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Tribunal de Justiça (Oficial de Justiça) Processo Civil Prof. Marcelo Hugo da Rocha www.acasadoconcurseiro.com.br Processo Civil Professor: Marcelo Hugo da Rocha www.acasadoconcurseiro.com.br 5 Processo Civil DO PROCESSO E PROCEDIMENTOS CAUTELARES: ARTIGOS 796, 802, 813, 822, 839 A 843, 867. I – Noções sobre processo e procedimentos O CPC – Código de Processo Civil está dividido em 4 grandes “livros” (art. 270): • LIVRO I – Processo de Conhecimento; • LIVRO II – Processo de Execução; • LIVRO III – Processo Cautelar; • LIVRO IV – Procedimentos Especiais. O art. 271 diz que “aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei especial”. O que significa dizer isso? Bem, em primeiro lugar, “processo” não é a mesma coisa que “procedimento”, também denominado de RITO. Sinteticamente, lembrem da seguinte ideia: Um produto que se chama jurisdição (finalidade de aplicar a lei ao caso concreto), em que o PROCESSO é o conteúdo (conjunto de atos em cadeia) e o PROCEDIMENTO, a embalagem (a forma e a organização exteriorizada dos atos). Assim, posso ter um conteúdo, que é o “processo de conhecimento”, mas com dois tipos de embalagens, ou “procedimento comum ordinário” ou “procedimento comum sumário”. Processo não se confunde com “AUTOS”, pois esse representa apenas a materialização de alguns atos do processo, não o processo em si. Lembre-se de que na prática dizemos “autos do processo”. O PROCESSO pode ser classificado conforme está dividido no CPC em: conhecimento, para que o juiz diga o direito, execução, em que se busca a satisfação do direito, cautelares, quando se pretende proteger um direito em perigo. www.acasadoconcurseiro.com.br6 Esquematizando as palavras da doutrina: • No processo de CONHECIMENTO há uma crise de certeza, de quem é o direito; • No processo de EXECUÇÃO há uma crise de inadimplemento em que o devedor não quer aceitar ou cumprir a decisão; • No processo CAUTELAR há uma crise de segurança, em que se buscam providências para assegurar o resultado final. Prevê o art. 272 do CPC: “o procedimento comum é ordinário ou sumário”. No processo de conhecimento (Livro I) cuida-se do PROCEDIMENTO COMUM (art. 271, CPC), que se dá de duas formas: ORDINÁRIO e o SUMÁRIO. Diz-se “COMUM” para diferenciar dos diversos procedimentos ESPECIAIS do Livro IV do CPC. Assim, todos aqueles os quais a lei não tenha previsto o procedimento especial, será observado o procedimento comum. Por exclusão. Portanto, o procedimento especial e o procedimento sumário regem-se pelas disposições que Ihes são próprias, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, as disposições gerais do procedimento ordinário (parágrafo único do art. 272 do CPC). II – Das medidas cautelares 1. Noções Gerais Conforme já foi dito antes, busca-se no processo cautelar resolver uma “crise de segurança”, buscando providências que assegurem o resultado final de um processo de conhecimento ou de execução. Assim, o processo cautelar, apesar de gozar de autonomia, é ACESSÓRIO, não é independente. O pedido cautelar busca preservar os resultados finais a serem obtidos em processos ditos “principais” (os autos do procedimento cautelar serão apensados aos do processo principal, art. 809). O significado do verbo CAUTELAR no dicionário é bastante apropriado para entender para se serve o processo: que acautela; que avisa ou previne, guarda ou protege, toma antecipadamente providências ou medidas necessárias. Recorda-se também que as TUTELAS DE URGÊNCIA são espécies das medidas cautelares e a tutela antecipada. Elas serão concedidas quando houver uma situação de risco ao provimento final, no entanto, não se confundem. TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha www.acasadoconcurseiro.com.br 7 Exemplifica-se! Exemplos Medidas 1 Pessoa enferma em estado grave e que necessite ser internada imediatamente, mas que não consegue autorização do seu plano de saúde. Tutela antecipada 2 Credor que pretende cobrar uma dívida, mas sabe que o devedor irá transferir os seus bens para terceiros para não pagar o que deve. Medida cautelar No primeiro exemplo, o autor pedirá a condenação do plano de saúde em arcar com as despesas da internação, mas se esperasse a sentença, a pessoa enferma em estado grave poderia morrer e perder o sentido do processo. Assim, solicita a antecipação da tutela para internar o quanto antes. Se o juiz conceder, já satisfaz a pretensão do autor, mesmo que provisoriamente. No segundo, o autor não necessita, antecipadamente, a condenação do réu nos valores, mas sim, garantir que o patrimônio do devedor ainda exista ao tempo da sentença para promover a sua execução. Se o juiz conceder, não haverá satisfação da intenção principal – que é cobrar, mas afastar uma situação de risco num processo futuro de cobrança. Assim, fica bem claro que o processo cautelar é um instrumento que serve para outro processo para assegurar e garantir o que se postulará, que pode ser instaurado antes ou no curso do processo principal e deste é sempre dependente (art. 796). Atenção! Disso se observa que o processo cautelar pode ser CLASSIFICADO como preparatório (“antes”) ou incidental (“no curso”). Assim, diante da URGÊNCIA, e não tendo como entrar com o processo principal, o autor pode ajuizar somente a cautelar preparatória para afastar o perigo. Ele é incidental quando da propositura da ação do processo principal não havia perigo, mas que se manifestou posteriormente. Também se observa que pode ser solicitada a MEDIDA CAUTELAR tanto dentro de um PROCESSO CAUTELAR autônomo (com procedimento próprio – que veremos abaixo), como também no bojo de um PROCESSO DE CONHECIMENTO ou DE EXECUÇÃO (como medida liminar). Diz o art. 798 do CPC que além dos procedimentos cautelares específicos que este Código regula no Capítulo II deste Livro (como o arresto, sequestro, por exemplo), poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação. Assim, além das “cautelares nominadas” ou específicas, como o arresto e o sequestro, previstas no CPC, o juiz aceitará as cautelares INOMINADAS, ou seja, não previstas em lei, mas que podem ser concedidas para evitar o dano, autorizar ou vedar a prática de determinados atos, ordenar a guarda judicial de pessoas e depósito de bens e impor a prestação de caução (art. 799). www.acasadoconcurseiro.com.br8 Atente-se que as cautelares são tão IMPORTANTES para o nosso processo que em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei, determinará o juiz medidas cautelares sem a audiência das partes (art. 797) para não prejudicar quem está solicitando a medida. Os DOIS REQUISITOS para concessão da MEDIDA CAUTELAR: (1) FUMUS BONI IURIS – Aparência ou a fumaça do bom direito. Esse exame não exige uma avaliação aprofundada dos fatos, nem da relação jurídica discutida, mas que se verifique a verossimilhança como na tutela antecipada. (2) PERICULUM IN MORA – Perigo da demora. Assim, o deferimento da cautelar está condicionado a que o provimento final corra risco, esteja ameaçado e que não possa aguardar o final. O procedimento cautelar Sobre a COMPETÊNCIA, diz o art. 800 que as medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa (do processo principal já estabelecido, pois se trata de cautelar incidental); e, quando preparatórias, ao juiz competente para conhecer da ação principal (p.ex., se for uma ação de separação, numa vara de família). Diz o seu parágrafo único que interposto o recurso, a medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal. Aqui o legislador deixa bem claro que o pedido de medida cautelar podeser inclusive depois da sentença – desde que apresentado recurso de apelação, pois sem ele o processo termina aqui (transita em julgado). De acordo com o art. 801 do CPC, o requerente (“autor”) pleiteará a medida cautelar em petição escrita, que indicará: I – a autoridade judiciária, a que for dirigida; II – o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido (réu); III – a lide (ação principal)e seu fundamento (não será exigido esse requisito quando a medida cautelar for requerida de forma incidental, somente em procedimento preparatório); IV – a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão; V – as provas que serão produzidas. ESSENCIAL no processo CAUTELAR PREPARATÓRIO além da petição escrita acima: cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida (art. 806). Quanto à LIMINAR. Observa-se que é lícito ao juiz conceder liminarmente ou após justificação prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado, poderá torná-la ineficaz; caso em que poderá determinar que o requerente preste caução real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer (art. 804). TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha www.acasadoconcurseiro.com.br 9 Como se interpreta esse artigo? Antes de mais nada, quando o juiz concede uma LIMINAR pedida pelo autor, significa em linhas gerais, ANTECIPAR o que se pede, seja como tutela antecipada, seja como cautelar a qualquer tempo antes de uma solução definitiva do processo. A liminar inaudita altera parte (“sem ouvir a outra parte”) é excepcional e pode ser concedida em duas situações: a) quando a urgência for tamanha que não haja tempo hábil para aguardar a citação do réu; b) quando dessa citação possa resultar a ineficácia da medida. Exemplificando! Um pai que esteja ameaçando levar o filho para exterior, mas a guarda da criança é da mãe. Assim, o pai, ciente da ação, poderá antecipar a viagem e partir rumo ao exterior. Nesse caso, a lei permite que a LIMINAR seja deferida de plano sem ouvir o pai ou após a audiência de justificação da mãe se o juiz se sentir mais seguro para decidir. O artigo ainda determina que o juiz poderá cobrar do autor que “preste caução real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer”. Em outras palavras, caso o juiz entenda que o réu corra riscos irreparáveis com a concessão da liminar, poderá exigir que o autor deposite dinheiro (ou coloque bens em garantia) – caução real – ou que terceiro se responsabilize pela obrigação, caso o devedor deixe de cumpri-la (aval, fiança etc.) – caução fidejussória. Exemplo comum em cautelares para sustação de protesto. Aquele que não se conformar com o deferimento da LIMINAR poderá interpor recurso de agravo de instrumento para suspendê-la. IMPORTANTE: a respeito da eficácia das medidas cautelares. Já foi dito que as medidas cautelares são PROVISÓRIAS e com mais razão determina o art. 807 que as medidas cautelares podem, a qualquer tempo, ser revogadas ou modificadas. Ocorrem quando há uma alteração das circunstâncias como torná-la desnecessária ou que exija uma nova proteção mais eficiente. Mas elas também podem perder a eficácia sem serem revogadas ou modificadas nas situações do art. 808, a saber: Art. 808. Cessa a eficácia da medida cautelar: I – se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no art. 806 (30 dias); II – se não for executada dentro de 30 (trinta) dias; III – se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito. Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a medida, é defeso (proibido) à parte repetir o pedido, salvo por novo fundamento. Entende-se da seguinte maneira. Deferida a liminar, cumpre 1º executá-la no prazo de trinta dias que começa a correr da data em que o autor tomou ciência da decisão. Não será o autor que executa a liminar, mas um oficial de justiça. A 2ª providência do autor, para evitar a perda de eficácia, a contar da efetivação da medida, é ajuizar a ação principal no prazo de trinta dias. www.acasadoconcurseiro.com.br10 |___________|____30 dias____________|____30 dias______________| | | Execução da liminar | Para ajuizar ação principal | Deferida Ciência Efetivação da a liminar. Do autor medida liminar É também a lógica do art. 807 (“as medidas cautelares conservam a sua eficácia no prazo do artigo antecedente – 806 – e na pendência do processo principal”). Se o juiz deferiu a liminar, mas a ação principal foi proposta depois dos 30 dias, a liminar perde a eficácia, mas a ação principal será recebida e processada normalmente. A doutrina entende que a decadência atingiu o direito à cautelar, mas não do processo principal. Se não houve pedido de liminar, mas concedida a medida de urgência na sentença cautelar, correrá igualmente o prazo de trinta dias a contar da sua efetivação para ajuizar a ação principal. Atenção! Súmula nº 482 do STJ (de 2012) A falta de ajuizamento da ação principal no prazo do art. 806 do CPC acarreta a perda da eficácia da liminar deferida e a extinção do processo cautelar. Assim, o requerente da MEDIDA CAUTELAR tem que estar atento a todos esses detalhes antes de solicitá-la, bem como correr o risco de INDENIZAR o réu pelo o que determina o art. 811: Sem prejuízo do disposto no art. 16 (MÁ-FÉ), o requerente do procedimento cautelar responde ao requerido pelo prejuízo que Ihe causar a execução da medida: I – se a sentença no processo principal Ihe for desfavorável; II – se, obtida liminarmente a medida no caso do art. 804 deste Código, não promover a citação do requerido dentro em 5 (cinco) dias; III – se ocorrer a cessação da eficácia da medida, em qualquer dos casos previstos no art. 808, deste Código; IV – se o juiz acolher, no procedimento cautelar, a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor (art. 810). Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos do procedimento cautelar. TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha www.acasadoconcurseiro.com.br 11 Caso seja o pedido cautelar objeto de processo AUTÔNOMO, o juiz, verificando que a petição inicial está em termos, determinará a citação do réu. Assim, de acordo com o art. 802, o requerido será citado, qualquer que seja o procedimento cautelar, para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido, indicando as provas que pretende produzir. Esse prazo conta-se, da juntada aos autos do mandado (parágrafo único): I – de citação devidamente cumprido; II – da execução da medida cautelar, quando concedida liminarmente ou após justificação prévia. Atenção! Esqueça o prazo “normal” de CONTESTAÇÃO de 15 dias do procedimento comum. No procedimento cautelar é de apenas 5 dias! Observe que também é de 5 (cinco) dias, se deferida a LIMINAR inaudita altera parte, o prazo que o autor deverá promover a CITAÇÃO do réu, sob pena de perda da eficácia da medida cautelar (art. 811, II). Diz o art. 803 que não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo requerido, como verdadeiros, os fatos alegados pelo requerente (arts. 285 e 319); caso em que o juiz decidirá dentro em 5 (cinco) dias. Ou seja, a FALTA DE CONTESTAÇÃO implicará a REVELIA do réu. O processo cautelar autônomo termina com uma SENTENÇA que extingue o processo com ou sem julgamento de mérito. O juiz irá verificar se ficaram caracterizados o fumus boni iuris e o periculum in mora. Em caso positivo, julgará PROCEDENTE o pedido, concedendo a medida cautelar solicitada. Em caso negativo, julgará IMPROCEDENTE, ficando sem efeitoa liminar concedida durante o processo. Contra essa sentença caberá recurso de APELAÇÃO (art. 520, IV, CPC). Diz o art. 810 que o indeferimento da medida não obsta a que a parte intente a ação (principal), nem influi no julgamento desta, SALVO se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor. Nesse caso a prescrição e decadência são do direito ou da pretensão objeto do processo principal, por isso obsta. Por fim, diz o art. 805 que a medida cautelar poderá ser substituída, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pela prestação de caução ou outra garantia menos gravosa para o requerido, sempre que adequada e suficiente para evitar a lesão ou repará-la integralmente. www.acasadoconcurseiro.com.br 13 Questões 1. (Oficial Escrevente – TJRS – 2010 – FAURGS) Assinale a afirmação correta sobre a disciplina das medidas cautelares prevista no Código de Processo Civil. a) Só em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei, determinará o Juiz medidas cautelares sem a audiência das partes. b) Não pode o Juiz determinar que o requerente preste caução real ou fidejussória de ressarcir eventuais danos sofridos pelo requerido. c) Cabe à parte propor a ação no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data do deferimento da medida cautelar. d) Cessa a eficácia da medida cautelar, se não for executada dentro de 15 (quinze) dias contados da data de seu deferimento. e) O requerente do procedimento cautelar sempre responde ao requerido pelo prejuízo que lhe causar a execução da medida. Comentários: (A) Correta, art. 797, CPC. (B) Errada, art. 804. Pode sim. (C) Errada, é da data de efetivação da medida cautelar. (D) Errada, o prazo é 30 dias. (E) Errada, não é sempre só nas hipóteses do art. 811. Alternativa A. 2. (Oficial Escrevente – TJRS – 2004 – FAURGS) Analise as seguintes afirmações sobre o processo cautelar no Código de Processo Civil. I ‒ Na ação cautelar, o prazo para o requerido oferecer contestação é de 15 (quinze) dias. II ‒ Na ação cautelar, a contagem do prazo para contestação começa a fluir a partir do recebimento do mandado de citação. III ‒ Na ação cautelar, o prazo para o requerido oferecer contestação é de 5 (cinco) dias. IV ‒ Cessa a eficácia da medida cautelar se a parte não intentar a ação no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da efetivação da medida cautelar concedida em procedimento preparatório. Quais são corretas? a) Apenas I e a II. b) Apenas I e a IV. c) Apenas II e a III. d) Apenas III e a IV. e) Apenas II, III e IV. Comentários: (I) Errada, o prazo é 5 dias. (II) Errada, começa da juntada aos autos do mandado de citação. (III) Correta. (IV) Correta. Alternativa D. www.acasadoconcurseiro.com.br14 3. (FCC – 2013 – AL-PB – Procurador – nível superior) Em relação às medidas cautelares, é correto afirmar: a) Não ocorrem os efeitos da revelia em tais medidas. b) São elas instauradas, necessariamente, antes do curso do processo principal, do qual é sempre dependente. c) Em nenhuma hipótese serão determina- das pelo juiz sem audiência das partes. d) Podem elas ser substituídas, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pela prestação de caução ou outra garantia menos gravosa para o requerido, sempre que adequada e suficiente para evitar a lesão ou repará- la integralmente. e) O requerido será citado, qualquer que seja o procedimento cautelar, para contestar o pedido em dez dias, com a indicação das provas a serem produzidas. Comentários: (A) Errada, corre sim. (B) Errada, pode ser durante o curso do processo principal. (C) Errada, pode sim, mas de forma excepcional. (D) Correta, art. 805. (E) Errada, contestação é 5 dias. Alternativa D. 4. (FCC – 2013 – TRT – 9ª REGIÃO (PR) – Analista Judiciário – nível superior) As medidas cautelares a) são sempre específicas, pelo princípio da taxatividade, inexistindo cautelares inominadas em nosso processo civil. b) só podem ser concedidas após audiência prévia de justificação, determinada prioritariamente pelo juiz. c) mesmo que não sejam contestadas, não geram o efeito da revelia à parte requerida. d) por sua natureza de urgência, não admitem a designação de audiência de instrução e julgamento. e) podem ser instauradas antes ou no curso do processo principal, do qual é sempre dependente. Comentários: (A) Errada, existem cautelares nominadas. (B) Errada, podem ser concedidas sem audiência prévia. (C) Errada, geram efeito da revelia. (D) Errada, admitem caso for necessária (art. 803, parágrafo único). (E) Correta, art. 796. Alternativa E. 5. (VUNESP – 2012 – SPTrans – Advogado Pleno – nível superior) O prazo para propor a ação principal em que houve uma medida cautelar preparatória é de a) cinco dias, a contar da data da propositura da cautelar. b) vinte dias, a contar da data da propositura da cautelar. c) trinta dias, a contar da data da propositura da cautelar. d) trinta dias, a contar da efetivação da data da efetivação da medida. e) trinta dias, a contar da decisão que concedeu a medida. Comentários: As duas primeiras alternativas se eliminam, pois o prazo é de 30 dias. Examinem a “linha do tempo” da apostila. Assim, o prazo corre da EFETIVAÇÃO da medida = art. 806. Alternativa D. 6. (FCC – 2012 – TRT – 18ª Região (GO) – JUIZ do Trabalho – JUIZ) O requisito do periculum in mora nas ações cautelares a) somente é exigível para concessão de provimento liminar, sem oitiva da parte contrária. b) não é exigível quando o requisito do fumus boni iuris for evidente. c) deve ser necessariamente demonstra- do em audiência de justificação prévia. d) aplica-se apenas aos procedimentos cautelares inominados. e) resulta da comprovada probabilidade de dano eminente ou imediato. Comentários: (A) Errada, é exigido em qualquer situação. (B) Errada, é sempre exigido. (C) Errada, deve ser demonstrada já na inicial e não apenas em audiência. (D) Errada, aplica-se às cautelares inominadas e www.acasadoconcurseiro.com.br 15 TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha nominadas. (E) Correta. Veja que o perigo da demora se dá justamente pela probabilidade de um dano iminente ou imediato. Apesar da FCC escrever “eminente”, grafia incorreta, é esse o gabarito correto. 7. (FCC – 2012 – TRT – 4ª REGIÃO (RS) – Juiz do Trabalho) Sobre as medidas cautelares, é correto afirmar: a) Cabe à parte propor a ação principal no prazo de 30 (trinta) dias contados da data do ajuizamento da ação, quando a liminar for concedida em procedimento preparatório. b) Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar deixa de ter eficácia durante o período de suspensão do processo. c) Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, o juiz deverá determinar a emenda da inicial, não podendo tomar uma pela outra. d) O procedimento cautelar sempre antecede o processo principal. e) Interposto recurso, serão requeridas, em regra, diretamente ao tribunal. Comentários: (A) Errada, é da efetivação da medida. (B) Errada, justamente ao contrário: “Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo” (art. 807, parágrafo único). (C) Errada, poderá sim tomar uma pela outra. (D) Errada, nem sempre, pode ser no curso. (E) Certa, parágrafo único do art. 800. Alternativa E. 8. (FCC – 2012 – MPE-PE – Analista Ministerial – nível superior) Márcia ajuizou medida cautelar de arrolamento de bens em face de seu marido, tendo em vista que ele está dissipando os bens do casal antes de requerer o competente divórcio. De acordocom o Código de Processo Civil brasileiro, quando a medida cautelar for concedida em procedimento preparatório, caberá à parte propor a ação competente no prazo de a) sessenta dias, contados da data da distribuição da medida cautelar. b) trinta dias, contados da data da distribuição da medida cautelar. c) sessenta dias, contados da data da efetivação da medida cautelar. d) trinta dias, contados da data da efetivação da medida cautelar. e) cento e vinte dias, contados da data da distribuição da medida cautelar. Comentários: outra questão de prazo para ação principal, mas agora com uma “historinha”. Eliminem as alternativas que não são prazo de 30 dias. Restam a B e a D. Como vocês já sabem que é da data “da efetivação” da medida cautelar, resta a Alternativa D. www.acasadoconcurseiro.com.br16 9. (TJ/SC – Oficial de Justiça – 2008) Assinale a alternativa correta no que tange ao processo cautelar: a) O processo cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do processo principal, sendo deste independente. b) A parte beneficiária da medida cautelar preparatória tem o prazo de 20 (vinte) dias contados do deferimento da medida para propor a ação principal. c) O juiz somente pode determinar medidas cautelares sem audiência das partes em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei. d) Uma vez deferida a medida cautelar pleiteada, a mesma conserva sua eficácia durante todo transcurso do processo principal, não podendo ser revogada ou modificada pelo juiz. Comentários: (A) errada, dependente. (B) errada, 30 dias. (C) correta. (D) errada, pode ser revogada ou modificada. Alternativa C. 10. (TJ/SC – Oficial de Justiça – 2005) Assinale a alternativa correta. Com relação ao procedimento cautelar é correto afirmar: a) O procedimento cautelar pode ser instaurado somente antes do processo principal e deste é sempre dependente. b) O requerido será citado, qualquer que seja o procedimento cautelar, para, no prazo de 10 (dez) dias, contestar o pedido, indicando as prova que pretende produzir. c) Só em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei, determinará o juiz medidas cautelares sem a audiência das partes. d) Caberá à parte propor a ação principal, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório. Comentários: (A) errada, pode ser durante. (B) errada, cinco dias. (C) correta. (D) errada, 30 dias. Alternativa C. TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha www.acasadoconcurseiro.com.br 17 2. Procedimentos Cautelares Específicos Antes de mais nada, não esqueça o que diz o art. 812 do CPC e traduzido assim: “aos procedimentos cautelares específicos (aqui estamos neles), regulados no Capítulo seguinte (a partir do art. 813 com o arresto), aplicam-se as disposições gerais deste Capítulo (das regras gerais)”. Para o teu concurso, de oficial de justiça, o edital prevê aquelas medidas MAIS COMUNS que fará parte do SEU dia a dia, pois são diversas delas que o CPC prevê, e diga-se, algumas a doutrina nem considera como “cautelares”, mas não é o caso daquelas que iremos tratar aqui. 2.1 Arresto Em linhas singelas, é um processo cautelar autônomo, com procedimento próprio em que procura afastar que o devedor dilapide o seu patrimônio, tornando-se insolvente. Serve para que se faça a apreensão judicial de bens do devedor e sejam entregues a um depositário. É indispensável uma DÍVIDA em dinheiro ou que em dinheiro se possa converter. Atenção! Não confunda com o ARRESTO EXECUTIVO (art. 653 do CPC). É quando o oficial de justiça, não encontrando o devedor, arresta-lhe tantos bens quantos bastem para garantir a execução. Além de não constituir ação autônoma, mas um incidente de execução, não tem natureza cautelar, porque independe de situação de perigo e que ponha em risco a solvência do devedor. É uma medida que exige a não localização do devedor, mas de seus bens. Assim, se o oficial de justiça não encontrado o executado, mas seus bens, ele os arresta. Depois da citação por edital, os bens serão penhorados. O art. 813 indica as situações em que fica evidenciado o PERIGO DE PREJUÍZO (hipóteses de cabimento) e que justificam a concessão do ARRESTO CAUTELAR. O arresto tem lugar: I – quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado; II – quando o devedor, que tem domicílio: a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente; b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou lesar credores; III – quando o devedor, que possui “bens de raiz” (imóveis em geral, terreno, casa, apartamento), intenta aliená-los (vendê-los), hipotecá-los (garantia, cujo imóvel é a própria) ou dá-los em www.acasadoconcurseiro.com.br18 anticrese (credor, retendo um imóvel do devedor, percebe os seus frutos para conseguir a soma de dinheiro emprestada, como p.ex., o aluguel), sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas; IV – nos demais casos expressos em lei. Apesar da “letra fria da lei” e das críticas que sofre, em todas as hipóteses, qualquer uma, é preciso que delas resultem a alegação de perigo de prejuízo, onde se faça presumir uma tentativa de fazer desaparecer os bens e prejudicar os credores. Sobre outras hipóteses previstas em lei (veja o inciso IV), cita-se o exemplo do art. 1.997, § 1º do Código Civil e que apesar de não usar o termo “arresto”, prevê uma hipótese específica para a sua concessão em processo de inventário: um determinado crédito é impugnado e enquanto se discute sobre ele, o juiz mandará reservar bens que garantam sua cobrança no futuro. De acordo com o art. 814, para a concessão do arresto é ESSENCIAL: I – prova literal da dívida líquida e certa; II – prova documental ou justificação de algum dos casos mencionados no artigo antecedente. Novamente, não dá para tomar com exatidão o que diz a lei. Assim, para a concessão da medida de ARRESTO basta a plausibilidade (e não uma certeza absoluta), que seja verossímil a existência da dívida. E a iliquidez não é causa impeditiva do arresto. Leia-se o parágrafo único. Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito de concessão de arresto, a sentença, líquida ou ilíquida, pendente de recurso, condenando o devedor ao pagamento de dinheiro ou de prestação que em dinheiro possa converter-se. Observação: Apesar dos outros artigos referentes ao ARRESTO não constarem do último edital para oficial de justiça, é importante destacar alguns para compreensão geral dessa medida cautelar nominada. Quanto ao procedimento, é praticamente igual do que seu viu em “noções gerais”. Há uma petição inicial com todos aqueles requisitos do art. 801 e a possibilidade do pedido de LIMINAR já comentado anteriormente, como também, se o juiz achar necessária uma audiência de justificação prévia. O que tem de diferente, ao menos no texto da lei, é que a justificação prévia, quando ao juiz parecer indispensável, far-se-á em segredo e de plano, reduzindo-se a termo o depoimento das testemunhas (art. 815). Esse “segredo” é para evitar que o devedor tome conhecimento da medida e acelere o desfazimento de seus bens. O segredo de justiça não é característica essencial da audiência, só quando o juiz achar indispensável. E o art. 816 trata das hipóteses em que o juiz concederá o arresto independentemente de justificação prévia: I – quando for requerido pela União, Estado ou Município, nos casos previstos em lei;TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha www.acasadoconcurseiro.com.br 19 II – se o credor prestar caução (art. 804). Na jurisprudência esse texto não pode ser entendido como uma “obrigação” do juiz em conceder o arresto sem a justificação prévia nessas situações, mas que pode ser examinada nessas situações com menor grau de exigência. Diz o art. 818 que julgada procedente a ação principal, o arresto se resolve em penhora. É o que sempre quis ser quando fosse “grande” o arresto (que como qualquer cautelar é provisório): uma “bela” penhora, ou seja, é quando finalmente os bens do devedor são tomados para satisfazer a dívida, levados em hasta pública para serem arrematados e com o produto da venda pagar o credor. 2.2 SEQUESTRO Em primeiro lugar, a proteção que se busca por meio do SEQUESTRO é diferente daquela que se almeja no ARRESTO. Enquanto que com o ARRESTO a gente busca quaisquer bens do devedor que possam ser penhorados, no SEQUESTRO, o objetivo é preservar um ou alguns bens determinados e específicos, sobre os quais recaia o litígio e que estejam em risco. Assim, diferente do arresto, no SEQUESTRO não há uma dívida financeira e, portanto, o objetivo não é penhorar bens para ser frutífera uma cobrança. Aqui o objetivo é apreender o bem que é ou virá a ser litigioso (no arresto é prender o bem para vendê-lo depois). Os requisitos do SEQUESTRO estão enumerados no art. 822 do CPC: O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o sequestro: I – de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade ou a posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações; II – dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar; III – dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o cônjuge os estiver dilapidando; IV – nos demais casos expressos em lei. Importa aqui se referir ao art. 823, visto que se aplica ao sequestro, no que couber, o que o CPC estatui acerca do arresto. Assim, os procedimentos do SEQUESTRO seguirão os mesmos do arresto. www.acasadoconcurseiro.com.br20 Questão 1. (FCC – TJ/PI – Oficial de Justiça – 2009) O arresto é medida cautelar que, diversamente do sequestro, visa assegurar a efetividade da a) execução de obrigação de fazer. b) execução por quantia. c) execução de obrigação de entrega de coisa. d) tutela jurisdicional constitutiva. e) tutela jurisdicional mandamental. Comentários: O arresto, diferente do sequestro, tem como origem uma dívida de dinheiro. Assim, visa assegurar a efetividade da execução por quantia. Já o sequestro, uma execução de obrigação de entrega de coisa. Gabarito: alternativa B. TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha www.acasadoconcurseiro.com.br 21 2.3 Busca e Apreensão Diz o art. 839 que o juiz pode decretar a busca e apreensão de pessoas ou de coisas. Disso, podemos encontrar uma linha comum com o ARRESTO e com o SEQUESTRO: em todas essas medidas há uma apreensão. Distingue-se, porque no: • Arresto se apreende os bens suficientes para garantir o pagamento de uma dívida; • Sequestro se apreende um bem para afastar o perigo de que se perca, deteriore ou desapareça. “Buscar” significa, justamente, procurar, coisa que não se faz necessária no arresto como no sequestro, pois em regra, os bens não estão em local incerto, portanto, não precisam ser localizados. A “apreensão” é mera consequência de uma busca frutífera. Outra distinção é quanto ao destino dos bens encontrados ou da pessoa achada: no arresto e sequestro (que não servem para HUMANOS), o destino é um “depositário” nomeado pelo juiz. Na BUSCA E APREENSÃO, por exemplo, o mandado indicará o destino a ser dado da pessoa ou bem (art. 841, II) e que dependerá da melhor opção a ser avaliada. E somente a BUSCA E APREENSÃO podem ter por objetivo também pessoas. Essa medida é deferida com muita frequência nas ações envolvendo guarda e destituição de poder familiar de filhos menores. Por exemplo, uma criança, cuja guarda esteja com a mãe e que sofra maus tratos. O pai, preocupado, quer postular a modificação da guarda, mas temendo pela condição física do filho, ele pode ajuizar uma cautelar de busca e apreensão. De acordo com o art. 840, na petição inicial exporá o requerente as (1) razões justificativas da medida e da (2) ciência de estar a pessoa ou a coisa no lugar designado. Diferente do que se pode pensar com a leitura apressada do artigo acima, não é preciso que o autor demonstre que a pessoa ou coisa esteja onde foi apontado, bastando que indique apenas as razões para imagina onde está o que se busca apreender. O juiz poderá conceder liminar de plano ou após a audiência de justificação. Se for o caso far- se-á em segredo de justiça, se for indispensável. Provado quanto baste o alegado, expedir-se-á o mandado que conterá (art. 841): I – a indicação da casa ou do lugar em que deve efetuar-se a diligência; II – a descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a Ihe dar; III – a assinatura do juiz, de quem emanar a ordem. www.acasadoconcurseiro.com.br22 Atenção! O mandado será cumprido por dois oficiais de justiça, um dos quais o lerá ao morador, intimando-o a abrir as portas (art. 842). Atente-se também a essas regras: • Não atendidos, os oficiais de justiça arrombarão as portas externas, bem como as internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja oculta a pessoa ou a coisa procurada (§ 1º). • Os oficiais de justiça far-se-ão acompanhar de duas testemunhas (§ 2º). • Tratando-se de direito autoral ou direito conexo do artista, intérprete ou executante, produtores de fonogramas e organismos de radiodifusão, o juiz designará, para acompanharem os oficiais de justiça, dois peritos aos quais incumbirá confirmar a ocorrência da violação antes de ser efetivada a apreensão (§ 3º). Finda a diligência, lavrarão os oficiais de justiça auto circunstanciado, assinando-o com as testemunhas (art. 843). www.acasadoconcurseiro.com.br 23 TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha 2. (CONESUL – 2009 – TJ-RS – Oficial de Justiça) Assinale a alternativa correta sobre o cumprimento de mandado de busca e apreensão de pessoas ou de coisas. a) O mandado será cumprido por três oficiais de justiça, um dos quais o lerá ao morador, intimando-o a abrir as portas. b) Finda a diligência, lavrarão os oficiais de justiça certidão, assinando-o com as testemunhas. c) Os oficiais de justiça far-se-ão acompanhar de uma ou duas testemunhas. d) Um oficial de justiça lerá ao morador o mandado, notificando-o a abrir as portas. Não atendidos, os oficiais de justiça arrombarão as portas externas, bem como as internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja oculta a pessoa ou a coisa procurada. e) Tratando-se de direito autoral ou direito conexo do artista, intérprete ou executante, produtores de fonogramas e organismos de radiodifusão, o juiz designará, para acompanharem os oficiais de justiça, dois peritos aos quais incumbirá confirmar a ocorrência da violação antes de ser efetivada a apreensão. Comentários: (A) errada, são dois oficiais. (B) errada, auto circunstanciado. (C) errada, duas testemunhas. (D) errada, “intimando” e não notificando-o. (E) certa, art. 842, § 3º. 3. (CESGRANRIO – TJ/RO – Oficial de Justiça – 2008) Edmundo Leal postula ação de busca e apreensão de veículo automotor alienado para Marte Procópio Cacique, que não quitou totalmente as prestações, estando com quatro meses de atraso no cumprimento de suas obrigações, sendo a medida liminar deferida pelo Juízo de plantão. No momento do deferimento da medida, somente está presente um Oficialde Justiça, vez que os demais convocados para o trabalho foram designados para realizar outras diligências em distritos distantes da Comarca. Diante de tal situação, deve o Oficial de Justiça: a) cumprir incontinenti a ordem do Juiz. b) cumprir o mandado com ressalvas. c) certificar a impossibilidade de cumprimento do mandado, vez que são necessários dois Oficiais para cumprir a diligência. d) buscar o auxílio de força policial para cumprir o mandado. e) buscar autorização especial do Juiz para cumprir o mandado. Comentários: art. 842, alternativa C. www.acasadoconcurseiro.com.br24 2.4 Protestos, Notificações e Interpelações De acordo com o art. 867, todo aquele que desejar prevenir responsabilidade, prover a conservação e ressalva de seus direitos ou manifestar qualquer intenção de modo formal, poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao juiz, e requerer que do mesmo se intime a quem de direito. Para a doutrina não se trata de medidas cautelares, pois não busca afastar o perigo de prejuízo irreparável e não depende para o seu deferimento da prova de verossimilhança do direito alegado. Nem o juiz “decide” algo, pois sua atuação é simplesmente a de fazer realizar a comunicação de atos de maneira pública. Assim, não há grande relevância na distinção entre os 3 tipos de atos a que se alude o art. 867, pois todos têm a mesma finalidade, a de fazer com que alguém tome ciência de determinado ato ou fato, para preservar responsabilidade ou conservar e ressalvar direitos. Vamos às distinções! Notificação Mais se pretende levar uma notícia do que exigir. Interpelação Aqui o objetivo é justamente exigir. Protesto Há uma reclamação pública. Alguns exemplos: • Contrato de aluguel que venceu o prazo e que após a prorrogação, o locador pode a qualquer tempo notificar que não pretende mais alugar. • Alguém está vendendo um veículo e há alguns interessados. Então um terceiro protesta contra a alienação desse bem, dando conhecimento aos interessados que o veículo tem outro proprietário, afastando a possibilidade de quem comprar alegar que comprou de boa-fé. • Interpelar alguém se disse ou não determinada afirmação. www.acasadoconcurseiro.com.br 25 TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha Questões 4. (TJ/SC – Oficial de Justiça – 2008) No Processo Civil, como se denomina o ato que quando válido, entre outros efeitos, torna prevento o juízo e interrompe a prescrição? a) Notificação. b) Intimação. c) Interpelação. d) Citação. Comentários: a banca de SC tenta confundir dois institutos “cautelares”, notificação e interpelação, com outros dois atos, citação e intimação. No caso, a resposta correta é citação, art. 219, CPC. 5. (MPE-MG – 2010 – MPE-MG – Promotor de Justiça) Levando-se em consideração as medidas cautelares específicas previstas no Código de Processo Civil, marque a resposta CORRETA. Para indisponibilizar o patrimônio do réu, de modo a assegurar futura realização de créditos monetários ou de outras prestações que devam converter- se em prestações pecuniárias, a medida apropriada será a) sequestro. b) busca e apreensão. c) protesto. d) arresto. Comentários: alternativa D. 6. (CONESUL – 2009 – TJ-RS – Oficial de Justiça) Dos processos e procedimentos cautelares, assinale a alternativa correta. a) Na busca e apreensão, os oficiais de justiça far-se-ão acompanhar de duas testemunhas. b) Finda a diligência, lavrarão e assinarão o auto somente os oficiais de justiça que se fizerem acompanhar. c) O procedimento cautelar deverá ser instaurado sempre antes no curso do processo principal. d) O prazo do requerido para contestar o pedido, após a sua citação, será de quinze (15) dias, indicando as provas que pretende produzir. e) Todas as alternativas anteriores estão corretas. Comentários: alternativa A. 7. (VUNESP – 2010 – TJ/SP – Oficial de Justiça) Havendo fundado receio de que bem móveis sejam danificados, quando há disputa judicial sobre sua posse ou propriedade, a medida judicial cabível para preservá-los é: a) Arresto. b) Sequestro. c) Busca e apreensão. d) Notificação. Comentários: Alternativa B. www.acasadoconcurseiro.com.br26 8. (TJ/SC – Oficial de Justiça – 2008) Como se denomina a medida cautelar que o interessado promove para fins de prevenir responsabilidade, prover a conservação e ressalva de seus direitos ou manifestar sua intenção de modo formal: a) Protesto. b) Justificação. c) Busca e apreensão. d) Arresto. Comentários: Alternativa A. 9. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – Titular de Serviços de Notas e de Registros) No processo cautelar, é correto dizer que a) o sequestro tem lugar quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado. b) o arresto, a busca e apreensão, o sequestro e a interpelação são medidas de natureza constritiva. c) cabe à parte propor a ação principal, no prazo de 30 dias, contados da efetivação da medida cautelar, quando ela for concedida em procedimento preparatório. d) o arresto subsiste ainda que se dê a novação da dívida. Comentários: (A) errada, arresto. (B) errada, pois a interpelação não tem natureza constritiva. (C) certa, art. 806. (D) errada, novação cessa o arresto. Alternativa C. TJ (Oficial de Justiça) – Processo Civil – Prof. Marcelo Hugo da Rocha www.acasadoconcurseiro.com.br 27 Bibliografia: GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. ______________. Novo Curso de Direito Processual Civil. 6. ed. São Paulo: Saraiva, v. 3. 2013.
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