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Tribunal de Justiça
(Oficial de Justiça)
Processo Civil
Prof. Marcelo Hugo da Rocha
www.acasadoconcurseiro.com.br
Processo Civil
Professor: Marcelo Hugo da Rocha
www.acasadoconcurseiro.com.br 5
Processo Civil
DO PROCESSO E PROCEDIMENTOS CAUTELARES:
ARTIGOS 796, 802, 813, 822, 839 A 843, 867.
I – Noções sobre processo e procedimentos
O CPC – Código de Processo Civil está dividido em 4 grandes “livros” (art. 270):
 • LIVRO I – Processo de Conhecimento;
 • LIVRO II – Processo de Execução;
 • LIVRO III – Processo Cautelar;
 • LIVRO IV – Procedimentos Especiais.
O art. 271 diz que “aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em 
contrário deste Código ou de lei especial”. O que significa dizer isso?
Bem, em primeiro lugar, “processo” não é a mesma coisa que “procedimento”, também 
denominado de RITO. Sinteticamente, lembrem da seguinte ideia:
Um produto que se chama jurisdição (finalidade de aplicar a lei ao caso concreto), em que 
o PROCESSO é o conteúdo (conjunto de atos em cadeia) e o PROCEDIMENTO, a embalagem 
(a forma e a organização exteriorizada dos atos).
Assim, posso ter um conteúdo, que é o “processo de conhecimento”, mas com dois tipos de 
embalagens, ou “procedimento comum ordinário” ou “procedimento comum sumário”.
Processo não se confunde com “AUTOS”, pois esse representa apenas a materialização de 
alguns atos do processo, não o processo em si. Lembre-se de que na prática dizemos “autos do 
processo”.
O PROCESSO pode ser classificado conforme está dividido no CPC em: conhecimento, para que 
o juiz diga o direito, execução, em que se busca a satisfação do direito, cautelares, quando se 
pretende proteger um direito em perigo.
 
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Esquematizando as palavras da doutrina:
 • No processo de CONHECIMENTO há uma crise de certeza, de quem é o direito;
 • No processo de EXECUÇÃO há uma crise de inadimplemento em que o devedor não 
quer aceitar ou cumprir a decisão;
 • No processo CAUTELAR há uma crise de segurança, em que se buscam providências 
para assegurar o resultado final.
Prevê o art. 272 do CPC: “o procedimento comum é ordinário ou sumário”.
No processo de conhecimento (Livro I) cuida-se do PROCEDIMENTO COMUM (art. 271, CPC), 
que se dá de duas formas: ORDINÁRIO e o SUMÁRIO.
Diz-se “COMUM” para diferenciar dos diversos procedimentos ESPECIAIS do Livro IV do CPC. 
Assim, todos aqueles os quais a lei não tenha previsto o procedimento especial, será observado 
o procedimento comum. Por exclusão.
Portanto, o procedimento especial e o procedimento sumário regem-se pelas disposições que 
Ihes são próprias, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, as disposições gerais do procedimento 
ordinário (parágrafo único do art. 272 do CPC).
II – Das medidas cautelares
1. Noções Gerais
Conforme já foi dito antes, busca-se no processo cautelar resolver uma “crise de segurança”, 
buscando providências que assegurem o resultado final de um processo de conhecimento ou 
de execução.
Assim, o processo cautelar, apesar de gozar de autonomia, é ACESSÓRIO, não é independente. 
O pedido cautelar busca preservar os resultados finais a serem obtidos em processos ditos 
“principais” (os autos do procedimento cautelar serão apensados aos do processo principal, 
art. 809).
O significado do verbo CAUTELAR no dicionário é bastante apropriado para entender 
para se serve o processo: que acautela; que avisa ou previne, guarda ou protege, toma 
antecipadamente providências ou medidas necessárias.
Recorda-se também que as TUTELAS DE URGÊNCIA são espécies das medidas cautelares e a 
tutela antecipada. Elas serão concedidas quando houver uma situação de risco ao provimento 
final, no entanto, não se confundem.
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Exemplifica-se!
Exemplos Medidas
1 Pessoa enferma em estado grave e que necessite ser internada imediatamente, 
mas que não consegue autorização do seu plano de saúde.
Tutela 
antecipada
2 Credor que pretende cobrar uma dívida, mas sabe que o devedor irá transferir os 
seus bens para terceiros para não pagar o que deve.
Medida 
cautelar
No primeiro exemplo, o autor pedirá a condenação do plano de saúde em arcar com as despesas 
da internação, mas se esperasse a sentença, a pessoa enferma em estado grave poderia morrer 
e perder o sentido do processo. Assim, solicita a antecipação da tutela para internar o quanto 
antes. Se o juiz conceder, já satisfaz a pretensão do autor, mesmo que provisoriamente.
No segundo, o autor não necessita, antecipadamente, a condenação do réu nos valores, mas 
sim, garantir que o patrimônio do devedor ainda exista ao tempo da sentença para promover 
a sua execução. Se o juiz conceder, não haverá satisfação da intenção principal – que é cobrar, 
mas afastar uma situação de risco num processo futuro de cobrança.
Assim, fica bem claro que o processo cautelar é um instrumento que serve para outro processo 
para assegurar e garantir o que se postulará, que pode ser instaurado antes ou no curso do 
processo principal e deste é sempre dependente (art. 796).
Atenção!
Disso se observa que o processo cautelar pode ser CLASSIFICADO como preparatório 
(“antes”) ou incidental (“no curso”). Assim, diante da URGÊNCIA, e não tendo como entrar 
com o processo principal, o autor pode ajuizar somente a cautelar preparatória para afastar 
o perigo. Ele é incidental quando da propositura da ação do processo principal não havia 
perigo, mas que se manifestou posteriormente.
Também se observa que pode ser solicitada a MEDIDA CAUTELAR tanto dentro de um 
PROCESSO CAUTELAR autônomo (com procedimento próprio – que veremos abaixo), como 
também no bojo de um PROCESSO DE CONHECIMENTO ou DE EXECUÇÃO (como medida 
liminar).
Diz o art. 798 do CPC que além dos procedimentos cautelares específicos que este Código 
regula no Capítulo II deste Livro (como o arresto, sequestro, por exemplo), poderá o juiz 
determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de 
que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil 
reparação.
Assim, além das “cautelares nominadas” ou específicas, como o arresto e o sequestro, previstas 
no CPC, o juiz aceitará as cautelares INOMINADAS, ou seja, não previstas em lei, mas que 
podem ser concedidas para evitar o dano, autorizar ou vedar a prática de determinados atos, 
ordenar a guarda judicial de pessoas e depósito de bens e impor a prestação de caução (art. 
799).
 
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Atente-se que as cautelares são tão IMPORTANTES para o nosso processo que em casos 
excepcionais, expressamente autorizados por lei, determinará o juiz medidas cautelares sem a 
audiência das partes (art. 797) para não prejudicar quem está solicitando a medida.
Os DOIS REQUISITOS para concessão da MEDIDA CAUTELAR:
(1) FUMUS BONI IURIS – Aparência ou a fumaça do bom direito. Esse exame não exige uma 
avaliação aprofundada dos fatos, nem da relação jurídica discutida, mas que se verifique a 
verossimilhança como na tutela antecipada.
(2) PERICULUM IN MORA – Perigo da demora. Assim, o deferimento da cautelar está 
condicionado a que o provimento final corra risco, esteja ameaçado e que não possa aguardar 
o final.
O procedimento cautelar
Sobre a COMPETÊNCIA, diz o art. 800 que as medidas cautelares serão requeridas ao juiz da 
causa (do processo principal já estabelecido, pois se trata de cautelar incidental); e, quando 
preparatórias, ao juiz competente para conhecer da ação principal (p.ex., se for uma ação de 
separação, numa vara de família).
Diz o seu parágrafo único que interposto o recurso, a medida cautelar será requerida 
diretamente ao tribunal. Aqui o legislador deixa bem claro que o pedido de medida cautelar 
podeser inclusive depois da sentença – desde que apresentado recurso de apelação, pois sem 
ele o processo termina aqui (transita em julgado).
De acordo com o art. 801 do CPC, o requerente (“autor”) pleiteará a medida cautelar em 
petição escrita, que indicará:
I – a autoridade judiciária, a que for dirigida;
II – o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido (réu);
III – a lide (ação principal)e seu fundamento (não será exigido esse requisito quando 
a medida cautelar for requerida de forma incidental, somente em procedimento 
preparatório);
IV – a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão;
V – as provas que serão produzidas.
ESSENCIAL no processo CAUTELAR PREPARATÓRIO além da petição escrita acima: cabe à parte 
propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da efetivação da medida cautelar, 
quando esta for concedida (art. 806).
Quanto à LIMINAR. Observa-se que é lícito ao juiz conceder liminarmente ou após justificação 
prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado, poderá 
torná-la ineficaz; caso em que poderá determinar que o requerente preste caução real ou 
fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer (art. 804).
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Como se interpreta esse artigo? Antes de mais nada, quando o juiz concede uma LIMINAR 
pedida pelo autor, significa em linhas gerais, ANTECIPAR o que se pede, seja como tutela 
antecipada, seja como cautelar a qualquer tempo antes de uma solução definitiva do processo. 
A liminar inaudita altera parte (“sem ouvir a outra parte”) é excepcional e pode ser concedida 
em duas situações:
a) quando a urgência for tamanha que não haja tempo hábil para aguardar a citação do 
réu;
b) quando dessa citação possa resultar a ineficácia da medida.
Exemplificando!
Um pai que esteja ameaçando levar o filho para exterior, mas a guarda da criança é da 
mãe. Assim, o pai, ciente da ação, poderá antecipar a viagem e partir rumo ao exterior. 
Nesse caso, a lei permite que a LIMINAR seja deferida de plano sem ouvir o pai ou após a 
audiência de justificação da mãe se o juiz se sentir mais seguro para decidir.
O artigo ainda determina que o juiz poderá cobrar do autor que “preste caução real ou 
fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer”. Em outras palavras, caso 
o juiz entenda que o réu corra riscos irreparáveis com a concessão da liminar, poderá exigir 
que o autor deposite dinheiro (ou coloque bens em garantia) – caução real – ou que terceiro 
se responsabilize pela obrigação, caso o devedor deixe de cumpri-la (aval, fiança etc.) – caução 
fidejussória. Exemplo comum em cautelares para sustação de protesto.
Aquele que não se conformar com o deferimento da LIMINAR poderá interpor recurso de 
agravo de instrumento para suspendê-la.
IMPORTANTE: a respeito da eficácia das medidas cautelares.
Já foi dito que as medidas cautelares são PROVISÓRIAS e com mais razão determina o art. 807 
que as medidas cautelares podem, a qualquer tempo, ser revogadas ou modificadas. Ocorrem 
quando há uma alteração das circunstâncias como torná-la desnecessária ou que exija uma 
nova proteção mais eficiente.
Mas elas também podem perder a eficácia sem serem revogadas ou modificadas nas situações 
do art. 808, a saber:
Art. 808. Cessa a eficácia da medida cautelar:
I – se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no art. 806 (30 dias);
II – se não for executada dentro de 30 (trinta) dias;
III – se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a medida, é defeso (proibido) à parte repetir o 
pedido, salvo por novo fundamento.
Entende-se da seguinte maneira. Deferida a liminar, cumpre 1º executá-la no prazo de trinta 
dias que começa a correr da data em que o autor tomou ciência da decisão. Não será o autor 
que executa a liminar, mas um oficial de justiça. A 2ª providência do autor, para evitar a perda 
de eficácia, a contar da efetivação da medida, é ajuizar a ação principal no prazo de trinta dias.
 
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|___________|____30 dias____________|____30 dias______________|
| | Execução da liminar | Para ajuizar ação principal |
Deferida Ciência Efetivação da
a liminar. Do autor medida liminar
É também a lógica do art. 807 (“as medidas cautelares conservam a sua eficácia no prazo do 
artigo antecedente – 806 – e na pendência do processo principal”).
Se o juiz deferiu a liminar, mas a ação principal foi proposta depois dos 30 dias, a liminar perde 
a eficácia, mas a ação principal será recebida e processada normalmente. A doutrina entende 
que a decadência atingiu o direito à cautelar, mas não do processo principal.
Se não houve pedido de liminar, mas concedida a medida de urgência na sentença cautelar, 
correrá igualmente o prazo de trinta dias a contar da sua efetivação para ajuizar a ação principal.
Atenção! Súmula nº 482 do STJ (de 2012)
A falta de ajuizamento da ação principal no prazo do art. 806 do CPC acarreta a perda da 
eficácia da liminar deferida e a extinção do processo cautelar.
Assim, o requerente da MEDIDA CAUTELAR tem que estar atento a todos esses detalhes antes 
de solicitá-la, bem como correr o risco de INDENIZAR o réu pelo o que determina o art. 811:
Sem prejuízo do disposto no art. 16 (MÁ-FÉ), o requerente do procedimento cautelar responde 
ao requerido pelo prejuízo que Ihe causar a execução da medida:
I – se a sentença no processo principal Ihe for desfavorável;
II – se, obtida liminarmente a medida no caso do art. 804 deste Código, não promover a citação 
do requerido dentro em 5 (cinco) dias;
III – se ocorrer a cessação da eficácia da medida, em qualquer dos casos previstos no art. 808, 
deste Código;
IV – se o juiz acolher, no procedimento cautelar, a alegação de decadência ou de prescrição do 
direito do autor (art. 810).
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos do procedimento cautelar.
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Caso seja o pedido cautelar objeto de processo AUTÔNOMO, o juiz, verificando que a petição 
inicial está em termos, determinará a citação do réu.
Assim, de acordo com o art. 802, o requerido será citado, qualquer que seja o procedimento 
cautelar, para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido, indicando as provas que pretende 
produzir.
Esse prazo conta-se, da juntada aos autos do mandado (parágrafo único):
I – de citação devidamente cumprido;
II – da execução da medida cautelar, quando concedida liminarmente ou após justificação prévia.
Atenção!
Esqueça o prazo “normal” de CONTESTAÇÃO de 15 dias do procedimento comum. No 
procedimento cautelar é de apenas 5 dias!
Observe que também é de 5 (cinco) dias, se deferida a LIMINAR inaudita altera parte, o prazo 
que o autor deverá promover a CITAÇÃO do réu, sob pena de perda da eficácia da medida 
cautelar (art. 811, II).
Diz o art. 803 que não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo requerido, como 
verdadeiros, os fatos alegados pelo requerente (arts. 285 e 319); caso em que o juiz decidirá 
dentro em 5 (cinco) dias. Ou seja, a FALTA DE CONTESTAÇÃO implicará a REVELIA do réu.
O processo cautelar autônomo termina com uma SENTENÇA que extingue o processo com ou 
sem julgamento de mérito. O juiz irá verificar se ficaram caracterizados o fumus boni iuris e 
o periculum in mora. Em caso positivo, julgará PROCEDENTE o pedido, concedendo a medida 
cautelar solicitada. Em caso negativo, julgará IMPROCEDENTE, ficando sem efeitoa liminar 
concedida durante o processo.
Contra essa sentença caberá recurso de APELAÇÃO (art. 520, IV, CPC).
Diz o art. 810 que o indeferimento da medida não obsta a que a parte intente a ação (principal), 
nem influi no julgamento desta, SALVO se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação 
de decadência ou de prescrição do direito do autor. Nesse caso a prescrição e decadência são 
do direito ou da pretensão objeto do processo principal, por isso obsta.
Por fim, diz o art. 805 que a medida cautelar poderá ser substituída, de ofício ou a requerimento 
de qualquer das partes, pela prestação de caução ou outra garantia menos gravosa para o 
requerido, sempre que adequada e suficiente para evitar a lesão ou repará-la integralmente.
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Questões
1. (Oficial Escrevente – TJRS – 2010 – 
FAURGS) Assinale a afirmação correta sobre 
a disciplina das medidas cautelares prevista 
no Código de Processo Civil.
a) Só em casos excepcionais, 
expressamente autorizados por lei, 
determinará o Juiz medidas cautelares 
sem a audiência das partes.
b) Não pode o Juiz determinar que o 
requerente preste caução real ou 
fidejussória de ressarcir eventuais 
danos sofridos pelo requerido.
c) Cabe à parte propor a ação no prazo 
de 30 (trinta) dias, contados da data do 
deferimento da medida cautelar.
d) Cessa a eficácia da medida cautelar, 
se não for executada dentro de 15 
(quinze) dias contados da data de seu 
deferimento.
e) O requerente do procedimento 
cautelar sempre responde ao requerido 
pelo prejuízo que lhe causar a execução 
da medida.
Comentários: (A) Correta, art. 797, CPC. 
(B) Errada, art. 804. Pode sim. (C) Errada, é 
da data de efetivação da medida cautelar. 
(D) Errada, o prazo é 30 dias. (E) Errada, 
não é sempre só nas hipóteses do art. 811. 
Alternativa A.
2. (Oficial Escrevente – TJRS – 2004 – FAURGS) 
Analise as seguintes afirmações sobre o 
processo cautelar no Código de Processo 
Civil.
I ‒ Na ação cautelar, o prazo para o 
requerido oferecer contestação é de 15 
(quinze) dias.
II ‒ Na ação cautelar, a contagem do prazo 
para contestação começa a fluir a 
partir do recebimento do mandado de 
citação.
III ‒ Na ação cautelar, o prazo para o 
requerido oferecer contestação é de 5 
(cinco) dias.
IV ‒ Cessa a eficácia da medida cautelar 
se a parte não intentar a ação no 
prazo de 30 (trinta) dias, contados 
da data da efetivação da medida 
cautelar concedida em procedimento 
preparatório.
Quais são corretas?
a) Apenas I e a II.
b) Apenas I e a IV.
c) Apenas II e a III.
d) Apenas III e a IV.
e) Apenas II, III e IV.
Comentários: (I) Errada, o prazo é 5 dias. 
(II) Errada, começa da juntada aos autos 
do mandado de citação. (III) Correta. (IV) 
Correta. Alternativa D.
 
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3. (FCC – 2013 – AL-PB – Procurador – nível 
superior) Em relação às medidas cautelares, 
é correto afirmar:
a) Não ocorrem os efeitos da revelia em 
tais medidas.
b) São elas instauradas, necessariamente, 
antes do curso do processo principal, 
do qual é sempre dependente.
c) Em nenhuma hipótese serão determina-
das pelo juiz sem audiência das partes.
d) Podem elas ser substituídas, de ofício 
ou a requerimento de qualquer das 
partes, pela prestação de caução ou 
outra garantia menos gravosa para o 
requerido, sempre que adequada e 
suficiente para evitar a lesão ou repará-
la integralmente.
e) O requerido será citado, qualquer que 
seja o procedimento cautelar, para 
contestar o pedido em dez dias, com a 
indicação das provas a serem produzidas.
Comentários: (A) Errada, corre sim. (B) 
Errada, pode ser durante o curso do processo 
principal. (C) Errada, pode sim, mas de forma 
excepcional. (D) Correta, art. 805. (E) Errada, 
contestação é 5 dias. Alternativa D.
4. (FCC – 2013 – TRT – 9ª REGIÃO (PR) – 
Analista Judiciário – nível superior) As 
medidas cautelares
a) são sempre específicas, pelo princípio 
da taxatividade, inexistindo cautelares 
inominadas em nosso processo civil.
b) só podem ser concedidas após 
audiência prévia de justificação, 
determinada prioritariamente pelo juiz.
c) mesmo que não sejam contestadas, não 
geram o efeito da revelia à parte requerida.
d) por sua natureza de urgência, não 
admitem a designação de audiência de 
instrução e julgamento.
e) podem ser instauradas antes ou no 
curso do processo principal, do qual é 
sempre dependente.
Comentários: (A) Errada, existem 
cautelares nominadas. (B) Errada, podem 
ser concedidas sem audiência prévia. (C) 
Errada, geram efeito da revelia. (D) Errada, 
admitem caso for necessária (art. 803, 
parágrafo único). (E) Correta, art. 796. 
Alternativa E.
5. (VUNESP – 2012 – SPTrans – Advogado 
Pleno – nível superior) O prazo para propor 
a ação principal em que houve uma medida 
cautelar preparatória é de
a) cinco dias, a contar da data da 
propositura da cautelar.
b) vinte dias, a contar da data da 
propositura da cautelar.
c) trinta dias, a contar da data da 
propositura da cautelar.
d) trinta dias, a contar da efetivação da 
data da efetivação da medida.
e) trinta dias, a contar da decisão que 
concedeu a medida.
Comentários: As duas primeiras alternativas 
se eliminam, pois o prazo é de 30 dias. 
Examinem a “linha do tempo” da apostila. 
Assim, o prazo corre da EFETIVAÇÃO da 
medida = art. 806. Alternativa D.
6. (FCC – 2012 – TRT – 18ª Região (GO) – 
JUIZ do Trabalho – JUIZ) O requisito do 
periculum in mora nas ações cautelares
a) somente é exigível para concessão de 
provimento liminar, sem oitiva da parte 
contrária.
b) não é exigível quando o requisito do 
fumus boni iuris for evidente.
c) deve ser necessariamente demonstra-
do em audiência de justificação prévia.
d) aplica-se apenas aos procedimentos 
cautelares inominados.
e) resulta da comprovada probabilidade 
de dano eminente ou imediato.
Comentários: (A) Errada, é exigido em 
qualquer situação. (B) Errada, é sempre 
exigido. (C) Errada, deve ser demonstrada 
já na inicial e não apenas em audiência. (D) 
Errada, aplica-se às cautelares inominadas e 
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nominadas. (E) Correta. Veja que o perigo da 
demora se dá justamente pela probabilidade 
de um dano iminente ou imediato. Apesar da 
FCC escrever “eminente”, grafia incorreta, é 
esse o gabarito correto.
7. (FCC – 2012 – TRT – 4ª REGIÃO (RS) – Juiz 
do Trabalho) Sobre as medidas cautelares, 
é correto afirmar:
a) Cabe à parte propor a ação principal no 
prazo de 30 (trinta) dias contados da 
data do ajuizamento da ação, quando a 
liminar for concedida em procedimento 
preparatório.
b) Salvo decisão judicial em contrário, a 
medida cautelar deixa de ter eficácia 
durante o período de suspensão do 
processo.
c) Se o autor, a título de antecipação 
de tutela, requerer providência 
de natureza cautelar, o juiz deverá 
determinar a emenda da inicial, não 
podendo tomar uma pela outra.
d) O procedimento cautelar sempre 
antecede o processo principal.
e) Interposto recurso, serão requeridas, 
em regra, diretamente ao tribunal.
Comentários: (A) Errada, é da efetivação 
da medida. (B) Errada, justamente ao 
contrário: “Salvo decisão judicial em 
contrário, a medida cautelar conservará a 
eficácia durante o período de suspensão 
do processo” (art. 807, parágrafo único). 
(C) Errada, poderá sim tomar uma pela 
outra. (D) Errada, nem sempre, pode ser no 
curso. (E) Certa, parágrafo único do art. 800. 
Alternativa E.
8. (FCC – 2012 – MPE-PE – Analista Ministerial 
– nível superior) Márcia ajuizou medida 
cautelar de arrolamento de bens em face 
de seu marido, tendo em vista que ele 
está dissipando os bens do casal antes de 
requerer o competente divórcio. De acordocom o Código de Processo Civil brasileiro, 
quando a medida cautelar for concedida em 
procedimento preparatório, caberá à parte 
propor a ação competente no prazo de
a) sessenta dias, contados da data da 
distribuição da medida cautelar.
b) trinta dias, contados da data da 
distribuição da medida cautelar.
c) sessenta dias, contados da data da 
efetivação da medida cautelar.
d) trinta dias, contados da data da 
efetivação da medida cautelar.
e) cento e vinte dias, contados da data da 
distribuição da medida cautelar.
Comentários: outra questão de prazo 
para ação principal, mas agora com uma 
“historinha”. Eliminem as alternativas 
que não são prazo de 30 dias. Restam a B 
e a D. Como vocês já sabem que é da data 
“da efetivação” da medida cautelar, resta a 
Alternativa D.
 
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9. (TJ/SC – Oficial de Justiça – 2008) Assinale 
a alternativa correta no que tange ao 
processo cautelar:
a) O processo cautelar pode ser 
instaurado antes ou no curso do 
processo principal, sendo deste 
independente.
b) A parte beneficiária da medida cautelar 
preparatória tem o prazo de 20 (vinte) 
dias contados do deferimento da 
medida para propor a ação principal.
c) O juiz somente pode determinar 
medidas cautelares sem audiência 
das partes em casos excepcionais, 
expressamente autorizados por lei.
d) Uma vez deferida a medida cautelar 
pleiteada, a mesma conserva sua 
eficácia durante todo transcurso do 
processo principal, não podendo ser 
revogada ou modificada pelo juiz.
Comentários: (A) errada, dependente. (B) 
errada, 30 dias. (C) correta. (D) errada, pode 
ser revogada ou modificada. Alternativa C.
10. (TJ/SC – Oficial de Justiça – 2005) Assinale 
a alternativa correta. Com relação ao 
procedimento cautelar é correto afirmar:
a) O procedimento cautelar pode ser 
instaurado somente antes do processo 
principal e deste é sempre dependente.
b) O requerido será citado, qualquer que 
seja o procedimento cautelar, para, 
no prazo de 10 (dez) dias, contestar 
o pedido, indicando as prova que 
pretende produzir.
c) Só em casos excepcionais, 
expressamente autorizados por lei, 
determinará o juiz medidas cautelares 
sem a audiência das partes.
d) Caberá à parte propor a ação principal, 
no prazo de 15 (quinze) dias, contados 
da data da efetivação da medida 
cautelar, quando esta for concedida em 
procedimento preparatório.
Comentários: (A) errada, pode ser durante. 
(B) errada, cinco dias. (C) correta. (D) errada, 
30 dias. Alternativa C.
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2. Procedimentos Cautelares Específicos
Antes de mais nada, não esqueça o que diz o art. 812 do CPC e traduzido assim: “aos 
procedimentos cautelares específicos (aqui estamos neles), regulados no Capítulo seguinte (a 
partir do art. 813 com o arresto), aplicam-se as disposições gerais deste Capítulo (das regras 
gerais)”.
Para o teu concurso, de oficial de justiça, o edital prevê aquelas medidas MAIS COMUNS 
que fará parte do SEU dia a dia, pois são diversas delas que o CPC prevê, e diga-se, algumas a 
doutrina nem considera como “cautelares”, mas não é o caso daquelas que iremos tratar aqui.
2.1 Arresto
Em linhas singelas, é um processo cautelar autônomo, com procedimento próprio em que 
procura afastar que o devedor dilapide o seu patrimônio, tornando-se insolvente. Serve para 
que se faça a apreensão judicial de bens do devedor e sejam entregues a um depositário.
É indispensável uma DÍVIDA em dinheiro ou que em dinheiro se possa converter.
Atenção!
Não confunda com o ARRESTO EXECUTIVO (art. 653 do CPC). É quando o oficial de justiça, 
não encontrando o devedor, arresta-lhe tantos bens quantos bastem para garantir a 
execução. Além de não constituir ação autônoma, mas um incidente de execução, não 
tem natureza cautelar, porque independe de situação de perigo e que ponha em risco a 
solvência do devedor.
É uma medida que exige a não localização do devedor, mas de seus bens. Assim, se o oficial 
de justiça não encontrado o executado, mas seus bens, ele os arresta. Depois da citação 
por edital, os bens serão penhorados.
O art. 813 indica as situações em que fica evidenciado o PERIGO DE PREJUÍZO (hipóteses de 
cabimento) e que justificam a concessão do ARRESTO CAUTELAR.
O arresto tem lugar:
I – quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou 
deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado;
II – quando o devedor, que tem domicílio:
a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente;
b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair 
dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro 
qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou lesar credores;
III – quando o devedor, que possui “bens de raiz” (imóveis em geral, terreno, casa, apartamento), 
intenta aliená-los (vendê-los), hipotecá-los (garantia, cujo imóvel é a própria) ou dá-los em 
 
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anticrese (credor, retendo um imóvel do devedor, percebe os seus frutos para conseguir a 
soma de dinheiro emprestada, como p.ex., o aluguel), sem ficar com algum ou alguns, livres e 
desembargados, equivalentes às dívidas;
IV – nos demais casos expressos em lei.
Apesar da “letra fria da lei” e das críticas que sofre, em todas as hipóteses, qualquer uma, 
é preciso que delas resultem a alegação de perigo de prejuízo, onde se faça presumir uma 
tentativa de fazer desaparecer os bens e prejudicar os credores.
Sobre outras hipóteses previstas em lei (veja o inciso IV), cita-se o exemplo do art. 1.997, § 1º 
do Código Civil e que apesar de não usar o termo “arresto”, prevê uma hipótese específica para 
a sua concessão em processo de inventário: um determinado crédito é impugnado e enquanto 
se discute sobre ele, o juiz mandará reservar bens que garantam sua cobrança no futuro.
De acordo com o art. 814, para a concessão do arresto é ESSENCIAL:
I – prova literal da dívida líquida e certa;
II – prova documental ou justificação de algum dos casos mencionados no artigo antecedente. 
Novamente, não dá para tomar com exatidão o que diz a lei. Assim, para a concessão da 
medida de ARRESTO basta a plausibilidade (e não uma certeza absoluta), que seja verossímil a 
existência da dívida. E a iliquidez não é causa impeditiva do arresto. Leia-se o parágrafo único.
Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito de concessão de arresto, a 
sentença, líquida ou ilíquida, pendente de recurso, condenando o devedor ao pagamento de 
dinheiro ou de prestação que em dinheiro possa converter-se.
Observação:
Apesar dos outros artigos referentes ao ARRESTO não constarem do último edital para 
oficial de justiça, é importante destacar alguns para compreensão geral dessa medida 
cautelar nominada.
Quanto ao procedimento, é praticamente igual do que seu viu em “noções gerais”. Há uma 
petição inicial com todos aqueles requisitos do art. 801 e a possibilidade do pedido de LIMINAR 
já comentado anteriormente, como também, se o juiz achar necessária uma audiência de 
justificação prévia.
O que tem de diferente, ao menos no texto da lei, é que a justificação prévia, quando ao juiz 
parecer indispensável, far-se-á em segredo e de plano, reduzindo-se a termo o depoimento das 
testemunhas (art. 815).
Esse “segredo” é para evitar que o devedor tome conhecimento da medida e acelere o 
desfazimento de seus bens. O segredo de justiça não é característica essencial da audiência, só 
quando o juiz achar indispensável.
E o art. 816 trata das hipóteses em que o juiz concederá o arresto independentemente de 
justificação prévia:
I – quando for requerido pela União, Estado ou Município, nos casos previstos em lei;TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha
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II – se o credor prestar caução (art. 804).
Na jurisprudência esse texto não pode ser entendido como uma “obrigação” do juiz em 
conceder o arresto sem a justificação prévia nessas situações, mas que pode ser examinada 
nessas situações com menor grau de exigência.
Diz o art. 818 que julgada procedente a ação principal, o arresto se resolve em penhora. É o que 
sempre quis ser quando fosse “grande” o arresto (que como qualquer cautelar é provisório): 
uma “bela” penhora, ou seja, é quando finalmente os bens do devedor são tomados para 
satisfazer a dívida, levados em hasta pública para serem arrematados e com o produto da 
venda pagar o credor.
 2.2 SEQUESTRO
Em primeiro lugar, a proteção que se busca por meio do SEQUESTRO é diferente daquela que 
se almeja no ARRESTO.
Enquanto que com o ARRESTO a gente busca quaisquer bens do devedor que possam ser 
penhorados, no SEQUESTRO, o objetivo é preservar um ou alguns bens determinados e 
específicos, sobre os quais recaia o litígio e que estejam em risco.
Assim, diferente do arresto, no SEQUESTRO não há uma dívida financeira e, portanto, o 
objetivo não é penhorar bens para ser frutífera uma cobrança. Aqui o objetivo é apreender o 
bem que é ou virá a ser litigioso (no arresto é prender o bem para vendê-lo depois).
Os requisitos do SEQUESTRO estão enumerados no art. 822 do CPC:
O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o sequestro:
I – de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade ou a 
posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações;
II – dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por 
sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar;
III – dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o 
cônjuge os estiver dilapidando;
IV – nos demais casos expressos em lei.
Importa aqui se referir ao art. 823, visto que se aplica ao sequestro, no que couber, o que o 
CPC estatui acerca do arresto. Assim, os procedimentos do SEQUESTRO seguirão os mesmos do 
arresto.
 
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Questão
1. (FCC – TJ/PI – Oficial de Justiça – 2009) 
O arresto é medida cautelar que, 
diversamente do sequestro, visa assegurar 
a efetividade da
a) execução de obrigação de fazer.
b) execução por quantia.
c) execução de obrigação de entrega de 
coisa.
d) tutela jurisdicional constitutiva.
e) tutela jurisdicional mandamental.
Comentários: O arresto, diferente do 
sequestro, tem como origem uma dívida de 
dinheiro. Assim, visa assegurar a efetividade 
da execução por quantia. Já o sequestro, 
uma execução de obrigação de entrega de 
coisa. Gabarito: alternativa B.
TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha
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2.3 Busca e Apreensão
Diz o art. 839 que o juiz pode decretar a busca e apreensão de pessoas ou de coisas.
Disso, podemos encontrar uma linha comum com o ARRESTO e com o SEQUESTRO: em todas 
essas medidas há uma apreensão. Distingue-se, porque no:
 • Arresto se apreende os bens suficientes para garantir o pagamento de uma dívida;
 • Sequestro se apreende um bem para afastar o perigo de que se perca, deteriore ou 
desapareça.
“Buscar” significa, justamente, procurar, coisa que não se faz necessária no arresto como 
no sequestro, pois em regra, os bens não estão em local incerto, portanto, não precisam ser 
localizados.
A “apreensão” é mera consequência de uma busca frutífera.
Outra distinção é quanto ao destino dos bens encontrados ou da pessoa achada: no arresto e 
sequestro (que não servem para HUMANOS), o destino é um “depositário” nomeado pelo juiz.
Na BUSCA E APREENSÃO, por exemplo, o mandado indicará o destino a ser dado da pessoa ou 
bem (art. 841, II) e que dependerá da melhor opção a ser avaliada.
E somente a BUSCA E APREENSÃO podem ter por objetivo também pessoas. Essa medida é 
deferida com muita frequência nas ações envolvendo guarda e destituição de poder familiar 
de filhos menores. Por exemplo, uma criança, cuja guarda esteja com a mãe e que sofra maus 
tratos. O pai, preocupado, quer postular a modificação da guarda, mas temendo pela condição 
física do filho, ele pode ajuizar uma cautelar de busca e apreensão.
De acordo com o art. 840, na petição inicial exporá o requerente as (1) razões justificativas da 
medida e da (2) ciência de estar a pessoa ou a coisa no lugar designado.
Diferente do que se pode pensar com a leitura apressada do artigo acima, não é preciso que o 
autor demonstre que a pessoa ou coisa esteja onde foi apontado, bastando que indique apenas 
as razões para imagina onde está o que se busca apreender.
O juiz poderá conceder liminar de plano ou após a audiência de justificação. Se for o caso far-
se-á em segredo de justiça, se for indispensável. Provado quanto baste o alegado, expedir-se-á 
o mandado que conterá (art. 841):
I – a indicação da casa ou do lugar em que deve efetuar-se a diligência;
II – a descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a Ihe dar;
III – a assinatura do juiz, de quem emanar a ordem.
 
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Atenção!
O mandado será cumprido por dois oficiais de justiça, um dos quais o lerá ao morador, 
intimando-o a abrir as portas (art. 842).
Atente-se também a essas regras:
 • Não atendidos, os oficiais de justiça arrombarão as portas externas, bem como as 
internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja oculta a pessoa ou a coisa 
procurada (§ 1º).
 • Os oficiais de justiça far-se-ão acompanhar de duas testemunhas (§ 2º).
 • Tratando-se de direito autoral ou direito conexo do artista, intérprete ou executante, 
produtores de fonogramas e organismos de radiodifusão, o juiz designará, para 
acompanharem os oficiais de justiça, dois peritos aos quais incumbirá confirmar a 
ocorrência da violação antes de ser efetivada a apreensão (§ 3º).
Finda a diligência, lavrarão os oficiais de justiça auto circunstanciado, assinando-o com as 
testemunhas (art. 843).
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TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha
2. (CONESUL – 2009 – TJ-RS – Oficial de 
Justiça) Assinale a alternativa correta sobre 
o cumprimento de mandado de busca e 
apreensão de pessoas ou de coisas.
a) O mandado será cumprido por três 
oficiais de justiça, um dos quais o lerá 
ao morador, intimando-o a abrir as 
portas.
b) Finda a diligência, lavrarão os oficiais 
de justiça certidão, assinando-o com as 
testemunhas.
c) Os oficiais de justiça far-se-ão 
acompanhar de uma ou duas 
testemunhas.
d) Um oficial de justiça lerá ao morador 
o mandado, notificando-o a abrir as 
portas. Não atendidos, os oficiais de 
justiça arrombarão as portas externas, 
bem como as internas e quaisquer 
móveis onde presumam que esteja 
oculta a pessoa ou a coisa procurada.
e) Tratando-se de direito autoral ou 
direito conexo do artista, intérprete ou 
executante, produtores de fonogramas 
e organismos de radiodifusão, o juiz 
designará, para acompanharem os 
oficiais de justiça, dois peritos aos 
quais incumbirá confirmar a ocorrência 
da violação antes de ser efetivada a 
apreensão.
Comentários: (A) errada, são dois oficiais. 
(B) errada, auto circunstanciado. (C) errada, 
duas testemunhas. (D) errada, “intimando” 
e não notificando-o. (E) certa, art. 842, § 3º.
3. (CESGRANRIO – TJ/RO – Oficial de Justiça 
– 2008) Edmundo Leal postula ação de 
busca e apreensão de veículo automotor 
alienado para Marte Procópio Cacique, 
que não quitou totalmente as prestações, 
estando com quatro meses de atraso no 
cumprimento de suas obrigações, sendo 
a medida liminar deferida pelo Juízo de 
plantão. No momento do deferimento da 
medida, somente está presente um Oficialde Justiça, vez que os demais convocados 
para o trabalho foram designados para 
realizar outras diligências em distritos 
distantes da Comarca. Diante de tal 
situação, deve o Oficial de Justiça:
a) cumprir incontinenti a ordem do Juiz.
b) cumprir o mandado com ressalvas.
c) certificar a impossibilidade de 
cumprimento do mandado, vez que são 
necessários dois Oficiais para cumprir a 
diligência.
d) buscar o auxílio de força policial para 
cumprir o mandado.
e) buscar autorização especial do Juiz para 
cumprir o mandado.
Comentários: art. 842, alternativa C.
 
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2.4 Protestos, Notificações e Interpelações
De acordo com o art. 867, todo aquele que desejar prevenir responsabilidade, prover a 
conservação e ressalva de seus direitos ou manifestar qualquer intenção de modo formal, 
poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao juiz, e requerer que do mesmo 
se intime a quem de direito.
Para a doutrina não se trata de medidas cautelares, pois não busca afastar o perigo de prejuízo 
irreparável e não depende para o seu deferimento da prova de verossimilhança do direito 
alegado. Nem o juiz “decide” algo, pois sua atuação é simplesmente a de fazer realizar a 
comunicação de atos de maneira pública.
Assim, não há grande relevância na distinção entre os 3 tipos de atos a que se alude o art. 867, 
pois todos têm a mesma finalidade, a de fazer com que alguém tome ciência de determinado 
ato ou fato, para preservar responsabilidade ou conservar e ressalvar direitos.
Vamos às distinções!
Notificação Mais se pretende levar uma notícia do que exigir.
Interpelação Aqui o objetivo é justamente exigir.
Protesto Há uma reclamação pública.
Alguns exemplos:
 • Contrato de aluguel que venceu o prazo e que após a prorrogação, o locador pode a 
qualquer tempo notificar que não pretende mais alugar.
 • Alguém está vendendo um veículo e há alguns interessados. Então um terceiro 
protesta contra a alienação desse bem, dando conhecimento aos interessados que o 
veículo tem outro proprietário, afastando a possibilidade de quem comprar alegar que 
comprou de boa-fé.
 • Interpelar alguém se disse ou não determinada afirmação.
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TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha
Questões
4. (TJ/SC – Oficial de Justiça – 2008) No 
Processo Civil, como se denomina o ato que 
quando válido, entre outros efeitos, torna 
prevento o juízo e interrompe a prescrição?
a) Notificação.
b) Intimação.
c) Interpelação.
d) Citação.
Comentários: a banca de SC tenta confundir 
dois institutos “cautelares”, notificação e 
interpelação, com outros dois atos, citação 
e intimação. No caso, a resposta correta é 
citação, art. 219, CPC.
5. (MPE-MG – 2010 – MPE-MG – Promotor 
de Justiça) Levando-se em consideração as 
medidas cautelares específicas previstas 
no Código de Processo Civil, marque a 
resposta CORRETA. Para indisponibilizar o 
patrimônio do réu, de modo a assegurar 
futura realização de créditos monetários ou 
de outras prestações que devam converter-
se em prestações pecuniárias, a medida 
apropriada será
a) sequestro.
b) busca e apreensão.
c) protesto.
d) arresto.
Comentários: alternativa D.
6. (CONESUL – 2009 – TJ-RS – Oficial de 
Justiça) Dos processos e procedimentos 
cautelares, assinale a alternativa correta.
a) Na busca e apreensão, os oficiais de 
justiça far-se-ão acompanhar de duas 
testemunhas.
b) Finda a diligência, lavrarão e assinarão 
o auto somente os oficiais de justiça 
que se fizerem acompanhar.
c) O procedimento cautelar deverá ser 
instaurado sempre antes no curso do 
processo principal.
d) O prazo do requerido para contestar 
o pedido, após a sua citação, será de 
quinze (15) dias, indicando as provas 
que pretende produzir.
e) Todas as alternativas anteriores estão 
corretas.
Comentários: alternativa A.
7. (VUNESP – 2010 – TJ/SP – Oficial de 
Justiça) Havendo fundado receio de que 
bem móveis sejam danificados, quando 
há disputa judicial sobre sua posse ou 
propriedade, a medida judicial cabível para 
preservá-los é:
a) Arresto.
b) Sequestro.
c) Busca e apreensão.
d) Notificação.
Comentários: Alternativa B.
 
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8. (TJ/SC – Oficial de Justiça – 2008) Como 
se denomina a medida cautelar que o 
interessado promove para fins de prevenir 
responsabilidade, prover a conservação e 
ressalva de seus direitos ou manifestar sua 
intenção de modo formal:
a) Protesto.
b) Justificação.
c) Busca e apreensão.
d) Arresto.
Comentários: Alternativa A.
9. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – Titular de 
Serviços de Notas e de Registros) No 
processo cautelar, é correto dizer que
a) o sequestro tem lugar quando o 
devedor sem domicílio certo intenta 
ausentar-se ou alienar os bens que 
possui, ou deixa de pagar a obrigação 
no prazo estipulado.
b) o arresto, a busca e apreensão, o 
sequestro e a interpelação são medidas 
de natureza constritiva.
c) cabe à parte propor a ação principal, 
no prazo de 30 dias, contados da 
efetivação da medida cautelar, quando 
ela for concedida em procedimento 
preparatório.
d) o arresto subsiste ainda que se dê a 
novação da dívida.
Comentários: (A) errada, arresto. (B) errada, 
pois a interpelação não tem natureza 
constritiva. (C) certa, art. 806. (D) errada, 
novação cessa o arresto. Alternativa C.
TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha
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Bibliografia:
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado. 2. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2013.
______________. Novo Curso de Direito Processual Civil. 6. ed. São Paulo: Saraiva, v. 3. 2013.

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