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ProcCivil III - Processo Cautelar

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Material Teórico 
Direito Processual Civil (III) 
 
Processo Cautelar 
 
Conteudista Responsável: Profª Marlene Lessa 
cod Process_Civil202108_a07 
 
 
 
2 
Introdução 
 
 
 A tutela provisória faz parte de um sistema 
protetivo de interesses submetidos ao Poder Judiciário. 
Já que o Estado pode impor de forma coercitiva suas 
decisões, exercendo a jurisdição, deve proteger o 
jurisdicionado de danos e prejuízos que possam advir da 
demora em que o interessado pode ter ao aguardar por 
uma decisão. 
 
O Novo Código de Processo Civil assim trata deste 
importante tema: 
 
• Tutela Provisória (art. 294 do CPC) 
• Tutela de Urgência (art. 300 do CPC) 
• Tutela da Evidência (art. 311 do CPC) 
 
 
A tutela provisória se baseia na chamada cognição sumária, ou seja, o 
julgador examina de forma abreviada e superficial o direito invocado pelo 
interessado com intuito de resguardar direitos e assegurar a efetividade prática 
da atuação jurisdicional. Ao contrário da cognição exauriente, em que o julgador 
verifica minuciosamente cada traço da lide e entrega aos jurisdicionados o 
completo exame do conflito e o juízo de certeza, a tutela provisória transita pela 
proteção. 
 
São da natureza da tutela provisória: 
 
Código de Processo Civil 
 
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do 
processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. 
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória 
conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo. 
 
• INSTRUMENTALIDADE: Tutela provisória existe para que haja eficácia 
na atuação jurisdicional. 
 
• PROVISORIEDADE: esta tutela possui limitação temporal, acaba com a 
decisão final e definitiva se houver um processo principal. Mesmo assim 
permite a estabilização da decisão, caso não impugnada: 
 
Art. 304 § 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, 
mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão 
que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma 
das partes, nos termos do § 2o deste artigo. 
 
 
 
 
 
3 
 
• SUMARIEDADE: o juiz aplica uma decisão para resguardar e preservar 
direitos, daí a instrução ser breve. 
 
• REVOGABILIDADE: as cautelares podem ser revogadas e modificadas 
pelo juiz, a qualquer tempo, posto que deferidas em circunstâncias 
provisórias e específicas. 
 
A lei processual explicita que a tutela provisória pode: preceder ao processo 
principal (antecedente) ou surgir em uma causa já em curso (incidental): 
 
 
Art. 294 do CPC - Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, 
cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou 
incidental. 
 
 
A tutela provisória tem regras específicas de competência: 
 
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando 
antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal. 
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de 
competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será 
requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito. 
 
A tutela provisória pode ser: 
 
• De Urgência 
 
• Da Evidência 
 
 
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou 
evidência. 
 
 
Vejamos cada uma delas de modo mais claro... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Tutela Provisória de Urgência 
 
 
A tutela de urgência requer que a probabilidade do direito invocado esteja 
presente, bem como o perigo de dano ao direito ou o risco ao resultado útil 
do processo1. Cabe ao Estado impedir que a demora na tutela jurisdicional não 
torne inútil o provimento que é pedido pela parte. 
 
Teresa Arruda Alvim Wambier2 nos explicita que “a tutela cautelar evita que 
o processo trilhe um caminho insatisfatório que o conduzirá à inutilidade. Por sua 
vez, a tutela antecipada possibilita à parte, desde já, a fruição de algo que muito 
provavelmente virá a ter reconhecido a final. Pode-se dizer que na cautelar 
protege-se para satisfazer; enquanto na tutela antecipada satisfaz-se para 
proteger”. 
 
Assim, com base no princípio constitucional da efetividade processual, pode 
o juiz deferir a tutela de urgência: 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado 
útil do processo. 
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir 
caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte 
possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente 
hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação 
prévia. 
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando 
houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
 
As tutelas de urgência são: a antecipada e a cautelar. 
 
A tutela cautelar visa proteger bens ou direitos de perda ou deterioração, 
fazendo com que as ações de conhecimento ou executivas tenham um resultado 
eficiente: 
 
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada 
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra 
alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do 
direito. 
 
A necessidade das cautelares se justifica porque “não basta, ao Judiciário, 
em situações de emergência, apenas declarar interesses, é preciso que eles 
sejam realizados concretamente para impedir que a alteração fática ou jurídica 
provoque o completo esvaziamento e insucesso do processo principal3”. 
 
1 COLNAGO, Rodrigo. Op. Cit. 
2 Op. cit. p. 540. 
3 MACHADO, Antonio Cláudio Costa. Op. Cit. 
 
5 
 
O Prof. Marcus Vinicius Rios Gonçalves4 nos apresenta exemplos sobre 
a tutela de urgência: 
 
“O Código de Processo Civil prevê a concessão de medidas de urgência 
quando houver uma situação de risco ao provimento final decorrente da demora. 
Imagine-se uma pessoa portadora de doença grave que necessite ser internada 
com urgência e não consiga obter autorização de seu plano de saúde. Se fosse 
preciso aguardar o resultado final da ação, seria tarde demais. Suponha-se como 
segundo exemplo, que um credor ajuíze contra o devedor uma ação de 
cobrança. Enquanto não sai a sentença, o credor não pode promover a 
execução. É possível que o devedor, sabendo da existência do processo, 
dilapide seu patrimônio, transferindo seus bens a terceiros. São dois exemplos 
de urgência. Mas a forma de afastar a situação de perigo, em cada um dos casos 
é diferente. No caso da internação, o autor postulará que a ré seja condenada a 
arcar com os custos e despesas de seu tratamento médico. 
 
 
Em princípio a ré seria condenada a fazê-lo somente na sentença. Mas 
existem mecanismos que permitem ao juiz antecipar o provimento final, 
concedendo antes aquilo que ele só poderia conceder por ocasião do 
julgamento... Haverá a antecipação de tutela, que se caracteriza pela natureza 
satisfativa, de mérito, com a concessão, no todo ou em parte, daquilo que foi 
pedido. No segundo exemplo, a solução seria possivelmente diferente. O autor 
não necessita que o juiz, antecipadamente, condene o réu ao pagamento da 
obrigação. Ele não precisa executá-la desde logo. Para que o risco seja afastado, 
basta que conceda uma providência acautelatória, de preservação do patrimônio 
do devedor. Se ele está dilapidando o patrimônio, o juiz determinará o arresto 
dos bens suficientes para garantir o pagamento...”. 
 
A tutela de urgência encontra fundamentação no princípio esculpido em 
nossa Constituição Federal: princípio da efetividade do processo. Nas 
palavras de Pisani5, “a tutela de urgência tem por objetivo assegurar a 
efetividade da tutela jurisdicional nas situações de vantagem, que, tendo 
conteúdo e / ou função (exclusivamente ou prevalentemente) não patrimonial, 
sofreriam dano irreparável decorrentedo longo tempo necessário para o 
desfecho da demanda prévia: esta compreende a tutela sumária antecipatória 
cautelar e não cautelar determinada por razões de urgência”. 
 
Em rápida análise podemos dizer que as tutelas de urgência (a antecipada 
e as cautelares) admitem flexibilidade, porque o interesse que está em jogo é a 
proteção e segurança dos direitos e pessoas envolvidas no caso. 
 
4 Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Novo curso de direito processual civil: execução e processo 
cautelar: volume 3 – 2º ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2009, p.243. 
5 PISANI, Andréa Proto. apud José Rogério Cruz e Tucci. Tempo e processo. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 1997, p. 126. 
 
6 
 
Tanto que isso é verdade e é importante que, na última 
revisão do CPC, foi colocado, de forma expressa que a resposta 
do Poder Judiciário deve ser rápida “em situações em que a 
urgência decorre do risco de eficácia do processo e do eventual 
perecimento do próprio direito”. 
 
Também na redação do novo código, os casos em que as 
alegações da parte se revelam de juridicidade ostensiva foi 
definido, que “deve a tutela ser antecipadamente (total ou 
parcialmente) concedida, independentemente de periculum in 
mora, por não haver razão relevante para a espera, até porque, 
via de regra, a demora do processo gera agravamento do dano”. 
 
A tutela de urgência pode ser requerida antes (art. 303 e 
304 do CPC) ou no curso (incidental) do procedimento em que se pleiteia a 
providência principal. 
 
 
Tutela Antecipada Requerida em Caráter Antecedente 
 
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura 
da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela 
antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da 
lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao 
resultado útil do processo. 
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: 
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua 
argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do 
pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que 
o juiz fixar; 
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de 
mediação na forma do art. 334; 
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será 
contado na forma do art. 335. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
TUTELA ANTECIPADA permite que o interessado, sujeito ativo em certa 
relação jurídica, peça ao juiz providências para receber os efeitos da tutela 
final, antes ou sem ter que passar pelo caminho usual da ação. 
 
Para sua concessão devem estar 
presentes os seguintes requisitos 
legais: pedido da parte sobre a 
tutela final; exposição da lide(o 
direito e os fatos devem estar 
narrados e mostrados claramente 
no pedido formulado ao julgador); 
direito que se busca realizar( o 
juiz pode perceber no pedido que 
os fundamentos jurídicos estão próximos à verdade, convencendo-o de sua 
existência); periculum in mora (receio de que o dano que o interessado alega 
possa ser irreparável ou de difícil reparação); possibilidade de ser revertida a 
decisão (o juiz pode voltar atrás no provimento concedido sem mácula para a 
parte contrária): 
 
Art. 300 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, 
conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir 
os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser 
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder 
oferecê-la. 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após 
justificação prévia. 
 
Veja o que o Código de Processo Civil permite nestas hipóteses: 
 
 
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte 
responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à 
parte adversa, se: 
I - a sentença lhe for desfavorável; 
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os 
meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; 
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; 
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão 
do autor. 
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a 
medida tiver sido concedida, sempre que possível. 
 
 
 
 
 
 
8 
 
A tutela antecipada contém a satisfatividade necessária para o juiz 
apreciar a realização do direito: 
 
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-
se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo 
recurso. 
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto. 
§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, 
reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do 
caput. 
§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, 
reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que 
trata o § 2o. 
§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos 
em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a 
que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi 
concedida. 
§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto 
no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência 
da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o. 
§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a 
estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a 
revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das 
partes, nos termos do § 2o deste artigo. 
 
Da Tutela Cautelar 
 
Fredie Didier Jr. aponta que o CPC atual adotou a cognição sumária 
nestes procedimentos, o que significa “a possibilidade de o magistrado decidir 
sem exame profundo”, em decorrência “da urgência e do perigo de dano 
irreparável ou de difícil reparação, ou da evidência (demonstração processual) 
do direito pleiteado, ou ambos, em conjunto. No plano vertical, a diferença entre 
as modalidades de cognição está apenas na maneira como o magistrado 
enxerga as razões das partes (...). A cognição sumária conduz aos chamados 
juízos de probabilidade; conduz às decisões que ficam limitadas a afirmar o 
provável, que, por isso mesmo, são decisões provisórias”. 
 
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada 
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de 
protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para 
asseguração do direito. 
Vejamos este rol explicativo que pode ser invocado quando presentes o “fumus 
boni iuris” e o “periculum in mora”: Os termos são do jargão processual civil, uma 
vez que, estas cautelares, foram absorvidas pela chamada tutela de urgência de 
natureza cautelar – art. 301 do CPC: 
 
 
9 
 
 
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada 
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto 
contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para 
asseguração do direito. 
 
 
Arresto 
 
 
 
FINALIDADE: havendo fundado receio do devedor 
dilapidar os bens que respaldam uma futura ou atual 
execução, pode o interessado manejar a cautelar de 
arresto. 
 
Trata-se, então, de cautelar de garantia de futura 
execução por quantia certa e consiste na apreensão 
judicial de bens indeterminados que integram o 
patrimônio do devedor, objetivando assegurar a 
viabilidade de: 
 
• Futura penhora, na execução por quantia certa contra devedor 
solvente; 
 
• A arrecadação, se tratar do processo de insolvência, na execução 
por quantia certa contra devedor insolvente. 
 
 
Executa-se a medida cautelar de arresto pela apreensão e depósito de bens do 
devedor. São pressupostos do arresto: 
 
 
1. A existência de prova literal da dívida líquida e certa; 
 
2. Prova documental ou justificação de alguns dos atos que 
exponham os bensdo devedor a perigo de dano jurídico. 
 
 
Tem legitimidade ativa para o arresto quem tem legitimidade para ajuizar a ação 
de execução por quantia certa com base em título executivo judicial ou 
extrajudicial. 
 
Está legitimado passivamente aquele que ocupa a posição de devedor na 
execução. 
 
 
10 
OBJETO DO ARRESTO: são os bens penhoráveis6, ou seja, aqueles que 
possuem valor econômico, passíveis de comercialização. 
 
Sequestro 
 
 
 
FINALIDADE: está fundado no risco de 
dano ou perecimento de bem sujeito a 
controvérsia. 
 
Tal medida assegura a apreensão judicial e 
posse de bem certo e determinado, que 
pode vir a ser lesionado durante a 
tramitação de uma demanda. A finalidade 
do sequestro é entregar ao vencedor da 
demanda a coisa em bom estado de 
conservação, após a decisão judicial da 
posse. 
 
O sequestro pressupõe dúvida sobre o direito material da parte sobre 
determinado bem e perigo de perda da coisa, mas não exige que o objeto do 
sequestro já esteja sendo disputado entre o requerente da medida e o 
requerido. 
 
 
Embora se aplique ao sequestro as normas procedimentais do arresto, com ele 
não se confunde, pois o arresto objetiva a apreensão e depósito de bens 
indeterminados para garantir futura execução por quantia certa. Enquanto o 
sequestro destina-se proteger coisa certa e determinada do risco de dano ou 
perecimento. 
 
Sequestrado o bem, ele é entregue: 
 
• A um depositário de confiança do juiz ou, 
• A uma pessoa indicada pelas partes ou ainda, 
• A uma das partes, que estará sujeita à prestação de caução real 
ou fidejussória. 
 
O depositário, qualquer que seja ele, deve prestar compromisso nos autos e o 
sequestro decretado afeta a livre disponibilidade física e jurídica sobre o bem 
apreendido. O sequestro se suspende e se extingue nas mesmas hipóteses em 
que o arresto, ou seja, assim que for decidida a posse em definitivo da coisa, ao 
vencedor da ação principal. 
 
 
OBJETO: bens especificados, individualizados e determinados. 
 
 
6 Bens fora do comércio não podem ser arrestados. Bem de família também encontra óbice legal 
para o arresto. 
 
11 
Caução ou Contracautela 
 
 
 
FINALIDADE: trata-se de uma garantia ou um 
depósito realizado com intuito de cumprir uma 
obrigação futura ou de receber antecipadamente 
uma cautela para reparar dano possível. 
 
A caução a ser prestada decorre da relação jurídica 
de direito material. A parte que for obrigada a prestar 
caução, em petição, haverá de requerer a citação daquele em favor de quem 
prestará a garantia, indicando o valor a caucionar, o modo pelo qual a caução 
será prestada. 
 
OBJETO: dinheiro, hipoteca ou penhor (real), fiança (fidejussória) com 
estimativa dos bens apontados ao juiz. 
 
 
A prova da suficiência da caução deve constar da petição (na caução real) ou da 
idoneidade do fiador (se caução fidejussória). 
 
Outra hipótese de cabimento da ação cautelar de caução é a do estrangeiro ou 
brasileiro, um ou outro residente no exterior e que pretenda ajuizar demanda 
no Brasil. A caução será prestada para garantir as custas e honorários da parte 
contrária, desde que não haja, no Brasil, bens suficientes que assegurem o 
pagamento da eventual sucumbência. A caução será exigida, também, quando 
o autor, inicialmente residente no Brasil, depois do ajuizamento da demanda, 
tiver que dele se ausentar. 
 
Pode ocorrer que no curso do processo principal a caução prestada venha a se 
desfalcar, como na hipótese de sendo fidejussória a caução, o fiador cair em 
insolvência ou sendo real, exemplificativamente, o bem se deteriorar. Nesses 
casos, a parte interessada poderá requerer reforço de caução. Trata-se de novo 
procedimento e se instaura por petição que será autuada em apenso aos autos 
da ação de caução, processando-se da mesma forma que a ação primitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Busca e Apreensão 
 
 
 
FINALIDADE: reaver coisa ou pessoa 
do poder de outrem que a detém 
ilegitimamente. 
 
A medida de busca e apreensão 
apresenta-se ora como execução de 
outras medidas cautelares, como o 
arresto e o sequestro, ora como 
medida cautelar propriamente dita. 
 
OBJETO: coisas móveis ou pessoas, desde que incapazes, pois apenas estas 
se sujeitam à guarda e poder de outros. 
 
 
A concessão liminar da tutela poderá se dar sem audiência da parte contrária, 
desde que o pedido se encontre fundamentado, e se não o estiver, poderá o juiz 
designar audiência de justificação, que há de ser realizada em segredo de 
justiça. Demonstrados os fatos, será expedido mandado a ser cumprido por dois 
oficiais de justiça, que em razão da natureza da medida poderão arrombar portas 
externas e internas e quaisquer móveis, desde que o requerido não o faça 
voluntariamente, depois de intimado pelos oficiais de justiça. No cumprimento do 
mandado de busca e apreensão, os oficiais devem estar acompanhados de suas 
testemunhas que assinarão o auto circunstanciado. 
 
 
O procedimento da cautelar pode 
ser apontado como a sequência de 
atos e de providências processuais 
destinados a prevenir o perecimento 
de bens e interesses jurídicos, 
assegurando sua proteção através da 
atuação jurisdicional, com vistas a 
gerar eficácia e diretamente garantir a 
viabilidade de outro processo. No 
CPC: 
 
 
 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em 
caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do 
direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil 
do processo. 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem 
natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303. 
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido 
e indicar as provas que pretende produzir. 
 
13 
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-
se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 
(cinco) dias. 
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o 
procedimento comum. 
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado 
pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos 
mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo 
do adiantamento de novas custas processuais. 
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela 
cautelar. 
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido 
principal. 
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência 
de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou 
pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu. 
§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na 
forma do art. 335. 
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: 
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; 
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; 
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir 
o processo sem resolução de mérito. 
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é 
vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento. 
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o 
pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do 
indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição. 
 
 
As cautelares, segundo a doutrina, tiveram uma classificação na legislação 
passada, que ainda pode nos ser ilustrativa, sobretudo em termos de 
designativos ou nomenclatura. A divisão se dá quanto ao objeto da ação em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
1. Medidas para assegurar coisas ou cautelares reais: são as que objetivam 
garantir uma futura execução forçada (como o arresto, sequestro e a caução) 
ou assegurar a conservação do estado em que se encontram bens - medidasconservativas (arrolamento de bens, a apreensão, o atentado e obras de 
conservação em coisa litigiosa). 
 
2. Medidas para assegurar provas: que objetivam a antecipação da coleta de 
elementos probatórios a serem utilizados em futuro processo (como a 
exibição de coisa, documento ou escrituração comercial e a produção 
antecipada de provas). 
 
 
3. Medidas para assegurar pessoas ou cautelares pessoais: que visam a 
guarda provisória de pessoas (como a posse provisória de filhos, depósito de 
filho imoderadamente castigado, guarda, educação de filhos e direito de 
visita) ou medidas que visam a satisfação de necessidades urgentes de 
pessoas (como os alimentos provisionais e o afastamento temporário de 
cônjuge). 
 
4. Cautelares satisfativas: o pedido formulado efetivamente pede a realização 
do direito, fazendo com que o juiz analise as razões fáticas e jurídicas do 
pedido. A doutrina aponta que a satisfatividade faz com que haja uma 
coincidência entre o provimento judicial e o cautelar, sendo irreversíveis os 
efeitos da medida e mostrando-se desnecessária uma ação principal. 
 
 
Pressupostos 
 
São requisitos para a obtenção da tutela cautelar a demonstração do: 
 
1. “fumus boni iuris” ou “fumaça do bom direito” que 
consiste na demonstração da plausibilidade do direito 
afirmado. Existe probabilidade do que está sendo 
narrado ser possível e viável. 
 
2. “periculum in mora” ou “perigo na demora” que 
consiste na demonstração da irreparabilidade ou a 
dificuldade de reparação do dano que poderá advir ao 
direito afirmado com a demora. Esse perigo de dano 
deve ser atual e capaz de afetar o sucesso do processo principal. É elevada 
a probabilidade de dano ao autor. 
 
 
Embora haja certa dose de subjetividade na aferição desses requisitos pelo juiz, 
não há discricionariedade, de sorte que presentes o “fumus boni iuris” e o 
“periculum in mora” deve o juiz conceder a tutela cautelar pretendida. 
 
 
 
 
 
15 
 
Fungibilidade 
 
 
 
 
O julgador pode receber uma cautelar por 
outra, adaptando o pedido do interessado para 
entregar-lhe a medida mais conveniente para 
sanar a ofensa ou lesão. 
 
Admite-se também a fungibilidade entre as 
tutelas de urgência, desde que presentes os 
requisitos. 
 
 
 
 
 
Poder Geral de Cautela 
 
 
Não podem ser previstas todas as hipóteses fáticas em que há 
perigo de lesão a bens jurídicos, razão pela qual as normas 
processuais permitem ao juiz conceder cautelares independente do 
nome que possuam. 
 
Tal poder jurisdicional foi chamado pela doutrina de Poder Geral 
de Cautela. Exemplos: a sustação de protesto, censura telefônica, afastamento 
de concubino do lar, entre outras. 
 
 
 
No CPC, o procedimento das cautelares (e da tutela de urgência, como um todo) 
ficou bastante simplificado: não tendo havido resistência à liminar concedida, o 
juiz, depois da efetivação da medida, poderá extinguir o processo, conservando-
se a eficácia da medida concedida, sem que a situação fique protegida pela coisa 
julgada. Impugnada a medida, o pedido principal deve ser apresentado nos 
mesmos autos em que tiver sido formulado o pedido de urgência. As opções 
procedimentais exemplificam sobremaneira a concessão da tutela cautelar ou 
antecipatória, do ponto de vista procedimental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Tutela Provisória de Evidência 
 
 
Independe de perigo, basta a documentação explicitar que o direito do 
interessado encontra embasamento suficiente para a concessão da tutela: 
 
 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo, quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto 
propósito protelatório da parte; 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas 
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental 
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem 
de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos 
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova 
capaz de gerar dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir 
liminarmente. 
 
Exemplo do art. 311, I do CPC, ou seja, manifesto propósito protelatório 
da parte: pedir para se manifestar várias vezes sobre ponto já esclarecido no 
processo, pedir oitiva de testemunhas irrelevantes, pedir análise de provas 
inconclusivas. Já no inciso II há necessidade da comprovação documental do 
que está sendo arguido e precedentes na jurisprudência, com pacificação da 
tese. O inciso III trata da antiga ação de depósito do outro CPC (revogado) e o 
IV é o caso de prova inconsistente da defesa. 
 
A doutrina aponta que é tão óbvio e evidente o direito invocado, com grau 
de probabilidade tão elevado que o pedido deve ter um acolhimento, uma 
resposta rápida, caso contrário seria o mesmo que denegar a justiça ao 
postulante, colocado o processo em vias normais - que se deterioram com o 
tempo. O diferencial é que o juiz decide de forma provisória e revogável.

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