
globalizado.
Com relação ao tipo de atendimento dispensado, de acordo 
com Assaf Neto (2014) as instituições financeiras costumam atuar como 
private bank, em que atendem pessoas físicas de elevada renda e/ ou 
patrimônio; personal bank, em que dão atendimento a pessoas físicas 
de alta renda e, muitas vezes, a pequenas e médias empresas; corporate 
bank, são voltados preferencialmente para empresas (pessoa jurídica) de 
grande porte. Sei que você está aí tentando lembrar-se de uma empresa 
de grande porte. Então vou lhe ajudar, estou disponibilizando o link com 
o ranking das 20 maiores empresas brasileiras de capital aberto em 2019. 
Vamos acessar e conferir quais são? https://bit.ly/2Ca4WQ2
Mercado Financeiro e de Capitais 33
De acordo com Assaf Neto (2014) o Governo vem incentivando 
os bancos a realizarem fusões e incorporações, e assim diminuindo 
consideravelmente o número de redes bancárias e promovendo um 
acentuado incremento na quantidade de agências. Assaf Neto (2014) 
diz que os objetivos de concentração, são para reduzir, via economia de 
escala, o custo operacional e, consequentemente, o custo final do dinheiro, 
e elevar a eficiência administrativa e produtividade das instituições, 
capacitando-os a atuar em contextos de maior competitividade.
Maia (2014) diz que o setor bancário brasileiro foi palco de grandes 
fusões, em 1996, havia no Brasil 247 bancos, em 1998, apenas 208. Poucos 
foram os liquidados de pelo Banco Central, a grande diferença deve-se 
a fusões ou aquisições. Você lembra de algum banco que fez fusão ou 
incorporação? Não lembrou? Então vou lhe ajudar, acesse o link a seguir e 
leia a matéria sobre a incorporação do HSBC pelo Bradesco. 
SAIBA MAIS:
Sobre incorporação do banco HSBC pelo banco Bradesco: 
https://bit.ly/2ZpOVyi
De acordo com Assaf Neto (2014) os bancos múltiplos surgiram 
como reflexo da própria evolução dos bancos comerciais e crescimento 
do mercado. Hoji (2012) diz que os bancos múltiplos foram criados com a 
finalidade de racionalizar a administração das instituições financeiras. Pois 
várias instituições financeiras do mesmo grupo econômico constituem-se 
em uma única instituição financeira com personalidade jurídica própria, 
com a consequente redução de custos operacionais. Um banco múltiplo 
pode ter as seguintes carteiras: comercial, de investimento, de crédito 
imobiliário, de desenvolvimento e de arrendamento mercantil. Assaf Neto 
(2014) diz que para que uma instituição seja configurada como um banco 
múltiplo, ela deve operar pelo menos duas das carteiras apresentadas, 
sendo que uma delas necessariamente deve ser de banco comercial ou 
Mercado Financeiro e de Capitais34
de banco de investimento. Para que você possa melhor entender, o banco 
múltiplo é como se fosse vários bancos dentro de um único banco. Ficou 
mais claro o que é um banco múltiplo? Que tal, lembrar-se de um ou mais 
banco múltiplo.
Os bancos múltiplos podem ser bancos privados ou públicos. 
A Caixa Econômica Federal é um banco público e, também um banco 
múltiplo, pois ela trabalha com mais de uma carteira.
Está lembrado da figura que mostra a estrutura do Sistema 
Financeiro Nacional? Sim? Ótimo, como vimos na figura, no subsistema 
de intermediação temos as instituições financeiras não bancárias, é o que 
veremos agora. Vamos lá?
De acordo com Assaf Neto (2014) as instituições classificadas como 
instituições financeiras não bancárias são as que não apresentam 
capacidade de emitir moeda ou meios de pagamentos, como os bancos 
comerciais. Dentre elas estão os bancos de investimento; bancos de 
desenvolvimento; as sociedades de crédito, financiamento e investimento; 
as sociedades de arrendamento mercantil; as cooperativas de crédito, 
as sociedades de crédito imobiliário e, as associações de poupança e 
empréstimo. Quer saber mais sobre eles? Vamos lá?
De acordo com Hoji (2012) a principal função dos Bancos de 
Investimentos é a de intermediar recursos de médio e longo prazo para 
financiamento de capital fixo ou de giro das empresas. Esses bancos 
não podem captar recursos por meio de depósitos a vista, eles captam 
recursos por meio de Certificados de Depósitos Bancário (CDBs) e 
Recibos de Depósito Bancário (RDBs), ou pela venda de cotas de fundos 
de investimento. Assaf Neto (2014) diz que os bancos de investimentos 
podem dedicar-se também a prestação de vários tipos de serviços, tais 
como: avais, fianças, custódias, administração de carteiras de títulos e 
valores mobiliários, etc.
Hoji (2012) diz que dentre os Bancos de Desenvolvimento, o 
BNDES destaca-se como o principal agente do Governo Federal para 
financiamento de médio e longo prazo. As instituições de fomento 
regionais são o Banco do Nordeste do Brasil e o Banco da Amazônia. Os 
Mercado Financeiro e de Capitais 35
bancos de desenvolvimento estaduais são controlados pelos governos 
estaduais, e repassam recursos oficiais e externos. Assaf Neto (2014) diz 
que os bancos de desenvolvimento apóiam formalmente o setor privado 
da economia, por meio principalmente de operações de empréstimos e 
financiamentos, arrendamento mercantil, garantias entre outras.
Segundo Assaf Neto (2014) as sociedades de crédito, 
financiamento e investimento, mas conhecidas como financeiras, 
dedicam-se basicamente ao financiamento de bens duráveis às pessoas 
físicas (usuários finais) por meio do mecanismo denominado crédito direto 
ao consumidor – CDC. As financeiras podem também realizar repasses de 
recursos governamentais, financiar profissionais autônomos legalmente 
habilitados e conceder crédito pessoal. Você conseguiu entender o que é 
uma financeira? Não? Então vou lhe disponibilizar 
De acordo com Hoji (2012) as sociedades de arrendamento 
mercantil são mais conhecidas por empresas de leasing. Essas empresas 
captam recursos por meio da emissão de debentures e empréstimos 
de médio e longo prazo e financia a compra de bens como máquinas e 
veículos.Assaf Neto (2014) diz que essas instituições também praticam 
operações de cessões de créditos, que consistem na negociação das 
contraprestações dos contratos de arrendamento realizados com outras 
instituições financeiras.
Os principais tipos de leasing, são: leasing operacional, leasing 
financeiro e lease-back.
Assaf Neto (2014) diz que as cooperativas de crédito são instituições 
voltadas a oferecer créditos a prestar determinados serviços financeiros 
a seus associados. De acordo com a legislação em vigor a cooperativa 
de crédito é equiparada a uma instituição financeira, tendo seu 
funcionamento regulado e autorizado pelo Banco Central. Os recursos 
são captados dos associados através de depósitos a vista e a prazo, 
e também de empréstimos, repasses e refinanciamentos de outras 
instituições financeiras, bem como podem receber doações. A concessão 
de crédito pode ser realizada mediante empréstimos, descontos de títulos 
e financiamentos.
Mercado Financeiro e de Capitais36
Segundo Assaf Neto (2014) as sociedades de crédito imobiliário são 
voltadas para o financiamento de operações imobiliárias, que envolvem 
a compra e venda de bens imóveis. Também prestam apoio financeiro 
a outras operações do setor imobiliário, como vendas de loteamentos, 
incorporações de prédios, etc. Os recursos são levantados por meio de 
letras imobiliárias e caderneta de poupança. 
VOCÊ SABIA?
 Que a MRV e Participações S.A. é a maior incorporadora e 
construtora brasileira no segmento de empreendimentos 
residenciais populares, e já está no mercado a mais de 40 
anos.
Conforme Assaf Neto (2014) as sociedades de poupança e 
empréstimos (APEs) são instituições financeiras que atuam também na 
área habitacional, por meio de financiamentos imobiliários, fazem parte 
do Sistema Brasileiro de Poupança (SBPE) atuam de forma restrita em 
determinada região e, a principal alternativa de captação financeira é a 
caderneta de poupança, cujos depositantes são pessoas físicas.
Você está lembrado que na figura da estrutura do SFN, temos o 
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE, e Assaf Neto 
(2014) diz que com a extinção do Banco Nacional de Habitação (BNH), 
o sistema financeiro de habitação do Brasil passou a ser constituído 
praticamente pelas instituições integrantes do SBPE, que são: Caixa 
Econômica Federal, sociedade de crédito imobiliário, associações de 
poupança e empréstimos e bancos múltiplos com carteira de crédito 
imobiliário. A captação de recursos é identificada principalmente pelas 
cadernetas de poupança e pelos fundos do FGTS.
De acordo com a estrutura do SFN no subsistema de intermediação, 
estão as instituições auxiliares, que são formadas pelas bolsas de valores, 
sociedades corretoras, sociedades distribuidoras e, agentes autônomos 
de investimentos. Vamos ver o que os autores têm a nos dizer a respeito 
delas?
Mercado Financeiro e de Capitais 37
De acordo com Hoji (2012) as bolsas de valores, de mercadorias e 
de futuros são instituições constituídas pelas corretoras de valores para 
fornecer a infraestrutura do mercado de ações, mercadorias e futuros. 
A principal função da bolsa é a de manter um local adequado para as 
negociações de compra e venda de ações, mercadorias e índices. 
Esse local chama-se pregão e, as operações feitas fora das bolsas são 
chamadas operações de balcão. A única bolsa que negocia ações no 
Brasil é a BM&FBovespa, criada em 2008 com a fusão entre a Bolsa de 
Mercadorias & Futuros (BM&F) e a Bolsa de valores de São Paulo (Bovespa).
Porém em 22 de março de 2017, a partir de uma fusão da Central 
de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip) com a Bolsa 
de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa) foi criada a B3 (Brasil, 
Bolsa, Balcão), é uma das principais empresas de infraestrutura de 
mercado financeiro no mundo, com atuação em ambiente de bolsa e de 
balcão, a mesma está localizada na cidade de São Paulo, na rua XV de 
novembro no Centro da cidade. 
Caro estudante, se você ainda não visitou, sugiro realizar uma visita, 
assim que tiver uma oportunidade. Duas vezes no ano eu levo meus 
alunos e posso lhe afirmar que vale a pena pelo conhecimento que se 
adquire lá, já teve alunos meus que a partir da visita passaram a realizar 
investimentos em ações. Ficou interessado e quer saber mais sobre a B3, 
acesse o site o que está disponível no link a seguir e navegue a vontade. 
https://bit.ly/2ZpPzvI
De acordo com Assaf Neto (2014) as sociedades corretoras são 
instituições que efetuam, com exclusividade, a intermediação financeira 
nos pregões das bolsas de valores.
No que refere-se as sociedades distribuidoras, Assaf Neto (2014) diz 
que são instituições intermediárias de títulos e valores mobiliários, cujo os 
objetivos básicos se assemelham aos das corretoras.
Assaf Neto (2014) diz que os agentes autônomos de investimentos 
são pessoas físicas credenciadas pelas instituições financeiras 
intermediárias (corretoras, distribuidoras, bancos e financeiras) para 
Mercado Financeiro e de Capitais38
atuarem na colocação de títulos e valores mobiliários e outros serviços 
financeiros no mercado, recebendo em troca uma comissão. 
Vamos recordar a estrutura do SFN, lá temos as instituições não 
financeiras, que de acordo com Assaf Neto (2014) as sociedades de 
fomento comercial – factoring são empresas comerciais (não financeiras) 
que operam por meio de aquisições de duplicatas, cheque, etc, de forma 
similar a uma operação de desconto bancário. Hoji (2012) diz que as 
factoring não estão sujeitas às normas do Banco Central.
RESUMINDO:
Neste capítulo você aprendeu como que é composta a 
estrutura do Sistema Financeiro Nacional e quais são os 
principais conceitos e as atividades de cada um dos órgãos 
que compõem.
Mercado Financeiro e de Capitais 39
Política monetária
INTRODUÇÃO:
Ao término deste estudo você será capaz de compreender 
o funcionamento da política monetária. Irá adquirir 
conhecimentos a respeito de quais são os títulos públicos e 
privados disponíveis no mercado financeiro. Se um dia desejar 
se tornar um investidor já terá os conhecimentos básicos. 
Vamos lá aprender!
Instrumentos de política monetária 
De acordo com Assaf Neto (2014) a política monetária enfatiza sua 
atuação sobre os meios de pagamento, títulos públicos e taxas de juros, 
modificando o custo e o nível de oferta do crédito. A política monetária 
é geralmente executada pelo Banco Central de cada país, o qual possui 
poderes e competência próprios para controlar a quantidade de moeda 
na economia. Conforme Assaf Neto (2014) o Banco Central administra a 
política monetária por intermédio dos seguintes instrumentos clássicos de 
controle monetário: recolhimento de compulsórios; operação de mercado 
aberto (open market) e, políticas de redesconto bancário e empréstimos 
de liquidez. 
De acordo com Assaf Neto (2014) uma política monetária é 
expansionista quando eleva a liquidez da economia, injetando maior 
volume de recursos nos mercados e elevando, em consequência, os 
meios de pagamentos. Com isso, dinamizando o consumo e o investimento 
agregados, o que gera reflexos positivos sobre a expansão da atividade 
econômica. Essa situação é geralmente adotada em momentos de 
retração do nível da economia.
Assaf Neto (2014) diz que por outro lado, uma política é restritiva 
quando as autoridades monetárias promovem redução dos meios de 
pagamento da economia, retraindo a demanda agregada (consumo e 
investimento) e a atividade econômica. As medidas restritivas são tomadas 
Mercado Financeiro e de Capitais40
sempre que o crescimento da demanda e dos investimentos empresariais 
se situarem acima da capacidade da oferta de moeda da economia. Essa 
política visa restringir a oferta de crédito e elevar seu custo de forma a 
adequar ao consumo e o investimento agregado à oferta monetária da 
economia. 
De acordo com Assaf Neto (2014) devido à falta desincronização 
entre os momentos dos recebimentos e os vencimentos dos compromissos 
financeiros, faz com que as pessoas e empresas mantenham dinheiro 
disponível em caixa para efetuar seus pagamentos correntes; o dinheiro 
deixado em caixa como precaução para despesas imprevistas; e o 
aproveitamento de oportunidades especulativas com relação a certos 
ativos (ações, imóveis, etc.). Diante dos motivos expostos, pode-se 
afirmar que a demanda por moeda numa economia se eleva à medida 
que se produz mais renda, ou seja, que a atividade produtiva agrega mais 
riqueza. Por outro lado, a procura decresce, quando as taxas de juros 
crescem, gerando maiores expectativas de ganhos aos investidores, e 
também o aumento intenso do processo inflacionário, o qual destrói a 
capacidade de compra da moeda pela alta provocada nos preços dos 
bens e serviços. A figura 8 representa que a moeda (dinheiro) pode 
induzir ao consumo e investimento e que a velocidade que ela gira é 
importante para o equilíbrio.
Figura 8 - Moeda X consumo e investimento
Fonte: Pixabay
Mercado Financeiro e de Capitais 41
Assaf Neto (2014) também diz que a velocidade com que a moeda 
circula é relevante no estabelecimento de um equilíbrio monetário, pois 
indica como o estoque de moeda está girando na economia. O exemplo a 
seguir vai lhe ajudar entender melhor como ocorre.
EXEMPLO: Se Existe um montante de $ 3 bilhão de unidades 
monetárias lastreando os fluxos de pagamentos e recebimentos de uma 
economia, e cada moeda é utilizada uma única vez no ano, então o lastro 
monetário cobre exatamente operações no valor de $3 bilhões. Porém, 
se a moeda for utilizada mais de uma vez, sua quantidade será capaz de 
financiar um volume também maior de transações. Se a moeda girar duas 
vezes, ela será capaz de financiar operações no montante de $6 bilhões; 
se girar três vezes viabiliza negócios de $9 bilhões.
Assaf Neto (2014) diz que a velocidade com que uma moeda gira na 
economia ajusta-se no tempo pelas taxas de juros, alterações de hábitos 
de pagamentos dos agentes (uso do cartão de crédito), expectativas 
conjunturais, etc.
Recolhimentos compulsórios
De acordo com Hoji (2012) o Banco Central utiliza o depósito 
compulsório para inibir o crescimento indesejado do multiplicador 
bancário e regular o nível de expansão monetária. 
Assaf Neto (2014) diz que os recolhimentos compulsórios 
representam o percentual incidente sobre os depósitos captados pelos 
bancos (comerciais, múltiplos e caixas econômicas) que devem ser 
colocados a disposição do Banco Central. É um instrumento de controle 
monetário bastante eficiente, já que atua diretamente sobre os meios de 
pagamentos através do multiplicador bancário. 
De acordo com Assaf Neto (2014) sempre que as autoridades 
monetárias alterarem as taxas de recolhimento compulsório, é modificado 
o multiplicador bancário e, consequentemente, os meios de pagamento 
da economia, determinando a expansão ou a retração da atividade 
econômica. 
Mercado Financeiro e de Capitais42
EXPLICANDO MELHOR:
Quanto maior o recolhimento compulsório, menor o volume 
de dinheiro disponível na economia e maior é a taxa de juros 
cobrada pelos bancos nos empréstimos. Enquanto que, 
recolhimento compulsório menor libera mais recursos na 
economia, elevando a oferta de dinheiro e reduzindo, em 
consequência a taxa de juros cobrada.
Operações de mercado aberto
Segundo Assaf Neto (2014) as operações de mercado aberto 
(open Market) funcionam como um instrumento bastante ágil de política 
monetária a fim de melhor regular o fluxo monetário da economia e 
influenciar os níveis das taxas de juros em curto prazo. As operações de 
mercado aberto são fundamentadas por meio da compra e venda de títulos 
da dívida pública no mercado. Sendo que uma expansão no volume dos 
meios de pagamentos da economia eleva a liquidez e reduz as taxas de 
juros, então, as autoridades monetárias intervêm no mercado, resgatando 
(adquirindo) títulos públicos em poder dos agentes econômicos. Sendo 
que, ao contrário ao desejar limitar a oferta monetária (reduzir a liquidez 
do mercado) e ao mesmo tempo elevar as taxas de juros vigentes em 
curto prazo, a postura assumida é de emitir e colocar em circulação novos 
títulos da dívida pública.
Redesconto bancário e empréstimo de liquidez
De acordo com Assaf Neto (2014) o Banco Central costuma realizar 
diversos empréstimos para as instituições financeiras, conhecidos 
por empréstimos de assistência a liquidez, visando equilibrar suas 
necessidades de caixa diante de um aumento mais acentuado de 
demanda por recursos de seus depositantes, a taxa de juros cobrada pelo 
Banco Central nessas operações é denominada de taxa de redesconto.
Assaf Neto (2014) dia que a taxa de redesconto age, ao mesmo 
tempo, sobre o nível de liquidez monetária da economia e, também, 
sobre as taxas de juros praticados pelos bancos. Se a taxa cobrada no 
redesconto for menor àquela adotada pelo mercado, as instituições 
Mercado Financeiro e de Capitais 43
financeiras são incentivadas a elevar a oferta de crédito, porém, se ao 
se elevar a taxa de redesconto, reduz-se em consequência, a oferta de 
crédito no mercado, incentivando um aumento das taxas de juros.
NOTA:
O instrumento de redesconto é muito utilizado como forma 
de incentivar a atividade econômica, elevando a oferta de 
empréstimos em longo prazo para determinados setores 
estratégicos ao desenvolvimento econômico. No Brasil 
essa política vem sendo adotada como auxílio financeiro 
aos bancos que passam eventualmente por dificuldades 
financeiras, colaborando para o saneamento do seu caixa.
O Quadro 1, mostra um resumo das decisões tomadas para promover 
a contração ou expansão da liquidez da economia, pode-se observar que 
na 1ª coluna os instrumentos de controle monetário, os quais já foram 
conceituados anteriormente, e são utilizados para contrair ou expandir a 
liquidez da economia, observe quais são as ações e/ou impactos quando 
apresenta maior liquidez e quando se tem menor liquidez.
Quadro 1 - Decisões para contrair ou expandir a liquidez da economia
Fonte: Adaptado pela autora
EXPANSIONISTA
Maior Liquidez
RESTRITIVA
Menor Liquidez
Depósitos 
Compulsórios
Diminui o percentual 
de recolhimento
Aumenta o 
percentual de 
recolhimento
Mercado Aberto 
Open Market
Governo injeta 
dinheiro na economia 
adquirindo títulos 
públicos
Governo retira 
dinheiro da economia 
vendendo títulos 
públicos
Política de 
Redesconto 
Bancário
Autoridade monetária 
reduz a taxa de juro e 
aumenta o prazo da 
operação
Autoridade monetária 
aumenta a taxa de 
juro e reduz o prazo 
da operação
Mercado Financeiro e de Capitais44
Títulos públicos
De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) os títulos 
públicos são a forma pela qual o poder público se financia no mercado 
financeiro, com finalidades específicas, como o refinanciamento da dívida 
pública, o financiamento do déficit orçamentário, bem como outras 
operações com fins específicos e definidos em lei. Os títulos públicos são 
acessíveis ao grande público através do sistema do Tesouro Direto.
NOTA:
No Tesouro Direto o mercado tem acesso a um sistema 
de negociação de títulos públicos federais em mercado 
de varejo, que funciona diretamente com o investidor e, a 
operação pode ser feita diretamente pela internet. Uma das 
principais características dos negócios com o Tesouro Direto é 
que a liquidez é garantida pelo Tesouro Nacional.
Principais indicadores e títulos públicos 
De acordo com Assaf Neto (2014) no Brasil os títulos públicos podem 
ser emitidos pelos três níveis do poder executivo (Federal, Estadual e 
Municipal) com rendimentos Pós-fixados, Prefixados e Indexados ao dólar. 
Porém, Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) dizem que na prática os títulos 
de grande circulação no mercado financeiro são os títulos federais, os 
quais são de responsabilidade do Tesouro Nacional e distribuídos sob 
iniciativado Banco Central do Brasil. 
De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) os títulos 
públicos são ativos de renda fixa que se constituem em opção de 
investimento para investidores em geral. Nos governos federal, estadual e 
municipal, as emissões servem para: refinanciar a dívida pública; financiar 
o déficit orçamentário e, realizar operações com fina específicos definidos 
em lei.
Mercado Financeiro e de Capitais 45
Conforme Assaf Neto (2014) os títulos públicos federais são 
adquiridos no mercado primário por instituições financeiras por meio de 
leilões, promovidos pelo Banco Central e, posteriormente, podem ser 
negociadas no mercado secundário para outras instituições financeiras 
ou não financeiras.
Entende-se por mercado primário onde são negociados, pela 
primeira vez, os valores são emitidos pelas companhias, ou seja, quem 
vende os valores mobiliários (ações, por exemplo) são as próprias 
companhias emissoras, as quais utilizam os recursos para financiar seus 
investimentos. Esses valores são, em sequência revendidos no mercado 
secundário para os investidores em geral. O mercado secundário registra 
unicamente a transferência de propriedade dos títulos e valores mobiliários. 
O funcionamento do mercado secundário ocorre principalmente nas 
Bolsas de Valores, as quais viabilizam aos investidores a oportunidade de 
realizarem novos negócios com títulos anteriormente emitidos.
De acordo com Assaf Neto (2014) os títulos pós fixados tem a 
rentabilidade atrelada à variação de algum índice de preços previamente 
selecionadas ou taxa de juros, alguns dos indexadores são o IPCA, IGPM, 
taxa SELIC, e assim por diante. Você lembrou-se desses indicadores? 
Isso mesmo, nós já os vimos na unidade 1. Muito bem, vamos em frente. 
Assaf Neto (2014) diz que os títulos prefixados não possuem indexadores 
e tem a rentabilidade definida no momento da compra, sendo garantida 
ao investidor desde que permaneça com o papel até o seu vencimento, 
ou seja, não realize venda antecipada.
Segundo Assaf Neto (2014) os títulos federais negociados 
no mercado financeiro, visam: à consecução da política monetária 
estabelecida pelo Governo, regulando o fluxo dos meios de pagamentos 
da economia; financiar o déficit orçamentário e de caixa do governo e; 
prover o Governo de fundos para realizar os investimentos públicos 
necessários na economia.
Assaf Neto (2014) diz que a gestão da dívida pública federal, interna 
e externa, é de responsabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional 
Mercado Financeiro e de Capitais46
(STN) e que o Banco Central é o agente financeiro do Tesouro Nacional, 
e responsável pelos negócios (compra e venda) com títulos mobiliários 
internos, visando exclusivamente a execução da política monetária. O 
quadro 2, apresenta o principais títulos federais do Tesouro Nacional em 
negociação no Brasil, bem como o tipo de rentabilidade e a forma de 
resgate de cada um dos títulos.
Quadro 2 - Principais títulos do Tesouro Nacional
TÍTULOS DO 
TESOURO 
NACIONAL
PRINCIPAIS INFORMAÇÕES DO TÍTULO
Letras do Tesouro 
Nacional (LTN)
Títulos com rentabilidade definida (taxa fixa) no 
momento da compra. Forma de pagamento: no 
vencimento.
Letras Financeiras 
do Tesouro (LFT)
Títulos com rentabilidade diária vinculada à 
taxa de juros básica da economia (taxa média 
de operações diárias com títulos públicos 
registrados no sistema SELIC, ou, simplesmente, 
taxa Selic). Forma de Pagamento: no vencimento.
Notas do Tesouro 
Nacional (NTN–C 
série - C)
Título com rentabilidade vinculada à variação do 
IGP-M, acrescida de juros definidos no momento 
da compra. Ideal para formar poupança de 
médio e longo prazo, garantindo seu poder de 
compra. Forma de pagamento: semestralmente 
(juros) e no vencimento (principal).
Nota do Tesouro 
Nacional (NTN–B – 
série B
Título com rentabilidade vinculada à variação do 
IPCA, acrescida de juros definidos no momento 
da compra. Ideal para formar poupança de 
médio e longo prazo, garantindo seu poder de 
compra. Forma de pagamento: semestralmente 
(juros) e no vencimento (principal).
Mercado Financeiro e de Capitais 47
Fonte: Adaptado pela autora
Nota do Tesouro 
Nacional (NTN –B 
Principal)–série B:
Título com rentabilidade vinculada à variação 
do IPCA, acrescida de juros definidos no 
momento da compra. Não há pagamento de 
cupom de juros semestral, e é ideal para formar 
poupança de médio e longo prazo, garantindo 
seu poder de compra. Forma de pagamento: no 
vencimento (principal).
Nota do Tesouro 
Nacional (NTN-F)- 
série F:
Título com rentabilidade prefixada, acrescida de 
juros definidos no momento da compra. Forma 
de pagamento: semestralmente (juros) e no 
vencimento (principal).
Certificado do 
Tesouro Nacional 
(CTN)
Tem como objetivo levantar recursos visando 
cobrir déficits orçamentários. É atualizado por 
um indicador da economia.
Certificado 
Financeiro do 
Tesouro (CFT)
O objetivo é atender as finalidades específicas 
em lei. O prazo de emissão é definido no 
momento do seu lançamento, bem como a 
taxa de juro oferecida também é definida na 
emissão, sendo calculada sobre o valor nominal 
atualizado.
Certificado da 
Dívida Pública 
(CDP)
Tem como objetivo exclusivo a quitação de 
débitos junto ao Instituto Nacional de Segurança 
(INSS).
NOTA:
O investidor não é obrigado a manter o título até o seu 
vencimento, pois a negociação desses papéis ocorre à taxa 
do dia, podendo ser diferente da taxa da contratação. Porém o 
investidor garante a rentabilidade do título somente se manter 
o título até o seu vencimento.
Mercado Financeiro e de Capitais48
Títulos privados
De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) as ações das 
companhias, que circulam nos mercados de bolsa de valores e de balcão 
organizado, atingiram novo patamar nos últimos anos, e estão entre as 
alternativas de investimentos mais em evidência entre os investidores. Kerr 
(2011) diz que no mercado de capitais negociam-se valores mobiliários, 
como ações, comercial papers e debentures. 
De acordo com Pinheiro (2012) os ativos financeiros podem ser 
diferenciados em ativos de renda fixa e ativos de renda variável ou ações. 
Sendo que os ativos de renda fixa representam promessas de pagamento 
futuros de valores específicos e em datas estipuladas, nesses ativos os 
investidores conhecem antecipadamente os fluxos monetários que vão 
obter, os títulos de renda fixa podem ser emitidos pelo governo ou por 
uma empresa. Enquanto que os ativos de renda variável são aqueles em 
que não há um conhecimento prévio dos rendimentos futuros e o valor 
de resgate pode assumir valores, iguais ou inferiores ou igual ao valor 
aplicado. As ações e as debêntures conversíveis em ações são os produtos 
de renda variável de mais destaque e, talvez, os mais popularmente 
conhecidos pelos investidores no mercado de capitais.
Pinheiro (2012) diz que as características principais dos ativos 
financeiros concentram-se em: liquidez, que é a facilidade e rapidez 
em recuperar o valor nominal investido, ou seja, a capacidade de 
conversibilidade em outros bens ou ativos; risco, que dependerá de um 
conjunto de variáveis relacionadas com o emissor, o mercado e outros 
fatores diversos e; rentabilidade, que é a capacidade de ganho que esses 
ativos podem auferir aos seus possuidores. Em geral a rentabilidade 
depende da liquidez e do risco.
SAIBA MAIS:
Um ativo financeiro é um instrumento que canaliza a poupança 
até o investimento. Sendo que as empresas em sua busca por 
financiamento podem acudir ao mercado mediante os ativos 
financeiros emitindo ações ou emitindo títulos de dívida. 
Pode-se dizer que um ativo, consiste em algo que possuímos 
e que tem um valor de troca.
Mercado Financeiro e de Capitais 49
Característica dos principais títulos privados 
De acordo com Ferreira (2012) as ações são títulos de participação 
negociáveis, que representam parte do capital social de umaempresa, ou 
seja, as ações são títulos de propriedade de uma parte do capital social 
da empresa que a emitiu e, que confere ao seu possuidor o direito de 
participação no resultado da mesma. O acionista é, portanto, proprietário 
de uma parcela da empresa, correspondente ao número de ações que 
possui. Ferreira (2012) diz também, que as ações são títulos de renda 
variável e que apesar da oscilação de preço no curto prazo, é preciso 
ter em mente que uma ação é um ativo real que dá direito a participar 
da rentabilidade da empresa e, que cedo ou tarde o preço de uma ação 
acaba convergindo para a evolução dos lucros. Segundo Cavalcante, 
Misumi e Rudge (2009) as ações podem ser negociadas em mercados 
organizados (bolsa de valores) e por serem objetos de negociação diária, 
os preços das ações podem aumentar ou diminuir de acordo com o maior 
ou menor interesse dos investidores. 
Caro estudante observe a figura 9 a seguir ela ilustra o painel de uma 
bolsa de valores, na qual pode observar que determinada ação aumentou 
ou diminuiu, e você pode observar olhando o sinal de positivo ou negativo 
junto a cada percentual que aparece na tela, sendo o percentual que está 
acompanhado do sinal positivo a ação está operando em alta em relação 
ao dia anterior, enquanto que o percentual que está acompanhado do sinal 
negativo a ação está operando em baixa em relação ao dia anterior. E dessa 
forma uma determinada ação pode render mais ou menos no decorrer de 
um dia, dependendo da movimentação da mesma. Essa oscilação pode 
ocorrer por diversos motivos, algo que aconteça no mercado interno ou 
externo, seja positivo ou negativo. Lembra o que aconteceu com as ações 
da Petrobras na época de início das investigações da operação Lava Jato? 
Lembrou? 
De acordo com Kerr (2011) atualmente as ações funcionam como 
uma conta corrente cujos valores são lançados a débito ou a crédito dos 
acionistas, e não há movimentação física de documentos, mas nominativa. 
Kerr (2012) diz que hoje em dia, no Brasil, há somente ações escriturais 
Mercado Financeiro e de Capitais50
nominativas, as ON (ordinárias nominativas) e as PN (preferenciais 
nominativas), que podem ser emitidas em séries diferentes identificadas 
pelas letras do alfabeto. Sendo assim. Uma mesma empresa pode ter 
ações ON, PNA, PNB.
SAIBA MAIS:
Ações escriturais são ações que não são representadas por 
cautelas ou certificados, funcionando como um registro 
eletrônico, no qual os valores são lançados a débito ou 
crédito dos acionistas, não havendo movimentação física de 
documentos. Nesse caso, elas são escriturado por um banco, 
também conhecido como escriturador, que é fiel depositário 
das ações da companhia, processa os pagamentos de direitos 
e resultados e as transferências de propriedade na forma da 
lei, comprovando esse processamento através de extratos 
bancários.
Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) apresentam algumas 
características essenciais das ações: a ação é considerada contabilmente 
como um crédito não exigível do acionista para com a companhia; não tem 
prazo de resgate; do ponto de vista da companhia, é o instrumento básico 
para levantar recursos financeiros a fim de cumprir com seus objetivos 
sociais; é representada materialmente por um certificado denominado 
cautela; atualmente, é predominantemente em formato escritural, através 
de extrato bancário comprovador da propriedade.
De acordo com Kerr (2012) debênture é um título emitido por uma 
sociedade anônima, previamente autorizada pela CVM, com a finalidade 
de captar recursos de médio e de longo prazo, destinados normalmente 
a financiamento de projetos de investimentos ou alongamento de perfil 
do passivo, ou seja, são títulos emitidos por empresas quando precisam 
captar recursos a médio e longo prazos. Caracteriza-se como um título 
de valor mobiliário, com remuneração baseada em taxas de renda fixa. 
As debêntures podem ser emitidas por sociedades anônimas ou em 
comandita por ações, de capital aberto ou fechado. 
Mercado Financeiro e de Capitais 51
As sociedades anônimas de capital fechado geralmente são 
empresas familiares e têm um número restrito de sócios portadores das 
ações. Já as sociedades anônimas de capital aberto estão necessariamente 
registradas na CVM, e são obrigadas a fornecer ao mercado uma série de 
informações de caráter econômico, social e financeiro, pois suas ações 
podem ser negociadas na bolsa de valores ou no mercado de balcão.
Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) as debêntures estão entre os 
mais antigos tipos de investimentos do Brasil e que a legislação original, 
do tempo do império, que regula a comunhão de debenturistas, mantém-
se até o momento. Pela legislação atual, a debênture pode ser emitida 
por companhia aberta ou fechada, ou por sociedades em comandita por 
ações, mas a emissão pública é reservada apenas às companhias abertas 
com registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Caro estudante, sei do seu anseio por conhecimento e que você 
ficou interessado em querer saber mais, então estou lhe disponibilizando 
o link no qual você encontrará muita informação referente debêntures. 
https://bit.ly/30aSuaM.
De acordo com Assaf Neto (2014) commercial papers, são títulos de 
crédito emitidos visando à captação pública de recursos para o capital 
de giro das empresas, ou seja, no curto prazo. O título é negociado no 
mercado, constituindo-se em importante mecanismo de financiamento 
para as companhias de capital aberto. Como vantagem em relação às 
operações convencionais de empréstimos, o baixo custo financeiro e a 
maior agilidade em tomar recursos no mercado. Além dos juros pagos, a 
empresa emitente dos títulos incorre também nas despesas de emissão, 
tais como registro na CVM, publicações, etc. Esses títulos são negociados 
sem garantia, podendo oferecer garantia de fiança bancária. 
Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) dizem commercial papers que 
são títulos que podem ter remuneração prefixada ou pós fixada, sendo 
que a prefixada é a mais comum. Você já deve ter lido na internet ou visto 
em telejornais algo do tipo, o Brasil foi rebaixado por uma determinada 
agência de risco. Então para que da próxima vez que você assistir isso na 
Mercado Financeiro e de Capitais52
TV, lei o que está no Saiba Mais, bem como acesse o link que estou lhe 
disponibilizando. 
De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudge (2009) nos países 
desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos, tanto as debentures 
como os comercial papers têm um forte mercado secundário, e esses 
títulos costuma ser avaliados e classificados pelas agências especializadas 
em classificação de risco, principalmente as debêntures. Há inúmeras 
agências classificadoras de risco, algumas com nomes bem conhecidos 
como: Moody’s, Standard & Poors, Fitc Ratings e Tompson. 
ACESSE:
Acesse o link e tenha mais informações a respeito das 
agências classificadoras de risco. https://bit.ly/2Wkw0Tr
De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudge (2009 alguns títulos 
privados de investimentos, emitidos por instituições financeiras, de 
modo a agilizar e respaldar operações de intermediação financeira para 
companhias e para pessoas físicas e outras sociedades comerciais, são: 
Certificado de Depósito Bancário (CDB); Cédula de Crédito Bancário 
(CCB); Cédula de Crédito Imobiliário (CCI); Cédula de Produto Rural (CPR); 
Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI); Certificado de Potencial 
Adicional de Construção (CEPAC); Letra de Crédito Imobiliário (LCI), etc.
RESUMINDO:
Neste capítulo você teve a oportunidade de aprender sobre 
a política monetária, sua importância para a economia, bem 
como aprendeu quais são os principais títulos públicos e 
privados do sistema financeiro.
Mercado Financeiro e de Capitais 53
Mercado Cambial
INTRODUÇÃO:
Ao término deste estudo você será capaz de compreender 
o funcionamento do mercado cambial. Verá que o mercado 
cambial inclui as operações

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